terça-feira, 20 de abril de 2021

.: "Sede", de Eugene O’Neill, em versão online e gratuita da Cia. Triptal


Texto escrito em 1914 e nessa montagem com direção de André Garolli traz no elenco Camila dos Anjos, Fabrício Pietro e Diego Garcias. De 23 a 30 de abril, às 21h30, no YouTube do Centro Cultural São Paulo.  

Contemplada pelo Proac Lab 36 do Estado de São Paulo a Cia Triptal avança para nova etapa com o texto SEDE, escrito em 1914 por Eugene O’Neill, propondo agora uma encenação gravada diretamente do palco do Teatro Gamaro. No elenco estão Camila dos Anjos e Fabrício Pietro, parceria bem realizada no trabalho mais recente da companhia “Inferno, Um Interlúdio Expressionista”, de Tennessee Williams. Soma-se no palco o jovem ator Diego Garcias, convidado após audição.

O diretor André́ Garolli realizou uma investigação profunda sobre a obra de Eugene O’Neill. Dirigiu diversas peças do dramaturgo, entre elas, “Luar sobre o Caribe”, "Longa Viagem de Volta para Casa”, "Macaco Peludo", “Rumo a Cardiff” (03 indicações ao Prêmio Shell, 2006) e “Zona de Guerra” (Prêmio APCA – Melhor espetáculo teatral, 2006). Com 30 anos no comando das produções da Cia. Triptal, Garolli retoma o caminho do mar que tanto inspirou a companhia.

"Sede" foi escrita apenas dois anos após o naufrágio do Titanic, o que pode ter influenciado O’Neill a escrever uma peça dessa natureza. Um Cavalheiro, uma Bailarina e um Marinheiro estão à deriva em uma balsa sem comida e água, longe das rotas comuns de navegação, cercados por tubarões e progressivamente enlouquecendo. "Sede" é uma peça sobre a luta por um sentido de humanidade em estruturas colapsadas. Qual seria a dose precisa de humanidade para a humanidade não colapsar?  

A peça aborda em muitos aspectos a natureza humana e a filosofia dos comportamentos, e isto já́ seria material suficiente para discorrer em defesa da essencialidade deste texto, porém há́ analogias circunstanciais presentes nesta obra e que ampliam sua atualidade e as possibilidades de um amplo diálogo com o público. 

"Deve ser horrível ouvir os gritos dos que estão morrendo". "O que nós fizemos pra ter que sofrer assim?". "É como se uma desgraça após a outra acontecesse pra tornar nossa agonia mais terrível". "Para isso serviram todos os meus anos de trabalho?". "Já́ não me lembro mais dos dias". "Que criaturas dignas de pena somos nós".

Estas frases reunidas aleatoriamente estão presentes no texto escrito por O’Neill. Frases que poderiam ser ditas neste episódio recente dos nossos tempos, o surto coletivo, pandêmico, enquanto buscamos no isolamento e no distanciamento chances de sobrevivência. As certezas que sempre asseguraram nossos planos e ambições colapsaram, mas as barreiras que delimitam os territórios sociais seguem inabaláveis, definindo quem entre quem será sacrificado primeiro. Estamos todos cercados. Há um inimigo invisível, letal e oportunista a espreita. Dizem que aguarda pelos mais fracos. 

Na trama Eugene O’Neill reúne em um mesmo bote salva-vidas um homem branco vestido em traje de gala (Fabrício Pietro), uma mulher branca vestida em traje elegante de uma dançarina (Camila dos Anjos) e um homem negro vestido em seu uniforme de marinheiro (Diego Garcias). Três figuras com papéis sociais bem definidos e que semanas antes ocupavam lugares distintos no navio que naufragou.

Sem demais sobreviventes à vista estão os três à deriva, em alto mar, confinados, limitados e rodeados por tubarões. Impulsivamente, cada um resgatou do navio, em tempo, um único objeto, aquele que mais lhe representa em vida, contudo todos carecem de algo mais elementar, comida e água. Só lhes resta esperar, questionar ou desesperar. 

Para a encenação inédita o time ganhou reforço de uma equipe artística completa. Beto França, parceiro de longa data da Triptal, apostou em efeitos especiais da maquiagem para desgastar o aspecto das personagens. A figurinista Telumi Hellen, estreante na companhia, propõe em sua criação a desconstrução das castas que cada personagem simboliza.

O cenário foi criado por Júlio Dojcsar propõe o isolamento e a dificuldade   entre os náufragos. A luz é uma criação de André Garolli em parceria com Sendi Moraes e estabelece um contraponto entre realidade e ilusão. A fotografia de vídeo é de Tato Vilela e a produção de vídeo da produtora Kroon.

Em 2020. a Cia. Triptal apresentou ao público uma leitura encenada do texto "Sede", com transmissão única e ao vivo pelo Facebook e YouTube. Na ocasião o trabalho foi realizado de forma remota com cada ator em sua casa. Ao apostar em uma iluminação básica e em uma linguagem simples que priorizava o entendimento do texto, a leitura alcançou ótima aceitação com 1,8 mil visualizações nas redes.


