segunda-feira, 23 de agosto de 2021

.: "Viva Palavra": Museu da Língua Portuguesa inaugura espaço expositivo


Com curadoria do cartunista Antonio Junião, mostra em um dos pátios da Estação da Luz reúne sete ilustrações inspiradas nos sentimentos despertados pela pandemia. Foto: Ciete Silverio

O Museu da Língua Portuguesa, instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, inaugura um espaço expositivo no Pátio B do edifício histórico da Estação da Luz – aberto ao público pela primeira vez e com acesso livre, dentro da proposta do projeto de reconstrução de conectar a rua, o Museu e a Estação da Luz de forma mais orgânica. O local é ocupado com a instalação “Viva Palavra”, com sete ilustrações de nomes como Luna B, Efe Godoy, Breno Loeser, Yacunã Tuxá, Renata Felinto, Criola e Antonio Junião, que também assina a curadoria. Para visitá-la não é necessário pagar ingresso.  

São artistas de diferentes lugares do país, como Bahia, Piauí, São Paulo, Minas Gerais, Brasília e Sergipe. “A ideia é mostrar a diversidade do que tem sido produzido fora do eixo Rio-São Paulo”, comenta Junião. Cartunista e ilustrador, ele atua na imprensa desde 1994, colaborando com veículos como Folha de S. Paulo, El País Brasil e Ponte Jornalismo. “Os trabalhos selecionados refletem as experiências efervescentes oriundas de movimentos artísticos, culturais e sociais”, afirma. 

“Viva Palavra” é um desdobramento do projeto “A Palavra no Agora”, lançado em julho de 2020 para estimular o público a pensar sobre os sentimentos complexos despertados pela pandemia, por meio de exercícios de escrita disponibilizados em uma plataforma online. As publicações enviadas pelos internautas serviram de referência para os artistas desenvolverem seus trabalhos. O projeto continua acessível e aberto para novas participações no site noagora.museudalinguaportuguesa.org.br.  

Trechos dos textos enviados pelo público também estão expostos no Centro de Referência do Museu da Língua Portuguesa – outra novidade do projeto de reconstrução. Trata-se do núcleo responsável por pesquisar, documentar e difundir as referências patrimoniais materiais e imateriais que compõem o acervo do MLP. 

A instalação “Viva Palavra” pode ser visitada gratuitamente de terça a domingo, das 9h às 16h30, com acesso direto pela gare da Estação da Luz e pela Praça da Luz. Já o Centro de Referência recebe visitantes de terça a quinta, das 10h às 15h. O Pátio B fica localizado no canto do edifício mais próximo da Rua José Paulino.  

Exposição principal e Exposição Temporária - Para ver a exposição principal do Museu da Língua Portuguesa e a exposição temporária “Língua Solta”, o ingresso deve ser adquirido pela internet, ao custo de R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia). A entrada é grátis para crianças até 7 anos e grátis para todos aos sábados. Por conta da pandemia, os ingressos – mesmo os gratuitos – devem ser emitidos pela internet, com dia e hora marcados para visitas. Saiba mais em https://www.museudalinguaportuguesa.org.br/


Serviço
Museu da Língua Portuguesa 
Praça da Luz s/n - Luz - São Paulo
De terça a domingo, das 9h às 16h30 (permanência até 18h)
https://www.museudalinguaportuguesa.org.br/


Mostra “Viva Palavra” 
Grátis - Pátio B da Estação da Luz 
Acesso pela Praça da Luz e pela gare da Estação 

Exposição principal + Exposição Temporária “Língua Solta” 
R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia)
Grátis para crianças até 7 anos
Grátis aos sábados 
Acesso pelo Portão A (em frente à Pinacoteca)
Ingressos exclusivamente pela internet
https://bileto.sympla.com.br/event/68203 

Sobre o Museu da Língua Portuguesa:
A reconstrução do Museu da Língua Portuguesa é uma realização do Governo Federal, por meio do Ministério do Turismo, e do Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, concebida e realizada em parceria com a Fundação Roberto Marinho. A EDP é patrocinadora máster e os patrocinadores são Grupo Globo, Itaú Unibanco e Sabesp – todos por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. O apoio é da Fundação Calouste Gulbenkian.

A Temporada 2021 do Museu conta com patrocínio da Volvo e do Itaú Unibanco, apoio da Booking.com e do Grupo Ultra e das empresas parceiras Cabot, Mattos Filho Advogados, Faber-Castell, Verde Asset Management e Bain&Company - todos por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Rádio CBN, Revista Piauí e Guia da Semana são seus parceiros de mídia. O IDBrasil Cultura, Educação e Esporte é a Organização Social responsável pela sua gestão.

domingo, 22 de agosto de 2021

.: Existe espaço para o "Comendador" de "Império" na dramaturgia de hoje?


Abusivo e egoísta, ele forjou a própria morte sem se importar com quem realmente gostava dele. Globo/Alex Carvalho.

Por Helder Moraes Miranda, editor do Resenhando.

Quando passou pela primeira vez, em 2014, a novela "Império" consagrou um personagem: o "Comendador" José Alfredo. Abusivo e egoísta, ele forjou a própria morte sem se importar com quem realmente gostava dele. Além disso, comeu um exame de DNA para não saber se a filha bastarda era realmente biológica (ou não) só porque não tem capacidade para lidar com a verdade. 

Depois, em um plano mirabolante de forjar a própria morte, deixa a "bucha" nas mãos da filha, mas tira todo o dinheiro da empresa - deixando todos, inclusive a filha, sem ter como administrar os negócios da empresa, em uma espécie de sadismo própria dos psicopatas. 

Intérprete do personagem, o ator da novela, Alexandre Nero, mudou de patamar e se tornou astro de primeira grandeza na TV Globo, e o autor da obra, Aguinaldo Silva, ganhou um Emmy Internacional pela novela. Mas será que sete anos depois a novela - que vem patinando na audiência - e principalmente o personagem... teria a mesma aceitação? 

