quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

.: Crítica: "Depois a Louca Sou Eu" traz fluxos de pensamentos para o cinema

Por: Mary Ellen Farias dos Santos*

Fluxos de pensamentos extremos que guardamos a sete chaves internamente. É a explosão de emoções que, geralmente, não deixamos transparecer em situações de conflito que ditam o ritmo frenético do filme estrelado por Débora Falabella: "Depois a Louca Sou Eu", inspirado no livro de mesmo nome, escrito por Tati Bernardi

O longa dirigido por Julia Rezende não é uma história de amor, mas sobre entendimento de ser quem é. Sabendo que resultamos muito da vivência dos nossos pais, logo, Dani (Débora Falabella), além de se conhecer, também precisa lidar com a mãe (Yara de Novaes). Mulher super protetora, mas também inibidora. A personificação de quem tenta acertar, mas erra -o que reflete muito nas neuras de Dani.

Cheia de cismas desde ainda menina, Dani na vida adulta, dá o melhor para levar uma vida normal -ou quase. Para driblar as constantes crises de ansiedade, até evita vomitar de nervoso e procura os mais inusitados tratamentos para o problema. Contudo, em meio a frustrações amorosas e profissionais, acaba se rendendo ao Rivotril e "otras cositas". Surge assim a relação de Dani com os medicamentos.

No entanto, o longa de 90 minutos com texto imagético vai muito além da estética. Em meio a microcenas e cenários em cores vibrantes que ora pendem para o verde -nas situações tranquilas- e ora para o vermelho -quando Dani entra em pânico. E como é agradável ver anotações na tela do que se passa na mente da jovem hiperativa. Acompanhar as peripécias de Dani é prazeroso e super divertido. Imperdível!


BATE-PAPO: Em coletiva de imprensa virtual, a produtora Mariza Leão, a diretora Julia Rezende e os atores Débora Fababella (Dani), Gustavo Vaz (Gilberto) e Yara de Novaes (Silvia) explicaram o processo da produção até o lançamento em 25 de fevereiro de 2021 -planejado para abril de 2020 e reagendado devido o período de pandemia.

Débora Falabella que dá vida a Dani, a protagonista confessou que já tinha lido o livro e amava o jeito que Tati Bernardi escrevia, logo desejava interpretar a personagem há anos e até comentou, por vezes, com a escritora a respeito. Por outro lado, na prática, "a Dani foi se formando, não foi preciso imitar alguém" em específico, confessou a atriz. Tanto é que "surgiu "O Diário de Uma Quarentena" pelo fato de a personagem estar entranhada e ter um perfil coerente com o momento." Série spin-off do filme que pode ser acompanhada no Instagram da Paris Filmes.

A protagonista revela ter aproveitado todos os momentos de gravação do longa produzido pela Morena FilmesA diretora Júlia, que sempre achou que o filme teria uma estética pop, complementa que a atriz "embarcou na realização". Assistindo Depois a Louca Sou Eu, numa cabine de exibição, Débora comenta que foi como expectadora: "Eu gargalhei."

Para o ator Gustavo Vaz, que interpreta Gilberto, os bastidores do longa, que o deixou geralmente rodeado por mulheres, "foi um dos sets mais calmos" que já trabalhou. Esse "filme é um lugar de identificação. Cria a ideia de pertencimento. Os personagens não são perfeitos, mas representam a tentativa de se enquadrar. Os personagens são o espelho um do outro. Segundo o ator, o personagem Gilberto traz um contraste cômico, em Depois a Louca Sou Eu.

A atriz Yara de Novaes (Shippados), que interpreta Silvia, mãe de Dani, teve como inspiração a própria vivência como mãe, o que facilitou para incorporar a personagem. Esta é a importância de conhecer a própria história. A figura materna de Sílvia surgiu de todos os elementos, da vida da atriz, incluindo a amizade com Débora.

Conforme Yara de Novaes que trabalha ao lado de Débora Falabella em outros espetáculos de sucesso como "Neste Mundo Louco, Nesta Noite Brilhante", a Silvia estabelece uma "relação de muito amor e negação, muito controle e liberdade" com Dani. No entanto, além da amizade com a protagonista, Yara destaca também a importância do trabalho por trás das câmeras, do figurinista ao visagismo. "Tudo é importante para ajudar a criar o personagem."

Na visão da diretora, Depois a Louca Sou Eu, pode ser um filme de "terapia coletiva". Ainda mais considerando a importância de "abrir o diálogo sobre procurar psiquiatra, pois é um tabu." Segundo Júlia, o filme é "sobre como Dani lida com o que a mãe passou a ela.De acordo com a produtora Mariza Leão, o filme é o resultado do "amor pelo cinema", pois o longa "reúne todos os elementos micro que são macro para o filme ser o que é".


Filme: Depois a Louca Sou Eu 

Elenco: Débora Falabella, Yara de Novaes, Gustavo Vaz, Débora Lamm

Gênero: Comédia, drama

Diretora: Júlia Rezende

Autora: Tati Bernardi

Roteiro: Gustavo Lipsztein

Produção: Mariza Leão

Duração: 90 minutos

Classificação: 16 Anos

Data de lançamento: 25 de fevereiro de 2021 (Brasil)

Produção: Morena Filmes

Distribuição: Paris Filmes / Downtown Filmes


*Mary Ellen Farias dos Santos é criadora e editora do portal cultural Resenhando.com. É formada em Comunicação Social - Jornalismo, pós-graduada em Literatura, licenciada em Letras pela UniSantos - Universidade Católica de Santos e formada em Pedagogia pela Universidade Cruzeiro do Sul. Twitter: @maryellenfsm

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