quarta-feira, 9 de outubro de 2019

.: Crítica: "Coringa" consegue algo que há tempos não acontecia no cinema


Por Oscar D’Ambrosio*, em outubro de 2019.

Pare tudo o que você está fazendo e vá ao cinema! É sério. O filme “Coringa” consegue algo que há tempos não acontecia. É uma obra que obriga a pensar sobre a sociedade em que vivemos, em um mundo caótico, em que faltam detalhes para que tudo possa explodir em uma direção desconhecida.

Pode-se até pensar que isso é bom num primeiro momento, mas a questão central é a motivação para essa transformação. O diretor Todd Phillips consegue, pelo uso da câmara e pelo ritmo da narrativa, valorizar os motivos da violência do protagonista, interpretado magistralmente pelo ator Joaquin Phoenix.

O eixo que faz o filme funcionar está em mostrar como um rapaz oriundo de uma família desagregada que é explorado pelo patrão e pela sociedade no trabalho de palhaço vai crescendo em descontrole até se tornar um assassino. O curioso e significativo, porém, é que esse sentimento de raiva contra a sociedade é assumido pela população.

A ideia de eliminar os poderosos ganha as ruas com máscaras e violência discriminada. O sentimento não é nobre, mas retrata uma percepção de mundo que parece tender a crescer. Se parte da sociedade vive em anomia, no sentido de uma perigosa passividade; outra, como mostra o filme, pode tornar o ódio do Coringa num perigoso sentimento permanente.

Oscar D’Ambrosio* é jornalista pela USP, mestre em Artes Visuais pela Unesp, graduado em Letras (Português e Inglês) e pós-doutorando e doutor em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e Gerente de Comunicação e Marketing da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.

.: "Peter Pan" retorna aos palcos do Teatro Bradesco em outubro


Devido ao grande sucesso, o musical brasileiro "Peter Pan" retorna aos palcos do Teatro Bradesco em outubro depois de uma temporada de grande sucesso em julho para curtíssima temporada. Na superprodução, adaptada da história original do escritor escocês J.M Berrie, Peter e a fada Sininho levam seus amigos Wendy, Michael e John para conhecer o lugar em que vivem, a Terra do Nunca, onde o tempo não passa.

Uma sucessão de aventuras espera a turma. Eles vão se deparar com um navio pirata e ter que enfrentar o temível Capitão Gancho, conhecer a aldeia dos índios e os meninos perdidos. Uma história cheia de emoções, interatividade, efeitos especiais e tecnologia que proporciona às famílias muita alegria e diversão.

O musical é assinado pelo diretor italiano Billy Bond que utiliza influências da cultura pop para aproximar ainda mais o espectador do clássico. O diretor é reconhecido por transformar clássicos infantis em produções recheadas de experiências sensoriais criadas para cativar o público. Matheus Ueta ("Carrossel" e "Bom Dia & Cia", do SBT) volta ao teatro para interpretar o personagem principal, Peter Pan, e divide cena com um grande elenco, formado por 27 artistas que cantam e dançam em diferentes cenários, alternando o uso de mais de 100 figurinos. "Peter Pan" é uma superprodução surpreendente que encanta pessoas de todas as idades, uma história recheada com muitas aventuras e surpresas.

Sessões:
12 de outubro, às 16h
13 de outubro, às 11h e 16h
19 de outubro, às 16h
20 de outubro, às 16h
26 de outubro, às 16h

27 de outubro, às 16h

Classificação: livre
Duração: 110 minutos

Teatro Bradesco
Localizado no Bourbon Shopping, em São Paulo, com capacidade para 1439 pessoas. Rua Palestra Itália, 500 - Loja 263, 3° Piso - Perdizes.


.: Vinheta do Festival Ópera na Tela traz cenas das récitas


A edição 2019 do Ópera na Tela ganha vinheta e tem estampada em sua identidade musical “La Donna è Mobile”; ária do terceiro ato da ópera “Rigoletto”, de Giuseppe Verdi. O vídeo tem 60 segundos e apresenta pequenos trechos das principais récitas integrantes da mostra, bem como as datas do evento em SP (entre 18 e 27 de outubro, no Museu da Casa Brasileira) e RJ (entre 31 de outubro e 12 de novembro, no Parque Lage). 

Após participação nas duas cidades, o festival segue para salas de cinema de diversas capitais do país com programação até meados de 2020. A primeira performance de “La donna à mobile”, de 1851, foi do tenor Raffaele Mirate. Muitos tenores famosos já a interpretaram, como Plácido Domingo, Luciano Pavarotti, Juan Diego Flórez, Alfredo Kraus, José Carreras, Enrico Caruso, entre outros.

O festival traz dez filmes de óperas para São Paulo e 12 para o Rio - uma récita por dia de produções recentes e inéditas no país -, além de um ciclo de palestras (ministradas por Sérgio Casoy e Robson Leitão, com entrada franca), masterclass de canto lírico e um recital com a mezzo-soprano Valentine Lemercier acompanhada da pianista georgiana Nino Pavlenichvili, em cada uma das cidades. 

O público carioca terá ainda a oportunidade de assistir a “Liquid Voices - a história de Mathilda Segalescu”, ópera da brasileira Jocy de Oliveira.  A programação completa do festival pode ser conferida no site: www.operanatela.com . As entradas para o festival em São Paulo podem ser adquiridas no site https://site.bileto.sympla.com.br/operanatelasp/. E, para comprar os ingressos para o festival na cidade do Rio de Janeiro basta acessar: https://site.bileto.sympla.com.br/operanatelario/.

Sucesso há quatro anos no Rio de Janeiro e pela primeira vez e São Paulo, o Festival  Ópera na Tela reúne as principais montagens de récitas em exibições na Europa. Em tela gigante, com alta qualidade de som e imagem e cadeiras confortáveis, o público terá a oportunidade de acompanhar as mais famosas composições de ópera de nome como Giuseppe Verdi, Franz Lehár, Mozart, Giacomo Puccini, entre outros. 

Do italiano Giuseppe Verdi teremos “La Traviata” (apresentação que marca a estreia do diretor Simon Stone – um dos mais notáveis no teatro hoje – na Ópera Nacional de Paris), “Falstaff” (a última ópera de Verdi, regida pelo maestro Daniel Barenboim, um dos mais proeminentes músicos do fim do século XX e início do XXI), “Atilla”(que abriu a temporada lírica do Scala de Milão 2018/2019, um dos mais importantes e  prestigiados teatro de ópera do mundo, e com IIdar Abdrazakov, o bass mais famoso do momento). 

