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terça-feira, 13 de dezembro de 2022

.: Crítica de teatro: em "Gaslight", as mulheres são o próprio perigo

O Resenhando.com assistiu à peça antes de excursionar pelo país - na última apresentação no Teatro Procópio Ferreira, em São Paulo. Agora, o espetáculo conta com nova formação e traz os atores Gustavo Merighi e Maria Joana nos papéis que antes eram interpretados por Leandro Lima e Kéfera Buchmann. Foto: Priscila Prade

Por Helder Moraes Miranda, editor do portal Resenhando. 

Excursionando pelo país, "Gaslight - Uma Relação Tóxica", a última peça teatral dirigida por Jô Soares,  ainda soa moderna nos dias de hoje. Isso não seria um feito impressionante se o espetáculo não fosse escrito pelo dramaturgo britânico Patrick Hamilton em 1938.

As apresentações fizeram sucesso na Broadway e geraram a expressão que correu a boca do povo e hoje é um símbolo do combate à opressão de homens sobre mulheres. O resultado é uma das peças de maior sucesso da história da Broadway e agora, mais de 84 anos depois, vem traçando uma trajetória de sucesso no Brasil com uma pitada de charme a mais, que pode ser explicada por vários motivos.

O primeiro deles é que "Gaslight" representa o último trabalho de Jô Soares no teatro. Além disso, há elementos que lembram o artista o tempo todo, e que soam como homenagens. Ele assinou tradução, a adaptação e a direção do texto, com colaboração de Matinas Suzuki Jr. e Mauricio Guilherme, parceiros de trabalhos anteriores. Mas não é só isso: Jô está representado no espetáculo a partir de um quadro com a figura dele pintada com uma expressão de que observa tudo e todos.

Não se sabe se aquele quadro no meio do cenário estava previsto ou se foi uma homenagem muito adequada. Trazer à tona um assunto que ainda hoje é tão oportuno, mas escanteado em pleno século XXI, também é um mérito da peça. A  expressão "Gaslighting" surgiu na peça e até hoje se refere a uma forma de abuso psicológico em que informações são distorcidas ou omitidas para favorecer o abusador, que também pode inventar algo com a intenção de fazer a vítima duvidar da própria memória, percepção e sanidade mental. 

Há no espetáculo um quinteto incrível de artistas com personagens igualmente marcante, que formam um espetáculo que vai marcar época. Assistimos a última apresentação do espetáculo no Teatro Procóprio Ferreira, em São Paulo, e o que se pode perceber é a alternância de protagonistas em um texto capaz de fazer com que todos os atores tenham um momento para brilhar em cena. 

Érica Montanheiro na pele da ingênua dona de casa Bella é uma força da natureza. Ela alterna força, bravura, desespero e vulnerabilidade em uma personagem que sofre nas mãos de um marido repugnante. A partir de manipulações do marido, a personagem pensa que está ficando louca, e o desespero é matéria-prima para uma artista desse quilate soltar todas as suas feras e arrebatar o público.

Do lado da sanidade, é muito fácil odiar Giovani Tozi na pele de Jack, o marido abusivo que se utiliza das luzes para confundir a esposa. Não fosse o talento dos dois atores, poderia facilmente cair no caricato, e o embate entre os dois, em uma das cenas mais tensas do teatro brasileiro em 2022, é de cair o queixo. 

Leandro Lima, ator recém saído da novela "Pantanal" mostra versatilidade no papel de Ralf (agora interpretado por Gustavo Merighi),  um investigador de polícia que faz a roda da história avançar. É uma alegria ver como a passagem de tempo fez bem para o ator que brilhou em "A Minha Primeira Vez" no Teatro Folha - crítica neste link. Se já era excelente, aprimorou o talento.

Com muita naturalidade, Kéfera Buchmann é a doce surpresa do espetáculo e talvez a mais marcante. Intérprete da jovem e extrovertida Nancy (agora interpretada pela atriz Maria Joana), a nova arrumadeira da casa, ela aproveita cada momento em cena para mastigar, degustar e devolver cada fala aos companheiros de cena em um bate-bola que envolve o público, extasiado com o que vê. No espetáculo, às vezes Kéfera é uma fada encantadora, em outras é uma bruxa que poderia ser queimada pela inquisição. 

É, também, a personagem mais complexa, pois é a metáfora da tentação que transforma mulheres em seres diabólicos - porque pensam, ou simplesmente porque são mulheres e, consequentemente, provocam o que há de melhor e pior nas pessoas, sobretudo nos homens. O público fica exposto ao surgimento de uma grande atriz, com uma atuação extremamente moderna, que resolveu abdicar do engajamento fácil (para ela) e construir uma carreira sólida de artista. Merece muita atenção e todos os aplausos possíveis. 

Por falar em grande artista, Neusa Maria Faro, que interpreta a governanta Elizabeth, é o ponto de doçura da peça. É impossível não saborear o prazer vê-la em cena, ainda mais em um papel nada óbvio - não é uma senhora adorável, mas também não é um diabo - caminha pelo meio termo. Há uma mistura de doçura e ironia fina nesta atriz que, a cada vez que aparece, torna tudo ainda mais especial. 

Nessa releitura feminista, o final é um recado direto aos homens: as mulheres não são as mesmas de 1938. Não se encaixam mais no papel de pessoas indefesas, relegadas ao papel de vítimas, e muito menos esperam um príncipe encantado para salvá-las de um risco iminente em uma torre alta e inacessível. Elas são o próprio perigo. Que assim seja.

Gustavo Merighi interpreta o investigador Ralf, e Maria Joana é a jovem e espirituosa Nancy, papéis que antes eram defendidos por Leandro Lima e Kéfera Buchmann

sábado, 15 de outubro de 2022

.: "Quando Eu For Mãe Quero Amar Desse Jeito": ninguém é anjo no teatro


Por 
Helder Moraes Miranda, editor do Resenhando. 

O amor é sublime, estranho e, em alguns casos, tétrico. Em "Quando Eu For Mãe Quero Amar Desse Jeito", dirigido com acidez, eficiência e sensibilidade por Tadeu Aguiar e em cartaz até dia 29 de outubro no Teatro Raul Cortez, coloca na essência do amor um tempero picante. O conflito começa quando uma septuagenária recebe a notícia de que o filho único vai se casar com uma mulher desconhecida.  

A partir daí, o espetáculo, que traz Vera Fischer, Larissa Maciel e Mouhamed Harfouch no centro de um ringue em que a disputa é a atenção de um homem - porque o amor elas já têm - tira o açúcar do sentimento amoroso para colocá-lo sobre uma ótica apimentada e sem o conservadorismo a que todos estão acostumados a presenciar.

No texto de Eduardo Bakr que é a nata da mais pura ironia fina, Vera Fischer ressurge no teatro para um papel que dá sentido a toda a trajetória de sucesso que construiu antes e que, muitas vezes, foi menosprezada. Ela está brilhante na pele da dona de casa Dulce Carmona, uma mulher que se torna fera para defender os interesses - financeiros - da família.Não há nela um pingo de pieguice ou falso moralismo: ela é o que é, sem formalidades.

