terça-feira, 11 de maio de 2021

.: 1ª Mostra Teatro On-Line APTI reúne peças imprescindíveis e ajuda artistas


 A partir de 15 de maio começa a 1ª Mostra Teatro On-Line APTI com o objetivo de arrecadar dinheiro para o Fundo Marlene Colé - que auxilia os profissionais das artes cênicas impossibilitados de trabalhar por conta da pandemia. São mais de 20 espetáculos na programação, com duas peças on demand por final de semana. Ou Seja, o público tem 48h para assistir os espetáculos que ficarão disponíveis entre sábado e domingo. Com exceção de "Caso Cabaré Privê", que terá sessão única dia 15 de maio, às 21h. 

"Galileu e Eu - A Arte da Dúvida", com Denise Fraga, "A Árvore", com Alessandra Negrini, "Pós-F", com Maria Ribeiro, "Madame Blavatsky' com Mel Lisboa, "Pessoa", com Elias Andreato e o musical "Meu Amigo Charlie Brown" são algumas das peças da mostra, que segue até agosto. Mais de 20 espetáculos estão na programação com ingressos a partir de R$25. 

Iniciativa da APTI-Associação de Produtores Teatrais Independentes para arrecadar dinheiro para o Fundo Marlene Colé, que vem apoiando os profissionais das artes cênicas, a 1ª Mostra Teatro On-Line APTI vai acontecer de 15 de maio a 1º de agosto, com dois espetáculos on demand por final de semana, ou seja, o público tem 48h para assistir o espetáculo escolhido. A programação começa, nos dias 15 e 16 de maio, com uma apresentação ao vivo de "Caso Cabaré Privê" dia 15, às 21h, espetáculo interativo e imersivo dirigido por Pedro Granato, com os atores do Núcleo Pequeno Ato. No fim de semana ficarão disponíveis as gravações de Galileu e Eu - A Arte da Dúvida com Denise Fraga e Porta Entreaberta com Edson Montenegro, espetáculo gravado pouco antes da morte do ator, vítima da covid 19, em março. Confira abaixo a programação completa.

Todo o valor arrecadado será usado para auxiliar as mais de 30 mil famílias de profissionais da cultura, do Estado de São Paulo, afetados pela pandemia. “Para tornar acessível, vamos disponibilizar um leque de valores a partir de R$20 para que o público possa escolher quanto pode doar, mas para que consigamos atender mil famílias com cestas básicas, precisamos chegar num montante mínimo de arrecadação de 100 mil reais,” conta André Acioli, presidente do conselho da APTI. Desde março de 2020, quando os espetáculos das artes cênicas foram interrompidos em função da pandemia do novo Coronavírus, a APTI se aliou a parceiros para ampliar a campanha do Fundo Marlene Colé de auxílio aos profissionais que ficaram sem nenhuma fonte de renda.


Sobre Marlene Colé
A carreira de Marlene Colé nas artes começou cedo. Ainda jovem integrou o Grupo de danças folclóricas de Solano Trindade, fundado nos anos 70 em Embú das Artes, e mais adiante se tornou cantora da noite, tendo participado do show da inauguração do Teatro Nacional em Brasília.

De origem humilde, com o passar dos anos, para se sustentar começou sua carreira como camareira e nessa atividade trabalhou para uma legião de atores, atrizes e produções teatrais pelo Brasil a fora. Quando morreu, em 2016, fazia parte da equipe de camareiras do Teatro Municipal de São Paulo, além de trabalhar em outras produções.

Marlene Colé não tinha parentes. E quando faleceu tinha alguns recursos em sua conta bancária, fruto de suas economias. Um grupo de amigos solidários de Marlene, entre artistas e técnicos que conviveram com ela, resolveu criar, com esses recursos o Fundo Marlene Colé, para apoiar artistas e técnicos que estivessem passando por necessidades, honrando assim o nome de Marlene que sempre foi muito preocupada em ajudar o próximo.

Atualmente A gestão do Fundo Marlene Colé está a cargo da APTI-Associação de Produtores Teatrais Independentes, com sede na Capital Paulista e conta com as instituições SATED-SP (Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos e Diversões do Estado de São Paulo), Cooperativa Paulista de Teatro e Coletivos de Circo, a parceria com a APTR (Associação de Produtores Teatrais) e o apoio do Artigo 5º, Sympla, Lista Fortes Brasil e Unibes.


Serviço:
1ª Mostra de Teatro On-Line APTI
De 15 de maio a 1º de agosto
Ingressos: R$25, R$50 e R$100 (o cliente escolhe quanto quer pagar)
Vendas: www.apti.org.br/mostra-de-teatro
Outras informações: www.apti.org.br
Instagram: @apti_sp


segunda-feira, 10 de maio de 2021

.: Entrevista: Juliana Paiva, especialista em mocinhas carismáticas


Atriz fala sobre a pausa traumática em uma novela tão leve como "Salve-se quem Puder" e como foi a retomada das gravações. Foto: Globo/Camilla Maia

Especialista em mocinhas carismáticas, Juliana Paiva brilha como a Luna de "Salve-se Quem Puder". O trocadilho infame obviamente não faz justiça ao talento dessa atriz que vem conquistando caa vez mais admiradores a cada trabalho. Na trama, a mocinha da novela vive uma relação cheia de mistérios e conflitos com a mãe, interpretada por Flávia Alessandra. Novela das 19h que vem sendo reprisada na íntegra antes dos capítulos inéditos, "Salve-se Quem Puder" é criada e escrita por Daniel Ortiz com direção artística de Fred Mayrink e direção geral de Marcelo Travesso. 


