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segunda-feira, 24 de abril de 2023

.: Entrevista: Ricardo Camargo, o Alface que não era planta no "BBB 23"


Corajoso e sem papas na língua, Ricardo Alface é o tipo de jogador que será lembrado como uma "lenda" nas próximas edições do reality show. Foto: Globo/João Cotta


Um jogador solo. Um jogador que se impôs dentro de um grupo. Um jogador empático. Um jogador explosivo. Um jogador bom de provas. Essas e outras alcunhas cabem a Ricardo Camargo, eliminado do "BBB 23", mas nenhuma delas dá conta de definir por completo seu game. O biomédico mirou no prêmio final e decidiu avançar sem medo de adversários – todos poderiam sê-lo, como ele declarou, até mesmo os mais próximos. Não à toa, mudou de quarto quando não se sentiu mais relevante entre os aliados. Mas não aderiu a nenhum outro grupo; dentre os dois lados, preferiu o seu próprio. 

Se deu certo? Ele acredita que sim: “Sempre pensei em não jogar muito em grupo, e em ter meu posicionamento individual por mais que estivesse jogando em grupo. Eu queria mostrar que eu tinha o meu jogo solo, minhas jogadas, minhas combinações de voto do outro lado sem ninguém saber, por debaixo do pano. Acho que isso me fez um jogador importante para o jogo. Foi necessário ter um gato sorrateiro como eu (risos). Talvez por coisas pequenas eu não tenha conseguido ser o campeão dessa edição. Mas também não tem como ser perfeito, ser tudo que o público queria. O público fala: ‘Se você tivesse feito isso...’ Aí da vontade de falar: poxa, mas eu fiz 90% das coisas que vocês queriam, os outros 10 eu não fiz e vocês me deixaram sair? (risos), brinca Ricardo.

Na entrevista a seguir, ele ainda avalia o jogo das Desérticas, que compõem o Top 4 da edição, conta as razões dos embates com Fred e Cezar, arrisca dizer a jogada que pode ter tirado seu pódio no "BBB" e palpita sobre quem deve levar o prêmio da temporada.

Como você avalia sua passagem pelo "Big Brother Brasil 23"?
Ricardo Camargo -
Eu avalio como uma crescente bonita. Acho que eu tive tempo de mostrar o meu coração, coisa que eu fiquei com medo de não conseguir. Quando eu consegui me manter naquele paredão pós-Cristian, que foi um paredão em que possivelmente eu poderia ter saído, acho que foi uma virada de chave. Eu tive um tempo maior para mostrar o verdadeiro eu, Ricardo. Era o coração de um bondoso com o coração de um jogador. E misturava com um pouquinho na mente, passavam mil coisas na minha cabeça, mas consegui lidar bem com minhas emoções, com meus afetos e também separar afeto de jogo. Nesse finalzinho, acho que fiz uma trajetória limpa, bonita, da qual eu me alegro. Sei que vão ter uns pepinos aí pela frente, mas tudo finalizou com chave de ouro no discurso que o Tadeu fez para mim. Querer ser campeão a gente quer, mas sair com honra não tem dinheiro no mundo que pague. Deixei um legado. 


Você afirmou várias vezes que estava no "BBB" para jogar e questionou alguns participantes que, na sua visão, não movimentavam muito o jogo. Qual era sua estratégia para levar o prêmio?
Ricardo Camargo - Eu estava muito observador. Nunca gostei de pessoas que “sabonetavam”. No jogo da discórdia, eu via que as pessoas tomavam muito cuidado, meticulosamente, com as palavras que iam falar. Era muito cuidado, muito carinho e pronto, acabou o um minuto de fala. E eu falava: “Gente, é um jogo da discórdia!”. Não era um jogo para elogiar as pessoas. Eu fazia questão de expor quem fazia isso. Pensava: “Se expor essa pessoa, eu vou estar falando que ela é planta, o Brasil vai estar ouvindo e, possivelmente, o Brasil não gosta de planta. Então, se bater no paredão, vai sair”.


Acredita que conseguiu executar essa estratégia?
Ricardo Camargo - Acho que eu consegui com alguns. Só que tem aquela coisa: tem gente que, por mais que seja planta, o Brasil gosta. A pessoa é planta, mas é carismática; é planta, mas tem um coração incrível. Então acaba passando despercebido. Mas eu também sempre pensei em não jogar muito em grupo, e em ter meu posicionamento individual por mais que estivesse jogando em grupo. Eu queria mostrar que eu tinha o meu jogo solo, minhas jogadas, minhas combinações de voto do outro lado sem ninguém saber, por debaixo do pano. Acho que isso me fez um jogador importante para o jogo. Foi necessário ter um gato sorrateiro como eu (risos). Talvez por coisas pequenas eu não tenha conseguido ser o campeão dessa edição. Mas também não tem como ser perfeito, ser tudo que o público queria. O público fala: “Se você tivesse feito isso...”. Aí da vontade de falar: poxa, mas eu fiz 90% das coisas que vocês queriam, os outros 10 eu não fiz e vocês me deixaram sair? (risos).


Jogar sozinho, como você disse que fazia, foi uma boa escolha?
Ricardo Camargo - 
Foi muito boa escolha! Eu sempre bati na tecla de não ficar em um lugar onde eu não sou valorizado e as pessoas não me enxergam. Ainda mais quando duvidam do meu caráter. Isso não. Então bati no peito, falei que ia sair do quarto e, quando cheguei no outro quarto, avisei: “Vim dormir, não vou jogar em grupo e meu voto é fulano e fulano”. Pronto, ali eu deixo claro que estou jogando sozinho. Só que depois a gente vai criando um afeto, começa a jogar em grupo. Mas eu ficava um pouquinho no Fundo do Mar, um pouquinho no Deserto, dava um voto no (Cezar) Black solitário (risos)... Acho que o jogar sozinho foi muito bom para me deixar mais tempo no jogo.

Para você, o que te tirou da final do "BBB 23"?
Ricardo Camargo - 
Acredito que é aquela coisa dos 10%. Se naquele paredão em que eu indiquei o Fredão (Fred Nicácio) eu tivesse tentado colocar as três desérticas, e eu poderia ter feito isso, acho que eu teria dado o xeque-mate para ser campeão do programa. Porque algo me dizia que, no fundo, no fundo, iam sobrar só as quatro e elas poderiam me tirar. Eu falei isso uma vez no programa, eu não era bobo. Sabia que, no final, por mais que eu tivesse com elas, as quatro poderiam se juntar e me tirar. E eu estava certo.


Você venceu várias provas no "BBB": ganhou duas lideranças e três anjos, além da primeira prova de imunidade. Acha que a boa performance nas dinâmicas te ajudou a ir tão longe na competição ou outro fator foi determinante?
Ricardo Camargo - 
Em metade do programa, todas as provas que eu ganhei de liderança, anjo e imunidade não foram o ponto chave. O ponto chave foi, no final do programa, eu ter conseguido ficar quatro ou cinco paredões imune por causa dos poderes. Os poderes foram mais importantes no final. No início me deram visibilidade, mostraram o guerreiro que eu sou, mas, mesmo assim, eu sei que ainda não era o ponto chave naquele momento; o meu comportamento que seria responsável pela minha permanência no jogo. Mas, no finalzinho, aí sim, a autoimunidade, a liderança, o anjo que ganhei da Sarah Aline, depois liderança de novo.. Tudo isso me manteve no programa, com certeza.


Antes de ir para o paredão que te eliminou, você havia tido apenas um voto durante toda a experiência. A que você atribui este fato? 
Ricardo Camargo - 
Olha, liso para caramba, muito liso (risos)! Eu tinha minhas confusões, minhas brigas, mas é engraçado porque elas não eram contra o grupo oponente, eram sempre contra uma pessoa. E, por mais que fosse com aquela pessoa, o restante do grupo dela gostava de mim, tinha afeto por mim, ou então o alvo era outro! Acho que foi uma mistura de sorte e de eu também saber ter jogo de cintura, fazer outras pessoas gostarem de mim. O Fred falava isso: “Você fica no meio da guerra pedindo bala e a bala não vem em você, não sei o motivo”. Aí depois ele fala que eu tinha um trato com o Gustavo, com a Sarah. Mas, querendo ou não, foi uma mistura de sorte e de timing também. Porque se a briga fosse na hora errada, ia lascar para mim.


Você e Fred começaram muito próximos no game, mas depois tiveram fortes embates na casa, que culminaram na sua saída do quarto Deserto. O que acha que deu errado na relação de vocês dois?
Ricardo Camargo - 
Sinceridade? O relacionamento dele com a Lari. Eu lembro que em um dos primeiros jogos da discórdia, na questão do pódio, eu já vi que ele estava muito próximo da Larissa e aquilo estava distanciando ele de mim. Eu falei: “Pronto, estou perdendo um soldado”. Quando ele fecha um relacionamento com ela, eu confirmei isso. Ele foi se distanciando mais de mim, se aproximando mais da Bruna (Griphao), do Sapato (Antonio “Cara de Sapato” Jr.) e foi me deixando de lado. Isso aconteceu naturalmente. Quando ele se afastou totalmente de mim e começou a desconfiar de mim, aí foi o estopim. Ele falou que eu estava passando informação para a Sarah, coisa que não fiz. Queria muito fazer, mas sabia que se fizesse eu seria um X-9 no programa, e eu não queria ser rotulado assim, como um leva e traz. O momento em que ele se afastou de mim naturalmente, pelo relacionamento, por estar se aproximando de outras pessoas, e depois desconfiou de mim foi o que quebrou total a nossa amizade. E também o jogo dele muito “saboneteiro” (risos).


Alguns participantes criticaram o seu jeito explosivo no confinamento. Antes de entrar, imaginava que essa característica poderia impactar o seu desempenho no "BBB"? 
Ricardo Camargo - 
Minha mãe sempre avisou que esse meu jeito explosivo e reativo de ser poderia me complicar um dia. E eu nem sabia ainda de "BBB". Quando eu entrei no "BBB", era uma fase em que eu estava muito “good vibes”, então não imaginei que isso fosse acontecer. Mas lá dentro do jogo foi tanta pressão, e eu também não tinha voz no quarto, as pessoas debochavam quando eu falava de Big Fone - e no dia que tocou, eu estava lá acampado -, ninguém estava nem aí para mim... Aquilo foi me irritando, me irritando, até o ponto que eu pensei: “Para ser ouvido eu vou ter que gritar? Não é possível”. E eu comecei a acumular coisas, a me desgastar, a falar mais alto. Certamente foi o meu ponto fraco.


Teria feito algo de diferente no convívio?
Ricardo Camargo - 
Eu tenho certeza de que, se eu tivesse uma calmaria, eu teria sido certeiro, preciso. Teria sido um atirador de sniper, não um Rambo que tem que dar 100 tiros para acertar um (risos). Então, acredito que meu lado reativo me atrapalhou, sim. Porém, eu sei que teve momentos em que eu reconheci isso, e o reconhecer engrandece. O seu maior defeito pode ser o seu aliado também, e eu acho que quando eu reconhecia e melhorava, ficava semanas sem brigar, me ajudava muito. Era o autocontrole, que também me ajudou nessa jornada.


Por que optou por mudar de quarto?
Ricardo Camargo - 
Mudei porque desconfiaram de mim, me chamaram de traidor. E, quando eu estava saindo, falaram que eu era uma pessoa ruim, má, que despertava o lado ruim das pessoas. Ninguém tem coragem de bater no peito para falar que tem um lado ruim, mas a culpa é minha por despertar o erro da pessoa? Tem um erro aí nesse negócio. E vi que ali não era lugar para mim. Eu já tinha falado isso para o (Cezar) Black, uma vez: “Se você não é aceito lá e está dormindo lá, você está morto por dentro”. E quando a mesma coisa que acontecia com ele aconteceu comigo no quarto Deserto, pronto. Eu fiz o que eu falei que ele tinha que fazer: peguei minhas coisas e saí. E saí feliz.


