quinta-feira, 24 de julho de 2025

.: "Três Graças", próxima novela das nove, tem primeiras cenas gravadas em SP


Equipe e parte do elenco estão em filmagens em diversos bairros da capital paulista. Na imagem, Joélly (Alana Cabral), Gerluce (Sophie Charlotte) e Lígia (Dira Paes). Foto: Globo/ Estevam Avellar


Uma mulher, filha e mãe, inconformada com a injustiça diante das maldades que assolam sua comunidade e sua família, numa São Paulo que abriga milhões de brasileiras como ela. Corruptos que prejudicam uma multidão de doentes em benefício próprio. A luta do bem contra o mal e a dúvida sobre até onde ir quando se precisa batalhar pela sobrevivência. Esses são os dilemas que movem a protagonista da próxima novela das nove da TV Globo, "Três Graças", de Aguinaldo Silva, que mistura drama, tragédia, romance, mistério e toques de humor, cujas gravações ocorrem neste mês na capital paulista. 

Criador de histórias marcantes e personagens icônicos, como as vilãs Perpétua, de "Tieta", Nazaré Tedesco, de "Senhora do Destino", e Maria Regina, de "Suave Veneno", e de mulheres fortes, como Tieta, da novela homônima, e Maria do Carmo, também de "Senhora do Destino", e dos carismáticos Crô de "Fina Estampa" e o comendador Zé Alfredo, de "Império", entre muitos outros, Aguinaldo está de volta ao horário nobre da TV Globo após seis anos. O autor, vencedor de dois Emmys, traz nesta obra toda as suas vivências, referências e sua assinatura única na teledramaturgia. Desta vez, divide a escrita com Virgílio Silva e Zé Dassilva, e trabalha em parceria com Luiz Henrique Rios, que comanda pela primeira vez a direção artística de uma novela de sua autoria.

“Durante a pandemia, houve a reprise de ‘Fina Estampa’ e de ‘Império’ e agora, a de ‘Tieta’ no 'Vale a Pena Ver de Novo'. Fiquei muito satisfeito com o sucesso delas novamente. A minha ideia, em ‘Três Graças’, é fazer uma novela popular e abrangente, que fala do dia a dia das pessoas, de quem sai às 5h da manhã e pega três ônibus para ir trabalhar. E aí você vai penetrando nesse dia a dia e vendo que dentro dele tem histórias edificantes, maravilhosas, e ao mesmo tempo histórias terríveis de pessoas que supostamente são a elite do país. Eu acho que a novela é uma tentativa de retratar o Brasil que está acontecendo nesse momento. É uma novela da atualidade, do ônibus, do metrô, do trem”, adianta Aguinaldo Silva. 

 Em "Três Graças", o público será convidado a embarcar na jornada de Gerluce Maria das Graças (Sophie Charlotte). Moradora de uma favela fictícia na capital paulista, ela integra uma família de mães solo: é filha de Lígia Maria das Graças (Dira Paes) e mãe de Joélly Maria das Graças (Alana Cabral). Criada pela mãe, que engravidou na adolescência e foi abandonada pelo seu pai, Gerluce enfrentou destino parecido com a chegada da filha na fase em que se preparava para entrar na faculdade. Abdicou dos seus sonhos para dar a Joélly uma vida diferente, que tivesse um futuro promissor. Mas, quando a gravidez precoce da terceira geração se confirma, Gerluce fará de tudo para impedir que a filha abra mão de seus projetos e ambições, assim como ela e a mãe foram obrigadas a fazer.

“Gerluce é uma mulher que luta para não perder a esperança. Ela tem tudo para se conformar com a vida, mas não se conforma, e essa esperança não é apenas a dela, mas das pessoas que a rodeiam. Ela acha que todos têm direito a viver melhor e precisam lutar por isso. Ela quer uma vida melhor para a filha, não sabe como vai conseguir isso, mas é seu principal objetivo”, define Aguinaldo.

Forte e de pensamento positivo, Gerluce vive uma rotina intensa, que se resume ao trabalho, aos cuidados com a mãe doente e a proteger a filha. Até que se vê em uma situação que vai mudar o rumo de sua vida. Na casa da perversa Arminda (Grazi Massafera), para quem trabalha como cuidadora da mãe idosa, Josefa (Arlete Salles), ela descobre que a patroa e seu amante Santiago Ferette (Murilo Benício) lideram um esquema de falsificação de remédios que impacta não apenas a saúde de sua mãe Lígia, mas a de muitas pessoas da comunidade onde vive. Também lá, na mansão da patroa, ela encontra uma grande quantia de dinheiro guardada dentro de uma estátua escondida, o que a coloca diante de um conflito ético: até onde cabe uma atitude drástica em nome de um bem maior?  

Embora a trama seja baseada na realidade brasileira, com temas profundos, mistério, suspense e personagens muito ativos, o diretor artístico de 'Três Graças" busca trazer para a novela um tom de tragicomédia. "Esse é o jogo que pretendemos construir a partir de uma interpretação que não será totalmente naturalista. Na estética, vamos trabalhar com um tom um pouco acima da realidade. A novela tem muita cor e muita vibração, é uma história intensa, à flor da pele. Com isso queremos trazer para o público uma emoção diferente”, explica Luiz Henrique Rios.  

Com estreia prevista para outubro, "Três Graças" é uma novela criada por Aguinaldo Silva, escrita com Virgílio Silva e Zé Dassilva, tem direção artística de Luiz Henrique Rios, produção de Gustavo Rebelo e Silvana Feu. O elenco conta ainda com grandes nomes como Romulo Estrela, Marcos Palmeira, Paulo Mendes, Luiza Rosa, Andréia Horta, Pedro Novaes, Gabriela Loran, Miguel Falabella, Enrique Diaz, Juliano Cazarré, Belo, Xamã, Alanis Guillen, Mell Muzzillo, Samuel de Assis, Daphne Bozaski, Barbara Reis, Leandro Lima, Fernanda Vasconcellos, Carla Marins, Túlio Starling, Amaury Lorenzo, Gabriela Medvedovisky, Augusto Madeira, Juliana Alves, Otávio Muller, Rejane Faria, Julio Rocha, Guthierry Sotero, Vinicius Teixeira, Lorrana Mousinho, Lucas Righi, André Mattos, entre outros. 

 
Gravações movimentam diversas regiões da capital paulista
A grande São Paulo, com seus prédios imponentes e enorme diversidade populacional é onde se passa a história de "Três Graças". Nas últimas semanas, equipe e parte do elenco viajaram para a capital paulista, dando início às filmagens das primeiras cenas da obra. Durante dias frios e ensolarados, os trabalhos estão sendo realizados, em grande parte, na Brasilândia, na região Norte da cidade, onde será retratada a comunidade fictícia da obra. Foi lá que as protagonistas Sophie Charlotte, Dira Paes e Alana Cabral se encontraram pela primeira vez no set de gravação. 

As atrizes dão vida, respectivamente a Gerluce, Lígia e Joélly. No ar em "Guerreiros do Sol", Alana Cabral se junta às já veteranas Sophie e Dira em sua primeira novela das nove. A atriz, de 18 anos, iniciou a carreira aos seis. Na TV Globo, também esteve nas novelas "Verão 90" (2019), "Nos Tempos do Imperador" (2021), na série "Assédio" (2019) e foi campeã do reality culinário "Super Chefinhos", do "Mais Você" (2022). 

As filmagens devem durar um mês em São Paulo e, depois, seguem para os Estúdios Globo, no Rio de Janeiro. Para o diretor artístico Luiz Henrique Rios, começar os trabalhos no local retratado na história é fundamental. "É muito importante para a narrativa mostrar a cidade, não só como normalmente se mostra São Paulo, com seus grandes prédios, mas o dia a dia das pessoas. Alguns personagens vivem na comunidade da ficção, que estamos ilustrando como uma parte da Brasilândia, um lugar muito diverso. Trazer essa realidade para dentro da nossa comunidade proporciona a ampliação do espaço cenográfico. Teremos uma grande cidade cenográfica, mas queremos misturar com muito do que acontece aqui. Vamos gravar em cinco locações dentro desse grande complexo", conta o diretor. Cerca de 90 pessoas da equipe da novela e 30 figurantes locais participam de cenas na Brasilândia. Ruas, vielas e espaços urbanos da região foram usados nas sequências. A região central da cidade e os bairros Aclimação, Bela Vista, Pinheiros, Pirituba e Freguesia do Ó também estão entre as locações da novela.

Em dias de filmagem na Brasilândia, a atriz Sophie Charlotte conta como a ambientação contribuiu para a composição da personagem. "Achei muito emocionante começar as gravações na Brasilândia, olhando o trânsito das pessoas, todas muito carinhosas com a gente, recebendo a nossa gravação com tanta curiosidade... Observei as pessoas circulando pelas ruas, idosos, crianças jogando bola... Começar vendo a vida do lugar inspira muito. Como atriz, busco aqui, na vida real, a fonte para a história fictícia que vamos contar", declara.

.: Carrossel de Baco celebra 20 anos com show gratuito no Sesc dia 30


Banda Carrossel de Baco se apresenta dia 30 de julho no palco do Sesc Santos. Foto: divulgação

A energia contagiante da cultura caiçara, somada à força da poesia popular e à irreverência da música contemporânea brasileira, vai tomar conta do palco do Sesc Santos, no dia 30 de julho, às 20h00, com o show especial de 20 anos da banda Carrossel de Baco. A apresentação é gratuita e os ingressos estarão disponíveis 1h antes para a retirada na bilheteria local.

Nascida na bacia de Santos e liderada pelo multifacetado Danilo Nunes - cantor, compositor, ator e diretor teatral - a Carrossel de Baco une música, teatro, dança e poesia numa experiência sensorial e coletiva. A sessão é acompanhada pelos músicos: Anderson KB (bateria e backing vocal), Daniel Simonian (Guitarra), Edson Kbeça (Percussão), Paulo Faria (Baixo) e Rei Vieira (Teclado).