Dizer que a veterana está linda no papel é redundância, no entanto é impossível não perceber as trocas de figurino, as subidas e decidas da escadaria cenográfica e as paradas cinematográficas que ela dá ao longo do espetáculo - além das corridinhas em saltos altíssimos e roupas esvoaçantes que desenham a aura da personagem e alimentam o mito de diva que acompanham a história de Vera Fischer ao longo dos anos. Mas ela não é só isso: Vera Fischer é carisma puro e, a exemplo desta peça, merece papéis tão marcantes quanto o de Dulce Carmona nos próximos trabalhos, já que o talento dela é patrimônio nacional.

Do outro lado do embate, está Larissa Maciel interpretando uma rival à altura. Com nome de flor, Gardênia é cínica, dissimulada, manipuladora e extremamente dócil. Não é uma rivalidade feminina gratuita, ambas se odeiam e se aturam, mas, ao mesmo tempo, querem se destruir. Difícil imaginar outra atriz, que não seja do calibre de Larissa Maciel, para dar coerência a uma personagem tão cheia de camadas. Ela brilha neste papel, sobretudo quando mostra a verdadeira faceta da personagem disposta ao tudo ou nada para alcançar os objetivos. Ninguém é anjo em um espetáculo que fala de amor e isso, por si só, é anárquico e libertador.

Entre as duas personagens está Lauro, interpretado por Mouhamed Harfouch muito bem em um papel que é - propositalmente - ofuscado no duelo de egos e finalidades de mulheres tão profundas e caóticas. Ele se destaca fazendo o contraponto e servindo de escada para duas mulheres alcancem o máximo de suas interpretações. É, também, um exercício de generosidade de um artista talentoso que não precisa provar nada a ninguém.  

É certo dizer que ninguém vale nada entre os "amorosos" personagens da peça teatral. Todos defendem algum interesse e têm suas razões que, dentro de um contexto plausível, são fáceis de ser justificadas. "Quando Eu For Mãe Quero Amar Desse Jeito" prova que as mulheres movem o mundo para o bem e para o mal. Nunca o amor foi retratado deste jeito no teatro, o que é sublime, estranho e... tétrico, mas, ao mesmo tempo, memorável. 


Ficha técnica
"Quando Eu For Mãe Quero Amar Desse Jeito"
Texto: Eduardo Bakr
Direção: Tadeu Aguiar
Elenco: Vera Fischer, Larissa Maciel e Mouhamed Harfouch
Cenário: Natália Lana
Figurino: Ney Madeira e Dani Vidal
Desenho de luz: Daniela Sanchez
Trilha sonora original: Liliane Secco
Assistência de direção: Flavia Rinaldi
Produção Executiva: Edgard Jordão
Coordenação de produção: Norma Thiré
Assessoria de imprensa: Morente Forte


Serviço
"Quando Eu For Mãe Quero Amar Desse Jeito"
Teatro Raul Cortez
Rua Dr. Plínio Barreto, 285 Bela Vista, SP
Funcionamento da bilheteria: terça a quinta-feira, das 14h às 19h. Sexta-feira a domingo, das 14h até o início da sessão. Sextas e sábados, às 21h. Domingos às 18h.
Ingressos a R$ 120.
Classificação indicativa: 12 anos.
Duração: 80 minutos
Ingressos à venda na bilheteria do Teatro e no site da Sympla




sábado, 1 de outubro de 2022

.: Química entre Nívea Maria e Arlindo Lopes faz "Ensina-me a Viver" explodir

Com Nívea Maria e Arlindo Lopes, a peça é uma adaptação do filme "Harold e Maude" (1971) e conta a história do improvável encontro - e paixão - entre um jovem solitário, obcecado pela morte, e uma octogenária livre e apaixonada pela vida. Foto: Lúcio Luna

Por Helder Moraes Miranda, editor do Resenhando. 

Ao que tudo indica, o teatro está dando a atrizes veteranas papeis que a televisão vem lhes negando com o passar do tempo. Um exemplo disso é o espetáculo "Ensina-me a Viver", em últimas apresentações no Teatro Porto, que devolve à atriz Nívea Maria - grande nome das novelas na época de ouro da teledramaturgia brasileira - ao patamar de estrela, desta vez nos palcos.

Ela empresta o talento, a dicção inconfundível e o carisma a uma personagem extremamente marcante: Maude, uma jovem de 80 anos apaixonada pela vida - em texto escrito por Colin Higgins, que rendeu o filme "Harold e Maude" em 1971. O desafio é duplo: ela assumiu a personagem que, durante algumas temporadas, pertenceu a Glória Menezes. Em quase duas horas de espetáculo, o público permite se apaixonar por essa persona tão inusitada e livre de convenções - torná-la plausível e palpável deve-se ao talento da artista, que acolhe uma história de amor que poderia ser polêmica mas que ganha a torcida dos espectadores.

A química se dá, também, pelo outro lado da história de amor - Arlindo Lopes interpreta Harold, um senhor de 20 anos que não vê razão para continuar vivo e tenta, de diferentes maneiras, suicidar-se ou chamar atenção da mãe, interpretada por Susana Ribeiro, ótima no papel da mãe que sente dificuldade para ouvir o que o filho quer dizer e, ao mesmo tempo, não é indiferente a ele - um papel extremamente desafiador que caiu como uma luva para esta atriz brilhante. 

O casal de protagonistas, juntos, é tão arrebatador que a diferença de idade entre o casal de protagonistas torna-se o menor dos empecilhos. Elisa Pinheiro que interpretou as três pretendentes de Harold até a apresentação de domingo passado, dia 25 de setembro, e foi substituída pela atriz Fernanda de Freitas para as últimas apresentações, mostrou versatilidade e é responsável por boas risadas. Luciano Bortoluzzi, outro ator que interpreta vários personagens durante o espetáculo, também rende bons momentos em personagens que fazem a história engrenar.

A versão brasileira tem a sensibilidade de João Falcão, que dirige e adapta o espetáculo a partir da tradução de Millôr Fernandes. No limiar entre vida e a morte, "Ensina-me a Viver" é uma experiência inusitada e, surpreendentemente, um espetáculo leve - com uma trilha sonora alto-astral e personagens que ultrapassam períodos difíceis, mas que sempre veem o lado positivo das situações. No fim das contas, os espectadores aprendem um pouquinho sobre a vida e a maneira de conduzir a vida a partir da ótica de personagens tão cativantes. É uma história de amor, daquelas que poderiam pertencer a quaisquer pessoas, com elementos que fogem das convenções sociais. É uma explosão de afeto imperdível, profunda e suave.


Serviço
Local:
 Teatro Porto - Alameda Barão de Piracicaba, 740 - Campos Elíseos | Sextas e sábados às 20h e domingos às 17h | Classificação: 12 anos | Duração: 110 minutos  | Ingressos: R$ 25 a R$ 100 | Até 9 de outubro | Leia + Espetáculo "Ensina-me a Viver" estreia no Teatro Porto dia 19 de agosto


sábado, 17 de setembro de 2022

.: Crítica teatral: "O Pior de Mim" mostra o melhor de Maitê Proença

Pela primeira vez em São Paulo, no Teatro Uol, o monólogo “O Pior de Mim”, tem texto e atuação de Maitê Proença e direção de Rodrigo Portella. Em cena, a atriz parte de histórias pessoais para falar de todas as histórias e dores do passado. Na imagem, a atriz em cena. Foto: Dalton Valério

Por Helder Moraes Miranda, editor do Resenhando. 

