sexta-feira, 2 de setembro de 2011

.: Resenha crítica de "Larry Crowne - O Amor Está de Volta"

Mais um fiasco nas telonas
Por: Mary Ellen Farias dos Santos
Em setembro de 2011


Larry Crowne - O Amor Está de Volta: Filme com Julia Roberts e Tom Hanks não envolve. Saiba mais deste fracasso cinematográfico!


Sabe aquele filme totalmente sem sentido que começa devagar e (até) parece que vai melhorar, mas somente degringola a cada cena? Larry Crowne - O Amor Está de Volta é exatamente esse tipo de longa. Protagonizado por Tom Hanks e Julia Roberts, atores de grande calibre (ainda hoje), o filme com roteiro do eterno "Forrest Gump", não empolga. O filme é insosso, não envolve e nem comove. Deixa o público apenas na condição de espectador.

Outro ponto fraco é a falta de tempero entre Tom Hanks e Julia Roberts. Eles simplesmente não combinam e nem convencem como par romântico. As semelhanças ficam apenas na idade. Apesar da história do mocinho do filme ser (até) interessante, falta liga. Afinal, quem não quer ver o protagonista da história, humilhado nos minutos iniciais da película, dar a volta por cima e encontrar a felicidade plena?

Ok, neste filme tudo começa quando o encantador Larry Crowne (Tom Hanks), um trabalhador extremamente esforçado que lidera a equipe da empresa UMart, é despedido sem grandes cerimônias, enquanto descobre que a sua sentença foi determinada pelo fato de não ter cursado uma faculdade. Embora procure emprego com grande empenho, Larry permanece na mesma situação. Neste mesmo passo, as muitas dívidas acumulam-se, enquanto que ele ainda precisa pagar a parte da casa que comprou de sua ex-mulher. 

Ao tentar fazer uma venda de garagem com o intuito de levantar dinheiro, conversa com um vizinho e percebe que precisa voltar a estudar e, assim, começar uma nova vida. Na faculdade comunitária, ele entra para um grupo de motoristas de scooter e sua vida começa a ser reorganizada. Nesse meio tempo, nas aulas de oratória, Larry apaixona-se por sua professora Mercedes Tainot (Julia Roberts). 

Bonitinho? Pode-se até dizer que sim. Contudo, durante o filme nota-se que nada funciona bem. Resultado: Larry Crowne - O Amor Está de Volta é apenas mais um filme de amor sem graça de tantas e tantas cenas previsíveis com um final retratado (antecipadamente) no cartaz. A verdade é que não é possível fazer um bom filme pautado apenas em grandes nomes do cinema que, após sucessos do passado, não sabem mais escolher quais projetos devem se envolver.

Curiosidades: Tom Hanks dirige e estrela, ao lado de sua amiga de longa data, Julia Roberts ('Idas e Vindas do Amor'); A última vez que Hanks trabalhou como diretor foi em 1996, com 'The Wonders - O Sonho Não Acabou'; O longa tem roteiro de Hanks e Nia Vardalos ('Casamento Grego').

Cinesystem: Aliando tecnologia de ponta a um atendimento jovem e caloroso, a equipe de funcionários da Rede oferece um bom atendimento e recepção em salas de cinema que completam o momento de lazer do público que tem a melhor experiência em entretenimento.

Filme: Larry Crowne - O Amor Está de Volta (Larry Crowne  EUA)
Ano: 2011
Gênero: Comédia / Romance
Duração: 98 minutos
Direção: Tom Hanks
Roteiro: Tom Hanks, Nia Vardalos
Elenco: Tom Hanks, Julia Roberts, Bryan Cranston, George Takei, Peter Scolari, Wilmer Valderrama, Jon Seda, Bob Stephenson, Holmes Osborne, Rami Malek, Malcolm Barrett, Maria Canals Barrera, Gugu Mbatha-Raw, Dale Dye, Cedric 'The Entertainer' Kyles

sábado, 2 de julho de 2011

.: Resenha crítica de 'A Fera", com Vanessa Hudgens e Alex Pettyfer

Clássico infantil repaginado para adolescentes
Por: Mary Ellen Farias dos Santos
Em julho de 2011


A Fera: Filme baseado no livro de Alex Flinn, Beastly, atualiza o conto A Bela e a Fera. Saiba mais do longa dirigido por Daniel Barnz!


"A Fera", longa estrelado por Vanessa Hudgens e Alex Pettyfer, recicla "fofamente" (e nada mais!), uma das mais belas e encantadoras histórias de amor da literatura infantil universal, originária da França: A Bela e a Fera. Inicialmente, Kyle Kingson (Alex) está diante de um grande público (admirador e admirado) discursando com saliência e, de modo perverso e cruel, a própria superioridade que consiste na: riqueza, boas oportunidades, beleza, inteligência e poder. 

Detestável, Kyle não consegue enxergar nada além de si, até ser amaldiçoado por Kendra (Mary-Kate Olsen). A feiticeira moderníssima, com um toque gótico, é também uma colega de classe do protagonista. Ela, por sua vez, despeja todo o ódio guardado, após ficar a ver navios em um encontro marcado (por ele) e ser humilhada publicamente pelo pobre-menino-rico. Condenado a viver com uma aparência assustadora, ele precisa encontrar alguém que o ame (realmente, verdadeiramente e eternamente... Ufa!), para que o feitiço seja desfeito. 

Enredo familiar? Sim. É impossível não associar o longa dirigido por Daniel Barnz ao clássico animado de 1991, produzido pelos estúdios Walt Disney: A Bela e a Fera. Há momentos em que fica a sensação de que alguém vai sair cantando as canções de Alan Menken e Howard Ashman (compositores da animação que também é aceita pelas crianças e adolescentes da atualidade). No entanto, quando Vanessa Hudgens entra em cena a sensação High School Musical (made in Disney) retoma com grande força. É inevitável! É fácil pensar neste filme como um novo Encantada, afinal a mocinha da história é uma cantora.

Embora esbarre nas produções cinematográficas de sucesso citadas acima, o longa é baseado no livro homônimo da autora Alex Flinn. A Fera é apenas um clássico direcionado ao público adolescente em que o conto A Bela e a Fera foi adaptado para os dias atuais. Desta forma, os personagens estão situados em Nova York, e a história retrata, pela ótica do rapaz, todo o drama vivido por ele e por seus "amigos". 

Onde Kyle passa a viver? Em uma casa isolada, pois seu pai, enquanto busca tratamentos para tal deformidade, tem medo de que o filho seja visto e reconhecido. Longe do glamour, o ex-belo começa a refletir sobre a convivência a distância que tem com o pai e começa a dar valor aos que o cercam. A boa e velha história de valorizar a beleza interior do ser humano.

A produção de Daniel Barnz repagina um conto de fadas clássico e consegue agradar, mas não convence. A Fera é um bom filme para distrair a mente, após um dia cheio de aborrecimentos ou para ver juntinho com o seu par, ou seja, o longa é mais um novo lindo filme para a Sessão da Tarde e só. Apesar de ser um drama romântico muito atual, A Fera não é um filme marcante, é apenas "fofinho" (e mais nada!). Entretanto, os apaixonados de plantão vão se deliciar!