Ênfase também para “O Trovador” (drama em quatro atos com a soprano superestrela Anna Netrebko, no papel de Leonora, cantando pela primeira vez diante dos 20 mil espectadores da Arena de Verona numa última encenação monumental de Zefirelli, falecido em junho de 2019) e “Rigoletto” (outra obra muito popular encenada no deslumbrante palco flutuante do Festival de Bregenz, com uma engenharia espetacular). 

O festival traz ainda obras de Mozart (“Don Giovanni”, da Ópera de Paris); Christoph Willibald Glück (“Orfeu e Eurídice”, da Ópera de Milão, com o famoso tenor peruano Juan Diego Floréz); de Jacques Offenbach (“Os Contos de Hoffmann”, da Ópera Nacional Holandesa); de Franz Lehár (“A Viúva Alegre”, da Ópera de Paris), com a presença do barítono brasileiro Paulo Szot no papel masculino principal; de Claudio Monteverdi (“A Coroação de Popeia”, do Festival de Salzburgo, com a diva búlgara Sonia Yoncheva); de Richard Wagner (“Lohengrin”, do Festival de Bayreuth na Alemanha) e de Giacomo Puccini (“Manon Lescaut”, do Teatro de Milão). A programação completa do festival pode ser conferida no site: www.operanatela.com

O evento tem produção da Bonfilm– responsável também pelo Festival Varilux de Cinema Francês – e da Atti Comunicação,e é apresentado pelo Ministério da Cidadania, Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, Prefeitura do Rio de Janeiro, Secretaria Especial da Cultura, Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, Lei de Incentivo à Cultura do Rio de Janeiro e Secretaria Municipal de Cultura, Lei Municipal de Incentivo à Cultura - Lei do ISS. Leroy Merlin, Sofitel, EDF e Edenred Ticket são os principais patrocinadores.

Sobre o Festival Ópera na Tela
Em sua quinta edição, o Festival Ópera na Tela exibe até 12 óperas inéditas e recentes em um cinema, com telão, espreguiçadeiras e som de última geração, montado ao ar livre no Parque Lage especialmente para o evento. Em São Paulo, a tela gigante será montada no Museu da Casa Brasileira. Em seguida, a seleção de peças líricas entra em diversas cidades brasileiras.

Vinheta: 

.: Sesc Pinheiros recebe "Heather", peça inédita do britânico Thomas Eccleshare

A peça, que entra em temporada pela primeira vez, traz texto inédito do autor britânico Thomas Eccleshare e montagem de Marcio Aurelio. Foto: João Caldas Fº
Idealizado pela atriz Laís Marques com a Razões Inversas, o espetáculo retrata uma reclusa escritora de livros juvenis que torna-se, do dia para a noite, um fenômeno de vendas. Seus livros são como tesouros preciosos estimados, sobretudo, pelos jovens leitores identificados com a heroína Greta. Entretanto, quando os verdadeiros aspectos da sua vida pessoal veem à tona o público pergunta a si mesmo: “o que interessa mais: o autor ou sua obra?”

O texto teatral "Heather" foi escrito no ano de 2017 pelo jovem autor britânico Thomas Eccleshare, vencedor do Verity Bargate Award e Catherine Johnson Award, além de recentemente indicado ao Off West End Award como um dos mais promissores escritores da atualidade.

O texto é estruturado a partir de três narrativas curtas, exibidas diretamente ao espectador por meio do jogo ágil entre dois atores. Na primeira parte há uma troca de e-mails entre um editor e uma promissora escritora, misteriosamente reclusa. Na segunda parte do texto, uma conversa presencial entre ambos expõe as suas verdadeiras identidades, o que acarreta uma reviravolta geral em meio ao tremendo sucesso obtido com a estreia de "Heather" no mercado literário. Finalmente, na terceira parte, o próprio best-seller é encenado numa perspectiva cinematográfica, dando margem para que a heroína Greta e sua caneta mágica encarem as trevas de um mundo intolerante.

"Heather" tematiza de uma maneira caleidoscópica o delicado jogo das aparências na arte e, em especial, no mercado editorial dos best-sellers juvenis. A intenção principal da peça é evidenciar o abismo muitas vezes existente entre a obra e o seu criador e, com isso, revelar as facetas mais obscuras do ser humano, inclusive do artista mitificado pelo seu público, tanto quanto pelo lucrativo mercado editorial.

Sobre o autor Thomas Eccleshare
Escritor, ator e diretor teatral, formado pela Escola Jacques Lecoq. Como dramaturgo, recebeu os Prêmios Verity Bargate, Catherine Johnson e também foi indicado ao Off West End Award, como um dos mais promissores dramaturgos britânicos da atualidade. Ele escreve para TV e cinema regularmente, sendo que no ano passado recebeu o primeiro incentivo para o JJ BAFTA Screenwriting Bursary. Eccleshare é co-diretor artístico da Cia Dancing Brick com a qual tem realizado inúmeras turnês nacionais e internacionais. Atualmente está em cartaz na Royal Court. 

Sobre o encenador Marcio Aurelio
Professor Doutor pelo Departamento de Teatro da Escola de Comunicações e Artes da USP e livre-docente pelo Departamento de Artes Cênicas do Instituto de Artes da UNICAMP, Marcio Aurelio é um dos mais premiados e reconhecidos diretores de teatro brasileiro. Como encenador, montou espetáculos no Brasil e no exterior a partir de textos de Sófocles, Shakespeare, Bertolt Brecht, Nelson Rodrigues, Alcides Nogueira, entre outros. Em 1990, criou a Companhia Razões Inversas na qual dirigiu espetáculos premiados como “Senhorita Else”, de Arthur Schnitzler, “A Bilha Quebrada”, de Kleist, e “Agreste”, de Newton Moreno. Em 2009, dirigiu “Ballo”, com a São Paulo Companhia de Dança. Sua primeira colaboração com a dança foi com a bailarina Marilena Ansaldi, em 1987, com o premiado espetáculo, “Hamlet-Machine”. Entre 1997 e 2000, dirigiu o bailarino e coreógrafo Ismael Ivo, no Deutsches National Theater, em Weimar, na Alemanha. Já recebeu prêmios da Associação Paulista de Críticos de Arte, do Troféu Mambembe, do Prêmio Molière e do Prêmio Shell, em diversos espetáculos, como “Lua de Cetim”, “Pássaro do Poente” e “Pólvora e Poesia”. Em 2018 dirigiu “Caixa de Memórias”.

