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segunda-feira, 25 de setembro de 2023

.: Acervo da fotógrafa Vania Toledo chega ao Instituto Moreira Salles


Caio Fernando Abreu e Cazuza. Coleção Vânia Toledo / Acervo IMS

Acervo da fotógrafa Vania Toledo (1945-2020), consagrada pelos registros da cena cultural brasileira, chega ao Instituto Moreira Salles. O acervo inclui imagens produzidas ao longo de toda a carreira da fotógrafa, incluindo retratos de Ney Matogrosso, Cazuza, Caio Fernando Abreu, Rita Lee, Caetano Veloso, Milton Nascimento e Andy Warhol, além de registros de peças teatrais, da noite paulistana, entre outros destaques.

Com sua Yashica a tiracolo, Vania Toledo (1945-2020) costumava percorrer os corredores de teatros e clubes noturnos, registrando as personagens marcadas de suor e purpurina que circulavam pelos locais. Em seu estúdio, também retratou nomes centrais da música e do teatro nacional, convidando-os a posar e se abrir para suas lentes. Essa proximidade com as pessoas fotografadas e com as cenas que captava — “meu vício é gente”, declarava em entrevistas — caracterizam a obra e carreira de Vania.

Constituído majoritariamente ao longo de sua trajetória na imprensa, na noite e em seu estúdio particular, o acervo da fotógrafa acaba de ser adquirido pelo Instituto Moreira Salles. A coleção é composta por cerca de 250 mil imagens, sobretudo retratos em preto e branco, além de reportagens em jornais e revistas, livros e documentos, como credenciais de imprensa. Com a aquisição, o IMS passa a ter direito de fazer exposições e publicações para divulgar a obra de Toledo. Já os direitos autorais permanecem com Juliano Toledo, filho e herdeiro da fotógrafa.

No acervo, há retratos de Gal Costa, Ney Matogrosso, Caio Fernando Abreu, Rita Lee, Cazuza, Pelé, Milton Nascimento, José Celso Martinez Corrêa e Caetano Veloso, além de registros da vida noturna de São Paulo nos anos 1980. Outro destaque é a série pioneira de nus masculinos que deu origem ao livro Homens: ensaio (1980), com personagens famosos e menos conhecidos. 

Nascida em 1945 na cidade de Paracatu (MG), Vania mudou-se na década de 1960 para São Paulo, onde cursou ciências sociais na USP e passou a trabalhar na área de educação da Editora Abril. Até os 30 anos, fotografava apenas de forma amadora. No fim dos anos 1970, decidiu se dedicar à profissão e iniciou sua carreira no jornal Aqui São Paulo, onde se tornou responsável pela coluna de festas.

A partir de então, passou a colaborar com diferentes jornais e revistas do Brasil e do exterior, como Vogue, Interview, Claudia, Veja, IstoÉ, Folha de S.Paulo, O Estado de S. Paulo, Time e Life. Em 1981, abriu seu próprio estúdio, Studio Salto Alto, na capital paulistana, que funcionava num sobrado no bairro dos Jardins, em São Paulo, onde pôde aprofundar seu trabalho como retratista, reunindo personalidades da música, do cinema e das artes visuais para sessões de fotos imersivas.

No acervo, há muitas imagens feitas nos bastidores do teatro. Ela começou sua carreira fotografando gratuitamente atores que frequentavam o circuito da praça Roosevelt e precisavam de materiais de divulgação. Posteriormente, documentou espetáculos marcantes da história do teatro brasileiro, encenados durante a ditadura militar, como a montagem de Macunaíma. Também retratou astros como Marília Pêra e Raul Cortez, Marco Nanini, Ney Latorraca, Irene Ravache, entre vários outros, desenvolvendo uma intensa relação com a cena teatral, que marcaria toda sua trajetória.

Rita Lee. Coleção Vânia Toledo / Acervo IMS

Em paralelo ao trabalho nas redações, na década de 1980, Vania Toledo documentou seu próprio entorno, especialmente as festas que frequentava na cena underground no centro de São Paulo. De maneira espontânea, registrava as pessoas que se entregavam nas pistas de dança, com roupas e comportamentos que questionavam os padrões sociais. As fotos trazem flagras dessas personagens, captando o ritmo e a energia de um ambiente, marcados por purpurina e música disco. Em entrevista para a revista ZUM, a fotógrafa comenta as imagens: “Eu gostava da noite, de dançar, de festa. A fotografia tem muito a ver, no meu caso, com o olhar e a liberdade de ação. Eu fazia da pista de dança o meu estúdio. Tinha uma espontaneidade que eu adorava. [...] Eram personagens muito interessantes, muito libertárias.”

O acervo traz também fotos realizados para a indústria fonográfica. Vania assinou capas de discos consagrados, como "Refestança", de Gilberto Gil e Rita Lee, e "Televisão", dos Titãs. Outro artista muito fotografado é Ney Matogrosso, com quem Vania cultivou uma estreita amizade. É também de sua autoria a famosa foto de Cazuza abraçado ao escritor Caio Fernando Abreu, em 1988. Vania Toledo fotografou também a escritora Cassandra Rios, que teve mais de 30 livros censurados durante a ditadura. Outro destaque são as imagens que clicou em Nova York, no fim dos anos 1970, onde registrou ícones como Andy Warhol e Truman Capote na lendária discoteca Studio 54, em Manhattan.

 A coleção inclui ainda a famosa série Homens: ensaio (1980), primeiro livro publicado por Vania e um dos mais importantes de sua carreira. Para o ensaio, a fotógrafa convidou amigos para posarem nus diante de suas câmeras, invertendo as posições de artista e modelo, tradicionalmente ocupadas por pessoas do gênero masculino e feminino, respectivamente. A série inclui retratos de nomes como Caetano Veloso, Roberto de Carvalho e Ney Matogrosso. 


Gilberto Gil. Coleção Vânia Toledo / Acervo IMS

No IMS, o acervo de Vania se soma a outros, como o de David Drew Zingg, Madalena Schwartz e Otto Stupakoff, que registram a efervescência cultural e o questionamento dos padrões de comportamento no país.

O coordenador de fotografia contemporânea do IMS, Thyago Nogueira, comenta a incorporação da coleção: “É uma honra trazer ao IMS acervo tão importante para a história da fotografia brasileira. Vania foi ao mesmo tempo uma cronista irreverente da noite paulistana, franqueando acesso aos momentos de intimidade de artistas e personalidades de toda classe, e uma retratista rigorosa, que usou seu carisma transbordante para construir a cumplicidade com que registrou boa parte da cena cultural brasileira. Em vez de uma observadora distante, era uma fotógrafa implicada em seu trabalho. Ainda há muito que estudar em seu arquivo, mas é notável como a informalidade e a descontração se transformaram em estratégias para registrar – e viver – de dentro as mudanças culturais e comportamentais dos anos 70, 80 e 90. O acesso à efervescência das festas noturnas, a inversão de papéis de gênero e mesmo a adoção de uma máquina fotográfica amadora fazem parte da revolução visual promovida por uma artista libertária.”

Juliano Toledo, filho da fotógrafa, ressalta a importância da aquisição do acervo pelo IMS: “Minha mãe foi uma fotógrafa além do seu tempo. Imagina, uma mulher em plena ditadura militar fazer um livro com ensaios de homens nus. Ela não tinha pudores! Ela conseguia captar a essência do ser humano que estava sendo registrado pelo seu clique. Como ela sempre dizia: ‘O meu vício é gente’. Agora seu legado vai poder ser apreciado pelas próximas gerações.”

terça-feira, 1 de agosto de 2023

.: MIS exibe a primeira seleção do projeto "Nova Fotografia 2023"


Imagem da exposição "Utaki", do fotógrafo Ricardo Tokugawa

A partir de 1º de agosto, o público do MIS – Museu da Imagem e do Som de São Paulo confere três mostras fotográficas inéditas, dentro do programa "Nova Fotografia 2023". Desde 2011, a iniciativa do museu seleciona, por meio de convocatória, seis trabalhos de artistas promissores que se distinguem pela qualidade e inovação. Além das exposições, que ganham um acompanhamento curatorial individual, esses projetos também passam a fazer parte do acervo físico e digital do MIS.

Os trabalhos selecionados são expostos em duas etapas. Nesta primeira, é possível conferir "Utaki", de Ricardo Tokugawa; "Azinhaga", Salua Ares, e "ZL Não É Um Lugar Assim Tão Longe", de Erick Peres - no espaço de exposições Maureen Bisilliat, localizado no térreo do museu. Com visitação gratuita, a primeira etapa do Nova Fotografia 2023 permanecerá em cartaz até 17 de setembro. Em seguida, no mês de outubro, será inaugurada a segunda fase da iniciativa, com exibições de: "Eu Não Faço Rap", de João Medeiros; "Luz da Manhã", de Tayná Uràz; e "Mirada ou Black Mirror", de Val Souza. 

Na edição 2023, o júri de seleção foi composto por Claudinei Roberto da Silva, Cristiane Almeida, Ivana Debértolis e Maíra Gamarra. Os acompanhamentos curatoriais desta edição ficaram a cargo de Cadu Gonçalves, curador e pesquisador; Carollina Lauriano, curadora e pesquisadora; Daniel Salum, professor, pesquisador e curador independente; Mônica Maia, editora, curadora, produtora e idealizadora da plataforma Mulheres Luz; Nancy Betts, pesquisadora e crítica de arte; e Ronaldo Entler, pesquisador, professor e crítico de fotografia.

O Goldman Sachs é Patrono do Núcleo de Fotografia. A programação é uma realização do Ministério da Cultura, Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa de São Paulo, e Museu da Imagem e do Som, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. O MIS tem como mantenedoras as empresas Youse e B3 e tem o apoio institucional das empresas Kapitalo Investimentos, Vivo, Grupo Travelex Confidence, Grupo Veneza, John Deere, TozziniFreire Advogados, Siemens e Lenovo. O apoio operacional é da Telium, Kaspersky, Pestana Hotel Group, Petiscleta e Gin Vitoria Regia.


Artistas e obras
"Utaki", por Daniel Salum: “Ricardo Tokugawa é fruto de imigração: sansei, de ascendência okinawana, traz a mistura de três culturas no seu percurso: Brasil, Okinawa e Japão. Compreender o significado dessa posição vai muito além de questões geográficas e culturais, implica um enfrentamento pessoal, na busca pelo entendimento de si no mundo.  Utaki, em okinawano, traduz a ideia de um lugar sagrado, lugar de oração, geralmente espaços na natureza: um bosque, caverna ou montanha, acessados por poucos. Esse olhar para o sagrado, de acordo com a necessidade sentida pelo fotógrafo, se volta para suas raízes, num processo de investigação da família e da casa, conceitos que se misturam dentro da cultura japonesa. As fotografias afixadas no butsudan, o oratório japonês, marcam a presença dos antepassados no espaço da casa. Os vestígios deixados na forma de retratos 3 x 4 lembram que as fronteiras do visível estão constantemente permeadas pelo mundo invisível dos mortos.” 

"Azinhaga", por Mônica Maia: “No projeto, Salua Ares explora o encontro e o confronto entre memória e matéria. Numa espécie de arqueologia, a artista parte de recortes fotográficos criados a partir de imagens apropriadas de álbuns de famílias que testemunharam a transformação radical de seus cenários de infância. Os registros em preto e branco das relações pessoais, mãos e braços dados, ambientes cotidianos e os sorrisos das crianças são colocados em contraponto aos elementos característicos da construção civil, tais como blocos de concreto e cimento, e materializam a ideia de transfiguração e vestígios. A estratégia das justaposições e os paralelos visuais entre as imagens tocam diretamente as camadas de recordações.”

