quarta-feira, 7 de julho de 2004

.: Resenha de "Como e Por Que Se Faz Arte", Elizabeth Newbery

Estudar a arte é legal
Por: Mary Ellen Farias dos Santos

Em julho de 2004



Para muitos, estudar é algo cansativo. Contudo, quando é a hora da aula de Educação Artística tudo muda. É legal fazer desenhos, reproduzir e criar figuras no papel ou em matérias recicláveis. Os livros de artes são muito caros, o que acaba afastando muitos dos futuros artistas da arte. 

Eis que a editora Ática pretende por um fim neste problemão do universo das artes. A editora lançou a coleção Por Dentro da Arte. Um dos volumes desta coleção é o livro Como e Por Que Se Faz Arte (R$16,50), de Elizabeth Newbery que traz várias ilustrações de quadros, esculturas e fotografias, além de informações que ajudarão o leitor a se tornar um grande apreciador da arte. 

A série Por Dentro da Arte proporciona ao leitor o primeiro contato com as artes visuais. De linguagem fácil, o livro parece mais uma conversa entre autor e leitor, pois a autora inglesa utiliza uma linguagem didática e atraente. A versão do livro em português tem um conteúdo mais enriquecido e tem exemplos brasileiros de várias épocas e estilos. Entre os artistas brasileiros que compõem a obra estão Tarsila do Amaral e  Cândido Portinari. As reproduções das obras brasileiras estão identificadas com bandeirinhas em verde e amarelo. 

O livro indicado para leitores a partir de 11 anos, tem como outro atrativo para o leitor-mirim, o Suplemento de Atividades, que chama o leitor a refletir as questões abordadas no livro, além de trazer figuras, questões, dicas de atividades para cada módulo do livro e sites para visitar e ajudar na compreensão do livro. O suplemento é um estímulo para que o leitor não fique apenas na leitura.

Livro: Como e Por Que Se Faz Arte
Autor: Elizabeth Newbery
Editora: Ática

terça-feira, 6 de julho de 2004

.: Resenha de "Meu Primeiro Dicionário", Douglas Tufano

O colorido que encanta e ensina os pequenos
Por: Mary Ellen Farias dos Santos

Em julho de 2004


Com desenhos de cores vivas que prendem a atenção das crianças e estimulam a leitura. É desta forma que "Meu Primeiro Dicionário - Dicionário Infantil Pedagógico", de Douglas Tufano apresenta palavras como abocanhar, valente, xereta, nave, esporte, tempestade, útil, livrarias entre outras.

O dicionário-infantil ajuda o leitor mirim a enriquecer o seu repertório lingüístico. Além de facilitar o trabalho do professor do estudante das séries iniciais, o livro vem acompanhado com um caderno de atividades (dicionário infantil pedagógico com atividades de expressão oral e escrita), ou seja, ajuda a criança a colocar em prática o que aprendeu no dicionário ilustrado.

Ao usar esta obra, o estudante mirim aprende que as palavras tem vários significados, pois o livro apresenta a origem de algumas delas, além de saber o que são antônimos e sinônimos, além de exercitar a imaginação a cada palavra ensinada por Tufano.


Um exemplo é a palavra xereta que diz: 

XERETA

Que menino xereta!

Xereta quer dizer intrometido.

Você é xereta?


Este livro é uma excelente opção para os pais que gostam de incentivar seus filhos à leitura, além de colaborar com o aprendizado da criança, que a cada palavra nova deste dicionário há uma ilustração de Rubem Filho para facilitar ainda mais o entendimento dos pequenos.

Livro: Meu Primeiro Dicionário - Dicionário Infantil Pedagógico
Autor: Douglas Tufano
68 páginas
Ilustrações: Rubem Filho
Editora: Paulus

segunda-feira, 5 de julho de 2004

.: Resenha de "Falar de Deus e com Deus", Frei Carlos Josaphat

A Bíblia como meio para se aproximar de Deus
Por: Mary Ellen Farias dos Santos


Em julho de 2004

Quando eu quero falar com Deus... assim canta Roberto Carlos. No livro "Falar de Deus e com Deus - Caminhos e descaminhos das religiões hoje", escrito por Frei Carlos Josaphat já inicia com uma pergunta: Como falar de Deus e com Deus hoje? Cada um pode ter uma resposta particular. Contudo, o próprio Frei responde: "Em busca da boa resposta ou, pelo menos, de um encaminhamento razoável da questão, pode-se contar com uma primeira grande certeza: a Bíblia, sobretudo os Profetas e o Evangelho, vem ao encontro desse desejo do essencial". 