A presença do corpo negro e o pacto da branquitude
Ao conceber "Sede", O’Neill introduz a figura de um marinheiro, mas lhe atribui outra característica que é a condição de ser um marinheiro negro. Este fato não é algo que deve passar despercebido, mas que deve ser analisado de maneira minuciosa, de forma a levantar alguns questionamentos sobre a discussão racial presente no texto.

A pesquisadora Maria Aparecida Bento, em sua tese de doutorado defendida na USP, cunhou a expressão “pacto narciso de branquitude”, um acordo silencioso entre pessoas brancas que se contratam, se premiam, se protegem.  Este pacto de branquitude está presente na peça e é o que une o Cavalheiro e a Dançarina nos seus diálogos conspiratórios contra o marinheiro.

A cumplicidade que se estabelece entre os dois faz com que encontrem o “bode expiatório” perfeito para culpabilizar o negro pela morte iminente. A discussão sobre a representatividade e o protagonismo negro é uma questão que influencia o pensamento e a produção artística atual. É um debate que tem possibilitado instrumentos para disputar a narrativa da história do modo que nos foi contada e mais do que isso criar novas.

São muitas as novas dramaturgias que surgem e colocam a figura do negro em outro lugar e sob outra perspectiva, mas existem também peças de autores consagrados, como Sede em que propicia um olhar sobre a situação estrutural do negro e que merece um estudo aprofundado. 


O autor
Eugene Gladstone O’Neill (Nova Iorque, 16 de outubro de 1888 – Boston, 27 de novembro de 1953) foi um dramaturgo anarquista e socialista estadunidense. Recebeu o Nobel de Literatura de 1936 e o Prêmio Pulitzer por várias vezes. Suas peças estão entre as primeiras a introduzir as técnicas do realismo influenciado principalmente por Anton Tchekhov, Henrik Ibsen e August Strindberg. Sua dramaturgia envolve personagens que habitam as margens da sociedade, com seu comportamento desregrado, tentando manter inalcançáveis aspirações e esperanças do "milagre norte-americano".

Tendo escrito apenas uma comédia, (Ah, Wilderness!), todas as suas peças, desenvolvem graus de tragédia pessoal e pessimismo. Sua dramaturgia influenciou reconhecidamente um importante dramaturgo brasileiro Nelson Rodrigues, além de uma de suas peças, "O Imperador Jones" ("The Emperor Jones"), ter sido o ponto de sua partida do Teatro Experimental do Negro de Abdias do Nascimento.


Ficha Técnica:

Ministério do Turismo, Secretaria Especial de Cultura e Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa e Cia Triptal 30 anos apresentam:


Ficha técnica
Espetáculo:
"Sede" (1914)
Autor: Eugene O’Neill
Direção artística: André Garolli
Elenco: Camila dos Anjos, Diego Garcias e Fabrício Pietro.
Voz off: Ricardo Ripa
Cenografia: Julio Dojcsar
Figurino: Telumi Hellen Yamanaka
Assistente de figurino: Mariana Morais
Visagismo e maquiagem: Beto França
Desenho de luz: André Garolli
Técnico de luz: Rodrigo Alves (Salsicha)
Técnico assistente de luz: Rafael Augusto Moreno Parra
Produção executiva: André Garolli e Fabrício Pietro
Assessoria administrativa e de produção: Maristela Bueno
Assessoria de imprensa: Morente Forte
Gerenciamento de mídias online: Carol Rossi e Fabrício Pietro
Design gráfico: Nando Medeiros
Fotografia (steel): Carla Gobbi e Catherine Gobbi
Apoio cultural: Kroon
Equipe audiovisual: Kroon - produção
Diretor de produção: Felipe Janowsky
Produtor executivo: Evandro Ragonha
Coordenadora sr. de produção: Mariana Milanez
Produtor: Bruno Sechini
Assistente de produção: Eloah Sat
Assistente de produção: Felipe Agresta (Milk)
Coordenadora de pós produção: Beatriz Hatori
Editor: Andreas Couto
Garagem filmes: suporte técnico
Diretor de fotografia: Tato Vilela
Desenho de luz: Sendi Morais
Operador de câmera: Felipe Agresta (Milk)
Operador de câmera: Arthur Machado
Técnico de som: Ivan Muniz


Greyhound media - transmissão
Diretor de transmissão:
Mário Costa Junior


Equipe Teatro Gamaro:
Conservação:
Dayane Louise Oliveira
Coordenadora: Monize Bueno
Analista de eventos PL: Thiago Cavalcante


Equipe protocolo Covid-19
Enfermeira:
Majorie Santos
Consultoria Covid-19: BioSafe
Laboratório testes Covid-19: Mendelics
Comercial Mendelics: Aline Bastos
Comercial Mendelics: Kleber Silva
Serviço de catering: Food Film
Fiscal de set – Protocolo Covid: Eloah Sat


segunda-feira, 19 de abril de 2021

.: Diário de uma boneca de plástico: 19 de abril de 2021

Querido diário,

Hoje é 19 de abril... Quando celebramos o "Dia do Índio", o aniversário de 80 anos do cantor da Jovem Guarda Roberto Carlos e também da escritora Lygia Fagundes Telles que faz 98 anos. 

