quinta-feira, 24 de setembro de 2020

.: Monólogo "Uma Mulher Só", de Dario Fo e Franca Rame, com Martha Meola


Última semana da temporada online de "Uma Mulher Só", espetáculo com direção de Marco Antônio Pâmio e atuação de Martha Meola. O monólogo, adaptado da dramaturgia de Dario Fo e Franca Rame, traz uma mulher trancada em casa pelo marido e que sofre violência de todos os tipos de todos os homens presentes em sua vida. Foto: Ronaldo Gutierrez

Trancada em sua casa pelo marido, uma mulher se alegra com a chegada de uma nova vizinha, de quem se torna amiga e confidente. É a partir desse mote que se desenvolve o monólogo "Uma Mulher Só", que estreia no próximo dia 11 de setembro, às 20 horas, pelo Zoom (com acesso e ingressos pelo Sympla). Martha Meola dá vida à essa mulher encarcerada sob a direção de Marco Antônio Pâmio.

"Uma Mulher Só" já ganhou montagens com Denise Stoklos e Marília Pêra interpretando o papel desempenhado por Martha agora. Esse é o primeiro de uma coletânea de textos sobre a condição feminina, escritos e encenados em 1977 pelo casal Dario Fo e Franca Rame. Marco Antônio Pâmio tem vontade de, assim que os teatros voltarem, produzir uma série com todos esses textos e incluir essa montagem que estreia agora também, só que numa versão para os palcos.

Martha diz que a ideia para estrear o espetáculo surgiu da necessidade de produzir durante a pandemia. "Quando a quarentena chegou, não queria ser engolida pela inércia. Conversei com o Pâmio e, depois de algumas ideias, chegamos a esse texto". Essa é a 4ª parceria da dupla. Pâmio e Martha já dividiram a cena uma vez como atores e essa é terceira vez que os dois estão em um projeto como atriz e diretor.

A dupla buscou um texto que não fosse tão denso. "Uma Mulher Só" traz um tema pesado mas o apresenta por meio da comédia. "Falamos sobre machismo, objetificação e violência contra a mulher, liberdade sexual, mas tudo por meio da comédia. O riso ainda é um dos melhores caminhos para se chegar à consciência", comenta Martha. Em cena, sua personagem vê a possibilidade de experimentar um amor sem as amarras do machismo, com liberdade sexual, mas briga com preconceitos enraizados.

"Com todo o retrocesso que vivemos atualmente, vemos que o tema abordado ainda é muito atual e extremamente urgente. Estamos na quarentena, em uma época de isolamento social e ficar em casa é, de certa forma, estar em um refúgio de segurança. Porém, para muitas mulheres, o que deveria ser um abrigo e um lugar de conforto, é exatamente o seu maior risco", afirma Pâmio. E Martha completa: "É função dos artistas jogar luz em cima desses temas e fazer as pessoas pensarem sobre eles".

Na sala de casa
Martha acredita que o modelo do teatro digital veio para ficar: "Se tem uma vantagem nele é ver nosso trabalho chegando em lugares que nem um teatro tem. É possível ampliar o alcance e acredito que mesmo quando os teatros voltarem, iremos continuar a produzir para esse híbrido entre o teatro, televisão e o cinema. Tenho levado arte direto da sala da minha casa".

Acostumada ao audiovisual, Martha acredita que a experiência nessa linguagem ajuda para "Uma Mulher Só". "Olho para a luz verde da câmara e a encaro como se fosse a platéia. O fato da personagem conversar o tempo inteiro com a vizinha na janela, me coloca numa posição de conversa e interação com a tela também", conta. Pâmio reforça: "Ter a vizinha na carpintaria dramatúrgica de Dario Fo e Franca Rame nos dá uma possibilidade muito boa de manter um contato próximo com o público e interagir a todo momento".

"Para mim, esse modelo digital é uma linguagem muito híbrida e nova ainda. Na minha visão, não é teatro, não é TV e não é cinema. Porém, dirigir a Martha em meio a todos esses desafios foi algo muito fácil. Já tínhamos uma sintonia e conhecia os recursos dela como atriz - e são muitos. E desde o início, tinha muito claro na cabeça que queria um resultado próximo do teatro, mesmo apresentando em uma tela", explica Pâmio.