Logo no início da temporada, você e a Sarah estabeleceram uma relação de amizade que, do meio para o final, virou um envolvimento amoroso. Qual foi a importância dela para você no "BBB"?
Ricardo Camargo - 
A Sarah foi meu amparo. Ela cuidou de mim. Quando ninguém via meu lado bom do coração, meu lado bom como jogador, ela via. Quando eu estava triste, ela vinha e me jogava para cima. Tinha horas em que eu queria entregar os pontos, e ela falava: “Não vai, não. Calma que vai dar certo”. E ela conseguia conversar comigo com calma, nunca precisou aumentar a voz para falar, então eu conseguia ouvir, entender. Ela foi aquela amiga que todo o ser humano precisa ter. E eu ainda tinha uma admiração incrível por ela. Então eu tinha um amparo, uma conselheira, uma pessoa de quem eu queria ser parecido na forma de falar. Eu estava aprendendo com ela, e a gente não aprende com as pessoas falando com a gente, mas, sim, observando. Eu observei muitos movimentos dela lá, que adquiri alguns para mim durante o jogo, e isso foi essencial durante a minha jornada. E ela foi meu amorzinho lá dentro, né? (risos)

Você também teve um envolvimento com a Paula no início, que, quando saiu, chegou a falar que vocês têm um encontro marcado. Como foi receber a informação de que ela estaria te aguardando aqui fora por meio do Fred Nicácio?
Ricardo Camargo - 
Foi um “boom”. É loucura porque a gente não ficou. Eu acredito que era mais afeto meu do que dela por mim. Eu realmente me apaixonei, foi incrível, uma loucura, só que não foi correspondido. Ela saiu do programa e eu segui minha vida normalmente. Conheci outra pessoa muito especial para mim, muito amiga, muito parceira, muito match. Estou seguindo minha vida maravilhosa e, de repente, vem o Fred e fala: “Se lembra daquela pessoa lá? Disse que é apaixonada por você e está te esperando”. Oi? Me esperando? Deu um choque. Mas eu pensei no que eu estava vivendo - e eu não vivi o lá atrás com ela, só senti, mas não foi recíproco. E esse eu estava vivendo, gostando. Não iria largar o que eu tinha para me aventurar em um momento, sabe? 


Você e o Cezar se desentenderam em jogos da discórdia, você o colocou na xepa com o monstro, mesmo ele sendo líder, depois trocaram votos, e acabaram dormindo no mesmo quarto. Ele era seu principal adversário no game? De que forma ele atrapalhava seu jogo?
Ricardo Camargo - 
Ele me atrapalhava! Olha... Eu gostava dele como pessoa, me divertia muito com ele, mas o jogo dele me dava um ranço. Ele precisava parar de ser cagão, precisava bater de frente com as pessoas mesmo. Mas quando ele batia de frente, ele perdia totalmente a mão, ia em pessoas que eu achava que não tinha que ir. E aquilo me dava um ranço, mas ele não era meu principal rival. Quando eu mudei de quarto, meus principais rivais eram o Fred, a Larissa e a Bruna. E tinha horas que parecia que ele pedia para eu votar nele! Se eu não votasse, eu seria contraditório comigo mesmo. Acho que ele pediu muito para ser o meu rival, só que na verdade eu não queria que ele fosse. Tanto que levei ele para o almoço do anjo. Queria trazer ele para mim. Eu gostava dele porque ele tinha uma visão de jogo muito boa também, só que o povo não dava moral para o que ele falava no quarto Fundo do Mar, ninguém gostava. E eu tinha empatia porque vivi isso no Deserto. Queria trazer ele para mim, falava do meu jogo para ele, ele ia lá e me explanava. Então, ele me atrapalhou muito, muito. E foi um Tom e Jerry ali, um Papaléguas e Coiote (risos). Mas eu gosto muito dele. Foi a minha carne de pescoço, como eu dizia (risos).

O que você leva dessa experiência? 
Ricardo Camargo - Levo o meu desenrolar. Não sabia que eu era tão desenrolado como eu fui, não sabia que seria tão liso. Também não acreditava que poderia ser um comunicador, que conseguiria interagir com uma câmera, como experimentei nas festas. Vi que minha mente é forte. Nunca pensei que minha mente fosse forte e ela foi nos momentos em que eu mais precisei. Os ensinamentos da minha família sempre foram postos em prática, mas parece que no "BBB" vez foi a prova dos nove; eu acho que tudo que meus pais me ensinaram eu consegui mostrar. Consegui entender que existem sentimentos que precisam ser separados: o que é afeto, o que é jogo e o que pode ser na vida; o que tem que ser responsabilidade e o que pode ser diversão... E também aprendi que ganhar não é vencer. 


Como enxerga a configuração do Top 4, composto apenas por integrantes do extinto quarto Deserto? Acha que se tivesse continuado jogando com elas poderia ter sido um finalista?
Ricardo Camargo - 
Não acho, não dava. Porque eu discordo do jogo da Amanda e da Aline (Wirley), e discordo de alguns comportamentos da Bruna; a gente não se bicava. A gente até se gostava, era como na relação de irmãos, mas eu não me dava bem com alguns comportamentos da Bruna. Então, eu ia estar por que junto com as quatro? Não fazia sentido nenhum. Eu fiz o que tinha que ser feito. Acho que, independentemente do que eu fizesse, eu não estaria nesse Top 4. Mas a Larissa é uma grande jogadora, embora tenha saído e voltado. Ela é desenrolada.
 

Quem é ou foi o melhor competidor do "BBB 23", na sua opinião?
Ricardo Camargo - 
A melhor jogadora, sem dúvidas, é a Lari. Não tem o que falar. No início do programa ela era muito assertiva nas coisas, sabia conversar, persuadir as pessoas para entender o jogo dela e do Fred. Isso foi muito importante para ela enquanto jogadora. 
 

Para quem fica sua torcida agora?
Ricardo Camargo - 
Acho que a Amandinha merece ganhar. A Lari só se não tivesse saído do programa. Como ela saiu, acho que já não faz sentido ganhar. Agora, a Amanda teve um jogo de planta, sim – eu falo isso sem problemas e os hates podem vir (risos). Porém, ela veio em uma crescente muito boa, se posicionando cada vez mais, e ouviu o que a Lari veio trazer. Quando ela ouviu e colocou em prática, ela se sobressaiu. Então ela foi assertiva nos posicionamentos, na forma de falar. Saiu de um jogo totalmente oculto para uma possível protagonista das Desérticas. E ela é carismática! É engraçada, minha estranha favorita, como eu gostava de dizer. Acho que ela ganha.

Quais são os planos para o pós-"BBB"? Pretende voltar para a Biomedicina?
Ricardo Camargo - 
Eu quero voltar a estudar. Quero fazer medicina, mas acho que nesse momento não vai dar para conciliar. Quem sabe no próximo ano eu me prepare para fazer um vestibular e entrar em 2025. Não tenho pressa, estou tranquilo quanto a isso. Também quero ver o que o mundo tem para me oferecer, ver se eu tenho alguns dons que estão esquecidos, algo que me desperte a dopamina, hormônio da felicidade. Quem sabe a comunicação, o marketing, quem sabe ser um digital influencer... Eu não sei, mas quero tentar tudo que tiver para encarar, experimentar. Acho que a vida é isso: aproveitar as oportunidades.

domingo, 23 de abril de 2023

.: Entrevista: Barbara Reis, a mocinha de "Terra e Paixão": "Ela é a justiça"


A atriz Barbara Reis comenta sobre o primeiro trabalho como protagonista em "Terra e Paixão", próxima novela das 21h. Foto: Globo/Paulo Belote

Barbara Reis começou a carreira aos 12 anos com peças teatrais. Formada em artes cênicas pela Casa das Artes de Laranjeiras (CAL), estreou nas novelas em 2016, com a personagem Doninha, em "Velho Chico", na primeira fase da trama. De lá para cá, foram diversos papeis até a primeira protagonista, Aline, de "Terra e Paixão", escrita por Walcyr Carrasco

Na trama, ela é uma professora de matemática, casada com Samuel (Ítalo Martins) e mãe de João (Matheus Assis). Após um atentado em sua casa, se vê sozinha com o menino diante das terras deixadas pelo marido. Mulher forte, batalhadora e corajosa, aprenderá a plantar e a lidar com as máquinas e com o mercado de agronegócios.

Tem em Jonatas (Paulo Lessa), primo de Samuel, um amigo fiel nas horas difíceis. Vai se aproximar dos irmãos Caio (Cauã Reymond) e Daniel (Johnny Massaro), filhos do poderoso fazendeiro Antônio (Tony Ramos), com quem precisará brigar para manter suas terras e, com eles, descobrirá sentimentos novos. A atriz fala sobre sua personagem. “Aline é uma mulher simples, mas nobre em seus ideais. Ela é a força através da ação. Aline é uma seta que só vai para frente, não retrocede e não desiste. Ela é a justiça”.

Atualmente, Bárbara pode se vista ainda em "Todas as Flores", que estreou sua segunda fase no Globoplay. Ainda na televisão, fez a Cátia em "Os Dias Eram assim" e uma dobradinha com Gloria Pires em "Éramos Seis", repetindo a parceria em lados opostos, afinal, a personagem amargurada Shirley era antagonista de Lola (Gloria Pires).

Participou do especial "Falas Negras", onde representava a ativista Rosa Parks, trabalho que promoveu o primeiro encontro com a atriz Tatiana Tiburcio, intérprete de Mirtes, a mãe do menino Miguel no especial, e que em "Terra e Paixão" vai interpretar sua mãe Jussara. O último trabalho da atriz na Globo foi nas últimas duas últimas temporadas da premiada série "Sob Pressão", como a enfermeira Livia, produção da Globo e da Conspiração Filmes. Confira a entrevista com a atriz.


Em quem se inspirou para interpretá-la? 
Barbara Reis -
Aline é como eu. Eu e ela estamos em momentos parecidos, excluindo a parte trágica.

Como se preparou?
Barbara Reis - 
A preparação ficou muito para o ao vivo, para o momento que cheguei no Mato Grosso do Sul, para as primeiras cenas. Quando pisei na terra, eu entendi quem era a Aline. Fora isso, foquei em aprender o sotaque, neutralizar o meu e colocar o R sutil da região.


O que ela traz de novo e de mais desafiador para você?
Barbara Reis - 
O contexto rural é a novidade. Ouvi muitos podcasts de tecnologia e inovação sobre o universo. O desafio é contar essa história juntando tudo o que ouvi sobre o assunto e torná-lo natural nessa jornada.


Quais são as principais questões que a Aline vai enfrentar na trama?
Barbara Reis - A constante sede de justiça que ela tem. Transformar o sonho do marido em legado para o seu filho. E o amor puro que ela sente por Daniel, filho do seu algoz.


E como estão sendo as gravações, o convívio com o elenco, o que você destaca que está sendo mais interessante nesse começo do trabalho?
Barbara Reis - Todo trabalho que começa com uma viagem já une toda a equipe. O clima não poderia ser melhor. Estamos empolgados e com amor nos olhos. O mais interessante para mim foi perceber a grandiosidade que é o “mar do soja" e como ela se transforma no decorrer dos dias: verde vender, depois amarela, e depois seca. Um ambiente mutável.


Qual a sua expectativa para este trabalho?
Barbara Reis - 
Como em todo trabalho vivo um dia de cada vez. Mas não posso negar que esse é o de maior relevância até hoje, e que carrego uma enorme expectativa no meu coração. Mas a Aline que vou entregar é uma mulher de verdade, simples, com sua vaidade, reta, sonhadora, e que tem a esperança como a fagulha de continuar a viver. Uma mulher que luta pelo seu, humana, e que vive as suas vontades.
 