Diário, há alguns anos, aqui ao lado, em Santos, aconteceram algumas edições de uma "Feira de Livros" que logo virou uma "Feira de Escolas Particulares"... Bem, quando ainda era como que uma "Bienal do Livro", no quesito qualidade, a minha dona "topou" com a escritora Lygia Fagundes Telles, no banheiro desse evento.

Sabe quando se fica em choque? Foi o que aconteceu com ela! Só olhou bem nos olhos da escritora e abriu um super, super sorriso que foi retribuído com alguma palavra delicada, mas pelo nervoso e o passar do tempo se perdeu.

Minha dona só diz lembrar de que ela é "linda, linda"! 

Ah! Minha dona e o marido também foram ao show do Roberto Carlos... Lembra da época em que ele fez sucesso com a música "Grude"?! Pois é! Foi bem por esse tempo aí...

E o Índio? Bem, minha mãe que é branquinha, branquinha diz com todas as letras que um dos bisos dela era índio!

Enfim... Tem coisas que acontecem na vida que não tem preço, né?

E a hoje a música "É o amor" completa 30 aninhos... Huhuhu!!

Beijinhos pink cintilantes e até amanhã,

Donatella Fisherburg




.: "Roberto Carlos - Por Isso essa Voz Tamanha", de Jotabê Medeiros


Ídolo de muitas gerações, Roberto Carlos, que completa 80 anos nesta segunda-feira, dia 19, tem sua vida e obra apresentadas por Jotabê Medeiros. Livro é uma bem-sucedida tentativa de compreender um dos maiores nomes de nossa música.

Ninguém na música brasileira foi — e ainda é — mais popular do que Roberto Carlos. As dezenas de milhões de discos vendidos, a onipresença na televisão desde os anos 1960, os trunfos artísticos e os dramas pessoais, a figura pública reservada, a religiosidade, as brigas na justiça — todos esses fatos são públicos e notórios. 

Mas são poucas as fontes acessíveis — não apenas a seus inúmeros fãs, mas também a qualquer interessado na cultura brasileira — capazes de traçar, sem arroubos de tiete ou cores sensacionalistas, o percurso desse artista singular. Publicada no momento em que Roberto Carlos completa 80 anos, "Roberto Carlos: Por Isso Essa Voz Tamanha", biografia de Jotabê Medeiros, consegue justamente isso.

Autor de consagrados livros sobre Belchior e Raul SeixasJotabê se aprofunda na formação musical do artista, desde a infância em Cachoeiro de Itapemirim e os primeiros passos cantando à moda de João Gilberto, até a explosão como líder do incipiente rock nacional e os hits que ao longo de décadas emplacou entre os mais ouvidos do país.

Ao contrário da bossa nova, de origem burguesa e universitária, o rock no Brasil surgiu na periferia carioca. O ritmo chegou pelas mãos de jovens talentosos, atentos ao que acontecia nos Estados Unidos, mas que atravessavam a cidade de ônibus para trabalhar e estudavam à noite. Este livro percorre o universo suburbano por onde Roberto Carlos circulava no início dos anos 1960, pouco antes de estourar no rádio, com Splish splash e É proibido fumar, e na televisão, à frente da Jovem Guarda. 

Os programas de rádio do Rio e de São Paulo que pegavam fogo, as bandas de rock que se multiplicavam arrastando multidões, o impacto comportamental e publicitário do iê-iê-iê, os ecos na personalidade metódica e na carreira construída com esmero, as amizades e turbulências com Tim Maia, Erasmo Carlos e o exuberante Carlos Imperial, tudo isso salta com vigor destas páginas — e com a verve de um jornalista musical tarimbado que testemunhou boa parte do que narra no livro.

"Roberto Carlos: Por Isso Essa Voz Tamanha" é uma biografia musical interessada em compreender a complexidade de um ídolo. É um livro que o debate cultural brasileiro há tempos faz por merecer. 


O autor
Nascido em 1962, na Paraíba, o repórter e crítico musical Jotabê Medeiros já atuou na Veja São Paulo e nos jornais Folha de S.Paulo e O Estado de S. Paulo. É autor de "Belchior: Apenas Um Rapaz Latino-americano" (2017) e "Raul Seixas: Não Diga que a Canção Está Perdida" (2019), ambos publicados pela Todavia

Ficha técnica
Título: "Roberto Carlos: Por Isso Essa Voz Tamanha"
Autor: Jotabê Medeiros
Gênero:
não-ficção brasileira
Categoria: biografia
Capa: Elohim Barros e Renata Mein
Páginas: 512
Formato: 13,5 × 20,8 × 2,9 cm
Peso: 635 gramas
Link na Amazon: https://amzn.to/3sv8T5N

.: Roberto Carlos pela crítica: "Querem Acabar Comigo", livro de Tito Guedes


O livro "Querem Acabar Comigo" (Máquina de Livros), publicação de Tito Guedes que conta a trajetória de Roberto Carlos pelo olhar da crítica musical, que chega às principais livrarias e sites do país quando ele completa 80 anos. No formato impresso e em e-book, o livro é um retrato da obra do Rei a partir de uma perspectiva inédita — do modo como os jornalistas especializados escreveram durante a trajetória do cantor.