Na novela, João Alfredo, além de tratar todos os filhos como nada, tem um caso com uma moça bem mais jovem do que a filha. A amante, com ares de "ninfetinha", é chamada de "sweet child" ("doce criança"). Ele não abre mão de brincar com os sentimentos da jovem, que chorou a morte de mentirinha dele a troco de quase nada. Também não "amacia" em nada a vida da esposa, com quem se mantém casado e a trai de todas as maneiras. José Alfredo ainda tripudia dos sentimentos da vilã Cora, e em uma das cenas a dopa para não cumprir uma promessa absurda de uma noite com ela em troca de pedras que foram roubadas e que pertenciam a ele. 

"Império" é uma novela péssima que, de tão ruim, fica gostosa de assistir (para tirar sarro, evidente). O "Comendador", por sua vez, é insuportável e ridículo como tudo o que o rodeia. Há uma movimentação de repúdio, mínima, é verdade, mas contundente, nas redes sociais. A maior parte formada por mulheres que condenam o comportamento antiquado do protagonista de "Império". 

Muitos repudiam e questionam as atitudes de um personagem tão controverso. Há uma pesquisa recente nos Estados Unidos que aponta um declínio do protagonista médio dos seriados norte-americanos: o anti-herói de meia idade, com algum conflito que dificultam a vida de todos os que estão ao redor deles. Mulheres estão assumindo este espaço e, ao que tudo indica, vem uma leva de mulheres tão detestáveis quanto personagens masculinos com este perfil na teledramaturgia. Tipos patéticos como os do Comendador parecem, finalmente, estar com os dias contados.

.: Em projeto solo, Zezé Di Camargo brinda o lançamento de single e EP


Em trabalho solo, a volta às origens, como o artista mesmo define, é traduzida no lançamento de “Vou Ter de Tomar Uma”, primeira canção do áudiovisual captado em Goiânia no mês de junho e que ganhou todas as plataformas na última sexta-feira, dia 20 de agosto. Foto: Flaney Gonzallez

“Rústico” é o mais do que o título do projeto solo de Zezé Di Camargo. É o estilo que traduz o estilo de vida que o cantor e compositor escolheu para viver desde que começou a pandemia. Assim ele tem passado os seus dias em contato com o que mais ama: a natureza, o violão, a música e a família. A volta às origens, como o artista mesmo define, é traduzida no lançamento de “Vou Ter de Tomar Uma”, primeira canção do áudiovisual captado em Goiânia no mês de junho e que ganhou todas as plataformas na última sexta-feira, dia 20 de agosto.

Com direção de Anselmo Troncoso, produção musical de Felipe Duran, supervisão geral de Emmanoel Camargo e artística com assinatura de Rafael Vannucci, “Rústico” foi registrado na Villa Cavalcare, uma charmosa casa de eventos na capital de Goiás.  Para estrear o projeto, “Vou Ter de Tomar Uma” (Danimar/Victor Gregório/Marco Aurélio) traz o título sugestivo para quem quer brindar a realização de um sonho. 

“Por conta do isolamento social, provocado pela pandemia, eu me instalei na minha fazenda em Araguapaz (GO), onde criei e desenvolvi ‘Rústico, que resgata ainda mais a minha essência de homem do campo, do amante das rimas e das noites enluaradas. Eu não só declamei, como até profetizei em um poema que escrevi há alguns anos: ‘Nasci numa casa branca, fincada num pé de serra, onde canta os passarinhos e é mais bela a primavera. Sou da terra onde o mato fica verde o ano inteiro, sou do estado que pulsa o coração do brasileiro... Sou menino viajante em busca de algo mais, mas um dia eu volto e planto os meus sonhos em Goiás’. No fundo é isso: com a ausência dos shows, voltei às origens, levei a minha mulher e os meus pais para a fazenda. Lá, dia a dia, crescia a vontade de produzir algo com o meu jeito de ser. É bem assim: plantar os sonhos na minha terra”, afirma Zezé Di Camargo.

O sonho que se torna real nesta sexta será traduzido em um produto audiovisual com EP apresentando cinco faixas e também clipes, que estarão nas plataformas digitais, no canal do artista no YouTube e em todas as rádios do Brasil. A começar por “Vou Ter de Tomar Uma” pode-se esperar muita moda de viola para quem tão bem entende do público de sertanejo e que soma 30 anos de brilhante carreira ao lado do irmão Luciano. 

Por isso, ele já avisa de antemão que esse trabalho solo não significa uma separação do mano, mas, sim, um projeto pessoal pelo qual vem se empenhando há bastante tempo. Todos os detalhes foram milimetricamente pensados e focados na concepção do projeto, por isso a gravação em uma casa temática. No repertório a assinatura de grandes compositores do gênero. 

No mais, cada acorde terá seus tons e os dons de Zezé Di Camargo nas plataformas de músicas. A expectativa para “Rústico” tem movimentado o mercado sertanejo e promete ser o projeto que vai dar ressonância a um dos maiores ícones do gênero.


Tracklist de "Rústico"

1. "Fraude" (Henrique Casttro/Ronale /Ricardo Vismarck /Elvis Elan) - Inédita

2. "Banalizaram" (Henrique Casttro/Elvis Elan/Maykow Melo/Bruno Mandioca) – Inédita

3. "Vou Ter que Tomar Uma" (Danimar/Victor Gregório/Marco Aurélio) - Inédita

4. "35 Latinhas de Cerveja" (Danimar/Victor Gregório/Marco Aurélio) - Inédita

5. "Pedras" (Tivas e Randall) - Regravação

.: Revelações: Nelson Motta entrevista Marisa Monte pela primeira vez


Bate-papo inédito estará disponível em vídeo no app do Amazon Music e no canal do streaming no Youtube. Foto: Cortesia do Amazon Music/Julia Assis

Pela primeira vez, o jornalista Nelson Motta entrevista a cantora Marisa Monte em um programa original do Amazon Music. Curiosamente, esse encontro não havia saído do papel, por mais que o produtor musical seja reconhecido como um dos maiores responsáveis pelo lançamento da carreira da artista - após ter dirigido seu primeiro show profissional, em 1987. A conversa está disponível em vídeo no aplicativo e no canal do Amazon Music no YouTube .