O Frei afirma que a Bíblia é a paciente iniciação divina à oração, ao conhecimento de Deus, ao diálogo com ele, pois quem tem sede, esta é a fonte. O livro dividido em oito capítulos trata dos mais variados temas como: abc da pedagogia mística, a palavra gerada no silêncio, as mais belas imagens, estilo de oração, falar de Deus e com Deus no feminino, a boa nova do amor e simples traços da mística evangélica.

A edição da Paulus dá um empurrãozinho para aqueles que estão à procura do Ser divino: Deus. O livro responde as muitas interrogações que brotam nas mentes do ser humano do século XIX que vive em meio a facilitação do acesso a materiais eróticos, o que ajuda a colocar no imaginário, a afetividade dando asas aos impulsos eróticos que se infiltram na arte, cultura, política e até mesmo na própria religião.

Com um forma leve de escrever um conteúdo interessante, mas complicado, Josaphat comenta fatos atuais como a globalização, superstições e apelação à figuras divinas ou divinizadas. Entretanto, um trecho da dedicatória do livro serve de texto para reflexão: "A todos aqueles e aquelas que buscam os/ caminhos da Fé, da oração e da solidariedade/ enfrentando o ateísmo camuflado,/ sofrendo na quase desesperança de tanto ver/ banalizar o Evangelho no lucrativo/ espetáculo de religiões festivas, infestadas de/ superstições e idolatria, desprovidas do sentido de/ Deus e do outro, abafando, em ritos e bamboleios,/ a necessidade mais que urgente de trabalhar/ e lutar por uma sociedade justa e solidária". Este é um livro que vale ser lido por muitas e muitas vezes!

Livro: Falar de Deus e com Deus - Caminhos e descaminhos das religiões hoje
Autor: Frei Carlos Josaphat
320 páginas
Editora: Paulus

domingo, 4 de julho de 2004

.: Resenha de "Educação Corporativa no Brasil", Marisa Eboli

Empresas brasileiras na área de educação corporativa
Por: Mary Ellen Farias dos Santos

Em julho de 2004


Como tornar as empresas mais competitivas no mundo dos negócios? A educação corporativa é a solução, pois este segmento já não é mais um modismo na área de Administração e sim um meio de ajudar as empresas do Brasil e do mundo. "Educação Corporativa no Brasil - Mitos e Verdades", de Marisa Eboli apresenta um referencial teórico para entender a experiência de empresas brasileiras de diversos setores produtivos na área de educação corporativa.

Neste livro são apresentados caso elaborados com base em pesquisa realizada em organizações que implantaram projetos de educação corporativa no Brasil, propondo ao leitor uma base teórica que permita analisá-los. Para que este referencial seja compreendido leva-se em conta sete princípios de sucesso para a concepção desses projetos: Competitividade, Perpetuidade, Conectividade, Disponibilidade, Cidadania, Parceria e Sustentabilidade.

No decorrer da produção da professora-doutora da FEA/USP são relatadas as experiências de 21 organizações como por exemplo, Carrefour, Correios, Sabesp, Banco do Brasil, entre outros. Contudo, se analisarmos as universidades brasileiras há uma diferença: "Em quantidade, as experiências de universidades corporativas no Brasil ainda podem parecer inexpressivas se comparadas com o número existente nos Estados Unidos, mas em qualidade, nossos projetos não deixam nada a dever às melhores práticas mundiais", afirma Marisa.

A importância de trabalhos de educação continuada mais amplos, que possam contemplar a presença de competidores em um mesmo processo de capacitação por meio das universidades setoriais, também é um assunto comentado pela autora.

Livro: Educação Corporativa no Brasil - Mitos e Verdades
Autor: Marisa Eboli
280 páginas
Editora: Gente

.: Ler é aprender, por Mary Ellen Farias dos Santos

Por: Mary Ellen Farias dos Santos
Em julho de 2004



A modernidade está afastando as pessoas dos livros. Os pais preferem dar um gamelegal do que um livro excelente aos filhos. O hábito da leitura está ficando para trás. O prazer em pegar um livro para deleite é praticante inexistente.

Entretanto a leitura abre muitas portas ao homem do século XXI. Seja um vocabulário mais farto ou um emprego melhor. O hábito de ler não arranca pedaço, apenas facilita a vida para aqueles que pretendem um dia crescer na vida.