Comente sobre a relação de Aline com Caio, Daniel e Jonatas.
Barbara Reis - 
Aline e Caio é aquela relação onde os limites são estabelecidos com muita tensão. Como se fosse um ímã com seu campo magnético, e partes atrativas se repelindo, mas no momento em que as partes atrativas se conectarem, ninguém solta mais. “Eu não quero, mas não consigo”. A relação dos dois habita o campo sexual. Aline e Daniel é o amor escrito nas estrelas. O que aconteceu e não avisou que chegaria. Quando viu, já estava ali. Não passa pelo racional. É o coração quem fala. Construído na sinceridade, na verdade e na honestidade. Pureza. Aline e Jonatas é uma relação que permeia o fraternal, o racional. Aquela relação que você pode contar para tudo, sem esperar nada e está tudo bem. É o aprendizado. A gratidão profunda por quem sempre esteve ao lado, na alegria e na tristeza. Um possível amor, baseado na reconstrução e parceria .


Como foi o convite para atuar na novela?
Barbara Reis - 
Foi através de teste. Quando o produtor de elenco me ligou nem acreditei que seria um teste para a protagonista. Demorou a cair a ficha. Eu me preparei e fui. Senti que naquele dia estava potente, preparada, e sai muito confiante.


Como está sendo trabalhar o texto do Walcyr Carrasco e como tem sido a direção do Luiz Henrique Rios?
Barbara Reis - 
Está sendo incrível! O texto do Walcyr é direto. Não tem rubricas que indicam como devemos falar o texto. O que dá muita liberdade. Eu me sinto livre. O Luiz tem um olhar sensível para todos os atores. E sempre dá ricas indicações, que potencializam a cena em lugares fantásticos. Tem sido uma experiência diária muito enriquecedora, em que me sinto à vontade.

Qual o maior desafio desse trabalho?
Barbara Reis - 
Encarar o volume de cenas diário...estudar 20 cenas para o dia seguinte, filmar, voltar para casa e estudar mais 20 cenas para o dia seguinte, conciliar isso com a rotina, os exercícios físicos, a família...equilibrar esses tópicos é o maior desafio.

Como está sendo essa nova etapa profissional, como protagonista do horário nobre na Globo?
Barbara Reis - 
Eu estou extremamente feliz, segura. Eu me sinto preparada, com meus pés no chão. Cheguei até aqui através de muito trabalho, foco, determinação e esperança também. Mas sigo vivendo um dia após o outro e lembrando sempre de quem sou. É uma realização não só minha como da minha família, da minha mãe, de amigos que me acompanham desde criança fazendo teatro. Estou muito feliz.

 
"Terra e Paixão" é uma novela criada e escrita por Walcyr Carrasco. A obra é escrita com Márcio Haiduck, Vinícius Vianna, Nelson Nadotti e Cleissa Regina. A direção artística é de Luiz Henrique Rios com direção geral de João Paulo Jabur e direção de Tande Bressane, Jeferson De, Joana Clark, Felipe Herzog e Juliana Vicente. A direção de gênero é de José Luiz Villamarim e a produção é de Raphael Cavaco e Mauricio Quaresma.

quinta-feira, 20 de abril de 2023

.: #BBB23: entrevista com Domitila Barros, "Sem errar, seria desumano"


Domitila Barros viveu uma trajetória de coragem no "BBB 23": “Eu consegui, por 93 dias, ser a Domitila que eu fui. Sem errar, seria desumano”, avalia depois de deixar o reality nesta terça-feira, dia 18. A energia “gratiluz” da ex-sister se uniu à sua vibe afrontosa e motivou diversos conflitos que a levaram a sete paredões, à experiência de um Quarto Branco com um grande rival e a vários vetos em provas. Nem por isso deixou de chegar ao Top 6 desta temporada, sendo a última representante do quarto Fundo do Mar a sair da competição. Domitila foi eliminada na berlinda contra Amanda e Larissa ao receber 59,94% dos votos. Além da disposição para o game, a modelo e ativista social mostrou ao público seu lado sensitivo que surpreendeu com premonições certeiras sobre movimentações do jogo. A Miss Alemanha também se destacou, fora da casa, pelo seu lado cantora: o hit das cacheadas em transição foi marcante para os fãs. “Quando eu saí, percebi que é muito importante ser Domitila em todas as suas facetas: a Domitila que erra, a Domitila que dança, a Domitila que canta. Eu queria, mesmo com os meus temas, levar um pouquinho de alegria, de inspiração, e percebi que não tem números para isso, o que é muito bom porque me dá vontade de fazer mais”, declara. 

Na entrevista, a ex-participante dá um palpite sobre o que pode tê-la tirado da final do "BBB 23", avalia seus erros e acertos e conta planos e projetos para o futuro após o reality.

 

Eleja uma palavra que resuma a sua participação no "BBB 23" e justifique. 

DOMITILA BARROS: Sensibilidade. Conversando com mainha hoje, ela me disse que muitas coisas que eu falava lá dentro estavam acontecendo aqui fora. Até para eu aguentar, com as pressões que eu sentia, eu tinha muito essa crença, essa coisa de visualizar, imaginar e criar o meu próprio mundo dentro daquele universo paralelo. Então, acho que a minha sensibilidade foi o meu guia nesta edição.

 

Quais foram os momentos mais especiais para você durante o confinamento? 

DOMITILA BARROS: O primeiro foi quando o Fredão volta: ‘Meu Deus, o Fredão voltou! Vida!’. O segundo foi quando eu ganhei a minha prova do líder, porque eu estava querendo muito vencer e fiquei muito feliz quando eu consegui.

 

Você enfrentou sete paredões. O que mudou para que fosse eliminada neste, na sua opinião?

DOMITILA BARROS: Eu acho que a volta da Larissa com as informações e com a possibilidade de, com essas informações, colocar no paredão as pessoas que o Brasil já queria que saíssem; a gente que estava lá dentro não tinha essa perspectiva. Acho que outra coisa que influenciou foi a estratégia de chegar com a temática dos erros que eu tinha cometido e esperar três ou quatro dias para isso ficar grande o suficiente para depois eu ir para o paredão. Em relação aos temas que eu levei, a minha pergunta era: ‘Favela venceu?’. Infelizmente a favela não venceu. Não só por eu não ter vencido, mas por terem sido temas difíceis de confrontar. Mas eu tenho muito orgulho da minha trajetória, tenho orgulho dos temas que eu defendi e também dos meus erros, porque isso prova que eu sou humana. Creio que são vários fatores que levaram à minha saída, mas quem assistiu viu que eu não chorei naquele momento porque eu não tinha motivo para chorar, só tinha motivo de orgulho e gratidão. Mesmo essas duas semanas tendo me levado a cair nesse paredão e sair, foram as duas semanas em que eu fui mais feliz. Honestamente, é muita gratidão e muito orgulho da minha trajetória ali dentro: foram 93 dias de luta e algumas vitórias que eu vou levar para a vida.

 

Como foi para você lidar com sucessivas perdas de aliados? 

DOMITILA BARROS: A exterminação de um por um do Fundo do Mar também interferiu muito no meu jogo, porque era perda em cima de perda. Quando a Sarinha sai, eu fico muito desacreditada do que é preciso para ganhar esse jogo. Eu pensava que o preciso era se jogar, se posicionar, dar a vida, ganhar prova. E depois de tudo isso, com a saída da Sarah, reflete em mim como não sendo suficiente, não sendo o caminho das pedras, aí eu fico abalada no jogo.

 

Você escolheu jogar com o grupo do quarto Fundo do Mar. Se pudesse, teria escolhido outra maneira de jogar ou outros arranjos de alianças? 

DOMITILA BARROS: Eu permaneceria no grupo do Fundo do Mar. Desde a primeira vez que eu pisei lá, eu senti muito aquele quarto. Eu tinha consciência de que, por vários motivos, erros, problemas e temáticas, só sobrou o Top 6 para a gente chegar. Mas eu escolheria o mesmo grupo, as mesmas pessoas. Uma coisa que eu tenho escutado muito desde que saí é que eu poderia ter me vinculado mais às pessoas do quarto Deserto. Não sei se viram, mas eu tentei, só que não foi possível. Tanto é que, no meu primeiro jogo da discórdia, eu pedi humildemente que me dessem uma chance de isso acontecer. No quarto branco, isso ainda continuava como tema, porque nem meu nome era possível de se memorizar, de tão irrelevante que a minha presença dentro da casa era. Então, no quarto Fundo do Mar eu me sentia pertencente, cuidada, valorizada pelos meus valores, que também têm muita crítica, mas são os valores que eu tinha. E cada um dá o que tem. O Fundo do Mar eu vou levar para a vida.

 

Como você avalia a interferência do Cezar no seu jogo, já que vocês começaram a temporada em dupla, se desconectaram e, mais recentemente, estavam muito próximos? 

DOMITILA BARROS: Tem uma novela da Globo que fala uma frase que Fredão me disse: “A gente nunca se atrasa para o que é nosso”. Isso me lembra muito a minha situação com o Cezar. Quando a gente entrou, foi muito difícil; dormir junto – ele vai mais no banheiro do que eu; somos totalmente diferentes; eu quero me posicionar e ele fala: “Eu não tenho nada a ver com isso”; e eu digo: “Como assim você quer ser meu parceiro, mas não é?” Ao mesmo tempo, em muitos momentos decisivos na trajetória dele e na minha, nós fomos muito importantes um para o outro. Eu identifico como uma trajetória de amizade muito honesta. Eu não sei como vocês são com os melhores amigos de vocês, mas eu critico, brigo, falo as verdades na cara mesmo. Aí fico uma semana sem ter saco de encontrar, mas quando reencontro é como se nada tivesse acontecido. Tenho certeza de que tenho um espaço no coração dele e ele sabe que tem um espaço no meu.

 

No início da temporada, alguns participantes apontaram que você fazia um jogo mais escondido e usaram isso como motivo de voto. Depois, você teve uma mudança em relação a sua postura e começou a expor mais suas opiniões. Esta foi uma decisão sua ou as circunstâncias te levaram a ter outra postura? 

DOMITILA BARROS: Eu acho que foi mais uma reação à realidade que eu vivia no jogo. No começo, no primeiro jogo da discórdia, pedi para me darem a oportunidade de me conhecerem, tentei engatinhar conversas e relacionamentos, mas recebia, do meu ponto de vista, aversão. Eu não queria forçar uma coisa que não existia. Dei uma chance honesta para todo mundo, mas se não rola, se não vinga, está na mão de Deus; faz o teu. Aí começaram a surgir conflitos naturais, não só com o grupo adversário. Eu também fui muito proativa em defender o meu ponto de vista. As situações do jogo e os embates que eu tinha eram orgânicos. No começo eu tentei observar o jogo; todo mundo diz que eu falo muito, mas eu sei que observei muito, tentei conhecer as pessoas, dar uma chance de conversa, de troca. E quando eu percebi que não ia rolar, que tem pessoas que são totalmente diferentes e que vão fazer de tudo para eu sair da casa, eu falei: “Comigo não, meu amor. Você se quiser que aperte, porque eu não vou para canto nenhum, não. Vou ficar aqui”.


 

Você teve discussões com vários participantes e chegou a dizer que saía como vilã dos embates. Quais eram seus maiores adversários no game? 

DOMITILA BARROS: Eu entendi, quando saí e com a volta da Larissa que não só havia uma discussão sobre erros e acertos, mas ali tinha uma coisa meio embaçada, que eu não sei dizer se é adversária ou não. Depois de assistir a alguns vídeos, eu acredito que, em boa parte do jogo, eu e Bruna éramos adversárias; quando eu estava dentro do jogo eu nem tinha a perspectiva desse ponto de vista. Em muitos momentos, eu senti que a maioria da casa queria se ver livre de mim. Eu não via que tinha uma ou duas pessoas em combate comigo; eu sempre via mais como um movimento de grupo de não me querer lá. Aí eu comecei a me questionar por que e percebi que eu era uma pessoa inconveniente e insuportável para eles. Aí eu pensei: “Bem, então estou fazendo tudo certo, porque não vim aqui para agradar; eu vim aqui para ganhar. E para ganhar eu vou ter que ser insuportável. Amigos eu tenho lá fora; se der para fazer um ou dois aqui dentro, lindo. Mas também se não der, graças a Deus, tenho amigos maravilhosos lá fora” E deu para fazer mais de dois amigos lá dentro, viu? (risos)

 

Quais são os amigos feitos no BBB que pretende levar para sua vida? 