Seu trabalho foi desenvolvido em conjunto com a direção de movimento de Marco Aurélio Nunes. "Depois que trabalhamos muito o texto para cortar e chegar nos 40 minutos de peça, focamos na questão de movimento corporal que é algo muito forte nesse espetáculo. Foi com esse elemento que conseguimos achar o equilíbrio para a cena: afinal, não podíamos partir para uma movimentação nem muito exagerada, nem muito minimalista", comenta o diretor.

"Uma Mulher Só" - Estreou em 11 de setembro, sexta, às 20 horas. Temporada: até 27 de setembro, sextas e sábados, às 20 horas, domingo, às 17 horas. Direção: Marco Antônio Pâmio. Interpretação: Martha Meola. Autores: Dario Fo e Franca Rame. Direção de movimento: Marco Aurélio Nunes. Iluminação: Nicolas Caratori. Trilha sonora original: Gregory Slivar. Direção de arte: Raphael Gama. Operação de som: Alexandre Martins. Fotos: Ronaldo Gutierrez. Produção executiva: Marcela Horta. Direção de produção: Selene Marinho e Sergio Mastropasqua. Duração: 40 minutos (+15 minutos de debate após o espetáculo). Ingressos: de R﹩ 10 a R﹩ 250 (vendas pelo Sympla). **como o som do espetáculo foi feito num esquema binaural, recomenda-se o uso de fones ao assistir para um melhor aproveitamento da experiência.

.: Sucesso do teatro, peça “Nefelibato” encerra temporada virtual neste sábado


Sucesso nos palcos brasileiros, temporada virtual de "Nefelibato" encerra temporada neste sábado. Em cena, o ator Luiz Machado. Foto: Lenise Pinheiro

Sucesso dos palcos brasileiros, o espetáculo “Nefelibato” encerra sua temporada virtual neste sábado, 26 de setembro, às 21h. Com direção de Fernando Philbert e supervisão artística de Amir Haddad, monólogo narra a trajetória de um homem  que vai morar na rua após os efeitos devastadores da crise econômica nos anos 90. Exibição será feita na plataforma IClubbe.

Pelas ruas da cidade, Anderson oscila entre a lucidez e a loucura – ele hoje é apenas a sombra de um homem outrora bem-sucedido, mas que perdeu tudo: sua empresa, todas as suas economias, o grande amor da sua vida e um parente querido. Na fronteira com o delírio, mas ainda capaz de lampejos de sabedoria, essa pungente figura é interpretada pelo ator Luiz Machado no solo “Nefelibato”. 

Escrito por Regiana Antonini, dirigido por Fernando Philbert e com supervisão artística de Amir Haddad, o monólogo, que está há quatro anos percorrendo os palcos do país, encerra sua temporada virtual neste sábado, às 26 de setembro, às 21h. As apresentações são feitas a partir de material pré-filmado e os ingressos estão disponíveis na plataforma IClubbe; para comprar, basta acessar www.iclubbe.com/nefelibato na data e horário da sessão escolhida e fazer o seu login. O ingresso é válido apenas para um login por compra.

A trama é ambientada na década de 90, mas dialoga muito com o Brasil de hoje. Em cena, os efeitos devastadores do Plano Collor, que levaram Anderson a se tornar morador de rua. O país voltava a ter um governo eleito democraticamente e a inflação galopante exigia medidas drásticas. A saída da nova equipe econômica foi confiscar parte da caderneta de poupança da população, o que levou milhares de brasileiros ao desespero e à bancarrota. Muitos enlouqueceram. Esse é o caso de Anderson, que ainda amarga outras perdas em sua vida.

Com 25 anos de carreira (incluindo teatro, TV e cinema), Luiz Machado tem em “Nefelibato” o primeiro monólogo. “Anderson é alguém que vive situações limite. Um equilibrista no fio tênue entre lucidez e loucura, vida e poesia”, diz o ator. O quanto de loucura é necessário para o ser humano não perder a própria vida? Essa pergunta acompanhou o diretor Fernando Philbert ao longo do processo da montagem. “Quis tratar do instinto de sobrevivência que o ser humano tem e esquece que tem. Viver na rua é o caminho que ele encontrou para continuar vivo”, destaca o diretor.