Com uma trajetória marcada pela ousadia criativa e pelo compromisso com as raízes culturais brasileiras, o grupo celebra duas décadas de reinvenção e resistência, com um espetáculo que promete encantar o público com sua sonoridade única e performance arrebatadora. No repertório, canções regionais como "Ciranda do Mar", de Zéllus Machado, "Mamão com Açúcar", de Jair de Freitas, e "Esperança", de Danilo Nunes - respectivamente integraram os discos de 2010, 2015 e 2019 da banda.

São composições autorais e parcerias que transitam entre o samba de roda, o maracatu, o xote e referências da Tropicália, tudo permeado por uma estética contemporânea que transforma cada apresentação em uma grande celebração.

Inspirada no Movimento Caiçara Contemporâneo, a banda eletrifica os sons tradicionais do litoral paulista sem perder sua essência, criando uma linguagem própria que ecoa de forma potente por todo o país. Danilo Nunes, à frente da formação, imprime sua marca cênica ao espetáculo — herança de seu trabalho com o grupo Teatro do Pé — em performances que misturam corpo, voz e poesia com intensidade visceral.

A apresentação no Sesc Santos faz parte da turnê comemorativa de 20 anos do grupo, levando sua “esbórnia” sonora e visual aos palcos do Brasil. Mais do que um show, o Carrossel de Baco convida o público a entrar na roda, celebrar, dançar e ser parte viva da festa.


Serviço
Carrossel de Baco - Turnê 20 Anos
Quarta-feira, dia 30 de julho de 2025
Horário: 20h00
Local: Sesc Santos – Rua Conselheiro Ribas, 136 – Santos/SP
Informações: https://www.sescsp.org.br/programacao/carrossel-de-baco-20-anos/

quarta-feira, 23 de julho de 2025

.: Novo estudo liga obra de Machado de Assis à origem da psicanálise


E se Freud fosse o segundo a chegar? Em novo livro, Adelmo Marcos Rossi revela que Machado de Assis pode ter fundado, pela literatura, uma psicologia conceitual antes de a psicanálise existir. Por Helder Moraes Miranda, especial para o portal Resenhando.com. Foto: divulgação
 
Machado de Assis chegou antes. Antes de a psicanálise ser batizada por Freud, antes do narcisismo virar diagnóstico, antes mesmo de a ciência querer mapear os labirintos da alma humana, o "Bruxo do Cosme Velho" já desfiava, com ironia e precisão cirúrgica, as camadas do inconsciente coletivo - mesmo sem nomeá-lo assim. Em "O Imortal Machado de Assis - Autor de Si Mesmo", o engenheiro, psicólogo e filósofo Adelmo Marcos Rossi desmonta o altar europeu da teoria psicanalítica e aponta: o criador de "Dom Casmurro" e "Memórias Póstumas de Brás Cubas" já operava, pela ficção, conceitos que Freud viria a descobrir décadas depois. Nesta entrevista exclusiva para o portal Resenhando.com, Adelmo discute narcisismo, escuta clínica, racismo estrutural no campo do saber e lança uma pergunta incômoda: será que estamos prontos para reconhecer que o maior psicanalista brasileiro morreu em 1908 - sem nunca ter ouvido falar de Viena? Compre o livro "O Imortal Machado de Assis - Autor de Si Mesmo" neste link.


Resenhando.com - Ao sugerir que Machado de Assis chegou a conceitos psicanalíticos antes de Freud, você está prestes a reescrever a história da psicanálise ou apenas dar um puxão de orelha no eurocentrismo acadêmico?
Adelmo Marcos Rossi - A pretensão é que Machado de Assis venha a ser lido como ele escreveu, e escreveu informando que no futuro, “cuido que por volta de 2222”, uma data qualquer, “um pequeno livro” seria publicado com sua “psicologia nova”. Quer dizer, a pretensão é que ele venha a ser lido como o criador de uma psicologia na qual “reúno em mim mesmo a teoria e a prática”. Escritor sutil, Machado não queria ser visto como cientista, propondo declaradamente uma psicologia nova, mas o fez por meio de personagens. Até teria sido perigoso que ele, literariamente, se mostrasse como estando conceituando os segredos que movem as relações humanas.


Resenhando.com - Machado de Assis, negro, epiléptico, pobre e autodidata, é muitas vezes reduzido a um “homem do século XIX” domesticado. A leitura dele propõe um autor que enxergou a alma humana mais fundo do que Freud. Por que ainda temos tanto medo de admitir a genialidade precoce dos nossos? 
Adelmo Marcos Rossi - O gênio não é facilmente reconhecível dentro do seu tempo, e menos reconhecível ainda quando ele, intencionalmente, esconde no subtexto as suas pretensões, ainda que informe que será encontrado. Também é comum afirmarem que o “eu lírico” não é o autor da obra, o disfarce em personagens não tem validade do ponto de vista científico. Resumindo: para fazer ciência, o pensador deve ser claro e reto, e não publicar uma nova ciência de modo escondido. Machado, também é importante dizer, não desejava ser visto como narcisista demais, vaidoso demais, pelo risco de ser severamente combatido. Sob esse aspecto, passar despercebido foi mais seguro para ele.


Resenhando.com - Você afirma que o narcisismo é estruturante na obra de Machado. A pergunta que não quer calar: Capitu amava Bentinho ou apenas amava ser amada?
Adelmo Marcos Rossi - Machado não deixou dúvida nenhuma, o leitor é quem não soube ler, basta ir à obra:
“Capitu olhou para mim com desdém, e murmurou:
— Sei a razão disto; é a casualidade da semelhança... A vontade de Deus explicará tudo... Ri-se? É natural; apesar do seminário, não acredita em Deus; eu creio... Mas não falemos nisto; não nos fica bem dizer mais nada”.
Ou seja, se Bento Santiago “acreditasse em Deus”, “a vontade de Deus explicaria tudo”, inclusive “a causalidade da semelhança”, e Capitu poderia ter quantos filhos quisesse, todos com as feições dos amigos, porque Deus explica tudo. Machado, aqui, estava fazendo uma brincadeira, empregando o recurso da Petalogia, o humor, tal como Alcides Maya notou em “Machados de Assis: Algumas Notas sobre o Humour” (1912).


Resenhando.com - Há quem diga que Brás Cubas é um morto mais lúcido do que muito vivo teórico. Se ele fosse seu paciente, que diagnóstico você arriscaria dar? Borderline? Narcisista perverso? Cínico funcional?
Adelmo Marcos Rossi - Machado era, até 1880, um escritor morto literariamente, um autor que já era defunto. Seus quatro livros anteriores, "Ressurreição", "A Mão e a Luva", "Helena" e "Iaiá Garcia", não teriam dado vida póstuma ao autor. Por isso, "Memórias Póstumas", e para isso ele tinha que criar algo espantoso, e criou a ideia de um "defunto autor", o autor que já era defunto virou defunto autor. Estando morto, poderia revelar os segredos sem ser condenado. Machado trouxe uma nota para Brás Cubas: “Capistrano de Abreu, noticiando a publicação do livro, perguntava: ‘As Memórias Póstumas de Brás Cubas são um romance?’”. Não podia ser, pois era um romance em que o amor era um adultério. Lobo Neves nunca aparece galanteando sua esposa Virgília, quem a namora é o amigo, ilustrando mais um conceito em Machado: Pílades e Orestes, do mito grego dos amigos inseparáveis. Em Freud, os “amigos inseparáveis” seria o par de confidentes, analisando e analista, pela confissão baseada no amor de transferência. Só que Freud se esqueceu de considerar o ódio de transferência: é comum o amor terminar em ódio, em traição, crime etc.


Resenhando.com - Em algum momento do seu mergulho nas obras machadianas você se sentiu espionado por ele? Como se o próprio Machado, com sua pena afiada, estivesse analisando você durante a leitura?
Adelmo Marcos Rossi - Quem reclamou disso foi o Mário de Andrade, no centenário de 1939: “Ele foi um homem que me desagrada e que eu não desejaria para o meu convívio”. Carlos Drummond de Andrade, em 1925, reclamou dizendo que Machado era “perverso, profundo e ardiloso”, sem informar o motivo. De fato, Machado revelou o lado perverso, profundo e ardiloso das relações humanas, e isso incomodou a muita gente que não o compreendeu.


Resenhando.com - Freud leu os clássicos gregos. Machado lia Shakespeare e Molière, mas também conversava com os delírios da alma carioca. O que o ambiente cultural brasileiro oferece à psicanálise que Viena talvez nunca ofereceu?
Adelmo Marcos Rossi - O ambiente cultural brasileiro sempre ofereceu a malandragem, a esperteza, a malícia, também tão criticada, e motivo da enorme diferença social entre os espertos e os malandros que vivem da malandragem se contentando com o carnaval e o futebol.


Resenhando.com - Você é engenheiro civil, virou psicólogo, filósofo e agora investiga as camadas mais profundas de um escritor morto há mais de um século. O que constrói mais: o concreto armado ou a literatura psicanalítica?
Adelmo Marcos Rossi - O concreto armado me permitiu ganhar dinheiro na vida prática, dando-me tempo suficiente para retornar para a universidade e cursar uma nova graduação, agora, em psicologia, além do acompanhamento psicanalítico, e assim, estudar as profundezas da alma humana. Esse caminho ajudou-me a evitar enlouquecer, cometer crimes, e compreender, primeiro, o erro do Narcisismo em Freud, que somente o descobriu em 1914, e, segundo, a descoberta dos conceitos psicológicos em Machado correspondentes aos conceitos depois criados por Freud atendendo doentes na clínica.