Ficha Técnica
"Heather"
Texto: Thomas Eccleshare
Encenação: Marcio Aurelio
Atuação: Laís Marques e Paulo Marcello
Direção de Arte e Trilha sonora: Marcio Aurelio
Figurino: Cia Razões Inversas
Fotografia: João Caldas Fº
Produção: Andréa Marques
Idealização: Laís Marques

Serviço
"Heather"
De 17 de outubro a 16 de novembro de 2019. Quinta, sexta e sábado, às 20h30. Feriados (2 e 15/11), às 18h.
Local: Auditório (98 lugares)
Ingressos: R$ 30 (inteira), R$ 15 (meia entrada: estudante, servidor de escola pública, + 60 anos, aposentados e pessoas com deficiência) e R$ 9 (credencial plena do Sesc - trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo matriculado no Sesc e dependentes).
Duração: 80 minutos. 
Classificação indicativa: 12 anos. 

Sesc Pinheiros
Endereço: Rua Paes Leme, 195.
Bilheteria: Terça a sábado das 10h às 21h. Domingos e feriados das 10h às 18h.
Tel.: 11 3095.9400.

Estacionamento com manobrista: terça a sexta, das 7h às 21h30; Sábado, das 10h às 21h30; domingo e feriado, das 10h às 18h30. Taxas / veículos e motos: para atividades no Teatro Paulo Autran, preço único: R$ 12 (credencial plena do Sesc) e R$ 18 (não credenciados).

Transporte Público: Metrô Faria Lima – 500m / Estação Pinheiros – 800m

.: O Dia das Bruxas Vem Aí: Bruxa Brasileira explica como surgiu a data

Tânia Gori comanda uma escola de magia há mais de 20 anos em São Paulo

Foto: Eduardo Knapp 


O Halloween ou Dia das Bruxas, como é mundialmente conhecido, surgiu há mais de 2 mil anos, baseado nas datas festejadas pelo povo Celta. Naquela época, os celtas acreditavam que o Halloween, chamado também de Samhain, era uma ocasião especial, onde a divisão entre os mundos visível e invisível se tornava mais sutil. Era o momento em que as forças sobrenaturais estavam ativas e os fantasmas e espíritos estavam livres para fazer o que bem quisessem. Estavam abertas as portas para todos os seres. 

Nos dias de hoje, a tradição de mais de 2 mil anos tornou-se uma grande brincadeira. Na noite do dia 31 de outubro, crianças americanas, inglesas, irlandesas e escocesas preparam-se para relembrar a data, conhecida também como Festival do Fogo.  Vestidas com fantasias de bruxa, fantasma, monstros e duende, elas percorrem longas distâncias saudando os moradores com a frase “Gostosuras ou Travessuras” pedindo doces e guloseimas para serem saboreadas no final da noite. A brincadeira surgiu do medo que os povos antigos tinham das criaturas do outro mundo. Para amansar os humores desses seres, as pessoas colocavam na frente de cada casa um prato com doces. 

Durante o caminho, as crianças são iluminadas pelo grande amigo Jack, uma abóbora com careta em forma de lanterna, usada para iluminar as Fadas, Gnomos e Duendes e auxiliar a realização dos pedidos nessa noite mágica. Conta a lenda que Jack era um fazendeiro e, na noite de Halloween, não deu uma abóbora a uma bruxa. Irritada, a feiticeira o transformou em uma lanterna de abóbora. 

Nos países católicos, como a Igreja não conseguiu desvincular essa tradição do povo do campo, originou-se o Dia de Finados. No Brasil, comemora-se o Dia de Todos os santos em 1º de novembro e Finados, no dia seguinte.  As pessoas usam as datas para relembrar os mortos, decorando túmulos e lápides das pessoas que já faleceram. 

No dia 31 de outubro no Brasil também é comemorado o dia do Saci, personagem místico do folclore brasileiro, conhecido por ter uma perna só e fazer muitas travessuras.

O costume do Halloween foi levado para os Estados Unidos na década de 1840 pelos imigrantes irlandeses que saiam de seu país por causa da escassez de seu principal alimento, a batata. Nessa época a travessura (brincadeira) favorita na Nova Inglaterra (Estados Unidos), era escrever sobre as paredes das casas e retirar as trancas dos portões. 

Na noite do dia 31 de outubro, os Druidas, sacerdotes do povo Celta, faziam oferendas na floresta entre os carvalhos (consideradas árvores sagradas). Acendiam fogueiras e, enquanto dançavam ao redor do fogo, agradeciam pela colheita. Ao amanhecer, os druidas davam a cada família uma centelha daquela fogueira para que ela acendesse com ele o fogo com o qual iria cozinhar. Acreditava-se assim, que a casa estaria protegida dos maus espíritos. 

Bruxas Brasileiras: O halloween é considerado o ano novo das bruxas, nessa data são feitos rituais para o amor, prosperidade e sucesso. As bruxas usam talismãs que vibrarão energias positivas por todo o ano.

No 31 de outubro de 2019, será comemorado o halloween do sol. A bruxa Tânia Gori, explica que cada ano o Halloween é regido por um planeta, ou satélite natural. De sete em sete anos quem toma a frente é o sol, isso significa que o ano novo será muito próspero e agitado como o sol.

Tudo que foi plantado no último ano, será colhido, as relações amorosas serão mais intensas, a energia de dinheiro e prosperidade será mais forte, então as pessoas que fizerem investimentos terão maiores chances de obter sucesso. O sol garante a vida das plantações e o seu crescimento, assim ele age nas nossas vidas também, fazendo nosso espírito evoluir e se energizar, explica Tânia Gori.

A Casa de Bruxa realizará uma grande festa em comemoração ao Halloween do sol, reunindo bruxas, magos e simpatizantes da bruxaria. A festa será idêntica aos festejos do povo celta há mais de dois mil anos atrás.