"Quando encontro para conversar com o Nelsinho, o tempo é sempre curto e os assuntos infinitos. Ele diz que é um homem de sorte, mas sorte é de quem tem ele por perto", afirma Marisa depois da entrevista concedida ao autor da autobiografia "De Cu Pra Lua". Durante a conversa, que durou cerca de uma hora, Marisa e Motta conversam sobre diversos temas, como carreira, filhos e visões de mundo. 

A cantora e compositora também revela o que está por trás de seu mais recente álbum, intitulado "Portas". Além disso, Marisa contou curiosidades sobre sua vida e o mundo da música, como momentos vividos com Tim Maia e a parceria criada com Chiquinho Brown, filho de seu amigo e também companheiro de profissão, Carlinhos Brown.

"Estamos vivendo um momento de muita dificuldade, angústia e incerteza. Eu queria oferecer - com o trabalho recém-lançado - um contraponto a isso. Parece que não, mas vai melhorar. Se você pegar uma curva de tempo de 50 anos, para a ciência, as mulheres, os LGBTs, negros, o mundo está melhor. Nesse momento de retração conservadora que estamos vivendo, temos de ficar atentos. Mas eu vejo que vai ter um momento em que iremos avançar. São ciclos da vida. Depois da tempestade, vem a calmaria e a bonança", declara Marisa. Esta entrevista em vídeo é a primeira de uma série que Nelson Motta conduzirá e estará disponível exclusivamente no Amazon Music.


.: "Ubirajara": Soraya Ravenle estreia show com direção Inez Viana


Cantorias nas janelas e pátio do próprio edifício para aplacar a solidão durante a pandemia, encontros com vizinhos com quem nunca havia conversado ao longo de quase 30 anos, e a descoberta do significado de Ubirajara, nome do seu edifício, inspiraram o novo trabalho de Soraya. Investindo cada vez mais na diluição das fronteiras entre corpo, voz e interpretação, a artista reconhece este trabalho como diferente de todos os que já fez.

Era ainda o primeiro semestre de 2020, início da pandemia, quando um planeta inteiro se resguardava em casa, perplexo, sem entender muito do que acontecia. Neste momento, artistas de todo o mundo ocupavam janelas e terraços com sua arte, cantando, dançando e tocando instrumentos na busca de trazer alento e diminuir a solidão de cada um isolado em seu quadrado. Assim fez Soraya Ravenle, ao cantar para os moradores do seu edifício, o Edifício Ubirajara - nome que deu origem ao show que começou a ser gestado em plena incerteza, e que agora chega aos palcos com direção de Inez Vianna.

Ubirajara vem do idioma indígena Tupi, formado pela junção dos elementos “übürai”, que significa “lança” e ”yara”, que quer dizer “senhor” - “senhor da lança” ou “senhor da vara”. “Ubirajara é o nome do prédio onde moro há 26 anos, onde criei minha filha. Somente durante a pandemia fui procurar saber o que significa esse nome. Somente durante a pandemia, cantei na janela e conversei com muitos vizinhos com quem não tinha trocado mais do que um bom dia, uma boa tarde, um boa noite. Bons encontros estão acontecendo na vizinhança. Novas redes de afetos… (…) Esse show nasce da cantoria na janela, que passou para a quadra do prédio e agora vai para os palcos, todos os possíveis… que nem sabemos quais serão…”, conta a artista.

Neste trabalho, que a própria Soraya reconhece como diferente de todos os que já fez, são difusos os limites entre corpo, voz e atuação – as três as expressões existem absolutamente interligadas. Numa fluidez cênica contínua, não vemos onde começa uma e termina a outra. “Para mim, 'Ubirajara' é um show libertador, onde as fronteiras do canto, da dança e da poesia, estão borradas, dialogando com esse nosso tempo atípico. São vários os estilos musicais que compõem o show, sobressaindo a canção brasileira, em toda sua potência e originalidade, agregando aos arranjos uma sonoridade peculiar”, explica a artista.

Soraya Ravenle está fisicamente só no palco, mas em boa companhia, como ela mesma define. Em cena, dialoga com artistas e amigos que contribuíram com as bases sonoras, formando uma costura colorida de sons. Suas presenças são ouvidas ao longo de todo o show: Edu Krieger no violão; Maria Clara Valle no violoncelo; Joana Queiroz no clarone; Pc Castilho e sua flauta; Diego Zangado no batuque; Julia Bernat e Stella Rabello no violão e vozes; Pedro Luis na faixa dançante tirada do Arco do Tempo (CD de Soraya com músicas de Paulo Cesar Pinheiro), além de cantos à capela.

A diretora, Inez Viana, celebra o encontro artístico tardio com a colega de anos: “Além da alegria de compartilhar com a Soraya essa criação, o nosso encontro artístico me traz uma emoção singular, pois apesar de nos conhecermos há quase 30 anos, a minha admiração por seu talento, por sua trajetória e por sua eterna busca pelo conhecimento, aumenta a cada dia desse novo mundo, que estamos todes tendo que aprender a escutar e a lidar”.