Como foi a experiência de voltar às gravações da novela nos Estúdios Globo após cinco meses de interrupção?
Juliana Paiva -
A experiência da volta foi muito bacana, porque a gente estava com muita saudade de trabalhar. A novela parou em um momento crucial onde a história estava se desenrolando, então, quando a gente teve essa pausa, foi meio traumático porque a gente queria muito continuar contando essa história. Voltamos seguindo todos os protocolos de segurança e nos adaptamos fazendo nossa própria caracterização e cuidando do figurino. Costumo dizer que foi como se a gente tivesse juntando o teatro com TV.  É uma coxia de teatro, com cenário e a magia da televisão.  Voltamos para a história que a gente precisava contar e finalizar. E deu tudo certo.

E o reencontro com elenco e equipe nos bastidores das gravações?
Juliana Paiva - 
A parte da falta de abraço e de beijo por conta do distanciamento social foi especialmente difícil para mim porque eu sou uma pessoa muito afetiva e adoro abraços (risos). Tudo foi em função desta adaptação, do "novo normal". Ainda assim, conseguimos relaxar para mergulhar no ambiente dos personagens. Fora isso, a gente também contou com o aparato da tecnologia para fazer algumas cenas. 

Como foi retomar o personagem depois de tanto tempo? Encontrou algum tipo de dificuldade? 
Juliana Paiva - Dificuldade, não. O olhar do outro ajuda muito na cena. A gente encontra esse lugar de pertencimento. Mas é estranho quando nos afastamos do nosso "amigo diário" que é o personagem. Quando a gente faz uma novela, ficamos 24h pensando e exercitando. Então, eu fiquei com saudade mesmo da Luna. Na época, até brinquei com o Fred (Mayrink, diretor): "Será que eu lembro como faz isso?". Mas a gente lembra. É igual a andar de bicicleta! 

O que o público pode esperar da fase final de "Salve-se Quem Puder" com a exibição dos capítulos inéditos a partir de maio?
Juliana Paiva - Terá muita cena de ação, as questões emocionais da Luna e os desfechos desta história que desenvolvemos. Estou numa expectativa grande para ver no ar. Luna e Helena terão o tão esperado encontro verdadeiro. É a cena em que estou mais ansiosa para assistir porque a gravação foi muito emocionante. Desta vez, foi um processo diferente de qualquer outro trabalho anterior. Novela é uma obra aberta, um processo vivo. A gente vai gravando e sentindo a resposta do público. Agora vou assistir junto com todos como espectadora. 


.: Entrevista: Gisele Fróes se inspirou em personagem de Meryl Streep para atuar


Atriz relembra em entrevista a experiência de viver a treinadora de tênis e os aprendizados que ganhou na época. Foto: TV Globo / João Miguel Júnior

Dura, intransigente e, em algumas situações, até cruel. Assim é Vitória, personagem de Gisele Fróes em "A Vida da Gente", novela escrita por Lícia Manzo, com direção de núcleo e geral de Jayme Monjardim, e direção geral de Fabrício Mamberti. A novela é exibida depois de "Malhação Sonhos". Para a atriz, Vitória era uma personagem que passava do ponto. 

“A dedicação dela era simplesmente a vencer, a conquistar títulos. Não tinha uma relação de carinho com o marido ou com as filhas, nem mesmo com as pupilas dela no esporte. É uma mulher sem empatia, sem flexibilidade nas relações. Já eu sou molenga e precisei exercitar essa firmeza em mim para a personagem, tentando entender o que faz uma pessoa ser tão pouco generosa, tão pouco doce”, recorda Gisele. Na entrevista abaixo, ela relembra ainda a experiência de viver a treinadora de tênis, os aprendizados que ganhou na época e a inspiração em uma personagem vivida por Meryl Streep no cinema.

"A Vida da Gente" provoca reações muito positivas no público. Como foi para você saber que a novela seria reprisada e como está sendo rever a Vitória, sua personagem?
Gisele Fróes -
"A Vida da Gente" é um trabalho lindo! Texto, direcão, direção de arte, figurino, elenco, tudo muito precioso. Imagino que o público tenha ótimas lembranças do trabalho, por isso a reação tão positiva. Eu fiquei superfeliz quando soube que teríamos a oportunidade de assistir outra vez. É um trabalho que me dá muito orgulho!


Conta um pouquinho como era viver aquela personagem, como era o retorno das pessoas na época, se você fez alguma preparação especial...
Gisele Fróes - 
Foi uma preparação tão interessante para a Vitória. Ela tinha essa característica de ser uma mulher má, cruel, dura. O exercício que eu fazia era de experimentar justificar a crueldade dela. Ela era sem empatia, sem flexibilidade nas relações. Já eu sou meio molenga e precisei exercitar isso em mim, de ser mais firme em certas atitudes e relações. Fui por esse caminho, tentando entender o que faz uma pessoa ser tão pouco generosa, tão pouco doce. Foi uma experiência bem interessante na minha vida e na minha carreira. Ah, e fiz muitas aulas de tênis. Achava bem difícil, mas adorava.


Tem alguma cena que você se lembre que tenha sido muito difícil?
Gisele Fróes - 
O início das gravações não foi fácil. Era preciso achar a medida da “vilã”, mas fugindo do estereótipo. Isso exigiu bastante trabalho, mas como eu adoro trabalhar...


Quais são suas principais recordações das gravações?
Gisele Fróes - 
A primeira cena que eu gravei para a novela foi em Buenos Aires e achar a medida da personagem foi trabalhoso. Era o início daquela personagem tão perigosa, no sentido de não cair no estereótipo. Adorava gravar as cenas na quadra de tênis, Fernanda (Vasconcellos, atriz) uma querida, foi ótimo trabalhar com ela. Ângelo (Antônio, ator), que fazia meu marido, é meu amigo querido até hoje.  