Desde a Jovem Guarda, Roberto Carlos é um sucesso de público e fenômeno de vendas. A crítica musical, porém, demorou a lhe esten- der o tapete vermelho. A maior parte do tempo ele foi visto como um cantor alienado, brega, carola e acomodado. Chegou a ser rotulado como “debilóide”. Para contar a trajetória do mais bem-sucedido nome da música brasileira de todos os tempos, sob o ponto de vista da imprensa especializada, o pesquisador Tito Guedes garimpou cen- tenas de resenhas publicadas desde os anos 60 até hoje. O resultado é "Querem Acabar Comigo", um retrato da obra do Rei a partir de uma perspectiva inédita.

Em mais de meio século de carreira, Roberto viveu uma relação difícil com a crítica, pouco generosa em suas análises e na contramão da crescente popularidade do ídolo. "Querem Acabar Comigo" mostra, curiosamente, que os raros momentos de trégua se deram quando medalhões da MPB abraçaram o cantor: na Tropicália, com Caetano Veloso à frente; com o LP de Nara Leão com repertório todo do cantor no fim dos anos 70; ou quando Maria Bethânia gravou um aplaudido tributo ao Rei. E a mesma crítica que no início da carreira de Roberto defenestrou o iê-iê-iê e seus primeiros sucessos românticos, décadas depois exaltaria canções desta fase, classificando-a como “obra-prima”.

"Querem Acabar Comigo" é fruto de uma pesquisa extensa de Tito Guedes, que trabalha no Instituto Memória Musical Brasileira (IMMuB). O autor pinçou textos sobre os álbuns de Roberto Carlos publicados em grandes veículos como Folha de S. Paulo, O Globo, Jornal do Brasil, O Estado de S. Paulo, Manchete e Veja. Muitas dessas resenhas foram assinadas por jornalistas, escritores e críticos de prestígio, entre eles Sérgio Cabral, Flavio Marinho, Augusto de Campos, Fausto Wolff, José Miguel Wisnik, Antonio Carlos Miguel, Tárik de Souza, Jotabê Medeiros, Mauro Ferreira e Carlos Calado.

Como destaca no prefácio outro jornalista consagrado, Arthur Dapieve, "Querem Acabar Comigo" “não é tanto sobre a carreira do cantor e compositor consagrado na Jovem Guarda – embora, naturalmente, ela seja indiretamente historiada a cada linha – e sim o modo como os jornalistas especializados a comentaram”. Editado pela Máquina de Livros, Querem acabar comigo chega às principais livrarias e sites do país às vésperas de Roberto Carlos com- pletar 80 anos, no formato impresso e em e-book.


Ficha técnica:
Título: "Querem Acabar Comigo – Da Jovem Guarda ao Trono, a Trajetória de Roberto Carlos na Visão da Crítica Musical"
Autor:
Tito Guedes
Editora: Máquina de Livros
Páginas: 144
Link na Amazon: https://amzn.to/3sDyzgY

.: Resenha de "A Máfia dos Mendigos: Como a Caridade Aumenta a Miséria"

 

Por: Mary Ellen Farias dos Santos


O livro "A Máfia dos Mendigos: Como a Caridade Aumenta a Miséria", escrito pelo pastor Yago Martins e publicado pela Editora Record em 252 páginas incomoda ao trazer à tona a realidade dos moradores de rua, fato para o qual muitos insistem em tapar os olhos. Martins foi além ao se disfarçar de mendigo para entender como é a vida que ninguém deseja ter. Assim, retrata também a economia que mantém essa roda problemática a girar sem parar.

O livro dividido em três partes: "As Duas Filhas da Sanguessuga", "As Ruas Escuras da Alma" e "O Cadáver da Fé", é composto por sete capítulos, além de apresentar um texto de introdução e conclusão. "A Máfia dos Mendigos: Como a Caridade Aumenta a Miséria" expõe em letras garrafais que a miséria de um, na verdade "uns", pode ser o ganha-pão do outro. "Claro que nem toda pessoa que paga suas contas através do gerenciamento de ações de caridade possui sentimentos oportunistas, mas é de espantar que existem tantos profissionais da caridade que se esforçam em propagar as ideias políticas mais famosas por manter pessoas na pobreza durante mais tempo. Se, nestes casos, isto for mesmo proposital e pensado, há uma genialidade macabra na indústria da generosidade", expõe o autor.

Escrita pela ótica do pastor, a obra também apresenta relatos como o de Soares, policial militar de 59 anos, que vive na rua há três. "A mulher morreu de leptospirose. Ele não teve coragem de ir ao enterro. Diz que pegou o carro do filho, acelerou o máximo que pôde e bateu em um poste. Dias de coma e algumas cirurgias. [...] Foi do hospital direto para a rua porque não aguentava olhar para os filhos.

