terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

.: Crítica de "Depois A Louca Sou Eu": uma lista com dez motivos para assistir


Por 
Helder Moraes Miranda, editor do Resenhando.

Um filme bordado a mão (e você vai entender ao longo do texto). Esta é a melhor definição de "Depois a Louca Sou Eu", longa-metragem que estava marcado para estrear dia 23 de abril do ano passsado, mas teve o lançamento adiado por conta da pandemia, e estreia nos cinemas na próxima quinta-feira, dia 25. Estrelado por Débora Falabella, Yara de Novaes e Gustavo Vaz, o filme é baseado na autobiografia homônima de Tati Bernardi e mistura humor e sensibilidade. 

"Depois a Louca Sou Eu" conta a história de Dani,  uma jovem escritora que tenta levar uma vida normal apesar das crises de pânico e ansiedade que a acompanham desde a infância. Ao abordar o drama de Dani, a protagonista, o filme trata de questões existencialistas que são recorrentes aos tempos modernos, como ansiedade e depressão, mas não é só isso: o filme aponta caminhos para que a vida seja conduzida de uma maneira melhor. O Resenhando.com listou dez motivos para você ir correndo para a sala de cinema mais próxima e assistir ao filme. Um investimento para a sua saúde mental, em tempos tão loucos.


1. "Depois a Louca Sou Eu" é um filme bordado a mão.
Muitas cenas de poucos segundos demonstram o carinho da produção. O filme é muito colorido, de maneira literal e metafórica, apesar de tratar de um assunto tão espinhoso quanto a saúde mental. De acordo com a cineasta Julia Rezende, durante a coletiva de imprensa realizada para divulgar o livro,  "Depois a Louca Sou Eu" foi pensado para ter a cor rosa-chiclete, ou seja, algo muito pop. Na tentativa de narrar as crises de ansiedade durante o filme, Dani, a personagem de Débora Falabella, é traída pela memória e se contradiz ao expor acontecimentos. 

Isso reflete em muitas consequências em uma obra audiovisual. Só para ter ideia, Débora Falabella trocou de figurino 75 vezes ao longo do filme. Há uma cena em que ela está de noiva que dura poucos segundos e outras muito rápidas que precisaram ser gravadas para que a história fosse contada de maneira satisfatória. Isso, em um filme, demanda figurinos, cenários, paciência e muito investimento.  "Depois a Louca Sou Eu" reúne várias microcenas e isso é uma delicadeza e um carinho com quem quem está assistindo a filme.


2. Filme trata de transtorno de ansiedade de maneira leve.
Crises de pânico e de ansiedade são temas constantes no mundo contemporâneo. Provavelmente você já passou por isso ou conhece alguém que teve uma crise dessas.  "Depois a Louca Sou Eu" trata desses assuntos com muita leveza e humor, de uma maneira em que o espectador termina o filme repleto de otimismo e disposto a enfrentar o que vier pela frente.


3. Pela primeira vez, um filme reúne Débora Falabella e Yara Novaes.
Parceiras de longa data no teatro, amigas na vida real,  "Depois a Louca Sou Eu" também é uma celebração de uma amizade que se solidificou no teatro. No filme, elas interpretam mãe e filha e presenteiam o público com cenas muito bonitas, repletas de uma sintonia que já pôde ser conferida muitas vezes no teatro. Ambas fazem parte do Grupo 3 de Teatro, que no ano passado completou 15 anos e fez uma mostra de repertório com as peças "Contrações", "Love, Love, Love" e "Neste Mundo Louco, Nesta Noite Brilhante" - esta última, inclusive, virou webssérie. Um alento para quem ficou em casa durante a quarentena.


4. Tati Bernardi é a essência do filme.
Não é novidade que a inquieta personagem que protagoniza o filme saiu da mente inventivo desta escritora, cronista do jornal Folha de S.Paulo, aclamada por uma legião de fãs. A essência de Tati Bernardi está tanto no filme quanto no livro  "Depois a Louca Sou Eu", da acidez ao brilhantismo, e é possível enxergar nas falas dos personagens os textos dela. Há  autenticidade, poesia e um olhar crítico de quem sabe rir de si mesma e do mundo ao redor dela. Pelo fato de o filme ter tanto dela, foi uma decisão esperta colocar o roteirista Gustavo Lipstzein para escrevê-lo para que ele desse m novo olhar para a obra.