Luiz Machado
Com 25 anos de carreira, Luiz Machado formou-se ator pela Universidade do Rio de Janeiro (Uni-Rio) em 1994. No teatro, trabalhou em 37 peças, tendo produzido quatro delas. Trabalhou com diretores como João Bethencourt (de quem foi também assistente em “Como matar um playboy”), Maria Clara Machado, Domingos Oliveira, João Fonseca, entre outros. Em 2016, estreou “Nefelibato”, seu primeiro solo, no Porão da Casa de Cultura Laura Alvim.

Na TV, fez parte da série “Z4” (Netflix) e integrou a segunda temporada da série “Magnifica 70” (HBO), com direção de Claudio Torres. Protagonizou a série “Família imperial”, coprodução do Canal Futura com a TV Globo, com direção de Cao Hamburguer. Na TV Globo, atuou em mais de 30 produções, como as novelas “Flor do Caribe” e “América” e os humorísticos “Zorra total”, “A grande família”, “A diarista” e “Sob nova direção”. Atuou também em cinco novelas da Rede Record, entre elas, “Poder paralelo” e “Chamas da vida”. No cinema, fez “Paixão e acaso”, de Domingos Oliveira, “Transeuntes”, de Eric Rocha, e “Nosso lar”, de Wagner de Assis.

Ficha técnica "Nefelibato – Exibições Virtuais":
Texto:
Regiana Antonini
Supervisão artística: Amir Haddad
Direção: Fernando Philbert
Interpretação: Luiz Machado
Cenografia e figurino: Teca Fichinski
Iluminação: Vilmar Olos
Música: Maíra Freitas
Direção de movimento: Marina Salomon
Preparação vocal: Edi Montecchi
Design gráfico: Cláucio Sales
Assessoria de imprensa: Rachel Almeida (Racca Comunicação)
Assistente de direção: Alexandre David
Assistente de cenário: Juju Ribeiro
Direção de produção: Joaquim Vidal
Realização: LM Produções Artísticas

Serviço:
"Nefelibato – Exibições Virtuais"
Homem oscila entre a lucidez e a loucura após perder tudo e ser obrigado a viver nas ruas
Temporada: 12, 19 e 26 de setembro, às 21h.
Ingressos: R$ 20
Onde comprar e assistir: IClubbe (www.iclubbe.com/nefelibato). 
Classificação etária: 14 anos

Nas redes sociais:
Facebook:
facebook.com/espetaculonefelibato/
Instagram: @espetaculonefelibato

.: A vida mentirosa dos adultos: de livro da Intrínseca para série original Netflix

Em aguardado romance inédito, que vai virar série da Netflix, autora narra os conflitos decorrentes da passagem para a adolescência em uma cidade dividida

 

Por cinco anos, os fãs de Elena Ferrante tiveram que conviver com a expectativa de um novo livro da escritora italiana, cuja verdadeira identidade é mantida em segredo e que se tornou uma das vozes mais instigantes da literatura contemporânea. A espera acabou em novembro de 2019, quando o aguardado sucessor do último volume de sua Tetralogia Napolitana foi lançado na Itália, provocando grande comoção, tanto dos fãs quanto da imprensa. Saudado pela crítica, A vida mentirosa dos adultos chega às lojas brasileiras no dia 1º de setembro, pela Intrínseca, e vai virar série da Netflix. Em junho, o romance foi lançado com exclusividade para os assinantes do clube do livro da editora ― o intrínsecos.

 A vida mentirosa dos adultos reúne as marcas registradas de Ferrante. O olhar feminino, a narrativa sob pressão, que aborda temas profundos, tudo está lá. A história gira em torno das descobertas perturbadoras da protagonista, Giovanna, a respeito da vida adulta. Aos doze anos, ela ouve o pai dizer que ela é feia e pouco tempo depois ele deixa a família e o confortável apartamento no centro de Nápoles para nunca mais voltar. Na verdade, o pai a compara com a tia, irmã dele, persona non grata na família, sinônimo de tudo considerado mau e indesejável. Aí começa a jornada de Giovanna em direção à parte baixa de Nápoles, região mais pobre da cidade, para conhecer essa tia renegada pelo próprio irmão.