Você se inspirou em alguém para compor a Vitória?
Gisele Fróes - 
Sim, tive inspiração em outras personagens que são duras. Na época lembro que vi Meryl Streep em "O Diabo Veste Prada". Fui me nutrindo. Cada personagem que a gente faz vai aumentando a nossa história. A Vitória me deu a oportunidade de exercitar dentro de mim uma pessoa mais seca, mais reta. Não do lado ruim, porque ela é uma pessoa insensível para muitas coisas. Mas, por que não experimentar como seria se eu fosse uma pessoa mais reta, mais direta com as pessoas, sem muitos rodeios? Aprendo com os personagens e a Vitória me deu a oportunidade de experimentar isso. 


.: Entrevista: Bruno Ferrari comenta o trabalho em "Salve-se Quem Puder"


Na pele do mcinho Rafael, Bruno Ferrari vem arrancando suspiros com uma história leve e romântica. Foto: Globo/João Miguel Júnior 

Bruno Ferrari vem fazendo o maior sucesso na pele do romântico personagem Rafael, de "Salve-se Quem Puder". A novela das 19h é criada e escrita por Daniel Ortiz com direção artística de Fred Mayrink e direção geral de Marcelo Travesso. Nesta entrevista, Bruno Ferrari abre o jogo sobre o personagem.


O que você sentiu quando foi convocado para voltar a gravar Salve-se Quem Puder? E como foi voltar ao trabalho depois de tantos meses?
Bruno Ferrari -
Tivemos diversas reuniões com a produção, onde todos participaram, inclusive com a orientação de um médico para tirar nossas dúvidas. Levamos alguns dias para nos adaptarmos àquela nova realidade. Ficamos mais confiantes e o trabalho rendeu mais do que o esperado.


Você encontrou algum tipo de dificuldade para voltar a interpretar o Rafael?
Bruno Ferrari - 
Não, depois de três ou quatro dias já me sentia mais à vontade. Confesso que durante o isolamento minha preocupação e atenção estavam voltados para o bem-estar da minha família e com tudo que estava acontecendo na saúde do nosso país. Tive que separar as coisas, um dia de cada vez, cada problema no seu tempo, para voltar a me concentrar nas gravações e no trabalho.


Como foi contracenar com a distância necessária e/ou utilizando com algum equipamento para manter o elenco separado? Sentiu alguma estranheza?
Bruno Ferrari - 
Somos latinos, gesticulamos, e nos abraçamos muito. É algo natural para a gente. Tive uma certa dificuldade em relação a isso. Não só em cena, mas na vida também. Até hoje, né? Em função do distanciamento social ainda precisamos seguir adotando essas medidas. Vivi a experiência de beijar o acrílico (risos), mas também ficamos em quarentena num hotel para que pudéssemos fazer as outras cenas de beijo.

Como você descreveria a trajetória do Rafael na história? Acredita que ele foi um dos pioneiros na ficção em se cuidar na prevenção de vírus e bactérias?
Bruno Ferrari - 
Rafael virou meme, né?  Muitas pessoas me mandaram mensagens dizendo que o Daniel (Ortiz, autor) era vidente. Ao voltar a gravar nos Estúdios Globo durante a pandemia eu me senti muito mais à vontade em cena. Até mesmo porque agora Rafael não era um solitário no quesito prevenção a bactérias. Era só eu olhar ao redor, para a equipe de produção, e todos estavam iguais: com máscaras, luvas, álcool em gel... Foi inusitado. O personagem me ensinou todos os cuidados necessários para o que estamos vivendo nesta pandemia. Quando o coronavirus chegou, eu já estava um passo à frente de todos. (risos)


Qual você considera a cena mais marcante do Rafael na novela?
Bruno Ferrari - 
Ah, sem dúvida o primeiro “reencontro espiritual” entre Rafael e Kyra. Adorei gravar essa cena, que foi inspirada naquela sequência clássica do Patrick Swayze e Demi Moore no filme ‘Ghost’. O Fred (Mayrink, diretor artístico) nos deu toda a liberdade, tempo e calma...para sentirmos o que realmente a cena pedia. Tenho um carinho especial por ela e estou feliz por revê-la esta semana (vai ao ar neste sábado, dia 24). Foi um trabalho especial, independentemente de todas as adversidades que vivemos ainda hoje.


Há uma torcida grande e dividida nas redes sociais pelo casal #Kyrael. Você também sente isso?
Bruno Ferrari - 
Sim, muito.  Rafael é louco por ela. Já ouvi pessoas que dizem: "como ele acreditou naquele encontro espiritual e nas invenções da Alexia?". Quando você está apaixonado ou sofre alguma perda trágica, no caso o Rafael, ele viveu essas duas situações, você quer acreditar em qualquer coisa que dê um alívio a sua dor. Por mais absurda que seja a história criada pela Alexia/Josimara, Rafael tenta se apegar a isso para continuar ‘sentindo’ a presença da noiva. Então, óbvio que eu torço para esse casal. Rafael merece, mas teremos que aguardar até o final da novela para saber o que o autor decidiu.


Qual o balanço que você faz deste trabalho?
Bruno Ferrari - 
Fomos muito felizes durante todo o processo. Fizemos uma novela leve, gostosa, sem pretensões, com o simples intuito de alegrar as pessoas e acho que conseguimos. Ainda conquistamos um público infantojuvenil, o que me deixou bem alegre também. Finalizar esse trabalho em tempos de pandemia foi uma conquista enorme para todos nós.