Resenhando.com - Há alguma ideia que você encontrou em Machado e que Freud nunca ousou formular? Algo que o "Bruxo do Cosme Velho" teria escrito com toda a sutileza e que escapou ao austero vienense?
Adelmo Marcos Rossi - Como Machado trabalha com a desconfiança no ser humano, ele era menos ingênuo, em acreditar nas relações, do que Freud. Ele empregou de modo repetido o conceito do cínico Diógenes, inexistente em Freud, Diógenes procurava um homem digno de confiança. Há no livro um capítulo, “Lanterna de Diógenes”, que trata dessa questão. A relação “Pílades e Orestes”, de confiança, entre Freud e Jung, terminou em ódio. O conceito de Espelho, “a palavra espelha a alma”, também a alma exterior que sustenta a alma interna, não existia em Freud, embora tivesse sido denotada por Jacques Lacan, tal como no artigo “O Estádio do Espelho como Formador da Função do Eu”.


Resenhando.com - O livro se chama "O Imortal Machado de Assis - Autor de Si Mesmo". Se Freud é o pai da psicanálise, Machado seria o quê? Um avô ilegítimo? Um irmão bastardo que nunca foi convidado para a foto de família?
Adelmo Marcos Rossi - Como Machado tinha consciência do que estava fazendo, quer dizer, não foi por acaso que ele deixou os conceitos, que foram encontrados, então, pode-se dizer que, se depois não tivesse aparecido Freud, que ele não sabia que surgiria, então, Machado teria sido o primeiro e único a ter inventado o que José Miguel Wisnik intitulou como “Machado Psicanalista Avant la Lettre”, em 25 de outubro de 2019. Machado nunca poderia imaginar que surgiria um médico literato disposto a escutar as intimidades da alma para localizar nelas a fonte das doenças, e fazer isso citando os grandes pensadores. Devo acrescentar que somente descobri que em Machado existem conceitos correlatos aos de Freud naturalmente após tê-los estudado em Freud. Sem o estudo de Freud, eu jamais os teria visto.


Resenhando.com - Em um mundo dominado por algoritmos, pressa e diagnósticos de 15 minutos, o que os leitores de hoje têm a ganhar com a escuta literária e clínica de um autor que ainda escreve para a alma de quem não tem pressa?
Adelmo Marcos Rossi - Segundo informou uma gerente da Livraria Leitura, está havendo uma intensa procura pela obra de Machado, porém, a menos que estudem “O Imortal Machado de Assis - Autor de Si Mesmo”, creio que continuarão a ler Machado como sempre foi lido por leitores comuns, e incluindo especialistas, ou seja, sem descobrir a “psicologia nova” que Machado escondeu por entre as linhas. Ler a obra de Machado tendo em mente os conceitos Pílades e Orestes, Travessia do Rubicon, Prometeu no Cáucaso, Similia similibus curantur, Caiporismo, o tema central da Vaidade, modifica completamente o modo de lê-lo. É como você ver um filme depois de ter visto os comentários do diretor. Uma “análise”, na verdade, é isso: tirar do tumulto os conceitos ocultos que o regem. Todos nós vivemos a experiência, sem saber que nela se escondem os conceitos do psiquismo apresentados por Machado e depois por Freud.


.: Elphaba vai morrer? "Wicked - Parte 2" promete final devastador para as bruxas


Por Helder Moraes Miranda, especial para o portal Resenhando.com. Foto: divulgação

A Universal Pictures revelou uma nova arte promocional de "Wicked - Parte 2", que ganhou oficialmente no idioma original o subtítulo "For Good", em uma referência direta à icônica canção do musical original. O filme marca o capítulo final da história não contada das bruxas de Oz, trazendo novamente Cynthia Erivo e Ariana Grande nos papéis centrais de Elphaba e Glinda, respectivamente. Na imagem divulgada, as duas protagonistas aparecem ao lado de figuras centrais da trama: o Príncipe Fiyero, vivido por Jonathan Bailey, o Mágico de Oz, interpretado por Jeff Goldblum, e a implacável Madame Morrible, papel de Michelle Yeoh, vencedora do Oscar por "Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo".

Com estreia marcada para 20 de novembro de 2025, a segunda parte de "Wicked" chega para dar continuidade ao fenômeno iniciado em 2024 com o lançamento da primeira parte, que arrecadou mais de 750 milhões de dólares em bilheteria mundial e se consolidou como a maior adaptação cinematográfica de um musical da Broadway já feita. O filme anterior recebeu dez indicações ao Oscar, incluindo Melhor Filme, vencendo nas categorias de Melhor Figurino e Melhor Design de Produção. A direção permanece nas mãos do cineasta Jon M. Chu, que optou por dividir a adaptação em dois filmes justamente para preservar a profundidade emocional da narrativa original, evitando condensações que comprometessem personagens-chave e canções como “Defying Gravity” - ponto de virada que encerra a primeira parte.

A decisão de substituir o tradicional “Parte II” por "For Good" foi explicada pelo próprio Chu em entrevistas recentes. Segundo ele, além de soar mais poético e conectado à essência da obra, o título evoca o vínculo transformador entre Glinda e Elphaba, que se tornará ainda mais evidente neste novo capítulo. A canção homônima é cantada pelas duas protagonistas no musical em um dos momentos mais comoventes e definitivos da peça.

Na trama, Elphaba encontra-se reclusa nas profundezas da floresta de Oz, marginalizada como a temida Bruxa Má do Oeste, enquanto segue lutando para dar voz aos animais silenciados e expor as verdades que conhece sobre o Mágico de Oz. Do outro lado, Glinda desfruta dos confortos da fama e da popularidade como símbolo oficial da bondade no reino, residindo no palácio da Cidade das Esmeraldas sob a orientação calculista de Madame Morrible. Embora prestes a se casar com o príncipe Fiyero em uma celebração espetacular, Glinda sente-se cada vez mais atormentada pela distância de Elphaba e se vê dividida entre a lealdade pública e a intimidade daquela amizade transformadora.

Os esforços de Glinda para promover uma reconciliação entre Elphaba e o Mágico não só ameaçam colocá-la em conflito com as autoridades de Oz, como também colocam em risco pessoas próximas: Boq, interpretado por Ethan Slater, e a irmã de Elphaba, Nessarose, vivida por Marissa Bode, que faz história como a primeira atriz cadeirante a dar vida à personagem nas telas - um marco de representatividade importante dentro da produção. A chegada de uma misteriosa garota do Kansas também agita os ânimos e promete mexer com todos os envolvidos.

Enquanto o povo de Oz se volta contra Elphaba, alimentando um ódio coletivo, ela e Glinda precisarão decidir se ainda é possível se reconhecerem uma na outra, com honestidade, compaixão e coragem suficientes para desafiar o status quo. Nesse embate final entre verdade e ilusão, a amizade entre as duas bruxas pode ser a única chave capaz de reescrever os destinos de ambas - e, quem sabe, de todo o reino.

Com roteiro assinado por Winnie Holzman e Dana Fox, o filme mantém os pilares do musical original, com letras e músicas do lendário Stephen Schwartz. A trilha sonora, desta vez, conta também com composições inéditas feitas em parceria com John Powell. Uma das novas canções foi coescrita por Cynthia Erivo e, segundo o compositor, traz uma carga emocional inédita para Elphaba, ampliando o arco da personagem. O elenco inclui ainda Bowen Yang e Bronwyn James como Pfannee e ShenShen, assistentes fiéis de Glinda, e Sharon D. Clarke como a babá Dulcibear.

Produzido novamente por Marc Platt, nome por trás de sucessos como "La La Land" e "Chicago", em colaboração com David Sonte, a produção reforça o compromisso da Universal com a grandiosidade e a emoção de uma história que arrebatou plateias nos palcos por quase duas décadas. Gravado simultaneamente ao primeiro filme nos estúdios do Reino Unido, "Wicked - Parte 2" carrega a expectativa de encerrar essa história com o mesmo impacto visual e narrativo que consolidou a primeira parte como uma das experiências cinematográficas mais emocionantes do ano passado.

Entre rumores e confirmações, há expectativa de participações especiais de Kristin Chenoweth e Idina Menzel, que eternizaram Glinda e Elphaba nos palcos da Broadway. Embora ainda sem confirmação oficial, especula-se que ambas farão aparições discretas, como integrantes do coro ou cidadãos da Cidade das Esmeraldas - uma homenagem aos fãs de longa data. Com distribuição da Universal Pictures, o filme estreia simultaneamente em versões dubladas e acessíveis, reafirmando seu compromisso com a inclusão - dentro e fora da tela. Depois de uma primeira parte arrebatadora, Wicked: For Good chega para encerrar com brilho, fúria, magia e redenção uma das amizades mais complexas e inesquecíveis da cultura pop contemporânea.


Assista no Cineflix mais perto de você
As principais estreias da semana e os melhores filmes em cartaz podem ser assistidos na rede Cineflix CinemasPara acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica no Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SANO Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021.

.: Spotify lança roteiro inédito pelos marcos históricos dos Racionais MC's


Campanha global da plataforma celebra a força dos fandoms e ganha versão brasileira em parceria com Guia Negro, reforçando o compromisso do Spotify com a cultura local


O Spotify acaba de lançar “Caminhos Racionais”, uma experiência imersiva que transforma marcos da história dos Racionais MC’s em pontos de visitação. Criado em parceria com o Guia Negro, plataforma especializada em turismo afrocentrado, o projeto convida fãs a revisitarem a trajetória do grupo através de dois roteiros autoguiados por São Paulo — um pela Zona Sul (Capão Redondo, Jardim São Luís, Vila Fundão) e outro pela Zona Norte (Tucuruvi, Vila Mazzei).