Ler é estar no mundo da imaginação e envolver-se com fadas, príncipes, mulheres lutadoras, duendes, animais que falam e tudo mais que a imaginação do autor permitir. Crie em seu filho o hábito da leitura e o futuro dele irá valer muito!

                                                                    Dicas de leitura para os pequenos

1. Fábulas de Felicidade - Coleção Histórias para ler com a família (Editora Melhoramentos)
2. A Hora da Decisão, Raul Drewnick - Coleção Vaga-lume (Editora Ática)
3. A Magia Mais Poderosa, Carlo Frabetti - Coleção Palavra Livre (Editora Ática)
4. Romeu e Julieta, Adaptação de Diana Stewart (Editora Melhoramentos))
5. Esses Pais São Um Problema!, Thomas Brezina - Coleção Olho no Lance (Editora Ática)
6. Já Pensou se Alguém Acha e Lê Este Diário?, Nilza Rezende (Editora Melhoramentos)
7. Sempre Haverá Um Amanhã, Giselda Laporta Nicolelis (Editora Moderna)
8. Estrelas Tortas, Walcyr Carraso - Coleção Veredas (Editora Moderna)
9. Era uma vez... (Once upon a time.../ Érase uma vez...), Clotilde Paul (Editora Universitária Leopoldianum)
10. Meu Outro Eu, Marcelo Duarte - Série Vaga-Lume Júnior (Editora Ática)

sábado, 3 de julho de 2004

.: Resenha de "O Livro Secreto dos Bruxos"

Dicas para ser um grande bruxo
Por: Mary Ellen Farias dos Santos

Em julho de 2004


Quer aprender a fazer um chapéu de feiticeiro? Túnica de bruxo? Colar do tempo? Varinha pulsante? Protetores de sapatos e um baú de bruxo? "O Livro Secreto dos Bruxos - Feitiços, poções e coisas mágicas para todo aprendiz fazer", publicação da Editora Melhoramentos, ensina a fazer todos os utensílios de um grande feiticeiro.

No capítulo um, aprende-se a fazer trajes de bruxo, como chapéu de feiticeiro, túnica de bruxo, colar do tempo, varinha pulsante-coração de dragão, amuleto mágico, luvas de dedo, cajados de bruxo, bolsa e moedas de bruxo, livro-cofre, vassoura de alta velocidade, protetores de sapatos, anel mágico de Salomão, além de um super baú de bruxo.

Já no segundo capítulo são ensinadas as artes decorativas. "Nossa casa é nosso castelo, e com certeza você quer que o seu quarto tenha um jeito de quarto de bruxo", diz a abertura deste capítulo.

Para decorar a sua casa com a de um bruxo é preciso de um tapete mágico, espelho de fantasia, vela mágica flutuante, quadro de aviso com ossos cruzados, móbiles de morcegos e estrelas, bola de cristal brilhante, lanterna mágica, lençol celestial e uma foto que mostra o passado, presente e futuro.

No capítulo seguinte são ensinadas a arte da horticultura. Entre as dicas do livro estão um terrário para planta que comem coisas, um círculo das fadas e um pandeiro das fadas. Por fim, no último capítulo estão magias e feitiços do bem. 

Este é um livro voltado ao público infantil que sonho em ser como Harry Potter. Ser igual a este bruxinho é algo complicado, por esse motivo, é que o "O Livro Secreto dos Bruxos - Feitiços, poções e coisas mágicas para todo aprendiz fazer", traz passo-a-passo como ser um bruxo de primeira, como o famoso Harry Potter.

Livro: O Livro Secreto dos Bruxos: Feitiços, poções e coisas mágicas para todo aprendiz fazer
72 páginas
Editora: Melhoramentos

.: Resenha de "Cenários do Rock", Valéria Brandini

"Rock continua na sombra do grunge dos anos 90"
Por: Mary Ellen Farias dos Santos

Em julho de 2004


O rock n´roll nasceu em 05 de julho de 1954. Após 50 anos este estilo musical tornou-se um produto de consumo de massa, permitindo que o rock não morresse. Na obra "Cenários do Rock: Mercado, produção e tendências no Brasil", de Valéria Brandino há uma documentação valiosa desta cultura.

Ao voltarmos na história, descobre-se que este estilo começou no blues. "A cada geração, um diferente contexto social atribui novas concepções estéticas e dimensões técnicas à música. Cada uma dessas realidades conduz a diversas leituras de mundo, valores e objetivos. Tais elementos são codificados em sonoridade, discurso e atitude e sintetizados num corpo musical - no caso, o rock". É desta forma que a autora define as mudanças do rock, na introdução da obra.