Soraya por Soraya
“Nessa idade em que me encontro, 58 x 365 dias, a sensação mais forte é de ter vivido muitas encarnações. A estudante de piano que fazia acrobacia, amava desenhar e também cantava no coral da escola e no grupo vocal judaico, fazia balé e teatro, enquanto trabalhava com bonecos e performava nas ruas com um grupo de teatro e dança. Que passou pela Cia de Atores e Bailarinos da Regina Miranda, fez vocal para Fernandinha Abreu e desembocou no teatro musical numa encarnação duradoura, de mais de 30 musicais. Nesses últimos 10 anos volta pra casa, um terreiro de pesquisa, estudos e liberdades. Ubirajara é dar asas ao desejo velho, muito velho, de provocar as conversas e interseções outras do corpo, voz e palavra, sabendo que as divisões são absolutamente ilusórias: voz é corpo que é palavra que é corpo que é voz que é...  Assim nasce Ubirajara”, que começou com janelanças no prédio onde moro há quase 30 anos”, lembra Soraya.


Equipe de criação
Intérprete e idealização:
Soraya Ravenle
Direção artística: Inez Viana
Iluminação: Ana Luiza De Simoni
Figurinos: Débora Crusy
Direção de arte: Vivi Schindhelm
Fotos: Rodrigo Menezes
Mixagem das bases: Nelsinho Freitas
Produção executiva: Carol Picolli
Direção de produção: Soraya Ravenle
Assessoria de imprensa: JSPontes Comunicação


Serviço
Dias 28 e 29 de agosto (sábado e domingo)
no Espaço Cultural Municipal Sergio Porto, às 19h. Rua Humaitá, 163 - Humaitá / RJ. Telefone: (21) 2535-3846. Ingressos para plateia presencial: R$ 40 e R$ 20 (meia). Vendas: www.sympla.com.br

Dias 9 e 16 de setembro (quintas-feiras) no Teatro PetraGold, às 19h. Rua Conde de Bernadote, 26 - Leblon / RJ. Telefone: (21) 2529-7700. Ingressos para transmissão ao vivo e online: a partir de R$ 20. Ingressos para plateia presencial: R$ 50 e R$25 (meia). Vendas: www.sympla.com.brDuração: 60 minutos / Classificação indicativa: livre 


.: Allegresse Dança & Arte terá curso de montagem “O Mágico de Oz”


Conforme anunciado a Allegresse Dança & Arte continua com foco em trazer montagens de musicais originais para o Brasil, gerando oportunidade e aprendizado para atores mirins, jovens e estudantes. A Escola Allegresse Morumbi trará ainda este ano workshops específicos para a montagem de “O Mágico de Oz”

A intenção é montar um elenco infantil a partir de seis anos e outro elenco jovem, com atores a partir de 13 anos, visando desenvolver a montagem para estudantes e atores amadores. “O Mágico de Oz” Youth Edition trará o texto original de Frank Baum, músicas de Arlen e Harburg e versões brasileiras de Claudio Botelho. 

Com essa obra licenciada a Allegresse visa um posicionamento diferenciado e uma experiência cada vez mais profissional para seus alunos, essa será uma grande oportunidade em um curso de montagem. A escola reforça que em breve anunciará outros importantes espetáculos musicais, que já estão em negociação com as empresas responsáveis em Londres e EUA. Os workshops preparatórios e as audições irão ocorrer ainda neste semestre e o curso de montagem deve iniciar em janeiro de 2022, com temporada em teatro prevista para junho e julho do mesmo ano.

sábado, 21 de agosto de 2021

.: Crítica: "Free Guy" é "O Show de Truman" moderno que ri de si mesmo


Por 
Helder Moraes Miranda, editor do Resenhando.

Ryan Reynolds sabe rir de si mesmo e esta característica reflete em "Free Guy: Assumindo o Controle", o filme mais bonitinho que você vai ver nos últimos tempos e uma espécie de "O Show de Truman" moderninho - a diferença entre um filme e outro é como os protagonistas lidam com as próprias descobertas.

Enquanto o Guy de Reynolds sabe rir de si mesmo e não envereda em momento nenhum para o drama, o Truman de Jim Carrey no longa-metragem lançado no inicinho da era dos realities parece querer estar de malas prontas parta uma novela mexicana. O filme toca em valores que ultrapassam a história de um cara que mora dentro de um jogo de videogame que vai ser cancelado - o jogo, não ele - e quer mais da vida. Ou melhor, quer "amar ou ser amado"Quer estrutura mais folhetinesca que esta? Pois lá vem... 

Paralelamente aos anseios do "mocinho que quer se apaixonar", há outra história dentro da que é contada no game - desta vez, na vida real do próprio filme. A criadora do jogo é enganada e defenestrada da empresa. Interpretada por Jodie Comer, ela precisa se infiltrar no jogo para recuperar todo o trabalho de criação e, até mesmo, a honra. É a trajetória de heroína perfeita em um arco dramático plausível que faz com o espectador torça pela personagem e pelos romances dela - no game, com o Guy, e fora dele, com outro programador, interpretado por Joe Kerry, ator-sensação de "Stranger Things". Há também o amigo gay, Lil Rel Howery, e uma versão bizarra do próprio Guy que rende os momentos mais engraçados.

A impressão é que o próprio Ryan Reynolds realmente se diverte, principalmente nos momentos em que sacaneia a si próprio e comete o autobullying e isso fica bem nítido quando incorpora elementos de heróis da Marvel. Só não entendi porque nem "Lanterna Verde" (o fracasso retumbante da carreira do ator - dizem que o filme nem é tão ruim assim...), nem "Deadpool" (personagem que o sacramentou ao posto de astro em Hollywood) foram citados, já que aparecem Hulk e Capitão América - e o próprio intérprete, Chris Evans, como ele mesmo.  

Bem colorido, alegre, leve e envolvente (até para quem não gosta de longas-metragens puramente fantasiosos, como este), "Free Guy: Assumindo o Controle" vai perdurar por um bom tempo e tem tudo para se tornar um clássico dos filmes da era moderna. O lance é ir ao cinema sem expectativas e sair considerando "Fre Guy" um filme acima da média. Além disso, tem "Fantasy", da Mariah Carrey, na trilha sonora... o que é sempre bom.  