"ZL Não É Um Lugar Assim Tão Longe", por Cadu Gonçalves: “Na série fotográfica, Erick Peres é o interlocutor entre o mundo e a Vila Ipê 1, lugar existentemente oculto, pelo desejo do Estado, do centro e da burguesia. O bairro do Extremo Leste de Porto Alegre (RS), onde nasceu o artista, e que muitas vezes não figura em mapas oficiais, recebe dos moradores das zonas centrais da cidade adjetivos como “inabitado”, “distante”, “difícil de chegar”, “inexistente”, fato corriqueiro a muitas periferias pelo Brasil. A Vila Ipê 1 deixa de ser tão distante ao virar o percurso das antenas que levam energia elétrica a outros pontos da cidade e desapropriam dezenas de moradores, ao figurar em noticiários ou ao receber operações silenciosas e inquisidoras da PM local. A distância muitas vezes caminha com a indiferença.”

Serviço
Exposição | Nova Fotografia - Parte 1
Abertura: Dia 1º.08 das 19h às 22h (evento aberto ao público). Local: Espaço Maureen Bisilliat (expositivo térreo). Período: 1º de agosto a 17 de setembro de 2023. Ingresso: gratuito. Classificação: livre. MIS - Museu da Imagem e do Som de São Paulo: Avenida Europa, 158, Jardim Europa - São Paulo.

terça-feira, 18 de julho de 2023

.: Exposição “Ah, Eu Amo as Mulheres Brasileiras!” e a objetificação da mulher


Exposição apresentada em Nova Iorque, em 2022, ganha nova versão e será apresentada no Centro Cultural São Paulo até dia 27 de agosto; versão brasileira terá um número maior de participantes e obras em relação à que foi exibida nos Estados Unidos: são 36 trabalhos de 19 mulheres de diferentes locais do país. Na imagem, a obra "É Verão o Ano Inteiro" (2019), de Dalila Coelho 

“Ah, Eu Amo as Mulheres Brasileiras!”, exposição coletiva que será inaugurada em 8 de julho, no Centro Cultural São Paulo (CCSP), apresenta um conjunto de 36 obras como uma revisão crítica da imagem estereotipada das mulheres brasileiras. Ao mesmo tempo, sugere caminhos para mudanças de paradigmas, por meio do afeto e da sororidade. A mostra pode ser conferida até 27 de agosto. A exposição é uma versão de “Oh, I Love Brazilian Women!”, com maior número de trabalhos e participantes. A mostra foi apresentada em Nova Iorque no ano passado e para o Brasil teve o título traduzido. 

Nos Estados Unidos, a ideia foi chamar a atenção do público para a visão dos estrangeiros em relação às brasileiras. Um olhar muitas vezes preconceituoso, que objetifica seus corpos, mas nem é tão diferente do que acontece no Brasil. Aqui, esses danos ganham outra dimensão. “O foco da exposição agora é a origem do problema e as consequências dele para a mulher brasileira”, explica Luiza Testa, curadora das duas mostras. 

De 2020, quando inscreveu o projeto curatorial na Chamada Aberta de NYC 2021-22 da apexart, até junho de 2023, Luiza não parou de pesquisar o tema. A jovem curadora recebeu diversos relatos de mulheres que vivem no Brasil e no exterior. “Fui abordada por pessoas que contaram suas histórias, experiências e isso foi enriquecendo a concepção da mostra, revelando outras camadas”, explica. 

Nesse sentido, mais questões surgiram, como o racismo, a antinegritude, a transfobia, a violência sexual doméstica, a questão da feminilidade e o etarismo. Segundo Luiza, as diversas abordagens foram incorporadas quase que naturalmente, já que o grupo de artistas participantes é muito diversificado. “São 19 artistas mulheres de regiões diferentes do Brasil, de várias idades e com vivências únicas”. Dentre elas a poeta, letrista e autora, Alice Ruiz. 

“Ah, Eu Amo as Mulheres Brasileiras!” está dividida em quatro núcleos. O primeiro, "De Iracema a Garota de Ipanema", aborda como o estereótipo perdura ao longo do tempo, desde o Brasil Colônia. Nessa seção, a obra de destaque é "Meruka", de Arissana Pataxó, artista que também participou da versão novaiorquina da exposição.  

O segundo módulo, "Violências e Violações", propõe uma reflexão sobre as agressões sofridas por mulheres e outros grupos. Engloba misoginia, etarismo, transfobia, embranquecimento. "There’s no Place Like Home", obra da artista D’Anunziata, se destaca nesse módulo. É uma alusão ao isolamento no período crítico da pandemia, que, apesar de necessário, deixou as mulheres mais vulneráveis à violência doméstica.

Novas estéticas em construção, terceiro módulo, propõe romper os paradigmas de padrão de beleza, acolhendo a diversidade de corpos das mulheres. São imagens bem distantes do conceito tradicional de beleza. "O Grito", de Milena Paulina, exemplifica essa opção ao mostrar mulheres nuas e gordas, gritando.

O último módulo da exposição, "Afeto e Transgressão", apresenta o potencial dos afetos para acabar com estereótipos, preconceitos e combater violências. A obra "Mira", da dupla "Terroristas Del Amor", traduz esse propósito com a imagem de uma mulher trançando os cabelos de uma menina.“Os núcleos um e dois são mais críticos, com a finalidade de problematizar. Os seguintes são mais otimistas, propositivos”, define Luiza que acrescentou mais uma novidade à mostra no Brasil. 

No último módulo, além das obras, é possível conferir vídeos de cinco mulheres idealizadoras de projetos que têm o intuito de ajudar outras mulheres, em diferentes campos. Nos depoimentos, elas falam de suas iniciativas e de suas motivações. Marina Bertoluzzi é a fundadora do grupo "Women on Walls", plataforma destinada a dar maior visibilidade ao trabalho de mulheres nas artes visuais. Representando esse segmento, a exposição insere "Banca Vermelha (Livraria de Acolhimento)", "Brasileiras Não se Calam" (voltado ao acolhimento, sobretudo por meio de debates online, de mulheres imigrantes), "Mina Theatre" (um programa de teatro para mulheres brasileiras em Londres que utiliza o Teatro do Oprimido como metodologia para explorar a origem, causa e consequências da violência de gênero e entender como o processo imigratório torna as mulheres mais vulneráveis ao abuso no trabalho, em casa e/ou ao acessar serviços no Reino Unido).  

Serviço
Exposição: “Ah, Eu Amo as Mulheres Brasileiras!”.
Até dia 27 de agosto de 2023.  De terça a sexta, das 10h às 19h; sábado, domingo e feriados, das 10h às 18h. Centro Cultural São Paulo, Rua Vergueiro, 1000 - Liberdade - São Paulo.

quarta-feira, 28 de junho de 2023

.: “Dōshin", uma exposição gratuita de brinquedos na Japan House São Paulo


Exposição inédita na Japan House São Paulo explora a cultura e as características do Japão a partir dos brinquedos. São mais de cem peças que traçam um panorama do brincar no Japão. A mostra traz ainda um espaço dedicado à experimentação e interação com os brinquedos


Abrindo a programação do segundo semestre, a Japan House São Paulo apresenta a exposição “Dōshin: os Encantos dos Brinquedos Japoneses” que explora a cultura e as características do Japão a partir dos brinquedos, até dia 12 de novembro, com entrada gratuita. 

Ocupando o segundo andar da instituição, a mostra traz uma seleção de 126 itens, incluindo alguns que surgiram há meio século e que mantém sua popularidade; brinquedos desenvolvidos a partir de uma perspectiva que destaca a segurança e praticidade; jogos e personagens originários do Japão e que conquistaram o mundo, entre outros, além de uma linha do tempo que narra a história do brinquedo a partir do período pós-guerra do Japão. “Dōshin: os Encantos dos Brinquedos Japoneses” conta com o apoio da revista “ToyJournal”, publicada pela Associação Cooperativa de Brinquedos e Bonecas de Tóquio.

Assim como outros elementos, os brinquedos vão além de simples objetos, auxiliam as crianças no desenvolvimento da imaginação e habilidade social por meio da noção de compartilhamento e cooperação; evoluem constantemente, refletindo a cultura e os estilos de vida da sociedade. Fabricantes se inspiram na vida cotidiana para ajudar crianças a entender e se relacionar com o ambiente.

Nesta exposição, os visitantes terão a oportunidade de observar como os brinquedos do Japão refletem o contexto histórico e o estilo de vida japonês, descobrindo assim as diferenças e semelhanças entre os brinquedos japoneses e brasileiros, além de experimentarem alguns aspectos sobre o país nipônico introduzidos na forma do brincar. 

Dada a relevância mundial da indústria japonesa de brinquedos, a exposição foca também nos brinquedos originados no Japão e são conhecidos em todo o mundo. Inclusive, a mostra reserva algumas surpresas aos visitantes, que poderão reconhecer personagens e jogos que já fazem parte da infância brasileira, mas têm origem nipônica. Entre esses exemplos estão o jogo “Pula Pirata” - compre neste link (lançado em 1975 que vendeu mais de 15 milhões de unidades em 47 países); a lousa de desenho magnética “Lousa Mágica” - compre neste link (1977, conhecida como Sensei no Japão, em uma analogia aos professores); e as casas de bonecas em miniaturas da “Sylvannian Families” - compre neste link. Lançada em 1985, a franquia está presente em mais de 70 países e conta com um parque e um restaurante temáticos no Japão.

Para que os visitantes possam interagir e experienciar alguns dos brinquedos, a exposição reserva um ambiente especial para esta vivência. “Brincar é fundamental para o desenvolvimento pessoal e social das crianças. Os brinquedos estimulam a imaginação, melhoram as capacidades cognitivas e motoras, ensinam a importância de compartilhar, de cooperar e de se comunicar. Nesta exposição, os visitantes em geral e, especialmente, as crianças poderão aprender algumas características da cultura nipônica e sair dessa experiência mais conectadas com seus pares japoneses, já que terão a oportunidade de reconhecer diferenças e semelhanças nos brinquedos das duas culturas”, explica a curadora e diretora cultural da Japan House São Paulo, Natasha Barzaghi Geenen.

Dentre os destaques estão os clássicos bonecos do “Ultraman” - compre neste link - série de sucesso dos anos 1970 e 1980, considerada uma das mais representativas do Japão e segue sendo transmitida na TV desde 1966; versões atuais dos bichinhos virtuais “Tamagotchi” - compre neste link (1996), inclusive algumas mais recentes com design que lembra os smartwatches; e kits da personagem Hello Kitty - compre neste link (1974). A mostra traz também alguns itens tradicionais que fazem parte do acervo do Consulado Geral do Japão em São Paulo, como o kendama (bilboquê), beigoma (pião) e o taketombo (hélice voadora).

“A palavra dōshin remete ao coração infantil e nossa ideia é despertar justamente o sentimento de identificação e empatia por meio dos brinquedos que fizeram sucesso pelo mundo, mas ainda trazer referências do cotidiano japonês em alguns dos modelos que só são encontrados e vendidos no Japão.  Esse tipo de reconhecimento do “outro” e seus costumes é essencial para a criação de empatia, tanto no universo dos adultos quanto das crianças.”, comenta a curadora.

Dentre os brinquedos também estão exemplares dos piões “Beyblade” - compre neste link (lançado em 1999, as vendas ultrapassaram a marca dos 500 milhões de unidades, impulsionadas pelo sucesso do anime homônimo); versões de “Aquabeads” (miçangas coloridas que se juntam a partir do contato com água, lançada em 2004) e “Pacherie” (kit para a criação de bolsas, lançado em 2018), que incentivam brincadeiras ao estilo “faça você mesmo”; os robôs de ação “Shinkalion” (2015) da série de anime Shinkansen Henkei Robo Shinkalion e “Robô Gigante Don Onitaijin” da série Super Sentai/Power Rangers (1975); as bonecas clássicas japonesas “Licca-chan” (1967; que possui uma forte presença no mercado nipônico) e “Mell-chan” (uma versão bebê lançada 1992); as bonecas representando as personagens do anime “Pretty Cure” (2004); entre outros brinquedos que são sucesso de vendas no Japão.