Uma atriz que não tem receio de mostrar as imperfeições. Esta é Maitê Proença em "O Pior de Mim", uma peça que mistura autobiografia com mágoa, poesia com realidade, simetria com imperfeições. Em cartaz às sextas-feiras e sábados no Teatro Uol, em São Paulo, a peça teatral se baseia em uma tragédia pessoal vivenciada pela artista. Um crime bárbaro e uma sobrevivente recolhendo os cacos ao longo da vida.

O texto serve como pano de fundo para que a intérprete revele o que é por dentro e isso, retiradas as camadas da pele, é o que sobra de qualquer ser humano. Ao longo de mais de uma hora, que parecem minutos, Maitê se revela sem máscaras em uma espécie de ritual. Não é mais uma atriz que está no palco no alto de sua soberania, nem uma artista inacessível, mas uma mulher disposta a enfrentar a própria vulnerabilidade.

Para esgotar a própria raiva, ela se despe de qualquer vaidade ou filtro. Ao verbalizar o ódio, Maitê Proença consegue conduzir o público a um caminho que fala de afetos, o melhor da atriz e, por sua vez, a parte mais sublime da intérprete. No palco, há alguém que não tem medo, ou vergonha, de acessar o que pode ser visto de feio nela. Enfrenta, revela-se e arrebata o público.

Há um encantamento em torno da figura de Maitê Proença e uma espécie de surpresa ao vê-la tão entregue em um texto tão revelador, escrito por ela mesma, sob a direção sensível de Rodrigo Portella, que a mostra em diversos ângulos e projeções, como um reflexo que desconstrói o mito de Narciso, mas faz refletir sobre a autoimagem. Também existe doçura, e ódio, e gritos que ecoam ao longo de todas as falas, mesmo as aparentemente mais tranquilas. Ali está uma mulher com raiva curando as próprias dores no palco, tendo a generosidade de dividir com o público a própria dor e, também, conduzindo o público a uma catarse coletiva.

"O Pior de Mim" é a face mais corajosa de Maitê Proença. Até mais do que quando ela se expõe nos textos. Verborrágica, intensa, visceral e, sobretudo, um ser de verdade - desconstruído de qualquer afetação. Mulheres assim movem o mundo. Assistir ao espetáculo é, sem dúvida, uma experiência libertadora.

Ficha técnica
Espetáculo:
 "O Pior de Mim"
Texto e Atuação: Maitê Proença
Direção e concepção cênica: Rodrigo Portella
Diretor Assistente: Ritcheli Santana
Ator/Câmera: Renato Krueger
Direção musical: Marcello H.
Produção: Rodrigo Velloni
Produção executiva: Swan Prado
Realização: Velloni Produções
Assessoria de imprensa: JSPontes Comunicação - João Pontes e Stella Stephany


Serviço
Espetáculo:
 "O Pior de Mim"
Estreia: sexta-feira, dia 9 de setembro, às 21h
Teatro Uol - Shopping Pátio Higienópolis - Piso Terraço
Avenida Higienópolis, 618 - São Paulo   
Telefones: (11) 3823-2323 / 3823-2423 / 3823-2737
Horários: sextas-feiras, às 21h, e sábados, às 20h
Ingressos: sexta R$ 90 (setor A) e R$ 60 (setor B); sábado R$ 120 (setor A) e R$ 80 (setor B) / Onde comprar: www.teatrouol.com.br ou na bilheteria do teatro
Gênero: 
confessional
Duração: 60 min /
Capacidade: 300 espectadores /
Classificação indicativa: livre /
Temporada: até 27 de novembro

sexta-feira, 19 de agosto de 2022

.: Crítica: musical "A Família Addams", requintado e sensual, é contagiante


Por: Mary Ellen Farias dos Santos

Em agosto de 2022


O clássico musical "A Família Addams" volta aos palcos paulistanos com uma história original e poderosa o suficiente para enlouquecer os que zelam por seus rebentos a ponto de não se darem conta de que já cresceram. Até mesmo Mortícia (Marisa Orth, de "Sunset Boulevard") e Gomez Addams (Daniel Boaventura, de "Peter Pan - O Musical da Broadway") fazem parte desse grupo de pais. 

Na montagem de 2022, da Time For Fun, a jovem princesinha das Trevas, Wandinha Addams (Pamela Rossini, de "Isso Que é Amor"), está apaixonada por um rapaz de boa família. Contudo, a relação da adolescente com Lucas (Dante Paccola, de "Chaves - Um Tributo Musical") precisa dar um passo importante, o que leva os pais do jovem a um jantar na mansão dos Addams.

Assim, entram em cena Alice Beineke (Kiara Sasso, de "A Noviça Rebelde" e "Um Sonho de Natal") e Mal Beineke (Fred Silveira, de "Forever Young" e "O Fantasma da Ópera"), os pais de Lucas. Contudo, Gomez e Morticia mantém o pacto de não guardarem segredos, mas por amor a filha, o senhor Addams tenta levar o jantar de uma forma que Mortícia não suspeite o real envolvimento da filhinha amada nesse evento familiar. Contudo, Feioso (Raphael Souza, de "Castelo Rá-Tim-Bum, o Musical"), sabendo que perderá a irmãzinha que o tortura, também resolve dar um jeitinho e complica ainda mais a situação.

No palco, o cenário impecável que é modificado por vezes, gira ou até se abre tal qual uma caixa partida ao meio, faz a produção requintada deixar qualquer um boquiaberto com as muitas cenas que fascinam, incluindo números de dança, com direito a tango. Como não se encantar com a introdução feita pelo "mãozinha" que, no caso, é a do maestro - com direito a efeitos luminosos? Ou ainda quando numa "explosão", voam serpentinas da cor das trevas em direção a plateia ou até, antes do intervalo, com a história cheia de provocações lançadas sobre o que pode acontecer na segunda parte da montagem, simplesmente invoca a chuva que cai no palco. 

A montagem que está na quarta edição é riquíssima, pois une grandes nomes do teatro musical para brilhar no palco ao lado dos queridos Marisa Orth e Daniel Boaventura. Nós do Resenhando.com assistimos uma apresentação com Jana Amorim (de "A Escola do Rock - O Musical") substituindo a mamãe Addams e foi perfeita. Belíssima no figurino de encher os olhos, a atriz ainda é capaz de fazer peripécias quando desce a escada da mansão, pela primeira vez, e, até, garante uma cena que a Samara de "O Chamado" não colocaria defeito, durante um passeio noturno. A atriz assume a responsabilidade de alternar a protagonista, entregando muita atuação e uma linda voz para o canto.

Outra voz poderosa e marcante em "A Família Addams" é a de Pamela Rossini que interpreta Wandinha. Dona de solos no musical esbanja talento, o que rapidamente convida o público para acompanhar todo o seu drama -que acaba envolvendo todos os personagens da história. O dueto dela com Daniel Boaventura, o Gomez, é lindo, daqueles que fazem escapar algumas lágrimas. Ali, os dois entregam uma completa cumplicidade de pai e filha. Emoção garantida! 