 Os encontros com a tia Vittoria são o ponto de partida para o embate com inúmeras questões existenciais, que de certa forma preparam a passagem de Giovanna para a vida adulta. Nessa busca solitária, ela se defronta com os erros e pecados cada vez mais aparentes de pais outrora perfeitos e o despertar da própria sexualidade. Ao longo dos anos acompanhamos os percalços da transição da infância protegida de Giovanna a uma adolescência exposta às complexidades daqueles que a cercam, evocando também a possibilidade de levar a vida adulta como nenhuma outra mulher fizera até então. Um romance extraordinário sobre transições, paixões e descobertas.

 Elena Ferrante é italiana e autora de diversos livros, entre eles os romances Um amor incômodo, A filha perdida, o infantil Uma noite na praia e a não ficção Frantumaglia, todos publicados pela Intrínseca, além dos volumes da Tetralogia Napolitana, que a consagrou definitivamente como uma das mais importantes escritoras da atualidade.

Sinopse: Aos 12 anos, Giovanna entreouve o pai a comparando a Vittoria, a tia descrita pela família como alguém cuja feiura e maldade coincidiam perfeitamente. O comentário causa questionamentos devastadores na menina, que só encontra uma esperança de paz quando decide se encontrar pessoalmente com a tia.

É o comentário do pai, a pessoa a quem Giovanna mais amava, que a faz perceber pela primeira vez que os adultos escondem segredos inomináveis. Acompanhando a menina até os 16 anos, vemos a fragilidade e a angústia do crescimento serem contadas por uma voz sincera e sem pudor de mostrar como se dá o desmoronamento de todas as nossas certezas no percurso até a maturidade.

Elena Ferrante é o pseudônimo do autor ou autora italiano(a) cuja verdadeira identidade é desconhecida do público. Pela Intrínseca, tem também os livros Frantumaglia, Um amor incômodo, A filha perdida e Uma noite na praia. Tornou-se um fenômeno editorial com a Tetralogia Napolitana, cujo A amiga genial  tornou-se série. A vida mentirosa dos adultos será adaptada como série original da Netflix.

Livro: A vida mentirosa dos adultos 

Autor: Elena Ferrante

Tradução: Marcello Lino

Páginas: 432

Editora: Intrínseca

Livro impresso: R$ 59,90

E-book: R$ 39,90


.: Grátis: Esther Góes apresenta "As Mulheres e Aristófanes" em live teatral


Com surpreendente atualidade, os textos de Aristófanes ilustram a necessidade de sair de casa e o desejo de igualdade entre homens e mulheres, ontem e hoje. Foto: divulgação

Dentro de apresentações teatrais das lives #EmCasaComSesc, neste domingo, dia 27, às 21h30, a atriz Esther Góes apresenta "As Mulheres e Aristófanes", com direção de Marcio Aurelio e participação de seu filho, Ariel Borghi. Para a criação do espetáculo, a dupla partiu de trechos das peças do dramaturgo grego Aristófanes (447 a.C. - 386 a.C.) que tratam das mulheresO espetáculo pode ser assistido no YouTube do Sesc São Paulo youtube.com/sescsp -  e no Instagram do Sesc Ao Vivo - @sescaovivo

Nessa conversa feminino-masculina, o confinamento das mulheres no lar, na antiga Grécia, se confunde com o confinamento da atual pandemia. Com surpreendente atualidade, os textos de Aristófanes ilustram a necessidade de sair de casa e o desejo de igualdade entre homens e mulheres, ontem e hoje. A apresentação tem direção de Marcio Aurelio e assistência de direção de Paulo Marcello. Classificação: 14 anos.

Agenda de 25 a 27 de setembro, sempre às 21h30

25/9, sexta-feira: Eva Wilma em "Eva a Live". Participação: John Herbert Jr.
27/9, domingo: Esther Góes em "As Mulheres e Aristófanes". Participação: Ariel Borghi.

quarta-feira, 23 de setembro de 2020

.: 1x2: "Ratched" apresenta o uso do picador de gelo e faz cair o queixo

Por Mary Ellen Farias dos Santos


CONTÉM SPOILERS!