.: "A Fazenda dos Animais" tem tradução inédita e prefácio de Eduardo Bueno

"A Revolução dos Bichos", de George Orwell, chegou ao Brasil em 1964 com reflexões sociais, econômicas e políticas de grande sucesso entre os leitores. Quase 60 anos depois, o clássico ganha nova edição da Editora Melhoramentos com tradução de Sandra Pina, prefácio de Eduardo Bueno e um título fiel à publicação original "Animal Farm". "A Fazenda dos Animais" traz ainda uma capa exclusiva assinada pelo artista plástico Fernando Vilela.


A clássica fábula de George Orwell "Animal Farm" chegou ao Brasil de 1964 traduzida como "A Revolução dos Bichos" e fez história com icônicos personagens, como Napoleão, Sansão e Bola de Neve. Quase 60 anos depois, a obra acaba de ganhar um presente. "A Fazenda dos Animais", edição da Melhoramentos, conta com nova tradução de Sandra Pina e prefácio de Eduardo Bueno, do canal Buenas Ideias, que faz uma belíssima viagem literária sobre a obra e a vida do autor. Outra novidade é a exclusiva capa ilustrada pelo artista plástico Fernando Vilela, premiado no Brasil e em outros países, inclusive com obras no acervo no MoMa de Nova York, Estados Unidos.

O livro traz de maneira sarcástica e muito bem trabalhada uma discussão sobre os regimes totalitários, a exploração dos trabalhadores e como uma rebelião com a melhor das intenções acaba se transformando em uma medida opressora para aqueles que lutavam exatamente contra a opressão. "Como quer que seja, é evidente que, passados quase oitenta anos de sua publicação, são os méritos literários que mantém 'A Fazenda dos Animais' tão atual, sarcástico, libertário, incisivo, cáustico e perturbador quanto no dia em que foi lançado, como fica claro nesta nova edição que a Melhoramentos agora oferece ao público brasileiro", afirma Eduardo Bueno no prefácio da publicação.

A mudança mais significativa na obra foi o título. Na nota da tradutora, Sandra Pina chama atenção para o fato de o autor não utilizar nem uma vez sequer a palavra "revolution" ("revolução") durante a narrativa. "Os animais falam em rebelião, o que é bem diferente, não é? Assim sendo, optei por manter o título original".

Sandra diz ainda que a língua é viva e, portanto, é preciso se atentar às mudanças que o idioma sofre ao longo dos anos. "Palavras que tinham um significado na época, hoje têm outro". Ao mesmo tempo, é preciso estar atento a detalhes e referências que passaram por gerações de leitores e, portanto, têm um lugar importante na memória do público brasileiro. Os nomes dos personagens, por exemplo, continuam iguais aos da primeira tradução.

A rica contribuição de importantes profissionais torna a obra ainda mais interessante e necessária para os dias atuais. Seja uma releitura ou o primeiro contato com Orwell, a experiência será, sem dúvida, marcante e significativa. Você pode comprar "A Fazenda dos Animais", de George Orwell, neste link.


Sobre o autor
George Orwell, pseudônimo de Eric Arthur Blair, nasceu em 25 de junho de 1903, na Índia. Escreveu romances e ensaios e atuou como crítico literário. Ficou famoso com a publicação de seus dois únicos romances: "A Fazenda dos Animais" e 1984, nos quais examina a sociedade, a política e os perigos do totalitarismo. Faleceu em 21 de janeiro de 1950, na Inglaterra.

Sobre a tradutora
Sandra Pina é carioca, graduada em jornalismo e publicidade pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ) e especialista em Literatura Infantil e Juvenil pela UFF. Além de escritora, é tradutora e ministra oficinas e minicursos ligados à palavra e à literatura infantil.

Sobre o ilustrador
Fernando Vilela é artista, ilustrador, escritor, designer e educador. Como autor e ilustrador, publicou em oito países e recebeu cinco prêmios Jabuti, entre outros reconhecimentos nacionais e internacionais. Como artista, tem obras nos acervos do MoMA, de Nova York, do Museu de Arte Moderna, do Museu de Arte Contemporânea e da Pinacoteca do Estado de São Paulo.


Ficha técnica
Livro: 
"A Fazenda dos Animais"
Autor: George Orwell
Tradutora: Sandra Pina
Ilustrador: Fernando Vilela
Número de páginas: 136
Altura: 20,8 cm
Largura: 13,8 cm
ISBN: 978-65-5539-256-2
Link na Amazon: https://amzn.to/3hdo1CY

.: Grupo XIX de Teatro no Fracasso Festival - Cenas Para Celebrar a Recusa


Grupo XIX de Teatro apresenta espetáculo montado em Núcleo de Pesquisa dirigido por Ronaldo Serruya. Experimento cênico integra projeto dos 19 anos do grupo paulistano. Dezesseis artistas mergulharam na obra A Arte Queer do Fracasso do escritor e teórico americano Jack Halberstam para criar cenas autobiográficas em diversas linguagens. As apresentações acontecem em formato digital.

Resultado cênico do Núcleo de Pesquisa A Arte Queer do Fracasso, orientado e coordenado pelo dramaturgo e ator Ronaldo Serruya, um dos integrantes do Grupo XIX de Teatro, de São Paulo, o Fracasso Festival - Cenas Para Celebrar a Recusa será apresentado em formato digital de 13 a 16 de maio, de quinta a domingo, com ingressos gratuitos e transmissão pelo Zoom.

São 16 cenas curtas, divididas ao longo dos 4 dias de apresentação. No último dia todas as cenas serão apresentadas em salas simultâneas. As experiências misturam vídeo arte, podcast, desenhos, linguagem youtuber, trazendo em algum momento a presença do ator ao vivo na plataforma digital.