DOMITILA BARROS: Mesmo que pareça que eu estou sabonetando, eu quero muito levar todos do Fundo do Mar para a vida. Eu quero muito acreditar que o que acontece no jogo fica no jogo. Tem muitas coisas que ainda tenho que assistir, ver e ler – é uma emoção agora. Ontem, quando eu saí do BBB, vi que todos os participantes do Fundo do Mar fizeram mutirão para eu ficar na casa e isso para mim é uma honra. É uma honra saber que, mesmo com tudo o que acontece no jogo, o Fundo do Mar lutou pela não extinção do quarto, por isso eu realmente quero levar todos para a vida. O Fredão já está em contato com a minha mãe – esse é o nível em que a gente chegou. Do quarto Deserto, também têm muitas pessoas que eu teria muita vontade de continuar em contato, desenvolver uma amizade. Mas eu acho que, se Deus quiser, vou trabalhar tanto agora, que vou ter pouco tempo de me reconectar com todo mundo. Eu vou me limitar hoje a todos os participantes do quarto Fundo do Mar.

 

Seu maior temor no jogo era o quarto branco, mas você o enfrentou e voltou ao game. Teria feito algo diferente enquanto estava lá ou com relação à escolha de Fred para acompanhá-la? 

DOMITILA BARROS: Não. Eu poderia dizer que eu não teria apertado o botão, mas isso não seria Domitila. Quando eu vi aquele botão, eu imaginei uma chance de ver um vídeo da família, ganhar uma imunidade ou de poder jogar o jogo. E eu não iria fugir, eu não iria ver o botão, entrar e falar: “Galera, tem um botão lá. Quem quiser apertar aperte”. Não sou eu. Se eu vi o botão, por algum motivo, como a corajosa que eu sou, eu falei: “Se ele está aqui me esperando, é porque ele é meu”. Então, apertei, sofri com a consequência, perdi o carro. Naquele momento, o meu embate era com o Fred, a pessoa com quem eu estava tendo mais conflitos na casa e com quem estava mais difícil a convivência. Em nenhum momento do jogo, nem no começo, quando eu estava mais apagada, eu fugi dos meus temas, eu enfrentei meus medos e foi isso que aconteceu quando eu escolhi o Fred. Faria tudo de novo.

 

De que forma a volta do Fred Nicácio e da Larissa te impactou? Vimos que você chorou bastante e pressentiu a presença dele e que as informações levadas pela Larissa te deixaram pensativa.  

DOMITILA BARROS: O retorno do Fred foi extremamente necessário para eu continuar no jogo. Ele me deu força, me deu esperança e, só de ele estar lá, mesmo se ele não tivesse falado nada, já teria sido muito importante para o meu jogo. O retorno da Larissa foi mérito dela. Eu fico muito feliz de o Brasil ter feito a escolha por eles dois, porque assim eu posso ter o Fredão comigo, mas não seria verdade se eu falasse que não impactou o meu jogo. Eu não estava mais lembrando nem o nome de parentes, então naquele momento voltam temas que me deixaram três dias de cama, refletindo a minha jornada, não só no ‘Big Brother’, mas na vida. Teve um momento em que eu pensei que todas as mulheres que eu já empoderei iriam ficar desempregadas, porque tem mulheres muito mais fortes do que eu para assumir esse legado do empreendedorismo. Eu cheguei a pensar que tudo o que eu havia criado tinha perdido a validade, porque uma pessoa e uma ou duas falas erradas descredibilizam uma trajetória de 23 anos. Isso me tirou muita força por três dias. Eu não sei se as pessoas têm noção de quanta coragem é necessária para se expor no BBB. E eu consegui, por 93 dias, ser a Domitila que eu fui. Sem errar, seria desumano. Então, diante dessa pressão que já havia no jogo somada a essa pressão de que só eu errei – porque do dia para a noite, Aline vira a cara para mim, Amanda vira a cara para mim e eu sou a única pessoa incoerente – psicologicamente, é muito difícil você não acreditar que aquilo é verdade absoluta, porque é a sua verdade que está sendo jogada para você. Eu errei, me desculpei, passei três dias nesse processo de identificar o erro e me perdoar para poder pedir um perdão honesto, não apenas para poder resolver e ficar livre daquilo. Mas depois disso, as informações que a Larissa traz, que eu questionei muito no jogo, têm um impacto. Antes de a Larissa sair, ela, o Fred e a Bruna colocaram a Sarah no paredão para proteger a Marvvila, aí a Larissa voltou com a informação de que a Marvvila estaria apagada. Então, a Marvvila vai para o paredão e sai; antes foi o Gabriel. Essa informação que ela traz, a qual eu não tive acesso, influencia diretamente o meu jogo: eu perco aliados, eu perco amigos e sou colocada a temas, não só em relação ao erro que eu cometi, mas de jogo, que, no final, já tendo passado por tudo aquilo, ainda ter que lidar hora a hora com essas coisas, me abalam. Se eu falasse que foi lindo, não seria verdade. E não é nada contra a Larissa nem porque ela não mereça voltar, é porque a volta dela com as informações que ela tem influenciam negativamente o meu jogo em vários aspectos. Mas como eu já falei na casa, o Brasil escolheu, a dinâmica é essa, eu que sofro e está tudo bem (risos).

 

Você ganhou a prova do líder já na reta final do programa. Acredita que poderia ter tido uma outra trajetória se esse poder tivesse chegado mais cedo no jogo? 

DOMITILA BARROS: Eu acredito que não. Acho que o poder chegou exatamente quando eu precisava, porque tudo acontece quando tem que acontecer, como diz o Fredão. Graças a Deus, eu consegui chegar muito longe no jogo sem ganhar provas, mesmo sem ter o privilégio de ganhar imunidades e tendo inúmeros vetos. É importante lembrar que eu tive vários vetos. A gente não pode dizer que eu tive as mesmas chances de ganhar provas que os outros participantes se eu fui muito mais vetada, fiz muito menos provas. Passei um tempo com o pé torcido, que me tirou de algumas provas, e de outras eu fui vetada. Na verdade, eu fiz menos provas do que as pessoas que estão na casa hoje e, mesmo assim, consegui chegar tão longe, porque os meus relacionamentos, as minhas estratégias, a minha forma de jogar e a minha relação com o Brasil me permitiram chegar tão longe. Eu não cheguei até aqui por causa de anjo ou por causa de uma semana. Mas, no final, provavelmente quando o jogo já estava virado mesmo, foi muito importante eu ganhar o líder para sair com o sentimento de que não só dei o meu máximo, mas também venci. Eu queria muito ser feliz no ‘Big Brother’, queria muito ter o sentimento de vencer. E ter tido esse sentimento na penúltima semana foi muito gratificante. 

 

Você fez algumas “previsões” acertadas no BBB, gerou memes aqui fora como “sensitiva” e impressionou com seu sonho com um cômodo com camas que lembrava a casa do reencontro. Sempre teve esse lado sensitivo? Ele te ajudou ou te preocupou durante o jogo? 

DOMITILA BARROS: Eu sempre tive esse lado sensitivo. Quando mais estressada eu estou, menos ele pode aparecer. Mas isso me ajudou muito no programa, porque quando você está no BBB, é como se você estivesse numa realidade paralela. É muito louco: a grama não é grama; as câmeras parecem ET’s; Ivete Sangalo chega; você come no garfo que Cauã Reymond comeu; você vai no banheiro e tem uma câmera... A oportunidade de ter constantemente a minha fé e a minha sensibilidade me ajudou muito no jogo e a me permitir também. Houve momentos em que eu me via doida, mas eu falava: “Calma, eu sou sensitiva, estou num universo paralelo, depois eu volto e vai dar tudo certo”. Me ajudava muito essa perspectiva de que iria dar tudo certo.

 

Sua música, lançada em 2021, bateu a marca de 1 milhão de visualizações na web durante o BBB 23. O que achou da repercussão? Pretende lançar outras?  

DOMITILA BARROS: Eu achei o máximo! Eu nem tinha falado sobre essa música porque foi uma coisa muito pessoal, não foi nada extravagante, foi feito a mão mesmo. Eu fiquei muito feliz porque ouvi dizer e li muitas mensagens hoje de meninas e mulheres que se identificaram, que a decoraram rapidinho porque fala tanta coisa em tão poucas palavras. Parece que essa música também criou um universo paralelo, porque tem uma vibe bem diferente, que eu não sei explicar ainda. Um dos meus sonhos no ‘Big Brother’ era inspirar as pessoas. Eu tenho uma tatuagem no meu braço que fala sobre autocuidado, porque nem sempre eu me amo. Quando eu erro, eu não me amo, mas tenho que cuidar de mim mesmo assim. Então, saber que essa música pôde chegar a tantas pessoas que se identificaram é um pouquinho de mim que eu pude dividir no ‘Big Brother’ também. Isso me deixa muito feliz. Eu quero muito fazer mais músicas e ser muito feliz aqui fora também. Eu vi ontem que a Juliette é minha melhor amiga agora; de uma postagem para melhor amiga, porque eu sou dessas (risos). Já aproveitei o enredo para falar: “Juliette, por favor, me dá três minutos no teu show para cantar ‘As Cacheadas’”. Vocês sabem também que MC Poze do Rodo é meu melhor amigo também? Vamos fazer muitos remixes também, viu, Poze? Vamo simbora! 

 

Você foi Miss Alemanha em 2022. Pretende voltar ao país ou permanecer no Brasil? Quais são seus demais planos para o pós-BBB? 

DOMITILA BARROS: Eu quero cantar, quero fazer muita coisa, quero conhecer as pessoas. Mesmo eu não tendo ganhado o BBB, eu fui entendendo nessa madrugada que tem muito amor aqui fora, tem muita gente que nem me conhece, mas se dedicou tanto. Tem gente que estava me ajudando até nas redes sociais, voluntariamente, porque se identificaram e queriam que essa história fosse contada. Então, quero muito conhecer essas pessoas e estar o mais próxima delas possível. Quero muito continuar no Brasil e realizar muitos sonhos aqui, mas hoje de manhã eu já recebi um convite para um projeto no Canadá, outro para um projeto na Austrália... está uma loucura! Eu recebi muitas mensagens de pessoas de vários lugares. A gente que é brasileiro está em todo canto e eu sempre tive a história de ser mochileira, ficar para lá e para cá... Eu fiquei besta, porque não sabia que lá fora o programa estava tendo tanto impacto. Mas o desejo do meu coração é estar perto da família, aqui no Brasil, é poder ter uma chance aqui também. O Big Boss me deu a primeira e estou aberta para as próximas que virão. O coração quer estar aqui, se possível até no Rio de Janeiro, que eu nem conheço direito. Acredita que eu não conheço nem o Cristo Redentor?

 

Que mudanças a Domitila pós-BBB leva consigo? 

DOMITILA BARROS: Quando eu saí, percebi que é muito importante ser Domitila em todas as suas facetas: A Domitila que erra, a Domitila que dança, a Domitila que canta. Por exemplo, tem gente do meu convívio que não sabia dessa música, é muito louco. Mas, hoje, o que eu levo é que sonhar é preciso. Eu queria muito ganhar o BBB, tanto é que muita coisa que aconteceu foi em função desse desejo de vencer o programa. E eu estou sentindo muito que eu alcancei as pessoas que era para ter alcançado, cumpri a missão que era para ser cumprida. E, como no ‘Big Brother’, a gente nunca sabe se vai sair no outro dia, a gente tem que valorizar um dia de cada vez, uma pessoa de cada vez. Quando a gente vê os números – mais de 100 milhões de votos – é absurdo, é mais da metade da população do Brasil. Então, é reavaliar esse impacto que é possível se ter, sim, na vida das pessoas. Eu queria, mesmo com os meus temas, levar um pouquinho de alegria, de inspiração, e percebi que não tem números para isso, o que é muito bom porque me dá vontade de fazer mais.