"Muita gente diz que o techno vai matar o rock. Isso não vai acontecer porque as bandas techno que fazem sucesso são bandas que tocam rock, como o Chemical Brothers e o Prodigy, por exemplo. São bandas que têm melodia. O techno puro não tem melodia, são  só loops...", afirma Pomba, em um trecho de Cenários do Rock.

No livro há pesquisas de campo nos bastidores, ensaios de garagem, corredores de emissoras, recolhendo depoimentos importantes, além de colaborar com citações de músicos de grande peso, como por exemplo, Chico Science.

Com fotografias de roqueiros e suas bandas, a obra não tem uma conclusão, apenas um Post Scriptum, mas finaliza com uma mensagem muito importante: "Em resposta às especulações da grande mídia em comentários como o rock morreu, nos anos que se seguiram ao fim desta pesquisa, vimos que ele renasce a cada dia dentro das garagens espalhadas País afora, de misturas sonoras cada vez mais inusitadas, em linguagens que espelham o universo das novas gerações juvenis".

Livro: Cenários do Rock: Mercado, produção e tendências no Brasil
Autor: Valéria Brandini
136 páginas
Editoras: Olho D´Água e Fapesp

sexta-feira, 2 de julho de 2004

.: Resistência e persistência na televisão

Por: Elaine Serra
Em julho de 2004

 
Dia desses, diante do meu televisor, deparei-me com a seguinte afirmação: "O mundo, nos dias atuais, acolhe as banalizações e futilidades das beldades em destaque. Esta é a razão dos brasileiros valorizarem somente os 'peitos' e as 'bundas' na televisão".

Aumentei o volume da minha TV e quem vejo discutir com o telespectador? Ele mesmo, o estilista Clodovil, que comanda, todas as tardes, de segunda a sexta-feira o programa A Casa é Sua, na Rede TV.

O apresentador discute, reflete e intimida quem está do outro lado da telinha com questões e situações do cotidiano. Sempre enfatizando que as pessoas não necessitam incluir em seus conceitos o famoso "caráter duvidoso" tão presente na humanidade atual. Esta é uma das evidências de que ainda há comunicadores preocupados com o futuro da postura moral do nosso país.

E essas evidências não param por aí. Se voltarmos nossas atenções para o futebol, veremos que existem algumas semelhanças relacionadas também com a resistência e persistência na televisão. Quem iria imaginar que o São Caetano seria Campeão Paulista e que o Santo André conquistaria a Copa do Brasil? Realmente algumas mudanças ganham força no quadro atual do Brasil. O que é preciso deixar claro para a população são os valores presentes em cada comunicador ou jogador de futebol.

Hoje em dia não basta fingir ser competente em nossas ações, pois nossos valores nos acompanham em tudo o que fazemos. Sucesso no programa de TV ou no time de futebol? Por trás disso ou de qualquer outra atividade que desenvolvamos deve-se sempre haver boa índole, seriedade e respeito.

.: Resenha de "Por que Almocei Meu Pai", Roy Lewis

O processo de evolução do homem-macaco
Por: Mary Ellen Farias dos Santos

Em julho de 2004


Da descoberta do fogo ao ato de comer outro ser da mesma espécie. Estranho? Sim, para muitos isto é algo inimaginável. Mas é o que acontece na história de Roy Lewis, "Por que Almocei meu Pai". A publicação da Companhia das Letras (1993), mostra de forma cômica, o processo evolutivo do homem das cavernas. 

O jornalista e sociólogo Roy Lewis, reconta, a seu modo, o surgimento de seres que estavam a um passo do crescimento humano. Motivo: Lewis não acreditava na história bíblica de Adão e Eva. Foi então que ele escreveu uma história inovadora e com altos pontos de comicidade. Uma delas é quando se descobre como se faz churrasco, ou seja, uma dos filhos do personagem principal, chamado Edward, tenta domesticar um porquinho, mas o inesperado acontece. 

A idéia da criação foi exposta no romance cult book nos anos 60. E traz Ernest, personagem-narrador, o qual é muito sensato e por isso conta as aventuras de seu pai Edward, o qual era o homem-macaco mais importante do Pleistoceno, por ser cheio de idéias que ajudaram a melhorar a vida em comunidade. 

Edward, um ser que tem como principal meta transformar os membros de sua horda nos primeiros representantes do Homo Sapiens na Terra, não mede esforços para chegar à evolução. Assim, seus filhos formam novas famílias buscando companheiras em outros grupos. Surge a miscigenação. 