Filme: A Fera (Beastly, EUA)
Ano: 2011
Gênero: Drama /  Romance
Duração: 86 minutos
Direção: Daniel Barnz
Roteiro: Alex Flinn, Daniel Barnz
Elenco: Vanessa Hudgens, Alex Pettyfer, Mary-Kate Olsen, Neil Patrick Harris, Peter Krause, Lisa Gay Hamilton

sexta-feira, 1 de julho de 2011

.: Entrevista com Thiago Fragoso, ator do remake de "O Astro"

“Acho que nós temos um papel importantíssimo além-palco.” - Thiago Fragoso

Por: Elton Pacheco, de Brasília
Colaboração: Helder Miranda
Em julho de 2011


Minimalista - Do Twitter, Thiago Fragoso encara a paternidade e a tarefa de dar vida ao mocinho de “O Astro”. Tudo em 140 caracteres, ou menos.



Ator desde os nove anos, Thiago Fragoso se vê, aos quase 30, diante de mais desafios. Na vida profissional, se prepara para dar vida a Márcio Hayalla, papel que alçou Tony Ramos definitivamente ao estrelato, no remake de "O Astro", a novela da TV Globo que, em 60 capítulos, presta uma homenagem ao 60º aniversário da telenovela brasileira e, também, à eterna rainha dos folhetins nacionais, Janete Clair. 

O texto é de Alcides Nogueira e Geraldo Carneiro e, entre outros colaboradores, Vitor de Oliveira, do admirado blog Eu Prefiro Melão – www.euprefiromelao.blogspot.com. Completam o time Roberto Talma, na direção geral de núcleo, e Mauro Mendonça Filho, na direção-geral.

O papel em questão trata de um jovem, filho do poderoso Salomão Hayalla (Daniel Filho), que renega toda fortuna da família e vai morar nas ruas tocando seu trompete. O ator afirma se inspirar nos neo-hippies e em São Francisco de Assis. Ele assume o desafio depois de encarar a tarefa de interpretar o vilão Vitor, em Araguaia, novela das seis, da TV Globo – quebrando o estigma de personagens “anjinhos” que consagraram sua carreira. 

Do lado de fora das telinhas, no seu papel de ser pai de um menino, fruto do casamento com a também atriz, Mariana Vaz, afirma: “É bom interpretar vilões. O desafio é não levar aquela energia toda… pesada para casa. A gente aprende, mas leva um certo tempo”. Ao contrário da paternidade, essa não é a primeira vez que o ator carioca interpreta um vilão. Em 2003 deu vida ao malvado Rodrigo, na novela Agora é que são elas e, no início da carreira, em 1996, ao problemático Carlos Alberto, no seriado Malhação. 

Sobre a vida pessoal, Thiago Fragoso fala pouco, é reservado, mas deixa um gostinho aos fãs sobre sua personalidade. “Tenho manias, como somar números de telefones, placas de carros, essas coisas”, brinca. E defende o papel do ator na sociedade. “Acho que nós temos um papel importantíssimo além-palco”. Antenado com as novas redes sociais, Thiago Fragoso concedeu a entrevista abaixo por meio de seu Twitter [@FragosoThiago], espaço que usa para interagir com seus fãs. Em 140 caracteres, ele fala sobre papéis antigos e novos desafios.


RESENHANDO - Como é interpretar o papel que consagrou Tony Ramos na TV brasileira?
THIAGO FRAGOSO - O Márcio é um personagem de extremos, carne viva. Um idealista, nada materialista. Ele vira mendigo por opção.


RESENHANDO - Qual a mensagem que esse personagem passará ao público?
T. F. - Ele acredita que o dinheiro corrompe o homem e causa guerra. Não deixa de estar com a razão.


RESENHANDO - Ele viverá um triângulo amoroso com Lili (Alinne Moraes) e Jôse (Fernanda Rodrigues). Fale sobre isso.
T.F. - Ele não é apaixonado pela Jôse, é mais uma coisa de criança. Com a Lili é um choque. Ela é suburbana e chega mais perto dos ideais dele. 


RESENHANDO - “O Astro” é uma novela que flerta com o esoterismo. É verdade que você teve curiosidade de estudar astrologia, por conta de seu signo, escorpião?
T.F. - Falava que era escorpiano, as pessoas se espantavam, só faltavam jogar alho. Em Araguaia, fui “consultor astrológico” da Cléo Pires e Milena Toscano. 


RESENHANDO - Você tocará trompete, teve alguma dificuldade?
T.F. - Não tive problema, quando morava nos EUA aprendi a tocar tuba. 


RESENHANDO - Como é fazer várias novelas seguidas, sem descanso?
T.F. - Se puder emendar dez novelas, eu emendo. Agora, então, com meu filho, estou pensando muito nele, em dar segurança, conforto.


RESENHANDO - TV, teatro e cinema são apenas meios. O importante é a qualidade e a entrega de cada ator e de cada trabalho. Qual dos três te dá mais prazer?
T.F. - Teatro é a arte do ator. O mais desafiador e prazeroso nesse ponto de vista. Mas os outros dois têm outros apelos tão sedutores quanto.


RESENHANDO - Você diz que o seu “maior desafio é sempre o próximo trabalho”. Ator desde os nove anos, qual desses desafios, em sua opinião, foram os mais marcantes?
T.F. - Muitos. Citaria “O Clone”, “A Casa das Sete Mulheres” e “O Profeta” por diferentes motivos.



RESENHANDO - Em “O Clone”, o jovem e inconsequente Nando torna-se viciado em drogas. Quando o personagem aborda um tema tão importante e pesado, o desafio é maior?
T.F. - Com certeza. O difícil é não levar aquela energia toda, pesada, pra casa. A gente aprende, mas leva um tempo. Foi uma campanha nacional…


RESENHANDO - Em “A Paixão de Cristo”, você fez o papel de Pilatos. No que, exatamente, esta interpretação de teatro ao ar livre modificou ou acrescentou à sua carreira?
T.F. - Já havia feito teatro ao ar livre. A interpretação deve ser mais dilatada. É quase uma máquina do tempo. Um teatro de séculos atrás.


RESENHANDO - Para viver o personagem de “O Profeta” você teve aulas de dança. Tomou gosto pela atividade?
T.F. - Sempre acabo fazendo dança pelos mais variados papéis. Jazz, Ballet, Sapateado, Street Dance, Tango, Forró, Rock ‘n’ Roll… Sempre divertido.


RESENHANDO - Você trabalhou com Schechtman [Marcos, diretor de novelas da Globo], profissional conhecido por incentivar a preparação dos atores antes de um trabalho. Você tem algum processo específico de laboratórios. Como você se prepara?
T.F. - Depende do trabalho. Pode ser de larga busca de referências ou de um trabalho de vivência mais objetiva. Acho importante se preparar bem.


RESENHANDO - Sabemos do seu apoio a Declaração do Bem Estar Animal, a defesa do direito animal. O social significa um ponto importante em sua vida?
T.F. - Sim. Não acho necessário para todos, mas acho importante para mim. Acredito que o ator tenha uma função social “além-palco”.


RESENHANDO - O que você acha do Twitter? Sente algum tipo de responsabilidade com seus comentários, já que seu público o segue e interage com você?
T.F. - Respeito e não critico quem pensa diferente de mim. Essa é a minha abordagem no Twitter. Não somos mais importantes que qualquer cidadão.