 

Para quem é a sua torcida pelo primeiro lugar? 

DOMITILA BARROS: Para o Facinho. Eu quero muito que o Alface vença esse BBB. Todo mundo merece, e não é porque eu saí que vou desonrar a trajetória e o valor de estar lá dentro. Eu acho que o Brasil tem o discernimento e fez as escolhas que, para ele, são certas. Mas, ainda tem um nordestino lá dentro, um danado, aquele que fica nas provas de resistência até desmaiar, e a minha torcida hoje é por ele. 

 

E no gshow tem mais Domitila Barros. A eliminada estará no "Mesacast BBB" desta semana junto com Sarah Aline e próximo eliminado do "BBB 23". Patrícia Ramos e Jeska Grecco conduzem o papo para saber como foram seus primeiros momentos fora do jogo. A transmissão acontece nesta sexta, às 12h, ao vivo no gshow e no Globoplay. E a versão on demand desse episódio do "BBB Tá On" vai ficar disponível no gshow e nas plataformas de áudio para o público rever e ouvir quando quiser.

O "BBB 23" tem apresentação de Tadeu Schmidt, produção de Mariana Mónaco, direção artística de Rodrigo Dourado e direção de gênero de Boninho. O programa vai ao ar de segunda a sábado, após "Travessia", e domingos, após o "Fantástico".

Além da exibição diária na TV Globo, o "BBB 23" pode ser visto 24 horas por dia no Globoplay, que conta com 11 câmeras ao vivo, um mosaico com sinais simultâneos, dispõe do programa na íntegra, edições do "Click BBB" e o "Bate-papo BBB". Todos os dias, após a transmissão na TV Globo, o Multishow exibe uma hora de conteúdo ao vivo da casa, flashes ao longo do dia e o "BBB – A Eliminação", exibido às quartas, às 20h. No gshow, além de votar e decidir quem sai do jogo, o público pode acompanhar conteúdos exclusivos, como o "Bate-Papo BBB", a "Live do Líder" e resumos do que de melhor acontece na casa.

terça-feira, 18 de abril de 2023

.: Entrevista com Sarah Aline Rodrigues: "Quero experimentar a minha novidade"


"Eu sempre tive o sonho de ampliar diálogos e fazer com que as pessoas tenham mais voz", afirma Sarah Aline Rodrigues, uma das vozes mais lúcidas do "BBB 23". Foto: Globo/João Cotta


Sarah Aline Rodrigues tinha no "Big Brother Brasil" muitos sonhos. Entrou disposta a se dedicar 100% ao game, mas não a renunciar a seus princípios. Foi a campeã de provas da edição, manteve-se fiel aos seus aliados durante sua permanência no reality, não teve pressa em firmar seus posicionamentos e não fugiu do embate quando os conflitos apareceram. Foi inclusive em um deles que proferiu a frase que chegou como a peça que faltava ao quebra-cabeças do que poderia dar errado em um game feito por únicos dois grupos opostos: “Afetos ditam prioridade”.

Sarah ainda dançou, beijou, comemorou e fez tudo que gostaria no programa antes de ser eliminada pelo público, na noite do último domingo, 16 de abril. “Eu consegui viver tudo que o ‘Big Brother Brasil’ tem para oferecer”, afirma. A razão do que pode ter faltado para ir mais longe ela especula, mas ainda não está certa de que faria diferente se pudesse voltar atrás. “Eu não me arrependo de não ter exposto mais os meus posicionamentos porque eles sempre existiram. Foi no tempo que tinha que ser. Eu não gosto de me antecipar nas coisas que eu tenho que falar. Mas, como eu percebi que isso talvez fosse algo que o jogo exigia, eu poderia ter feito um pouco antes, óbvio, entendendo a necessidade”, pondera.

Na entrevista a seguir, a eliminada também reflete sobre as alianças que fez no "BBB 23", o retorno de dois eliminados à disputa com o jogo já avançado e os rumos do relacionamento com Ricardo Camargo (Alface), além de revelar quem tem sua torcida na grande final da temporada.


Você ganhou líder três vezes, anjo, arrematou poder curinga, atendeu Big Fone, beijou... Faltou viver algo no "BBB"?
Sarah Aline -
Só faltou viver o monstro, estão dizendo por aí (risos)... Mas eu estou feliz que eu não ganhei o monstro. Eu consegui viver tudo que o "Big Brother Brasil" tem para oferecer, ganhei todos os tipos de prova, então me sinto agraciada. Estou muito feliz.

Você foi uma das participantes que conquistou mais poderes nesta edição. Imaginava que ganharia tantas provas no reality? Acredita que essas vitórias te ajudaram a ir mais longe na disputa?
Sarah Aline - 
Não esperava, fiquei chocada. Eu sabia que eu ia me jogar, me entregar e que eu queria muito, mas eu fiquei: “Meu Deus, realmente posso ganhar muitas provas”. Isso me ajudou muito no jogo, com certeza, porque nessas ocasiões eu pude expor mais o que eu estava pensando para o público. Eu amei! Não esperava esse desempenho, que foi 10 de 10, e fiquei feliz.


Você afirmou que este era o paredão mais difícil que enfrentou. Por que acha que foi eliminada nesta berlinda contra Aline Wirley e Bruna Griphao? 
Sarah Aline - 
Na visão de dentro da casa, a gente não sabia de fato quem seria eliminada; era uma incógnita. A gente tinha jogos muito parecidos e, ao mesmo tempo, muito diferentes. Isso nos deixava na dúvida de como as pessoas estavam vendo nossa performance. A Bruna Griphao, por exemplo, era uma pessoa que destoava um pouco mais de mim porque sempre foi muito reativa, diferente de mim, da Aline Wirley e da Amanda. Então, eu estava na dúvida e pensei que seria um paredão difícil não porque eu achava que eram mulheres que estavam muito fortes aqui fora e eu não, ou vice-versa, mas porque era um silêncio. Eu já estava chocada por não ter saído no paredão com o Fredão (Fred Nicácio) e a Bruna, então virou um silêncio. Imaginei, ainda lá dentro, que a minha saída fosse porque a torcida das meninas (Aline, Amanda, Bruna e Larissa) estava muito forte como um grupo, como parceiras, e isso sobrou para mim. Vendo de fora, entendi que foi realmente isso, um espelho da relação delas, mas que também tem sido uma construção a partir de outras pessoas que foram se mostrando, ganhando apoio do público, e assim vai. Não acho que a minha visão estava tão distante do que foi na realidade. Foi realmente torcida que me tirou dali. Mas, fiquei feliz que a minha porcentagem foi, obviamente, maior que a da segunda mais votada, mas não tão distante.

 
O que faltou para ser uma finalista?
Sarah Aline - 
Não ter ido para esse paredão já me ajudaria muito. Porque, nesta altura do jogo, ou a gente ganhava prova ou ia para o paredão. Sinto que ter me livrado desse paredão me ajudaria a chegar, sim, à final. E, estendendo um pouco mais para a trajetória como um todo, eu não me arrependo de não ter exposto mais os meus posicionamentos porque eles sempre existiram. Foi no tempo que tinha que ser, como na confusão com o Fredinho (Fred Desimpedidos). Eu não gosto de me antecipar nas coisas que eu tenho que falar. Mas como eu percebi que isso talvez fosse algo que o jogo exigia, eu poderia ter feito um pouco antes, óbvio, entendendo a necessidade. Eu não iria conseguir comprar briga e falar coisas que eu não entendesse a necessidade.

 
Já na reta final, você perdeu os seus maiores aliados: Gabriel Santana e Marvvila. Como foi lidar com a saída dos dois? O que eles representavam para você no confinamento?
Sarah Aline - 
Foi muito difícil para mim perder os dois, ainda mais em sequência e vendo que eles saíram em um momento em que eles também não estavam tão bem com o jogo. Ficamos muito magoados com as informações que vieram de fora. Não por serem informações que invadiram cada um deles, mas porque foi muito difícil esse retorno naquele momento do jogo, depois de tudo que vivemos na casa, das eliminações; mexeu muito com cada deles. Então, vê-los nos paredões, mexeu muito comigo também. A despedida foi tenebrosa. Eu já tinha me despedido de pessoas queridas antes, mas a deles foi muito intensa para mim. Eram pessoas que tinham um espaço único no meu coração para além do jogo. Eu soube lidar porque eu queria muito ficar lá, queria muito ganhar, mas não foi tão simples quanto eu imaginei que seria. 

Você teve um relacionamento afetivo com o Ricardo do meio para o final da temporada, mas a princípio combinaram de não jogar juntos. Qual foi a importância do Ricardo para você no "BBB"? Existe a possibilidade de continuarem juntos após o programa?
Sarah Aline - 
A pergunta de milhões (risos)! Eu e o Facinho (Ricardo Camargo) conseguimos entender muito esse lugar de que a gente não concordava no jogo. Eu não concordava com alguns posicionamentos que ele tinha e ele com alguns que eu tinha; não foi uma novidade para mim. No final isso estava mudando um pouco porque eu estava considerando mais as coisas que ele falava sobre o jogo e ele as minhas, que era algo que a gente não tinha no início. O afeto dita prioridades, né? Eu mesma disse isso e é muito verdade. Eu admiro muito o Ricardo como pessoa, então não demorou muito para, quando o jogo dele começou a bater com o meu, eu admirá-lo também no game. E sobre a gente aqui fora, fica aí, né? Não sei. Lá dentro a gente conversava sobre isso nas entrelinhas, mas a gente achava que a nossa vida seria muito diferente aqui fora. Pode ser - e já tem sido para mim, eu estou vendo - muito diferente. A gente se respeita muito e sabia que isso aqui era a nossa novidade, estar aqui fora é a nossa novidade. Então eu quero experimentar a minha novidade sendo Sarah e ele também como Ricardo. Por enquanto, a gente não tem nenhuma obrigatoriedade a não ser o respeito um com o outro, sabe? Eu estou amando ver nossos vídeos, acho fofo. Na hora eu sabia que nosso toque e nosso cuidado um com o outro eram muito amorosos, mas ver isso é diferente. Então, estou mexida, mas em um lugar de que a gente já tinha se respeitado, então não estou antecipando nenhum sentimento, não. Deixa ele ganhar esse negócio e, depois que ele sair, viver o rolê aqui fora. E se o nosso afeto se encontrar de novo a gente vai entender que faz sentido.


Seu lado analítico e seus conselhos foram elogiados na casa. A fala “afetos ditam prioridades” foi marcante dentro e fora do programa. A partir da sua experiência pessoal, acha que é possível separar jogo de relação afetiva no "BBB"? 
Sarah Aline - 
Dá, mas você precisa ser muito corajoso porque é muito difícil. No jogo que o "BBB 23" teve, que foi esse dividido por quartos, era fácil eu falar para as pessoas com quem eu tinha afeto no outro grupo: “Eu gosto muito de vocês, de brincar, da resenha, de estar aqui, mas a gente não joga junto”. E esse “a gente não joga junto”, se fosse verdade 100% que a gente não queria se proteger mutuamente pelo carinho, faria sentido. E é por isso que eu falei que exige muita coragem, porque a gente vê que os afetos se confundem, sim. E chega uma hora que você fala: “Eu gosto tanto da Sarinha, gosto tanto do Facinho, que eu quero proteger, mas eu não posso fazer isso porque tem outras pessoas que dependem de mim no jogo”. Porque a gente depende das pessoas, sim, no jogo, e é por isso que tem que ser corajoso. Até dá, mas tem que bancar. Vai ter que lidar com seu afeto, ele vai precisar entender, e pode ser que não entenda. Então eu, Sarah, continuo mantendo que afetos ditam prioridades. Talvez, se eu já tivesse vivido isso tudo e voltasse para o "BBB", eu teria mudado um pouco e priorizado alguns afetos que não priorizei por medo de perder algo do jogo.