Yago Martins registra em "A Máfia dos Mendigos: Como a Caridade Aumenta a Miséria" que tentou comer lixo, mas vomitou. "Vomitei por comer o que para outros é dejeto. Vomitei pelo que aquilo representava, não pela alimentação em si. Tenho ânsias de vômito só de escrever isto". Contudo, o morador de rua Marcelo revela comer lixo e não vomitar. "Para ele é natural. O que precisa acontecer no psicológico de uma pessoa para que ela consiga se contentar em comer dejetos domésticos?"

A obra é um estudo que retrata a vida do homem nas ruas e conscientiza a respeito das variantes que levam a essa sobrevivência. "Não somos tão diferentes de mendigos. A tentativa humana de fugir da inevitabilidade da morte através de um apego cada vez maior à existência terrena é tão fútil e fracassada quanto as braçadas de desespero de quem tenta se agarrar às ondas para evitar o afogamento. Todos vamos morrer. Mais que isso, todos já estamos morrendo. E, considerando a brevidade da vida humana, sempre é mais cedo, nunca mais tarde. Numa perspectiva a longo prazo, todas as expectativas de vida tendem a zero."

"A Máfia dos Mendigos: Como a Caridade Aumenta a Miséria" é um livro que expõe um problema que, geralmente, insiste em ser jogado para debaixo do tapete. A publicação destaca a brevidade da vida humana, o apego excessivo à futilidade e a necessidade de ver o próximo como alguém que pode precisar de sua ajuda. No entanto, usa a ideia do trabalho de entidades religiosas voltado a esse público, ainda que o Brasil seja um país laico. "O trabalho e sua teologia podem ser úteis no estabelecimento so senso humano de dignidade cósmica".

Ao analisar os efeitos colaterais da caridade durante o ano em que viveu nas ruas, mesmo sem muita fundamentação teórica, o autor apega-se a própria visão diante do que experienciou. Por outro lado, Yago Martins lança luz a um tema esquecido. 

Autor: Yago Martins é pastor batista e autor de cinco obras sobre cristianismo. Dá aulas de teologia e de economia em níveis de graduação e pós-graduação em Fortaleza, São Paulo e Brasília, além de palestras por todo o Brasil e América Latina. É formado em Teologia pela Faculdade Teológica Sul-Americana (Londrina/PR), especialista em Escola Austríaca de Economia pelo Centro Universitário Ítalo Brasileiro (São Paulo/SP) e estudante do Sacrae Theologiae Magister (Th.M) em Teologia Sistemática do Instituto Aubrey Clark (Fortaleza/CE). É presidente do Conselho da Missão GAP, membro do corpo de especialistas do Instituto Ludwig von Mises Brasil e apresentador do canal Dois Dedos de Teologia no YouTube.

Livro: A Máfia dos Mendigos: Como a Caridade Aumenta a Miséria, O Pastor que Fingiu Ser Morador de Rua Explica Por Que Nossas Tentativas de Vencer a Pobreza Continuam Fracassando

Autor: Yago Martins

Editora Record

252 páginas

Venda na Amazon: amzn.to/3aaJPLa


*Mary Ellen Farias dos Santos é criadora e editora do portal cultural Resenhando.com. É formada em Comunicação Social - Jornalismo, pós-graduada em Literatura, licenciada em Letras pela UniSantos - Universidade Católica de Santos e formada em Pedagogia pela Universidade Cruzeiro do Sul. Twitter: @maryellenfsm

.: "Lucky: Uma Mulher de Sorte" estreia no Cinema Virtual na próxima quinta


Mulher perseguida por mascarado dá o tom de terror para o filme, que chega com exclusividade à plataforma dia 22 de abril.

O longa do gênero terror "Lucky: Uma Mulher de Sorte" estreia no  Cinema Virtual na próxima quinta-feira, 22 de abril. Protagonizado por Brea Grant, que também assina o roteiro, o filme conta a história de uma popular escritora de livros de autoajuda, que é perseguida todas as noites por um homem mascarado. Sem contar com a ajuda de outras pessoas, ela tem de enfrentar o desconhecido sozinha. 

Exibido no SXSW 2020, “Lucky – Uma Mulher de Sorte” é dirigido por Natasha Kermani. A direção é de Natasha Kermani. No elenco, Brea Grant, Dhruv Uday Singh, Leith M. Burke. Para assistir aos filmes, o público pode acessar a plataforma pelo NOW ou escolher a sala de exibição preferida em www.cinemavirtual.com.br e realizar a compra do ingresso. O filme fica disponível durante 72 horas para até três dispositivos.
 
Outros 11 filmes também estão disponíveis no Cinema Virtual: "Doce Obsessão", "Uma Mulher Inesquecível", "Terminal Sul", "Prisioneiro Espacial", "A Poucos Passos de Paris", "Um Amor Proibido", "Mambo Man - Guiado Pela Música", "O Muro", "A Jornada de Jhalki", "O Mistério de Frankenstein", "Inteligência Artificial - Ascensão das Máquinas".