Cada parada foi escolhida com base no vínculo com fãs e integrantes do grupo, reunindo locais como a casa da mãe de KL Jay, o grafite no metrô Capão Redondo, a barbearia de Mano Brown, bibliotecas que viraram capas de discos e campos de futebol que inspiraram letras. O roteiro será distribuído em formato de fanzine impresso, enviado a superfãs selecionados, e também em versão digital gratuita que pode ser acessada neste link. 


Uma campanha sobre fãs, para fãs e feita com fãs
Na sua edição brasileira, o projeto ganhou contornos únicos com retratos vibrantes de fandoms locais de Racionais MC’s, Tasha & Tracie, Ana Castela e Lady Gaga, que ocuparam outdoors em pontos icônicos de São Paulo e Rio de Janeiro, como Estação da Luz e Gávea. A ação com a cantora americana, aliás, foi tão potente que foi exportada também para os Estados Unidos e Canadá.

Presença local refletida em colaborações culturais diversas
A nova iniciativa com os Racionais MC’s se soma a uma série de colaborações recentes que surgiram em diferentes contextos culturais e regionais no Brasil. Desenvolvido em parceria com o Guia Negro e co-criado com fãs, o projeto mapeia locais ligados à trajetória do grupo, com foco em bairros das zonas Sul e Norte de São Paulo.

No início do ano, o Spotify lançou uma campanha dedicada ao pagode, com destaques editoriais, conteúdos originais e uma colaboração com o Quintal dos Prettos, em São Paulo. Em junho, a plataforma marcou presença no São João de Caruaru, em Pernambuco, com ativações voltadas para gêneros como arrocha e piseiro. Essas ações contribuíram para dar mais visibilidade a cenas e artistas locais, tanto dentro quanto fora do aplicativo.

Em vez de seguir uma linha única de atuação, esses projetos refletem a variedade de caminhos pelos quais as comunidades de fãs e os movimentos musicais locais têm moldado momentos culturais no país.

.: "Quarteto Fantástico" estreia com pós-créditos, reviravolta cósmica e nostalgia


Por 
Helder Moraes Miranda, especial para o portal Resenhando.com. Foto: divulgação

Os cinemas brasileiros se preparam para receber uma das estreias mais aguardadas do ano: "Quarteto Fantástico - Primeiros Passos", novo capítulo da Marvel Studios que chega aos cinemas de todo o Brasil nesta quinta-feira, 24 de julho. A produção marca uma guinada ousada na forma como a equipe de super-heróis é retratada, distanciando-se das tentativas anteriores e apostando em uma ambientação retrofuturista, profundamente inspirada na estética dos anos 1960, mas situada em um universo paralelo dentro do multiverso da Marvel.

Dirigido por Matt Shakman, conhecido pelo sucesso de "WandaVision", e roteirizado por Eric Pearson, o longa evita recontar mais uma vez a origem dos personagens. Ao contrário, apresenta um quarteto já experiente, atuando como super-heróis há cerca de quatro anos e enfrentando dilemas emocionais e existenciais decorrentes de seus poderes. Um dos elementos centrais da trama é a gravidez de Sue Storm, interpretada por Vanessa Kirby, que pode anunciar a chegada de Franklin Richards - figura essencial nos quadrinhos pelo poder quase divino. A maternidade iminente da Mulher Invisível se entrelaça com a ameaça cósmica representada por Galactus, compondo um roteiro que transita entre o drama íntimo e a escala interplanetária.

Pedro Pascal assume o papel de Reed Richards, o Senhor Fantástico, enquanto Joseph Quinn dá vida ao impulsivo Johnny Storm, o Tocha Humana, e Ebon Moss-Bachrach interpreta Ben Grimm, o Coisa. Julia Garner surge como uma versão alternativa da Surfista Prateada - uma escolha que gerou burburinho nos fóruns de fãs pela reinvenção do personagem - e Ralph Ineson encarna Galactus com uma presença que promete ser tão imponente quanto destrutiva. O elenco ainda conta com nomes de peso como Paul Walter Hauser, Natasha Lyonne, Sarah Niles e John Malkovich, cujo personagem segue envolto em mistério.

Um dos grandes diferenciais do filme está na estética. Com fotografia assinada por Jess Hall e filmado em câmeras de 16 mm, o longa aposta em um visual que combina o charme da Nova York dos anos 1960 com elementos tecnológicos típicos das visões futuristas da era da Guerra Fria. O resultado é uma atmosfera estilizada e nostálgica que se diferencia da maioria dos blockbusters contemporâneos. A trilha sonora de Michael Giacchino complementa esse espírito, evocando sentimentos de aventura, tensão e descobrimento.

"Quarteto Fantástico - Primeiros Passos" também se destaca por tratar os heróis como figuras complexas, com fragilidades e conflitos internos. Reed lida com o peso de ser um líder e futuro pai em meio ao caos, enquanto Sue tenta equilibrar sua condição física com o dever moral de proteger o mundo. A chegada de Galactus à Terra e a presença da Surfista Prateada dão o tom da urgência cósmica que guia a narrativa, mas o foco permanece nos dilemas humanos por trás das máscaras.

E como de costume nas produções da Marvel, o filme guarda surpresas para quem fica até o fim. Segundo fontes confiáveis, pelo menos uma cena pós-créditos está confirmada: Sue aparece lendo para um garotinho loiro - possivelmente Franklin - quando a cena é interrompida pela chegada inesperada de Victor Von Doom, o Doutor Destino. A aparição do icônico vilão sinaliza que o conflito está longe de terminar e sugere conexões com os próximos capítulos do MCU, incluindo os especulados "Doomsday" e "Vingadores - Guerras Secretas".

A nova abordagem do Quarteto Fantástico já vem gerando reações entusiasmadas por parte da crítica internacional. O site Collider destacou que a Marvel finalmente conseguiu capturar a essência emocional e familiar que diferencia o Quarteto de outras equipes, enquanto o Screen Rant apontou o filme como “a mais corajosa reinvenção do estúdio desde Homem de Ferro”.


Cenas pós-créditos
De acordo com relatos de sessões-teste, "Quarteto Fantástico - Primeiros Passos" contará com duas cenas pós-créditos. A primeira, de tom mais descontraído, segue a tradição bem-humorada do estúdio e ainda permanece envolta em mistério. Já a segunda promete impactar diretamente o futuro do universo Marvel, com ligações claras ao aguardado "Avengers - Doomsday".

A cena que mais tem causado burburinho mostra Sue Storm, vivida por Vanessa Kirby, lendo calmamente para seu filho recém-nascido, Franklin Richards. Após sair do quarto por um breve instante, ela retorna e se depara com uma figura imponente sentada ao lado do berço: Victor Von Doom, interpretado por Robert Downey Jr. Embora seu rosto não seja totalmente revelado, sua presença é inconfundível, e a tensão no ar sugere que o icônico vilão terá papel central nos próximos capítulos da saga.

Curiosamente, essa cena foi dirigida não por Matt Shakman, mas pelos Irmãos Russo - Joe e Anthony - que estão à frente de "Avengers - Doomsday". Segundo o próprio Shakman, os diretores estiveram envolvidos com o projeto desde o início, visitando o set e acompanhando o desenvolvimento dos personagens. A decisão de deixá-los dirigir essa sequência específica faz parte da estratégia de amarrar narrativas dentro da complexa linha do tempo do MCU. Enquanto isso, a outra cena extra, de tom mais leve, segue os moldes tradicionais da Marvel, servindo possivelmente como alívio cômico ou um pequeno gancho divertido para os fãs mais atentos.

Assista no Cineflix mais perto de você
As principais estreias da semana e os melhores filmes em cartaz podem ser assistidos na rede Cineflix CinemasPara acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica no Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SANO Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021.

Programação do Cineflix Santos
“Quarteto Fantástico - Primeiros Passos” | The Fantastic Four - First Steps | Sala 4
Classificação: 12 anos. Ano de produção: 2025. Idioma original: inglês. Direção: Matt Shakman. Roteiro: Josh Friedman, Eric Pearson, Jeff Kaplan e Ian Springer. Elenco: Pedro Pascal, Vanessa Kirby, Ebon Moss-Bachrach, Joseph Quinn, Julia Garner, Natasha Lyonne, Paul Walter Hauser, Ralph Ineson e outros. Duração: 1h55. Cenas pós-créditos: sim. Cineflix Santos | Miramar Shopping | Rua Euclides da Cunha, 21 - Gonzaga - Santos/SP.


Dublado
23/7/2025 - Quarta-feira: 15h30
24/7/2025 - Quinta-feira: 15h30
25/7/2025 - Sexta-feira: 15h30
26/7/2025 - Sábado: 15h30
27/7/2025 - Domingo: 15h30
28/7/2025 - Segunda-feira: 15h30
29/7/2025 - Terça-feira: 15h30
30/7/2025 - Quarta-feira: 15h30

Legendado
23/7/2025 - Quarta-feira: 18h00 e 20h30
24/7/2025 - Quinta-feira: 18h00 e 20h30
25/7/2025 - Sexta-feira: 18h00 e 20h30
26/7/2025 - Sábado: 18h00 e 20h30
27/7/2025 - Domingo: 18h00 e 20h30
28/7/2025 - Segunda-feira: 18h00 e 20h30
29/7/2025 - Terça-feira: 18h00 e 20h30
30/7/2025 - Quarta-feira: 18h00 e 20h30

.: João Silvério Trevisan para falar sobre ditadura e literatura em palestra on-line


A Universidade do Livro recebe, no dia 19 de agosto, o escritor João Silvério Trevisan para uma palestra da série "Encontro com os Escritores". Ele viveu sob o clima instaurado pela ditadura militar brasileira e produziu sua obra na contramão. Por esse motivo, a palestra "Ditadura e Literatura Brasileira - A Palavra Massacrada" pretende apontar os rastros do autoritarismo deixados em sua produção literária.

