sexta-feira, 13 de maio de 2022

.: Entrevista: Felipe Andreoli, baixista do Angra em carreira solo


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural.

Considerado um dos melhores baixistas da atualidade, Felipe Andreoli está lançando o seu primeiro disco solo. "Resonance" é o resultado de muito estudo e das experiências em seu grupo, o Angra, na qual ele permanece como integrante.

O trabalho solo, intitulado "Resonance", é concentrado mais na música instrumental, embora também tenha uma faixa cantada ("Thorn In Our Side"). Em entrevista para o Resenhando.com, Andreoli conta como foi o processo de elaboração desse projeto solo e revela que o grupo Angra continua produzindo material inédito. “A música instrumental tem um público fiel e cativo”.


Apesar de estar há bastante tempo na música, somente agora você está lançando seu primeiro disco solo. Por que demorou para realizar esse projeto?
Felipe Andreoli - A vontade de fazer esse disco existia há muitos anos, mas sempre havia algum outro projeto que tomava minha atenção e meus esforços de composição, fosse o Angra ou alguma outra banda. Desta vez, na pandemia, eu estava em casa e sentindo muita falta de tocar. Meu filho havia nascido há poucos meses e eu estava curtindo muito acompanhar o crescimento dele, mas a música fazia muita falta. Foi aí que decidi começar a escrever músicas, como uma desculpa para tirar um tempo pra mim e voltar e ter contato com os instrumentos. Em pouco tempo, já tinha o esqueleto do disco praticamente feito. 


O que difere esse seu projeto solo dos desenvolvidos no Angra?
Felipe Andreoli - Existe uma diferença de estilo, já que o meu projeto transita muito entre o jazz fusion e o prog, além do fato que o baixo acaba sendo o instrumento de destaque e não a voz. Fora isso, em uma banda é preciso existir uma certa democracia nas decisões, o que de fato não ocorreu no meu álbum. Ele foi totalmente feito para saciar as minhas vontades e anseios. Depois de 25 anos tocando em bandas, foi bom ter esse controle total do processo criativo. 


Alguns músicos acham que o mercado para música instrumental é bem restrito no Brasil, sem muito espaço na mídia. Qual a sua opinião a respeito?
Felipe Andreoli - Não posso discordar. Cada ano que passa sinto que o interesse geral das pessoas se direciona para estilos mais populares, de músicas de rápido consumo. A música instrumental exige do ouvinte uma atenção à música que a maioria das pessoas não tem. Por outro lado, existe um público fiel e um circuito de casas de shows e festivais que ainda prestigiam a música instrumental, completamente independente da grande mídia. 


Como foi que se elaborou o projeto "Resonance"?
Felipe Andreoli - Começou com um garimpo de ideias antigas e trechos que fui gravando ao longo dos anos sem um destino certo. Quando eu me juntei ao Dallton Santos, começamos a organizar essas ideias e acrescentar várias outras. A inspiração para compor foi se intensificando até que o processo tomou um ritmo rápido e logo o disco estava completo. 


Em quem você se espelhou como baixista? Fale sobre suas principais influências musicais?
Felipe Andreoli - Minhas principais influências são Cliff Burton, Billy Sheehan, Jaco Pastorius, Michael Manring, Geddy Lee, Gary Willis, John Patitucci, Victor Wooten, só para citar uma pequena parte. 


Como está o seu trabalho com o Angra? 
Felipe Andreoli - Estamos nos preparativos para a turnê comemorativa de 20 anos do "Rebirth", que acontece em junho/julho. Ao mesmo tempo, estamos já escrevendo músicas para o próximo disco e devemos entrar em estúdio em novembro. 


Você também é conhecido como um bom instrutor de workshop ensinando técnicas e atualizando o que há de melhor nos equipamentos. Hoje em dia, que equipamentos você recomenda para os baixistas iniciantes?
Felipe Andreoli - Eu sempre recomendo os baixos da Ibanez, não só por ser a marca que eu uso, mas também porque são instrumentos excelentes em todas as faixas de preço, mesmo os de entrada. Também recomendo muito os amplificadores da Aguilar, cordas D’Addario, pedais NIG, Boss e Darkglass. 


É verdade que você está convidando cantores das cidades onde irá se apresentar? Como tem sido essa experiência? 
Felipe Andreoli - Sim! No "Resonance" existe uma faixa chamada "Thorn In Our Side" que foi cantada pelo vocalista croata Dino Jelusick. Como não estou viajando com vocalista, achei que seria legal pegar talentos locais para executar essa música ao vivo, e dar a eles a oportunidade de mostrar seu trabalho. O primeiro show foi muito legal!


A tour "Resonance" já tem agendas previstas no Rio de Janeiro, Goiás, Santa Catarina, Paraná e São Paulo. Há chance de Santos conferir esse seu trabalho?
Felipe Andreoli - Esta é apenas a primeira perna da tour. Tem ainda muitas cidades que quero visitar e Santos é certamente uma delas.


"Metaverse"

"Not a Day Goes By"

 
"Thorn In Our Side"

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