quinta-feira, 20 de março de 2025

.: Resenha: "O Bom Professor" expõe o privado em julgamento público

Por: Mary Ellen Farias dos Santos, editora do Resenhando.com

Em março de 2025


O drama "O Bom Professor", dirigido por Teddy Lussi-Modeste, apresenta a história do professor de ensino médio, Julien (François Civil, "Molière") que se vê diante de uma grande injustiça ao ser apontado como assediador, após acusação da aluna Leslie (Toscane Duquesne). Enquanto segue com as aulas de literatura, o jovem tenta limpar o nome manchado por um escândalo infundado. Lutando para não expor a vida íntima.

Contudo, ao ser ameaçado pelo irmão mais velho da garota e receber a desconfiança dos outros alunos, Julien acaba tendo seu segredo pessoal revelado quando o vídeo de uma festa particular é vazado no ambiente de trabalho. Todavia, o apoio entre os colegas e superiores também acaba sendo abalado diante de tamanho conflito, fazendo com que o silêncio impere acima da verdade dos fatos.

Em "O Bom Professor"produção de 1 hora e 31 minutos, tudo acontece rapidamente tal qual seria num cotidiano, em meio a tantos problemas paralelos, não permitindo até mesmo ao público tempo de elaborar grandes reflexões diante do ataque que é inflado a cada minuto. Com sabedoria e delicadeza, o filme levanta debates sobre julgamento público e reputação.

Entretanto, o longa evidencia a versatilidade do ator François Civil que sai da pele do D'Artagnan dos recentes filmes franceses "Os Três Mosqueteiros" ao interpretar um professor de literatura que mantém com discrição seu relacionamento com Walid (Shaïn Boumedine, "Em Nome da Honra").

Exibido durante o 15º Festival Varilux de Cinema Francês"O Bom Professor", uma coprodução entre a França e a Bélgica, apresenta a história real vivida pelo diretor do filme Teddy Lussi-Modeste que roteirizou a produção em parceria com Audrey Diwan. Vale muito a pena conferir!

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"O Bom Professor" (Pas de Vagues). Ingressos on-line neste linkGênero: dramaClassificação: livre. Duração: 1h31. Ano: 2024. Distribuidora: Bonfilm. Direção: Teddy Lussi-ModesteRoteiro: Teddy Lussi-Modeste, Audrey Diwany. Elenco: Francis Civil, Shaïn Boumedine, Toscana Duquesne, Mallory Wanecque, Kebe de padaria, Marianne Ehouman Luna, Ho Poumey, Emma Boumali, Estevan Marchenoir, Atik Mandíbula, Mohamed Fadiga, Agnès Hurstel, Myriam Djeljeli, Armindo Alves, Francisco Leplay, Emilie Incerti-Formentini, Walid Afkir, Mustafá Abourachid, Fadily Camara. Sinopse: Um jovem professor de literatura do ensino médio que é injustamente acusado de assédio sexual por uma de suas alunas, uma adolescente, e deve lutar para limpar seu nome enquanto enfrenta pressões do irmão mais velho da garota e de seus colegas de classe. Julien busca apoio entre seus colegas e superiores, mas diante do conflito, o silêncio reina. Ao mesmo tempo, Julien está escondendo sua homossexualidade de seus alunos e colegas, até que um vídeo íntimo que revela seu segredo vaza e começa a circular na escola, o que acaba amplificando a espiral de violência contra ele.

Trailer "O Bom Professor" 




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.: Casas estranhas: obra de estreia de autor misterioso da literatura japonesa

Em maio, a Intrínseca promete intrigar os leitores brasileiros com o lançamento de "Casas estranhas". O livro de estreia do enigmático autor Uketsu, que também reúne milhões de inscritos em seu canal no YouTube, já se encontra em pré-venda. Fenômeno do mercado editorial japonês, o misterioso escritor, conhecido por sua máscara de papel machê e sua voz distorcida, já vendeu mais de três milhões de exemplares no país e teve sua obra adaptada para mangá e filme. Na trama, Uketsu nos apresenta os segredos macabros de uma residência no subúrbio de Tóquio.