Para evidenciar o massacre sofrido na própria linguagem, impõem-se perguntas, num caso eloquente, mas até hoje pouco abordado por estudiosos. Quais caminhos tortuosos a literatura de João Silvério Trevisan inventou para reagir ao sufocamento? Como a palavra massacrada se transfigura em expressão libertária? É o que se pretende investigar. Inscrições neste link.

Série Encontro com os Escritores
Promovida pela Universidade do Livro, vinculada à Fundação Editora da Unesp, em parceria com a Assessoria de Comunicação e Imprensa da Unesp e a Biblioteca Mário de Andrade, esta série tem como objetivo aproximar leitores e autores em um diálogo direto e enriquecedor.

Cada encontro oferece ao público a oportunidade de conhecer de perto escritores de destaque, em uma conversa intimista e reveladora. Explorar seu percurso criativo e editorial - desde suas influências literárias até o processo de escrita. Debater temas relevantes do cenário cultural, como tendências editoriais, desafios do mercado livreiro e o papel da literatura na sociedade.


Sobre o autor
João Silvério Trevisan é escritor, dramaturgo, diretor e roteirista de cinema, jornalista, palestrante e coordenador de oficinas literárias. Na década de 1970, iniciou sua produção artística e assumiu-se homossexual, duas facetas que sempre estiveram imbricadas em sua vida. Em 1971, seu polêmico e único longa-metragem, "Orgia ou O Homem que Deu Cria", foi censurado pela ditadura civil-militar, o que o levou ao exílio, por três anos.

Em 1978, foi um dos fundadores/editores do jornal Lampião da Esquina, primeira publicação homossexual do país, e do Somos, primeiro grupo brasileiro de luta pelos direitos LGBTQs. É autor de "Devassos no Paraíso", clássico ensaio multidisciplinar sobre a história da homossexualidade no Brasil, e de "Seis Balas num Buraco Só", ensaio longo sobre a crise do masculino.

Venceu por três vezes os Prêmios Jabuti e A.P.C.A., foi finalista do Jabuti e Oceanos com suas mais recentes obras auto ficcionais "Pai, Pai" (em 2018) e "Meu Irmão, Eu Mesmo" (em 2024). Sua primeira novela, "Os Sete Estágios da Agonia", inédita desde 1979, foi publicada em 2024. Conquistou, entre outras, uma bolsa da Fundação Vitae, para escritura do romance Ana em Veneza, de 1994. Sua produção artística e intelectual conta quinze livros publicados, dos quais dez romances, duas coletâneas de contos e três obras ensaísticas, além de roteiros de cinema, peças teatrais e artigos na mídia de todo o país. Em 2023, recebeu o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal de Uberlândia (MG). Crédito da foto: @Renato_Parada_11. Compre os livros de João Silvério Trevisan neste link.

.: "Território da Luz", de Yuko Tsushima, é tema do Clube de Leitura JHSP + 451


Encontro on-line e gratuito irá discutir obra que narra a vida de uma mulher e sua filha em Tóquio após o abandono do marido


O livro "Território da Luz", da autora japonesa Yuko Tsushima, é o tema do Clube de Leitura Japan House São Paulo + Quatro Cinco Um de julho, que acontece na última quinta-feira do mês, dia 31, às 19h00, via Zoom, e tem como convidada a crítica literária e doutoranda em Letras pela Universidade de São Paulo, Iara Machado Pinheiro. O livro foi publicado no Brasil em maio deste ano pela Alfaguara, selo da Companhia das Letras, com tradução de Rita Kohl.

O romance acompanha a história de uma mulher que, após ser abandonada pelo marido, decide recomeçar a vida com sua filha de dois anos em um apartamento repleto de janelas em Tóquio. A obra, vencedora do prestigioso Prêmio Noma, é um dos romances japoneses mais reveladores e influentes das últimas décadas, explorando temas como solidão, maternidade e resiliência feminina.

Publicado originalmente em episódios, entre 1978 e 1979, na revista literária japonesa Gunzo, a narradora enfrenta a árdua tarefa de reconstruir sua identidade, conviver com a solidão e entender as próprias contradições, impactando os leitores com suas lutas internas, expostas com uma honestidade desprovida de sentimentalismos ou autopiedade. Participantes do clube têm 25% de desconto na compra do livro pelo site da editora Companhia das Letras, por meio do cupom JHSP451JUL25. O cupom fica vigente de 06/07 até 02/08, válido para 1 uso único por CPF. Saiba mais e inscreva-se em https://clubedeleitura.japanhousesp.com.br/.


Convidada do mês
A convidada do mês é Iara Machado Pinheiro, crítica literária, jornalista e doutoranda em Letras pela USP. Ela já colaborou com diversas publicações, incluindo a revista Quatro Cinco Um. Na edição deste mês de julho, Machado Pinheiro resenhou o livro tema do encontro.


Como funciona o Clube de Leitura Japan House São Paulo + Quatro Cinco Um?
Desde sua estreia em 2019, o Clube de Leitura Japan House São Paulo + Quatro Cinco Um recebe grandes profissionais da tradução japonesa no Brasil, além de autores contemporâneos e leitores da literatura nipônica, para discutir obras de nomes como Haruki Murakami, Sayaka Murata, Yoko Tawada, Banana Yoshimoto e Yoshiharu Tsuge.

Natasha Barzaghi Geenen, diretora cultural da Japan House São Paulo, e Paulo Werneck, editor da revista Quatro Cinco Um, compartilham a curadoria e a mediação dos encontros, que acontecem sempre na última quinta-feira do mês. O Clube discute livros de autores japoneses traduzidos diretamente para o português, visando uma cobertura multiplataforma deste universo literário — a parceria entre a revista dos livros e a JHSP traz também uma newsletter editorial mensal com os principais lançamentos.

No site da Japan House São Paulo há uma página exclusiva que reúne todo o conteúdo compartilhado até aqui. Nela, é possível ter acesso a um compilado de todos os títulos já abordados e à agenda dos próximos encontros, além de links para inscrição nas newsletters da Japan House e na newsletter de literatura japonesa da Quatro Cinco Um: https://clubedeleitura.japanhousesp.com.br/


Serviço
"Território da Luz", de Yuko Tsushima, no Clube de Leitura JHSP + Quatro Cinco Um de julho
Quinta-feira, dia 31 de julho, às 19h00
Modalidade: on-line e gratuito, via Zoom
Inscrições: https://www.sympla.com.br/evento-online/clube-de-leitura-jhsp-451-territorio-da-luz-julho/3005630?referrer=quatrocincoum.com.br 
Cupom: Participantes do clube têm 25% de desconto na compra do livro pelo site da editora Companhia das Letras, por meio do cupom JHSP451JUL25. O cupom fica vigente de 06/07 até 02/08, válido para 1 uso único por CPF.
Parceria com a Japan House São Paulo

terça-feira, 22 de julho de 2025

.: Giancarlo Giannelli e a urgência de fotografar o que está desaparecendo


Por 
Helder Moraes Miranda, especial para o portal Resenhando.com. Foto: @lukefotografia

Entre a floresta e o esquecimento, um clique. Foi assim que o fotógrafo e jornalista Giancarlo Giannelli escolheu contrariar o silêncio que recobre os rios da Amazônia como uma névoa de abandono. No livro "Amazônia - Rio Tapajós", não há apenas retratos. Ele se envolve e se contradiz para se entregar ao ritmo de uma realidade que a maioria dos brasileiros jamais ousou encarar de perto.

O que surgiu como um projeto de saúde itinerante virou poesia visual, crítica social e uma espécie de elegia à resistência dos povos ribeirinhos e indígenas. Giannelli, que já circulou por bastidores de shows, convenções corporativas e corredores do poder, agora finca os pés na lama - e revela o Brasil que escorre pelas bordas. Nesta entrevista exclusiva ao Resenhando.com, o fotógrafo encara perguntas que vão da ética do olhar à política do esquecimento. O resultado é um retrato em palavras: ora nítido, ora borrado, mas sempre urgente.


Resenhando.com - "Amazônia - Rio Tapajós" nasce da urgência de documentar uma Amazônia que está mudando rápido demais. O que mais mudou em você depois de encarar o silêncio profundo da floresta e o barulho ensurdecedor do abandono estatal?
Giancarlo Giannelli - 
Minhas interpretações têm mudado muito desde os 40 anos de idade, o que já soma 14 anos... Encaro o homem como parte do universo, e não o contrário. Logo, a urgência é algo humano, mas não universal. Como alguém que pensa, penso que seja natural aceitar a emergência desses fatos ativados pela ação humana e procurar, mediante uma razoabilidade, manter o status quo original do meio ambiente, digamos que algo de um milênio atrás. Alimentar a vida é também parte do homem, e parece-me que ele tem conseguido criar fome até mesmo ao meio ambiente, que passou a se alimentar de águas poluídas, materiais radioativos dispersos por aí, afora a utilização de águas profundas, que não serão refeitas tão cedo, pelo agrobusiness, que ocasionalmente servem somente ao propósito enriquecedor de um grupo, mas que não garante o sustento de milhares de outros. O silêncio, então, é só uma resposta espontânea daqueles que o homem calou única e exclusivamente por meios que se desenvolveram principalmente a partir do século XX, mas que foram sendo construídos intelectualmente nos séculos anteriores, dentro do pensamento dominantemente higienista. O abandono estatal não deixa de ser também uma ação humana, que, ao invés de servir ao povo, serve ao controle financeiro de uma elite que emprega políticos para trabalharem em benefício desses grupos financeiros, onde os fins justificam os meios... A classe política não é mais uma classe, deixou de ser. Passou a ser somente um meio pelo qual a elite controla o poder e, a este meio, sem nome ou CPF, recai a culpa e a responsabilidade. Nada vai mudar enquanto não houver nome e CPF atribuídos aos mandantes. Os CNPJs parecem ser sérios, mas são somente um subterfúgio dos verdadeiros nomes e CPFs na hierarquia da responsabilização.