O homem-macaco inteligente e cheio de criatividade, acredita que só a evolução permitirá aos homens dominar o mundo. Já tio Vanya, é um dos membros da herda que não quer o crescimento e defende a volta dos homens-macacos às árvores. Tal fato gera muitas discussões entre Vanya e Edward. 

Até que um dia, Edward incendeia boa parte da mata que estava ao redor da caverna de sua família. Em busca de uma nova caverna, muitas coisa acontecem na África. Este livro dá o prazer ao leitor de conhecer um mundo já extinto, mas não tão diferente do atual, vivido por nós.

Livro: Por que Almocei Meu Pai
Autor: Roy Lewis
155 páginas
Editora: Companhia das Letras

quinta-feira, 1 de julho de 2004

.: Entrevista com Sidney Sheldon, escritor


‘‘Acho que meu sucesso tem uma explicação: escrevo sobre emoções, um tema de interesse universal’. - Sidney Sheldon


Por: Gustavo Klein e Helder Moraes Miranda

Em julho de 2004


Poucos sabem que o autor mais traduzido do mundo começou como roteirista. Ele escreveu 78 roteiros de episódios, durante os cinco anos da série série de TV americana Jeannie é um Gênio, sucesso na década de 60. 

Nascido em 11 de fevereiro de 1917, em Chicago, chega a Hollywood em 1934, onde se torna roteirista. Durante o combate na Segunda Guerra Mundial, em 1941, ele se alista na força aérea americana.

Porém, em 1942, três musicais escritos por ele dominam a Broadway. O Oscar, prêmio máximo do cinema norte-americano, chega em 1948, pelo roteiro de The Bachelor and The Bobby Soxer. 

Onze anos depois, é completado com um Tony, como co-autor do musical Redhead, e só escreve o seu primeiro livro, The Naked Face, em 1969, já com a carreira de roteirista consolidada. O sucesso estrondoso chega em 1975, a partir de seu segundo livro, O Outro Lado da Meia-Noite, que alcança o primeiro lugar na lista de best-sellers do jornal The New York Times. 

A partir daí, o escritor passa a colecionar sucessos. Em 1988, o livro As Areias do Tempo alcança o primeiro lugar da lista de best-sellers do New York Times antes mesmo de ser lançado. O personagem em questão é Sidney Sheldon que, em 1997, ganha destaque no livro Guiness dos recordes, como o autor mais traduzido no mundo. Ao contrário do que muitos pensam, a vida deste escritor não é menos interessante que sua obra. Por este mesmo motivo, ele fala sobre sua vida, obra e a autobiografia que está escrevendo.



RESENHANDO - Como o Sr. começou sua carreira e o que o levou a isso? 
Sidney Sheldon - Vendi meu primeiro poema quando tinha 10 anos. Eu sempre soube que queria ser um escritor, acho que o talento vem de Deus e todos os que possuem algum talento, seja na literatura, na pintura ou na música, não deveriam levar o crédito por isso, mas sim agradecer por esse dom de Deus. 


RESENHANDO - Quais romances de sua autoria o sr. considera os melhores? 
Sheldon - São três os que tenho mais carinho: O Outro Lado da Meia Noite, O Mestre do Jogo e Se Houver Amanhã. 


RESENHANDO - Qual é, na sua opinião, a razão para seus livros venderem tanto? 
Sheldon - É simples: acho que meus livros vendem bastante porque meus personagens parecem pessoas reais. Eu penso em mim mesmo ao escrever, no que eu gosto e no que acho que julgo ser o mais natural possível e acho que, por conseqüência, os leitores sentem a mesma familiaridade. 


RESENHANDO - Como vive Sidney Sheldon? 
Sheldon - Eu e minha esposa Alexandra nos dividimos entre nossas casas em Los Angeles e Palm Springs, na Flórida. Recentemente, vendemos uma casa que tínhamos em Londres, porque não tínhamos muito tempo para ir lá. Compramos essa casa, um bonito duplex, de Andrew Lloyd Weber. Nós gostamos muito de viajar, já visitamos mais de 90 países. 


RESENHANDO - Como é seu ritmo de trabalho? 
Sheldon - Começo, normalmente, às 9 da manhã e trabalho até as 18 horas. Quando tenho insônia (o que é muito comum), vou para o escritório e passo muitas horas da madrugada escrevendo, também. Trabalho sete dias por semana.