RESENHANDO - O debate político hoje está sendo pautado por líderes religiosos. A questão do aborto e leis em defesa LGBT são exemplos. O que você pensa a respeito?
T.F. - O aborto tira a vida de muitas mães. Acho que deve-se descriminalizar, mas não legalizar. Eu nunca apoiaria.


RESENHANDO - Para terminar, uma fã pediu que a gente perguntasse a você: é verdade que você assume que tem mil e uma manias? Quais são elas?
T.F. - Tenho poucas manias. Como todo mundo. Somo números de telefones, placas de carros e reduzo a um dígito… Nada de mais.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

.: Resenha crítica de "Juntos pelo Acaso", com direção de Greg Berlanti

Uma comédia romântica bastante dramática
Por: Mary Ellen Farias dos Santos
Em junho de 2011


Filme dirigido por Greg Berlanti é melhor do que o imaginado. Saiba mais de Juntos pelo Acaso!


É comum casais tentarem unir os seus melhores amigos, ou seja, ela "puxa" a melhor amiga, enquanto que ele arrasta o amigão para um encontro -às vezes, às escuras e- 99% forçado. Juntos pelo Acaso, longa estrelado por Katherine Heigl (A Verdade Nua e Crua) e Josh Duhamel (Quando em Roma) até lembra o filme com Jennifer Lopez, Plano B, mas algumas semelhanças no enredo como, por exemplo, a de formar uma família sem seguir a ordem dos "fatores" é apenas um detalhe que se "repete", pois a história romântica de Holly e Messer é de longe melhor elaborada (dramaticamente).

No filme com roteiro de Ian Deitchman e Kristin Rusk Robinson, tudo começa com um encontro entre Holly Berenson (Katherine Heigl) e Eric Messer (Josh Duhamel) que termina em um terrível desencontro. O tempo passa. Apesar de se odiarem, eles se toleram, afinal os seus respectivos amigos casaram e tiveram uma linda filhinha, chamada Sophie, a qual eles são padrinhos. Entretanto, a vida apresenta dilemas que devem ser solucionados, e em Juntos pelo Acaso não é diferente (assim como em todos os filmes deste gênero). Eis que a pequena Sophie fica órfã de pai e mãe e, seguindo fielmente o desejo do casal, a pequena deve ficar sob os cuidados de Holly e Messer.

Este é um dos momentos tristes da trama. Contudo, quando os dois também "herdam" uma super casa com tudo do bom e do melhor, a comédia romântica à lá Plano B aparece, porém mais envolvente. Embora o desfecho seja bastante previsível (e esperado), há momentos em que a dúvida do final feliz paira no ar. É claro que, apesar de relutarem os dois acabam se envolvendo afetivamente. Neste meio tempo Sophie, interpretada (fofamente) pelas trigêmeas Alexis, Brynn e Brooke Clagett, incrementa ainda mais a história confuss. Resultado: A comédia romântica dramática funciona!

Outro ponto positivo para o longa é a "química" entre Katherine e Josh. Não há como deixar de torcer pelo fim das diferenças entre os solteiros que dividem o mesmo teto para cuidar de uma linda órfã. O cenário do filme também valoriza todo o enredo. Não há duvida! Juntos pelo Acaso agrada a todos, desde os amantes de comédias românticas aos que não são muito fãs deste gênero. Vale a pena se emocionar, ou melhor, derramar algumas lágrimas!

Curiosidades: Este é o segundo longa dirigido por Greg Berlanti, que estreou em 2000 com a comédia romântica O Clube dos Corações Partidos. Entre seus trabalhos mais conhecidos estão os seriados  "Everwood", "Eli Stone" e "Brothers & Sisters", em que trabalhou como roteirista.


Filme: Juntos pelo acaso (Life As We Know It, EUA)
Ano: 2010
Gênero: Comédia / Drama / Romance
Duração: 115 minutos
Direção: Greg Berlanti
Roteiro: Ian Deitchman, Kristin Rusk Robinson
Elenco: Katherine Heigl, Josh Duhamel, Josh Lucas, Christina Hendricks, Jean Smart

quarta-feira, 1 de junho de 2011

.: Entrevista com Caio Fernando Abreu, escritor

“Chique é sobreviver” - Caio Fernando Abreu

Por: Paulo Mohylovski

Em junho de 2011



Resenhando oito anos: A entrevista perdida de CAIO FERNANDO ABREU, o escritor que adorava viver!



No final dos anos oitenta, fiz esta entrevista com o escritor Caio Fernando Abreu. Não era todo dia que tínhamos a oportunidade de ficarmos diante de um escritor que era um ícone de toda uma geração. Juntamente com Marcelo Rubens Paiva, Caio agitou o panorama literário com seu livro de contos “Morangos Mofados” de 1982. 

Naquela tarde, Caio me recebeu no seu apartamento na região dos Jardins. Estranhei que estivesse vestindo um roupão de banho. Ainda hoje, acho que esta imagem faz parte de um sonho. Eu ainda me questiono se vi mesmo Caio Fernando Abreu de roupão de banho. Mas enfim, sentamos no sofá e ele começou a responder minhas perguntas de uma maneira calma e pausada. 

A voz de Caio era grave e profunda. Ele demorava em responder as perguntas. Tive a impressão que a entrevista duraria horas. Outra impressão que ficou foi de uma pessoa tensa, quase deprimida. Ele pouco sorriu durante toda a entrevista e não parou de fumar. Por mais que eu me esforçasse para tornar o ambiente mais relaxado, havia um estranhamento no ar. Sensação que nunca mais senti com nenhum outro entrevistado.

Quando fomos fazer as fotos, encontrei Caio no jornal O Estado de S. Paulo, onde ele trabalhava como copidesque. Ele estava menos tenso e mais sorridente. Fomos para a cobertura do prédio, onde ventava muito. Caio ajeitava os poucos cabelos com dificuldade. Mesmo assim fumou um cigarro, brincou com a fotógrafa fazendo caretas e estava mais sorridente do que nunca.

Caio morreu em 1996. Da mesma maneira que aconteceu com Raul Seixas, depois da sua morte, a cada dia aumenta a sua popularidade, principalmente entre as gerações mais jovens. A entrevista que se segue é uma das poucas e raras que Caio Fernando Abreu concedeu na sua (breve) carreira literária. 


RESENHANDO - Qual foi a sua formação literária?
Caio Fernando Abreu - Comecei a ler muito cedo e lia absolutamente tudo. Com treze anos, descobri Lawrence e a literatura inglesa, minha grande paixão. Daí, fui indo por Joyce e Virgínia Woolf. Com 19 anos, eu tinha lido muito a vanguarda literária. Eu queria romper. Sempre gostei de cinema. Tentei, através da palavra, trabalhar uma linguagem cinematográfica. 


RESENHANDO - Você considera a sua literatura como sendo de vanguarda?
C.F.A. - Não sei mais o que quer dizer vanguarda. Um conceito que se dispersou. Não tenho mais a preocupação de romper com nada. Tenho a preocupação de ser o mais verdadeiro e o mais claro possível. Tenho a preocupação com a beleza do texto. Como gosto muito de música, trabalho os meus textos em voz alta. E no livro que estou escrevendo há três anos, trabalho com a técnica minimalista de repetição, de coisa avançando lentamente, como um pingo d’água batendo na pedra.