A pesquisa é uma das inúmeras ações que fazem parte do projeto Projeto XIX Ano 19: Crise e Insurreição, contemplado pela 35ª edição do programa Municipal de Fomento ao teatro para a cidade de São Paulo, e que está ocorrendo de maneira inteiramente remota, em função da pandemia.

De novembro de 2020 a abril de 2021, o Núcleo orientado por Ronaldo Serruya e Fabiano Dadado de Freitas, se debruçou sobre a obra do escritor e teórico queer americano Jack Halberstam intitulada A Arte Queer do Fracasso, lançada pela primeira vez no Brasil, em 2020. No livro, o autor disseca a noção binária de sucesso/fracasso e reivindica um novo olhar para pensarmos um sociedade obcecada com o pensamento positivo e a ideia de triunfo ligada à uma lógica neoliberal e meritocrática.

“Halberstam nos apresenta uma possibilidade de encarar o fracasso como recusa. Um ato de desobediência civil. É nesse sentido que ele, o fracasso, é uma categoria queer, porque estabelece rotas de fuga e alternativas numa sociedade que vem se tornando cada vez mais obcecada com a ideia heteronormativa de sucesso. O fracasso é então um caminho trilhado pelas margens. Pode ser um projeto político para viver de outra forma, de se ter uma relação mais esponjosa com a vida”, diz Ronaldo Serruya.

O Núcleo de Pesquisa foi dividido em 2 módulos. O módulo 1 teve 40 participantes e tinha como objetivo dissecar as reflexões propostas pelo autor. Foi a partir delas que cada autor/ator escolheu uma história para desenvolver as noções de fracasso pensadas por Halberstam, e ancoradas em outros autores como Paul Preciado, Paco Vidarte, Judith Butler, Audre Lorde, Jota Mombaça, e outros. Foram selecionadas 16 histórias para a continuação no Módulo 2, que durante 3 meses aprofundou as dramaturgias de cada história e pensou a elaboração das cenas para o contexto das plataformas digitais.

“Halberstam trabalha no livro a ideia de usar o que ele chama de baixa cultura para pensar o contemporâneo. É ousado isso de um autor acadêmico assumir que se apropria de produtos da cultura de massa, como cartoons e filmes B, para apoiar suas teorias. Aqui mantivemos essa provocação, e todas as cenas dialogam com isso que chamamos de cultura de massa, baixa cultura. Queríamos usar isso para friccionar com as cenas, usar esses discursos historicamente desprezados pela intelectualidade artística e acadêmica. Cada autor/ator trouxe para sua cena autobiográfica essas referências que muitas vezes achamos bizarras e menores”, pontua Serruya.

Desde 2005 o Grupo XIX de Teatro desenvolve o projeto de oficinas teatrais gratuitas de longa duração, que têm como objetivo promover um intercâmbio entre artistas de diversas formações, estudantes de artes e outros interessados em vivenciar uma experiência artística.


Sobre os Núcleos de Pesquisa
Os núcleos são coletivos formados a partir de seleções – que já chegaram a atingir o número de 600 inscritos –, que ao longo do ano e sob a orientação dos artistas do Grupo XIX de Teatro, desenvolvem pesquisas nas áreas de atuação, direção, dramaturgia, corpo e direção de arte. É nesse projeto que os artistas da companhia conduzem pesquisas sobre temas que lhes interessam individualmente, e que, mais tarde, acabam influenciando o trabalho da trupe como um todo.


Sobre o Grupo XIX De Teatro
Formado em 2001, o Grupo XIX de Teatro desenvolve pesquisa autoral que deu origem aos espetáculos Hysteria, Hygiene, Arrufos, Marcha Para Zenturo (em parceria com o Grupo Espanca), Nada Aconteceu, Tudo Acontece e Tudo Está Acontecendo, Estrada do Sul (em parceria com o Teatro Dell’Argine) e Teorema 21.

Em 2017, o grupo contou com o apoio da Lei de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo para o projeto A Estufa e Cidade, resultando na montagem do espetáculo-performance itinerante Intervenção Dalloway: Rio dos Malefícios do Diabo. Em 2018 estreou o primeiro espetáculo infantil, Hoje O Escuro Vai Atrasar Para Que Possamos Conversar, que teve seu processo criativo inspirado pelo romance De Repente, Nas Profundezas do Bosque, do escritor israelense Amós Oz.

A exploração de espaços não-convencionais, a criação colaborativa e a relação direta com o público nas encenações são elementos constitutivos dessa trajetória. Todos os espetáculos seguem em repertório até hoje tendo sido apresentados em quase uma centena de cidades pelo Brasil e cinco países do mundo com as encenações realizadas em inglês, italiano e francês.

Ao longo de sua trajetória acumula entre prêmios e indicações mais de 15 menções nos principais prêmios do país: Shell, APCA, Cooperativa Paulista de Teatro, Bravo!, Qualidade Brasil entre outros. Em 2017, foi indicado ao Prêmio Shell na categoria Inovação pela manutenção da sede na Vila Maria Zélia, na Zona Leste, e parceria com artistas de áreas diversas.

Ficha técnica:
Fracasso Festival - Cenas Para Celebrar a Recusa
Idealização:
 Ronaldo Serruya.
Orientação cênica: Ronaldo Serruya e Fabiano Dadado de Freitas.
Atuação: Camilla Flores, Carol Narchi, Dai Ida, Drica Czech, Ego Sum Frank, Heleno  Rohn, Irail Rezende, Karla Ribeiro, Larissa Alves, Marco Antonio Oliveira, Natália Martins (Tita), Ricardo Withers, Rodrigo Eloi, Rudá, Sydney Salvatori e Vicente Concilio.
Provocadores: Denilson Lopes e Jaqueline Gomes de Jesus.
Direção técnica e transmissão online webinário: Juracy de Oliveira (Pandêmica Coletivo Temporário de Criação).
Designer gráfico: Jonatas Marques.
Assessoria de imprensa: Adriana Balsanelli.
Produção: Ronaldo Serruya e Grupo XIX de Teatro (Cristiane Zonzini e Andreia Marques).

