quarta-feira, 22 de junho de 2022

.: Público pode assistir últimas sessões de "Pós-F" no Teatro Porto

Maria Ribeiro encerra temporada de Pós-F no Teatro Porto. Espetáculo tem texto de Fernanda Young e direção de Mika Lins. Foto: Bob Wolfenson

Público tem apenas este fim de semana para conferir Maria Ribeiro em "Pós-F", de Fernanda Young, no Teatro Porto. As sessões acontecem às sextas e sábados às 20h e domingos às 19h, até 26 de junho. Com direção de Mika Lins, o solo é inspirado no livro "Pós-F - Para Além do Masculino e do Feminino", a primeira obra de não-ficção de Young, que venceu o Prêmio Jabuti 2019, mesmo depois da precoce morte da autora em agosto daquele ano. O livro reúne textos autobiográficos e ilustrações da própria Fernanda que fomentam o debate sobre o que significa ser um homem e uma mulher nos dias de hoje.

Este espetáculo-relato, de acordo com a diretora Mika Lins, procura ao máximo levar ao palco as experiências pessoais da autora. “Buscamos transformar o que é expresso na teoria em ação, na experiência pessoal dela. É quase como se a Fernanda estivesse em cena exposta como pessoa e contasse suas memórias e vivências. Para além das ideias avançadas propostas no livro pela Fernanda, a peça é muito baseada na visão pessoal que eu e a Maria Ribeiro tivemos depois que ela passou pelas nossas vidas. E eliminamos qualquer didatismo, pois é um espetáculo sobre uma artista, sobre uma criadora, sobre uma ficcionista”, explica.

“Assim como Leila Diniz, Fernanda era daquelas mulheres que, apenas cumprindo sua psique, nos libertava de tudo o que não era natural, e sim, convenção”, afirma Maria Ribeiro, que corrobora com o pensamento da diretora .


Vivências da Fernanda
No livro, a partir de experiências pessoais, Fernanda Young se revela como uma das tantas personagens femininas criadas por ela, sempre livre para fazer o que quiser, amar quem quiser e viver à sua maneira, porém cercada por um sentimento intrínseco de inadequação. Esse constante deslocamento faz com que Fernanda seja capaz de observar tanto o feminino como o masculino em todas as suas potencialidades.

É esse modo de ser que motiva Young a propor a ideia de um pós-feminismo e pós-Fernanda, um relato sincero sobre uma vida livre de estigmas, calcada na sobrevivência definitiva do amor, no respeito inquestionável ao outro e na sustentação do próprio desejo. E esse olhar profundo para o outro possibilitaria acabar com quaisquer formas de rótulos e papeis impostos tanto para a mulher como para o homem, que também sofre com as enormes pressões da sociedade patriarcal e precisa ser um aliado na luta contra o machismo. Assim, Fernanda oferece sua visão de mundo na tentativa de superar polarizações e construir algo maior, em que caibam todos os gêneros.

“O que é bonito nessa coisa do 'Pós-F', é que, para nós, depois do falecimento da Fernanda essa obra virou uma espécie de legado que essa mulher deixou. E uma coisa muito bela nesse relato é que ela inclui e põe como muito importante presença do homem nas transformações pela qual ela sofre – ainda mais depois que ela se tornou mãe de um menino”, comenta Mika Lins.


Sobre Fernanda Young
Embora não tenha concluído os cursos de letras, jornalismo e rádio e TV, Fernanda Young teve uma marcante carreira como escritora, roteirista, apresentadora e atriz. Entre alguns de seus livros estão, "Posso Pedir Perdão, Só Não Posso Deixar de Pecar", "Estragos", "A Mão Esquerda de Vênus", "A Louca Debaixo do Branco", "O Pau", "Tudo Que Você Não Soube", "Vergonha dos Pés" e "Dores do Amor Romântico".

Na televisão, foi roteirista de vários seriados e programas de sucesso, como "Os Normais" (2001-2003), "A Comédia da Vida Privada" (1995), "Os Aspones" (2004), "Surtadas na Yoga" (2013-2014), "Vade Retro" (2017), "Como Aproveitar o Fim do Mundo" (2012), "Minha Vida Nada Mole" (2006-2007) e "Shippados" (2019).