Além disso, a exposição conta também com algumas tendências recentes do mercado japonês. É o caso dos quebra-cabeças e jogos analógicos, que se tornaram mais populares como passatempos para se divertir em casa por conta da pandemia. São exemplos  os “Nanobloks”, lançados em 2008, cujos kits contam com pequeninas peças usadas para montar, como o modelo que reproduz o Castelo de Himeji (primeiro do Japão a se tornar Patrimônio Mundial) e o Castelo de Shuri, localizado na província de Okinawa; o “Metallic Nano Puzzle” (2011), uma placa de aço de 0,2 mm de espessura, finamente processada por gravação e laser que pode ser dobrada e encaixada para montar uma peça repleta de detalhes; e o “Crystal Puzzle” quebra-cabeça tridimensional feito com contas transparentes e brilhantes que formam personagens como Totoro, da animação do estúdio Ghibli “Meu Vizinho Totoro” (1988), e os irmãos Doraemon e Dorami, do desenho “Doraemon”( 1973).

Para aprofundar o tema da exposição, a JHSP oferecerá em sua programação paralela uma extensa série de eventos voltados para as crianças durante todo o período expositivo. Dentro do programa JHSP Acessível, a exposição “Dōshin: os encantos dos brinquedos japoneses” conta com recursos táteis, audiodescrição e Libras.

No Japão, o Dia das Crianças é comemorado no dia 5 de maio, diferente do Brasil, que adotou o dia 12 de outubro. Tradicionalmente nesta data, os japoneses hasteiam o koinobori (flâmulas em formato de carpas) como um pedido para que as crianças cresçam saudáveis e sejam felizes. Tendo como inspiração esse costume e a chegada das férias escolares em julho, a instituição realizará um workshop de produção de koinobori, além de promover experiências com o jogo igo (onde os jogadores alternam em rodadas, colocando pedras pretas e brancas, competindo o tamanho do território conquistado). A programação paralela desta exposição conta com a colaboração das empresas japonesas Epoch, Hasbro e Pilot Pen do Brasil. Todos os detalhes serão disponibilizados no site e redes sociais da Japan House São Paulo.


Serviço:
Exposição “Dōshin: os Encantos dos Brinquedos Japoneses”. 
Apoio: “ToyJournal”, revista publicada pela Associação Cooperativa de Brinquedos e Bonecas de Tóquio. Curadoria: Natasha Barzaghi Geenen e Gabriela Bacelar. Período: 27 de junho a 12 de novembro de 2023. Local: Japan House São Paulo, 2º andar - Avenida Paulista, 52 - São Paulo. Horário de funcionamento: terça a sexta, das 10h às 18h; sábados, das 9h às 19h; domingos e feriados, das 9h às 18h. Entrada gratuita. Reservas online antecipadas (opcionais): https://agendamento.japanhousesp.com.br/ 

Sobre a Japan House São Paulo (JHSP):
A Japan House é uma iniciativa internacional com a finalidade de ampliar o conhecimento sobre a cultura japonesa da atualidade e divulgar políticas governamentais. Inaugurada em 30 de abril de 2017, a Japan House São Paulo foi a primeira a abrir suas portas, seguida pelas unidades de Londres e Los Angeles. Estabelecida como um dos principais pontos de interesse da celebrada Avenida Paulista, a JHSP destaca em sua fachada proposta pelo arquiteto Kengo Kuma, a arte japonesa do encaixe usando a madeira Hinoki. 

Desde 2017, a instituição promoveu mais de trinta exposições e cerca de mil eventos em áreas como arquitetura, tecnologia, gastronomia, moda e arte, para os quais recebeu mais de dois milhões de visitantes. A oferta digital da instituição foi impulsionada e diversificada durante a Pandemia de Covid-19, atingindo mais de sete milhões de pessoas em 2020. No mesmo ano, expandiu geograficamente suas atividades para outros estados brasileiros e países da América Latina. A JHSP é certificada pelo LEED na categoria Platinum, o mais alto nível de sustentabilidade de edificações; e pelo Bureau Veritas com o selo SafeGuard - certificação de excelência nas medidas de segurança sanitária contra a Pandemia de Covid-19.

segunda-feira, 19 de junho de 2023

.: "Revoada" apresenta cerca de 20 pinturas e uma instalação inédita

Pinacoteca de São Paulo realiza exposição de Antonio Obá com instalação inédita. Com obras fundamentais, Revoada é a primeira mostra de um artista brasileiro a ocupar a Galeria Praça, na Pina Contemporânea. Foto: Fata Morgana nº 1 (2022)


A Pinacoteca de São Paulo, museu da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, apresenta Antonio Obá: Revoada, segunda mostra a ocupar a Galeria Praça da recém-inaugurada Pinacoteca Contemporânea. Com curadoria de Ana Maria Maia e Yuri Quevedo, Revoada apresenta cerca de 20 pinturas e uma instalação inédita, que dá título à exposição, tendo a figura da criança como fio condutor. Também compõem a mostra obras pouco vistas no Brasil, como Banhistas nº 3 – Espreita (2020) e Fata Morgana nº 1 (2022).

O trabalho de Antonio Obá é constituído por três importantes pilares, que conduzem a narrativa desta exposição: a rememoração de acontecimentos históricos – em geral marcos de violência e luta por direitos de pessoas negras nos Estados Unidos –, a atribuição de novos significados a esses episódios e o processo educativo. Juntos, cada um desses aspectos do trabalho constituem um programa para lidar com o tempo, articulando ações de ressignificação, transformação e emancipação.

A instalação Revoada foi construída em diálogo com a história do museu, que nasceu originalmente para ser uma escola. No início do século XX, o edifício da Pina Luz funcionava como o Liceu de Artes e Ofícios, escola dedicada à educação artística voltada para a capacitação profissional dos alunos. Entre as técnicas ensinadas no Liceu estava a fundição, linguagem escolhida pelo artista para desenvolver a instalação. Durante os últimos meses, Obá organizou oficinas na Pina Contemporânea, na Ocupação 9 de Julho (Movimento Sem Teto do Centro) e no Colégio Vera Cruz, onde moldou cerca de 200 pares de mãos de crianças em resina. Agora essas peças vão alçar voo na Galeria Praça – pavilhão que conserva os arcos trabalhados em ferro da construção da antiga Escola Estadual Prudente de Morais.

Fundindo essas mãos, Obá ensina o procedimento da moldagem ao mesmo tempo que interpreta a presença dessas crianças no espaço; considerando a marca expressiva de cada uma. Contida nesse gesto, está a crença na dimensão coletiva das memórias e na educação como processo que garante autonomia e liberdade. Os sujeitos lembram, sabem e agem”, conta o curador Yuri Quevedo.

As crianças em Antônio Obá

Além da instalação, 20 pinturas se organizam a partir do tema da infância e de um movimento vertical, muito presente no trabalho de Obá. No percurso de revisitar momentos da história, o artista inscreve a tragédia e a violência em um tempo mítico, transformando os personagens históricos em entidades, arquétipos que podem rever sua posição na própria história. Por meio de seu trabalho, Obá busca transmutar momentos trágicos em episódios poéticos, sem dessa maneira esquecer aquilo que martirizou quem viveu esses momentos. Esse procedimento pode ser observado em Figuras no caminho “Criança suspensa” (2022), em que o artista retoma a iconografia cristã da crucificação, suspendendo um garoto sobre pernas de pau, seguradas por duas meninas. A suspensão retira o garoto da terra e do tempo corrente. Nesse tempo sem dor, a coroa não é mais de espinhos, mas sim de flores.

A infância em Antônio Obá não é ingênua. As crianças-personagens do artista são agentes do seu tempo, conscientes e capazes de transformar o mundo. Na pintura Tocaia (2019), um menino santo, sem rosto, é atacado por uma pomba, ao mesmo tempo em que consegue reter uma segunda ave com a outra mão. O garoto aprende, se disfarça de isca, atrai e domina seu algoz.

A criança de Wade in the water - after Adriana Varejão (2019), nos desafia frente a uma piscina que se refere à série Saunas, da artista citada no título. A pintura faz alusão à canção Wade in the water, do gênero spirituals, criada e cantada por negros escravizados nos Estados Unidos. A letra é atribuída a Harriet Tubman (Condado de Dorchester, 1822 – Auburn, 1913), uma mulher negra, que nasceu escravizada, e se tornou importante agente na luta pela abolição e, posteriormente, pelo voto feminino. Tubman conduzia fugitivos por uma rota conhecida como Underground Railroad [Ferrovia subterrânea], cantando a canção como uma forma de alertar quem protegia para se esconder. Relatos afirmam que ela salvou cerca de 300 pessoas.

Em Banhistas nº 3 – Espreita (2020), Obá faz referência a um acontecimento de junho de 1964, no hotel Monson Motor Lodge, Saint Augutine, Flórida. Martin Luther King (Atlanta, 1929 – Memphis, 1968), líder do movimento anti-segregacionionista, tentou se servir de almoço e foi impedido pelo gerente. Ao insistir, foi preso por invasão de propriedade. Dias depois, um grupo de manifestantes brancos e negros mergulhou na piscina do hotel em sinal de protesto. Em reação, o mesmo gerente despejou um galão de ácido muriático nas águas. A fotografia mais famosa desse acontecimento é de Horace Cort (1913 - 1988), a partir da qual Obá pinta. Na obra, o vilão dá lugar a um crocodilo, uma alusão às histórias em que crianças escravizadas eram usadas como isca. As crianças da cena ficam à espreita, elas agora se tornaram predadoras.

Obras que retomam a ideia de um movimento de suspensão dos personagens complementam a mostra. Fata Morgana nº 1 (2022), os estandartes Crianças suspensas (2022), Angelus (2022) e a série Strange fruit [Fruto estranho], poucas vezes expostas no Brasil, poderão ser vistas pelo público. O visitante terá acesso a vídeos explicativos sobre cada obra da exposição, na voz do artista, por meio de um QR Code.

A exposição Antonio Obá: Revoada é patrocinada pela Livelo, na cota Apresenta.

O artista: Antonio Obá (Ceilândia, 1983) vive e trabalha em Brasília. O artista participa de exposições coletivas e individuais desde 2001, com um trabalho que maneja história e universo simbólico, alinhavando linguagens e experiências próprias. Suas últimas exposições incluem Path, Oude Kerk, Amsterdam; Antonio Obá: Fables, X Museum, Pequim (2022); Carolina Maria de Jesus, um Brasil para os brasileiros, IMS Paulista, São Paulo (2021); Enciclopédia Negra, Pinacoteca do Estado de São Paulo, São Paulo (2021).


Exposição: Antônio Obá: Revoada

Período: 24.06 a 18.02.2024

Curadoria: Ana Maria Maia e Yuri Quevedo

Pinacoteca Contemporânea – Galeria Praça

De quarta a segunda, das 10h às 18h

Gratuitos aos sábados - R$ 10,00 (inteira) e R$ 5,00 (meia-entrada)

Lançamento do catálogo: 24.06.23, em loja física e no site.

quinta-feira, 8 de junho de 2023

.: 130 anos do Viaduto do Chá em exposição do Museu da Cidade de SP


Exposição " Chá, Um Viaduto. Algumas Histórias" segue em cartaz na unidade do Museu da Cidade de São Paulo, Chácara Lane até dia 28. Cerca de 45 itens trazem à tona a representatividade do viaduto para a expansão da cidade de São Paulo. Na imagem, Benedito Junqueira Duarte (Franca, SP, 1910 - São Paulo, SP, 1995). Vale do Anhangabaú, 1943. Reprodução de fotografia em preto e branco.Acervo Museu da Cidade de São Paulo

Mais que um mero recurso de travessia, o Viaduto do Chá é um símbolo de modernidade para São Paulo. Essa é a defesa feita pela exposição "Chá, Um Viaduto. Algumas Histórias", que está em cartaz na Chácara Lane, unidade do Museu da Cidade de São Paulo, instituição vinculada à Secretaria de Secretaria Municipal de Cultura. A mostra é reflexo de extensa pesquisa da curadora e historiadora da arte Ana Paula Nascimento e celebra 130 anos deste marco do urbanismo. "Chá, Um Viaduto" exigiu uma seleção iconográfica a partir de croquis, fotografias, cartões-postais, coleta de depoimentos, vídeo, obras de arte e registros de instalações, e poderá ser conferida até 28 de junho de 2023.