5. Antes de ser lançado, filme deu origem a uma websérie. Débora Falabella gravou, de casa, uma série de vídeos com o próprio celular, interpretando Dani, a protagonista do filme "Depois a Louca Sou Eu". São microrrelatos sobre a quarentena da personagem. Os textos são da própria Tati Bernardi, autora do livro homônimo que inspirou o filme. Além disso, há planos de transformar o filme em seriado. Sete milhões de pessoas já assistiram. Quem quiser conferir os episódios hoje pode conferir no instagram da Paris Filmes.


6. Protagonista é uma mulher inquieta e cheia de problemas.
 A Dani de "Depois a Louca Sou Eu" também é contemporânea e concilia a vida que leva com crises de ansiedade. Além de precisar lidar com os problemas, ela também precisa realizar atos corriqueiros, como ir a festas, passar o reveillón longe de casa, e resolver todas as tarefas de uma profissional bem-sucedida. Muitos, homens e muheres, irão se identificar e se inspirar para resolver questões como essa da melhor maneira possível. 


7. Filme é baseado em best-seller de 2016.
No roteiro de  "Depois a Louca Sou Eu", Gustavo Lipstzein teve a sabedoria de utilizar o potencial cômico do exagero do livro para gerar empatia. Ao misturar drama e comédia, o roteirista e a autora do livro, dentro de suas artes, fazem com que a desinformação seja desmistificada, contribuindo, assim, para a diminuição do preconceito com pessoas que sofrem com o transtorno de ansiedade. 


8. "Depois a Louca Sou Eu" mostra as dores e as delícias de um casal disfuncional. Débora Falabella e Gustavo Vaz interpretam, no filme, um casal disfuncional. Não é uma comédia romântica, como muitos podem pensar, mas uma comédia dramática, porque não gira em torno de uma história de amor, mas em que os personagens sentem por dentro. Os personagens Dani e Gilberto apresentam questões similares e parecem se entender como ninguém, até que... Como eles poderão sobreviver juntos em um mun do de incertezas com tantas questões que ambos trazem para o relacionamento? 


9. Filme é dirigido por Julia Rezende.
A cineasta brasileira tem no seu DNA o talento dos pais, o diretor de cinema Sérgio Rezende e a produtora Mariza Leão. Formada em História pela PUC-Rio, ela estudou roteiro na Escola de Cinema Darcy Ribeiro. Apesar da pouca idade, Julia tem uma longa experiência. Começou a carreira como assistente de direção em programas de TV e filmes como "Zuzu Angel" (2006), de Sergio Rezende, e "De Pernas pro Ar 1 e 2", de Roberto Santucci. O curta-metragem "Nesta Data Querida", dirigido por ela, foi eleito o melhor da categoria pelo júri popular do Festival Paulínia de Cinema de 2009. Como diretora, fez os filmes "Meu Passado me Condena 1 e 2", "Ponte Aérea","Um Namorado para Minha Mulher". Agora, com "Depois a Louca Sou Eu", tem mais um sucesso no currículo.


10. Filme é produzido por Mariza Leão. "Depois a Louca Sou Eu" tem como produtora um grande nome do cinema nacional: Mariza Leão. Uma mulher ue foi fundamental na recolocação do cinema brasileiro em cartaz e uma das profissionais mais empenhadas na formulação de políticas para o cinema brasileiro. Fundou a Morena Filmes em 1975 e a Atitude Produções, em 2001. Realizou mais de 20 longa-metragens, entre eles, com a cineasta Julia Rezende, "Meu Passado me Condena 1 e 2", "De Pernas pro Ar 1 e 2", além de "Meu Nome Não é Johnny" e, mais recentemente, atuou como co-produtora de "Um Tio Quase Perfeito 2". Essas e outras razões tornam "Depois a Louca Sou Eu" um filme imperdível.


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