.: Quatro filmes para ajudá-lo a tirar os projetos do papel

Ter grandes anseios para a carreira profissional e não se empenhar em realizá-los é entregar-se preguiçosamente ao destino


Um dos maiores escritores românticos da França no século XIX, autor de "Os Miseráveis" e "Corcunda de Notre Dame", entre outras obras célebres, Victor Hugo (1802-1885) afirmava que “não há nada como o sonho para criar o futuro”. “Utopia hoje”, escreveu Victor Hugo. “Carne e osso amanhã.” O pensamento do escritor francês não poderia ser mais atual: de fato, o primeiro passo para se realizar um projeto é pensá-lo, planejá-lo, colocá-lo no papel. Em outras palavras, é preciso sonhar. Mas apenas bolar planos mirabolantes para o futuro – ou ter grandes anseios para a carreira profissional, por exemplo – e não buscar formas de realizá-los é entregar-se preguiçosamente ao destino. No fim das contas, o melhor sonho é aquele que se torna realidade.

No Mês do Empreendedor, o Centro Brasileiro de Cursos (Cebrac) montou uma pequena lista de filmes que podem inspirar quem estiver disposto a tirar os projetos do papel – as dicas fazem parte do e-book “No Rumo Certo!”. Se você tem sonhos, lute contra a preguiça e seja ambicioso no sentido de torná-los realidade. Como disse certa vez o escritor, médico e empresário norte-americano Orison Swett Marden (1850 - 1924), “todos os homens que realizaram grandes coisas eram grandes sonhadores”.

Uma Mente Brilhante (2001)

John Nash é um gênio da matemática que, aos 21 anos, formulou um teorema que provou sua genialidade e o tornou aclamado no meio onde atuava. Mas aos poucos o belo e arrogante Nash se transforma em um sofrido e atormentado homem, que chega até mesmo a ser diagnosticado como esquizofrênico pelos médicos que o tratam. Porém, após anos de luta para se recuperar, ele consegue retornar à sociedade e acaba sendo premiado com o Nobel.

Walt Antes do Mickey (2014)

Ainda criança, Walt Disney tinha por hábito desenhar os animais da fazenda onde morava. Ao crescer, ele decidiu tentar a sorte como animador na cidade grande. Decidido a ter uma empresa própria, que lhe permitisse trabalhar no que gostasse, ele enfrenta diversos obstáculos até ter a grande ideia de sua vida: um pequeno rato chamado Mickey Mouse.

O menino que descobriu o vento (2019)

Baseado em uma história real, William Kamkwamba é um menino que mora em um vilarejo que foi assolado pela seca. Apesar da miséria, ele não desistiu e construiu uma turbina que mudou a vida dele e de todo o povoado.

A teoria de tudo (2015)

O filme mostra como o outro lado de Stephen Hawking, que fez descobertas importantes sobre o tempo. Mesmo com complicado diagnóstico de uma doença motora degenerativa, o consagrado astrofísico continuou em busca do sentido da vida.

terça-feira, 8 de outubro de 2019

.: AHS 1984: "Slashdance" tem reviravolta e referência a "Mindhunter"

Por: Mary Ellen Farias dos Santos
Em outubro de 2019


CONTÉM SPOILERS!


O terceiro episódio de "American Horror Story: 1984", "Slashdance" mantém todo o medo despertado anteriormente, em "Mr. Jingles", mas capricha ao máximo para dar bons sustos e gerar uma tremenda reviravolta na trama. Eletrizante por diversas vezes, incluindo batidas frenéticas na porta, assim como janelas da cabana quebradas e corre-corre. Ou um salve-se quem puder?! Afinal, o Night Stalker e Mr. Jingles (John Carroll Lynch) estão sedentos para matar. E nem precisa cruzar os caminhos deles, o assassinos vão atrás das vítimas, ok?!

Embora um jovem caia numa armadilha, na floresta, e fique espetado numa estaca e outro tenha a cabeça rolando pela estrada a fora, há muitos outros acontecimentos que mudam os olhares do público. Assim, sabemos que há um novo vilão -ou dois?!- na trama, tão infiltrado que, até então, foi impossível de levantar qualquer suspeita. Reviravolta no estilo "Mindhunter", mas com uma tremenda pitada de maldade. A propósito, que surpresa arrebatadora! 

Para tanto, a verdadeira enfermeira Rita é apresentada, a impostora é quem explica como Jingles voltou para o acampamento. Enquanto isso, o passado de Ray (DeRon Horton) o condena. O mais insano é que ele conta para Chet (Gus Kenworthy), por vontade própria, em detalhes os absurdos que cometeu no ano passado. Claro! Ray deu com a língua nos dentes por ter quase certeza de que o "amigo" estava morto ou muito perto de falecer.

No entanto, o público não só se escandaliza com a crueldade de Ray, rapaz que só ama a si mesmo, mas também descobre que Montana (Billie Lourd) está em parceria com Richard Ramirez, o Night Stalker (Zach Villa). Tal qual o título já entrega, no terceiro episódio acontece uma verdadeira dança das cadeiras, em que mocinhos -até a página 2- expuseram toda a vilania. 


Por outro lado, Brooke (Emma Roberts) está dando a letra de ser, verdadeiramente, a mocinha da trama. Totalmente vítima do destino. Enquanto que o intérprete do eterno professor Schuester de Glee, aqui, como Trevor (Matthew Morrison) está mais para personagem de apoio, ajudando a mover a trama, discretamente, sempre na parceria de outros, sem muito destaque. Enquanto que o descontrolado Xavier de Cody Fern brilha em cena. E como não poderia ser diferente, a trilha sonora é das melhores!

A verdade é que em "American Horror Story" tudo pode acontecer e, consequentemente, mudar mais uma vez o rumo da história. Só nos cabe esperar que seja para melhor, pois não há como negar que essa temporada está incrivelmente perfeita! Vamos acompanhar o comportamento de Mr. Jingles no local da chacina e ver se o Night Stalker cumprirá o pedido de Montana, pois amanhã tem um episódio novinho.


Episódio: "Slashdance" 
Exibição: 2 de outubro de 2019

Elenco: Emma Roberts (Brooke Thompson), Billie Lourd (Montana Duke), Leslie Grossman (Margaret Booth), Cody Fern (Xavier Plympton), Matthew Morrison (Trevor Kirchner), Gus Kenworthy (Chet Clancy), John Carroll Lynch (Benjamin Richter / Sr. Jingles), Angelica Ross (Enfermeira Rita), Zach Villa (Richard Ramirez), DeRon Horton (Ray Powell), Tara Karsian (Chefe Bertie), Orla Brady (Dr.ª Hopple).