Prestes a ter seu primeiro filho, um casal encontra aquela que parece ser a casa perfeita para abrigar a família em crescimento. No entanto, um detalhe intrigante faz com que hesitem: no térreo há um espaço secreto. Em busca de explicações, os potenciais compradores entram em contato com um escritor fascinado por ocultismo. Auxiliado por um especialista em arquitetura, ele se debruça sobre a planta baixa do local e logo descobre que, na verdade, a casa esconde outros pontos bizarros — portas duplas, quartos sem janelas, cômodos com disposições estranhas — que os fazem perceber que a situação é mais aterrorizante do que eles imaginavam.

O que será esse espaço misterioso, e por que ele existe? Quem seriam os antigos donos da casa, que desapareceram de forma tão repentina? Que coisas horríveis teriam acontecido ali? E seria realmente possível descobrir o segredo por trás de tudo? Os improváveis investigadores não conseguem resistir ao desafio de ir atrás dessas respostas… Mas mal sabem que podem acabar se deparando com uma realidade arrepiante.

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Uketsu é um autor e youtuber conhecido por suas histórias de mistério e terror e por seus vídeos enigmáticos, em que aparece sempre de máscara branca e roupas pretas e usa um efeito para distorcer a voz. Um dos maiores nomes da literatura de horror do Japão, mantém em segredo sua verdadeira identidade.


Casas estranhas, de Uketsu

Tradução: Jefferson José Teixeira

176 páginas

Editora: Intrínseca

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quarta-feira, 19 de março de 2025

.: Resenha: 'Vitória" é filme-denúncia que transborda humanidade na protagonista

Por: Mary Ellen Farias dos Santos, editora do Resenhando.com

Em março de 2025


O drama nacional "Vitória", estrelado por Fernanda Montenegro no auge de seus 95 anos, entrega a realidade brutal da marginalidade que se faz diante de uma massagista. A produção inicialmente dirigida por Breno Silveira ("2 Filhos de Francisco", falecido durante as filmagens) e continuada por Andrucha Waddington chega às telonas Cineflix Cinemas tal qual uma homenagem dupla, tanto para a personagem inspiradora para a protagonista, assim como para a atriz brasileira que foi a primeira latina a receber a primeira indicação ao Oscars com "Central do Brasil" (1998). 

O longa que soma 1 hora e 52 minutos de duração tem roteiro de Paula Fiúza, adaptado do livro "Dona Vitória Joana da Paz", de Fábio Gusmão. Assim, o público conhece Dona Nina, uma senhora solitária que, aflita com a violência diante das janelas de seu apartamento, passa a registrar crimes após comprar uma filmadora e diversas fitas. Munida de coragem, a idosa passa a filmar a movimentação de traficantes de drogas da região durante meses, com a intenção de cooperar com o trabalho da polícia.

"Vitória" é um filme-denúncia sustentado pelo talento de Fernanda Montenegro, que é nitidamente a alma e a espinha dorsal da produção ao imprimir com delicadeza e firmeza a protagonista que vê seu apartamento sendo depreciado. A característica humana de Dona Nina deixa o público apreensivo a respeito do rumo da heroína que, por vezes, flerta com o perigo. 

Contudo, é a entrada efetiva do jornalista Fábio Gusmão (Alan Rocha) na trama que traz a chance de que o caso se torne público e passe a ser acompanhado pela polícia -que, em parte, também se revela corrupta. Não há como deixar de destacar a atuação do jovem ator Thawan Lucas que interpreta Marcinho, um garoto que vira vítima do que meio em que vive -inicialmente um garoto com esperança, mas que muda drasticamente seu modo de agir. Vale muito a pena conferir "Vitória"!