RESENHANDO - A literatura tende a desaparecer?
C.F.A. - Numa época, eu lia muito antipsiquiatria. Eu me lembro de uma frase, que não sei se é do Laing ou do Cooper, que dizia: “O pior já aconteceu.” Pode parar de esperar pelo mais horrível, pelo mais grave, porque já aconteceu. A gente está se movendo no meio de escombros psicológicos. Ele dizia isto em relação à psicologia humana. Em literatura a explosão nuclear já aconteceu com “Ulisses” de James Joyce e com “Waves” de Virginia Woolf. E apesar disto, continua existindo.


RESENHANDO - Paul Valéry dizia que o primeiro verso de um poema era dito pelos deuses e que o resto era mão de obra. Você concorda com isso?
C.F.A. - Concordo plenamente. Eu crio muito em cima de frases, que eu não sei de onde vem, que chama de “frases-irmãs”. Esta frase não está ligada aparentemente a nada. Sou muito místico e romântico. Acredito que tenha ondas no seu cérebro que contactam com coisas misteriosas. 


RESENHANDO - Você entra em transe quando escreve?
C.F.A. - Eu fico muito esquisito quando escrevo. Fico realmente numa outra faixa vibratória. Acontecem coisas muito loucas. Fico com taquicardia, tenho insônia e meu ritmo muda completamente. Eu me lembro que quando estava escrevendo a novela “Dodecaedro”, chegou um momento que bloqueou o texto. Eu não conseguia achar a saída. Eu estava escrevendo sobre uma personagem que seria o arquétipo do signo de Sagitário. Eu tentava e não vinha nada. Na época, eu tinha uma estante bem na minha frente com meus livros de poesia. Peguei um ao acaso e abri. Era um poema do Garcia Lorca chamado “Poema de La Saeta”, que fala sobre a constelação de sagitário. Incorporei este poema no texto e consegui a seqüência final da novela.


RESENHANDO - A situação que você descreveu no processo de criação da novela “Dodecaedro”, de não estar encontrando uma saída para o prosseguimento do enredo, é a mesma situação que os personagens viviam, presos numa casa, cercada por cães raivosos. Acontece de você se transformar naquilo que escreve?
C.F.A. - Acontece. Às vezes, é muito grave. “Morangos Mofados”, por exemplo, eu acho um livro pesado, amargo, depressivo, angustiado. E me aconteceu de receber personagens de contos que já tinha escrito. Tenho um conto chamado “Sobreviventes” que é um monólogo de uma moça que está bebendo muito. Eu recebia os “Sobreviventes” de vez em quando e era muito negativo.


RESENHANDO - A sua literatura é autobiográfica? 
C.F.A. - Não. Esta questão não existe, porque o único ponto de vista que você conhece sobre o mundo é seu próprio. São seus olhos que vêem, seu nariz que cheira, suas mãos que tocam. A experiência pessoal é indissociável do texto. Érico Veríssimo dizia que a cabeça do escritor é como o laboratório do doutor Frankenstein: um braço é de uma pessoa, a cabeça é de outra, formando um personagem que é a síntese de muita gente. 


RESENHANDO - Você trabalha muito com a linguagem poética. Como você consegue encontrar poesia numa cidade como São Paulo?
C.F.A. - A poesia está solta por aí. É como o filme “Sid e Nancy” que é horrivelmente poético. É a estética urbana do lixo. Tem uma cena muito bonita, que é um beijo dos dois no meio da rua e começa a cair uma chuva de lixo em câmera lenta sobre eles. Isto é medonho, mas é também muito bonito. Numa cidade como São Paulo, o belo está muito misturado com o horrível. O medonho e o maravilhoso vêm interligados. 


RESENHANDO - O sofrimento e o suicídio estão ligados à obra literária?
C.F.A. - Não sei. Eu me lembro de Clarice Lispector que dizia: “As grandes sensibilidades não passam impunes”. Quanto mais você percebe o mundo, quando você capta o que se passa com outras pessoas e na sociedade, mais você fica vulnerável e sofre. Ultimamente, eu ando muito feliz. Eu tenho me debatido com esta idéia de que para criar é preciso sofrer. Acho que você pode manter a razão sobre sua criação e descobrir formas de encontrar de acordo com a sua realidade objetiva, sem que ela te fira tanto. 


RESENHANDO - Você nunca pensou em suicídio?
C.F.A. - Já tentei três vezes. Mas eu era muito jovem e faz muito tempo. Não tentaria de novo. Adoro viver. Era uma atitude um pouco literária. Achava muito chique se suicidar aos 20 anos. Mas chique é sobreviver.


RESENHANDO - Você trouxe para a literatura um tipo de conteúdo até então inédito, que trata de drogas e sexo. Quais foram as suas influências para este tipo de conteúdo?
C.F.A. - De minha própria vida. Sempre fui muito atrevido e curioso. Fui me metendo nas barras mais pesadas que se possa imaginar até acabar me marginalizando na Europa. Sou a minha própria personagem. A tua vida é um romance que você está escrevendo ou um filme que você está dirigindo. Nada é muito sério. Tudo é artifício. Há momentos em que você pode ser bandido, mocinho, anjo ou burguês. Eu sempre tive uma grande atração pela marginalidade ou pela literatura feita por marginais. Sejam marginais eróticos, como Genet ou marginais psicológicos, como Artaud. Ou a marginalidade espiritual de Virginia Woolf, que sempre me encantou muito. 


RESENHANDO - Você conseguiu fazer a união entre vida e literatura?
C.F.A. - Há dois tipos de escritores. Um seria, por exemplo, o Borges que ficou trancado a vida inteira no escritório e morava com a mãe até a velhice. O outro tipo seria como Jack Kerouac, que vai para a rua, para a sarjeta, para a vida. Qualquer um dos tipos é maravilhoso se o trabalho dele for bom. Eu me sinto mais próximo de Kerouac. Tenho muita vontade de viver. Tenho o espírito muito aventureiro. 


RESENHANDO - Você se utiliza muito do recurso da citação, seja no começou ou no meio do texto. Esta é uma forma de dialogar com outros escritores?
C.F.A. - De certa forma, sim. Há pequenas homenagens no que escrevo. Mas vivendo em 1986, em cima de milhares de anos de História, onde tudo já foi dito e feito, aquilo que você escreve vai repetir o que já foi dito. A Grécia mitológica convive com os computadores. Há um excesso de cultura e de informação e isso transparece no meu texto.


RESENHANDO - Você consegue ir além da palavra ou ela é um fardo que você carrega?
C.F.A. - Às vezes, a palavra se torna uma escravidão. Com a palavra se supõe que você domestica a realidade. Se você estiver envolvido numa relação amorosa complicada e chamá-la de neurótica, você terá a impressão de que está compreendendo a relação. Mas o neurótico pode estar só na palavra. As emoções explodem além das palavras.


RESENHANDO - Você tem algum nome para o tipo de trabalho que você faz?
C.F.A. - Numa época, eu chamava de literatura sensorial. Porque eu queria impregnar o texto de cheiros, cores, formas. Que não é nada novo. Rimbaud queria isso também. Depois eu pensava que escrevia uma ecologia das emoções, que foi numa época que meu trabalho era muito psicológico. 