O segundo episódio de "Ratched", série estrelada por Sarah Paulson, intitulado "Ice Pick", mantém o colorido lindo. Em tons solares, reencontramos Dr. Richard Hanove (Jon Jon Briones) que está pronto para fazer história com uma demonstração de lobotomia. Assim, quatro clientes buscam o médico responsável pelo Lucia State HospitalA promessa? Acabar com esquecimento, depressão, dislexia e lesbianismo.

O que há de diferente em "Ice Pick"? A abertura que surge no estilo "American Horror Story". Contudo, um fio de linha vermelha é como que um guia para duas ruivas em pontas opostas que puxam, puxam e seguem caminhos variados, com direito a troca de roupas e até o adentrar em uma floresta -que representa o desconhecido. Ao fim, é Mildred Ratched (Sarah Paulson) quem empunha uma grande tesoura e corta o elo.

Seria a outra ruiva Gwendolyn Briggs (Cynthia Nixon)? Tudo indica que sim. Ainda mais que em "Ice Pick" Gwendolyn mostra bem suas verdadeiras intenções com Mildred. Embora a protagonista esteja despertando corações apaixonados, no trabalho, as coisas não estão boas para ela. Claro que Dr. Hanove está pra lá de agradecido com Ratched, mas ela tem uma pedra no sapato, a rival e também enfermeira Betsy Bucket (Judy Davis), que -com certa inocência- faz de tudo para provocar a  protagonista vilã. A cada rusga aguça a sensação de que Bucket não faz ideia do tipo com quem está se metendo, logo cutuca a onça com vara hiper curta.


Com essa rixa, o pêssego ganha nova forma de brilhar em cena -bem diferente da usada em "Me Chame Pelo Seu Nome". E ainda faz rir. Apesar da gracinha, o segundo episódio tem mais cenas fortes e com uma dose boa de nojeira, com direito a vômito e crânios sendo perfurados. 

A dedicada e completa atenção de Ratched enquanto o médico faz a demonstração de lobotomia impressiona, mas também faz rir -só um pouquinho. Afinal, sabe-se bem que há segundas intenções da enfermeira em aprender tal procedimento. Então, a pergunta que fica é: Quem será a vítima? Calma! A resposta chega lá no fim do episódio.

Edmund Tolleson (Finn Wittrock) e Mildred Ratched ficam próximos, o que acompanha uma importante informação revelada e estrutura ainda mais a trama. É então que devemos dar uma salva de palmas ao talentoso 
Finn Wittrock, que dá um show de intepretação quando está diante do médico do manicômio.  

Para honrar a excelente narrativa, o segundo episódio tem um desfecho de fazer cair o queixo. Preciso assistir "
Angel of Mercy" para saber mais!! O rumo da trama? Está excelente!

Episódio: "Ice Pick"
Exibição: 18 de setembro de 2020
Elenco: 
Sarah Paulson (Mildred Ratched), Finn Wittrock (Edmund Tolleson), Cynthia Nixon (Gwendolyn Briggs), Jon Jon Briones (Dr. Richard Hanover// Dr. Manuel Bañaga), Charlie Carver (Huck Finnigan), Judy Davis (Enfermeira Betsy Bucket), Sharon Stone (Lenore Osgood)

1x3: "Ratched" diante do "Anjo da Compaixão" é morno

*Mary Ellen Farias dos Santos é criadora e editora do portal cultural Resenhando.com. É formada em Comunicação Social - Jornalismo, pós-graduada em Literatura e licenciada em Letras pela UniSantos - Universidade Católica de Santos e pedagoga pela Universidade Cruzeiro do Sul. Twitter: @maryellenfsm

.: "Quase uma rockstar" ganha sobrecapa especial, inspirada em pôster

Lançado em 2015 pela Intrínseca, "Quase uma rockstar", de Matthew Quick, autor do best-seller "O lado bom da vida", conta o drama de uma adolescente homeless apaixonada por música. Vencedor de vários prêmios, entre eles o Yalsa de Melhor Ficção para Jovens, o livro ganha agora as telas em uma produção audiovisual original Netflix, que estreia na plataforma de streaming no dia 28 de agosto. Auli'i Cravalho, atriz que deu voz a Moana na animação da Disney, é quem faz o papel de Amber, a protagonista da história. E para marcar esse lançamento, a Intrínseca preparou uma edição especial do livro com uma sobrecapa inspirada no filme.