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"Vitória" (nacional). Ingressos on-line neste linkGênero: dramaClassificação: 16 anos. Duração: 1h52. Direção: Andrucha Waddington, Breno Silveira. Roteiro: Paula Fiúza. Elenco: Fernanda Montenegro como Nina/Vitória, Alan Rocha (Flávio Godoy), Linn da Quebrada (Bibiana),  Thawan Lucas (Marcio/ Marcinho). Sinopse: Vitória é uma senhora solitária que, aflita com a violência que passa a tomar conta da sua vizinhança, começa a filmar da janela de seu apartamento. A idosa registra a movimentação de traficantes de drogas da região durante meses, com a intenção de cooperar com o trabalho da polícia. Confira os horários: neste link

Trailer "Vitória"




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.: Cineflix Cinemas Santos estreia "Branca de Neve" e "Máfia e Poder"

A unidade Cineflix Cinemas Santos, localizada no Miramar Shopping, bairro Gonzaga, estreia duas produções no dia 20 de março: a aventura "Branca de Neve" e o suspense "Máfia e Poder".

A aventura "Branca de Neve", com o protagonismo de Rachel Zegler, cuja beleza desperta a inveja de sua madrasta, a Rainha Má (Gal Gadot), recria o clássico animado de Walt Disney de 1937. Perseguida pela rainha ciumenta, Branca de Neve busca refúgio em uma cabana em uma floresta.

No suspense "Máfia e Poder", acompanha a disputa pelo controle das ruas de Nova Yorque por dois dos mais notórios chefes do crime organizado da cidade, Frank Costello (De Niro) e Vito Genovese (De Niro). Outrora melhores amigos, ciúmes mesquinhos e uma série de traições os colocam num rota de colisão fatal que vai transformar a Máfia (e a América) para sempre.

Seguem em cartaz o drama nacional "Vitória", com Fernanda Montenegro, o drama "Pequenas Coisas Como Estas", o suspense "Código Preto" e a ficção científica "Mickey 17"

Programe-se, confira detalhes  e compre os ingressos aqui: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SAN. Você pode assistir as estreias com pipoca quentinha, doce ou salgada, tendo em mãos o balde colecionável de "Branca de Neve".


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terça-feira, 18 de março de 2025

.: Resenha: "Mickey 17" trata as versões de si com tom de comédia e criticidade

Por: Mary Ellen Farias dos Santos, editora do Resenhando.com

Em março de 2025


A ficção científica "Mickey 17", adaptada do livro "Mickey7", de Edward Ashton, em cartaz na telona Cineflix Cinemas, faz refletir a respeito das múltiplas versões que cada um é capaz de oferecer em meio a condições diversas de sobrevivência. Tamanha provocação combinada ao talento do ator Robert Pattinson ("Batman", "Crepúsculo"), em destaque como protagonista, o longa garante ainda boas risadas e sequências de pura ação. 

No filme que soma 2 horas e 17 minutos de duração, dirigida pelo cineasta sul-coreano Bong Joon-ho ("Parasita") um colaborador é enviado em uma expedição humana para colonizar o mundo gelado de Niflheim. No entanto, ele é Mickey um "dispensável" que pode ser reimpresso a cada morte, regenerando de modo intacto, inclusive, a maioria de suas memórias.

Eis que sua superficialidade descartável acaba sofrendo alteração quando cai de amores por Nasha (Naomi Ackie, Whitney Houston em "I Wanna Dance With Somebody") e a morte de Mickey é dada como certa, sendo impressa uma 18º versão dele. Erroneamente, os dois se encontram e, numa versão científica de Smeagol e Gollum de "O Senhor dos Anéis", faz Pattinson dar um show de atuação. Com extrema diferenciação entre os dois descartáveis -principalmente no tom de voz de ambos.

Há também uma pegada de "RuPaul´s Drag Race" em que é preciso batalhar pelo própria vida. "Mickey 17" é um filme inteligente, divertido e com pontos de criticidade a respeito da convivência entre humanos no planeta Terra e, quem sabe, até fora dele. Vale a pena conferir!