#CinemaVirtual #EliteFilmes #Trailer #Lançamento #Now #ClaroNow #Lucky

.: Nicole Marangoni para apresenta o monólogo "EU|TELMA" nesta quarta


Grátis e online, a atriz Nicole Marangoni apresenta o monólogo "EU|TELMA", direto de São Paulo, dentreo da programação teatral do projeto #EmCasaComSesc. Foto: Rafael Latorre


Nesta quarta-feira, dia 21, às 19h, o Teatro #EmCasaComSesc recebe a atriz Nicole Marangoni para apresentar o monólogo "EU|TELMA", direto de São Paulo. O espetáculo, com concepção geral, direção, dramaturgia e atuação de Nicole, mescla depoimentos ficcionais e autobiográficos que permeiam a temática da morte. A partir de uma experiência particular (os cuidados de fim de vida de seu pai), a atriz desenvolve a narrativa ficcional de Telma, uma cuidadora de idosos que perdeu a mãe prematuramente e vive com seu pai jardineiro. 

Em ambos os planos narrativos, as personagens se encontram num instante de fragilidade e vulnerabilidade, porém, sem deixar de trocar benquerença e carinho com quem está partindo. A obra busca ressignificar o conceito da morte. Após a exibição, acontece um bate-papo com Nicole Marangoni, sendo a mediação da pesquisadora Naiene Sanchez Silva. Classificação indicativa: 16 anos.. 

No ar desde maio do ano passado, a programação Teatro #EmCasaComSesc segue em 2021 com espetáculos diversificados, sempre mesclando artistas, companhias e grupos consagrados no cenário brasileiro com as novas apostas. As apresentações seguem às quartas-feiras e aos domingos, sempre às 19h, no Instagram Sesc Ao Vivo e no YouTube Sesc São Paulo .

Em conformidade ao anúncio do Governo de São Paulo, que reclassificou todo o estado para a fase mais restritiva da quarentena onde são permitidas apenas atividades essenciais, as transmissões do #EmCasaComSesc serão realizadas da residência ou estúdio de trabalho dos artistas, seguindo todos os protocolos de segurança.

A série #EmCasaComSesc teve início em abril de 2020, com um conjunto de transmissões ao vivo das linguagens de Música, Teatro, Dança, Crianças e Esporte - que somaram 13,5 milhões de visualizações, até dezembro do ano passado, no total de 434 espetáculos. Transmissões ao vivo acontecem no YouTube do Sesc São Paulo e no Instagram do Sesc Ao Vivo: youtube.com/sescsp e instagram.com/sescaovivo.

.: Histórias de relacionamentos entre mulheres e presos vira peça de teatro


Até o dia 20 abril estará em cartaz o monólogo teatral “Cartas da Prisão”. A peça apresenta a evolução da história de amor via correspondência entre uma mulher de 42 anos e um assassino em série. O espetáculo será exibido às segundas e terças-feiras a partir das 20h, por meio do YouTube (Youtube/ProjetoAMeiaLuz).  A peça foi idealizada pela atriz Chica Portugal em parceria com a dramaturga e roteirista Nanna de Castro e direção de Bruno Kott.

Relacionamentos amorosos com homens em cárcere é tema do espetáculo teatral "Cartas da Prisão", monólogo inspirado em histórias reais. Enredo mostra as nuances da história vivida entre “M” e um presidiário que assassinou mais de 40 mulheres.  Fragmentos de situações abusivas apresentadas pelo olhar de mulheres com diferentes perfis também são exibidas


Últimos dias

Até a próxima terça, dia 20 de abril, segue em cartaz a peça "Cartas da Prisão", idealizada pela atriz Chica Portugal em parceria com a dramaturga e roteirista Nanna de Castro e direção de Bruno Kott. O espetáculo será exibido às segundas e terças-feiras a partir das 20h, por meio do Youtube (Youtube/ProjetoAMeiaLuz). O projeto foi contemplado pela Lei Aldir Blanc e apresenta através de formato híbrido - entre vídeo documental e teatro - a evolução da história de amor via correspondência entre uma mulher de 42 anos e um assassino em série.

A leitura das cartas e o enredo da peça mesclam histórias reais e fictícias sobre violência doméstica e relacionamentos abusivos, revelados com intuito de levar o público à reflexão. A peça é conduzida por Rita, uma atriz-performer interpretada por Chica Portugal. Ao final de cada espetáculo o público será convidado para participar de um bate-papo (via zoom) com a equipe da peça. O projeto também terá lives com especialistas sobre relações abusivas e masculinidade tóxica.

Ao longo da peça, o público acompanhará a evolução do relacionamento de “M” e o desgaste da relação entre Rita e sua mãe, até que as histórias se tornam cada vez mais parecidas. Rita também traz para a cena depoimentos reais de mulheres que viveram experiências amorosas com abusadores, além de materiais diversos sobre o tema.

Relações abusivas
Na colcha de retalhos que vai se formando entre todas as histórias a personagem leva ao entendimento dos possíveis tipos de situações abusivas que podem ser vivenciadas – física, moral, psicológica, sexual ou patrimonial – e como essa realidade é comum na vida de mulheres de diversas classes sociais e raças. Segundo estimativa realizada pela Organização das Nações Unidas (ONU) Mulheres, de junho de 2019 a junho de 2020 mais de 240 milhões de mulheres e adolescentes de 15 a 49 anos de todo o mundo foram vítimas de violência sexual e/ou física por um parceiro.