RESENHANDO - Sem descanso? 
Sheldon - Mesmo encarando com toda seriedade, não vejo o que faço como trabalho, no sentido ruim da palavra. Faço o que gosto e porque gosto.


RESENHANDO - E seus gostos pessoais em literatura, música e cinema, quais são? 
Sheldon - A lista dos meus autores favoritos inclui nomes como Thomas Wolfe, Sinclair Lewis, Booth Tarkington e George Bernard Shaw. Em relação a música e cinema, prefiro os artistas - e as obras - com os quais cresci: os filmes dos anos 40 e 50 e músicos como Jerome Kern, Cole Porter, George Gershwin e Irving Berlin. 


RESENHANDO - Não faz muito tempo que o sr. escreve livros para crianças. Como surgiu essa idéia e quais são as diferenças de estilo entre o público adulto e o infantil? 
Sheldon - Não vejo diferenças fundamentais. O básico, tanto em relação às crianças quanto aos adultos, é que a história deve ser excitante e os personagens interessantes o suficiente para prender a atenção. Escrevi meu primeiro livro infantil porque meu editor no Japão achava que as minhas histórias eram tão envolventes que as crianças gostariam de lê-las. 


RESENHANDO - Escrever é uma questão de inspiração ou transpiração? 
Sheldon - Ah, 100% de inspiração, a transpiração é consequência. Não há possibilidade de que alguém sem idéias consiga produzir algo de qualidade. 


RESENHANDO - Seu primeiro trabalho foi uma peça de teatro, quando o sr. tinha 12 anos. Qual era o tema desta peça e como ela foi feita? 
Sheldon - Minha professora de Inglês leu essa peça quando eu tinha 12 anos, mas ela foi escrita um pouco antes. Ela gostou muito e me disse que gostaria de encená-la. Eu, claro, fiquei muito entusiasmado. Acho que ela gostou muito mesmo, porque convidou todos os alunos da escola para assistir, no auditório, a encenação. Eu fui o produtor, o diretor e, claro, escalei a mim mesmo para o papel principal. Era uma história de detetive. Quando chegou minha vez de entrar no palco, entrei em pânico e comecei a rir sem parar. A professora me chamou em um canto e tentou me acalmar, em frente àquele auditório enorme, mas não conseguiu. A peça nunca foi encenada. 


RESENHANDO - E a televisão, como apareceu em sua vida? 
Sheldon - Comecei a escrever para televisão por acaso. Meu agente me pediu para criar um seriado de tevê para o ator Patty Duke, que acabara de ganhar um Oscar pelo filme The Miracle Worker. Criei The Patty Duke Show e, em seguida, Jeannie é um Gênio. Escrevi os episódios das duas séries ao mesmo tempo, por muito tempo. 


RESENHANDO - Como foi trabalhar em Jeannie é um Gênio, um dos sitcoms (Situation Comedy, seriados cômicos) mais conhecidos da tevê em todo o mundo? 
Sheldon - Produzir Jeannie é um Gênio foi uma experiência maravilhosa. Eu tinha um elenco excepcional e tive o mérito de contratar os melhores diretores disponíveis. 


RESENHANDO - Os primeiros episódios da série foram ao ar em preto e branco, mas na época a tevê a cores já existia. Por que essa opção? 
Sheldon - Não foi uma opção, até hoje não entendi direito como isso aconteceu. No ano em que Jeannie foi ao ar, todas as estações de tevê já tinham migrado para o sistema em cores. Naquele ano, apenas dois seriados foram produzidos em preto e branco. Um era um drama de guerra e o outro, Jeannie. Perguntei ao estúdio o porquê disso e recebi, como resposta, o argumento de que produzir em cores era muito caro, custaria alguns milhares de dólares a mais por ano. Fiquei tão atônito com essa resposta que até me coloquei à disposição para pagar, do meu bolso, essa diferença. Os executivos de estúdio me aconselharam a não me preocupar, que provavelmente não haveria uma segunda temporada. Bem, o resto da história todo mundo sabe: Jeannie foi ao ar por cinco temporadas e hoje, 40 anos depois de sua estréia, ainda é sucesso no mundo inteiro, tendo suas reprises exibidas em inúmeros países, inclusive no Brasil.