Além disso, apresentou os programas "Saia Justa" (2002-2004), "Irritando Fernanda Young" (2006-2010), "Confissões do Apocalipse" (2012) e "Odeio Segundas" (2015). E, no cinema, participou dos roteiros dos filmes "Os Normais" (2003) e "Os Normais 2" (2009) e "Muito Gelo e Dois Dedos D’Água" (2006).

Fernanda faleceu no dia 25 de agosto de 2019, aos 49 anos, devido a uma parada respiratória provocada por uma crise de asma. Ela deixou o marido Alexandre Machado e quatro filhos, Cecília Maddona, Estela May, Catarina Lakshimi e John Gopala.

Sobre Maria Ribeiro
Maria Ribeiro é atriz, escritora e diretora de cinema. Cursou jornalismo na PUC, mas já conciliava a faculdade com a carreira de atriz.  No teatro, participou das peças "Confissões de Adolescente", "O Inimigo do Povo", "Feliz Ano Velho" e "Separações". No cinema contabiliza inúmeros filmes com destaque para "Como Nossos Pais" (2017) de Lais Bodansky, pelo qual conquistou o prêmio de melhor atriz no Festival de Gramado, além de filmes como "Entre Nós", "Histórias de Amor Duram Apenas 90 Minutos", "Tropa de Elite", entre outros.

Integrou a banca do programa de debates da GNT "Saia Justa" e várias participações em novelas como "Império" e a série "Desalma" na Rede Globo. Atualmente tem um programa de variedades na plataforma "Hysteria", escreve uma coluna no jornal O Globo e viaja em turnê com o projeto "Você É o Que Lê", com Xico Sá e Gregório Duvivier.


Sobre Mika Lins
Mika Lins tem uma longa e profícua carreira como atriz e desde 2009 tem se dedicado exclusivamente a direção teatral.  Entre suas direções estão: "Dueto para Um", de Tom Kempinski, vencedor do prêmio APCA de melhor atriz para Bel Kowarick, "Festa no Covil", de Juan Pablo Villalobos, "A Tartaruga de Darwin", de Juan Mayorga, "Tutankáton", de Otavio Frias Filho. Na televisão dirigiu "Terradois" para a TV Cultura, com apresentação de Jorge Forbes e Maria Fernanda Candido. É diretora da Cia. Instável.


Ficha Técnica:
Espetáculo:
"Pós-F". Texto: Fernanda Young. Com Maria Ribeiro. Direção e cenografia: Mika Lins. Adaptação: Caetano Vilela, Maria Ribeiro e Mika Lins. Iluminação: Caetano Vilela. Figurino: David Pollack. Trilha sonora: Estela May, Maria Ribeiro, Mika Lins e Caetano Vilela. Ilustração: Fernanda Young, Estela May e Mika Lins. Cenotecnia e direção de palco: Alejandro Huerta. Fotos: Bob Wolfenson. Coordenação de comunicação: Vanessa Cardoso. Assessoria de imprensa: Factoria Comunicação. Designer: Luciano Angelotti. Assistência, programação e operação de luz: Nicolas Caratori. Coordenação técnica: Helio Schiavon Jr. Operação de luz: Marcel Rodrigues. Operação de som: Hayeska Somerlatte. Captação de imagens e edição: Paula Mercedes. Visagismo: Marcos Padilha. Assistente de produção: Rafaella Blat. Produção executiva: Camila Scheffer. Produção: Dani Angelotti. Realização: Cubo Produções. Patrocínio: Porto Seguro.


Serviço:
"Pós-F" no Teatro Porto
Até 26 de junho - Sextas e sábados às 20h e domingos às 19h.
Ingressos: R$80 plateia / R$60 balcão/frisas.
Classificação: 14 anos.
Duração: 50 minutos.


Teatro Porto
Al. Barão de Piracicaba, 740 – Campos Elíseos – São Paulo.
Telefone (11) 3366.8700
Bilheteria: aberta somente nos dias de espetáculo, duas horas antes da atração. Clientes Cartão Porto Seguro têm 50% de desconto. Clientes Porto Seguro têm 30% de desconto.
Vendas: www.sympla.com.br/teatroportoseguro
Capacidade:
508 lugares.
Formas de pagamento: cartão de crédito e débito (Visa, Mastercard, Elo e Diners).
Acessibilidade: dez lugares para cadeirantes e cinco cadeiras para obesos.
Estacionamento no local: gratuito para clientes do Teatro Porto.

Agradecimentos do espetáculo



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