Em parceria com o Cineflix Cinemas, o Resenhando.com assiste aos filmes em Santos, no primeiro andar do Miramar Shopping. O Cineclube do Cineflix traz uma série de vantagens, entre elas ir ao cinema com acompanhante quantas vezes quiser - um sonho para qualquer cinéfilo. Além disso, o Cinema traz uma série de projetos, que você pode conferir neste link.




.: "Hamlet: 16 x 8" estreia no Teatro Sérgio Cardoso em temporada híbrida


Interpretado por Rogério Bandeira, espetáculo tem direção de Marco Antônio Rodrigues e foi concebido a partir de trechos da memória e da experiência relatada por Augusto Boal no livro “Hamlet e o Filho do Padeiro: Memórias Imaginadas”.  A temporada estreia dia 21 de agosto, sábado, às 18h, e as transmissões digitais são exibidas via plataforma Sympla Streaming. Foto de cena de Pio Figueiroa

O espetáculo "Hamlet: 16 x 8", interpretado por Rogério Bandeira, com direção de Marco Antônio Rodrigues, apresenta temporada presencial e digital no Teatro Sérgio Cardoso, equipamento da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo e gerido pela Amigos da Arte. A obra cênica foi concebida a partir de trechos da memória e da experiência relatada por Augusto Boal no livro “Hamlet e o Filho do Padeiro: Memórias Imaginadas”.  A temporada estreia dia 21 de agosto, sábado, às 18h, e as transmissões digitais são exibidas via plataforma Sympla Streaming. 

No palco, o escritor e encenador é personagem e figura quase mítica. A cena vai peneirando os achados, os ditos e os quereres de Boal representando toda uma geração do teatro brasileiro refundada no Teatro de Arena. “Boal sempre sonhou, sem fazer o Hamlet no pequeno palco do Arena. Talvez porque duvidar dê sentido a um eterno caminho. Por isso, menos como homenagem, mais como procedimento, este artefato cênico na forma de monólogo dialogado assim se autobatiza”, diz Marco Antonio. 

Os ecos vão ganhando materialidade - tempos, geografias e subjetividades são presenças que invadem o imaginário contemporâneo, brasilidades sublinhadas. “Boal é nossa inspiração. Estão em cena através da figura do Rogério Bandeira, inspirações vindas da “teoria” e da “prática” dele, Augusto. A teoria no caso é a memória Hamlet e o filho do Padeiro, que passeia com graça e talento pela vida e obra do Boal em depoimento pessoal e coloquial, sua autobiografia. A prática é o dito e feito no show Opinião: a esfera privada, familiar e hamletiana do ator em tensão dialética com a atuação pública. Boal e Bandeira são intérpretes e personagens”, reitera Marco Antônio. 

“Meu contato com o livro, após participar com a Cia. do Latão de seu lançamento pela editora Cosac Naify, fez com que eu mergulhasse por outras vias na literatura de Augusto Boal, que não a pedagógica ou dramatúrgica. Dessa vez, me deliciei com a forma distanciada e poética em que o autor aborda sua vida: família, palcos, professores, ditadura, exílio, medos, mas principalmente, o experimento revolucionário em sua passagem pelo Teatro de Arena”, declara Bandeira.

Um capítulo em especial chamou a atenção do ator, pela ousadia e virada conceitual na trajetória artística de Boal, quando o Arena parte em excursão para o nordeste, como diz o autor:  (...) Na infatigável busca do povo autêntico: ali, sim estaria o Brasil verdadeiro”.

“No interior de Pernambuco, Boal com sua pesquisa de campo, entra em ua igreja e se impressiona com a homilia de seu líder, cujo o apelido era Padre Batalha, que se unia a um quadro político efervescente. A figura do padre, impressiona por sua sabedoria observadora, solidária e religiosa. Existe nela a contradição do amor indignado, empático, porém ríspido em seus diálogos e até violento, nada ingênuo. Uma personagem sedutora com amplo material para pesquisa de qualquer ator”, completa Rogério.


Notas sobre os reencontros e a montagem
Por Rogério Bandeira

Coincidências permeiam esse encontro. Marco Antonio Rodrigues na década de 80 foi ator do "Bando", uma das principais referências do teatro de grupo paulistano, liderado pelo dramaturgo Plínio Marcos, muito próximo a minha família: amigo - irmão de meu pai, que era advogado criminalista e liberou alguns de seus textos durante a ditadura militar. Minha mãe também assinou alguns figurinos do "Bando". Marco Antonio Rodrigues, parceiro fiel de Plínio Marcos, tornou-se um dos principais e mais combativos diretores do teatro brasileiro.

Mais de uma década depois, em 1995 fui aprovado por Marco Antonio Rodrigues no teste para a produção de um espetáculo com livre adaptação de Reinaldo Maia, inspirada na obra de Thèophile Gautier “Le Capitaine Fracasse”, que na década de 90, cinemas no mundo todo lotaram pelo sucesso retumbante que o filme "A Viagem do Capitão Tornado", de Ettore Scola, causou. A obra fala sobre as dificuldades e superações de uma trupe ambulante, pelas estradas de terra da França, no século 17, desejosa por se apresentar na capital Paris.

Nosso espetáculo não teve o mesmo sucesso retumbante do diretor italiano, mas o público que assistiu comenta até hoje sobre a contundência poética e inspiradora de quatro atrizes e cinco atores em cima de uma carroça. Levava o nome de: "Verás que Tudo É Mentira", e inspirou a formação de outros grupos teatrais paulistanos.