Há ainda outro personagem que lida diretamente com Wandinha: o irmãozinho Feioso, intepretado por Raphael Souza. Com um vocal jovial e na medida certa, dá vida ao mais novo membro da família e, ainda que que goste de sofrer nas mãos da irmã, o que o leva a fazer coisas erradas, desperta uma vontade de convencê-lo a não ser tão macabro, muito mais com Wandinha. No entanto, ele é um Addams e ser "normal" não é agradável. Assim, o cíume de irmão tempera o espetáculo com revelações bombásticas.

Na mansão dos Addams, estão ainda a sagaz Vovó, intepretada por Liane Maya, o falante e divertido Tio Fester, vivido por Bernardo Berro (de "A Escola do Rock - O Musical") e o mordomo que fala por murmúrios, Tropeço, que por Tiago Kaltenbacher protagoniza uma tremenda surpresa ao final. Como se já não bastassem os moradores da mansão serem incríveis, são acrescidos outros três personagens para a trama: Alice Beineke (Kiara Sasso), Mal Beineke (Fred Silveira) e Lucas Beineke (Dante Paccola). Não há como deixar de mencionar o vocal dos pais do garoto que gera o caos para os Addams. Kiara Sasso, em sua cena revelação durante o jantar brilha demais, além de fazer um dueto perfeito com Fred Silveira. Vozes que arrepiam!

"A Família Addams", na versão 2022, é contagiante e emociona desde o início, quando a mãozinha, ao som da famosa trilha sonora dos Addams, apresenta ao público, com deboche, a essência do lendário cartunista americano Charles Addams. Deixando, assim, o palco ser tomado por personagens ácidos, macabros e bizarros, mas que transbordam muito bom humor, com umas boas pitadas sensuais. O espetáculo fica em cartaz no Teatro Renault, em São Paulo, até o dia 28 de agosto. Imperdível!

* Mary Ellen é editora do portal cultural www.resenhando.com, jornalista, professora e roteirista, além de criadora do www.photonovelas.com.br. Twitter:@maryellenfsm

Elenco principal
Morticia Addams – Marisa Orth
Gomez Addams – Daniel Boaventura
Alice Beineke – Kiara Sasso
Mal Beineke – Fred Silveira
Vovó – Liane Maya
Wandinha – Pamela Rossini
Lucas Beineke – Dante Paccola
Fester – Bernardo Berro
Feioso – Raphael Souza
Feioso – Rodrigo Spinosa
Tropeço – Tiago Kaltenbacher

Ensemble femininoJana Amorim
Anna Preto
Lara Suleiman
Vania Canto

Ensemble masculinoDaniel Cabral
Wagner Lima
Marcelo Ferrari
Felipe Carvalhido

Swing
Swing feminino - Marília Nunes
Swing feminino - Keila Bueno
Swing masculino - Matheus Paiva
Swing masculino - Vicente Oliveira
"A Família Addams"
Apresentado por BrasilprevPatrocínio: Farmacêutica EMS/ Abastece-Aí
Fornecedor oficial: Família Salton
Apoio: Premier Pet
Produção: Time For Fun

Local: 
Teatro Renault - Av. Brigadeiro Luís Antônio, 411 – Bela Vista, São Paulo
Sessões: quintas e sextas, às 21h. Sábados, às 17h e 21h, e Domingos, às 16h e 20h.
Capacidade: 1.570 lugares.
Assentos: o teatro conta com 53 assentos para pessoas com deficiência. São 37 lugares para pessoas com deficiência e 16 para pessoas obesas.
Classificação etária indicativa: livre. Menores de 12 anos: permitida a entrada acompanhados dos pais ou responsáveis legais.
Estacionamento: o teatro não possui estacionamento próprio.
Ingressos: a partir de R$ 25 (meia-entrada)

Sextas, às 21h. Sábados, às 17h e 21h, e domingos, às 16h.
Meia-entrada: obrigatória a apresentação do documento previsto em lei que comprove a condição de beneficiário.
Bilheteria oficial - Sem taxa de conveniênciaTeatro Renault - Segundas-feiras: fechada / Terça a domingo, das 12h às 20h (Av. Brigadeiro Luís Antônio, 411 – Bela Vista)
•     Ingressos a preços populares estarão disponíveis na bilheteria oficial, limitados à disponibilidade da casa.
•     Preços populares: R$ 50 (inteira)/ R$ 25 (meia)
Locais de venda - Com taxa de conveniência
Pela internet: www.ticketsforfun.com.br
Retirada na bilheteria e E-ticket - taxas de conveniência e de entrega.
Formas de Pagamento: dinheiro, cartões de crédito American Express®, Visa, MasterCard, MasterCard débito, Diners e cartões de débito Visa Electron.
Venda a grupos: grupos@t4f.com.br

sábado, 13 de agosto de 2022

.: Crítica: "Evita Open Air" é mais do que um espetáculo, é uma experiência


Por: Mary Ellen Farias dos Santos 

Em agosto de 2022


De fora se nota a gigante estrutura, no Parque Villa-Lobos, em São Paulo, devidamente preparada para oferecer a experiência inesquecível ao público de testemunhar o espetáculo "Evita Open Air", que chega repaginado ao Brasil, pela primeira vez a céu aberto. A montagem da Atelier de Cultura apresenta a história de Eva Peron, protagonizada pela atriz de vocal ímpar, Myra Ruiz, que contracena com talentos conhecidos dos musicais como Cleto Baccic (Perón), Fernando Marianno (Che), Felipe Assis Brasil (Agustín Magaldi) e Verônica Goeldi (Amante).

O cenário suntuoso, ganha mais força com a energia do elenco em cada cena, sendo o espetáculo dividido em dois atos para contar a história da pobre e sonhadora María Eva Duarte. A argentina, que aos 15 anos, ambiciona chegar a província de Buenos Aires e com o amigo da família, o cantor de tangos, Agustín Magaldi, parte para onde sempre quis a ponto de estrear no cinema, tornando-se uma estrela de radionovelas. 

A produção impecável ainda abre espaço para que o estilo musical, tango, esteja presente, seja nas batidas rítmicas ou na dança do elenco sempre devidamente posicionado por todo o palco -e até nas partes altas do cenário. Assim, se faz o jogo de sedução do tango, mas também a luta de Evita para sair de sua cidadezinha até chegar ao estrelato e, finalmente, conquistar o coração de Juan Domingo Perón,  iniciando carreira política, sendo esposa do presidente.

Elegante, a Evita de Myra Ruiz transborda carisma por meio de gestos afetuosos, incluindo momentos de total fofura quando uma menininha interage com ela -criança interpretada por Anna Beatriz Simões, Belle Rodrigues ou Isa Camargo. Na montagem nada está em excesso, tudo tem seu devido espaço e encanta num amplo palco que faz o público olhar para as laterais, o centro e, claro, o cenário.

"Evita Open Air" leva o plateia na arquibancada para acompanhar a linha do tempo do maiores feitos dessa forte mulher, que com somente uma malinha de poucas roupas e um grande sonho, consegue ser reverenciada pelos argentinos e tratada como santa. A evolução de Eva Perón acontece no palco, assim como quase todas as trocas de roupas. Como passar impune quando diante de todos, tal qual um arco-íris sua saia ocupa o centro do palco ou quando troca vários vestidos em cores vibrantes em segundos?