RESENHANDO - Como o sr. chegou a Hollywood? 
Sheldon - Comecei escrevendo filmes, na verdade. Cheguei a Hollywood com 17 anos. Havia oito grandes estúdios, na época, e cheguei aos portões de cada um deles e me apresentei aos guardas: “Olá, sou Sidney Sheldon e quero ser escritor”. E, como sempre acontece, não conseguia falar com ninguém. Foi durante a depressão, saí de Chicago para Hollywood e minha mãe havia me dado três semanas para arrumar um emprego ou voltar pra casa. Então, ouvi falar em uma coisa engraçada: leitores que faziam sinopses reduzidas de livros, para produtores de cinema ocupados. Fiz uma, de Mice and Man, e mandei para os estúdios. Três dias depois, estava trabalhando na Universal, ganhando US$ 17 por semana, fazendo o mesmo trabalho de ler e transformar livros em sinopses. Além disso, aproveitei para escrever meus próprios trabalhos. Os quatro primeiros foram deixados de lado, o quinto foi vendido e então me tornei roteirista, aos 18 anos. 


RESENHANDO - No cinema, o sr. chegou a trabalhar com a dupla Jerry Lewis e Dean Martin antes deles se tornarem famosos. É de conhecimento público que eles não se davam nada bem fora das telas. Como foi essa experiência? 
Sheldon - Foi muito interessante trabalhar com Dean Martin e Jerry Lewis. Mesmo sendo conhecida sua antipatia mútua, ambos se comportavam muito bem no set. É conhecido de todos também que Jerry era muito controlador e Dean, um boa praça. No primeiro dia de filmagem de You´re Never Too Young, nós tínhamos uma leitura do script com o diretor, o elenco e eu. Quando terminamos, o diretor disse: “Alguma pergunta”? Dean Martin levantou-se e disse: “Não, tudo está muito bom, tenho um jogo de golfe marcado e tenho que ir”. E foi. Jerry Lewis, ao contrário, disse que tinha algumas perguntas e, pela hora seguinte, ficamos lá, discutindo todos os aspectos: ângulos de câmera, iluminação, a direção e o roteiro. 


RESENHANDO - Por que sua carreira de diretor não decolou? Seria uma opção pela literatura? 
Sheldon - Minha carreira de diretor não decolou porque eu não era muito bom, mesmo. Acredito que devemos investir nosso tempo naquilo que somos realmente bons, porque assim, as chances de sucesso são muito maiores. Mas é claro que a minha preferência são os livros. 


RESENHANDO - Mesmo em relação ao teatro? O sr., que tem experiência no teatro, televisão e cinema e literatura, prefere o quê? 
Sheldon - Escrever um livro é uma experiência bem mais livre. E mais pessoal, também. Quando escrevo um roteiro para cinema, tenho centenas de colaboradores. Em um livro, a obra é totalmente minha. Há um senso maior de liberdade, porque você cria os personagens e faz o que quiser com eles. Tem o poder de decidir quem vive e quem morre. Acho esse tipo de processo criativo extremamente estimulante. 


RESENHANDO- O sr. recebeu os dois prêmios mais importantes do cinema e do teatro, o Tony e o Oscar. Tem uma estrela na Calçada da Fama de Hollywood. Vendeu mais de 300 milhões de livros em 181 países, traduzidos para 51 idiomas. Os estúdios usam seu nome para promover um filme, como sinônimo de qualidade. A que atribui esse enorme sucesso? 
Sheldon - Acho que meu sucesso tem uma explicação: escrevo sobre emoções, um tema de interesse universal. Ainda tenho a impressão de que tudo isso é um sonho. Quando The Naked Face, meu primeiro livro, foi publicado, achei que iria bater um recorde da indústria: seria a primeira vez que um livro não venderia nenhuma cópia. Para evitar isso, fui até a livraria e comprei um exemplar. Desde esse dia, sempre que um novo livro meu é colocado nas livrarias, visito uma e compro uma cópia. 


RESENHANDO - Normalmente, seus personagens principais são mulheres, sempre muito fortes e que lutam contra tudo e todos em nome de seus objetivos. Essa é realmente sua visão sobre as mulheres? 
Sheldon - Odeio aquele clichê da ‘loira burra’, que diz que se a mulher é bonita, deve ser pouco inteligente. Por isso escrevo livros em que a personagem é, além de bela, boa em tudo o que faz. Minha mãe era uma mulher assim. Minha primeira esposa, Jorja, que morreu, era assim, tanto quanto minha esposa Alexandra. 


RESENHANDO - Como estão seus dois próximos trabalhos, a autobiografia The Other Side of Me e o romance Are You Afraid of The Dark? 
Sheldon - Escrevi uma primeira versão da minha biografia e pretendo recomeçar esse trabalho assim que terminar Are You Afraid of The Dark.