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"Mickey 17" (Mickey 17). Ingressos on-line neste linkGênero: ficção científicaClassificação: 16 anos. Duração: 2h17. Direção: Bong Joon-ho. Roteiro: Bong Joon-ho. Elenco: Robert Pattinson, Naomi Ackie, Steven Yeun.. Sinopse: O "dispensável" funcionário embarca em uma expedição humana enviada para colonizar o mundo. E depois de uma versão sua morrer, um novo corpo é regenerado.. Confira os horários: neste link

Trailer "Mickey 17"




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.: "Não me Entrego, Não!" com Othon Bastos estreia no Sesc 14 Bis


Othon Bastos chega ao Sesc 14 Bis com seu primeiro monólogo, visto por mais de 40 mil espectadores, onde relembra vivências e fatos marcantes de sua trajetória. O espetáculo é vencedor em três premiações e indicado como Melhor Ator no Prêmio Shell (RJ) e em cinco categorias no Prêmio APTR. Foto: Beti  Niemeyer


Quando Flávio Marinho recebeu um calhamaço de escritos que Othon Bastos deixou sob sua diligência, confiada pela amizade de décadas dos dois, nenhum deles imaginava que o solo elaborado sob minuciosa pesquisa, posteriormente escrito e dirigido por Flávio levando em conta os principais acontecimentos da existência de Othon, seria o sucesso de público e crítica que se transformou “Não Me Entrego, Não!”.  O espetáculo estreia no Sesc 14 Bis, em São Paulo, de 20 de março a 21 de abril de 2025, de quinta a sábado, às 20h00, e domingo, às 18h00 e segunda (21, de abril), às 15h00.

Com a experiência de quem criou muitos tipos e começou histórias diversas tantas vezes ao longo da vida, o ator Othon Bastos repete o gesto com frescor e números expressivos. Às vésperas de completar 92 anos de vida e 74 anos de carreira, nos intervalos da temporada oficial Othon tem circulado com o trabalho em diversos estados do país, e já contabiliza mais de 40 mil espectadores e 100 apresentações. Dentre tantos méritos, o espetáculo recebeu láureas como o Prêmio FITA (Festa Internacional de Teatro de Angra), que premiou Flávio Marinho na categoria Melhor Autor e Othon Bastos com o Prêmio Oficial do Júri. 

A dupla foi ainda homenageada na 1ª edição do Prêmio Arte e Longevidade Rio 2024 e Othon, que está indicado na categoria Melhor Ator pelo júri carioca do Prêmio Shell, levou ainda o prêmio Cariocas do Ano da revista Veja Rio na categoria Teatro. Com a peça, Othon Bastos foi indicado ao Prêmio Shell de Melhor Ator. O espetáculo também concorre ao prêmio APTR em cinco categorias: dramaturgia e direção (Flávio Marinho), ator protagonista (Othon Bastos), espetáculo e produção não-musical.

Othon possui uma carreira de títulos marcantes no cinema (“Deus e o Diabo na Terra do Sol”, de Glauber Rocha) e no teatro (“Um Grito Parado no Ar”, de Gianfrancesco Guarnieri) que são relembrados em cena, propondo uma reflexão sobre cada momento da sua trajetória. É o mural de uma vida dividido em blocos temáticos - trabalho, amor, teatro, cinema, política etc. - cujas reflexões envolvem citações e referências de alguns dos autores mais importantes do mundo. A peça é uma lição de vida e de resiliência, de como enfrentar os duros obstáculos que se apresentam em nossa existência - e como superá-los.

O desejo de voltar à ribalta partiu do próprio Othon que, após assistir a montagem “Judy: o arco-íris é aqui”, ficou com a ideia de estar em cena relembrando suas histórias. “Eu pensei como é maravilhoso contar a vida de alguém no palco. E aí falei com o Flávio que eu queria fazer um espetáculo com ele sobre a minha vida - e entreguei umas 600 páginas de pensamentos escritos sobre coisas que eu gosto, autores, anotações... Ali tinha um resumo bom sobre mim. E fomos fazendo: ele leu, entendeu e foi montando o espetáculo. E é mais difícil me lembrar do texto, embora seja uma peça sobre a minha própria memória, porque ela chega editada, diferente das lembranças espontâneas”, confidencia Othon Bastos.