 Aos 17 anos, Amber Appleton parece não ter motivos para sorrir, já que desde que o namorado de sua mãe as expulsou de casa, as duas moram em um ônibus escolar. O pouco dinheiro que a mãe recebe dirigindo o coletivo é gasto com cigarros e bebida. Amber não come decentemente há meses, não tem um banheiro para tomar uma ducha quente no inverno e, muito menos, roupas apropriadas para suportar o frio. E a vida no terceiro ano do ensino médio parece mais difícil do que nunca. Seu único conforto é Bobby Big Boy, o leal vira-lata que adotou. Mas Amber não se deixa abater. 

Dotada de um otimismo admirável e de uma incansável esperança, a menina consegue encontrar saída onde os outros – principalmente adolescentes em plena profusão de hormônios – facilmente enxergariam o desespero e a revolta.  Em vez disso, Amber recusa o aparentemente inevitável papel de vítima, inverte o jogo e foca todas as energias em ajudar as pessoas à sua volta: a mãe alcoólatra, os amigos estranhos e excluídos, o padre Chee e as Divas Coreanas por Cristo, uma octogenária cega e pessimista e um veterano de guerra solitário que escreve haicais.

Mas quando uma terrível tragédia faz seu mundo desabar por completo, Amber deixa de ver o copo metade cheio. Incapaz de enxergar a vida com os mesmos olhos diante de tanta tristeza, ela começa a questionar o significado das boas ações e dos pensamentos positivos. De que adianta levantar todos os dias e lutar se no final nada faz sentido?

Matthew Quick é autor de diversos romances, entre eles o best-seller O lado bom da vida, que inspirou o filme de sucesso. As obras de Quick já foram traduzidas para mais de trinta idiomas e lhe renderam críticas elogiosas e menções honrosas importantes, entre as quais a do PEN/Hemingway Award. Pela Intrínseca, publicou também Perdão, Leonard Peacock, Quase uma rockstar, A sorte do agora, Garoto 21 e Todas as coisas belas.

Sinopse: Após o sucesso da adaptação de "O lado bom da vida", é a vez de outra obra de Matthew Quick chegar às telas. "Quase uma rockstar", na Netflix desde 28 de agosto, o livro ganhará uma sobrecapa especial, inspirada no pôster da produção.

Amber Appleton é dona de um otimismo incansável. Não que sua vida seja fácil. Depois de ser expulsa de casa com a mãe e seu cachorro, ela passa a morar num ônibus escolar, mas se recusa a desistir diante das dificuldades e faz de tudo para ajudar todos à sua volta. Quando uma tragédia faz seu mundo desabar por completo, Amber percebe que nem tudo está perdido, porque o mundo é o seu palco, e ela... bem, ela é quase uma rockstar.

Livro: Quase uma rockstar (sobrecapa tie-in do filme)

Autor: Matthew Quick

Tradução: Dênia Sad e Carolina Selvatici

Páginas: 256

Editora: Intrínseca

Livro impresso: R$ 34,90

E-BOOK: R$ 19,90




.: Minissérie "Pátria" é inspirada em livro homônimo de Fernando Aramburu

Produção original espanhola da HBO, baseada no livro homônimo de Fernando Aramburu, retrata lado pouco explorado dos conflitos. "Pátria" estreia neste domingo, dia 27 de setembro, às 21h, no canal HBO e na HBO GO.

A minissérie com oito episódios de uma hora de duração, que serão primeiramente disponibilizados no HBO GO e depois exibidos no canal HBO. Com mais de 1 milhão de exemplares em espanhol vendidos, "Pátria" foi eleito o livro do ano na Espanha em 2017

Bittori e Miren eram muito amigas, pensaram até em entrar juntas para o convento. Os anos se passaram, as duas casaram, vieram os filhos, mas a amizade só se intensificou. Foi preciso uma força descomunal para colocar uma contra a outra: o terrorismo praticado pelo ETA. Quando o marido de Bittori é marcado para morrer, a tensão se espalha pela pequena vila basca e Miren é levada a se radicalizar ao ver um dos filhos entrando para o grupo separatista.