RESENHANDO - Na época que você morou no bairro de Moema, perto do parque do Ibirapuera, você escreveu alguma coisa?
C.F.A. - Eu escrevi alguns contos. Eu morava numa casinha tão boa, tinha uma roseira tão bonita. Foi onde comecei a trabalhar neste livro que estou escrevendo há três anos. Foi uma época muito boa. Eu tinha uma bicicleta e passeava muito pelo Ibirapuera. Era uma delícia. E finalmente este último livro virá impregnado do ar de Moema.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

.: Resenha crítica de "Eu Sou o Número Quatro", de roteiro fraco

Fugitivos de Lorien estão na Terra
Por: Mary Ellen Farias dos Santos
Em maio de 2011


Ficção científica adolescente perde com roteiro fraco. Saiba mais de Eu Sou o Número Quatro!


Um filme adolescente focado em alienígenas. O longa "Eu Sou o Número Quatro", dirigido por  D. J. Caruso, conta a triste história dos últimos habitantes do planeta Lorien, destruído pelos Mogadorianos (personagens que remetem esteticamente os vampiros de 30 Dias de Noite). Chamados apenas por números, eles têm o grande desafio de fugir dos inimigos que tem como objetivo eliminar todos os nove, na ordem certa, para que poderes especiais não possam ser usados contra eles no futuro.

Para sobreviver o lorieno Número Quatro (Alex Pettyfer), junto com o seu protetor Henri (Timothy Olyphant), vivem (camuflados) entre os habitantes do planeta Terra. Com o intuito de não serem reconhecidos, os dois constantemente mudam de cidade e de nome. No entanto, nem todo cuidado é o suficiente, pois nos minutos iniciais da trama o adolescente descobre que será o próximo da lista. 

Tal aviso é dado quando, assim como um adolescente normal, Número Quatro aproveita um dia inteiro na praia com uma garota. Já de noite, para o seu total azar, ainda na água, quando está prestes a se dar bem, ele sente a perna queimando enquanto que raios de luz são emitidos do símbolo formado em sua pele. Desesperado, ele sai da água correndo, mas todos flagram o momento inusitado. Um "ligeirinho" das águas salgadas filma e posta o vídeo na internet (Quanta modernidade!).

Após o flagrante, Henri e seu protegido mudam de cidade. Eis que o Número Quatro, que era chamado de Daniel passa a ser John Smith. Na tranquila cidade de Paradise, em Ohio, "John" descobre seus novos poderes, conhece a estudante Sarah Hart (Dianna Agron) e se apaixona por ela. Quando a história de amor fica um pouco de lado, a número Seis (Teresa Palmer) encontra o próximo da lista dos Mogadorianos e os seres inimagináveis ganham papel fundamental na trama.

O longa é um bom representante de outros tantos filmes e alguns seriados. Como? Simples. É inevitável deixar de intertextualizar Eu Sou o Número Quatro com outras películas famosas como, por exemplo, Crepúsculo (garota tímida se apaixona pelo bonitão misterioso); Duro de Matar (a cena da Número Seis explodindo a casa); Transformers (são tantas cenas!). 

Tantos momentos de suspense remetem a filmes de terror como, por exemplo, Pague para entrar, reze para sair, e, lembram também o seriado Sobrenatural (sequência no parque de diversões em que os protagonistas passeiam em um Trator Fantasma). Glee é outro seriado que será lembrado, principalmente por ser um filme adolescente americano que retrata aa rixas escolares dos novatos e os "diferentes" contra os "queridinhos do colégio". Talvez esta lembrança também ocorra pelo fato de ter Dianna Agron no elenco de ambos). 

Em um balanço geral, Eu Sou o Número Quatro pode ser classificado como bom, principalmente quando considerados os efeitos elaborados que pipocam (e muito bem) na tela, a fotografia lindíssima e a trilha sonora perfeita para o gênero. Entretanto, quando o assunto é o enredo, mesmo aqueles que acharam o filme empolgante por gostarem de filmes de ficção científica, hão de concordar que o roteiro fraquinho e insosso deixa a desejar. Resultado: Eu Sou o Número Quatro tem tudo para ser mais um filme juvenil moderninho (ou modernístico?!?!) da Sessão da Tarde.

Filme: Eu Sou o Número Quatro (I am Number Four, EUA)
Ano: 2011
Gênero: Ficção científica
Duração: 110 minutos
Direção: D. J. Caruso
Roteiro: Alfred Gough, Miles Millar e Marti Noxon, baseados no livro de Jobie Hughes e James Frey
Fotografia: Guillermo Navarro
Trilha Sonora: Trevor Rabin
Produção: Michael Bay
Elenco original: Alex Pettyfer, Timothy Olyphant, Dianna Agron, Kevin Durand.

sábado, 2 de abril de 2011

.: Resenha crítica de "Um Parto de Viagem", por Daniel Romano

Química de Downey e Galifianakis em repeteco cinematográfico
Por: Daniel Romano
Em abril de 2011


Apesar de ter uma bela fotografia, Um Parto de Viagem, deixa a impressão de ser uma refilmagem. Saiba mais!


"Um Parto de Viagem" narra a história de Peter (Robert Downey Jr.), um arquiteto um tanto quanto esquentado em uma viagem de negócios, que está prestes a se tornar pai. Sua vida vira de cabeça para baixo quando surge em sua vida o desencanado e meio infantilizado aspirante a ator Ethan (Zach Galifianakis). 

Graças a um mal-entendido no avião, os dois são colocados na lista de pessoas proibidas de voar. Após perder os seus documentos, Peter se vê obrigado a aceitar uma carona, oferecida por Ethan, de volta para Los Angeles. 

Infelizmente, o roteiro ficou bem parecido com Se Beber, Não Case (do mesmo diretor Todd Phillips). É chato quando a gente assiste algo que nos dá a impressão de repeteco. Fica previsível demais. Quem assistiu Antes Só Do Que Mal Acompanhado (de 1987, com Jonh Candy e Steve Martin) vai saber do que estou falando. Até a situação do aeroporto é parecida. Contudo, em Hollywood nada se cria, tudo se refilma. 

No entanto, não posso deixar de citar algumas cenas hilárias e politicamente incorretas. Em uma delas, Robert Downey Jr dá um soco no estômago de um garoto chato. Em qual filme você já viu um adulto dar um soco no estômago de uma criança insuportável? Ok, em alguns. Mas alguma vez riu disso? Outra cena bem bacana é quando o mesmo Robert Downey Jr. conta a triste história de ter sido abandonado pelo pai e o personagem de Zach Galifianakis ri descontroladamente. Uma cena (que poderia ser emocionante) e se torna cômica. 

Os dois atores estão impecáveis e a história cumpre o papel de tirar algumas risadas. Porém, pra mim, não preenche. É uma comédia gostosa, que desce geladinha (feito uma coca-cola). Mas dizem que quando estamos com sede, somente água resolve.

Sinopse: Peter Highman (Robert Downey Jr.) é um ansioso pai de primeira viagem, cuja esposa está a cinco dias de dar à luz. Peter corre contra o tempo para conseguir um vôo de volta para Atlanta a tempo de chegar para o parto, mas seus planos são atrapalhados quando ele conhece o aspirante a ator Ethan Tremblay (Zach Galifianakis). Esse encontro força Peter a pegar carona com Ethan, o que se transforma em uma travessia pelo país que vai resultar na destruição de carros, amizades e da paciência de Peter.