 A partir deste trabalho, nossa ligação solidificou-se e em 1997, junto com outros parceiros e parceiras, fundamos a Cia. Folias D’Arte. Ainda hoje, formadora e importante referência como grupo teatral de São Paulo.

Pouco tempo após a fundação do Folias, me afastei para novos rumos e possibilidades, sem perder o cordão umbilical com toda a experiência adquirida, principalmente quanto a importância da coletividade na arte. Marco Antonio continuou por anos como a principal liderança da companhia, inovando e combatendo artística e politicamente o cenário teatral, sem nunca perder o sentido democrático. Seguimos cada qual seu rumo, mantendo o olhar na mesma direção, através do sonho coletivo e, como ele mesmo diz, re-existência.

Marco Antonio Rodrigues se afasta da Cia. Folias D’Arte, e continua semeando sua indignação artística, poética, formando elencos com atores e atrizes brilhantes; gente coletiva. Entre outros experimentos em palcos e áudio visuais, também continuei buscando aprimorar o conhecimento, sempre junto a grupos formadores:  por 4 anos no CPT (Centro de Pesquisa Teatral), coordenada diretamente por Antunes Filho e entre idas e vindas fiquei 12 anos trabalhando no núcleo central da Cia. do Latão liderada por outro parceiro sensível, potente e amigo em comum, Sérgio de Carvalho.

Assim como Augusto Boal, eu e Marco Antonio Rodrigues nos exilamos, mas para dentro de nós. Durante o exílio, cada um ao seu tempo conhece Cecília Boal, mulher rara, agregadora, guerreira, sonhadora e determinada, qualidades que vão nos reaproximando, até o trio se unir para a realização desse trabalho: Hamlet: 16x8

Faço uma primeira adaptação e converso com Cecília Boal sobre possível montagem. Ela imediatamente cede os direitos autorais. Então convido Marco Antonio Rodrigues para a direção. Após muitos anos, nos juntamos novamente, assim como Padre Batalha, sozinhos em nossos questionamentos, porém saudosos, amorosos e indignados. Mas o capítulo adaptado sobre o padre, não convence o diretor. Ele quer mais.

Marco Antonio Rodrigues inicia outra dramaturgia, cola com parte da minha adaptação para em sala de ensaio deixar espaço para trocas, histórias, pensamentos. Assim, juntos readaptamos o texto. A inspiração central, parte pela constatação da capacidade que a geração do Arena, tinha em somar ideias e coletivamente transforma-las em ação. Como quando o teatro sai da literatura e sobe ao palco. 

Dessa forma nosso silencioso exílio tornou-se ação! Aos poucos, com pouquíssima verba, contatamos parcerias conquistadas em nossas trajetórias, que solidariamente compram a briga e unem-se a nós, para colaborar com o projeto. Hamlet 16x8, revela e questiona em cena, solidões que ganham companhia e amparo, mesmo em tempos de exílio, como força motriz para qualquer possível sonho coletivo. 


Boal, encenador
Em 1964, dezembro, o primeiro grande ato artístico-cultural realizado como forma de reação a ditadura recém-instalada foi o show “Opinião”, criação de Augusto Boal com Nara Leão, João do Valle e Zé Kéti. O acontecimento é significativo sob vários aspectos: reúne antropofagicamente, o popular e o erudito, é dramático e épico (“Nosso show verdade era diálogo: João lia a carta que escreveu ao pai, ao fugir de casa, menino; lia para Nara, lágrimas rolando, lágrimas que vestiam suas palavras. Nara respondia com ternura, olho no olho, carinhosa: 'Carcará, pega, mata e come'. – Augusto Boal), é caseiro e doméstico (foi ensaiado na casa de Nara), é manifesto e show, é morro e Zona Sul do Rio de Janeiro, é o Brasil transcultural: preto e branco. 

Em 2018, o ano que não foi parido, o ato artístico-cultural da classe artística é um manifesto burocrático pela manutenção do Ministério da Cultura no governo conservador recém “eleito”. Sensível retrocesso. Boal e o Teatro de Arena, Zé Celso e o Oficina, Amir Haddad e o Tuca do Rio de Janeiro, Silnei Siqueira e o TUCA de São Paulo. Essa geração de encenadores, cada um deles no seu quintal, faz a diferença. 

Voltando um pouquinho no tempo: “[...] embora os escritores de 1922 não manifestassem a princípio nenhum caráter revolucionário no sentido político, e não pusessem em dúvida os fundamentos da ordem vigente, a sua atitude, analisada em profundidade, representa um esforço para retirar à literatura o caráter de classe, transformando-a em bem comum para todos. [...] Mergulharam no folclore, na herança africana e ameríndia, na arte popular, no caboclo, no proletário. Um veemente desrecalque [...]". Essa fala aí em cima é do Antonio Candido

De certa forma, essa malta de encenadores e coletivos oriundos da metade do século passado, dá sequência ao povo de 22, com radical verticalidade. E com uma sensível diferença: eles trazem pra cena o sentido revolucionário. O teatro é o carrefour das artes. Por ali passa tudo, literatura, música, poesia, artes visuais e o diabo a quatro. Justamente por isso, teatro extrapola o tablado, junta gentes de todos os tipos, ganha ruas, praças, mexe com costumes e viveres, vira movimento. 

Boal tem absoluta consciência e visão disso. Por cada lugar que passa vai ajuntando gente, fazendo movimento, guerrilha cultural, disputa de pensamento. O Arena já é uma federação de artistas, de indivíduos singulares, a Feira de Opinião que cria em 68 junta artes de todas as áreas para responder o que é que cada um pensava do Brasil à época. 

Dá para imaginar a casa do Boal no exílio, ou as casas, porque a família que a essa altura era em número de quatro: Cecília, Fabian, Julian, Augusto, trocava de pais mais que de sapato. A casa mais parecia um quartel de exilados, militantes, agregados. Quartel é palavra imprecisa, aquilo mais parecia um terreiro encantado, lugar de folguedo onde se brinca e se canta. Lugar de festejo.