Resenhando.com - Ao fotografar comunidades que vivem do rio e da floresta, você se deparou com um Brasil que muitos preferem ignorar. Em algum momento você sentiu vergonha de ser brasileiro?
Giancarlo Giannelli - 
Eu me deparei com povoados que, infelizmente, não possuem acesso à informação, mas, além disso, não possuem sequer o que possuem. Os locais onde estão garantindo a sobrevivência própria não garantem a eles a posse do local, senão até o momento que a tecnologia consiga alcançar aquele espaço e retirá-los, impiedosamente, de lá, sem qualquer pudor. Por enquanto, eles estão garantidos porque a classe política ainda não conseguiu viabilizar estruturas de exploração, como estradas, navegação, escolas e saúde pública. Se, por acaso, a estrutura começar a chegar, acontecerá dessas pessoas terem de sair ou virarem escravos de uma vida quase sem sentido, somente de trabalho para a rentabilidade de alguém que pode até nunca pisar ali. Curiosamente, eu não sinto vergonha de ser brasileiro, pois prefiro ser quem é explorado do que ser quem explora. Não obstante esse pensamento, sei que a minha pele tornou minha vida muito mais fácil que mais de 70% da população. Tenho orgulho do povo brasileiro e de ser brasileiro, porque, antes de ser um criminoso, é necessário saber o que é um crime, por meio de uma educação consensual, alimentação e conscientização de que a sobrevivência tem seu preço. Tenho vergonha é da elite brasileira, que tem uma difícil missão de criar um projeto de país há mais de 200 anos e, simplesmente, vendem esse projeto à exploração dos impérios, admirados primeiro por eles próprios e depois pela educação da mídia que eles financiam publicamente, para depois ser absorvida forçosamente por esse povo maltratado em sua própria casa. Educar dá trabalho e exige estrutura. É mais fácil, para eles, venderem então os recursos que, pela mão deles, passam, sem, no entanto, nunca terem tido merecimento para isso, senão a força hereditária.


Resenhando.com - O projeto Barco da Saúde levou assistência, mas também levou câmeras e olhares externos. Como equilibrar a beleza da imagem com o risco de folclorizar a miséria?
Giancarlo Giannelli - 
De fato, esse é um cuidado que tenho pessoalmente. O tempo todo, reconheço minha hereditariedade a fim de promover mudanças no conceito do que se trata, de fato, o merecimento, palavra tão desgastada e insensata nos últimos tempos. A importância de se haver um olhar externo é compartilhar histórias e condições reais, profundas e, principalmente, muito relevantes no contexto social. Não escondo de ninguém, e acho isso muito importante, que vou onde vou porque me interessa, porque me faz bem, porque é relevante para mim e entendo que, principalmente, para a minha profissão. Dentro do panorama de benfeitorias à minha carreira, sei que é um tipo de comunicação que pode reverberar socialmente a favor de um despertar social para a sociedade. Não tenho, todavia, a ilusão de que o recurso chegará para eles antes do que para mim. Evito, na prática, aproveitar-me de cenas brutas, da miséria alheia. Acho isso desnecessário, pois isso é sabido até por quem não vê essas imagens. Procuro a beleza nos mínimos detalhes da miséria como um fio de esperança e como uma poesia à solidez de caráter, alegria e fé de um povo para lá de esquecido. Penso que essa poesia tem a sutil função de quebrar paredes cardíacas normais e mais resistentes à sensibilidade, e promover o debate e a mudança ao longo do tempo por meio da arte. Fazer da minha vida uma riqueza por meio do uso da imagem da pobreza - aquela social e não financeira - não está em meus planos e acho que nunca estará.

Resenhando.com - Há uma tarja amarela na capa do livro, símbolo solar e brasileiro, segundo você. Mas e se essa cor também sugerisse um alerta? O que há de luminoso - e de perigoso - nesse amarelo?
Giancarlo Giannelli - 
Sim, uma tarja que pode chamar atenção por vários significados absorvidos na natureza, onde o amarelo e preto quase sempre significa perigo. Claro que não podemos nos ater a um significado somente, o mesmo sol que traz alegria traz também a violência, e o azul do frio traz tristeza, mas também calmaria. Vivemos em um mundo cada dia mais semiótico e, prioritariamente, o amarelo é a flora, é a alegria, é o sol, é a natureza de um país vibrante, mas que, ao mesmo tempo, pode vibrar com o mesmo poder para o lado contrário. Devemos estar atentos, sempre!

Resenhando.com - Você viveu entre os dois extremos: o glamur dos grandes eventos corporativos e o chão de terra batida das comunidades do Tapajós. Qual Giannelli te parece mais verdadeiro hoje?
Giancarlo Giannelli - 
Infelizmente, o que vemos de glamouroso nos eventos corporativos é uma construção social daquilo que querem que seja glamouroso, sem contudo o ser naturalmente. Estão todos já com essa semiótica absorvida, e o conjunto das pessoas ali, disponíveis, confere poder aos estereótipos, ratificando-os sem terem dito sim. Mas acabei de voltar da Amazônia, e lá entreguei um exemplar do meu livro ao senhor Adelmo Pimentel Cruz, cuja amizade começou a partir dele, que veio me perguntar a respeito desse trabalho social que todos ali realizavam, e como ele respeitava isso e admirava. Batemos um papo por um tempo, fiz fotos dele sendo atendido nas especialidades e tirei uma foto com ele e sua esposa segurando o livro. O valor disso é um lastro de sinceridade que tem um valor difícil de encontrar em grandes eventos, onde tudo está produzido sem a possibilidade de “falhas”, ou um realismo que deixou de existir fora do eixo íntimo familiar. É bom participar de eventos grandes, corporativos, porque todo o tempo tento resgatar conversas sinceras e mais profundas, ainda que dentro desse cenário. Mas o set de vida real de uma Amazônia nos expõe à vida verdadeira, onde se sente dor, fome, calor, mas, ao mesmo tempo, alegria intensa, prazer em ouvir pássaros e respeitá-los livremente, fora das gaiolas - porque a gaiola deles é muito maior que a nossa... O desequilíbrio produz esse resultado da separação daquilo que importa. Nós estamos presos dentro, e eles estão presos fora, assim como a cena final do filme A igualdade é branca, de Krzysztof Kieslowski. A sociedade adoecida separa e aprisiona as relações sociais, dividindo-as apenas em direita e esquerda. Nós somos muito mais que apenas isso. Mas, obviamente, não é possível dialogar com quem decidiu-se por argumentos que não ultrapassam a infantilidade.


Resenhando.com - Ao se debruçar sobre rostos anônimos, você capturou histórias que talvez nunca sejam contadas em palavras. Já pensou em abandonar o texto e deixar que a imagem diga tudo?
Giancarlo Giannelli - 
Comecei por isso, o que é o padrão dos livros fotográficos, e mesclei recentemente com o meu pensamento, porque, antes de ser uma obra universal, é uma obra minha. A partir de mim, a pessoa que interagir com a fotografia pode optar por aquilo que lhe convém. A imagem é algo que não se pode ignorar, mesmo que seja esse o desejo. O texto, sim. A partir do texto, pode haver um aprofundamento entre eu e o espectador. A proposta de manter-se no clássico livro com fotos é optar por uma figura geométrica como o quadrado, num mundo rico em formas e curvas. Já perdemos os grãos de prata redondos quando a fotografia se tornou descrita por pixels de formato quadrado. Basta! Precisamos recuperar as curvas.


Resenhando.com - A floresta, como você viu, é viva, complexa e politizada. Se a Amazônia fosse uma personagem, que adjetivos ela teria - e que tipo de governo ela elegeria?
Giancarlo Giannelli - 
O homem, em suas ações, não se sente integrante da natureza; entretanto, o é! Ainda que maltrate o meio-ambiente com todo o requinte de crueldade, o processador ambiental tratará de liquidificar e responder a seu tempo, que é bem diferente do nosso. Se será mais inóspito daqui algumas eras, outras eras tratarão de limpar o dano e reequilibrar o sistema. Pode ser que o sistema já não integre mais o homem, mas daí não nos interessa numa matéria humana. A eleição da natureza provavelmente emposse a liberdade. É muito provável que a multiplicidade de espécies não se aceite sem ressalvas, o que naturalmente nos leve aos desentendimentos, como, por exemplo, utilizar-se do peixe para lazer, de bichos selvagens para desfiles ornamentais que eles sequer compreendem, ou mesmo construir atrações motorizadas que só servem ao prazer de alguns poucos. No fundo, no fundo, se tornou muito simples avaliar a sociedade dominante: é muita falta do que fazer daqueles que nada fazem e ordenam fazerem tudo por eles...

Resenhando.com - Em tempos de redes sociais saturadas por selfies e filtros, lançar um livro de fotografia autoral é quase um ato de resistência. Ainda vale imprimir o invisível?
Giancarlo Giannelli - 
Eu creio que é mais simples que isso. É só uma natureza que não consigo controlar. Se serve a esse propósito, espero que o cumpra com qualidades boas, energizantes e, quem sabe, conscientizadoras. Uma coisa é a minha vida que acontece. A partir dela, é natural o acontecimento dela interferir numa parcela pequena de pessoas relativas a mim, dentre os quais muitos refutarão minha visão, outros irão apenas ignorar, e outros irão dialogar comigo mesmo sem me conhecer. Assim como imprimir o invisível, o diálogo no vácuo pode reverberar numa esfera social pouco atomizada.