Serviço:
Grupo XIX de Teatro e Núcleo de pesquisa Arte Queer do Fracasso apresenta: Fracasso Festival - Cenas Para Celebrar a Recusa.
Orientação:
 Ronaldo Serruya e Fabiano Dadado de Freitas.
De 13 a 16 de maio - Quinta à sábado às 21h. Domingo às 19h.
Duração: 50 minutos.
Classificação etária: 16 anos.
Ingressos: grátis. Reservas em sympla.com.br/grupoxixdeteatro
Transmissão: Plataforma Zoom.



domingo, 9 de maio de 2021

.: "Duas Vezes Magia", de Cressida Cowell, de "Como Treinar Seu Dragão"

Novo livro da série "No Tempo dos Feiticeiros", da autora de "Como Treinar o Seu Dragão", traz aventura em meio a criaturas mágicas e guerreiros.


Chega ao Brasil pela Intrínseca o livro "Duas Vezes Magia", o segundo volume da série "No Tempo dos Feiticeiros", a nova aventura de Cressida Cowell. A autora e ilustradora inglesa se tornou um fenômeno da literatura infantojuvenil com o best-seller "Como Treinar o Seu Dragão", saga de 12 livros e um volume extra que vendeu mais de 830 mil exemplares no Brasil e 11 milhões no mundo. A franquia também originou uma série animada no Cartoon Network, além de três filmes produzidos pela DreamWorks, sendo que os dois primeiros foram indicados ao Oscar de melhor animação. 

Na série "No Tempo dos Feiticeiros"Cowell deixa de lado os vikings e dragões para mergulhar em um mundo encantado repleto de criaturas mágicas. Na trama, a filha da Rainha Guerreira e o filho de um grande feiticeiro foram ensinados a se odiar desde o nascimento. Mas quando uma bruxa mortal aparece no caminho da dupla, Desejo e Xar precisam unir forças para proteger seus lares.

Seguindo os acontecimentos do primeiro livro, "Duas Vezes Magia" começa com Xar em Gormincrag, uma prisão da qual dizem ser impossível escapar.  Mas o jovem feiticeiro não se deixa abater “por algo tão insignificante como a impossibilidade”. Do outro lado do reino, mais precisamente na Torre da Educação da fortaleza de ferro, Desejo está trancada no Armário de Castigo, sendo ignorada por sua mãe. 

Enquanto isso, as bruxas estão causando estragos na Floresta Selvagem, e o perigo se esconde atrás de cada árvore. Em meio a feiticeiros, guerreiros, lobisomens, elfos e gigantes, a história aborda as relações de confiança e respeito entre pais e filhos, sempre acompanhada das belas e divertidas ilustrações tão características de Cowell,  o livro "No Tempo dos Feiticeiros" seguiu a trilha de sucesso de "Como Treinar o Seu Dragão" e teve os direitos de adaptação para o cinema vendidos para a DreamWorks. Você pode comprar o livro "Duas Vezes Magia", de Cressida Cowell, neste link.


O que disseram sobre o livro

“Engraçado, emocionante e inteligente. Mais um sucesso de Cressida Cowell.” – The Sunday Times


Sobre a autora
Cressida Cowell é formada em literatura inglesa e design gráfico. Escreveu e ilustrou a série best-seller "Como Treinar o Seu Dragão", que mais tarde foi adaptada para o cinema pela DreamWorks e para a televisão com a animação "Dragões: Pilotos de Berk". A série "No Tempo dos Feiticeiros" foi inspirada pelas paisagens de Sussex, perto da região onde sua avó cresceu. Cressida mora em Londres com o marido, os três filhos e um cachorro chamado Pigeon.

Ficha técnica
Livro: "Duas Vezes Magia"
 
Autora: Cressida Cowell
Tradução: Marina Vargas
Páginas: 400
Editora: Intrínseca
Link na Amazon: https://amzn.to/3vRFHbj

.: Ilan Brenman é o 2º autor brasileiro mais vendido na China


O mercado chinês é um sonho para qualquer setor de produção. O país mais populoso do mundo representa grandes oportunidades de reconhecimento e vendas a níveis sempre inflados. Para escritores, emplacar entre os mais vendidos no país é uma vitória e tanto, pois é impactar milhões de leitores e levar a cultura brasileira para uma das principais economias globais. 

Destaque que o autor brasileiro infantil, Ilan Brenman já conquistou: é o segundo escritor brasileiro mais vendido na China nos últimos 5 anos, segundo levantamento do OpenBook, uma consultoria de Pequim especializada no mercado editorial chinês Em uma lista fornecida pela OpenBook dos brasileiros mais vendidos na China desde 2015, Ilan Brenman, foi o segundo melhor colocado, com três títulos - o brasileiro mais vendido entre todos é o autor Paulo Coelho, com oito obras. 

Entre os autores infantis, Ilan Brenman é o melhor colocado. "É uma honra figurar numa lista de best-sellers na China, um dos maiores mercados editorais do mundo. A exemplo da comercialização de meus livros em outros países da Europa e da América Latina, fico feliz em poder conectar crianças e pais por meio da minha obra em diferentes culturas. Isso mostra o quanto a literatura infantil é universal", comenta  Brenman sobre o resultado.