Boal não encena exclusivamente espetáculos: encena movimentos mundão afora, dentro ou fora do país. Inventa espetáculos perenes em cartaz hoje e sempre: Teatro do Oprimido, Teatro Jornal, Teatro Fórum, Teatro Legislativo. Boal encena a diversidade, o inconformismo, a utopia: Boal ensaia a revolução. 

Boal tem um trunfo poderoso: Cecilia, atriz, psicanalista, personagem perenizada nos Caros Amigos do Chico Buarque. Cecilia está por trás e a frente do Arco Iris dos Desejos do encenador. Hoje e sempre. Cecilia segue, fazendo movimento, animando a massa, juntando tudo daqui e dali. 

Tudo somado, aportamos aqui em 2021. Na linha, na senda, na estrada e no caminho dos Machado de Assis que nos deram grandeza, tino e precisão, cabe aqui nessa hora algum pensamento: a cultura brasileira na perspectiva artística tem lugar de ponta por conta do trabalho e da arte dessas gerações. De uma forma muito especial contaminou de um jeito determinante os viveres dessa terra. O Brasil era até 64 uma sociedade em formação: 64 aborta o corpo social. 

Isto permanece até hoje, com ênfase nesta disformidade que se reatualiza a partir de 2013 numa violência explicitada pelas desigualdades de todas as ordens desde a má distribuição de renda, passando pelas reiterações dos problemas congênitos oriundos da escravidão, do patriarcalismo, da hegemonia do mercado e da indústria cultural como forma de alienação dos conceitos de nação e de povo. À guerra cultural instalada, o conservadorismo tenta se impor aos costumes. Em luta com as formas libertárias e humanistas consolidadas nos últimos anos. Ambiciosa e modestamente esse universo em disputa é o que tentamos pôr em cena nesse "Hamlet: 16 x8". 

Serviço
"Hamlet: 16 x 8"
Local:
Teatro Sérgio Cardoso – Sala Paschoal Carlos Magno (Rua Rui Barbosa, 153 - Bela Vista). Teatro Sérgio Cardoso Digital - Transmissão pela Sympla Streaming. Temporada: de 21 de agosto a 12 de setembro, sábados e domingos, às 18h. Ingressos: R$ 20 (inteira) – R$ 10 (meia entrada). Compras pelo site https://site.bileto.sympla.com.br/teatrosergiocardoso/. Atenção à diferenciação entre os ingressos para a temporada presencial e a digital. A sala de transmissão digital abre com 15 minutos de antecedência. É recomendável acessá-la antes do horário de início da apresentação. Duração: 90 minutos. Classificação indicativa: 14 anos.

.: Orquestra Ouro Preto recebe Fernanda Takai abrindo série


Orquestra Ouro Preto SulAmérica Sessions apresenta concertos virtuais com grandes nomes da música brasileira. A cada mês, uma apresentação inédita celebrará a importância da música para a Saúde Integral – estreia está marcada para este domingo, dia 22 de agosto, com Fernanda Takai.


A Orquestra Ouro Preto, de Minas Gerais, promoverá apresentações memoráveis até dezembro, reunindo boa música e informação. A primeira convidada do projeto Orquestra Ouro Preto SulAmérica Sessions, que tem patrocínio da SulAmérica por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura,  é a cantora e compositora Fernanda Takai, escalada para a estreia no dia 22 de agosto, às 18h30, com repertório especial que reúne clássicos de Tom Jobim.

A série de encontros, com cinco apresentações inéditas junto a grandes nomes da música brasileira, faz parte do Circuito SulAmérica de Música e Movimento. Até dezembro, uma vez por mês passarão pelas sessões virtuais artistas como Diogo Nogueira (setembro), Ana Carolina (outubro), Alceu Valença (novembro) e Lulu Santos (dezembro).

“A SulAmérica tem muito orgulho de fomentar a arte e a cultura no país por meio de projetos maravilhosos como a Orquestra Ouro Preto”, afirma Simone Cesena, diretora de marketing da SulAmérica. “Este apoio está totalmente alinhado com a nossa visão de Saúde Integral, que incentiva as pessoas a viverem melhor por meio do equilíbrio entre saúde física, emocional e financeira. A música leva cuidado e bem-estar às pessoas, o que tem sido importante neste momento de pandemia”.

A primeira apresentação da série, dia 22 de agosto, um domingo, terá Fernanda Takai em um encontro batizado de "O Tom da Takai". Gravado em meio às montanhas, no Estúdio Sonastério em Nova Lima (MG), o concerto revive clássicos do maestro Tom Jobim, promovendo o  encontro da bossa nova com a música orquestrada em temas  temas como “Estrada do Sol”, “Chega de Saudade”, “Corcovado”, além de canções menos conhecidas do compositor, como “Olha pro Céu”, “Aula de Matemática” e “Ai Quem me Dera”.

Maestro da Orquestra Ouro Preto, Rodrigo Toffolo vai conduzir bate-papos descontraídos e informativos com os artistas convidados. Algumas edições contarão ainda com a participação dos alunos da Academia Orquestra Ouro Preto, projeto socioeducacional patrocinado pela SulAmérica. Todos os concertos serão transmitidos pelo canal 500 da Claro TV (Canal Like), pelo canal da Orquestra no YouTube e ainda na programação da rádio e do app SulAmérica Paradiso.


Sobre a Orquestra Ouro Preto
Uma das mais prestigiadas formações orquestrais do país, a Orquestra Ouro Preto completa 21 anos de atividades e se reafirma como uma orquestra de vanguarda. Sob a regência e direção artística do Maestro Rodrigo Toffolo, o grupo se dedica à formação de diferentes públicos, com uma extensa programação nas principais salas de concerto e espaços diversos no Brasil e no mundo. Sob os signos da excelência e versatilidade atua também em projetos sociais e educacionais que vão muito além da música, como o Núcleo de Apoio a Bandas e a Academia Orquestra Ouro Preto. Premiado nacionalmente, o grupo tem 12 trabalhos registrados em CD, sete DVDs.