O musical de 110 minutos mais 15 minutos de intervalo, que também é uma aula de história, emociona e arrepia por vezes. Contudo, as lágrimas dificilmente são contidas quando a voz limpa de Myra Ruiz entoa a clássica canção "Não Chore por Mim Argentina" usando um vestido de festa e cheio de brilhos. Tudo ali no palco parece um sonho -e, acredite, ficará na sua lembrança por longo tempo. Imperdível!

Foto: Mary Ellen Farias dos Santos

HOMENAGEM: O palco a céu aberto de gigante estrutura, no Parque Villa-Lobos, em São Paulo, montado pela produtora Atelier de Cultura para o espetáculo "Evita Open Air", foi também cenário para o encontro de talentosos nomes que interpretaram Eva Perón em "Evita" no teatro musical brasileiro ao longo dos anos. Além de Myra Ruiz, a atual intérprete da mulher emblemática da política Argentina, foram homenageadas Claudya (1983), Marina Gabetta (1986), Paula Capovilla (2011) e Bianca Tadini (2011). Coincidindo com a semana em que se completou 70 anos da morte de Eva Perón (1919 - 1952), o quinteto no palco, com a liderança da Eva Perón de "Evita Open Air" no microfone, Myra Ruiz, elas comentaram o impacto de foi o musical "Evita" em suas carreiras de sucesso e receberam flores, no domingo, dia 31 de julho. 


* Mary Ellen é editora do portal cultural www.resenhando.com, jornalista, professora e roteirista, além de criadora do www.photonovelas.com.br. Twitter:@maryellenfsm


Foto: Mary Ellen Farias dos Santos


Serviço
"Evita - O Musical"
Apresentado por Ministério do Turismo e Comgás
Patrocínio master: Porto
Patrocínio: Vivo
Apoio: Prosegur
Hotelaria oficial: Radisson Blu São Paulo
Apoio Institucional: Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente e Governo do Estado de São Paulo
Uma produção: Atelier de Cultura
Realização: Secretaria Especial de Cultura, Ministério do Turismo e Governo Federal.
Até 28 de agosto de 2022
Local: Parque Villa-Lobos - Entrada pelo portão Cândido Portinari
Av. Queiroz Filho, 1365 - Alto de Pinheiros, São Paulo – SP
Observação: a localização da megaestrutura já está disponível nos principais aplicativos de deslocamento como Waze, Google Maps, Uber e 99 digitando “Evita Open Air” na busca.

Sessões: 
Quinta-feira, às 20h. Sexta-feira às 20h. Sábado, às 15h e às 19h30. Domingo, às 15h e às 19h30.
Ingressos: De R$ 50 a R$ 300. À venda pelo bit.ly/ingressosevita.

Bilheterias oficiais (sem taxa de conveniência)
Parque Villa-Lobos (próximo à Roda Gigante)
Av. Queiroz Filho, 1365 - Alto de Pinheiros - São Paulo - SP - 05319-000
Horário de funcionamento: quinta e sexta-feira das 16h às 20h. Sábados e domingos das 12h às 20h. Segundas, terças e quartas-feira, fechado.

Instituto Artium de Cultura
Rua Piauí, 874 - Higienópolis - São Paulo - SP - 01241-000
Horário de funcionamento: quarta a sexta-feira, das 12h às 18h. Sábados e domingos, das 10h às 18h. Segundas-feiras, terças-feiras e feriados, fechado.
Capacidade da estrutura: 1.545 pessoas
Duração: 110 minutos mais 15 minutos de intervalo
Classificação Indicativa: livre
Gênero: Teatro Musical
Estacionamento terceirizado pago no local próximo à entrada do evento.
Entrada próxima à Estação Villa-Lobos - Jaguaré da Linha 9 Esmeralda.
Todas as sessões contam com acessibilidade física e acessibilidade de conteúdo, com intérprete de Libras e serviço de audiodescrição.

Cliente Porto tem 30% de desconto. Desconto não cumulativo a outros descontos, limitado a quatro ingressos por CPF, válido para todas as sessões disponíveis, exceto na Plateia Silver. Consulte o passo a passo para ativação do desconto no site de vendas.

Cliente Vivo Valoriza tem 30% de desconto. Desconto não cumulativo a outros descontos, limitado a quatro ingressos por CPF, válido para todas as sessões disponíveis, exceto na Plateia Silver. Consulte o passo a passo para ativação do desconto no site de vendas.

Desconto Meia-entrada: obrigatória a apresentação do documento previsto em lei que comprove a condição de beneficiário.

Vídeo da homenagem

Trecho de "Não Chore por Mim Argentina"

quinta-feira, 4 de agosto de 2022

.: Crítica: "Assassinato para Dois" é musical hilário surpreendente

Foto do Instagram: instagram.com/assassinatoparadoismusical

Era para ser uma festa surpresa, mas a morte misteriosa do aniversariante gera uma busca pelo assassino, algo no estilo Agatha Christie. Sem o detetive Hercule Poirot, a comédia musical de suspense “Assassinato para Dois” surpreende com o show de atuação de Marcel Octavio ("Annie, o Musical" e "Beatles Num Céu de Diamantes") e Thiago Perticarrari ("Natasha, Pierre e o Grande Cometa de 1812" e "Escola do Rock") no palco do Teatro Raul Cortez, em São Paulo.

O espetáculo de texto ágil, envolvente, com referências da cultura pop e brasileiras, é ritmado de modo sombrio ou cômico, seguindo as notas dadas no piano, tanto por Marcel Octavio quanto por Thiago Perticarrari. Em meio a cada revelação musicada surgem canções que ajudam a chegar no criminoso, tendo ainda a interação de muitos e distintos personagens que Marcel Octavio encena surpreendentemente no palco. Sem troca de figurino ou uso de perucas, é o ator e cantor quem esbanja talento tornando cada personalidade marcante. Como não amar a sobrinha Sthe?


Enquanto o detetive está a caminho da cena do crime, o ainda policial que aspira ser detetive, Marcus, interpretado com muita comicidade por Thiago Perticarrari, chega com o parceiro de trabalho -invisível, mas muito presente na trama- e começa -por conta própria- a investigar o caso policial. Na apuração de como tudo aconteceu, ele lida com a viúva, uma mulher fatal, um médico, um casal de vizinhos, a sobrinha do morto e até crianças serelepes. 

Com tamanha variedade de personalidades, as gargalhadas surgem com muito mais frequência. Até o sumiço de um sorvete entra na acareação dos fatos. Embora o ponta-pé na trama seja um crime, a leveza da montagem se faz pelo texto engraçado e a atuação impecável da dupla que transparece por meio da sintonia perfeita de Octavio e Perticarrari no palco. Outro ponto alto do espetáculo é o cenário com muitos detalhes que contribui com a temática de suspense deixando para a atuação da dupla a dose certa de bom humor.

“Assassinato para Dois”, de Kellen Blair e Joe Kinosian, em montagem brasileira da Morente Forte Produções tem direção de Zé Henrique de Paula ("1984" e "Dogville") e direção musical de Fernanda Maia ("Cabaret dos Bichos"), faz terceira temporada no Teatro Raul Cortez, em São Paulo, aos sábados, às 18h e domingos, às 19h. Descubra que um monte de bananas ou pinã colada podem ser importantes para a solução de um assassinato. Imperdível!