O que sentiu quando o Fred Nicácio e a Larissa retornaram à disputa?  
Sarah Aline - Foi muito difícil. O Fred (Nicácio) e a Lari são pessoas muito especiais para mim. A Larissa foi especial na amizade que construímos lá. Como jogo, nunca jogamos juntas e meus principais primeiros desentendimentos foram com ela e com o Fredinho (Fred Desimpedidos), então isso conflitou muito. Já o Fred Nicácio é o amigo que eu quero levar para a minha vida. A volta dele foi para todos, foi para ele, mas eu senti que foi muito para mim também porque eu precisava dele, do abraço dele, precisava sentir as palavras que ele tinha para falar para mim. Sabia que ele tinha visto o mundo aqui fora e estava tudo bem. Por esse lado, foi muito bom. Mas, pensando no jogo, eles chegaram com a gente já há 80 dias lá, sabendo que eles saíram, viram a família, amigos, etc. E depois o Gabriel Santana ainda foi eliminado, e isso me deu um nó. Mas o que é justo e o que é injusto quando se trata de uma dinâmica? Talvez seria justo se fosse comigo ou com alguém muito próximo a mim, como por exemplo o Fredão, e poderia ser injusto no outro lado, como sendo a Larissa. Foi quando eu concluí: “Tá, voltaram como participantes e a gente está aqui competindo o jogo. O Fred Nicácio é meu amigo de game e vambora”.


Por diversas semanas, você votou junto com os integrantes do quarto Fundo do Mar e verbalizou que estava votando em grupo por uma questão de sobrevivência. Se pudesse voltar atrás, teria adotado outra estratégia ou manteria a decisão? 
Sarah Aline - Ótima pergunta porque hoje eu sou apaixonada pela maioria das pessoas do Fundo do Mar. No começo a gente não tinha escolhido estar ali, então por isso eu dizia que era por sobrevivência. A gente viu que foi uma reação natural ao jogo, para a gente se defender, mas agora eu fico muito feliz de ter conhecido aquelas pessoas nessa circunstância. Eu talvez faria de diferente trazer mais para perto desde o início pessoas como o Ricardo e a Aline. E talvez até mesmo a minha relação com Bruna, Larissa e Fred, sem essa dinâmica de grupo, tivesse sido superlegal no jogo, não só na resenha. Então, falar que eu faria 100% diferente eu não consigo, porque eu não sei, já que foi muito bom o resultado para mim. Mas eu sei que teria valor também.
 

Aline Wirley e Bruna Griphao não eram do seu grupo. Com a Aline você teve uma forte conexão e com a Bruna alguns embates recentes. A Aline seria uma boa aliada? E a Bruna, você diria que ela foi sua maior rival no "BBB"? 
Sarah Aline - Eu e a Aline tínhamos uma conexão muito grande, de verdade. A gente se depositava muito carinho, muito amor, às vezes só no olhar. Então, no meu jogo, se fosse totalmente recíproco, eu amaria ter a Aline como aliada. Seria ótimo, talvez a gente conseguisse se expressar melhor juntas. Com a Bruna comecei sendo colega de resenha, de “After dos Crias”, mas ela sempre deixou muito claro quem eram as prioridades dela do jogo e eu sabia que eu não era uma delas. Então, quando os laços foram se estreitando e a gente não tinha mais muitas opções dentro da casa, eu comecei a entender que era o momento de eu trazer os meus posicionamentos sobre o jogo dela, que ela também trouxe sobre mim e que não tinham aparecido antes. Quando eu comecei a trazer pontos sobre o jogo e não sobre a Bruna em si, foram posicionamentos que o jogo exigiu. Não a vejo como uma super rival, acho que essa foi só a reação aqui fora. Tanto que quando eu saí ela falou coisas muito bonitas para mim, que são recíprocas. 
 

Quais foram os amigos feitos no "BBB" que pretende trazer para fora do jogo? 
Sarah Aline - Marvvila e Gabriel Santana com certeza, quero muito. Domitila Barros, Cezar, Fred Nicácio, Ricardo... A lista está sendo grande, mas acho que essas são as pessoas com quem, principalmente no final, eu estava muito conectada, em sintonia no coração. A Aline também é uma amizade que eu quero para a vida. Essa é a minha galera, mas não que os demais também não possam ser meus amigos. É só porque bate no coração mesmo (risos).

Quais são os melhores momentos que leva dessa experiência?
Sarah Aline - 
As provas que eu ganhei foram o auge para mim, fiquei muito feliz e surpresa de ter ganhado. Sou, por enquanto, a pessoa que mais ganhou provas na edição, então isso com certeza foi muito legal. Além disso, os momentos com as minhas relações, em que eu fui fiel a elas, preservei, quis cuidar, ouvir e ser cuidada e ouvida também. Os meus posicionamentos no conflito com o Fred também foram bons momentos meus na casa.


Quem você acha que tem chances de vencer esta edição? E para quem fica sua torcida? 
Sarah Aline - 
Aqui fora, vi que tem uma grande mobilização de fãs e pessoas que estão admirando bastante Amanda, Bruna, Larissa e Aline. Mas eu queria que os meus vitoriosos estivessem entre Domitila Barros e Ricardo (Camargo). Eu não consigo fazer uma separação, independentemente de qual dos dois ganhar eu vou ficar muito feliz. A Domi tem um lugar no meu coração surreal. Eu não consigo nem a definir em palavras, ela é realmente uma pessoa incrível. Eu nunca vi alguém conseguir viver intensamente tanta coisa quanto ela, e também nunca vi alguém conseguir reconhecer tanto seus erros quanto a Domi e o Ricardo - e isso é uma das coisas que eu mais admiro em qualquer pessoa que eu conheço. Por isso eu fico na dúvida. Mas acho que a trajetória da Domitila pede um pódio, né? Quero muito que o Ricardo vá para a final também, quero muito que ele ganhe. Sei que só um ganha, mas meu coração está dividido (risos).


Quais são os planos para a vida pós-"BBB"?
Sarah Aline - 
Eu quero continuar comunicando. Eu senti que tiveram muitas pessoas que gostaram não só de mim, mas da maneira como eu falo sobre as coisas ou que eu contribuo para as relações, para as histórias. Quero encontrar uma maneira de me tornar essa comunicadora. Eu sempre tive o sonho de ampliar diálogos e fazer com que as pessoas tenham mais voz. Algo que envolva conseguir trazer mais debates, mais discussões, mais momentos de acolhimento e de fala não só para mim, mas para outras pessoas. Como isso vai acontecer, se nas minhas redes sociais, na TV, eu não sei. Mas é o que eu mais estou sentindo aqui dentro como uma possibilidade para mim, no meu sonho.

.: Entrevista: atriz Dadá Coelho fala sobre participação em "Amor Perfeito"


Interpretando Mirtes, funcionária de um cartório em Belo Horizonte, atriz comenta os bastidores da novela. Foto: Globo/João Miguel Júnior

Criada e escrita por Duca Rachid e Júlio Fischer com direção artística de André Câmara, a novela "Amor Perfeito" vem conquistando o público. Até porque a novela não promete vida fácil para os vilões. Depois de perder tudo com a volta da enteada, Gilda (Mariana Ximenes) não se acomodou e fez com que Gaspar (Thiago Lacerda) aproveitasse a viagem a negócios a Belo Horizonte para colocar em prática seu plano de reaver suas posses, o que inclui falsificação de documento e a necessidade de pôr fim às provas que ameacem seus objetivos.

Gaspar então vai ter de lidar com Mirtes (Dadá Coelho), a funcionária de um cartório, que passou a ocupar o lugar do homem a quem Gilda orientou que seu amante procurasse. Com o propósito de retirar um documento arquivado no cartório, o que comprovaria a doação da mansão de Maria Eugênia (Karen Marinho) a filha Marê (Camila Queiroz), Gaspar seduzirá Mirtes, que pode até cair na sua lábia, mas vai saber aproveitar a situação ao máximo. As cenas estão previstas para irem ao ar a partir de amanhã, terça-feira, dia 18, em "Amor Perfeito". Em entrevista, Dadá Coelho comenta os bastidores das gravações, fala sobre a parceria com o elenco, e conta detalhes de sua personagem. Confira! 

 
Como surgiu o convite para dar vida a Mirtes?
Dadá Coelho -
O convite partiu da direção do André Câmara. E eu me senti muito honrada porque admiro demasiadamente os profissionais envolvidos na novela. Desde os autores Duca Rachid, Elísio Lopes Jr, Júlio Fisher, aos atores, atrizes, diretores e técnicos. Só tem craque! 
   

O que o público pode esperar desse encontro entre Mirtes e Gaspar?
Dadá Coelho - 
Um casal que tem uma quentura, um tempero e um jogo de interesse que se dilui na sedução. Mirtes é esperta e ela adora usar seu carimbo com o arrivista Gaspar (risos). É uma mulher à frente do seu tempo, que não vai se deixar engabelar por ele. Para além de saber o que quer, Mirtes sabe, sobretudo, o que não quer. Ela é saliente e corajosa. Um furacão.

 
Alguma curiosidade dos bastidores? 
Dadá Coelho - 
Mirtes deu umas “cacarejadas” e a equipe inteira deu muitas risadas. Foi bem divertido ver a equipe reproduzindo os bordões da Mirtes. Espero que o público de casa também tenha essa reação porque o clima nos bastidores foi irretocável, uma cascata de gargalhada. E tudo feito com muito amor e humor. 

domingo, 16 de abril de 2023

.: Entrevista: Flay, a DJ Vitória-Régia, campeã do "The Masked Singer Brasil"


"Eu me entregava de corpo e alma", afirma a vencedora da terceira edição do reality show que, finalmente, conseguiu demonstrar todo o talento diante das câmeras. Foto: Globo/Maurício Fidalgo
 

A grande final do"'The Masked Singer Brasil" aconteceu domingo passado, dia 9 de abril, e consagrou a DJ Vitória-Régia como campeã da temporada. Por trás da máscara estava a ex-"BBB" e cantora Flay, que encantou o público e os jurados cantando "I Wanna Dance With Somebody" de Whitney Houston. "Eu me emocionava muito dentro da fantasia. A cada vitória eu gritava e não conseguia segurar. Eu sempre entrava muito feliz e com saudade dos palcos. Me entregava de corpo e alma. Cada apresentação era uma conquista e me aproximava mais da final", lembra a campeã. Confira a entrevista com Flay.

Como foi receber o convite para participar do reality?
Flay -
Foi incrível, uma sensação de reconhecimento. Quando se é ex-"BBB", rola uma resistência das pessoas de aceitarem que nós temos outros talentos. Então, quando eu recebi o convite, foi muito especial e emocionante, eu chorei muito. Sabia que seria um espaço onde eu ia conseguir mostrar a minha arte para o Brasil inteiro.


A cada apresentação você se emocionava muito. Como era pisar no palco?
Flay - 
Eu me emocionava muito dentro da fantasia. A cada vitória, eu gritava e não conseguia segurar. Sempre entrava muito feliz e com saudade dos palcos. Eu me entregava de corpo e alma. Cada apresentação era uma conquista e me aproximava mais da final.


Você acompanhou a repercussão na internet?
Flay - 
Foi muito difícil, eu adoro curtir as publicações. Tudo que eu vejo sobre mim, saio curtindo, é uma forma de retribuir. E eu tinha que me policiar muito quando o programa estava no ar, meu nome sempre aparecia no Twitter. Eu ficava acompanhando todas as apresentações e comentários, mas na hora da DJ Vitória-Régia, era um mix de felicidade e de não poder curtir nada e me entregar.