Resenhando.com - Você se diz impactado pela forma como aquelas comunidades vivem. Mas o que mais o assustou: o que falta para eles ou o que sobra para nós?
Giancarlo Giannelli - 
Diferentemente de indígenas sem contato com a natureza, eles começam a degustar o sabor da desilusão social ao experimentarem uma vida que não é a deles, cada dia mais digital, até mesmo nesses locais mal urbanizados. As soluções artísticas tratam de filmes de ficção, em romances que não fazem sentido, em troféus que envergonham, em crenças que tiram o toque da mão na realidade e transformam o virtual em pura realidade. A criação da imagem de super-homens ilude, de forma massificada, a sociedade que deveria se preocupar mais com a obscenidade da fome que da pornografia, como disse certa vez José Saramago. Damos nossos lastros à elite em troca de vida virtual, likes. Ou seja, sobra para eles ainda um lastro de vida que, em breve, também lhes será tomado em troca de likes... Na prática, o que acontece é que saúde e educação não chegam para eles. Tomam água do rio, onde a correnteza limpa um pouco as sujeiras, mas nas margens, cheias de motores de barcos eliminando diesel neste momento, ainda com toda a sujeira dos bichos ali dividindo o espaço.


Resenhando.com - Se fosse possível colocar uma única imagem deste livro em todos os painéis de LED do Brasil por um dia, qual seria - e que legenda ela teria?
Giancarlo Giannelli - Creio que esse livro não tem uma grande foto que sintetize o todo. Penso que, de certa maneira, uma fotografia apoia a fluidez da outra e, assim, sucessivamente a cada página. É mais ou menos o caminho da floresta, os pássaros, os rios, os lagos, a água na pele, os sulcos das águas na floresta, o que fica sob a sombra da copa da árvore iluminada pelo sol. Assim sendo, se tivesse de eleger, como me propôs, eu elegeria a fotografia da página 32, na comunidade Enseada do Amorim, onde o senhor Raimundo Alves é exposto com toda essa síntese no rosto: a mata, a alegria, o sol, a noite, a procriação, o vento, a água, os costumes, os afluentes, as estrelas e tudo mais. Para a legenda, eu manteria o meu padrão poético, que mistura a visão da imagem ditada pelas letras sob uma atmosfera onírica, algo como segue na legenda da foto: “Aqui jaz a memória de um momento em que o rio encontrou o oceano, alimentou os seres, fez crescer a mata, enrugou o homem após conhecer o amor, escureceu a pele, mas, infelizmente foi criado, morto e sepultado ao oitavo dia por falta de informação, fraternidade e compaixão".

.: Últimos dias da mostra "Mulheres Atingidas por Barragens" no MASP


Exposição Mulheres Atingidas por Barragens: bordando direitos apresenta técnica têxtil como ferramenta de resistência e denúncia contra violações de direitos humanos e socioambientais. Coletivo Nacional de Mulheres do MAB, Tratores famintos, 2014. Acervo do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB). Foto: Filipe Berndt


O MASP - Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand apresenta, até 3 de agosto, a exposição "Mulheres Atingidas por Barragens - Bordando Direitos", que reúne 34 arpilleras produzidas pelo Coletivo Nacional de Mulheres do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB). As peças foram confeccionadas coletivamente por mulheres de todo o Brasil, em rodas de bordado organizadas pelo coletivo, como expressão de suas vivências e lutas diante dos impactos sociais e ambientais causados pela construção, operação e pelo rompimento de barragens.

As arpilleras, peças têxteis que se tornaram símbolo da memória e da luta por direitos humanos, são composições de retalhos de tecido bordado sobre juta. A técnica surgiu no Chile nos anos 1960 e, durante a ditadura de Augusto Pinochet, tornou-se uma expressão cultural e política de protagonismo feminino. Criadas principalmente por mulheres — muitas delas mães, esposas e familiares de presos políticos e desaparecidos —, essas obras retratam cenas do cotidiano, da repressão e da luta por direitos. O Coletivo Nacional de Mulheres do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) passou a utilizar a técnica em 2013 para abordar temas como a violência doméstica, a ruptura de vínculos entre a terra e a comunidade, a violência contra crianças e adolescentes, a falta de acesso à água potável e à energia elétrica, e os impactos das barragens e da poluição de rios na pesca e na subsistência das famílias, entre outras violações aos direitos humanos e ambientais.

Com curadoria de Glaucea Helena de Britto, curadora assistente, MASP, e Isabella Rjeille, curadora, MASP, esta exposição reúne arpilleras de diferentes regiões do Brasil, produzidas entre 2014 e 2024. Organizadas cronologicamente, essas peças contemplam uma grande diversidade de técnicas e temas. Cada arpillera é contextualizada por uma carta escrita pelas autoras, guardada em um bolso no verso de cada peça, evidenciando o caráter coletivo e de organização popular do processo de realização de cada peça. Na mostra, o público terá acesso à seleção de 6 cartas manuscritas.

“Para muitas pessoas, a arpillera pode parecer apenas uma obra de arte para pendurar na parede. Para nós, o significado político desse testemunho têxtil está na organização das mulheres, na luta pelos seus direitos e na proposição política — dos sonhos, das utopias, daquilo que almejamos. É denúncia, mas também é um projeto de esperança”, diz Daiane Höhn, militante do MAB. 

Sobre a organização das mulheres no MAB
O Coletivo Nacional de Mulheres do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) é um núcleo dentro do movimento que articula a luta das mulheres atingidas em todo o país, fortalecendo sua participação política e promovendo ações de denúncia e resistência. Desde sua criação, tem ampliado a presença feminina nos espaços de decisão e consolidado estratégias para garantir direitos e enfrentar as violações causadas pela construção, operação e pelo rompimento de barragens. No último período, as atingidas também têm promovido debates e fortalecido a organização com mulheres impactadas por desastres climáticos, que, de forma semelhante, geram desestruturação comunitária e familiar, com impactos específicos na vida das mulheres e violações de direitos das famílias.

Desde 2013, as mulheres do MAB organizam oficinas nas quais, por meio do bordado, constroem narrativas visuais que denunciam injustiças socioambientais, registram memórias e reforçam redes de apoio. As arpilleras tornaram-se um símbolo da resistência das mulheres atingidas. "Mulheres Atingidas por Barragens - Bordando Direitos" integra a programação anual do MASP dedicada às Histórias da ecologia. A programação do ano também inclui mostras de Abel Rodríguez, Clarissa Tossin, Claude Monet, Emilija Škarnulytė, Frans Krajcberg, Hulda Guzmán, Inuk Silis Høegh, Janaina Wagner, Maya Watanabe, Minerva Cuevas, Tania Ximena, Vídeo nas Aldeias e a grande coletiva Histórias da ecologia.


Acessibilidade
Todas as exposições temporárias do MASP possuem recursos de acessibilidade, com entrada gratuita para pessoas com deficiência e seu acompanhante. São oferecidas visitas em Libras ou descritivas, além de textos e legendas em fonte ampliada e produções audiovisuais em linguagem fácil – com narração, legendagem e interpretação em Libras que descrevem e comentam os espaços e as obras. Os conteúdos, disponíveis no site e no canal do YouTube do museu, podem ser utilizados por pessoas com deficiência, públicos escolares, professores, pessoas não alfabetizadas e interessados em geral.

Catálogo
Na ocasião da mostra, será publicado um catálogo bilíngue, em inglês e português, composto por imagens e ensaios comissionados de autores fundamentais para o estudo da obra e luta do MAB. A publicação tem organização de Isabella Rjeille, curadora, MASP, e Glaucea Helena de Britto, curadora assistente, MASP, e textos de Roberta Bacic, Monise Vieira Busquets e Carolina Caycedo, além de uma entrevista com Daiane Höhn, Esther Vital e Louise Löbler. O catálogo conta com a reprodução de 47 arpilleras produzidas pelo coletivo, além de textos que contextualizam cada peça.

Realização e apoio 
"Mulheres Atingidas por Barragens - Bordando Direitos" é realizada por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura e PROAC ICMS. 


Serviço
Exposição "Mulheres Atingidas por Barragens - Bordando Direitos"
Curadoria: Glaucea Helena de Britto, curadora assistente, MASP, e Isabella Rjeille, curadora, MASP.
Até dia 3 de agosto de 2025
Mezanino, 1º subsolo, Edifício Lina Bo Bardi

MASP - Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand
Avenida Paulista, 1578 - Bela Vista / São Paulo
Telefone: (11) 3149-5959
Horários: terças grátis, das 10h00 às 20h00 (entrada até as 19h00); quarta e quinta das 10h00 às 18h00 (entrada até as 17h00); sexta das 10h00 às 21h00 (entrada gratuita das 18h00 às 20h30); sábado e domingo, das 10h00 às 18h00 (entrada até as 17h00); fechado às segundas.
Agendamento on-line obrigatório pelo link masp.org.br/ingressos
Ingressos: R$ 75,00 (entrada); R$ 37,00 (meia-entrada)

.: Cinemateca Brasileira exibe títulos raríssimos da Vera Cruz nos dias 26 e 27


Cartaz Floradas na Serra. Crédito: BCC Acervo Cinemateca Brasileira

Com curadoria de Donny Correia, que fará masterclass sobre a Companhia Cinematográfica Vera Cruz, serão apresentados cinco longas na Cinemateca Brasileira neste fim de semana: "Caiçara", "Ângela", "Appassionata", "Veneno" e "Floradas na Serra" e dois curtas-metragens "Santuário" e "Painel". Há 75 anos, a Companhia Cinematográfica Vera Cruz, idealizada por Francisco Matarazzo Sobrinho e Franco Zampari, lançava no circuito nacional uma nova forma de pensar e fazer filmes. 