*Mary Ellen Farias dos Santos é criadora e editora do portal cultural Resenhando.com. É formada em Comunicação Social - Jornalismo, pós-graduada em Literatura e licenciada em Letras pela UniSantos - Universidade Católica de Santos. Twitter: @maryellenfsm



Trailer


.: Dia das Crianças: lista de presentes culturais para os pimpolhos

Em outubro de 2019


Dia 12 de outubro está chegando e nós do portal Resenhando.com elaboramos uma lista com sugestões de presentes culturais para os pimpolhos. A diversão será garantida para toda a família também. Confira as sugestões!


A Caminho de Casa (DVD)
Bella é uma cadelinha que vive com o estudante de medicina veterinária, Lucas. Voluntário em um hospital local, um dia, tem a cachorrinha levada para um abrigo a 400 milhas de distância. Contudo, Bella, uma cachorra extremamente leal e corajosa, decide iniciar sozinha uma longa jornada de volta para a casa, emocionando a todos que cruzam o seu caminho.
Extra: Cenas deletadas; Uma jornada inesquecível; Dias de Cão: Diário de Produção de Shelby; Doggie DIY trata com Shelby.


Chaves, Um Tributo Musical (Teatro musical)
O espetáculo homenageia o gênio da comédia Roberto Gómez Bolaños e todo o seu legado. A série segue divertindo e emocionando diferentes gerações até hoje. 
Texto: Fernanda Maia |  Direção geral: Zé Henrique de Paula | Coreografia: Gabriel Malo 
Elenco: Mateus Ribeiro, Andrezza Massei, Patrick Amstalden, Maria Clara Manesco, Fabiano Augusto, Carol Costa, Diego Velloso, André Pottes, Ettore Veríssimo, Milton Filho, Larissa Landim, Nay Fernandes, Dante Paccola, Davi Novaes, Lucas Drummond, Marcelo Vasquez, Thiago Carreira
Sextas, às 21h, sábados, às 16h e 20h, domingos, às 15h e 19h. Sessões extras nos dias 11, às 16h, dia 18, às 16h, e dia 24, às 21h 
Teatro Opus: Av. das Nações Unidas, 4777 - Alto de Pinheiros - São Paulo 

Escola do Rock (Teatro musical)
Baseado no filme "School of Rock", de 2003, conta a história de Dewey Finn que, ao fingir ser um professor substituto em uma prestigiosa e conservadora escola, forma um grupo do quinto ano, na tentativa de ganhar a "Batalha das Bandas". 
Texto: Andréa Bassitt | Direção: Elias Andreato 
Elenco: Arthur Berges, Sara Sarres, Cleto Baccic, Thais Piza, Mafê Mossini, Nina Medeiros, Sophia Marie, Agyei Augusto, Henrique  Bonadio, Nicolas Cruz, João Pedro Delfino, Rafael Mezadri, Thomas Diniz, Dudu Ejchel, Henry Gaspar, Kauã Soares, Bia Brumatti, Dudda Artese, Luisa Bresser, Luiza Gattai, Maria Clara Rosis, Rinon Ueyama, Gigi Patta, Giovana Maciel, Valenthina Rodarte, Isabella Daneluz, Julia Ribak, Martha Nobel, Felipe Costa, Felipe de Souza, Luis Prudêncio, Lorenzo Tarantelli, Isidoro Gubnitsky, Paulo Gomes, Davi Lourenço, Gustavo Spinosa, Rodrigo Spinosa, Juju Morgade, Mariana Dias, Milena Blank, Gu Ferreira, Gabriel Meirelles, Michel Singer, Duda Ramalho, Erin Borges e Paula Serra 
Quintas e sextas, às 20h30. Sábados e domingos, às 15h e 18h30
Teatro Santander: Av. Pres. Juscelino Kubitschek, 2041 – São Paulo 

O Pequeno Príncipe (Puzzle Book) 
A publicação do livro mais vendido no mundo, acompanha um quebra-cabeça de 100 peças ilustradas em aquarela, figura essa realizada pelo autor Antonie de Saint-Exupéry. Recomendado para crianças acima de 7 anos, o livro trata de temas importantes: amor, amizade, natureza humana e o sentido da vida. O puzzle book pode ser encontrado nas principais livrarias do país. 

Livro: O Pequeno Príncipe + Quebra-cabeça
Autor: Antonie de Saint-Exupéry
Catapulta Editores
96 páginas


#FicaADica: As Lojas Americanas estão distribuindo para as compras acima de R$ 79,99, em produtos Mattel, uma mala de viagem da Barbie com slime ou um motor Hot Wheels com slime.


*Mary Ellen Farias dos Santos é criadora e editora do portal cultural Resenhando.com. É formada em Comunicação Social - Jornalismo, pós-graduada em Literatura e licenciada em Letras pela UniSantos - Universidade Católica de Santos. Twitter: @maryellenfsm

.: "Bagagem", de Marcio Ballas, volta em cartaz ao Teatro Eva Herz

O espetáculo conta histórias sobre a família imigrante do ator e improvisador com humor e poesia. Foto: Teresa Lopes da Silva
Sucesso de crítica e de público, o espetáculo autobiográfico de improvisação Bagagem, do ator Marcio Ballas, ganha mais uma temporada no Teatro Eva Herz, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional, entre 25 de outubro e 6 de dezembro. A peça, que estreou em 2018, foi indicada a duas categorias no Prêmio de Humor 2019, idealizado pelo humorista Fábio Porchat. A direção é assinada por Rhena de Faria.

Pesquisador das linguagens do palhaço e da improvisação teatral há 20 anos, Ballas conta no espetáculo alguns episódios que marcaram a sua infância. Nos anos de 1950, o militar Gamal Abdel Nasser tornou-se presidente do Egito e implantou várias medidas para limitar a presença de estrangeiros no país, o que gerou uma guerra responsável pela expulsão de milhares judeus da região. Os pais do ator foram obrigados a abandonar sua terra natal nessa circunstância e embarcaram em um navio com destino ao Brasil.