Filme: Um Parto de Viagem (Due Date, EUA)
Ano: 2010
Gênero: Comédia
Direção: Todd Phillips
Roteiro: Alan R. Cohen, Alan Freedland, Adam Sztykiel, Todd Phillips
Duração: 100 minutos
Fotografia: Lawrence Sher
Trilha Sonora: Christophe Beck
Elenco: Robert Downey Jr., Zach Galifianakis, Michelle Monaghan, Juliette Lewis, Jamie Foxx, Alan Arkin, Matt Walsh, RZA, James Martin Kelly, Mimi Kennedy, Rhoda Griffis.

.: Resenha crítica de "O Retrato de Dorian Gray", a décima adaptação

Um retrato (sobrenatural) de Dorian Gray
Por: Mary Ellen Farias dos Santos
Em abril de 2011


Décima adaptação de romance gótico de Oscar Wilde é fixada no suspense sobrenatural. Saiba mais de O Retrato de Dorian Gray!


Adaptar livros para a telona é brincar com fogo. Contudo, quando se trata de um clássico da literatura universal tudo muda ainda mais de figura, afinal, muitos já conhecem a história original e todos os seus detalhes e acabam não aceitando qualquer mínima mudança que este sofra.

"O Retrato de Dorian Gray", dirigido por Oliver Park, reconta o romance gótico, homônimo, de Oscar Wilde. Tanto quanto o texto original, o longa critica o culto desenfreado da juventude e da beleza eternizada. Qual o diferencial? O lado místico da obra é mais valorizada e, assim, torna a décima adaptação da história de Wilde em um suspense sobrenatural.

No enredo ambientado na Londes Vitoriana, o jovem recém-chegado, Dorian Gray, aspirando ingressar na alta-roda, torna-se amigo de Henry Wotton. Este, por sua vez, o apresenta à sociedade e aos prazeres que o local oferece. Sentindo-se invencível, Gray se perde em um universo confuso abarrotado de sexo, vaidade e total falta de valores. Sem limites para concretizar o que deseja, ele passa a se concentrar em um outro prazer: a própria beleza. 

Obcecado por sua beleza inquestionável (Seria Ben Barnes o mais indicado para tal papel?), Dorian permite que o pintor Basil Hallward o retrate com fidelidade e, assim, sem qualquer dúvida, o jovem dá a própria alma com a intenção de ter para sempre a aparência nele registrada. Enquanto que o aristocrata Lorde Wotton o deseduca sobre os verdadeiros valores da vida, Basil retrata a verdadeira beleza, jamais pintada por alguém. Apesar dos anos já corridos, Gray permanece jovem, belo e atraente, enquanto que o quadro, não mais exposto, mas coberto e escondido, apresenta, cada vez mais, um ar sombrio e malévolo.

"O Retrato de Dorian Gray", com direção de Oliver Park, é um bom filme, não é tão marcante quanto a leitura do livro em seu texto integral, mas no quesito figurino e maquiagem dá um banho de perfeição. Assim, passa a ser um fato comprovado, pois apesar de a beleza de Ben Barnes (que tem cara de cachorro molhado) não ter as características de um Dorian Gray, em poucos minutos de filme é possível "ver" nele aquilo que não há de fato.

Por outro lado, o nobre ardiloso Wotton, interpretado brilhantemente por Colin Firth é quem rouba a cena. Não há duvida, ele é o melhor advogado do Diabo de todos os tempos. Tal atuação, de tão marcante permite que o público analise, por conta própria, quem é o verdadeiro pintor de Dorian Gray. Vale a pena conferir O Retrato de Dorian Gray, embora a leitura do livro (texto integral e/ou original) seja indispensável!


Filme: O Retrato de Dorian Gray (Dorian Gray, Reino Unido)
Ano: 2009
Gênero: Drama
Duração: 112 minutos
Direção: Oliver Park
Roteiro: Toby Finlay, Oscar Wilde (romance)
Fotografia: Roger Pratt
Trilha Sonora: Charlie Mole
Elenco original: Colin Firth, Ben Barnes, Rachel Hurd-Wood, Rebecca Hall, Emilia Fox, Ben Chaplin, Caroline 

sexta-feira, 1 de abril de 2011

.: Entrevista com João Paulo Cuenca, escritor

“O que acontece é que mulheres estão assumindo papéis cada vez mais masculinos e homens com a cabeça do século passado - eu me incluo nisso. Existe uma 'pororoca', um enfrentamento, entre os sexos.” - João Paulo Cuenca

Por: Helder Miranda
Colaboração: Mary Ellen Farias dos Santos

Em abril de 2011


Afinal, o que querem os homens? Descubra aqui no Resenhando.com na entrevista do escritor João Paulo Cuenca!


Um escritor e cronista carioca. Aos 33 anos, João Paulo Cuenca ostenta um currículo de encher os olhos de qualquer veterano. Já publicou pelas editoras Planeta, Agir, Companhia das Letras e, agora, lança pela Leya Brasil o roteiro da série global Afinal, O Que Querem As Mulheres?, em uma edição luxuosa. Integrante da antologia As Cem Melhores Crônicas Brasileiras, foi selecionado pela organização do festival Bogotá Capital Mundial do Livro como “um dos 39 autores mais destacados da América Latina com menos de 39 anos”. 

João Paulo Cuenca começou a trajetória em um blog de diários na internet com o nome de Folhetim Bizarro. Consequentemente, iniciou o que seria, mais tarde, o esboço de seu primeiro romance Corpo Presente. Aventurou-se ao enviar um trecho de sua primeira produção para a revista eletrônica Ficções, assim, em 2003, publicou seu livro de estreia pela editora Planeta. 

De 2003 a 2005, publicou crônicas semanalmente na Tribuna da Imprensa e no Jornal do Brasil, além de ser responsável por uma coluna mensal na Revista TPM entre 2004 e 2006 e ser cronista do suplemento Megazine do jornal O Globo de 2006 a 2010. Ainda em 2003, Cuenca foi palestrante convidado da FLIP – Festa Literária Internacional de Paraty. Ele que em 2007 foi considerado pelo festival Bogotá Capital Mundial do Livro como um dos 39 autores mais destacados da América Latina com menos de 39 anos, também participou de feiras internacionais, como a Feira do Livro de Madrid, na Espanha, Hay Festival Cartagena das Índias, na Colômbia, Feira Internacional do Livro de Lima, no Peru, Correntes D´escritas, em Portugal, Bienal do Livro do Rio de Janeiro, entre outros. 

Nesta entrevista ao site cultural Resenhando.com, João Paulo Cuenca fala sobre a guerra dos sexos, o amor na modernidade, a escrita de um romance, a novela que escreveria e o papel de editores na descoberta de novos autores.



RESENHANDO - Afinal, o que querem os homens?
JOÃO PAULO CUENCA - Grande parte do tempo, adivinhar o que querem as mulheres, um ser misterioso, insondável... Mas os homens se esquecem cada vez mais dessa parte da reflexão do Freud, porque já não faz mais sentido, o desejo hoje é tão fragmentado...


RESENHANDO - Então você descobriu, afinal, o que querem as mulheres?
J.P.C. - Desde a tenra infância venho tentando saber sobre isso, mas não... nada. Na verdade, acho que mostrar as mulheres como enigmas ou esfinges é uma mistificação. 