Com a missão de converter tantas lembranças e histórias, Flávio Marinho precisou condensar os anos de vivência do veterano ator em alguns minutos de espetáculo teatral. “À primeira vista, o que temos é o próprio Othon Bastos quem estará em cena contando histórias divertidas e dramáticas da sua vida pessoal e profissional. Isto seria, digamos, o esqueleto dramático da peça. Só que este esqueleto é recheado de diversas reflexões, frutos imediatos do tema abordado por Othon. Por exemplo, depois que ele encontra o amor da vida, com quem está casado há 57 anos, o texto passa a refletir o sentimento do amor através de diversas referências e citações”, adianta o autor e diretor, que trabalha com a mesma equipe teatral há mais de 35 anos, reunindo profissionais como Liliane Seco (Trilha Original), Paulo Cesar Medeiros (Iluminação), Fabio Oliveira (Administração), Ronald Teixeira (Direção de Arte), Beti Niemeyer (Fotografia), Bianca De Felippes (Produtora) e Gamba (Programação Visual). “Já somos considerados uma família”, conclui.

O mesmo se dá após Othon mencionar um fato político: a peça envereda por historietas e pequenas pensatas políticas - e assim por diante. “O Flávio escreveu maravilhosamente bem. Começa nos meus 11, 12 anos e vem até hoje. Nada foi fácil para mim, muitos dos meus principais papéis eu entrei substituindo outro ator. Se alguém me perguntar como comecei minha carreira, eu digo que comecei substituindo o Walter Clark, que era meu colega de turma de teatro, e depois muitas outras coisas aconteceram. O Chico Xavier já dizia que se uma coisa é sua, ela te encontra, não é preciso se preocupar”, pondera o homenageado, que terá a companhia de sua “memória” em cena, a atriz Juliana Medela trazendo observações às suas falas. “A ideia de ter a minha memória em cena foi minha, achei que seria interessante ter uma espécie de Alexa em cena. Ela entra para fazer descrições”, diverte-se Othon, numa alusão à assistente virtual desenvolvida pela Amazon.

“É um momento único, mesmo: meu primeiro monólogo e sobre a minha própria vida. É uma experiência muito forte eu ter que ser o meu próprio centro em cena. Mas não trazemos nenhuma lembrança amarga, apenas as alegres e divertidas, para levar curiosidades que vivi ao longo desses anos todos ao público, que saberá o que se passa com um ator – que é uma pessoa comum. Mas, quando se recebe um dom como esse, você tem a capacidade de doar o que recebeu. Então é isso que eu quero, me doar - e que as pessoas me leiam. Quero que elas vejam quem eu sou e como sou”, finaliza Othon Bastos.


Ficha técnica
Espetáculo "Não Me Entrego, Não!"
Elenco: Othon Bastos
Texto e direção: Flavio Marinho
Diretora assistente e participação especial: Juliana Medella
Direção de arte: Ronald Teixeira
Trilha original: Liliane Secco
Iluminação: Paulo Cesar Medeiros
Programação visual: Gamba Júnior
Fotos: Beti Niemeyer
Visagismo: Fernando Ocazione
Consultoria artística: José Dias
Assessoria de imprensa (Nacional): Marrom Glacê Comunicação – Gisele Machado e Bruno Morais
Assessoria de imprensa (SP): Canal Aberto - Márcia Marques, Daniele Valério e Flávia Fontes
Assessoria Jurídica: Roberto Silva
Coordenador de redes sociais: Marcus Vinicius de Moraes
Assistente de diretor de arte: Pedro Stanford
Assistente de produção: Gabriela Newlands
Administração: Fábio Oliveira
Produção local: Roberta Viana
Desenho de som e operação: Vitor Granete
Operador de luz: Luiza Ventura
Direção de produção: Bianca De Felippes
Produção:  Gávea Filmes
Idealização:  Marinho d’Oliveira Produções Artísticas
Realização:  Sesc São Paulo


Serviço
Espetáculo "Não Me Entrego, Não!"
Elenco: Othon Bastos
De 20 de março a 21 de abril de 2025
Quintas a sábados, às 20h e domingos, às 18h e dia 21/4, segunda-feira, às 15h.
Ingressos: R$ 70,00 (inteira) / R$ 35,00 (meia-entrada) / R$ 21,00 (credencial Sesc)
Classificação Indicativa: 12 anos | Duração: 100 minutos
Sesc 14 Bis – Teatro Raul Cortez
Rua Dr. Plínio Barreto, 285 – Bela Vista – São Paulo – SP
Informações: www.sescsp.org.br/14bis
Instagram: @othonbastosnoteatro / @sesc14bis