Foto do Instagram: instagram.com/assassinatoparadoismusical

Serviço:
Espetáculo: "Assassinato para Dois"
Teatro Raul Cortez (513 lugares) - 
Rua Dr. Plínio Barreto, 285 - São Paulo
Outras informações: (11) 3254-1631
Bilheteria: terça a quinta das 14h às 20h; sexta, sabado e domingo das 14h até o início do espetáculo.
Aceita todos os cartões de débito e crédito. Não aceita cheque.
Ar-condicionado e acesso para cadeirantes.
Temporada até dia 28 de agosto.Sábados, às 18h. Domingos, às 19h.
Ingressos: R$ 80. Estacionamento no local: R$ 30.
Vendas: https://bileto.sympla.com.br/event/74541/d/145518/s/950420

Ficha Técnica:
Espetáculo: 
"Assassinato para Dois"
Dramaturgia: Kellen Blair e Joe Kinosian
Direção: Zé Henrique de Paula
Direção musical: Fernanda Maia
Versão brasileira: Anna Toledo
Música original: Joe Kinosian
Letras: Kellen Blair
Elenco: Marcel Octavio e Thiago Perticarrari 
Cenário e figurino: Zé Henrique de Paula
Desenho de luz: Fran Barros
Desenho de som: Marcelo Claret
Preparação de atores: Inês Aranha
Assistente de direção: Rodrigo Caetano
Assistente de cenografia: Cesar Costa
Cenotécnico: Pelé
Pintura de arte: Fabin Cenografia
Acervo de objetos de cena: Teatro Núcleo Experimental
Operador de som: Cecília Lüzs
Microfonista: Laura Videira
Operador de luz: Rafael Boese
Contrarregra: Roquildes Junior
Camareira Rhaysa: Silva Chaves
Coordenação de comunicação: Beth Gallo
Assessoria de imprensa: Thaís Peres - Morente Forte Comunicações
Programação visual: Laerte Késsimos
Fotografia: Caio Gallucci
Filmagens e edições para webJady Forte
Coordenação administrativa: Dani Angelotti
Assistência administrativa: Alcení Braz
Administrador da temporada: Leonardo Leal
Produção executiva: Martha Lozano
Produtores Associados: Selma Morente, Célia Forte, Eloisa Canton, Bruno Pedemonti e Juan Iacoponi

Leia +:
.: Você pode ler "Murder for Two", o original de "Assassinato para Dois", neste link.


sábado, 18 de junho de 2022

.: Crítica: em "Pós-F", amor e raiva fazem Fernanda Young ressurgir no teatro


Por 
Helder Moraes Miranda, editor do Resenhando. 

Assistir "Pós-F" no Teatro Porto é uma experiência sensorial e sinestésica. Em quase uma hora de espetáculo há uma espécie de reencontro, muito esperado, para aqueles que amavam a escritora Fernanda Young e os textos dela, que são personificados na figura de Maria Ribeiro, uma atriz que mede um metro e 61 centímetros, mas que no palco se torna gigante - a ponto de eu sair da peça imaginando que ela é uma mulher alta. 

Não se sabe onde começa a Maria Ribeiro e onde termina a Fernanda Young na peça teatral. Na verdade, o espetáculo não é sobre inícios, nem fins, é sobre mistura e liberdade - e tentar captar em que se complementam e se diferenciam as duas é pura bobagem - no palco, elas são uma só.

A fusão começa logo na entrada, quando o público se depara com uma banquinha com livros de Maria Ribeiro e os dois últimos publicados de Fernanda Young - "Pós-F", como não poderia deixar de ser, e "Posso Pedir Perdão, Só Não Posso Deixar de Pecar", livro póstumo e, ironicamente, o primeiro romance dela.

Quando o espetáculo estreou de maneira híbrida, em 12 de setembro de 2020, eu disse que Fernanda Young - que afirmou que na próxima vida gostaria de voltar como um homem - naquele momento estava representada por uma grande mulher. Mas não imaginava que a apresentação presencial pudesse ser tão impactante. 

Há Fernanda, há Maria, há feminino, há masculino, há amor e raiva, uma combinação tão intensa quanto catártica. E há a maneira como Fernanda olhava através dos olhos de Maria, o que é impressionante, e também o modo como Fernanda falava, a partir da voz de Maria em um trabalho de extremo cuidado, empatia, carinho e generosidade da intérprete com a autora. 

Maria Ribeiro, hoje uma das melhores atrizes de sua geração, brilha em um texto que não é dela, mas que poderia ser. Da boca da atriz saem declarações que percorrem do humor mais àcido à pura poesia: a atuação dela comprova que não é possível imaginar outra atriz à frente deste projeto a não ser ela mesma. O que leva o público pensar que não só a obra de Fernanda Young é apaixonante, quanto a interpretação de uma mulher entregue em cada sílaba até a última palavra.

Afinal, o texto, dirigido com tanta sensibilidade por Mika Lins, também faz parte do que pensa, e do que é, Maria Ribeiro - mesmo quando ela discorda abertamente do que escreveu Fernanda Young e, ao mesmo tempo, afirma que a escritora teria mudado de ideia.

Até o próximo dia 26, aos finais de semana, no Teatro Porto, Fernanda Young ressurge entoada nas palavras de uma artista brilhante. E nesse momento, no Brasil de 2022, é possível afirmar que vivemos em um mundo melhor. Pelo menos durante o espetáculo. E é muito provável que - inspirado na ousadia de três mulheres que fazem a diferença por onde passam, Fernanda Young, Maria Ribeiro e Mika Lins - você também saia de lá com esperança no futuro. É o que precisamos e é o que é necessário.

.: Leia também: O livro favorito de Mika Lins.

Serviço:
"Pós-F"
De 29 de abril a 26 de junho - Sextas e sábados às 20h e domingos às 19h.
Ingressos: R$ 80 plateia / R$ 60 balcão/frisas.
Classificação: 14 anos.
Duração: 50 minutos.

Teatro Porto Seguro
Al. Barão de Piracicaba, 740 - Campos Elíseos - São Paulo.
Telefone: (11) 3366-8700

Bilheteria: aberta somente nos dias de espetáculo, duas horas antes da atração. Clientes Cartão Porto Seguro têm 50% de desconto. Clientes Porto Seguro têm 30% de desconto.}
Vendas: www.sympla.com.br/teatroportoseguro
Capacidade: 
508 lugares.
Formas de pagamento: Cartão de crédito e débito (Visa, Mastercard, Elo e Diners).
Acessibilidade: 10 lugares para cadeirantes e 5 cadeiras para obesos.
Estacionamento no local: Estapar R$ 20 (self parking) - Clientes Porto Seguro têm desconto.


sábado, 16 de abril de 2022

.: Crítica: "A Lista", com Lilia Cabral e Giulia Bertolli, mãe e filha no teatro


Por 
Helder Moraes Miranda, editor do Resenhando. 