Ao todo foram reunidas mais de 45 peças pertencentes ao acervo do Museu da Cidade de São Paulo e de outras instituições de memória, dentre elas as bibliotecas da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) e da Escola Politécnica (EP) da Universidade de São Paulo, além do Instituto Moreira Salles (IMS) e do Arquivo Histórico Municipal de São Paulo. Entre as obras estão a reprodução de uma perspectiva de Flávio de Carvalho para o concurso de 1934, assim como as de Elisário Bahiana e Rino Levi, e registros do viaduto efetuados por grandes nomes da fotografia brasileira, como Marc Ferrez, Benedito Junqueira Duarte, Marcel Gautherot, Alice Brill e Juca Martins.

“O grande propósito é mostrar o viaduto muito além de um lugar de passagem”, almeja a curadora. “Sobretudo, interessa levar ao conhecimento e à reflexão o simbolismo, o caráter representativo dessa estrutura para a cidade de São Paulo”, explica. “A exposição recupera a cronologia e contextualiza a relevância do Viaduto do Chá, trazendo informações que vão desde a inauguração do primeiro viaduto, feita em metal, até as interferências artísticas levadas a cabo no espaço em dias atuais”, completa.

Benedito Junqueira Duarte (Franca, SP, 1910 - São Paulo, SP, 1995). Viaduto do Chá, 1938. Fotografia em preto e branco. Acervo Museu da Cidade de São Paulo. Espectador e palco constantes

Tema de música e cenário de novela, o Viaduto do Chá é um dos grandes marcos da arquitetura paulista. A primeira estrutura, feita em treliça metálica, foi idealizada pelo litógrafo francês Jules Martin e oficialmente inaugurada em 6 de novembro de 1892 – sendo contemporânea à celebrada Torre Eiffel, construída em Paris em 1889 com o mesmo material.

Trata-se do primeiro viaduto construído na capital paulista, ligando a colina do Triângulo Histórico ao então “Centro Novo”. Seu nome faz referência ao Morro do Chá, localizado na encosta da atual Rua Xavier de Toledo e às plantações de chá que existiam naquele período no Vale do Anhangabaú. Sua instalação suscitou o embelezamento da região, sendo criado o Parque Anhangabaú, concluído no final da década de 1910, ao lado dos edifícios de fachadas europeias.

Com o aumento do trânsito, congestionamentos e forte urbanização do centro de São Paulo, a estrutura passou a dar sinais de fadiga. Para substituí-lo, a Prefeitura instituiu durante a década de 1930 um concurso para a construção de outro viaduto no mesmo local. Levou a proposta do arquiteto carioca Elisário Bahiana, responsável também por projetar, em uma das cabeceiras do Viaduto, o edifício que por muitos anos abrigou o Mappin. 

Em 18 de abril 1938 o novo viaduto foi inaugurado ao lado do antigo, construção esta em concreto armado, com quase o dobro da largura. No dia, a estrutura metálica começou a ser desmontada. “O Chá é testemunha e parte ativa da transformação da região do Vale do Anhangabaú de quintal a centro simbólico, convertido em principal cartão-postal da cidade ao menos até meado do século 20”, relata a curadora. “É nesta área que por um período ocorre a maior travessia de pedestres da urbe. Mas, além das aglomerações e do trânsito intenso, ele presenciou e presencia comemorações, espetáculos, práticas comerciais, manifestações artísticas, atos cívicos e ações solitárias”, conclui.

Marc Ferrez (Rio de Janeiro, RJ, 1843-1923). São Paulo - Viaduto do Chá, 1892-1898. Ambrotipia. Acervo Museu da Cidade de São Paulo


Percurso
A mostra ocupa sete salas, distribuídas em dois andares da Chácara Lane. Na primeira galeria, o público se depara com fotografias realizadas ao longo da existência do viaduto, revelando uma São Paulo que se moderniza rapidamente ao longo do século 20. Nesse ambiente também estarão expostos cartões-postais que desvelam o magnetismo do viaduto.

Na sala seguinte, os visitantes poderão conhecer as reproduções, tanto parcial do projeto de Jules Martin, como de alguns dos projetos que participaram do concurso para elaboração da nova versão do Chá. Em um ambiente anexo, o visitante encontra também espaço destinado à leitura e pesquisa de títulos, materiais acadêmicos e catálogos relacionados ao Viaduto e aos artistas com trabalhos na exposição. Na sala ainda uma maquete tátil do viaduto.

Em seguida, o visitante irá se deparar com fotografias que colocam, lado a lado, as duas versões do viaduto – a estrutura metálica, desmontada, e a atual, de concreto armado – e também terá acesso a um ambiente dedicado a exibir vídeo-depoimentos de três professores vinculados à USP: Fraya Frehse, Regina Meyer e Ricardo Marques de Azevedo.

No segundo andar, os visitantes terão acesso a registros e obras relacionadas às instalações artísticas. De Rubens Mano um nova apresentação de Detetor de ausências, reflexão a partir de apresentado em 1994 no contexto da exposição Arte cidade: a cidade e seus fluxos.De Ana Teixeira, que efetua ações desde a década de 1990, os registros e objetos de Escuto histórias de amor e Outra identidade. Ambos se valeram do Viaduto do Chá para discutir identidade, solidão e pertencimento. Em outra galeria são apresentadas fotografias que mostram cenas cotidianas no local: pedestres em passagem, multidões reunidas, trânsito movimentado...

Também neste andar estão presentes os trabalhos de Paulo von Poser, artista apaixonado pela cidade de São Paulo, em especial pelo centro histórico. Ele também coordenou, junto com Carla Caffé, um desenho coletivo do Viaduto do Chá especialmente realizado  para a exposição pelos estudantes da disciplina que ministra na Escola da Cidade. Para finalizar, uma linha do tempo dessa estrutura tão emblemática da capital paulista.


Flávio de Carvalho (Barra Mansa, RJ, 1899 - Valinhos, SP, 1973). Projeto para o Viaduto do Chá, vista do Anhangabaú, 1934. Guache sobre papel. Reprodução. Acervo Biblioteca da Escola Politécnica da USP
 

Atualizações constantes
De longa duração, Chá, um viaduto contará com ativações e novidades ao longo do período expositivo. Até o fim de janeiro, a mostra vai inaugurar uma sala com fotografias do viaduto realizadas por Cristiano Mascaro especialmente para a mostra.

No mesmo mês, será montada uma projeção imersiva a partir de uma filmagem realizada por drone ao redor do Viaduto e do Vale do Anhangabaú, de modo a fazer com que o visitante sinta que está sobrevoando a região. Além disso, será realizada uma pequena mostra itinerante no passeio do viaduto, em que serão distribuídos painéis com reproduções das fotografias feitas no local em diferentes momentos.


Sobre o museu
A Chácara Lane, localizada no Centro da capital paulista, é uma das 13 unidades do Museu Cidade de São Paulo, que tem como sede o Solar da Marquesa dos Santos e inclui entre seus espaços de exibição a Casa Modernista e a Cripta Imperial. Identificado com a categoria de museu de cidade (ICOM/UNESCO), além de seus acervos institucionais, o Museu toma a cidade e seus territórios como acervo operacional, sob a ótica interdisciplinar com várias abordagens teóricas, como arquitetura, história, sociologia e arqueologia. 


Serviço
Exposição: "Chá, Um Viaduto. Várias Histórias". Até dia 28 de junho de 2023. De terça-feira a domingo, das 9h às 17h. Local: Chácara Lane – Rua da Consolação, 1024, Centro - São Paulo. Gratuito.

quarta-feira, 7 de junho de 2023

.: Mostra de holandeses "Studio Drift - Vida em Coisas" em cartaz no CCBB SP


Shylight | Drift | 2006-2014. Alumínio, aço inoxidável polido, seda, luzes de LED e robótica. Foto: Ossip van Duivenbode 


A partir de 14 de junho, o Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo apresenta uma seleção bastante representativa da produção do "Drift", dupla de artistas holandeses que recupera em esculturas e instalações a relação da humanidade com a natureza. As obras "Amplitude" e "EGO" ocuparão o novo anexo de 300 metros quadrados que marca a expansão do CCBB SP, localizado bem à frente do endereço tradicional do museu; o novo espaço cultural possui dois andares, auditório reversível e corrobora com a transformação do centro histórico da cidade. 

Em 2007, os artistas Lonneke Gordijn e Ralph Nauta criaram o "Drift", na Holanda. Desde então, eles vêm desenvolvendo esculturas, instalações e performances que colocam pessoas, ambiente e natureza na mesma frequência. Suas obras sugerem ao público uma reconexão com o planeta e poderão ser conferidas gratuitamente entre 14 de junho e 7 de agosto, no CCBB SP.  

Usando a luz como um dos elementos básicos de construção de sua arte, a dupla explora as relações entre humanos, natureza e tecnologia de forma simples e ao mesmo tempo profunda, conferindo aos visitantes a oportunidade de vivenciarem obras que tocam em elementos essenciais da vida na Terra. De acordo com Alfons Hug, curador da mostra, ao colocar a luz como elemento central de suas composições artísticas, o "Drift" “aponta para a ociosidade da vida cotidiana e a futilidade da atividade humana". O curador afirma ainda que a luz, no DRIFT, “nos faz pensar no mundo de hoje, mas também em nossas origens, pois esta luz vem de longe e contém um vislumbre do passado remoto”.


Racionalidade
Marcello Dantas, curador da exposição ao lado de Hug, explica que existe uma racionalidade por trás das obras do "Drift", que é a possibilidade da natureza e da tecnologia viverem em harmonia. "Seja pelo mundo biônico, seja pelo conceito de animismo, em que todas as coisas - animais, fenômenos naturais e objetos inanimados – possuem um espírito que os conecta uns aos outros”. 

O "animismo" em "Drift" significa, por exemplo, transformar um robô numa flor, revelando o encontro entre “a projeção que fazemos das coisas e aquilo que elas potencialmente podem ser”, complementa Dantas. “Ao estudar os seres vivos e tentar emular artificialmente seu comportamento, passamos a criar uma escuta e uma linguagem que, em alguma dimensão simbólica, podem ser sincronizadas"

Um dos destaques da mostra é "Shylight" (algo como “luz tímida”, se traduzido para o português). Trata-se de uma escultura hipnótica que se abre e se fecha, numa fascinante coreografia que mimetiza o comportamento de flores que, durante a noite, se fecham, numa medida de proteção e de economia de recursos. Se grande parte dos objetos feitos pelos homens tendem a ter uma forma fixa, o projeto do "Drift", neste caso, é recuperar a ideia de que, na natureza, tudo está em constante metamorfose e adaptação. Assim, os objetos animados ganham a força de expressar, caráter e emoção.  


Campana
Na passagem por São Paulo, a exposição contará com a exibição inédita da obra "Cadeira Banquete", criada em parceria com o Estúdio Campana, dos irmãos e designers Humberto Piva Campana e Fernando Piva Campana. A peça desconstruída ganhará a forma de blocos sugerindo reflexões sobre sua funcionalidade.