Você esperava ganhar o programa?
Flay - 
Eu entrei determinada a ganhar. A primeira vez que eu fui pra berlinda, voltei chorando muito, fiquei muito triste. E falaram pra mim que eu tinha dito que iria entrar para ganhar (risos). No decorrer do programa, não ficou óbvio pra mim. Foi muito incrível, uma sensação de reconhecimento. 


sábado, 15 de abril de 2023

.: Entrevista com Cezar Black do "BBB 23": "Não consigo ver uma justificativa"


"Eu me vejo ainda como uma pessoa que conseguiu mostrar mais dentro do jogo do que elas. Eu não consigo ver uma justificativa para a permanência delas e não a minha se não fosse por uma questão de engajamento aqui fora das equipes delas", afirma o baiano. Foto: Globo/João Cotta

Foram 88 dias na casa mais vigiada do Brasil, muitos altos e baixos, choros, dancinhas, risadas, brigas e reconciliações e “aquela agonia”! Registrado como Cezar Black (o Black não é apelido como muitos pensam), ele já foi Raimundo Cezar, em homenagem ao pai. O baiano deixou a casa do "BBB 23" em um paredão apertado contra Aline Wirley e Amanda Meirelles, no qual recebeu 48,79% dos votos do público.

Eliminado na última quinta-feira, dia 13 de abril, e fora da disputa pelo grande prêmio da temporada, Cezar reconhece o que pode ter lhe atrapalhado no reality. “Como Pipoca, eu nunca tinha tido nenhuma experiência parecida com câmeras e holofotes. Eu achei que ia me sair muito bem, mas quando eu vi tantas pessoas grandes lá, que falam e se posicionam muito, e pelo fato de ter entrado em dupla, eu sinto que travei. A trava que eu dei na primeira semana foi um divisor de águas, mudou completamente a minha trajetória lá dentro. Quando eu entrei em dupla, eu entrei também no quarto que não era realmente o que eu queria. E depois não tive coragem de sair para tentar uma nova possibilidade no outro quarto”, avalia. 

Apesar das dificuldades que encontrou no caminho, Cezar também teve vitórias importantes no jogo: ganhou líder, conquistou um anjo autoimune em um momento decisivo e realizou o sonho de conhecer Ivete Sangalo em seus últimos dias no "BBB". Na entrevista a seguir, Cezar conta mais sobre a emoção que sentiu no show da cantora, analisa seus altos e baixos no jogo e fala sobre os memes que protagonizou na casa do "Big Brother Brasil".


Como foi a experiência de participar do "Big Brother Brasil"?
Cezar Black - Fiquei muito surpreso quando entrei. O fato de entrar em dupla influenciou muito na minha vida dentro da casa. Acho que poderia ter tomado um rumo diferente caso eu tivesse entrado sozinho. Eu me arrependo de algumas atitudes minhas, mas de um modo geral eu tentei sempre manter a minha coerência, meus valores, meus princípios. Fiquei preocupado por muito tempo com algumas acusações que fizeram contra mim, então me travei. Acho que, dos meus 100% para o que eu entreguei lá, fiquei muito aquém do que eu realmente sou. Acho que eu poderia ter dado muito mais se eu tivesse me sentido numa posição mais confortável, mais à vontade para conseguir me soltar realmente. Eu até falei no meu último Raio-X que eu queria muito que as pessoas conhecessem o Cezar Black em sua totalidade. Mas eu estou feliz de ter participado dessa experiência, acho que foi bem válida, foi única na minha vida e vou guardar para sempre.


Era como você imaginava?
Cezar Black - Era como eu imaginava, mas eu não tinha ideia da intensidade que era participar do "Big Brother". Eu tinha uma visão genérica de que era o reality mais importante do Brasil e que você se expõe bastante. Eu só não imaginava que cada trecho, cada palavra que você fala é televisionada, é passada nas redes. Eu realmente não sabia da dimensão do programa. 


Você entrou no programa entrelaçado a uma pessoa com quem disse não ter se identificado, a Domitila, e com quem teve muitos episódios de discordância ao longo da temporada. Como foi esse período? E o que mudou nessa relação do início do programa até a reta final?
Cezar Black - 
Foi um período bem difícil, porque como entramos em dupla, eu sentia que, pela personalidade dela ser tão diferente da minha, eu poderia ser emparedado na primeira semana, mais por causa dela, até. Algumas pessoas na casa vieram até mim para dizer que gostavam do meu jeito, mas não curtiam muito a Domitila. Eu fiquei preocupado, foi realmente uma luta contra o tempo para tentar não sair no primeiro paredão até o momento em que a gente soltaria as amarras. Foi uma coisa da qual eu reclamei bastante nas primeiras semanas e eu não sabia que foi o público quem tinha escolhido - pregaram uma peça em mim (risos). Mas foi produtivo. A nossa relação ao longo das semanas foi crescendo, a gente construiu uma amizade bacana com muitos altos e baixos, mas no fim das contas eu torço muito para que ela consiga sair de lá campeã. 
 

Você chegou a mencionar que não conseguia se conectar muito com o grupo do quarto Fundo do Mar. Por que optou por permanecer ali por tanto tempo? Chegou a cogitar alguma mudança para o Deserto? 
Cezar Black - Cheguei a cogitar uma mudança para o quarto Deserto, tentei algumas vezes uma aproximação às pessoas de lá, só que eu nunca tive uma abertura que me fizesse sentir seguro e confortável para mudar. Acho que pela dinâmica de entrar em dupla, por uma vontade dela (Domitila), por ela ter se identificado muito com o pessoal do quarto Fundo do Mar, (principalmente com o Fred Nicácio, com a Marvvila e com a Sarah) eu acabei optando por permanecer. Inicialmente acabei ficando no Fundo do Mar também porque eu tinha muito medo de ser visto pelas pessoas de fora do programa como traidor: “Entrou junto com as pessoas, formou alianças ali dentro e agora está desertando e indo para o outro quarto”. Os meus maiores receios ali eram ser visto como traidor e também não ter uma abertura no quarto Deserto que me deixasse confortável a ponto de fazer essa mudança.
 

Você foi algumas vezes ao paredão. Por que acredita ter sido eliminado neste, especificamente? 
Cezar Black - Sabendo por alto, pelas informações que me foram trazidas até pelo Fred Nicácio quando ele retornou, tem um shipp aqui fora de um suposto casal entre Amanda e Sapato, que impulsionou muito a Amanda dentro do jogo, através das redes sociais e do engajamento a nível de votos. Houve uma disputa acirrada entre mim e a Aline e eu acredito que as quatro integrantes do antigo quarto Deserto - Larissa, Aline, Amanda e Bruna - têm uma relação tão íntima, que se apoiam até em votação. Acredito que, por ter sido um paredão de duas pessoas do quarto Deserto comigo apenas, houve uma união entre as equipes para votar para me tirar. Eu creio que foi muito por isso, porque a nível de jogo, estratégia e ação, em todo esse período, pela minha visão parcial, eu não conseguia ver algo que justificasse a permanência delas e a minha saída, mesmo havendo, às vezes, um jogo confuso da minha parte. Eu me vejo ainda como uma pessoa que conseguiu mostrar mais dentro do jogo do que elas. Eu não consigo ver uma justificativa para a permanência delas e não a minha se não fosse por uma questão de engajamento aqui fora das equipes delas.
 

Em determinado momento, você afirmou estar se sentindo “uma planta” dentro da casa. Enxerga sua participação dessa forma ou essa percepção foi temporária? 
Cezar Black - Eu acho que foi uma percepção temporária, foi até em uma discussão entre mim, a Sarah e o Fred Nicácio que falei isso. Eu sinto que, depois do retorno do Fred, eu acabei perdendo muito a voz, o poder de fala e de decisão dentro do nosso grupo. Chegou um momento ali em que eu sentia que as pessoas não me ouviam mais, não queriam saber da minha posição. Sempre foi uma queixa minha a questão de conseguir me expressar dentro da casa, de forma que as pessoas realmente quisessem ouvir o que eu estava falando. No começo eu senti isso e pesou muito para mim, porém, ao longo da minha trajetória, eu ganhei um destaque muito grande dentro do grupo. As pessoas do quarto Deserto até me indicaram com o discurso do general. O Guimê falou: “O Black é o general do grupo hoje porque ele influencia muito as pessoas”. Então, teve uma hora em que eu me senti muito forte no grupo. No nosso quarto tinha esse problema de momento de fala. Quando eu estava falando alguma coisa e me posicionando, alguém ia lá, me interrompia e fazia um contraponto e não deixava eu falar. Isso foi acontecendo com uma certa recorrência, acho que ao longo do programa inteiro eu senti isso. Mas, chegou um momento, até com a volta do próprio Fred, que eu me perdi no jogo, me deixei abater. Foi um momento em que eu achava que estava até numa crescente boa. Foi nesse ponto que eu comecei a pesar se valia a pena continuar no Fundo do Mar e começaram a surgir várias dúvidas na minha cabeça se aquele era o momento de largar o quarto e tomar as minhas próprias iniciativas. Eu senti que, com esse retorno do Fred, ele acabou ganhando um destaque maior no grupo, porque as pessoas gostavam muito dele, e eu acabei perdendo a força que eu tinha ali dentro e fiquei numa posição mais secundária.
 

Quais foram os seus melhores momentos no "BBB"? 
Cezar Black - O momento da Tina (Calamba) com a peruca foi um momento muito legal, a galera da casa se amarrou. A minha liderança foi um divisor de águas e me deixou muito feliz, mas a indicação do Alface ao me colocar no monstro foi um momento de muita tristeza. Ainda assim eu acho que foi um ponto importante, tinha que ser como foi, até para, ao longo da minha trajetória, conseguir chegar onde cheguei hoje; fui até o Top 8. O momento em que, mesmo com os contrapontos de eu ter ido com um pouco mais de peso com a Marvvila naquela nossa discussão, quando houve o paredão em que a Key (Alves) saiu, foi importante também porque eu defendi o grupo, a permanência da (Kassia) Marvvila e da Domitila (Barros). Foi um momento em que eu me posicionei muito, a nível de jogo eu bati muito de frente com a estratégia do Fred Bruno de ter um grupo paralelo. Eu acho que pode ter influenciado de uma certa forma a saída dele do programa. Além disso, a minha discussão com o Alface (Ricardo Camargo) no jogo da discórdia, quando a gente acabou brigando e ele ficou apontando o dedo, tentando me intimidar e eu reagi. Acho que foi a primeira vez que eu mais mostrei o meu outro lado, de ser mais incisivo, mais bravo até na reação com ele. A saída do quarto Fundo do Mar e toda aquela sequência de eu estar brigando para ser prioridade das pessoas e acabar ganhando o anjo autoimune também foi uma semana em que os holofotes podem ter se voltado para mim. 
 

E quais foram os mais difíceis? 
Cezar Black - Eu passei por muitos momentos difíceis. Nas três primeiras semanas, eu tive dificuldade de me encontrar. Como Pipoca, eu nunca tinha tido nenhuma experiência parecida com câmeras e holofotes. Eu achei que ia me sair muito bem, mas quando eu vi tantas pessoas grandes lá, que falam e se posicionam muito, e pelo fato de ter entrado em dupla, eu sinto que travei. A  trava que eu dei na primeira semana foi um divisor de águas, mudou completamente a minha trajetória lá dentro. Quando eu entrei em dupla, eu entrei também no quarto que não era realmente o que eu queria. E depois não tive coragem de sair para tentar uma nova possibilidade no outro quarto. Então, eu acabei me mantendo preso naquela permanência em um grupo que eu não me encaixava a nível de personalidade, de pessoas. Eu sinto que, se tivesse entrado sozinho e encontrado pessoas de maneira individual com quem eu tivesse me identificado mais, eu poderia ter soltado mais a minha personalidade e me mostrado mais no programa, e também não teria tantas travas. Uma coisa que também me bloqueou muito lá foi o medo do que as pessoas aqui fora poderiam achar de mim pelo julgamento das pessoas dentro da casa em vários episódios diferentes. Um deles foi com o Alface, quando eu disse que ele era “desorientado” no jogo da discórdia. Teve o episódio com a Marvvila, em que me julgaram muito lá dentro. E esse último com a Larissa, pelo qual também me julgaram. Quando eu chorava, me desesperava - até no vídeo que virou meme (o que toca o hip hop) - eu estava botando para fora aquele sentimento ruim. Foi uma semana em que eu estava muito pressionado por conta do julgamento do Sapato e da Amanda em cima desse episódio do Alface. Lá dentro a sensação que a gente tem quando toca uma música nossa é que as pessoas estão tendo um carinho com a gente, e sempre emociona. Acho que esses momentos foram cruciais na casa.
 