Depois de dez anos, Lilia Cabral volta ao teatro em São Paulo na estreia nacional da peça "A Lista", ao lado da filha Giulia Bertolli, juntas no palco pela primeira vez. A montagem inédita segue em cartaz nos palcos do Teatro Renaissance com dramaturgia de Gustavo Pinheiro e direção de Guilherme Piva. Foto: Pino Gomes

Algo de mágico acontece nas noites de São Paulo entre o sábado e o domingo. É quando as atrizes Lilia Cabral e Giulia Bertolli sobem ao palco do Teatro Renaissance para apresentar "A Lista", peça teatral escrita por Gustavo Pinheiro, que fica em cartaz até o dia 12 de junho. Sob a direção cheia de sensibilidade de Guilherme Piva, elas emocionam, divertem e falam sobre o agora, em um momento em que a pandemia ainda está entre nós e atingiu tanta gente: a catarse é generalizada.

A partir de dois pontos de vista antagônicos, as personagens Laurita (Lília Cabral) e Amanda (Giulia Bertolli) discutem a relação construída a partir de uma gentileza: a história da jovem prestativa que se oferece para fazer compras por alguns moradores de um condomínio, entre eles uma senhora que, para se protager do coronavirus, não sai de casa há meses.

Amanda erra produtos da lista, Laurita não agradece nunca e sempre reclama. Estabelece-se uma péssima relação até que uma delas resolve cortar o vínculo e, a partir de uma conversa franca, passar a limpo uma relação formada por indiferença, mágoas e mal-entendidos. A magia do palco se faz diante dos olhos de um público maravilhado. Impossível não reconhecer o talento de Lilia Cabral e nem se apaixonar pela atuação de Giulia Bertolli.

Na vida real, são mãe e filha - será que há na genética o talento de artista? Talvez essa pergunta permeasse a apresentação no início do espetáculo. Depois, a dúvida se dissolve. Ter parentesco com um artista consagrado, além de ser uma dádiva, também deve ter o dissabor de ter que provar a todo mundo que se é bom no que faz. No caso de Giulia, se por acaso isso ainda for uma questão, a plateia não percebe. Não há um duelo e nem um embate entre quem é melhor - há um complemento, uma sincronia e uma espécie de linha invisível que amarra as duas e envolve a todos em uma espécie de hipnose.

É notório que o público está ali para ver de perto a grande dama da televisão brasileira. Lilia Cabral, musa das reexibições das novelas no período da pandemia em horário nobre da emisssora líder de audiência no país - foram duas protagonistas e um papel de destaque em sequência: "Fina Estampa" (de Aguinaldo Silva), "A Força do Querer" (de Glória Perez) e "Império" (de Aguinaldo Silva).

No palco, não é novidade a entrega de uma artista tarimbada pela televisão - é o que se espera dela, mas o grande ponto de interrogação era a atuação da filha. Giulia Bertolli é, surpreendentemente, a cereja do bolo de "A Lista" - e talvez a espinha dorsal de tudo o que gira em torno desta produção. Em um embate de falas contundentes entre as personagens - a atriz, que chega a interpretar duas personagens - brilha de uma maneira que nenhuma artista da idade dela, diante de um mito feito Lilia Cabral, conseguiria fazer. Há segurança e integridade em todas as falas ditas por ela, mas também há muita humanidade.

Não há a competição de quem é melhor entre as atrizes porque não há disputa. Há, sim, uma atmosfera de afeto que talvez não fosse possível perceber se não fossem mãe e filha em palco cujo público está rendido. Não existe "A Lista" sem Lília Cabral, muito menos o espetáculo não teria o mesmo impacto sem a presença marcante de Giulia Bertolli. Qualquer substituição possível não teria o mesmo efeito.

"A Lista" é sobre o agora, mas é também sobre a urgência de encarar a própria vida e transformar o que restou dela. É imprescindível assistir e, se por algum motivo você não sair mudado, reveja (a vida e a peça - nas duas situações, pode ter certeza, você sairá no lucro).

Ficha técnica:
Espetáculo: 
"A Lista". Texto: Gustavo PinheiroDireção: Guilherme Piva. Elenco: Lilia Cabral e Giulia Bertolli. Cenários e figurinos: J.C. Serroni. Iluminação: Wagner Antônio. Direção de movimento: Marcia Rubin. Assessoria de imprensa: Adriana Balsanelli e Renato Fernandes. Fotógrafo: Pino Gomes. Programador visual: Gilmar Padrão Jr. Direção de produção: Celso Lemos.


Serviço:
Espetáculo: "A Lista". Temporada: de 12 de março a 12 de junho. Sábados, às 20h30, e domingos, às 18h. Duração: 80 minutos. Gênero: comédia dramática. Classificação etária: 12 anos. Ingressos: R$ 100 (inteira) e R$ 50 (meia). Teatro Renaissance - Alameda Santos, 2233 - Jardim Paulista, São Paulo. Ingressos à venda em: www.olhaoingresso.com.brFuncionamento da bilheteria: de sexta a domingo, de 14h até a hora do espetáculo.



A Lista", com Lilia Cabral e Giuliana Bertolli. Foto: Bob Sousa

sábado, 4 de dezembro de 2021

.: "Charlie e a Fantástica Fábrica de Chocolate": dez motivos para não perder

Foto: instagram charlieomusical

Por: Mary Ellen Farias dos Santos 

Em dezembro de 2021


A chance perfeita para ingressar com Charlie no mundo da imaginação de Willy Wonka pode ser aproveitada até 19 de dezembro, no Teatro Renault, em São Paulo, no espetáculo musical "Charlie e a Fantástica Fábrica de Chocolate", baseado na obra de Roald Dahl, um dos mais importantes escritores do mundo. Nós do Resenhando.com testemunhamos tal encantamento e reunimos aqui dez motivos para você não perder a produção impecável da Atelier de Cultura.


1. O espetáculo "Charlie e a Fantástica Fábrica de Chocolate" começa antes do horário marcado, pois no hall de entrada do Teatro Renault há espaços para fotos com personagens, além de vários bilhetes dourados espalhados para registrar cliques, outros afixados no chão. E para quem ama souvenirs, uma lojinha com itens exclusivos e oficiais do espetáculo está à sua espera.

2. E como a Atelier de Cultura pensa em tudo, enquanto nossos olhos percorrem por todo o hall decorado do Teatro Renault, ainda é possível ingressar no mundo mágico pela mini fábrica de chocolates em que Willy Wonka aguarda os visitantes para tirar fotos e ganhar grandes moedas de chocolate. Huuum!!

3. O elenco de "Charlie e a Fantástica Fábrica de Chocolate" é composto por donos de vozeirões conhecidos em espetáculos musicais como Cleto Baccic (Willy Wonka), Sara Sarres (Senhora Bucket), assim como Rodrigo Miallaret (Vovô Joe), Arízio Magalhães (Jerry) e Lia Canineu (Cherry). Puro deleite para os ouvidos!

4. Assim como as produções anteriores da Atelier de Cultura, em "Charlie e a Fantástica Fábrica de Chocolate" o elenco infantil faz revezamento em cada apresentação, logo para interpretar o pequeno Charlie Bucket, atuam Felipe Costa, Davi Martins e Leonardo Freire (Charlie Bucket), além de Isidoro Gubnitsky, Rodrigo Espinosa e Vinícius Spada (Augustus Gloop), Vânia Canto (Senhora Gloop), Lorena Castro, Nina Medeiros e Lanna Moutinho (Violeta Beauregarde), Guilherme Leal (Senhor Beauregarde), Agyei Augusto, Pedro Sousa e Sam Sabbá (Mike Tevê), Giovana Zotti (Senhora Tevê). 