Segundo Ballas, a ideia de contar ao público as histórias de sua família surgiu em um jantar. “Em uma sexta feira, fui comer na casa da minha mãe. Na sobremesa, tinham vários doces incríveis e um pequeno cacho de bananas. Brinquei dizendo que ninguém escolheria a fruta. Ela disse: ‘Não fale assim. Um dia, isso foi o meu almoço’. Eu achei que ela estava brincando, mas ela contou que quando chegaram refugiados do Egito, não tinham dinheiro para comida. Então, por várias vezes, almoçaram bananas! Nesse dia, pensei: quero compartilhar as histórias da minha família em um espetáculo”, explica Ballas.

Em cena, Ballas apresenta uma visão bem-humorada e poética sobre as histórias de sua família e a Cultura Judaica em forma de pequenas crônicas, com os temas infância, melhor amigo, pai, mãe e férias. As técnicas de improviso teatral são usadas quando o ator convida a plateia para entrar na cena e a participar da peça.

“Em 2010, eu organizei um Festival de Improviso no Brasil e trouxe convidados internacionais. Um deles era o mestre Omar Argentino, que apresentou um solo de improviso. Eu fiquei maravilhado. Eu não sabia que dava para improvisar sozinho, não sabia que era possível! Essa ideia ficou na minha cabeça durante 7 anos, até que eu tomei coragem e decidi: está na hora de fazer o meu solo. Misturei o improviso com textos escritos e surgiu o espetáculo”, conta o improvisador.

Sobre Marcio Ballas (texto e atuação)
Ator, palhaço e improvisador, Marcio Ballas viveu por três anos em Paris, na França, onde estudou na École Internationale de Théâtre Jacques Lecoq. Apresentou-se com os Palhaços Sem Fronteiras franceses em expedições na África e em campos de refugiados na guerra do Kosovo.

Ballas foi apresentador de diversos programas de televisão: “É Tudo Improviso” (Band), “Cante se Puder” (SBT) em parceria com Patricia Abravanel; e “Esse Artista Sou eu” (SBT). Durante quatro  anos atuou nos Doutores da Alegria, levando a arte do palhaço para crianças hospitalizadas.

Dirigiu e atuou nos espetáculos: “Jogando no Quintal”, “Caleidoscópio”, “O Eterno Retorno” e “Los Kamaradas”, realizando apresentações na Espanha, Chile, Argentina, Colômbia, Peru, México e Uruguai. É criador da escola “Casa do Humor” e está em cartaz com o espetáculo “Noite de Improviso” no Comedians Club, desde 2011.

Sobre Rhena de Faria (direção)
A atriz-improvisadora, palhaça e diretora teatral Rhena de Faria integrou por treze anos o elenco da Cia. do Quintal, com a qual atuou nos espetáculos “Jogando no Quintal – jogos de improvisação de palhaços” e “A Rainha Procura…”, dirigido por César Gouvêa, que lhe redeu o Prêmio Femsa de Melhor Atriz de 2013. Com Marcio Ballas, trabalhou nos espetáculos “Caleidoscópio- um espetáculo de Improvisação Teatral” e “O Eterno Retorno”.

Ela assinou a direção das peças “Relicário” (2017), com A Musa heroica Companhia de Teatro; “Rompante!” (2016), exclusivo para o festival Improvisorama; “O Pavão Misterioso” (2015), com o Grupo Namakaca; “Sobre Tomates tamancos e Tesouras” (2009), solo da Palhaça Mafalda Mafalda (Andrea Macera); “Tomaraquidê” (2012), com Claudio Thebas, Chris Belluomini e Alvaro lages; “Escalafobética” (2013), com a Palhaça Rubra (Lu Lopes); e “Forasteiros” (2014), com o Grupo Impronozes.

SINOPSE
"Bagagem" é o solo do ator Marcio Ballas, que há vinte anos vem se desenvolvendo nas linguagens do Palhaço e da Improvisação Teatral, tendo se tornado uma referência nessas áreas. Filho de imigrantes judeus egípcios, Ballas resgata, a partir de suas lembranças de infância, parte importante da história de sua família. O resultado disto é um espetáculo divertido e singelo, que mescla poesia com boas doses de humor e improvisação, além de aproveitar uma das grandes qualidades do ator: a sua capacidade de se relacionar com a plateia, trazendo o espectador literalmente para dentro da cena.

Ficha Técnica
Texto e atuação: Marcio Ballas
Direção: Rhena de Faria
Dramaturgia: Rhena de Faria
Cenografia: Julio Dojcsar
Desenho de luz: Lica Barros
Figurino: Marcio Ballas
Trilha Sonora: Rhena de Faria
Produção: Nicole Marangoni
Assistente de produção: Paula Pug
Assessoria de imprensa: Pombo Correio
Realização: Ballas Produçoes

Serviço
Bagagem, de Marcio Ballas
Teatro Eva Herz – Livraria Cultura do Conjunto Nacional – Avenida Paulista, 2073, Bela Vista.
Temporada: 25 de outubro a 6 de dezembro
Às sextas-feiras, às 21h
Ingressos: R$60 (inteira) e R$30 (meia-entrada).
Venda pelo site Ingresso Rápido (https://www.ingressorapido.com.br/).
Bilheteria: terça a sábado, das 14h às 21h; e domingos e feriados, das 13h às 19h
Telefone: (11) 3170-4059
Classificação: 10 anos
Duração: 60 minutos
Capacidade: 168 lugares


.: "Irmã Dulce, a Santa dos Pobres": Planeta lança biografia

Livro é resultado de oito anos de pesquisa do jornalista Graciliano Rocha

Chega às livrarias "Irmã Dulce, a Santa dos Pobres", a biografia da mulher que se tornará, em 13 de outubro, a primeira santa nascida no Brasil. A obra resulta de oito anos de pesquisa do jornalista Graciliano Rocha, que consultou documentos pelo Brasil, Estados Unidos e Itália. 

Entre os mais de 100 entrevistados estão familiares da freira e importantes representantes dos meios católico, político e empresarial, como o ex-presidente José Sarney, o banqueiro Angelo Calmon Sá e o empreiteiro Norberto Odebrecht (1920-2014), este último amigo próximo da freira por mais de 50 anos.

Nascida em uma família de classe-média alta de Salvador, Maria Rita de Sousa Brito Lopes Pontes (seu nome civil) descobriu sua vocação religiosa poucos anos após a morte precoce da mãe, quando tinha sete anos. Ela decidiu que seria freira depois que uma tia a levou para visitar cortiços de Salvador no final dos anos 1920. A obra mostra como Irmã Dulce se transformou em uma das figuras mais influentes do catolicismo brasileiro e reconstitui encontros da freira com Madre Teresa de Calcutá e com o papa João Paulo II.

