terça-feira, 3 de novembro de 2015

.: Rolando Boldrin é homenageado no Persona em Foco, aos 79 anos

Programa traz depoimentos de Ana Rosa, Rogério Márcico, João Batista de Andrade e Walter Negrão


No último dia 22, quando completou 79 anos, o  ator, cantor, compositor e apresentador Rolando Boldrin ganhou uma grande homenagem na gravação do Persona em Foco, com direito a bolo, parabéns e toda sua trajetória relembrada. O especial  do artista poderá ser visto na próxima edição do programa da TV Cultura, que vai ao ar nesta terça-feira, dia 3 de novembro, às 23h30, com apresentação de Atílio Bari e roteiro de Analy Alvarez.

Aos 79 anos, sendo 58 deles dedicados à arte de representar e à música, Boldrin conta com mais de 70 trabalhos realizados entre televisão, cinema e teatro. Muitos marcaram a história da arte brasileira. Para entrevistá-lo, estão ao seu lado os atores Luiz Serra e Umberto Magnani.

Nascido em São Joaquim da Barra, pequena cidade do interior de São Paulo, ele conta que seu pai era mecânico e que deu duro para sustentar os 12 filhos. E que ao completar 16 anos, todos eram obrigados a aprender um oficio. E que ele sempre o incentivou para a música. “Seguindo a filosofia do meu pai, fui aprender um oficio. Eu fui sapateiro. Na época falava oficial de sapato. E trabalhei até 22 anos até começar a minha carreira profissional. Meu pai dizia que havia duas profissões que era possível vencer na vida, para quem não pode estudar, uma era jogador de futebol e artista de rádio”. 

Rolando também relembra que começou a tocar viola ainda criança. E, aos 12 anos, o seu pai o forçou a formar com seu irmão a dupla Boy e Formiga, que era bem-sucedida na rádio do município.

Apaixonado pela arte de representar e cantar, muda-se para São Paulo para fazer testes nas emissoras. Rolando ressalta as dificuldades do inicio de carreira até ser contratado como figurante da TV Tupi, com direito a fazer testes na Rádio, ao lado de Plínio Marcos, Fúlvio Stefanini, Chico de Assis e Walter Negrão. “A dificuldade era tamanha que eu e o Walter Negrão quando nos encontramos lembramos que dividíamos um ovo no restaurante dos artista, na padaria enfrente à TV Tupi.”

Ele fala que conquistou seu primeiro papel como ator na novela Alma Cigana, mas o sucesso veio depois da novela Direito de Nascer, na TV Tupi. Após oito anos na emissora, rompeu contrato para estrear no Teatro Brasileiro de Comédia (TBC) na peça Os inimigos, de Máximo Gorki, sob direção de Zé Celso Martinez Corrêa.

O apresentador ainda conta histórias do período da ditadura militar e relembra que nesta época fez o espetáculo Feira Paulista de Opinião, uma produção do Teatro de Arena, realizada no Teatro Ruth Escobar.  Após ser censurada, foi feita em desobediência civil em todos os teatros.

Explica que sempre conciliou sua vida de ator com a música, e que na televisão fez cerca de 30 novelas. Ressalta também que foi o primeiro ator a fazer o Odorico Paragassu, em Bem Amado, na televisão. Mas que preferiu seguir o rumo de apresentador para mostrar os talentos do Brasil.

Sobre sua atuação no cinema, explica o processo de construção de seu personagem, o ferroviário Pereira no filme Doramundo, dirigido por João Batista, que lhe conquistou o prêmio de melhor ator. “Era um triangulo amoroso a Irene Ravache fazendo minha esposa; o Fagundes fazia o amante; e eu era o marido traído, um maquinista. Foi filmado em estação de Paranapiacaba. Fui uma semana antes e comecei a conviver com os maquinistas, beber pinga com Cambuci, xingar, jogar bilhar, brincar e cantar com eles. Eu fui trocando as peças do figurino com as roupas deles. Quer trocar essa camisa novinha com a sua? E pegava a camisa suada e ia botando. Quer me vender seu paletó? Eu fiz pouco cinema. Foi o primeiro filme que eu fiz. Papel espetacular. Eu disse: tenho que fazer bem feito para ganhar prêmio. E ganhei. Como um ator ganha prêmio? Se dedicando pra fazer bem feito.”

O programa conta com depoimentos de amigos e profissionais que trabalharam com Rolando Boldrin, dentre eles, Ana Rosa, Rogério Márcio, João Batista de Andrade e Walter Negrão.

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