quarta-feira, 9 de junho de 2004

.: Artigo: Um tapinha não dói nas novelas

Em junho de 2004

Toda novela que se preze precisa ter uma grande vilã. E toda vilã que se preze precisa e merece levar uns sopapos. O público vai o delírio.


Sei que o assunto já não é novidade. Já foi pauta do Vídeo-Show, criou polêmica entre os críticos de TV há alguns tempos. Sei também que corro o risco de ser mal interpretado, de acharem que estou fazendo apologia da violência contra a mulher. Porém, insisto neste assunto: os telespectadores gostam de ver as vilãs apanharem. É um sadismo necessário para nós, que do lado de fora da telinha, torcemos pelos protagonistas das telenovelas.

O exemplo mais recente aconteceu dia desses. O público ficou extasiado quando Maria Clara (Malu Mader) foi à forra e meteu a mão na fuça de Laura (Cláudia Abreu) em "Celebridade". Lindas e rivais, elas se cruzam na entrega do "Troféu Celebridade". Laura recebe o prêmio pela coletânea Pixinguinha, ideia roubada da protagonista. Dar uma surra na bandida era o mínimo que se esperava da ex-Musa do Verão, aquela que foi sem nunca ter sido, após todos os maus-bocados que passou devido à vingança da loura diabólica e obsessiva.

A cena remete a outra escrita por Gilberto Braga, em "Vale Tudo" (1988). A mãe Raquel (Regina Duarte) rasga o vestido de noiva da filha Maria de Fátima (Glória Pires) e a esbofeteia. Foi pouco para a vilã, que vendeu a casa deixando a própria mãe na rua e em nome de dinheiro era capaz de armar as maiores artimanhas, inclusive contra sua progenitora.

Há outras malvadas que levaram porradas homéricas na teledramaturgia. Em "A Próxima Vítima" (1995), de Sílvio de Abreu, Isabela Ferreto (Cláudia Ohana), ao ser pega pelo noivo Diego (Marcos Frota) aos beijos com o tio no dia do próprio casamento, além de apanhar na cara e levar diversos chutes, rolou da escada vestida de noiva. Já é a segunda noiva agredida nesses poucos parágrafos. No final da trama Isabela ainda ganhou uma cicatriz no rosto após uma facada do tio/marido Marcelo (José Wilker) ao pegá-la com o amante. Apesar do público aplaudir de pé a cicatriz na face da perigosa herdeira dos (as) Ferreto, foi criada uma polêmica: os homens ainda devem lavar sua honra com sangue?


Outra que apanhou feio foi Laura (Viviane Pasmanter) de "Por Amor" (1997), de Manoel Carlos. Sua rival Eduarda (Gabriela Duarte) lhe deu uma surra de jornal na cara e a empurrou de cadeira de rodas na piscina. Fenomenal! Ainda nesta trama houve duelo de vilãs: Branca Letícia (Suzana Vieira) e Isabel (Cássia Kiss) se atracaram e rolaram escada abaixo.

Uma das surras mais esperadas da atualidade foi em "Mulheres Apaixonadas" (2003), também de Maneco. O vilão Marcos (Dan Stuban) vivia espancando a ex-mulher Rachel (Helena Ranaldi). Eis que um dia ele se envolve com a terrível Dóris (Regiane Alves) que maltratava os inocentes avós. Não deu outra. Um belo dia ela levou suas merecidas pancadas.

Também foi numa trama de Manoel Carlos que uma vilã, que apesar de aprontar muito nem era tão nociva assim, apanhou de quase todo o elenco. Trata-se de Íris (Débora Secco) em "Laços de Família" (2000). Vida de vilã não é fácil. Pobrezinhas!





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