.: "Os Cães Que Me Salvaram": o resgate de cachorros de rua como propósito


Protetor dos animais que reúne milhões de seguidores nas redes sociais conta como superou vícios e encontrou no resgate de cães de rua o propósito de vida. Niall Harbison conheceu o melhor e o pior que a vida tem a oferecer. Após uma adolescência turbulenta, ele alcançou notável sucesso profissional e desfrutou de uma vida de luxos, festas e reconhecimento. No entanto, seus vícios o levaram ao fundo do poço e o deixaram à beira da morte. 

Hoje um fenômeno nas redes sociais, ele compartilha com milhões de seguidores a sua movimentada e frenética rotina como protetor de cachorros de rua na Tailândia. E, em "Os Cães Que Me Salvaram", lançado pela editora Intrínseca, que chega ao Brasil pela Intrínseca em março, o irlandês narra como o propósito de vida de salvar cães o resgatou de seus piores momentos. 

Em uma breve introdução, Niall conta como após atravessar uma infância relativamente tranquila começou a enfrentar problemas na adolescência com o dramático divórcio dos pais. Foi nessa época que ele passou a lutar contra a ansiedade e a depressão e teve suas primeiras experiências com álcool e drogas. Mostrando talento para a culinária, Niall esteve nas cozinhas de restaurantes Michelin e em iates de luxo, onde conheceu figuras como Bill Gates e Paul Allen, fundadores da Microsoft. O trabalho, apesar de aparentemente glamuroso, fortalecia seus vícios. Por isso, ele passou a empreender no ramo da tecnologia, obtendo grande êxito com a criação da Simply Zesty, uma renomada agência de comunicação digital. No entanto, mais uma vez, a extenuante rotina profissional o confrontou com seus demônios. 

Buscando novos ares, Niall decidiu se mudar para a ilha de Koh Samui, na Tailândia, ao lado do fiel Snoop, o primeiro cachorro que adotou e que o acompanhou mesmo nos momentos mais desafiadores. Mas os problemas o seguiram. Foi só após lutar pela vida na UTI de um hospital que Niall resolveu mudar e perseguir um propósito. A ideia de se dedicar integralmente aos cães de rua veio a partir do encontro com Lucky, uma cadela adorável que vivia nas proximidades de sua casa e precisava de atenção especial. Depois dela, vieram Happy, Marlon Brando, Bubba e muitos outros. E, ao contar a história de cada salvamento, Niall destaca como cada cão lhe ensinou sobre gratidão, perseverança e otimismo.

Os cães que me salvaram é o relato apaixonado de um homem que reencontrou o amor pela vida em seus amigos de quatro patas. Mesmo com as dificuldades que enfrentou, Niall Harbison coloca como protagonistas de sua história os cães que tornam seus dias únicos. Para os seguidores já familiarizados com a grande família do protetor, a obra é a chance de saber ainda mais sobre os animais que se tornaram ícones nas redes sociais, como Britney, Tina, Rodney, King Whacker e McMuffin. E, para aqueles que não o conhecem, Niall se apresenta da melhor maneira ao usar o próprio exemplo para mostrar como o poder do amor incondicional dos caninos é capaz de mudar vidas e resgatar a esperança. 

“Eu jamais teria imaginado que seria necessário um bando de cachorros de rua desconhecidos na Tailândia — indesejados, abandonados, desgrenhados, negligenciados — para me mostrar como aproveitar a vida ao máximo. Levei quatro décadas para chegar aqui, então não se preocupe se você ainda não chegou lá. Prometo que no fim há um arco-íris — e um ou dois rabos abanando — à espera". Compre o livro "Os Cães Que Me Salvaram" neste link.


Sobre o autor
Niall Harbison
é um herói dos cachorros. De origem irlandesa, ele se mudou para a Tailândia e, após ficar entre a vida e a morte, decidiu se dedicar a salvar e cuidar de cães de rua. Hoje, Harbison mora no interior do país e se dedica integralmente à sua organização, Happy Doggo. Foto: Jaz Lopez. Garanta o seu exemplar de "Os Cães Que Me Salvaram" neste link.


