sábado, 6 de junho de 2020

.: Crítica musical: Def Leppard toca Hysteria ao vivo em Londres


Por Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico musical.

Um dos grupos britânicos de hard rock mais respeitados, o Def  Leppard se apresentou em Londres na O2 Arena para tocar na íntegra as faixas do seu álbum de maior sucesso nos anos 80: "Hysteria". E o registro pode ser conferido em um CD que conseguiu captar com perfeição o clima de festa e celebração com os fãs.

Para quem não conhece, o Def Leppard foi fundado no final dos anos 70. Mas estourou somente na década seguinte, com discos que se confundiam um pouco com o glam rock dos anos 80, mas que no fundo tinham uma sonoridade com pegada dos anos 70.

Durante a trajetória do grupo ocorreram duas tragédias terríveis.  A primeira em 1984, com o acidente automobilístico que resultou na amputação do braço esquerdo do baterista Rick Allen. Com isso, a banda, que estava cotada para se apresentar no Brasil em 1985 na primeira edição do Rock In Rio, suspendeu todas as atividades por quatro anos. A segunda aconteceu em 1991, com a morte do guitarrista Steve Clark, que enfrentava problemas com o alcoolismo.

O fato é que os integrantes remanescentes da formação original (o vocalista Joe Elliot, o baixista Rick Savage e o guitarrista Phil Collen) nunca desistiram de seguir adiante. Mantiveram Rick Allen em uma bateria adaptada que permitia a marcação do ritmo com os pés. Vivian Campbell, que tocou no Whitesnake, foi recrutado para preencher a vaga de Clark. O que veio depois acabou escrevendo uma bonita história de superação e solidariedade.

"Hysteria", o álbum que é tocado na íntegra nesse show, foi lançado originalmente em 1987 e é um baita disco. Tem canções com apelo hard rock, mas que também se enquadravam no padrão da MTV dos anos 80. A balada "Love Bites" fez muito sucesso no Brasil. Ganhou inclusive uma versão em português do grupo Yahoo ("Mordida de Amor").

Mas são as canções mais agitadas que dão o tom certo de "Hysteria". A começar pelo hit "Poor Some Sugar On Me", passando pela energia positiva de "Rocket" e "Run Riot". Não por acaso, todas as canções são cantadas em uníssono pelo público presente na O2 Arena.

Se por um lado a banda não apresenta nada de novo nesse disco ao vivo, por outro comprova que a força das canções permanece intacta. Isso pode ser confirmado ouvindo o coro do numeroso público presente nessa antológica apresentação em sua terra natal.


 "Rocket"

 "Run Riot"

 "Hysteria"


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