"Cadeira Banquete" integra a série "Materialism", composta também por Fusca Volkswagen:uma escultura pesada que comprime, em blocos, todos os materiais secos que compõem um carro – no caso, um Fusca. Assim, os materiais ganham uma forma condensada, instigando a imaginação sobre o papel humano na transformação da natureza.  

"Fragile" Future procura fundir natureza e tecnologia em uma escultura multidisciplinar de luz. Temos, aqui, uma visão utópica e crítica do futuro do nosso planeta, em que duas formas de evolução aparentemente opostas realizam um pacto de sobrevivência. Circuitos elétricos tridimensionais, de bronze, ficam conectados a sementes da planta dente-de-leão, que emitem luzes.  

Trata-se de uma escultura com forma potencialmente infinita, que pode crescer ou encolher, dependendo do espaço que ocupa. Para a construção, a dupla recorreu a sementes que, uma a uma, receberam luzes de LED, num processo artesanal que resiste aos métodos de produção em massa e à cultura do descarte.  

A escultura "Ego", pensada inicialmente para compor o cenário da ópera Orfeu, representa a rigidez da produção da humanidade e o quanto é importante que essa produção se torne fluida, para que não colapse. A obra questiona o quanto nossas esperanças, verdades e emoções são resultado direto da rigidez ou da fluidez de nossa mente. Um bloco de fibra de náilon oscila, graças à ação de oito motores e um algoritmo pensado especialmente para a obra.  

Também fazem parte da exposição as peças "Amplitude", "Franchise Freedom", "Coded Nature", "Drifters", "Dandelight" e "Making of Drift", uma instalação com peças que mostra uma espécie de “making of” do trabalho da dupla. Para a construção dessas obras monumentais, os artistas comandam uma equipe multidisciplinar de 64 pessoas, com um estúdio em Amsterdã e outro em Nova Iorque. 


Expansão
As obras de "Drift" marcam também a primeira mostra no CCBB São Paulo a ocupar, além das galerias tradicionais do edifício criado pelo arquiteto Hippolyto Pujol Junior, um novo anexo com 300 metros quadrados imediatamente à frente do CCBB. "É uma expansão que reforça nossa característica de espaço cultural, de encontros, reflexões e memória", descreve Claudio Mattos, Gerente Geral do CCBB. De acordo com o executivo, "a iniciativa corrobora com a transformação do centro histórico da cidade"

"Studio "Drift - Vida em Coisas" tem curadoria de Alfons Hug e Marcello Dantas e após a passagem por São Paulo percorrerá os CCBBs Belo Horizonte e Brasília. O patrocínio da mostra é do Banco do Brasil e da BB Asset Management, com produção executiva da Madai Art. Ingressos disponíveis em bb.com.br/cultura e na bilheteria física do CCBB SP. 


Serviço
Exposição "Studio Drift - Vida em Coisas". Local: Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo. Data de abertura: 14 de junho. Funcionamento: todos os dias, das 9h às 20h, exceto às terças-feiras.Ingressos gratuitos: disponíveis em bb.com.br/cultura e na bilheteria física do CCBB SP. Entrada acessível: pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida e outras pessoas que necessitem da rampa de acesso podem utilizar a porta lateral localizada à esquerda da entrada principal. Informações: (11) 4297-0600. Estacionamento: O CCBB possui estacionamento conveniado na Rua da Consolação, 228 (R$ 14 pelo período de 6 horas - necessário validar o ticket na bilheteria do CCBB). O traslado é gratuito para o trajeto de ida e volta ao estacionamento e funciona das 12h às 21h. Transporte público: O Centro Cultural Banco do Brasil fica a 5 minutos da estação São Bento do Metrô. Pesquise linhas de ônibus com embarque e desembarque nas Ruas Líbero Badaró e Boa Vista. Táxi ou Aplicativo: Desembarque na Praça do Patriarca e siga a pé pela Rua da Quitanda até o CCBB (200 m). Van: Ida e volta gratuita, saindo da Rua da Consolação, 228. No trajeto de volta, há também uma parada no metrô República. Das 12h às 21h.

terça-feira, 23 de maio de 2023

.: MAB FAAP abre exposição com uma das maiores coleções de cartazes


“Cinematográfica” apresenta 56 cartazes de filmes, assinados por personalidades como Francis Ford Coppola, Alan Parker, Wim Wenders, Laís Bodansky e Anselmo Duarte.


O Museu de Arte Brasileira MAB FAAP, abre ao público no dia 23 de maio, a exposição “Cinematográfica”, que apresenta uma das maiores coleções de cartazes de cinema do país. Na mostra, com curadoria do professor e pesquisador Rubens Fernandes Junior, o público poderá ver 56 cartazes de filmes nacionais, internacionais e animações, feitas entre 1969 e 2017. Todos eles estão assinados por algum dos envolvidos no processo de criação do filme, como diretores, produtores, ilustradores e atores que estiveram presentes na FAAP.

Entre as curiosidades estão o cartazes dos filmes "O Poderoso Chefão", de 1972, assinado pelo diretor Francis Ford Coppola, Medo e Obsessão, assinado pelo diretor Wim Wenders, "O Fantástico Mundo do Dr. Kellogg", assinado pelo diretor Alan Parker, "O Rei Leão", assinado pelo diretor de animação Aaron Blaise, e o mais antigo desta mostra, "O Comissário Pepe", de 1969, assinado por Maria Sole Tognazzi, filha do ator Ugo Tognazzi. O que era uma peça descartável de produção industrial, quando autografadas, ganham uma nova e indiscutível importância cultural.

A exposição está dividida em quatro núcleos: cartazes de filmes internacionais, nacionais, de animação e de filmes realizados por professores e ex-alunos. “O cartaz de cinema tem uma dimensão utilitária e temporal, assim como é uma peça efêmera, presumivelmente descartável. Ele tem um caráter prosaico e cumpre uma função bem objetiva. É um impresso multiplicado em grandes tiragens, cuja finalidade primeira é a comunicação e a divulgação do filme. Buscamos manter esse expressivo conjunto que, ao longo do tempo, adquiriu um inestimável valor histórico”, explica o curador da mostra professor Rubens Fernandes Júnior.


Cartazes de cinema movimentam milhões no mercado de leilões
Um leilão ocorrido em maio nos Estados Unidos, com cerca de mil cartazes de clássicos do cinema, promovido pela Propstore, um dos principais fornecedores mundiais de adereços e figurinos de filmes, movimentou quase US$ 2 milhões. O valor de algumas peças, como o pôster do filme de faroeste Cimarron (1931), vencedor do Oscar de Melhor Filme, foi avaliado em mais de US$ 100 mil (R$ 500 mil). Estima-se que exista apenas quatro cópias dele no mundo.

Cartazes de filmes como "O Vampiro de Dusseldorf "(1931), do diretor Fritz Lang, "Star Wars: Episódio VI - O Retorno de Jedi" (1983) e "Star Wars: Episódio IV - Uma Nova Esperança" (1977), podem chegar à valores entre US$ 30 mil e US$ 60 mil (R$ 151 mil e R$ 303 mil). Enquanto cartazes de outros filmes clássicos, como "Relíquia Macabra" (1941), "Casablanca" (1942), "A Guerra dos Mundos" (1953), "Sangue de Pantera" (1942), "Os Sete Samurais" (1954), "2001: Uma Odisséia no Espaço" (1968), "Vampiros de Almas" (1956) e "Narciso Negro" (1947), também foram à venda, por preços que variaram entre US$ 3.000 e US$ 40 mil (R$ 15 mil a R$ 201 mil). A Propstore não disponibiliza os valores arrecadados em seus leilões.

Em 2012, na Austrália, foi a leilão uma das maiores coleções do mundo, com cerca de sete mil cartazes de clássicos do Cinema Mundial, onde um sortudo colecionador adquiriu uma cópia em francês do clássico "King Kong", de 1933, por US$ 100 mil. Essa pode ser a única cópia existente no mundo. A coleção do cenógrafo e artista português, Joaquim António Viegas, foi anunciada como uma possível candidatura ao Tesouro Nacional, a convite do Museu Municipal de Faro. Joaquim costumava dizer que “Há raríssimos cartazes que sobreviveram, quando os próprios filmes não o conseguiram fazer. Se sobreviveram, estão esquecidos e não são encontrados”.


Filmoteca FAAP
A Filmoteca FAAP detém uma das maiores coleções de cartazes de cinema do país e reúne, cerca de 900 títulos em película (35mm, 16mm, Super 8mm), aproximadamente 7500 cartazes e cerca de 10.000 fotografias de still, uma referência para pesquisadores. Uma coleção institucional única no país, mantida pelo Centro Universitário FAAP. Uma fabulosa reunião de singularidades, com afinidades estéticas e gráficas, de caráter aberto e dinâmico, preservada e disponível para professores, alunos e pesquisadores.


Exposição "Cinematográfica"
Abertura: 23 de maio, às 18h. Período de visitação: 24 de maio a 6 de agosto. Horário: Todos os dias, das 10h às 18h, exceto as terças-feiras (fechado, mesmo aos feriados). Endereço: R. Alagoas, 903 - Higienópolis - São Paulo. Informações: (11) 3662-7198. Entrada: gratuita. Cartazes assinados por: Wim Wenders, Francis Ford Coppola, Allan Parker, Giuseppe Tornatore, Carlos Saldanha, Jorge Bodansky, Fernando Meirelles, Eduardo Coutinho, João Moreira Salles, Laís Bodansky, Anselmo Duarte, Breno Silveira, Aaron Blaise, Tarcísio Meira, Djalma Limongi Batista, Cao Hamburguer, Rodrigo Teixeira, Paulo Morelli, Marcos Caruso, José Gozze, Hugo Prata, Andrucha Waddington, Esmir Filho, Kiko Goifman, Breno Silveira, Marchi, Rodrigo Santoro, Luiz Bolognesi, Lázaro Ramos, Suzana Amaral, Park Chan-Wook, Giuseppe Tornatore, Alê Abreu, Vincent Gallo, Mauro Lima, Selton Mello, Charly Braun, Atom Egoyan, Marina Person, Samuel de Castro, Tony Ramos, Andrea Tonacci, Marco Dutra, Paulinho Caruso e Teodoro Poppovic.


Sobre o MAB FAAP
Desde que abriu suas portas pela primeira vez em 10 de agosto de 1961, com a mostra “Barroco no Brasil”, o Museu de Arte Brasileira da Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP) se comprometeu a incentivar e divulgar a arte brasileira. Além de seu acervo próprio que conta com mais de 3 mil obras de arte a partir do final do século 19, no decorrer dos últimos anos, abrigou exposições marcantes para a história da cultura do País, como a exposição “Toyota - O Ritmo do Espaço” premiada pela APCA em 2018.

Em 2016, foi criada a Coleção Moda-MAB que reúne vestimentas, bonecas e acessórios de estilistas contemporâneos brasileiros, fortalecendo o vínculo entre o museu e a moda, que desde 1989 esteve presente por meio de desfiles e exposições vinculadas ao tema. Cabe destacar que além da pesquisa e organização de exposições de temas pertinentes às artes visuais brasileiras, o MAB incorporou a apresentação de mostras de arte internacional com temáticas de interesse geral que trazem experiências significativas ao público e ampliam a compreensão do fazer artístico e cultural. 

Desde agosto de 2021, o Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas e assiste todas as estreias na unidade em Santos. Também é parceiro da MUBI desde abril de 2023. Assine a MUBI e fique por dentro das novidades do cinema neste link.

sábado, 20 de maio de 2023

.: Mirante do Sesc 24 de Maio reabre portas, com vistas deslumbrantes de SP


Os visitantes poderão desfrutar novamente do icônico Mirante do Sesc 24 de Maio, localizado no coração de São Paulo, com horário de funcionamento de terça a sábado, das 10h às 18h30, e aos domingos e feriados, das 10h às 17h30. Foto: Helô Goes


O Sesc 24 de Maio anuncia a reabertura de seu Mirante, um dos pontos turísticos mais emblemáticos da cidade de São Paulo. A partir deste sábado, dia 20 de maio, os visitantes poderão desfrutar novamente da bela vista oferecida por esse espaço privilegiado no coração da metrópole.