Foto: João Caldas, instagram charlieomusical

5.  No elenco ensemble estão ainda Aline Serra, Bia Castro, Carla Vazquez, Carol Tanganini, Clarty Galvão, Danilo Martho, Della, Fernanda Biancamano, Guilherme Gonçalves, Ludmillah Anjos, Marco Azevedo, Rafael Pucca, Rodrigo Garcia e Sandro Conte. Sim! É esse grupo afinado que torna cada número musical ainda mais emocionante com combinações de vozes de arrepiar -e, de quebra, fazem seus olhos lacrimejarem. Isso se você não se desmanchar em lágrimas no "encontro" dos pais de Charlie.

6. Não há como deixar de embarcar nesse mundo mágico. Dentro da teatro, em perfeitas acomodações, com o palco para apreciar, uma gigante moldura, apresenta engrenagens girando a todo tempo, um gigante "W" no topo, assim como o tão cobiçado bilhete dourado estampado ao centro. Enquanto o espetáculo acontece, a moldura passa a ser um complemento para diversas cenas. Incrível!

Foto: instagram _felipe.costaa

7. Quando o espetáculo começa, conhecemos a realidade do pequeno Charlie. Menino que vive com a mãe que muito trabalha, a senhora Bucket (Sara Sarres) e os encantadores avós. No dia em que nós do Resenhando.com assistimos, o pequeno Bucket foi interpretado pelo ator e dublador Felipe Costa. Mesmo sendo jovem, ele dá o tom certo para o garoto ingênuo e sonhador que vive uma grande aventura ao lado do vovô Joe (Rodrigo Miallaret)No palco, Felipe Costa está para Charlie assim como Vinicius Spada para Augustos Gloop, Nina Medeiros para Violet Beauregard, Luisa Bresser para Veruca Sal e Sam Sabbá para Mike Tevê. 

8. Os cenários e as transições são de encher os olhos, assim como os figurinos, pois há explosões de cores que fazem os olhos ficarem atentos a tudo o que acontece no palco. Os efeitos especiais surpreendem, pois acontecem diante dos olhos de todos. Seja quando Violet infla tal qual uma goma de mascar ou na cena mágica de Wonka e Charlie flutuando pelo palco num elevador transparente por um cenário estrelado. Detalhe: o elevador flutua novamente para os agradecimentos do elenco. Mágico!


9. Ver os Oompa Loompas no palco é um dos grandes momentos da montagem. Vê-los dançando é ainda mais especial, pois ainda que executem coreografias com os mesmos passos e sejam marionetes, por vezes, cada, parece ter um carisma próprio. Talvez por conta do tamanho das figuras, o fofurômetro chega ao nível máximo, assim, uma mexedinha nas mãos de um ou nos pés de outro, tornam a cena  muito mais encantadora. Não pense que toda a magia é trazida para a encenação com as entradas dos Oompa Loompas, pois além dos cenários majestosos como o rio de chocolate, há ainda os esquilos que selecionam as nozes boas das ruins. Lindo de se ver!


10. Ter a oportunidade de vivenciar algo tão lindo é um presente que só pode acontecer até o dia 19 de dezembro, quando a temporada acaba. Eu aconselho: garanta seu ingresso! Caso ainda não tenha convencido você de que o espetáculo é imperdível, confira essa crônica: Crônica sobre o musical "Charlie e a Fantástica Fábrica de Chocolate"


* Mary Ellen é editora do site cultural www.resenhando.com, jornalista, professora e roteirista, além de criadora do www.photonovelas.blogspot.com. Twitter:@maryellenfsm

Encerramento de "Charlie e a Fantástica Fábrica de Chocolate"


Ficha técnica:
Espetáculo: "Charlie e a Fantástica Fábrica de Chocolate"
 | Baseado no livro de Roald Dahl | Libreto: David Greig | Música: Marc Shaiman | Letras: Scott Wittman e Marc Shaiman | Canções do filme: Leslie Bricusse e Anthony Newley | Direção geral: John Stefaniuk | Direção musical Daniel Rocha | Cenógrafo: Michael Carnahan | Coreógrafo: Floriano Nogueira | Figurino: Ligia Rocha e Marco Pacheco | Designer de luz: Mike Robertson | Designer de som: Gastón Briski | Visagista: Feliciano San Roman | Designer de projeção: Protótipo Filmes e Maze FX | Design de bonecos: Bea Brandauer | Versão brasileira: Mariana Elizabetsky e Victor  | Mületahler | Cenógrafo associado: Amelia Bransky e Craig Napolielo | Designer de luz associado: Tom Mulliner | Designer de som associado: Alejandro Zambrano | Elenco: Cleto Baccic (Willy Wonka), Felipe Costa, Davi Martins e Leonardo Freire (Charlie Bucket), Rodrigo Miallaret (Vovô Joe), Sara Sarres (Senhora Bucket), Isidoro Gubnitsky, Rodrigo Espinosa e Vinícius Spada (Augustus Gloop), Vânia Canto (Senhora Gloop), Lorena Castro, Nina Medeiros e Lanna Moutinho (Violeta Beauregarde), Guilherme Leal (Senhor Beauregarde), Agyei Augusto, Pedro Sousa e Sam Sabbá (Mike Tevê), Giovana Zotti (Senhora Tevê), Arízio Magalhães (Jerry), Lia Canineu (Cherry) | Ensemble: Aline Serra, Bia Castro, Carla Vazquez, Carol Tanganini, Clarty Galvão, Danilo Martho, Della, Fernanda Biancamano, Guilherme Gonçalves, Ludmillah Anjos, Marco Azevedo, Rafael Pucca, Rodrigo Garcia e Sandro Conte | Apresentado por: Ministério do Turismo e BrasilPrev | Patrocínio máster: Comgás e Vivo | Patrocínio: Prosegur, Alelo, UOL, Eurofarma e Cacau Show | Apoio: Ernst Young e Bain & Company | Hotelaria oficial: Radisson Blu São Paulo | Uma produção: Atelier de Cultura | Realização: Instituto Artium de Cultura, Secretaria Especial de Cultura, Ministério do Turismo e Governo Federal.

Serviço
Espetáculo: "Charlie e a Fantástica Fábrica de Chocolate" | Teatro Renault (1.570 lugares) | 
Avenida Brigadeiro Luís Antônio, 411 - Bela Vista | Bilheteria: de terça a sábado das 12h às 18h | Em dias de eventos até o início dos mesmos. Aceita cartões de crédito (Amex, Visa, Credicard e MasterCard), cartões de débito (Visa Electron e Redeshop) ou dinheiro. Ar condicionado. Acessibilidade | Vendas: ticketsforfun.com.br | Sexta-feira às 20h30 | Sábado às 15h30 e 20h30 | Domingo às 14h30 e 19h30 | Ingressos: De R$ 50 a R$ 310 | Duração: 150 minutos (com 20' de intervalo) | Classificação Indicativa: Livre | Gênero: teatro musical | Estreia dia 17 de Setembro de 2021 | Clientes Brasilprev têm 30% de desconto na aquisição de ingressos do musical "Charlie e a Fantástica Fábrica de Chocolate". Desconto não cumulativo, válido para todas as sessões, exceto no setor Balcão Economy.
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