Ficha técnica
Livro "Os Cães Que Me Salvaram"
Autor: Niall Harbison
Tradução: Renato Marques
Número de páginas: 224
Editora: Intrínseca
Compre o livro neste link.

.: Focado na cultura africana, livro é escolhido para exposição em Bolonha


O Grupo Ciranda Cultural marca presença na Feira do Livro Infantil de Bolonha 2025 com a seleção do livro "Antes que o Mar Silencie", lançado pelo selo Principis, para a exposição BRAW Amazing Bookshelf. A obra, de autoria do poeta baiano Lucas de Matos, se une a uma curadoria global de 150 livros infantis na categoria especial de sustentabilidade, que enfatiza os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 da ONU. O livro estará exposto no Hall 30 da feira, entre os dias 31 de março e 3 de abril. 

Os poemas de Antes que o mar silencie convidam o leitor a refletir sobre identidade, existência e meio ambiente, explorando um letramento socioambiental pautado pela cultura baiana e afrodescendente do autor. Além da BRAW Amazing Bookshelf, a Ciranda Cultural levará esta e outras obras para o estande coletivo do Brasil. 

“É uma alegria imensa ter o reconhecimento internacional para o meu livro, sobretudo numa lista que enfatiza livros relacionados à sustentabilidade, tema basilar para os nossos tempos”, expressa Lucas de Matos. “É mais uma maneira de colocar a arte e, neste caso, a poesia, a serviço da humanidade. Espero que o livro alcance ainda mais pessoas com este marco”, completa. 

O projeto gráfico do livro também se destaca pelo trabalho artesanal da designer Natália Calamari, que criou uma fonte exclusiva para o título inspirada na arte africana dos adinkras. As ilustrações são resultado de um processo de corte a laser em madeira MDF e tinta tipográfica. Compre o livro "Antes que o Mar Silencie" neste link.


Sinopse de "Antes que o Mar Silencie"
Assim como o mar, a escrita de Lucas de Matos tem uma força e um movimento belo, pedagógico e ancestral que nos instiga tanto a boiar na calmaria quanto a mergulhar no agito das suas ondas-palavras. Antes que o mar silencie é um chamado para atentar questões de ser e estar, a partir de versos cheios de ousadia, consciência de si e letramento socioambiental. Vale a pena tirar as boias e se jogar nesse mar poético encantador de um poeta que exala sede de vida. Mergulhemos nessas águas! Garanta o seu exemplar de "Antes que o Mar Silencie" neste link. 


Serviço
BRAW Amazing Bookshelf na Feira do Livro Infantil de Bolonha
Data: 31 de março a 3 de abril
Local: Bolonha, Itália
Contato: +39 051 282 242 / bookfair@bolognafiere.it
Mais informações: https://www.bolognachildrensbookfair.com/ 

segunda-feira, 17 de março de 2025

.: Ricardo Araújo Pereira lança o livro "Coisa que Não Edifica Nem Destrói"


Com referências que vão da literatura clássica de Homero ao anti-herói da Marvel, Deadpool, o escritor e humorista português Ricardo Araújo Pereira desmistifica o humor em seu novo livro de ensaios lançado pela editora Tinta-da-China Brasil. "Coisa que Não Edifica Nem Destrói" é uma “experiência social em que Ricardo Araújo Pereira fala sozinho durante bastante tempo sobre assuntos que o entusiasmam muito mas talvez não interessem a mais ninguém", como define o próprio autor. Leitor assíduo de escritores brasileiros, ele tomou o título emprestado de um trecho de "Memórias Póstumas de Brás Cubas", de Machado de Assis, uma de suas grandes referências.

Em tempos em que o humor circula pelas redes sociais em escala industrial, com influencers e artistas de stand-up comedy, e é usado como pano de fundo narrativo de debates políticos, Araújo Pereira experimenta defini-lo. Desde as origens do termo até as discussões mais recentes. Talvez o humorista seja como uma mosca, que incomoda, mas não causa danos maiores? Como um defunto que não se preocupa com sua reputação? Ou como um malandro que engana, um jogador de futebol que dá dribles? Uma coisa é certa: o humorista não tem coração.