Com produções suntuosas, estrelas do calibre de Tônia Carrero, Ziembinski, Eliane Lage, Anselmo Duarte, entre outros, e técnicos internacionais recrutados por Alberto Cavalcanti, o projeto visava a fazer frente aos filmes carnavalescos cariocas que inundavam as salas do Brasil. Em pouco tempo, ficou claro que a megalomania das aspirações de Matarazzo e Zampari faria o enorme complexo de estúdios em São Bernardo do Campo fracassar. Os filmes eram emocionantes, vistosos, imponentes, mas internacionais demais. Não agradavam o público e muito menos a crítica.

Somente por volta de 1952 é que a empresa compreendeu que era preciso trabalhar com ideias menos europeias e mais populares ao gosto do brasileiro. Foi por essa época que surgiu o fenômeno "Mazzaropi e O Cangaceiro", de Lima Barreto, ganhou o mundo. Porém já era tarde. Quatro anos apenas após seu nascimento, a Vera Cruz, como havia sido pensada originalmente, colapsou. Mas, para além das megaproduções e da relativa projeção internacional, a empresa também realizou filmes mais modestos, voltados exclusivamente ao mercado interno e à tentativa de um cinema de gênero, tendo o cosmopolitismo da classe média paulistana como foco.

Esta breve retrospectiva apresenta alguns filmes muito menos lembrados da Vera Cruz, que oferecem um panorama da diversidade e do potencial que este grande momento do cinema brasileiro precisa reverenciar. A cada sessão será apresentado, como aperitivo ao programa principal, um curta-metragem documental de Lima Barreto, para que o espectador sinta um pouco do clima original daquelas sessões nos anos 1950.


Cinemateca Brasileira
Largo Senador Raul Cardoso, 207 – Vila Mariana
Horário de funcionamento
Espaços públicos: de segunda a segunda, das 08 às 18h
Salas de cinema: conforme a grade de programação.
Biblioteca: de segunda a sexta, das 10h00 às 17h00, exceto feriados

Sala Grande Otelo (210 lugares + 4 assentos para cadeirantes)
Sala Oscarito (104 lugares)
Retirada de ingresso uma hora antes do início da sessão

Sábado, 26 de julho
15h00 às 16h30 – Masterclass: Vera Cruz, a epopeia de um cinema interrompido, por Donny Correia
17h00 Caiçara, de Adolfo Celi (1950, 92min)
19h00 Painel, de Lima Barreto (1951, 16min)
Ângela, de Tom Payne e Abílio Pereira de Almeida (1951, 95min)

Domingo, 27 de julho
15h00 Santuário, de Lima Barreto (1952, 19 min)
Appassionata, de Fernando de Barros (1952, 80min)
17h30 Santuário, de Lima Barreto (1952, 19 min)
Veneno, de Gianni Pons (1952, 80min)
20h00 Painel, de Lima Barreto (1951, 16 min.)
Floradas na Serra, de Luciano Salce (1954, 100min)

.: 1ᵃ edição em português de "Estudos Africanos de Gênero" é lançada em SP


Nesta terça-feira, dia 22 de julho, às 19h00, o Itaú Cultural sedia o encontro de lançamento da primeira tradução em português do livro "Estudos Africanos de Gênero" (WMF Martins Fontes), organizado pela socióloga nigeriana de origem iorubá Oyèrónké Oyewùmí. A ação - que leva o selo do Ancestralidades (ancestralidades.org.br), plataforma realizada pelo Itaú Cultural em parceria com a Fundação Tide Setubal - tem como proposta difundir o pensamento e olhares de autores e pesquisadores africanos, trazendo outras perspectivas para os referenciais eurocentristas na maioria das referências bibliográficas.

Além da autora, o lançamento tem a participação da escritora Ana Maria Gonçalves, da filósofa Sueli Carneiro e do músico Tiganá Santana, que integram o conselho do Ancestralidades, e mediação da escritora e jornalista Bianca Santana. O público presente no evento receberá um exemplar da publicação. A programação conta, ainda, com transmissão ao vivo pelo YouTube do Itaú Cultural www.youtube.com/itaucultural em duas modalidades: uma com tradução simultânea para o português e outra com o áudio original, em inglês.

Como todas as atividades do Itaú Cultural, os ingressos podem ser reservados pela plataforma INTI, com acesso pelo site www.itaucultural.org.br. Quem não conseguir fazer a reserva, pode comparecer no dia do evento e tentar adquirir um possível tíquete remanescente. Uma hora antes do início é formada uma fila de espera por ordem de chegada, para distribuir os ingressos que tiveram desistência.Compre o livro "Estudos Africanos de Gênero" neste link.


Base continental
O livro "Estudos Africanos de Gênero" é uma coletânea na qual Oyèrónké Oyewùmí reúne textos sobre a temática de gênero, assinados por autores e autoras africanos, vindos de diferentes etnias, nacionalidades, perspectivas teóricas e idiomas.

Esse panorama mostra diversas reflexões sobre o tema, que vêm sendo feitas no continente africano. As temáticas estão divididas por capítulos, cujas abordagens vão de questões de gênero sob aspectos como corpo e espiritualidade até decolonialidade, pós-colonialidade, epistemologias, matriarcado, cosmologias, identidades, casamento, preconceitos, liderança, sexualidade, cultura impressa, desenvolvimento, teoria, produção acadêmica e as definições de mulher.

O livro teve tradução para o inglês em 2005 e agora ganha a primeira versão em português dentro da coleção Plataforma Ancestralidades. Um dos estímulos para esta iniciativa foi a recorrente citação à versão da obra em inglês nas referências bibliográficas dos projetos selecionados na primeira edição do edital Programa Ancestralidades de Valorização à Pesquisa, de 2022.


Sobre a autora
Oyèrónké Oyewùmíé cientista social, teórica e feminista. De importante linhagem iorubá, nasceu em 1957, na cidade de Ògbọ́mọ̀sọ́, no Estado de Oyó, na Nigéria. É também professora de Sociologia na Faculdade de Artes e Ciências na Stony Brook University, na Califórnia, nos Estados Unidos.

Na academia, fez o curso superior de Ciência Política na University of Ibadan, na Nigéria. Concluiu o doutorado em Sociologia em 1993, na University of California, em Berkeley, defendendo a tese Mothers Not Women: Making an african sense of western gender discourses (Mães e Não Mulheres: Criando um sentido africano para os discursos de gênero ocidentais, em tradução livre do inglês), publicada como The invention of women: making an african sense of western gender discourses (A Invenção das Mulheres: Construindo um sentido africano para os discursos ocidentais de gênero).


Sobre a Ancestralidades
A plataforma Ancestralidades foi criada em 2021 pelo Itaú Cultural e a Fundação Tide Setubal, com a proposta de difundir, gerar intercâmbios e potencializar diversos conteúdos sobre a temática que dá nome ao projeto. Ela é composta pelos eixos temáticos Arte e Cultura, Democracia e Direitos Humanos, Religiosidade e Espiritualidade e Ciência e Tecnologia, disponibilizando, ainda, verbetes sobre as raízes afro-brasileiras em um acervo que será atualizado ao longo do tempo.

Com o objetivo de formar e criar repertórios sobre o assunto, a plataforma apresenta biografias e trajetórias de personalidades negras e suas histórias. Também disponibiliza listagem de marcos históricos desde o início do século XVI e conceitos sobre o tema, como raça, gênero, quilombo e afrofuturismo, entre outros.


Serviço
Lançamento do livro "Estudos Africanos de Gênero" (WMF Martins Fontes)
Com participação da autora Oyèrónké Oyewùmí, e da escritora Ana Maria Gonçalves, a filósofa Sueli Carneiro e o músico Tiganá Santana. Mediação: Bianca Santana
Sala Itaú Cultural (piso térreo)
Classificação indicativa: livre
Transmissão ao vivo pelo YouTube do Itaú Cultural www.youtube.com/itaucultural
Entrada gratuita. Reservas de ingressos a partir do dia 15 de julho (terça-feira), a partir das 12h, na plataforma INTI – acesso pelo site do Itaú Cultural www.itaucultural.org.br
Todos os presentes receberão gratuitamente um exemplar do livro.


Protocolos / Sala Itaú Cultural
- É necessário apresentar o QR Code do ingresso na entrada da atividade até 10 minutos antes do seu início. Após esse período, o ingresso será invalidado e disponibilizado na bilheteria.
- Se os ingressos estiverem esgotados, uma fila de espera presencial começará a ser formada 1 hora antes da atividade. Caso ocorra alguma desistência, os lugares vagos serão ocupados por ordem de chegada.
- O mezanino é liberado mediante ocupação total do piso térreo.
- A bilheteria presencial abre uma hora antes do evento começar.


Devolução de ingresso
Até duas horas antes do início da atividade, é possível cancelar o ingresso diretamente na página da INTI, assim outra pessoa poderá utilizá-lo. Na área do usuário, selecione a opção “Minhas compras” no menu lateral, escolha o evento e solicite o cancelamento no botão disponível.

Programação sujeita a cancelamento
O Itaú Cultural informa que sua programação poderá ser cancelada em virtude de questões extraordinárias. Nesse caso, os ingressos adquiridos perdem a validade. O público que reservou o ingresso será notificado por e-mail. Um eventual reagendamento da programação ficará a exclusivo critério do IC, de acordo com a disponibilidade de agendas, sem preferência para quem adquiriu os ingressos anteriormente.


Itaú Cultural
Avenida Paulista, 149, próximo à estação Brigadeiro do metrô
De terça-feira a sábado, das 11h00 às 20h00. Domingos e feriados, das 11h00 às 19h00.
Informações: pelo telefone (11) 2168.1777 e wapp (11) 9 6383 1663
E-mail: atendimento@itaucultural.org.br
Acesso para pessoas com deficiência física
Estacionamento: entrada pela Rua Leôncio de Carvalho, 108.
Com manobrista e seguro, gratuito para bicicletas.

← Postagens mais recentes Postagens mais antigas → Página inicial
Tecnologia do Blogger.