Obras do autor disponíveis na China, os livros "Papai É Meu!", "Pai, Todos os Animais Soltam Pum?" fazem parte do catálogo da Editora Moderna, da qual Ilan Brenman é autor exclusivo. "Pai, Todos os Animais Soltam Pum?" foi relançado no Brasil pela editora em 2020. A previsão é que mais três obras do autor  - "Mãe-Alto Falante", "Famílias" e "Você Não Vem Brincar?" - também já disponíveis no Brasil pela Moderna, desembarquem na China ainda esse ano.

.: “Depois a Louca Sou Eu”, com Debora Falabella, estreia na Amazon Prime

Longa chega hoje à plataforma de streaming, com versões legendadas e dubladas em inglês e espanhol.

Dirigido por Julia Rezende e com atuação emblemática de Débora Falabella, “Depois a Louca Sou Eu” estreia hoje, 6 de maio, na Amazon Prime. O filme está disponível para assinantes da plataforma de streaming, legendado e com opções de áudio dublado em inglês e espanhol. A plataforma está disponível em mais de 200 países, em todo o mundo. Você pode ler as duas críticas sobre o filme publicadas no Resenhando: "Depois A Louca Sou Eu": uma lista com dez motivos para assistir e "Depois a Louca Sou Eu" traz fluxos de pensamentos para o cinema.  

“Estamos muitos orgulhosas e animadas com a possibilidade do filme chegar a tantos países. É uma história universal, uma personagem que provoca identificação em toda uma geração”, diz Julia Rezende. A produção traz como ponto focal a ansiedade, um dos temas mais importantes da contemporaneidade. Sensível não apenas no recorte, como no tom da narrativa, a produção mescla humor e drama num tênue, divertido e delicado retrato geracional.

Interpretada por Débora Falabella, a inquieta protagonista, Dani, precisa lidar com crises de ansiedade que a acompanham desde a infância. Hábitos rotineiros como ir a uma festa, viajar ou aceitar um novo emprego acabam se tornando desafios para a jovem, que só queria levar uma vida normal, mas precisa lidar diariamente com seus medos e angústias. Gustavo Vaz e Yara de Novaes completam o elenco principal do longa-metragem, que foi produzido por Mariza Leão, pela Morena Filmes, com coprodução de Globo Filmes e Miravista.

Gustavo Lipstzein assina o roteiro, que foi adaptado a partir do sucesso literário “Depois a Louca Sou Eu” e autobiográfico da escritora Tati Bernardi, lançado em 2016. No livro, a autora se utiliza do potencial cômico do exagero para gerar empatia, uma característica mantida por Rezende no comando da produção. Não são poucos os momentos em que, na tentativa de narrar algumas de suas crises durante o filme, Dani é traída pela memória e se contradiz ao expor a cronologia dos acontecimentos de sua vida, o que inevitavelmente desperta identificação e riso no espectador.

A situação de Dani parece melhorar quando ela se apaixona por Gilberto (Gustavo Vaz), um homem com questões similares e que parece entendê-la melhor do que ninguém, para o desespero da mãe superprotetora da protagonista, Silvia (Yara de Novaes), que não hesita em se intrometer na relação. 

Em meio às incertezas de um novo romance e um histórico materno problemático iniciado ainda na infância, Dani passa por um longo e doloroso processo de autodescoberta para entender o que é melhor para si. Paralelamente, seu talento para a escrita parece aflorar cada vez, pois é justamente em seus textos que ela consegue dar vazão a algumas de suas angústias. Cercada de oportunidades profissionais até então inimagináveis, a personagem se torna um espelho das mulheres de 30 e poucos anos ao conciliar uma rotina agitada permeada por crises emocionais, namoros, tensões familiares e ascensão profissional.

Sinopse
Jovem, intensa e autêntica, Dani só queria levar uma vida normal. Mas, desde criança, vive em descompasso com seu mundo. Enquanto encanta a todos com o talento que a torna uma brilhante escritora, ela tenta de todas as formas controlar seus medos e constantes crises de ansiedade. Comédia dramática. Classificação: 16 anos.

.: "Codinome Madame" estreia no dia 15 em curta temporada online


Segundo espetáculo da trilogia "Madame", da Nossa Companhia, "Codinome Madame" revisita obras de poetas como Rimbaud, Brecht, Goethe, Clarice Lispector, Oscar Wilde e Fernando Pessoa. Fotos: João Valério

Imagine o Brasil 20 anos à frente. Em um futuro distópico, a liberdade de expressão é controlada com mãos de ferro, o estado laico não existe e os artistas foram banidos da sociedade. Nesse contexto, qualquer manifestação artística é calada, mas a arte resiste e busca lacunas para respirar. Esta é a premissa de "Codinome Madame", segundo espetáculo da trilogia "Madame" da Nossa Companhia que estreia em 15 de maio e cumpre temporada online até 31 de maio, de sábado a segunda.

Com texto e direção de Tati Bueno, codireção de André Grecco e atuação de Bia Toledo, "Codinome Madame" conta a saga de Madame, uma ex-atriz que acolheu artistas perseguidos, recolheu obras de artes, instrumentos musicais e livros e passou a viver clandestinamente. Com uma proposta imersiva, o espectador é convidado a entrar no universo da peça antes mesmo do espetáculo começar. Para assistir, o público deve fazer um cadastro com um codinome no site #codinomemadame, onde notícias contextualizam o futuro distópico no qual a peça se passa. 

O link da transmissão será enviado pelo WhastApp cadastrado. Além disso, durante a semana que antecederá a apresentação os convidados receberão “notícias” deste futuro distópico. Ao acessarem o link da transmissão, a atmosfera estará criada. "Codinome Madame" foca nos desdobramentos emocionais da protagonista e conduz o espectador pelos caminhos tortuosos da memória da personagem.