RESENHANDO - Qual é a grande diferença entre os desejos masculinos e femininos?
J.P.C. - Hoje em dia os papéis estão se misturando e ficando ainda mais confusos. O que se vê são inversões, não estou falando em “mulheres sapatonas” e “homens viados”, não é nada disso. 


RESENHANDO - O que quer dizer?
J.P.C. - Acontece que as mulheres estão assumindo papéis cada vez mais masculinos e os homens com a cabeça do século passado - eu me incluo nisso. Existe uma “pororoca”, um enfrentamento, entre os sexos.


RESENHANDO - Por haver tal transformação, há alguma interferência na orientação sexual do ser humano atual?
J.P.C. - As pessoas estão cada vez mais livres para exercer os seus desejos. Nas próximas gerações, a homossexualidade tende a não ser mais um fardo de isolamento, nem haverá mais sentido para a fragmentação social, como a Parada Gay. Assim espero.


RESENHANDO - Como foi a sua relação com a literatura quando pequeno?
J.P.C. - Leio desde pequeno, frequentava bibliotecas. Eu lia muito mais aos 10 anos do que hoje em dia.


RESENHANDO - Você gosta de escrever?
J.P.C. - Não sei exatamente. Sei que gosto mais do resultado, da sensação de que criei algo. Eu gosto de perceber que consegui me comunicar. O curioso é que enquanto escrevo, não gosto. É um processo difícil.


RESENHANDO - Como foi migrar dos livros para um seriado na Globo?
J.P.C. - Foi agradável e menos solitário do que escrever um romance que, para mim, dura em média três anos, sofrendo e perseguindo uma obsessão. O roteiro foi uma encomenda para a emissora, mas o mérito é dividido com os outros roteiristas, o diretor, o iluminador... Diferentemente do romance, em que sou o cara que faz tudo.


RESENHANDO - Depois da experiência de adaptar um livro para a TV você pensa em escrever novelas?
J.P.C. - Penso em ser colaborador. Se fosse para escrever a minha, seria sobre os bastidores de uma telenovela, abordando as relações com o diretor, os atores entre si e a imprensa, que vaza todas as novidades e os mistérios dos capítulos. Isso, sim, seria divertidíssimo.


RESENHANDO - Como é escrever um romance?
J.P.C. - Começa com uma ideia e, mais do que respostas, penso em formular uma pergunta. A partir daí, tudo se desenvolve.


RESENHANDO - O título de um de seus livros é "O Único Final Feliz Para Uma História de Amor É Um Acidente". Você não acredita em finais felizes?
J.P.C. - Acredito, mas sem que para isso seja cobrada a felicidade. Isso dá ao sentimento um fardo errôneo, sendo que deve ser algo feliz, confortável. A vida não é assim. No lançamento desse livro, contratei uns “lambes-lambes” para colocar cartazes espalhados com esse título. Alguns acharam desagradável, mas no final das contas foi só uma provocação. Relações terminam o tempo todo, seja porque um não gosta mais do outro e abandona, seja porque têm o ponto final com um acidente...


RESENHANDO - Conte uma pouco da sua história. Como você foi descoberto na literatura?
J.P.C. - Comecei a escrever um blog em 1999 e consegui publicar na revista Ficções, que está meio parada, mas publica gente nova e consagrada, como Rubens Batista Figueiredo. A partir daí, as coisas aconteceram, como lançar pela editora Planeta e a participação em outras publicações literárias. 


RESENHANDO - Considerando o início de sua história, você acredita que a internet seja um caminho?
J.P.C. - É, mas tem muita gente e, por isso, as pessoas ficam meio perdidas. Acho válido, mas não pode ser só isso. Uso a internet como interlocução, mas creio que é importante, talvez o primeiro passo, seja ter um conto publicado numa revista conceituada. É um filtro. Na internet, não tem editor, então pode se escrever tudo.


RESENHANDO - E a importância dos editores?
J.P.C. - Os editores, nesse caso, atuam como peneiras. E é muito mais fácil você ser lido em uma revista do que alguém chegar em um blog e descobrir um novo autor. 


RESENHANDO - Você foi considerado um dos 39 autores mais destacados da América Latina com menos de 39 anos. Como foi isso?
J.P.C. - Bacana. Convivi e tive a oportunidade de ler uma geração de escritores que não conhecia. Tive uma noção muito forte do que é estar na América Latina. A referência é que, infelizmente, o Brasil não se insere nisso, não participa das coisas, como se fosse algo isolado.



Publicações de João Paulo Cuenca
Romances
Corpo presente, Planeta, 2002
O dia Mastroianni, Agir, 2007
O único final feliz para uma história de amor é um acidente, Companhia das Letras, 2010

Antologias
Cem melhores crônicas brasileiras Objetiva, 2007
Cenas da Favela Geração Editorial, 2007
Missives – Nouvelles brésilliennes contemporaines Société Littéraire, França, 2008
B39 — Antologia de cuento latinoamericano Ediciones B, Uruguai 2007

Obras traduzidas
Una giornata Mastroianni Cavalo di Fierro, Itália, 2008
O Dia Mastroianni Caminho Editorial, Portugal, 2009
O único final feliz para uma história de amor é um acidente, Caminho Editorial, Portugal, 2011

quarta-feira, 2 de março de 2011

.: Resenha crítica de "127 Horas", dirigido por Danny Boyle

Cinebiografia de Danny Boyle é dinâmica, mas deixa o público tenso
Por: Daniel Romano
Em março de 2011


Momentos angustiantes fazem de cinebiografia de Aron Ralston uma história marcante. Saiba mais de 127 Horas!


O filme "127 Horas", de Danny Boyle (mesmo diretor de "Quem Quer Ser um Milionário"), é baseado em uma história real vivida pelo alpinista Aron Ralston (James Franco). Passeando, em abril de 2003, no Canyon Bluejohn (em Utah), o moço aventureiro cai em uma fenda e fica com o braço preso em uma rocha. Antes, uma paisagem linda é exposta na telona, deixando o espectador de queixo caído com tantos monumentos naturais, além de retratar o espírito aventureiro do rapaz. 

É no momento em que  o Aron fica preso que o público (junto), torce para que ele consiga logo se livrar da maldita rocha. De fato, James Franco está excelente em cena. Claro que o clima favorece e o personagem também, já que a filmadora é sua única forma de se expressar. E nós, espectadores, ficamos como ouvintes, como se o alpinista estivesse gritando todo o seu desespero e pedido de ajuda. 

Muito interessante quando Aron lembra que esqueceu um isotônico no carro e são mostrados vários comerciais de sucos e refrigerantes estupidamente gelados. Todas as cenas são vindas da própria imaginação do rapaz. 

Não posso deixar de lembrar que o cara valente não perde o bom humor, o que não deixa as coisas menos desesperadoras. A trama é tensa e angustiante. Danny Boyle (diretor) foi esperto e encaixou cenas extras de possíveis acontecimentos caso o incidente não tivesse acontecido. 

Aron namorando. Aron com os amigos. Aron atendendo o telefonema (não atendido) de sua mãe. Aron curtindo a vida em uma festa com as meninas que acabou de conhecer. Aron e sua antiga paixão. Aron avisando no trabalho que viajou. Coisas que ele na realidade não fez, mas é mostrado ao público. Uma jogada de mestre. Na verdade, é um trunfo que não deixa o filme cansativo. E vamos combinar que é complicado entreter um público por mais de uma hora em um mesmo ambiente. 