Tudo pareceu de certa forma resolvido depois que Bittori foi obrigada a deixar seu lar às pressas em virtude do assassinato do marido. Por isso, quando o ETA anuncia o fim da luta armada, anos depois, ela resolve voltar à vila para um acerto de contas com o passado. Ignorando as advertências dos filhos, está disposta a descobrir os pormenores do crime que a deixou viúva e dar uma resposta à própria condenação como pária.

Numa narrativa ágil, Fernando Aramburu explora as marcas do luto dos familiares das vítimas e do sofrimento dos militantes manipulados, perseguidos e presos. Numa história sem mocinhos nem vilões, o autor revela o quão difícil é superar um trauma tão arraigado, como às vezes esquecer é impossível, e como o perdão e a reconciliação são essenciais para curar uma comunidade dividida pelo fanatismo e pela violência política.

Livro: Pátria

Autor: Fernando Aramburu

Tradução: Ari Roitman e Paulina Wacht

Páginas: 512

Impresso: R$ 64,90

E-book: R$ 42,90



.: Pátria: dez motivos para assistir nova minissérie original da HBO

Na minissérie dramática "Pátria", nova produção original da HBO Europe realizada com participação da HBO Latin America, o conflito separatista no País Basco, que por décadas marcou a história da Espanha, é o ponto de partida para os dilemas entre duas famílias que estão em lados opostos do confronto. A vida de Bittori (Elena Irureta) e sua família muda completamente no dia em que o ETA (grupo separatista basco) mata seu marido, Txato (José Ramón Soroiz), na porta de casa. As relações com a família de sua amiga Miren (Ane Gabarain), cujo filho milita no grupo nacionalista, são cortadas.

A partir dessas famílias divididas, a produção retrata um lado pouco explorado dos conflitos ao mostrar como pessoas comuns vivem neste contexto. E este é apenas um dos motivos para não perder nenhum momento de PÁTRIA, que estreia neste domingo, dia 27 de setembro, às 21h, no canal HBO e na HBO GO. Veja abaixo dez motivos para assistir "Pátria".


BASEADA EM UM LIVRO DE SUCESSO

"Pátria" é baseada no livro homônimo de sucesso de Fernando Aramburu lançado em 2016, que vendeu mais de 1 milhão de exemplares em língua espanhola. A história foi adaptada na minissérie que é composta por oito episódios de uma hora.


RECONSTRUÇÃO FIEL

A minissérie conta três décadas da história do País Basco, marcadas pela atuação do ETA, pelos olhos de duas famílias divididas pelo confronto. A maquiagem e figurino se destacam ao longo da narrativa, retratando com precisão a passagem dos anos durante esse período histórico.


UMA AULA DE HISTÓRIA

PÁTRIA retrata acontecimentos e consequências do conflito basco, importante passagem da história europeia e mundial, que durou pouco mais de cinco décadas. O confronto aconteceu entre Espanha e o Movimento Basco de Libertação Nacional, que buscava a independência do País Basco da Espanha e da França. O movimento foi construído em torno da organização armada ETA, grupo classificado como terrorista pela União Europeia.


ELENCO MARCANTE

Atrizes bascas com longa carreira na TV e cinema espanhol, Elena Irureta e Ane Gabarain dão vida às matriarcas e protagonistas de "Pátria". Já tendo atuado juntas em outras ocasiões, a química entre as intérpretes de Bittori e Miren é um dos destaques da produção.


ESTREIA GLOBAL

PÁTRIA é a primeira produção da HBO Europe a estrear simultaneamente na Espanha e em mais de 60 países da Europa e das Américas, incluindo o Brasil. É a oportunidade de acompanhar a estreia da minissérie ao mesmo tempo que o resto do mundo.


OLHAR ESPECIAL

Ao mostrar como pessoas comuns vivem em um contexto de conflito, "Pátria" se destaca de outras produções que retratam confrontos ao colocar no centro da narrativa temas que não costumam ganhar tanto destaque, como a solidão, o perdão e a dor humana.


SEM ESTEREÓTIPOS

Para retratar a relação das famílias que se encontram em lados opostos de um conflito separatista, a produção mostra o sofrimento de ambas e revela as cicatrizes de uma comunidade dividida por ideologias políticas.