“Quando começamos a trabalhar no texto o país passava por um processo de desvalorização da cultura e identificamos convergências com os períodos do pós primeira guerra e da ditadura. Começamos a imaginar para onde estávamos caminhando. Não acreditamos que esta seja uma realidade irreversível, mas é um processo que precisamos colocar em discussão”, diz a dramaturga Tati Bueno. “Vivemos em uma sociedade doente onde todos os valores estão, de alguma maneira, invertidos. A empatia é artigo raro. Esse caos todo foi causado por nós mesmos. Como vamos remediar toda essa desgraça? Não temos uma resposta, só podemos te convidar a refletir sobre como funciona a sociedade e te encorajar a mudar”, completa Bia Toledo. 

O espetáculo revisita obras de poetas como Rimbaud, Brecht, Goethe, Clarice Lispector, Oscar Wilde, Fernando Pessoa, entre outros, evidenciando que as artes colaboram com a construção da memória coletiva e a história de um povo. Na jornada de Madame, é possível acompanhar o seu renascimento, ou o ressurgimento da arte, como um respiro em meio ao caos.

Tanto artistas como amantes da arte encontram espaço para manter vivo o teatro, a música, a poesia, as liberdades, nos dando a oportunidade de refletir sobre nossa relação com a arte e como ela é necessária. “A peça é, para mim, a elaboração simbólica de tempos sombrios, nos quais se revela a crueldade humana e, ao mesmo tempo, encontra-se a urgência da vida, que há algum tempo está guardada em caixas com instrumentos musicais calados”, diz André Grecco.

Destaque, ainda, para a equipe de criação artística, o Cenário do Chris Aizner,  deixa a alvenaria a mostra, exposta a nossa bandeira chamada Cortina de Boca, que chama por toda pintura, todo grafite, todo rabisco que preenche hoje qualquer página em branco, qualquer muro em qualquer lugar. A preparação da atriz foi feita sob o olhar cuidadoso de Inês Aranha e Jéssica Areias.

A trilha sonora, dirigida por Felipe Antunes, toda baseada em metais, sem nenhum outro instrumento de apoio, foi executado apenas com trombone, bombardino e tuba, pelo músico por Allan Abbadia, que também assina a assistência de direção musical. "Trabalhou-se com a sensação da forja. Do metal forjado, do fogo, da ilusão de um instrumento que pode parecer outro", afirma Felipe. O tratamento final da trilha ficou por conta de Fábio Sá.

O processo de "Codinome Madame" começou em abril de 2019, ou seja, muito antes do isolamento social imposto pela pandemia. Mas o texto aborda os efeitos desse confinamento na saúde mental e, no caso de Madame, a arte que tem salvado muita gente, está proibida. 


Sinopse do espetáculo
"Codinome Madame", trata de um futuro distópico, sem ócio, sem cio, sem ar, no qual a arte foi abolida, a personagem busca forças para brotar de onde teve que encerrar-se há 20 anos, um espaço de arte desativado, que ainda guarda o cheiro de lembranças muito vivas. Madame revisita suas histórias que contracenam com a história de seu país.

Sobre a Nossa Companhia
A Nossa Companhia é um coletivo de teatro aberto, um organismo fluido, que busca refletir de forma criativa os caminhos da nossa sociedade. Fundada em 2013, reuniu artistas com longas trajetórias individuais e objetivos em comum. Hoje sediada no Alvenaria Espaço Cultural, na capital paulista, tem como integrantes Alexandra DaMatta, André Grecco, Bia Toledo e Tati Bueno. A Nossa Companhia tem como propósito fundamental desenvolver uma dramaturgia própria.

No atual trabalho, a trilogia "Madame", a força do universo feminino entra em cena. "Madame e a Faca Cega" é o primeiro espetáculo da trilogia. O trabalho teve sua primeira apresentação em março de 2021 na MoMo, a Mostra de Monólogos do Alvenaria e estreia em temporada em abril do mesmo ano. A segunda peça da trilogia, "Codinome Madame", com estreia em maio de 2021, se passa em um futuro distópico onde a arte foi proibida e uma atriz passa anos enclausurada para se proteger e proteger toda a arte que conseguiu guardar. A terceira peça está em fase de pesquisa dramatúrgica.

Serviço
Espetáculo:
"Codinome Madame"
Sábado a segunda, de 15 a 31 de maio, às 21h.
Gratuito.
Ingressos: cadastro pelo site #codinomemadame: https://sites.google.com/view/codinomemadame
Transmissão:
o link será enviado por WhatsApp aos espectadores cadastrados

Ficha técnica
Espetáculo: "Codinome Madame"
Concepção: Bia Toledo e Tati Bueno
Dramaturgia: Tati Bueno
Codireção: André Grecco e Tati Bueno
Atuação: Bia Toledo
Preparação de elenco: Inês Aranha
Preparação vocal: Jessica Areias
Direção musical: Felipe Antunes
Assistente de direção musical, trombone, bombardino e tuba: Allan Abbadia
Edição e mixagem: Fábio Sá
Cenário, figurino e ilustrações: Chris Aizner
Designer gráfico: Adriana Alves
Costureira: Judite de Lima
Cenotécnico: Fernando Lemos
Acessórios: Carol Tasca
Direção de fotografia: Nara Ferriani
Desenho de luz: André Grecco e Tati Bueno
Operação de luz: Samya Peruchi
Captação de áudio e operação de som: Cecília Lüzs
Coordenação de comunicação: Dimalice Nunes
Assessoria de imprensa: Pombo Correio
Fotos: João Valério
Direção de produção: MB Produções Artísticas
Produção executiva: Beatriz Passeti e Camila Pontremoli
Realização: Nossa Companhia.


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