Criada em 2019, a Academia Orquestra Ouro Preto é um projeto socioeducacional patrocinado pela SulAmérica que propõe o desenvolvimento técnico de músicos que já possuam conhecimento em seu instrumento, para emergir na prática da música em conjunto. Atualmente conta com 42 bolsistas, com idades entre 18 e 28 anos. Os alunos têm em comum a paixão pela música e enxergam nela um futuro promissor como porta de entrada para a transformação de realidades sociais por meio da cultura.


Sobre a SulAmérica
A SulAmérica é uma companhia de 125 anos que se dedica a entregar Saúde Integral para seus mais de 7 milhões de clientes por meio de produtos e serviços de Saúde, Odonto, Vida, Previdência e Investimentos. A companhia tem como missão melhorar a vida das pessoas, oferecendo apoio, segurança e autonomia em cada momento e decisão de saúde física, emocional e financeira. Para isso, conta com mais de 4 mil colaboradores engajados e comprometidos, além de uma rede de distribuição com milhares de corretores de seguros em todo o Brasil.


Sobre a Musickeria
Há mais de 10 anos, a Musickeria coleciona cases de sucesso, conectando marcas, consumidores e influenciadores. Direção artística, curadoria, planejamento e execução de alavancagem editorial, plataformas digitais e experiências de branded content, são algumas de suas áreas de atuação.  (www.musickeria.com.br)

.: "O Coronel que Raptava Infâncias", de Matheus de Moura, é um soco


Em primeiro livro da carreira, jornalista reconstitui com profundidade o chocante caso do coronel Pedro Chavarry Duarte, condenado por estupro de vulnerável.


Em setembro de 2016, o coronel reformado da Polícia Militar Pedro Chavarry Duarte foi flagrado por dois policiais militares dentro de um carro no estacionamento de um posto de gasolina, em Ramos, na Zona Norte do Rio, ao lado de uma criança de dois anos, nua, que aparentava estar grogue. Replicada em todos os portais de internet e nos telejornais do país, esta história intrigante provocou indignação no estudante de jornalismo Matheus de Moura. Ele passou a acompanhar atentamente o noticiário até que, em 2018, decidiu se mudar de Santa Catarina para o Rio de Janeiro e sair em busca de detalhes não descobertos, fontes não ouvidas e territórios não visitados.

Movido por um incansável faro jornalístico e inspirado em "A Sangue Frio", clássico de Truman Capote que inaugurou o gênero chamado jornalismo literário, Matheus analisou minuciosamente os registros e reuniu mais de vinte e cinco horas de entrevistas para fazer um mergulho inédito no caso e na trajetória do personagem que ficou conhecido como o “coronel pedófilo”. O resultado do árduo processo de apuração deu origem a seu trabalho de fim de curso de jornalismo e foi o ponto de partida para o livro "O Coronel que Raptava Infâncias", que marca a estreia de Matheus como autor e chega às lojas, pela editora Intrínseca, em agosto de 2021. 

Sem obedecer a uma cronologia linear, a narrativa percorre o sombrio passado de Chavarry, desde as origens bascas da sua família, passando por sua experiência como coroinha, um desempenho escolar pífio, até a sua escalada profissional, marcada por ações que, em tese, eram pautadas por bandeiras de assistência social.

O foco da plataforma de atuação do coronel eram crianças – muito pequenas, na primeira infância −, em geral oriundas de famílias em condições de extrema pobreza. Munido de credenciais que o tornavam figura de reputação inquestionável – branco, rico, benquisto dentro da corporação militar −, Chavarry encontrava suas vítimas em comunidades carentes do Rio de Janeiro, lugares onde o poder público não tem interesse, ou recursos, para atuar. Mulheres com filhos pequenos, às vezes recém-nascidos, o viam como um milagre: ele oferecia emprego, assistência financeira e, acima de tudo, cuidava de suas crianças em uma suposta creche.

Jamais se descobriu, no entanto, o endereço dessa instituição. Quando Chavarry colocava as crianças em seus carros de luxo alugados, custeados com dinheiro público, as mães não sabiam para onde elas eram levadas ou o que acontecia durante as muitas horas de ausência. Até a noite em que uma atendente de lanchonete, moradora da comunidade Uga-Uga, se deparou com a insólita cena no estacionamento do posto de gasolina, em setembro de 2016, o que resultou na denúncia à polícia.

Para entender em profundidade os atos perpetrados por Pedro Chavarry Duarte e a extensão dos danos causados por sua conduta a inúmeras famílias inocentes, Matheus mergulha na geografia física e psicossocial do Rio de Janeiro com sensibilidade e coragem. O coronel que raptava infâncias oferece um raio-X indispensável do caso que chocou o país, reiterando a urgência de manter vivos na memória coletiva mesmo os momentos mais repugnantes de nossa história.

Sobre  o autor
Formado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), o jornalista e escritor Matheus de Moura é colaborador de veículos como The Intercept Brasil, UOL e Ponte Jornalismo, versando sobre temas como crime organizado, segurança pública e direitos humanos. Atualmente, é mestrando em sociologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O coronel que raptava infâncias é seu primeiro livro. Foto: Leo Aversa.

Você pode comprar "O Coronel que Raptava Infâncias", escrito por Matheus de Moura , publicado pela editora Intrínseca, neste link.

Ficha técnica
Livro: "O Coronel que Raptava Infâncias" | Autor: Matheus de Moura |  Editora: Intrínseca | Páginas: 268 | Link do livro na Amazon: https://amzn.to/3z6IteY

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