“Abracei o desafio deste projeto com a satisfação especial de falar sobre um tema que conheci de perto: o abuso. Muitas mulheres da minha geração sequer sabiam que estavam vivendo agressões psicológicas e, ainda hoje, muitas de nós normatizam relacionamentos abusivos. É comum acharmos que esta história é da outra, e não nossa. Dentre as facetas das relações abusivas, sempre me intrigou as mulheres que se correspondem com criminosos sexuais confessos na prisão. É comum que assassinos recebam centenas de cartas de amor de mulheres que os conhecem apenas pelo noticiário. É como se o abuso fosse não apenas aceito, perdoado, mas acolhido. Não quero e não posso julgar estas mulheres, apenas convidar o público a partir desta situação extrema e refletir sobre nossa convivência com a violência e o desrespeito não apenas no nível pessoal, mas social”, ressalta Nanna de Castro, idealizadora do roteiro.

O ponto de partida do trabalho foi a pesquisa iniciada em 2018 pela atriz Chica Portugal sobre relações afetivas abusivas. O processo seguiu com a criação de um texto pela dramaturga e roteirista Nanna de Castro que rompe propositalmente o limite entre realidade e ficção transitando entre depoimentos verdadeiros e fictícios, entre o noticiário e o poético. Obras como “Mulheres que Amam Demais” (Robin Norwood) e “Loucas de Amor” (Gilmar Mendes) foram usadas como material de apoio para a elaboração do roteiro.
 

A arte como expressão
Sobre este texto, o diretor Bruno Kott fez sua leitura inspirado na linguagem documental e comenta “A arte antes de tudo, é o exercício de democracia. O teatro sempre me traz oportunidades de aprendizado. 'Cartas da Prisão' é um exemplo disso. Colaborar para que esta história seja contada me faz exercitar o meu ofício, minha escuta, potencializar discursos, e rever o meu papel no mundo”, enfatiza.

A pesquisa de Chica Portugal deu origem ao “Projeto À Meia Luz”, que oferece informações e propostas em diferentes frentes artísticas para a conscientização a respeito de assuntos ligados a violência doméstica, com ênfase em relacionamentos abusivos. Em 2020, Chica iniciou uma pesquisa sobre Narcisismo Perverso, trata-se da escala de um degrau na complexidade das histórias de abuso nas relações. “Nem todo abusador é um narcisista, mas todo narcisista é um abusador. Em 'Cartas da Prisão’ buscamos trazer de forma sutil os diversos tipos de abuso presente nas relações e, junto a isso, refletir os paralelos do que nos condiciona a manter esse tipo de relação”, finaliza Chica Portugal.


.: Roberto Carlos recebe homenagem do Programa Orquestra nas Escolas


Orquestra Sinfônica Juvenil Carioca Villa-Lobos faz homenagem ao Rei Roberto Carlos no dia que o cantor comemora 80 anos. Homenagem dos alunos do Programa Orquestra nas Escolas ao Rei Roberto Carlos, no dia 19 de abril, 2af, às 12 horas, quando o cantor e compositor completa 80 anos. Anexo, foto da Orquestra Sinfônica Juvenil Carioca Villa-Lobos, que interpreta a canção “Como é grande o meu amor por você”.

Roberto Carlos completa 80 anos na segunda-feira que vem e muitas homenagens estão sendo preparadas por seus fãs. Mas imagina uma orquestra composta por jovens, alunos do Programa Orquestra nas Escolas, estudantes da rede pública de ensino do Rio de Janeiro, interpretando uma canção do compositor, sob a regência de Vinícius Louzada.

Uma homenagem a altura de um Rei, quando a Orquestra Sinfônica Juvenil Carioca Villa-Lobos apresenta, no formato online, a canção de 1967, Como é grande o meu amor por você, às 12 horas de 2ªf, dia 19 de abril, pelo canal da ONE (www.youtube.com/orquestranasescolas). A Orquestra Sinfônica Juvenil Carioca conta com o patrocínio da Uber por meio da Lei Rouanet.

Serviço:
Orquestra Sinfônica Juvenil Carioca Villa-Lobos Homenageia Roberto Carlos
Dia:
segunda-feira, dia 19
Horário: 12h
Música: "Como É Grande o Meu Amor por Você" (Roberto Carlos)
Regente: Vinícius Louzada
Onde: www.youtube.com/orquestranasescolas

domingo, 18 de abril de 2021

.: Espetáculo "Senhora no Jardim" estreia neste domingo em formato online


Espetáculo homenageia "Navalha na Carne", importante obra de Plínio Marcos, e conta com  Maria do Carmo Soares e Felipe Calixto no elenco. O texto é de Maciel Silva e a direção de Fernando Cardoso. Foto: João Caldas Fº.