O episódio em que você utilizou o argumento da peruca para dar bomba para a Tina gerou muitos memes. Imaginava que isso iria viralizar aqui fora? 
Cezar Black - Não imaginava. No momento eu até ri, achei engraçado porque para mim usar peruca para fazer zoeira era uma coisa comum no meu cotidiano. Eu ia até tentar continuar com as coisas que eu iria falar para a Tina naquele momento, mas a galera riu, ela respondeu, e parou na peruca. Eu não imaginava que teria essa repercussão aqui fora.
 

Seu lado emotivo também ficou bastante evidente. Você chegou a questionar se estaria sendo malvisto pelo público por conta disso. Essa é uma característica sua mesmo fora do jogo ou algo lá dentro despertou esse seu lado? 
Cezar Black - Não é uma característica minha, eu não lembro a última vez que eu chorei copiosamente aqui fora. Na verdade, a última vez que eu chorei mesmo foi assistindo àquele filme “Sempre ao Seu Lado”, que tem o cachorro. Eu sou pisciano, então sou mais sensível, mas não sou de chorar. Eu acho que o meu maior medo ali dentro era o das pessoas de fora, porque eu tinha um julgamento de várias pessoas sempre, que viam os meus erros. Eu sempre falava a questão de existirem “dois pesos e duas medidas”. As pessoas sempre viam meus erros, falavam sobre eles de uma forma muito mais firme do que sobre os erros de outras pessoas, que eram iguais ou parecidos. Eu sempre me senti muito julgado e, a partir desse julgamento que era sobre questões que extrapolavam o jogo, eu senti que poderia haver um julgamento igual das pessoas de fora, e que isso me levaria a envergonhar minha família e as pessoas que eu amo. Isso realmente me deixava num ponto de desespero por muitas vezes.
 

Durante o show da Ivete Sangalo, na festa da última quarta-feira, você também se emocionou. O que sentiu naquele momento? 
Cezar Black - Eu sou baiano, soteropolitano. A minha raiz baiana aflorou muito dentro do programa. Acho que todo mundo percebeu o quanto eu amo o axé, o tanto que eu sou carnaval, respiro aquele clima de folia, aquela agonia. Eu tenho isso muito enraizado em mim, então sempre que tocava axé nas festas eu ficava feliz, dava risada, dançava, curtia. Ver um show de Ivete para apenas oito pessoas na casa, ela cantando as músicas que eu amo, que fazem parte da minha vida e da minha história, foi muito emocionante. Na casa a gente estava achando muito que poderia ser ela, porque algumas vezes tocou músicas de Ivete na hora do despertador, então eu até brincava: “Cadê você, Ivetinha? Venha aqui logo!”. Então, para mim foi muito emocionante. Na hora do show, quando ela começou a cantar, eu achei muito especial, foi a realização de um sonho: estar no "Big Brother" com a referência do axé. Não sei se perceberam, mas acabou que virou uma bandeira minha sair em defesa do axé, porque hoje as pessoas veem como “cult”. Eu sou muito “axezeiro”, defendo e amo muito o axé. Fiquei muito emocionado por isso, foi um dos dias mais especiais.
 

Como você classifica a sua relação com o Ricardo, com quem discutiu e fez as pazes diversas vezes? Por que ele virou um alvo seu? 
Cezar Black - O Ricardo virou alvo no início por conta da reação dele comigo no jogo da discórdia. Eu o levei algumas vezes como “dono da casa”, por exemplo, porque ele queria comer o arroz todo da Xepa. Teve também um outro jogo da discórdia em que eu o levei novamente e, a partir disso, ele encarou que eu o tinha como alvo mais fácil para não me indispor com outras pessoas - o que não era verdade. A partir daquilo, ele me encarou como um inimigo no jogo e, quando ele veio para mim no jogo da discórdia com aquele jeito mais intimidador, eu reagi da forma como reagi, e logo na sequência ganhei líder. Ele, por sua vez, ganhou o anjo e me tirou. Ali nossa rivalidade ficou escancarada e se estendeu por algumas semanas até o momento em que a gente conversou. Em outro jogo da discórdia, eu falei: “E aí, Alface, vai ficar me trazendo aqui pelo mesmo motivo para sempre?”. Ali ele entendeu e buscou novos alvos. Ficamos numa boa até por algumas semanas e a gente até ameaçou jogar juntos quando ele foi para o quarto Fundo do Mar. Mas no momento em que a Amanda levou ele no jogo da discórdia e a resposta dele foi envolvendo uma jogada minha, a gente brigou novamente. E essa briga ia com certeza até o final.
 

Analisando agora, a troca de quarto foi uma escolha acertada? 
Cezar Black - Não foi uma escolha acertada porque eu fui muito impulsivo ali, fiquei muito chateado com a situação ocorrida no quarto Fundo do Mar, quando ninguém se dispôs a me imunizar e, por conta da emoção, eu acabei saindo de lá e indo para o quarto das pessoas em quem eu votava. Eu acabei indo dormir com o inimigo e, a partir do momento em que você vai dormir com o inimigo, você está disposto a tomar bomba a todo tempo. Pensei em voltar logo depois que eu ganhei o anjo e indiquei as duas, só que eu pensei também que não iria arregar, abaixar a cabeça e voltar atrás. Então, eu realmente banquei minha permanência ali até o dia em que fui forçado pelo fechamento do quarto. Eu acho que eu potencializei muito o alvo nas minhas costas e acredito que foi um dos motivos pelos quais eu posso ter saído agora, porque eu fiquei perseguido pelas meninas depois daquele episódio.
 

A Bruna Griphao te criticou muitas vezes durante o confinamento. E você, como avalia o desempenho de Bruna no "BBB"? 
Cezar Black - A Bruna é muito boa em provas, então acho que ele merece um reconhecimento e teve o mérito por isso. Só que eu não consigo vê-la como uma boa estrategista, eu acho ela muito impulsiva; no momento da raiva, ela fala coisas sem pensar que machucam, que magoam, que ofendem. Quando a Larissa saiu, a Bruna se perdeu completamente, ficou sozinha, porque ela não tinha uma relação tão estreita com a Amanda e com a Aline, e foi procurar uma aliança com o Gabriel, chegando a pensar em colocá-lo no Top 3 dela. Eu não consigo imaginar que ela iria tão longe sem uma aliança forte como a Larissa, que a impulsiona em muitos momentos.
 

Quem é o participante mais forte do "BBB" e por quê? 
Cezar Black - Amanda. Pelas informações externas que já tive, eu acho que a Amanda é uma pessoa que está realmente muito forte por conta da torcida dela, que é muito engajada a levá-la a uma vitória. Se eu ainda tivesse uma visão de dentro da casa, eu apostaria muito na Domitila, porque ela voltou de seis paredões e retornou com muita propriedade. Foram paredões de respeito, principalmente o que ela foi com o Fred Bruno, que foi muito apertado e o Fred também tinha uma torcida muito forte. Então, eu apostaria muito na Domitila para ser campeã. 
 

É para ela que você torce? 
Cezar Black - Eu torço para a Domi. Mesmo com as nossas idas e vindas, altos e baixos, acho que é uma pessoa que merece muito levar esse prêmio.
 

Quais são seus planos daqui para frente? 
Cezar Black - Ainda não consegui pensar sobre isso. 

Pretende seguir atuando na enfermagem ou quer se dedicar a outras áreas? 
Cezar Black - A enfermagem é o que eu amo e sei fazer, é o que eu dediquei a minha vida e minha carreira inteira. Sou muito grato por tudo o que a Enfermagem fez por mim. Mas eu penso muito em ter outras oportunidades, em fazer carreira de alguma outra forma – não faço ideia ainda do que. Penso em ampliar meu leque de opções para viver outras coisas. Estou aberto e esperando propostas (risos). Vou ouvir com carinho e desejo que seja algo bom para a minha vida.

.: Entrevista: Larissa Luz, a abelha rainha do "The Masked Singer"


A baiana já viveu Elza Soares no teatro e também fez parte do time do "Saia Justa" no GNT. Foto: Globo/Maurício Fidalgo


A grande final do "The Masked Singer Brasil" aconteceu no último domingo, dia 9 de abril, e consagrou a DJ Vitória-Régia como campeã da temporada. Por trás da máscara estava a ex-"BBB" e cantora Flay. Em segundo lugar ficou a Abelha-Rainha, que ganhou vida com a cantora e atriz Larissa Luz. A baiana já viveu Elza Soares no teatro e também fez parte do time do "Saia Justa" no GNT. Na final do "The Masked Singer Brasil", cantou "Natural Woman" de Aretha Franklin e "Mulher do Fim do Mundo" de Elza Soares. 

"Eu me diverti muito, realmente entrei na brincadeira. É um universo lúdico, me remeteu a minha infância, tudo meu era de abelha (risos). Eu fui muito bem recebida e acolhida. E achei bem diferente de tudo que eu já fiz na música, mas, ao mesmo tempo, achei que o processo foi muito engrandecedor quanto artista. Lembrei do processo de criar um personagem. De criar um corpo. E de estar na fantasia... Então, ao mesmo tempo em que era uma brincadeira ,eu me deparei com questões bem profundas. Quando fui ver, eu estava em um processo imersivo. Foi um grande processo de transformação pessoal". Confira a entrevista com Larissa Luz.

Como foi a experiência de participar do programa?
Larissa Luz - 
Eu me diverti muito, realmente entrei na brincadeira. É um universo lúdico, me remeteu a minha infância, tudo meu era de abelha (risos). Eu fui muito bem recebida e acolhida. E achei bem diferente de tudo que já fiz na música, mas, ao mesmo tempo, eu achei que o processo foi muito engrandecedor quanto artista. Lembrei do processo de criar um personagem. De criar um corpo. E de estar na fantasia... Então, ao mesmo tempo em que era uma brincadeira ,eu me deparei com questões bem profundas. Quando fui ver, eu estava em processo imersivo. Foi um grande processo de transformação pessoal.


Como foi ser desmascarada e ver a reação dos jurados?
Larissa Luz - 
Aquele momento foi doido (risos). Eu achei que alguns já sabiam. Mas ver a reação de cada um, vê-los sem a máscara, e ver o cenário sem a máscara parecia um filme, uma outra realidade, um metaverso. Eu passei a temporada inteira os vendo pelo filtro da fantasia, e a gente estava há um tempão sem se ver. Então, foi bem como uma brincadeira de criança em que a gente tira a venda e fala: "achou!". É essa a sensação daquele momento, de euforia como uma brincadeira de criança.
 

Como foi receber o convite para participar do programa?
Larissa Luz - 
Eu fiquei muito feliz quando soube, porque acho muito massa o programa. Em todas as edições, eu vi que foram pessoas incríveis, artistas grandes, então me senti honrada por estar no elenco. Eu fiquei muito feliz por estar perto de Veveta, e dos artistas que admiro tanto pessoalmente. Pensei que ia ser massa participar depois de cantar, dançar e usar coisas dos teatros. Fiquei motivada.
 

Você esperava ir tão longe na competição?
Larissa Luz - 
Não esperava. Principalmente no primeiro dia eu fiquei muito assustada com o quanto era difícil fazer. Primeiro, achei que não ia dar conta, que os concorrentes eram muito bons, e que eu não ia chegar. Mas eu estava levando de forma tão leve e para curtir o momento, que não dei muito foco para a coisa de ser uma competição. É claro que eu queria ficar mais tempo, mas para mim não teve o peso da competição, então eu não esperava. Curti cada dia, sempre pensando que eu poderia sair. Não é pra ser pesado, a gente está ali pra curtir o momento.

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