O livro examina Irmã Dulce além da religião. Trata-se de uma mulher forte e empreendedora, que fundou um hospital, criou um orfanato e era o último recurso de pobres e doentes que não tinham outra porta a bater. Isso foi especialmente importante em uma época em que não existia o SUS e pessoas sem carteira assinada não tinham direito a atendimento em hospitais públicos.

Irmã Dulce antecipou em muitas décadas a chegada das mulheres a posições de liderança em um tempo em que a sociedade relegava um papel subalterno às mulheres. Ela assumia riscos e tinha enorme capacidade de tirar do papel grandes empreendimentos num mundo dominado por homens, sem se deixar dominar por eles.

A obra também ilumina o perfil político de Irmã Dulce ao examinar a relação da religiosa com o poderoso Antonio Carlos Magalhães e praticamente todos os presidentes da República desde Eurico Gaspar Dutra (1946-1950). De João Baptista Figueiredo (1979-1985), último presidente do regime militar, arrancou risadas e dinheiro para ampliar sua obra. Nenhum político foi tão próximo dela quanto o presidente José Sarney. Ela era uma das poucas pessoas que tinha o número de telefone que ficava na mesa do presidente no Palácio do Planalto.

A extenuante rotina de trabalho e os anos de penitência pessoal cobraram um preço alto de sua saúde. Ao final da vida, seus pulmões operavam com menos de um terço da capacidade e sua morte foi precedida por um ano de muita dor em uma UTI instalada em seu quarto no convento. O livro também apresenta detalhes e revelações sobre os dois milagres atribuídos à intervenção de Irmã Dulce e que foram reconhecidos pelo Vaticano que levaram os papa Bento XVI a declará-la beata, em 2010, e Francisco a torná-la santa, em 2019.

"Quando eu penso em Irmã Dulce, não sei se existe alguém que fez o que ela fez, entregar a vida para cuidar do pobre. Poucos fazem isso porque quase ninguém se importa. As pessoas boas, as que fazem o bem, estão fazendo milagres também".

Desde então, essa passou a ser minha definição favorita de milagre. – trecho da entrevista com Cláudia Cristiane dos Santos, agraciada pelo primeiro milagre

Bastante devoto depois de tudo o que lhe aconteceu, José Maurício atribui a reversão de sua cegueira a uma graça celestial. Ao repassar todos os acontecimentos, ele acredita ter encontrado sua própria explicação para o questionamento sobre a razão da sua cegueira em 2000. "Hoje eu sei a resposta para aquela pergunta que fiz a Deus: era para ter o segundo milagre de Irmã Dulce." - trecho da entrevista com José Mauricio Bragança Moreira, agraciada pelo segundo milagre

Paulo Copelho escreve sobre Irmã Dulce
"Eu estava literalmente passando fome há dias, doente, perdido em Salvador. Tinha fugido de um sanatório psiquiátrico onde fora internado por meus pais – não porque me queriam fazer mal, mas porque estavam desesperados para controlar o filho 'rebelde'. Vaguei sem rumo pelas ruas da cidade, que me era completamente estranha, sem um centavo no bolso, até que alguém me disse que havia uma freira que poderia me ajudar – eu já corria o risco de ser preso por vagabundagem. Fui a pé até a casa da freira. Juntei-me às muitas pessoas que estavam ali em busca de socorro, chegou minha vez, e de repente estava frente a frente com ela. Perguntou o que eu queria – e a resposta foi simples: 'Não aguento mais, quero voltar para casa e não tenho como'. Ela não fez mais perguntas (o que está fazendo aqui? Onde estão seus pais? Etc.). Eu não comentei que tinha fugido do hospício e que corria o risco de voltar pra lá. Ela pegou um papel em sua mesa, escreveu 'vale um bilhete de ônibus até o Rio', assinou, e pediu que fosse à rodoviária com ele e mostrasse a qualquer motorista. Achei uma loucura, mas resolvi arriscar. O primeiro motorista que leu o que estava escrito no papel mandou que eu embarcasse. Isso era o poder daquela freira: uma autoridade moral que ninguém ousava desafiar", Paulo Coelho, em trecho exclusivo para o livro "Irmã Dulce, a Santa dos Pobres'"

Ficha Técnica
"Irmã Dulce, a Santa dos Pobres"
Graciliano Rocha
296 páginas
R$ 49,90

.: CCBB SP promove workshop gratuito com o fotógrafo Pedro Karp Vasquez


“Man Ray em Paris”, exposição dedicada a trajetória do artista com a apresentação de um panorama completo de sua obra e que já alcança o número de 110 mil visitantes desde a estreia, em 21 de agosto, promove workshop gratuito ministrado pelo fotógrafo e também consultor técnico da mostra, Pedro Karp Vasquez. 

A atividade será realizada no sábado, 19 de outubro, às 15h e tem o objetivo de abordar os aspectos técnicos do trabalho de Man Ray, bem como as estratégias criativas por ele empregadas ao longo da carreira, contribuindo para a expansão dos limites expressivos da fotografia e sua inserção no circuito cultural, tanto do ponto de vista museológico quanto mercadológico.

Com um discurso fundamentado em numerosos exemplos e com ênfase nas fotografias expostas na mostra, Vasquez esclarecerá os aspectos técnicos da criação fotográfica do artista. “Man Ray e a fotografia” propõe uma discussão sobre as práticas que fizeram do artista uma figura central na expansão dos limites expressivos da fotografia. “Nosso encontro será destinado ao público de um modo geral e, por isso, explicarei as técnicas e os diferentes processos fotográficos empregados por Man Ray e que também estão presentes na exposição, a maioria dos quais caiu em desuso com o advento da imagem digital. Falarei sobre fotografia e cinema durante o dadaísmo e surrealismo, partindo de Man Ray, mas abordarei também outros artistas importantes”, adianta Pedro Karp Vasquez.

Responsável por explorar a fotografia e elevá-la ao patamar de arte, Man Ray é considerado um dos artistas mais influentes do século 20, seja pelo fascínio de seus trabalhos experimentais ou por seu desempenho ao encorajar a arte de vanguarda, tendo exercido papel essencial entre dois movimentos artísticos importantes: o dadaísmo e o surrealismo.