Os visitantes têm a oportunidade de contemplar a paisagem urbana, admirar os principais pontos turísticos do centro, como o Terraço Itália e o Farol Santander (antiga torre Banespa) e apreciar a riqueza cultural e arquitetônica que a cidade tem a oferecer vista do alto.

O horário de funcionamento do Mirante do Sesc 24 de Maio será de terça a sábado, das 10h às 18h30, e aos domingos e feriados, das 10h às 17h30. Não haverá distribuição de ingressos nem agendamento prévio, mas atenderemos ao público seguindo a disponibilidade e a capacidade máxima permitida para o espaço.

Para que esta experiência seja ainda mais completa, o Sesc 24 de Maio oferece diversificadas programações, como a exposição "Utopia Brasileira - Darcy Ribeiro 100 Anos" que ficará em cartaz até 25/06 e muitas outras atividades voltadas a todos os públicos.

Além disso, nosso jardim da piscina, no 11º andar, conta com café que oferece opções deliciosas de lanches e bebidas, proporcionando um momento agradável de descanso e descontração enquanto aprecia a vista da cidade da garoa.


Serviço

Horário de funcionamento do mirante: terça a sábado: 10h às 18h30. Domingo e feriado: 10h às 17h30. "Utopia Brasileira - Darcy Ribeiro 100 Anos". Local: 5º andar - Sesc 24 de Maio, rua 24 de Maio, 109, São Paulo. Período expositivo: até 25 de junho de 2023. Horário de funcionamento: terça a sábado, das 9h às 21h; domingos e feriados, das 9h às 18h. Acessibilidade: mobiliário acessível; audioguia geral e audiodescrição de objetos táteis; videoguia em Libras com Legendagem para Surdos e Ensurdecidos (LSE) e vibroblaster para obras sonoras; réplica, maquete e mapa táteis; piso podotátil e impressão dos textos em dupla leitura (português ampliado e Braile). Classificação: livre. Ingressos: entrada gratuita.


Sesc 24 de Maio
Rua 24 de Maio, 109, Centro, São Paulo. 350 metros do metrô República. Telefone: (11) 3350-6300.


quinta-feira, 27 de abril de 2023

.: Exposição “Diversidade” na Academia Brasileira de Arte será neste sábado

No próximo sábado, dia 29 de abril, o Coletivo Let´s traz para a Academia Brasileira de Arte, em Moema, performances de artes plásticas, teatro, música e dança. A exposição #Diversidade contará com a mostra de obras dos artistas participantes, oficina, música ao vivo e live painting, onde o público poderá prestigiar artistas visuais produzindo seus trabalhos ao vivo.

“O objetivo do evento é apresentar o universo criativo de múltiplos artistas como inspiração empreendedora. Misturando diversas linguagens é possível expandir a criatividade”, explica o fotógrafo Bruno Okubo, um dos organizadores do Coletivo Let´s, que desde 2015 realiza vivências criativas. 

O artista Naoki Takada se inspira em seu estilo de vida surfista e  sua origem oriental. Foto: Daniel Bonozati


A performance visual vai reunir pinturas ao vivo de dois artistas cuja a ancestralidade africana e oriental são fontes de inspiração. Morando em São Paulo desde o final de 1990,  o artista plástico baiano Ógbá é conhecido por grafitar  diversos muros com motivos africanos. Já a inspiração do artista plástico Naoki Takada vem de seu estilo de vida surfista,  sua origem oriental e o fascínio pela obra "A grande onda de kanagawa", a mais famosa xilogravura do mestre japonês Katsushika Hokusai e a primeira pintura na série Trinta e seis vistas do Monte Fuji. 


Morando em São Paulo desde o final de 1990,  o artista plástico baiano Ógbá é conhecido por grafitar  diversos muros com motivos africanos. Foto: Ógbá

Customização de objetos
Além de presenciar a pintura ao vivo, o público também poderá ter peças customizadas pela fusão da arte desses artistas. Após inúmeros diálogos sobre a cultura africana e oriental presentes em suas pesquisas, os artistas Ógbá e Takada iniciaram um trabalho em parceria. Nasceu assim uma união de composições orgânicas que mesclam as culturas distintas através das obras de arte. 


Oficina Refazendo arte
Durante o evento, quem quiser aprender mais sobre arte, poderá participar de uma oficina ministrada pela artista plástica Silvia Borini, ganhadora, entre outros, do Prêmio Internacional de Artes Plásticas – Brasil-Extremo Oriente (1986).


“A Saga de Otello”
O evento contará ainda com uma performance do artista Alberto Garcia com trechos da peça teatral “A Saga de Otello”, além de música ao vivo com os músicos Raphael Badessa e Dudu Sales, Flash Tattoo, Music Painting, bate-papo sobre processos criativos e apresentação de documentários sobre artistas envolvidos desde 2015 no Coletivo Let´s. Os presentes também contarão com um coquetel.


Serviço:
Exposição “Diversidade”
Data: 29 de abril
A partir das 18h
Local: Academia Brasileira de Arte (ABRA)
Avenida Macuco, 684, Moema, São Paulo, SP
https://abra.com.br/
Ingressos: https://www.sympla.com.br/evento/exposicao-diversidade-coletivo-lets/1952626
R$ 67

sexta-feira, 10 de março de 2023

.: Filosofia: ciclo de debates “Entreolhares” aborda Chagall e o amor


Marc Chagall | "O Sonho", 1980 | Óleo sobíe cartão, 38x46 cm | Coleção paíticular © Chagall, Marc/AUTVIS, Brasil, 2022


"Chagall e o Amor Segundo a Filosofia" é o tema da primeira edição do ciclo de debates "Entreolhares". O encontro, a ser realizado em 11 de março, às 18h, faz parte de uma série de ações especiais previstas para a temporada da exposição "Marc Chagall: Sonho de Amor", que ocorre no Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo (CCBB SP). O evento é gratuito e os ingressos devem ser retirados no site bb.com.br/cultura ou na bilheteria do CCBB.

A cada edição do ciclo de debates haverá a participação de um convidado. Na estreia, Alexia Bretas, doutora em filosofia e professora na Universidade Federal do ABC, fará uma palestra que oferecerá aos participantes uma visão filosófica sobre um dos temas recorrentes nas obras de Marc Chagall, o amor.

Após a palestra, o público poderá visitar a exposição e também conferir a uma apresentação do Duo Pujol formado pelos músicos Fábio Ferreira (Flauta) e Lucas Vieira (Violão), vencedores do primeiro lugar no XVIII concurso nacional de violão "Musicalis", com premiação na mostra "Nascente" promovida pela USP, no turno música de câmara .

“Este Ciclo de debates têm o propósito de convidar o público a uma imersão ainda mais profunda em seu universo poético e vibrante, proporcionando uma reflexão sobre o amor em diversas perpectivas, tudo acompanhado por intervenções artísticas mais intimistas, com solistas ou duos de música, e declamações de poesia”, aponta Cynthia Taboada, organizadora da mostra.

Os próximos encontros do ciclo "Entreolhares" estão previstos para 15 de abril e 13 de maio, sempre às 18h. Já a exposição "Marc Chagall: Sonho de Amor" permanece em cartaz até 22 de maio no CCBB SP, com entrada gratuita. A mostra, dividida em quatro seções, tem início em "Origens e Tradições Russas". Neste módulo estão presentes as obras "Aldeia Russa" ("Russian Village"), de 1929, e "Vendedor de Gado" ("Le Marchand de Bestiaux"), de 1922, cedida pelo MASP, e o livro "Maternité", com gravuras de Chagall da coleção Mario de Andrade, ambos raramente expostos.

O segundo bloco da exposição, intitulado "Mundo Sagrado", se subdivide em “Bíblia” e “A História do Êxodo”. Nele são destaques "Davi e Golias" ("David et Goliath"), de 1981, além de águas-fortes que representam alguns dos capítulos mais importantes do Velho Testamento, como "Travessia do Mar Vermelho" ("Passage de la Mer Rouge"), "Morte de Moisés" ("Mort de Moïse") e 24 litografias vivamente coloridas com os passos da "História do Êxodo".

Um poeta com asas de pintor, o terceiro módulo, reúne trabalhos ligados ao regresso de Chagall do exílio nos Estados Unidos. O mundo do circo, a vida parisiense e o  amor a Paris são os protagonistas das obras dessa seção, como "O Galo Violeta" ("Le Coq Violet"), de 1966-1972, "Músico e Dançarina" ("Musicien et Danseuse") de 1975 e a série “Derrière le Miroir” retratando lugares icônicos de Paris.

O quarto e último módulo da mostra é intitulado "O Amor Desafia a Força da Gravidade". O sentimento de amor, a sensação de estar apaixonado, o enlace dos enamorados são os temas das pinturas. Ali está uma seção de buquê de flores pintados por Chagall ao longo da carreira, como "Buquê de Rosas" ("Bouquet de Roses"), de 1930 e "Buquê de Flores Sobre Fundo Vermelho" ("Bouquet de Fleurs Sur Fond Rouge"), de 1970, "Duas Cabeças" ("Deux Têtes") de 1966, "Os Amantes com Asno Azul" ("Les Amoureux à l’anê Bleu"), de 1955, e "Os Noivos com Trenó e Galo Vermelho", ("Les Mariés au Traîneau et au Coq Rouge") de 1957.

A exposição tem patrocínio da BB Seguros e do Banco do Brasil, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. A organização e produção são da empresa Cy Museum, em parceria com a italiana Arthemisia.


Serviço
Ciclo de Debates Entreollhares
Palestra:
Chagall e o amor segundo a filosofia, pela doutora em filosofia Alexia Bretas.
Local: Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo
Data: 11 de março de 2023
Horário: às 18h
Ingressos gratuitos: no site bb.com.br/cultura e na bilheteria do CCBB
Exposição: "Marc Chagall: Sonho de Amor"
Local: Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo
Data: até 22 de maio de 2023
Funcionamento: todos os dias, das 9h às 20h, exceto às terças-feiras
Ingressos gratuitos: disponíveis em bb.com.br/cultura e na bilheteria física do CCBB SP.
Entrada acessível: pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida e outras pessoas que necessitem da rampa de acesso podem utilizar a porta lateral localizada à esquerda da entrada principal.
Informações: (11) 4297-0600
Estacionamento: o CCBB possui estacionamento conveniado na Rua da Consolação, 228 (R$ 14 pelo período de 6 horas - necessário validar o ticket na bilheteria do CCBB). O traslado é gratuito para o trajeto de ida e volta ao estacionamento e funciona das 12h às 21h.
Transporte público: o Centro Cultural Banco do Brasil fica a cinco minutos da estação São Bento do Metrô. Pesquise linhas de ônibus com embarque e desembarque nas Ruas Líbero Badaró e Boa Vista.
Táxi ou Aplicativo: desembarque na Praça do Patriarca e siga a pé pela Rua da Quitanda até o CCBB (200 m).
Van: ida e volta gratuita, saindo da Rua da Consolação, 228. No trajeto de volta, há também uma parada no metrô República. Das 12h às 21h.

quarta-feira, 1 de março de 2023

.: Homem e natureza: Japan House São Paulo apresenta instalação botânica

Com o título "Essência: Jardim Interior - Atsunobu Katagiri", a exposição convida o público a vivenciar uma forma de coexistência entre o homem e a natureza, por meio da instalação que ressalta o respeito e a importância desta conexão. Foto: Divulgação


Enquanto a flora brasileira é vasta, exuberante e até agressiva em sua magnitude e diversidade, a delicadeza é uma das principais características encontradas nas plantas e flores que compõem a flora japonesa. É a partir dessas diferenças e contradições que o artista e mestre em Ikebana, Atsunobu Katagiri cria uma instalação botânica inédita para ocupar o térreo da Japan House São Paulo, de 7 de março a 30 de abril. Sob o nome “Essência: Jardim Interior - Atsunobu Katagiri”, a exposição gratuita é um convite a um momento de contemplação na agitada Avenida Paulista, dando a oportunidade para que os visitantes possam refletir sobre a presença essencial da natureza em todos os âmbitos da vida.

