sexta-feira, 8 de outubro de 2021

.: Entrevista: Dadi Carvalho mostra seu lado autoral no CD "Todo Vento"


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico musical.

Ele foi integrante de um dos grupos mais emblemáticos dos anos 70 (Novos Baianos). Já tocou com vários artistas e bandas e é considerado um dos melhores baixistas da atualidade. Agora, o músico Dadi Carvalho, apresenta "Todo Vento", o seu quarto disco de carreira solo, que reforça cada vez mais o seu lado autoral e com parcerias de nomes como Arnaldo Antunes, Rita Lee e Fausto Nilo. Em entrevista para o Resenhando, ele conta como se deu o processo de criação do disco e relembra algumas passagens da sua carreira musical. “Me sinto um cara privilegiado por ter convivido e tocado com tanta gente boa”.


Resenhando – Não poderíamos começar a entrevista sem perguntar do grupo Novos Baianos. Foi sua primeira experiência profissional séria?
Dadi Carvalho - Com certeza foi. Antes eu tinha tocado em bandas de rock, já influenciado pela música dos anos 60. Em especial, Jimi Hendrix, Beatles e outras bandas. Ai veio os Novos Baianos com aquela proposta de fazer uma música brasileira de uma forma diferente. Ver o Moraes Moreira compondo aquelas maravilhas de música era muito bom. Na banda estava o Pepeu Gomes. Temos a mesma idade e gostávamos das mesmas bandas. Ele era louco pelo Hendrix. Nós ensaiávamos o dia inteiro, mas era algo até natural. Foi uma experiência fantástica.


Resenhando – Um pouco mais tarde você fundou A Cor do Som com o irmão (Mu Carvalho) e mais os músicos Armandinho, Ary e Gustavo. Foi ideia do Moraes Moreira mesmo ou é só lenda?

Dadi Carvalho - Moraes foi um grande incentivador da Cor do Som, assim como o Caetano Veloso. Inicialmente foi uma banda pensada para fazer mais música instrumental. Todos eram e ainda são grandes músicos. Mas de uma certa forma, cantar as canções acabou abrindo as portas para muitos sucessos que gravamos nos anos 70 e 80. Temos nos encontrado e feito alguns shows há alguns anos.


Resenhando – E como foi que você acabou entrando no Barão Vermelho nos anos 90?
Dadi Carvalho - O Dé Palmeira decidiu sair da banda e então o Frejat acabou me convidando. Antes de aceitar, falei com Dé, que acabou aprovando a minha entrada. Participei da gravação do disco Na Calada da Noite, o que deixou bastante orgulhoso e cheguei a tocar ao vivo. Eu saí um pouco depois, para participar da banda do Caetano Veloso naquela época. No meu lugar entrou o Rodrigo Santos, que também era e ainda é um baita músico. Deu tudo certo para o Barão e prá mim também.


Resenhando – Nesse seu novo disco, você parece querer reforçar o lado autoral. Houve essa necessidade?
Dadi Carvalho
 - É que depois de tocar com tanta gente boa, você acaba querendo mostrar coisas suas. É algo até natural para o músico. O Arnaldo Antunes fez algumas letras para canções que fiz. Tem parceria também com Fausto Nilo, o Ronaldo Bastos e outra muito especial com a Rita Lee. Então, essas parcerias ajudaram a fortalecer meu lado autoral, com certeza. Aprendi e aprendo muito com todas essas parcerias.


Resenhando – E quais são seus planos para o futuro?
Dadi Carvalho - Eu trabalhei recentemente com a Marisa Monte e há uma perspectiva de tocar ao vivo com a banda dela. Vou continuar divulgando o Todo Vento e continuamos com A Cor do Som sempre que for possível conciliar com os projetos individuais de cada integrante.


"Pela Praia e Pela Lagoa"

"Os Olhos Dela"

"Lady Girl"

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