O auditório do CCBB tem capacidade para 45 pessoas e as senhas para os interessados no workshop serão distribuídas às 14h – uma hora antes do início do evento. A exposição “Man Ray em Paris”, com curadoria da francesa Emmanuelle de l’Ecotais fica no CCBB SP até 28 de outubro. Depois, segue para Belo Horizonte, também com produção executiva da Artepadilla.

Sobre Pedro Vasquez
É escritor, autor de 27 livros, fotógrafo e curador. Formado em Cinema pela Université de la Sorbonne, é mestre em Ciência da Arte pela Universidade Federal Fluminense, e trabalha como editor de não ficção na Editora Rocco. Como administrador cultural, foi responsável pela criação do Instituto Nacional da Fotografia da Funarte, assim como do Departamento de Fotografia, Vídeo & Novas Tecnologias do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro; tendo sido também diretor do Solar do Jambeiro. É membro titular do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, do Instituto Histórico e Geográfico de Niterói e do Pen Clube do Brasil.

Serviço:
Exposição "Man Ray em Paris"
Até 28 de outubro
Entrada gratuita

Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo - CCBB SP
Rua Álvares Penteado, 112 – Centro. São Paulo -SP
(Acesso ao calçadão pela estação São Bento do Metrô)
(11) 3113-3651/3652 | Todos os dias, das 9h às 21h, exceto às terças.

.: Yoko Tawada lança 'Memórias De Um Urso-Polar" no Brasil

Autora realiza bate-papo em sessões de autógrafos em São Paulo, Porto Alegre e Rio de Janeiro

  
Em outubro, a escritora japonesa Yoko Tawada vem ao Brasil para lançar Memórias de um urso-polar, uma surpreendente fábula sobre três gerações de ursos-polares. Radicada na Alemanha, e escrevendo nos dois idiomas, Tawada realizará sessões de autógrafos com bate-papo nas cidades de São Paulo, Porto Alegre e Rio de Janeiro. Os eventos são promovidos pela editora todavia e pela Fundação Japão, com apoio do Goethe-Institut Porto Alegre.

PROGRAMAÇÃO

SÃO PAULO 
10/10 (quinta-feira), às 19h30: bate-papo da autora com a jornalista e curadora Ana Carolina Ralston
Local: CCSP- Sala Adoniran Barbosa - R. Vergueiro, 1000, Paraíso.
Entrada gratuita - retirada de senhas a partir das 18h30

12/10 (sábado), às 14h30: encontro literário da autora com estudantes da USP, mediado pela prof. Neide Hissae Nagae (USP)
Local: Biblioteca da Fundação Japão - Av. Paulista, 52 - 3º andar - Bela Vista.
Entrada gratuita (vagas limitadas) - inscrições de ouvintes pelo email: info@fjsp.org.br

PORTO ALEGRE 
15/10 (terça-feira), às 10h30: "Yoko Tawada: escritora entre duas culturas. Questões de escrita e tradução". Bate-papo da escritora com Gerson Neumann, tradutor de Memórias de um urso-polar
Local: Instituto de Letras da UFRGS - Campus do Vale - Av. Bento Gonçalves, 9500 - Agronomia.
Entrada gratuita.

16/10 (quarta-feira), às 19h: bate-papo da autora com os tradutores e pesquisadores Gerson Neumann e Lúcia Collischonn de Abreu, com performance da pianista Olinda Alessandrini
Local: Goethe-Institut de Porto Alegre - R. 24 de Outubro, 112, Independência.
Entrada gratuita - distribuição de senhas a partir das 18h

RIO DE JANEIRO 
17/10 (quinta-feira), às 19h: bate-papo da autora com o jornalista Roberto Kaz
Local: Livraria da Travessa Ipanema - R. Visconde de Pirajá, 572, Ipanema.
Entrada gratuita

18/10 (sexta-feira), às 10h30: encontro da autora com alunos da UERJ, mediado pela prof. Satomi Kitahara (UERJ)
Local: Instituto de Letras UERJ - Campus Maracanã - R. São Francisco Xavier, 524, Maracanã.
Entrada gratuita - inscrições pelo email: japones.uerj@gmail.com

Mais sobre o livro: Em 2006, um urso-polar bebê chamado Knut foi rejeitado por sua mãe e criado por um tratador do zoológico de Berlim, na Alemanha -- tudo isso sob os holofotes vorazes da mídia global. Aturdidos, os fãs do pequeno animal se perguntavam como um ser tão fofo poderia ter sido motivo de desdém materno. Entre tantas pessoas perplexas com o desenrolar da história estava Yoko Tawada, uma escritora japonesa radicada naquele país desde 1982. Sua reação ao aparente desamparo de Knut originou o romance Memórias de um urso-polar, uma história sutil, engraçada e estranhamente emocionante sobre os laços que unem e separam tanto seres humanos quanto animais.

Atualizando as fábulas de Esopo e La Fontaine, cujos personagens animais eram loquazes e enfáticos, Tawada dá voz primeiro à avó de Knut, nascida na extinta União Soviética e que, depois de escrever um volume de memórias que se converte em best-seller, se exila no Canadá. Sua filha, Toska, uma dançarina circense, instala-se em outro país, hoje desaparecido, a Alemanha Oriental, onde mantém um relacionamento muito próximo com a treinadora Ursula. E Knut, o neto, nasce no zoológico de Berlim, tornando-se uma estrela midiática (embora nem tudo seja tão maravilhoso quanto parece).

E são essas três gerações de escritores e artistas de talento, estrelas no mundo literário, no circo e no zoológico, que apresentam estas Memórias de um urso-polar, um dos livros mais inventivos e tocantes dos últimos anos. Uma história que, embora protagonizada por animais dotados de patas e garras afiadas, revela como nós, humanos, nos comunicamos com nossos próprios sentimentos em meio aos eventos da história do século XX. Um romance que é tão estranho quanto encantador, tão envolvente quanto iluminado pela inteligência penetrante e peculiar de Yoko Tawada.

Sobre Yoko Tawada: Yoko Tawada nasceu em Tóquio, em 1960, mudou-se para Hamburgo aos 22 anos e vive em Berlim desde 2006. Escrevendo em japonês e alemão, publicou diversos livros -- romances, poemas, peças teatrais e ensaios. Recebeu prêmios importantes, como o Prêmio Akutagawa, o Prêmio Adelbert von Chamisso, o Prêmio Tanizaki, o Prêmio Kleist e a Medalha Goethe.

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