Conhecido por sua abordagem contemporânea no uso de plantas e flores, Katagiri combina em seu trabalho aspectos criativos tradicionais e questões atuais. Em seu projeto “Sacrifício”, resultado de sua experiência como artista convidado para o "Hama-dori, Naka-dori & Aizu Tri-Regional Culture Collaboration Project(2013)" projeto da  Agência de Assuntos Culturais do Governo Japonês, o artista instalou-se na cidade de Minamisoma, em Fukushima, região afetada pelo grande terremoto de 2011. Nesta região Katagiri foi arrebatado por emoções conflituosas, pois ao mesmo tempo que observava a destruição recente, notava a natureza retomando seu crescimento, re-encontrando uma espécie de flor nativa que havia desaparecido devido à ação humana. Nesse ambiente, coletou e criou arranjos florais exuberantes colocando as ruínas como cenário, como se tentasse representar esta regeneração

Na Japan House São Paulo, sua instalação ocupa o andar térreo da instituição, cuja parede de vidro será coberta por imagens de flores de várias origens, que foram selecionadas, escaneadas e ampliadas pelo próprio artista, criando um clima mais intimista e acolhedor no espaço. Os visitantes encontrarão um ambiente com diversas plantas, flores e substratos, como musgo, por exemplo, vegetação que requer pouca manutenção.. No Japão, eles possuem grande importância, sendo elementos essenciais nas florestas e jardins, representando conceitos como beleza, simplicidade e sofisticação, além da estética do wabi-sabi (transitoriedade e imperfeição). “A natureza é de onde viemos e para onde vamos, é elemento fundamental para a existência de qualquer ser vivo, mas também para nossa sanidade. A inserção na obra do Katagiri instiga o contato com nossos pensamentos, esse mundo todo que habita dentro de nós, e possibilita resgatar nossa percepção de bem-estar, quase como se estivéssemos dentro de um santuário. É uma forma de conexão e compreensão da magnitude dessa relação e, sobretudo, um alerta para sua fragilidade e finitude. Afinal somos, nós, natureza", comenta Natasha Barzaghi Geenen, Diretora Cultural da Japan House São Paulo e curadora da exposição.

Por se tratar de uma instalação viva, ao longo de oito semanas será possível observar os diferentes ciclos de vida de cada elemento; espécies que se desenvolvem e outras que chegam ao seu fim. Mais do que trazer a natureza para dentro da cidade, o artista, que expõe pela primeira vez na América Latina, faz uma homenagem à sua força regeneradora, sem domá-la. A exposição contará com extensa programação paralela com a participação de Katagiri como palestras, workshops e visitas guiadas. Dentro do programa JHSP Acessível, a exposição ESSÊNCIA: Jardim Interior - Atsunobu Katagiri conta com recursos de audiodescrição, libras e bancada com elementos táteis para tornar a visita mais inclusiva.

Sobre Atsunobu Katagiri: Nascido em Osaka em 1973, Katagiri tornou-se mestre da escola Misasagi Ikebana aos 24 anos e é conhecido por incorporar abordagens tradicionais e modernas em seu trabalho de ikebana e por sua colaboração com artistas de diferentes esferas. Sua atuação é marcada pela criação de pequenas composições usando flores silvestres, mas também peças majestosas feitas com flores de cerejeira.  Katagiri transita entre a tradição e questões atuais, como pode ser visto em muitos de seus trabalhos como seu projeto chamado "Sacrifício”, resultado de sua experiência na cidade de Minamisoma, em Fukushima, região devastada pelo terremoto de 2011. Ali, Katagiri notou a resistência e o crescimento da vegetação nativa da região, mesmo após um desastre, o que o impulsionou a criar arranjos de flores no meio das ruínas, como uma forma de expressar e homenagear tal contradição.


Programação Paralela

Visita Guiada "Essência: Jardim Interior" com Atsunobu Katagiri

Quando: 7 de março (terça-feira) na Japan House São Paulo

Horário: 15h

Duração: 60 min

Atividade livre

Vagas limitadas. Participação mediante retirada de senhas na recepção com 30 minutos de antecedência. Visita contará com LIBRAS como recurso de acessibilidade.


Workshop “I am Flower - adornos florais” com Atsunobu Katagiri

Quando: 12 de março (domingo) na Japan House São Paulo

Horários: 10h; 11h30; 14h; 15h30

Duração: 60 min

Atividade para família, indicada para crianças entre 6 e 12 anos acompanhadas de adulto responsável.

Vagas limitadas. Participação mediante retirada de senhas na recepção com 30 minutos de antecedência.


Palestra “A arte da Ikebana: seu passado e presente” com Atsunobu Katagiri

Quando: 14 de março (terça-feira) - Evento Online

Horário: 16h

Duração: 90 min

Atividade livre

Transmissão canal YouTube da Japan House São Paulo


Workshop “I am Flower - adornos florais” com Atsunobu Katagiri

Quando: 18 de março (sábado) na Fazenda Serrinha

Endereço: Estr. Mun. José Vaccari, Km 1.5 - Zona Rural, Bragança Paulista

Horários: das 10h às 16h

Atividade livre

Vagas limitadas. Participação mediante inscrição prévia no https://bit.ly/iamflower

Atividade realizada em parceria com Arte Serrinha, projeto cultural em Bragança Paulista


Serviço:

Exposição “Essência: Jardim Interior - Atsunobu Katagiri”

Período: de 7 de março a 30 de abril de 2023

Local: Japan House São Paulo - Avenida Paulista, 52 – São Paulo, SP 

Horário de funcionamento: terça a sexta, das 10h às 18h; sábados, das 9h às 19h; domingos e feriados, das 9h às 18h

Entrada gratuita. Reservas online antecipadas (opcionais): agendamento.japanhousesp.com.br


Sobre a Japan House São Paulo (JHSP)

A Japan House é uma iniciativa internacional com a finalidade de ampliar o conhecimento sobre a cultura japonesa da atualidade e divulgar políticas governamentais. Inaugurada em 30 de abril de 2017, a Japan House São Paulo foi a primeira a abrir suas portas, seguida pelas unidades de Londres e Los Angeles. Estabelecida como um dos principais pontos de interesse da celebrada Avenida Paulista, a JHSP destaca em sua fachada proposta pelo arquiteto Kengo Kuma, a arte japonesa do encaixe usando a madeira Hinoki. Desde 2017, a instituição promoveu mais de trinta exposições e cerca de mil eventos em áreas como arquitetura, tecnologia, gastronomia, moda e arte, para os quais recebeu mais de dois milhões de visitantes. A oferta digital da instituição foi impulsionada e diversificada durante a Pandemia de Covid-19, atingindo mais de sete milhões de pessoas em 2020. No mesmo ano, expandiu geograficamente suas atividades para outros estados brasileiros e países da América Latina. A JHSP é certificada pelo LEED na categoria Platinum, o mais alto nível de sustentabilidade de edificações; e pelo Bureau Veritas com o selo SafeGuard - certificação de excelência nas medidas de segurança sanitária contra a Pandemia de Covid-19. 


Confira as mídias sociais da Japan House São Paulo 

Site: japanhousesp.com.br

Instagram: instagram.com/japanhousesp | Twitter: twitter.com/japanhousesp  

YouTube: youtube.com/japanhousesp | Facebook: facebook.com/japanhousesp   

LinkedIn: linkedin.com/company/japanhousesp 


terça-feira, 28 de fevereiro de 2023

.: "Rádio no Brasil" e "Padre Landell": MIS prepara exposições para março


“Rádio no Brasil” e “Padre Landell: o homem que inventou o futuro” reúnem fotos, equipamentos, instalação interativa, aplicativo para conteúdos extras e documentos. A visitação é gratuita - de terça a sexta-feira, das 11h às 20h; sábados, domingos e feriados, das 10h às 19h. Na imagem, o Rádio Phillips (1959) _Acervo MIS

 
O Museu da Imagem e do Som (MIS), instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo, inaugura duas exposições no início de março: “Rádio no Brasil” e “Padre Landell: o Homem que Inventou o Futuro”. As mostras reúnem fotos, documentos, instalações interativas, equipamentos e aplicativo sobre a história do rádio. A visitação é gratuita - de terça a sexta-feira, das 11h às 20h; sábados, domingos e feriados, das 10h às 19h.

“Rádio no Brasil” apresenta uma linha do tempo interativa. No percurso, os visitantes conferem equipamentos, fotografias e um aplicativo que permite acesso para conteúdos extras – como trechos de 14 depoimentos colhidos exclusivamente para a exposição, que posteriormente integrarão o Acervo MIS (entre eles, os testemunhos do empresário Paulo Machado de Carvalho Neto e dos jornalistas Heródoto Barbeiro e Salomão Ésper).

Um dos destaques fica por conta dos aparelhos de rádio de diferentes décadas, itens pertencentes ao próprio Acervo do Museu. Os programas de notícias e humor, as transmissões das partidas de futebol e as radionovelas, também são abordados na exposição. A mostra tem consultoria de conteúdo de Milton Parron, pesquisa e redação do jornalista Maurício Nunes e parceria institucional com AESP, Grupo Bandeirantes de Comunicação e Museu Brasileiro de Rádio e Televisão.

Integrada à “Rádio no Brasil”, a exposição “Padre Landell: o Homem que Inventou o Futuro” apresenta o brasileiro responsável pela invenção precursora ao rádio. Entre os destaques está o transmissor de ondas (wave transmitter), peça produzida em tamanho real, pelo colecionador Marco Aurélio Cardoso de Moura, com base nos escritos de Landell.

Em parceria com o Instituto de Física da USP, a exposição também apresenta uma instalação interativa, com experimentos simples, para ilustrar as descobertas de físicos e inventores, contemporâneos de Landell, que contribuíram para a evolução tecnológica do rádio. Documentos originais do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul, a patente registrada por Landell nos EUA, esquemas e estudos preliminares de seus experimentos e diários originais são outros atrativos da exposição. A curadoria é da pesquisadora Helena Tassara e do biógrafo Hamilton de Almeida.

As exposições “Padre Landell: o Homem que Inventou o Futuro” e “Rádio no Brasil” são uma realização do Ministério da Cultura, Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa de São Paulo, e Museu da Imagem e do Som, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, ProAC e Programa de Municipal de Apoio a Projetos Culturais – Pro-Mac.

Lenovo e Vedacit são as patrocinadoras da exposição com parceria das empresas AESP, Band, Arte 1 e Museu da Rádio e da TV. A B3 é mantenedora do MIS que conta com Apoio Institucional das empresas Kapitalo Investimentos, Vivo, Grupo Travelex Confidence, John Deere, TozziniFreire Advogados e Siemens. O MIS tem apoio de mídia da TV Cultura, JCDecaux, Folha de S.Paulo, Nova Brasil FM e Alpha FM e apoio operacional do Pestana Hotel Group e Telium.