Para Ricardo Araújo Pereira, o humor precisa ser desmistificado. Falar e pensar sobre o humor é como falar e pensar sobre qualquer outra arte e não deveria quebrar sua suposta “magia”, como muitos pensam. E é por isso que, como um bom humorista, ele se permite falar um bocado de sua técnica: o timing, a punchline, a pausa, o silêncio. O autor parte das origens do termo humor, que já quis dizer “fluido”, “secreção”, numa época em que o “humorista” deveria ser alguma coisa próxima de um “endocrinologista”, para depois contar da histórica disputa entre franceses e ingleses pela invenção do gênero. Araújo Pereira usa muitas referências, citando episódios que vão desde a Guerra de Troia até o recente tapa de Will Smith em Chris Rock durante a cerimônia do Oscar.

Ele defende uma espécie de manifesto antissentimentalista. Para ele, é preciso falar com o cérebro e não com o coração. Rir não é o contrário de chorar, afirma, mas sim de estar sério, e rir e chorar talvez sejam manifestações mais próximas do que imaginamos. Ele concorda com Henri Bergson: “O riso não tem maior inimigo do que a emoção”. Ele também aborda a pergunta de 1 milhão de dólares: Há limite para o humor? Spoiler: nesse ponto sua opinião é radical, Araújo Pereira sustenta que ou se deve não rir de nada ou então rir de tudo.

Para ajudá-lo nessa tarefa, o humorista e cronista português convoca clássicos como Homero, Rabelais, Drummond, Shakespeare, Pessoa, mas também menciona o anti-herói da Marvel, Deadpool. O resultado são ensaios férteis e saborosos que misturam a erudição e a simplicidade que lhe são características.

O livro é uma adaptação da primeira temporada do podcast homônimo, veiculado entre 2023 e 2024, sucesso de audiência em Portugal. A edição brasileira do livro traz imagens nas aberturas de cada capítulo. Um livro imperdível para aqueles que fazem humor e para aqueles que gostam de dar uma boa risada. Compre o livro "Coisa que Não Edifica Nem Destrói" neste link.



Sobre o autor
Ricardo Araújo Pereira (Lisboa, 1974) é formado em comunicação social pela Universidade Católica Portuguesa, e começou a carreira como jornalista no Jornal de Letras. É roteirista desde 1998. Em 2003, com Miguel Góis, Zé Diogo Quintela e Tiago Dores, formou o grupo de humor Gato Fedorento. Escreve semanalmente no Expresso (Portugal) e na Folha de S.Paulo e é um dos integrantes do "Programa Cujo Nome Estamos Legalmente Impedidos de Dizer" (SIC). 

É autor, com Cátia Domingues, Cláudio Almeida, Guilherme Fonseca, Joana Marques, Manuel Cardoso, Miguel Góis e Zé Diogo Quintela, e apresentador de "Isto É Gozar com Quem Trabalha" (SIC). Criou e apresenta o podcast "Coisa que Não Edifica nem Destrói" (SIC), cuja primeira temporada deu origem ao livro homônimo. Pela Tinta-da-China Brasil, publicou ainda "Se Não Entenderes Eu Conto de Novo, Pá" (2012), "A Doença, o Sofrimento e a Morte Entram Num Bar" (2017) e "Estar Vivo Machuca" (2022). Coordena a coleção Literatura de Humor da Tinta-da-china Portugal. É o sócio no 12.049 do Sport Lisboa e Benfica. Garanta o seu exemplar do livro "Coisa que Não Edifica Nem Destrói" neste link.


Ficha técnica
Livro "Coisa que Não Edifica Nem Destrói"
Autor: Ricardo Araújo Pereira
Editora: Tinta-da-China Brasil
Número de páginas: 240
ISBN: 978-65-84835-37-5
Formato: brochura, 13 cm x 18,5 cm
Tiragem: 2000 exemplares
Lançamento: 17 de março
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