.: Resenha de "A Bela e a Fera", recontado por Elza Fiúza

O amor além das aparências
Por: Mary Ellen Farias dos Santos

Em julho de 2004



Bela é a mais linda das três filhas de um bondoso mercador que vivia no Oriente. "Enquanto as duas mais velhas eram cheias de vaidade, a caçulinha, a mais jovem, era um flor de bondade. A mais nova era tão linda, tão meiga, pura e singela, que, na aldeia onde moravam todos a chamavam de Bela". É desta forma que Elza Fiúra define esta garota. 


Elza reconta o clássico infantil, "A Bela e a Fera", em publicação da Editora Moderna em forma de poesia. Em meio as lindas ilustrações de Rogério Borges, o leitor-mirim ganha um passaporte para o mundo da imaginação a cada palavra lida. Como por exemplo:


Quem és tu? De onde vieste? / Será acaso um príncipe encantado? / - Príncipe, sim, mas o encanto passou. / O teu beijo de amor salvou-me a vida. / Por uma fada má fui encantado / naquele monstro horrível. / Até que uma bondosa jovem me amasse, / e cheia de ternura me beijasse. / E foi assim que tudo se passou. / E o teu beijo me salvou!


A grande vantagem de ler clássicos é que a cada vez que a história é contada há fatos novos, mas o contexto é sempre mantido. O mesmo aconteceu quando esta história foi animada pela Disney, o mesmo acontece na publicação da Moderna, atraindo mais leitores já que há sempre uma nova história para ser contada, ou melhor, recontada.


A BELA E A FERA: Este é um conto de fadas recolhido da tradição oral européia por Madame Jeanne Marie Leprince de Beaumont. Ela, francesa, publicou essa história junto a outras em 1757, no livro O Bazar da Crianças, que tornou-se um dos maiores best-sellers infantis da época. Na versão que se passa no Oriente temos a peça teatral Zamira e Azor, escrita em 1791, por André Gétry, da Bélgica. Tal feito permitiu que houvessem duas versões para o mesmo conto.


Livro: A Bela e a Fera

Autor: Elza Fiúza
48 páginas
Editora: Moderna

.: A boneca que resistiu ao tempo, por Mary Ellen Farias dos Santos

Por: Mary Ellen Farias dos Santos
Em julho de 2004




Neste ano a boneca que conquista todas as gerações de meninas completa 45 anos. A Barbie é uma boneca que tem uma longa história que venceu todos os estilos adotados por jovens ao longo dos anos.

Tudo começou em 1959 em um lar norte-americano, enquanto Ruth Handler observava a filha brincando com bonecas de papel. Ao ver a menina que se chamava Bárbara, daí o nome Barbie, Ruth imaginou uma boneca adulta que conservasse a beleza das moças, já que as bonecas à venda eram todas bebês.

A mãe de Bárbara convenceu o marido e a Matel a desenvolverem o projeto. Em 1959 a boneca apareceu em uma feira de brinquedos, em Nova Iorque, e tornou-se coqueluche. Após 45 anos a Barbie ainda é mania, são personagens dos desenhos Disney de O Senhor dos Anéis, médicas, ripies..., sempre há um modelo para agradar as garotas.


Preço não diminui a venda da boneca
: Mesmo com um preço variando de vinte reais a cento e cinqüenta reais a boneca é garantia de vendas nas lojas de brinquedos. Ela faz tanto sucesso que a cada ano são vendidos cento e vinte milhões de exemplares, ou seja, a cada segundo são vendidas duas Barbies.

A vendedora de brinquedos infantis Cristiane Ribeiro Sousa confirma o sucesso da boneca. "A Barbie sempre vende bem, mas quando as garotas vêem a boneca na televisão causa um maior impacto e elas se interessam ainda mais".

A Barbie de hoje reflete o comportamento e o desejo das garotas. Mas até que ponto isto é favorável para a formação das meninas? Por esse motivo a psicóloga Cláudia Régis Machado esclarece esta dúvida: "A brincadeira é a linguagem da criança, por isso há a importância do brincar, é neste momento que ela desenvolve as coordenação motora, por isso a Barbie não é uma influência negativa".

Segundo a psicóloga, não é porque a Barbie tem o corpo na forma de uma mocinha ou um namorado, que isto é um problema, pois mesmo que não houvessem brinquedos como a Barbie, a criança brincaria com a novidade, que é a descoberta da sexualidade, em outros brinquedos, em bonecas com rostinho de bebês.



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