Serviço
Exposições “Rádio no Brasil” e “Padre Landell: o Homem que Inventou o Futuro”
De 3 de março a 16 de abril de 2023
Horário: terça a sexta, de 11h às 20h; finais de semana e feriados de 10h às 19h
Local: Espaço Expositivo 1º andar – MIS - Avenida Europa, 158, Jardim Europa
Classificação: livre
Entrada gratuita

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2023

.: Cor e luz no acervo do MAM SP: nova exposição traz recorte da arte abstrata


Lothar Charoux, Círculos V, 1971. Guache e acrílica sobre papel colado sobre madeira. Coleção MAM São Paulo. Prêmio Museu de Arte Moderna de São Paulo - Panorama 1971. Com curadoria de Cauê Alves e Fábio Magalhães, a exposição Diálogos com cor e luz leva à Sala Paulo Figueiredo mais de 70 obras de artistas como Abraham Palatnik, Alfredo Volpi, Lygia Clark, Tomie Ohtake e Paulo Pasta. Na ocasião da abertura, o MAM lança o catálogo da mostra


O Museu de Arte Moderna de São Paulo estreia em 2 de março, na Sala Paulo Figueiredo, a exposição Diálogos com cor e luz. Com curadoria de Cauê Alves e Fábio Magalhães, a mostra traz um recorte da arte abstrata na coleção do MAM, com foco nas relações entre cor e luz na pintura brasileira da segunda metade do século 20.

O corpo da exposição é formado por pinturas dos artistas Abraham Palatnik, Alfredo Volpi, Almir Mavignier, Amelia Toledo, Arthur Luiz Piza, Cássio Michalany, Hermelindo Fiaminghi, Lothar Charoux, Luiz Aquila,  Lygia Clark, Manabu Mabe, Marco Giannotti, Maria Leontina, Maurício Nogueira Lima, Mira Schendel, Paulo Pasta, Rubem Valentim, Sérgio Sister, Takashi Fukushima, Thomaz Ianelli, Tomie Ohtake, Wega Nery e Yolanda Mohalyi.

“A exposição trata da sensibilidade cromática, dos campos de vibração de luz e da temporalidade, assim como da construção de espaços e atmosferas a partir da cor”, explica Cauê Alves, curador-chefe do MAM. “Agrupamos no espaço várias gerações de artistas, sem privilegiar tendências nem estabelecer ordem cronológica. Misturamos tempos e linguagens, para incentivar nosso olhar à percepção de semelhanças e diferenças entre as várias poéticas visuais nos diversos tratamentos da luz e da cor”, completa Fábio Magalhães, membro do conselho do MAM São Paulo.

A expografia realizada pelo arquiteto Haron Cohen dividiu a Sala Paulo Figueiredo com painéis radiais, em referência ao disco de cores, um experimento óptico de Isaac Newton (1643-1727) publicado em 1707 em seu livro Opticks. Na publicação, o matemático e físico  inglês demonstra, por meio de um disco de sete cores (vermelho, violeta, azul índigo, azul ciano, verde, amarelo e laranja), sua teoria de que a luz branca do Sol é formada pelos matizes do arco-íris.

A curadoria busca trazer ao público a cor e a luz  como expressões autônomas, como valores em si mesmas, e não como algo que busca representar ou estabelecer relações de similitude com o mundo real – o azul do céu, por exemplo. “Na pintura abstrata, há múltiplas abordagens de cor e luz como linguagem pictórica: de harmonia, ruptura, contraste, continuidade, complementaridade, variação tonal e vibração, entre tantas outras formas de expressão. A luz estabelece as tonalidades e atua nas relações cromáticas e na construção do espaço”, explica Magalhães.

Abraham Palatnik, em seu Aparelho Cinecromático (1969/86), apresenta cores-luzes em movimentos construídos a partir de máquinas e lâmpadas, enquanto outros artistas mais próximos da tradição construtiva e da op art, como Hermelindo Fiaminghi, Lothar Charoux e Maurício Nogueira Lima, se valem de formas geométricas e cores mais estáveis para estruturar suas composições. Com certa recorrência, Charoux explora fundos escuros e sombras de onde surgem raios luminosos. Seja de modo mais gráfico, como nos cartazes de Almir Mavignier, seja na simbologia de matriz africana de Rubem Valentim, a cor estrutura a composição. 

Mira Schendel utiliza elementos gráficos em sua composição, mas, como explica Alves em seu texto curatorial, não renuncia ao ecoline nem à luz da folha de ouro para tratar de questões metafísicas. Já a tela Branco (1995), de Amélia Toledo, traz uma luz que emana do encontro da tinta com a textura da tela. Arthur Luiz Piza obtém a luz em suas gravuras por meio de incisões geométricas em placas de metal; algumas se assemelham a mosaicos e transbordam para o espaço tridimensional. Alfredo Volpi, o mestre da cor, principalmente com seus mastros e quadriculados, insinua movimentos e veladuras sobre a tela, fazendo com que quadrados ou retângulos se deformem. O verde luminoso de Composição (1953), de Lygia Clark – do momento inicial de sua trajetória, quando ela se dedicou à pintura –, contrasta com as linhas e as formas claras e escuras que flutuam na tela.

Ainda segundo o curador, Maria Leontina e Tomie Ohtake também se aproximam de modo sensorial da geometria, e a cor é um dos fundamentos de suas pinturas. Leontina se vale de planos de cor e movimentos para imprimir uma dimensão temporal a seu trabalho. Já Ohtake, em especial na grande tela de 1989, usa contornos irregulares para dar forma a um círculo iluminado que pulsa de um fundo azul profundo, indicando um movimento de expansão de um possível corpo celeste. Manabu Mabe, Takashi Fukushima, Luiz Aquila e Thomaz Ianelli se aproximam do informe, de um universo da caligrafia, numa abstração ora mais espontânea, ora mais controlada. Os movimentos e gestos evidentes em seus trabalhos guardam a cor e a luz como alicerces que sustentam o conjunto. Wega Nery e Yolanda Mohalyi se aproximam de uma abstração expressionista, lírica e gestual, mesmo que possa existir uma dimensão projetual em suas telas, com manchas mais retangulares.

Cássio Michalany, em vez de pintar formas, faz com que o chassi de sua pintura indique o formato da tela. Com poucos elementos, uma única cor homogênea assume o protagonismo de seu trabalho. Sérgio Sister chama atenção para o plano, e sua pintura explora texturas, brilhos e luminosidades que guiam o olhar do observador. Paulo Pasta trabalha as relações entre tons, cores e luzes a partir de formas recorrentes em sua obra, uma espécie de colunas. Por meio de composições equilibradas, é como se o tempo fosse momentaneamente suspenso até que a espessura das cores e das luzes seja efetivamente percebida. As pinturas de Marco Giannotti, um estudioso da cor, ficam entre a figuração e a abstração e exploram imagens de janelas, grades e estruturas das quais emanam luzes que parecem vir do interior da tela.

“Em uma  época em que os discursos e as narrativas estão entranhados no interior da produção artística, em que inclusive as cores parecem ser dominadas por sentidos objetivos que a determinam tanto política quanto simbolicamente, reafirmar sua autonomia pode parecer algo retrógrado. Entretanto, os diálogos com a cor e a luz, assim como com os vínculos da cor com o espaço, a estrutura e o tempo, podem ampliar as possibilidades de compreensão da arte além do aqui e agora e recolocar a ambiguidade e a abertura de sentidos da arte”, reflete Cauê Alves.

Magalhães relembra ainda que,  no século passado, o MAM São Paulo desempenhou um papel significativo na introdução e na difusão das tendências abstracionistas no Brasil. “Dois exemplos merecem ser citados: a mostra inaugural do museu, Do Figurativismo ao Abstracionismo, realizada em março de 1949 por Léon Degand (1907-1958) - que contrariou o próprio título ao reunir apenas obras abstratas, entre elas cinco telas de W. Kandinsky –, e a exposição Ruptura, em dezembro de 1952, que deu início ao movimento concretista na arte brasileira, com a publicação de seu manifesto”, ele conta.

Na ocasião da abertura, dia 2 de março, o MAM lança o catálogo bilíngue da exposição, com textos em português e inglês, e a reprodução integral de imagens das 73 obras. A publicação reúne textos assinados por Elizabeth Machado, presidente do MAM, Cauê Alves, curador-chefe do museu, e Fábio Magalhães, conselheiro do museu e curador da exposição. Além das imagens e textos, o catálogo também apresenta a reprodução de um desenho do arquiteto Haron Cohen, referente ao projeto expográfico que desenvolveu para a exposição. "Diálogos com Cor e Luz" integra uma programação de comemorações do MAM, com os 75 anos do museu e os 30 anos de seu Jardim de Esculturas. 


Sobre o MAM São Paulo
Fundado em 1948, o Museu de Arte Moderna de São Paulo é uma sociedade civil de interesse público, sem fins lucrativos. Sua coleção conta com mais de 5 mil obras produzidas pelos mais representativos nomes da arte moderna e contemporânea, principalmente brasileira. Tanto o acervo quanto as exposições privilegiam o experimentalismo, abrindo-se para a pluralidade da produção artística mundial e a diversidade de interesses das sociedades contemporâneas. 

O Museu mantém uma ampla grade de atividades que inclui cursos, seminários, palestras, performances, espetáculos musicais, sessões de vídeo e práticas artísticas. O conteúdo das exposições e das atividades é acessível a todos os públicos por meio de visitas mediadas em libras, audiodescrição das obras e videoguias em Libras. O acervo de livros, periódicos, documentos e material audiovisual é formado por 65 mil títulos. O intercâmbio com bibliotecas de museus de vários países mantém o acervo vivo.

Localizado no Parque Ibirapuera, a mais importante área verde de São Paulo, o edifício do MAM foi adaptado por Lina Bo Bardi e conta, além das salas de exposição, com ateliê, biblioteca, auditório, restaurante e uma loja onde os visitantes encontram produtos de design, livros de arte e uma linha de objetos com a marca MAM. Os espaços do Museu se integram visualmente ao Jardim de Esculturas, projetado por Roberto Burle Marx e Haruyoshi Ono para abrigar obras da coleção. Todas as dependências são acessíveis a visitantes com necessidades especiais.


Serviço
"Diálogos com Cor e Luz"
[coletiva com  Abraham Palatnik, Alfredo Volpi, Almir Mavignier, Amelia Toledo, Arthur Luiz Piza, Cássio Michalany,  Hermelindo Fiaminghi, Lothar Charoux, Luiz Aquila,  Lygia Clark, Manabu Mabe, Marco Giannotti, Maria Leontina, Maurício Nogueira Lima, Mira Schendel, Paulo Pasta, Rubem Valentim, Sérgio Sister, Takashi Fukushima, Thomaz Ianelli, Tomie Ohtake, Wega Nery e Yolanda Mohalyi]
Abertura: 2 de março, quinta-feira, às 19h
Período expositivo: 2 de março a 28 de maio de 2023
Curadoria: Cauê Alves e Fábio Magalhães
Local: Museu de Arte Moderna de São Paulo, Sala Paulo Figueiredo
Endereço: Parque Ibirapuera (Av. Pedro Álvares Cabral, s/nº - Portões 1 e 3)
Horários: terça a domingo, das 10h às 18h (com a última entrada às 17h30)
Ingressos: R$ 25 (inteira) e R$12,50 (meia-entrada). Aos domingos, a entrada é gratuita e o visitante pode contribuir com o valor que quiser.

*Meia-entrada para estudantes, com identificação; jovens de baixa renda e idosos (+60). Gratuidade para crianças menores de 10 anos; pessoas com deficiência e acompanhante; professores e diretores da rede pública estadual e municipal de São Paulo, com identificação; sócios e alunos do MAM; funcionários das empresas parceiras e museus; membros do ICOM, AICA e ABCA, com identificação; funcionários da SPTuris e funcionários da Secretaria Municipal de Cultura.


Telefone: (11) 5085-1300
Acesso para pessoas com deficiência
Restaurante/café
Ar-condicionado

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