Com direção de Fernando Cardoso e os atores Maria do Carmo Soares e Felipe Calixto no elenco, a peça "Senhora no Jardim", de Maciel Silva, estreia temporada online neste domingo, dia 18 de abril, às 21h30 pelo YouTube e traz à cena a vida de Neusa (em homenagem a Neusa Sueli, de "Navalha na Carne", de Plínio Marcos).

O espetáculo busca ambientar o público retratando, de uma forma lúdica, uma praça no Parque da Luz, um dos pontos turísticos mais conhecidos da cidade de São Paulo e mostrar a vida desta senhora que é capaz de tudo para sobreviver e poder alimentar sua neta. A peça "Senhora no Jardim" já foi montada e teve temporada de três meses em São Paulo, no Teatro Augusta, em 2012. 

A ideia desta remontagem com novos atores no elenco vem de uma parceria criada por Felipe Calixto, diretor artístico da Em Cena Produções, produtora cultural que vem atuando no mercado desde 2016 e Maciel Silva, autor do espetáculo. 


Sinopse
"Senhora no Jardim", conta a vida de Neusa (em homenagem a Neusa Sueli, de "Navalha na Carne" de Plínio Marcos) que trabalha no Parque da Luz, na cidade de São Paulo. Ela, com 60 anos, continua na ativa, pois precisa sustentar a neta que cria e leva ao parque quando vai fazer seus programas. Neusa busca seus sonhos, ganhar dinheiro e se aposentar. Ela não conhece o amor, mas quando o encontra, ele a surpreende. 

“Vamos contar uma história contemporânea, um retrato da realidade que se expõe todos os dias aos olhos de pessoas que circulam pelo histórico Parque da Luz, que hoje abriga mulheres excluídas da sociedade que se prostituem. Entre elas, algumas senhoras com mais de 60 anos de idade, que não conseguem outro meio de sobrevivência e submetem - se a troca de favores sexuais por quase nada. 'Senhora no Jardim' merece ser vista por muitas pessoas. Agora, mais do que nunca, é preciso olharmos com mais amor ao próximo e ver que muitos, com ou sem pandemia, sempre viveram em risco todo o tempo de suas vidas", conta o idealizador Felipe Calixto.

“Nossa Neusa é diferente da personagem de Plínio Marcos: ela é um pouco culta e sonhadora, conhece algumas obras de arte e literatura, não liga para a sociedade que visita os Museus da região, e diz que só quer ser feliz e se aposentar. Neusa é atual e desbocada. Um arquétipo bem brasileiro. Estranhamente engraçada frente à rudeza de sua vida”, completa o dramaturgo Maciel Silva.


"Senhora no Jardim," pelo diretor Fernando Cardoso
Quando li o texto “Senhora no Jardim”, de Maciel Silva, tive uma certeza. Ou melhor, meia certeza, porque no teatro não há certezas. E a minha quase certeza me dizia que eu não deveria pensar numa montagem realista/naturalista. Quando dividi esse pensamento com a atriz Maria do Carmo Soares (nossa protagonista e responsável por eu ter sido convidado para esta direção) senti que ela imediatamente embarcou nessa viagem. E foi assim que iniciamos nossos ensaios.

Os dois personagens estão no mesmo tempo e espaço, mas não se encontram verdadeiramente. Em alguns momentos eles até se tangenciam, porém seguem em seus mundos, universos... Ambos marginalizados, par de almas condenadas a vidas muito parecidas, mas impossibilitados de um encontro real. Para contar essa história, a história de um desencontro fatal, os atores raramente contracenam e dialogam dentro de si mesmos para a projeção do outro.

É até possível fazer um paralelo deste momento que atravessamos - no qual estamos impedidos de encontros físicos e obrigados ao distanciamento social - à marcação das cenas da peça - onde o distanciamento físico simboliza a dificuldade de compreensão e entrega amorosa completa e verdadeira dos dois personagens. E quando o encontro finalmente acontece... é tarde demais.


Ficha técnica
Espetáculo:
"Senhora no Jardim"
Autor: Maciel Silva
Direção: Fernando Cardoso
Elenco: Maria do Carmo Soares e Felipe Calixto
Assistente de direção: Salete Fracarolli
Cenário: Marcelo Andrade
Figurino: Victoria Moliterno
Designer de luz e operação: João Nunez
Trilha sonora e operação: Jonatan Harold
Fotografia: João Caldas
Preparador corporal: Sérgio Galdino
Designer gráfico: Gustavo Araújo
Aderecista: Danni Tocci
Produção audiovisual: Luz Audiovisual
Produção de mídias sociais: Luiz Felipe Pedroso
Assessoria de imprensa: Pombo Correio
Assistente de produção: Nattalia Marcondez
Produção: Felipe Calixto e Maciel Silva
Coordenação do projeto: Felipe Calixto
Realização:  Ministério do Turismo, Secretaria Especial da Cultura e Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa e Em cena produções


Serviço
Espetáculo: 
De 18 a 27 de abril de 2021
Sessões nos dias 18, 19, 20, 21, 26 e 27 de abril, às 21h30
Duração: 65 minutos
Link para retirar ingressos: https://www.sympla.com.br/produtor/emcenaproducoes
Grátis
Classificação indicativa: 16 anos 

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