Contudo, Boyle deu conta do recado, tornou uma história "parada" em algo dinâmico. O que peca um pouco é a trilha sonora. Por vezes, toca uma musiquinha alegre e fica inapropriada para um momento de suspense. Mas passou despercebido. A superação de Aron Ralston é emocionante e o filme também. Vale conferir!


Filme: 127 Horas (127 Hours, Reino Unido, EUA)
Ano: 2010
Gênero: Drama
Duração: 93 min
Direção: Danny Boyle
Roteiro: Danny Boyle, Simon Beaufoy, Aron Ralston (livro)
Elenco: James Franco, Lizzy Caplan, Treat Williams, Kate Burton.
Site oficial: http://www.127horas.com.br/

.: Resenha crítica de "Enterrado Vivo", com Ryan Reynolds

Crítica ferrenha ao sistema dá mais força a suspense protagonizado por Ryan Reynolds
Por: Mary Ellen Farias dos Santos
Em março de 2011


95 minutos de pura tensão. Saiba mais de Enterrado Vivo!


Para quem é fã de filmes que deixam os nervos à flor da pele, Enterrado Vivo é a melhor pedida entre os lançamentos do gênero suspense. Não há dúvida, o longa dirigido por Rodrigo Cortés é realmente claustrofóbico, angustiante e muito intenso. Tais palavras não são força de expressão. O filme é mesmo de tirar o fôlego!

A história do longa estrelado por Ryan Reynolds tem como cenário o interior de um caixão sob a terra. E só. Tudo acontece nesta rústica caixa de madeira. Inicialmente, no escuro (total), é possível escutar o motorista de caminhão, Paul Conroy, ofegante, que após alguns segundos encontra um isqueiro. A partir do momento em que se faz a luz, os olhares apavorantes de Paul permitem que o público tenha uma ideia da dimensão do problema que viverá junto ao protagonista nos próximos 90 minutos. 

Após conseguir tirar a mordaça e desamarrar as mãos, um celular, em árabe, toca. É então, que o pavor (contagiante) de Conroy aumenta. Afinal, o que querem de um simples motorista da CRT que trabalhava no Iraque para os norte-americanos? Eis que a pergunta sobre o real motivo de Paul ter sido enterrado vivo ganha forma, enquanto que a ameaça de morte se torna cada vez mais real e próxima de se concretizar. 

No entanto, o celular (tecnologia que, quando funciona, auxilia na solução de grandes dificuldades) é o instrumento que dá agilidade para toda a trama. Nem mesmo a grande cobra que faz uma visitinha para Paul consegue dar tanto medo quanto as vezes que o celular recebe uma chamada árabe. Contudo, o longa prova que de nada adianta ter em mãos tamanha tecnologia quando não se tem competência daquele que está do outro lado da linha. 

Dentro de um velho caixão, lutando para sobreviver, Conroy demora para conseguir contatar Dan Brenner, representante da Embaixada que trata da busca por reféns. Eis que o longa embarca na crítica ferrenha ao sistema (o governo, o meio corporativo e a política internacional). Entretanto, com a tensão oscilando, Enterrado Vivo que conta totalmente com a atuação de Ryan Reynolds (ator considerado fraco pelos críticos), não desaponta. Vale a pena passar por minutos de nervosismo com Enterrado Vivo!

Filme: Enterrado Vivo (Buried, Espanha, EUA)
Ano: 2010
Gênero: Suspense
Duração: 95 minutos (
Direção: Rodrigo Cortés
Roteiro: Chris Sparling
Elenco: Ryan Reynolds (Paul Conroy), José Luis García Pérez (Jabir), Robert Paterson (Dan Brenner), Stephen Tobolowsky (Alan Davenport), Samantha Mathis (Linda Conroy), Ivana Miño (Pamela Lutti), Warner Loughlin (Maryanne Conroy / Donna Mitchell / Rebecca Browning), Erik Palladino (Agente especial Harris), Kali Rocha (Operador 911 / Voz), Chris William Martin (Representante do Departamento de Estado ), Cade Dundish (Shane Conroy), Mary Songbird (Operadora 411/ Voz), Kirk Baily (Operador 411 / Voz), Anne Lockhart (Operador CRT / As Voz)
Site oficial: http://www.enterradovivo.com.br

.: Resenha crítica de "Homens em Fúria", enredo que não convence

Longa traz elenco de qualidade, mas decepciona por trama fraca
Por: Daniel Romano
Em março de 2011


Enredo não convence, apesar de trazer elenco de primeira. Saiba mais do longa Homens em Fúria!


O filme "Homens em Fúria", do diretor John Curran, começa bem, fazendo o público pensar sobre o direito que temos de julgar os outros. Senti aversão ao personagem principal logo no início da trama. Que moral tem um homem que comete chantagem com a própria mulher para que ela não o abandone? Como ele pode avaliar e julgar alguém? Esse tema tinha tudo para obter um roteiro bem elaborado. Não foi o caso. 

Tudo citado acima, apenas faz parte da primeira cena, que chega a ter cinco ou dez minutos de duração. No decorrer da trama, só nos deparamos com um detento tentando convencer um agente de condicional a antecipar sua saída da prisão. E o moço não está sozinho, ele conta com a ajuda e sensualidade de sua bela esposa. Mas a história não emplaca, não há surpresas. Não tem jogada de cena, rítmo, nada. Uma mesmice entediante. 

A parte positiva é que o elenco está excelente, o que sustenta o filme, com atuações impecáveis. Frances Conroy talvez tenha ficado com a parte mais complicada, interpretando Madelyn. Uma mulher esgotada com o casamento, infeliz e melancólica. E deu conta do recado, conseguindo um feito não muito fácil: superar Robert De Niro. Mesmo com um texto tão pobre para sua personagem, Conroy fez bonito. Edward Norton e Milla Jovovich também estão em suas melhores fases, com papeis muito bem interpretados. 

Milla conseguiu finalmente se desvencilhar dos zumbis, mostrando que pode mais do que pular de um lado para o outro em um filme de ação. É o quarteto que sustenta o longa, fazendo com que o público continue animado de assistir até o fim. Não espere um filmaço e nem se anime com o título. São apenas pessoas cometendo erros durante a vida. E, dependendo do tempo que se perde, fica tarde demais para recomeçar. Nada mais.


Curiosidades sobre Homens em Fúria:

* O orçamento de Homens em Fúria foi de US$ 22 milhões.

* Esta é a segunda parceria (em filme) do diretor John Curran e o ator Edward Norton trabalham juntos. O anterior foi O Despertar de uma Paixão (2006);

* Edward Norton e Robert De Niro atuaram juntos anteriormente em A Cartada Final (2001);

* As cenas na detenção foram rodadas na Prisão de Southern Michigan, que já foi o maior presídio fechado no mundo. Com o encerramento de atividades, o local se tornou bastante disputado como locação de filmes e séries de TV.

Filme: Homens em Fúria (Stone, EUA)
Ano: 2010
Gênero: Drama
Duração: 105 minutos
Direção: John Curran
Roteiro: Angus MacLachlan
Elenco: Milla Jovovich (Lucetta), Robert De Niro (Jack Mabry), Edward Norton (Gerald Creeson), Frances Conroy (Madylyn)

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