DILEMAS UNIVERSAIS

Por meio de seus protagonistas, pessoas comuns que vivem nessa realidade de guerra, a minissérie consegue mostrar, apesar do foco em um conflito local, diversos elementos humanos que são semelhantes em muitos lugares do mundo, como o a amizade, o medo e a solidariedade – ou os dilemas causados pela ausência desses sentimentos.


RELAÇÃO COM A AMÉRICA LATINA

A história do povo basco também se encontra presente na América Latina: na Argentina, Chile e Uruguai, estima-se que aproximadamente 10% da população tenha ascendência basca.


PRIMEIRA DE MUITAS

"Pátria" marca a história da própria HBO, como a primeira série de drama original espanhola produzida pela HBO Europe, com participação da HBO Latin America. A HBO já prepara outras produções originais na Espanha, como a série de fantasia 30 MONEDAS.

.: Hebe: Marco Ricca fala sobre o trabalho na série

Ator interpretou o segundo marido da apresentadora. Foto: Globo/Fábio Rocha

Hebe Camargo sempre foi uma mulher intensa, tanto na frente das câmeras quanto na vida pessoal. Prova disso foi o casamento com o empresário Lélio Ravagnani. Uma relação movida pela paixão, mas também repleta de crises de ciúmes, como o público vai poder conferir no sétimo episódio da série, que vai ao ar nesta quinta-feira (10). O ator Marco Ricca, que interpreta Lélio na obra, comenta na entrevista abaixo sobre o personagem e a relação dele com a esposa: "O Lélio era um típico paulistano, rico, playboy da época. Ele e a Hebe tinham um relacionamento muito profundo, muito fervoroso, com muito amor, mas ao mesmo tempo muito conflitante".

 
Como foi a preparação para viver o Lélio?

Eu sou paulista, então o que eu fiz foi voltar bastante à minha origem. Eu fui lá para a Mooca, porque ele é um cara que fala muito com as mãos, tem ascendência italiana. Fui compreendendo o perfil dele. Observei muito os playboys dessa época, que é um tempo muito distante do meu. Na verdade, foi uma preparação mais de memória, e uma criação também. Eu não tive nenhum desejo de imitar o Lélio.

 

Como era a relação do Lélio com a Hebe?

O Lélio era um típico paulistano, rico, playboy da época. Ele e a Hebe tinham um relacionamento muito profundo, muito fervoroso, com muito amor, mas ao mesmo tempo muito conflitante. Eles brigavam muito, tinham muitas crises de ciúmes.

 

Como foi o trabalho em parceria com Andrea Beltrão?

Se a gente vai interpretar um personagem que já existiu, a gente tem que achar uma pessoa com a energia desse personagem. A Andreia chegou nesse lugar com a Hebe. Nós nos divertimos muito, como em todos os trabalhos que fizemos juntos até hoje.

 

O que mais chama a sua atenção na história da Hebe?

A Hebe é uma mulher bastante polêmica, em todos os sentidos: politicamente, nos seus costumes, nos seus atos. Eu acho que ela foi, acima de tudo, essa pessoa forte, que não separava muito a vida dela da personagem apresentadora que ela foi durante a vida toda. Ele se dedicou muito à profissão e a vida pessoal acabou se misturando à pessoa pública.]


Para você, qual a importância de contar a história de Hebe Camargo na TV aberta?

A Hebe foi uma das maiores representantes da televisão brasileira, talvez uma das maiores comunicadoras do mundo. Sempre é bacana mostrar ao público uma história como a dela, de superação.

"Hebe" vai ao ar às quintas-feiras, após "A Força do Querer". Original Globoplay, desenvolvida pelos Estúdios Globo, a série é criada e escrita por Carolina Kotscho, tem direção artística de Maurício Farias e direção de Maria Clara Abreu.

.: Porque "Torto Arado" deve ser leitura obrigatória no Brasil de 2020


Um texto épico e lírico, realista e mágico que revela, para além de sua trama, um poderoso elemento de insubordinação social.

Vencedor do Prêmio Leya 2018 e escrito por Itamar Vieira Junior o romance "Torto Arado" é leitura imprescindível no Brasil de 2020. É um livro comovente que traz a herança dos clássicos. O texto gira em torno das irmãs Bibiana e Belonísia, filhas de trabalhadores nas profundezas de uma fazenda no sertão da Bahia. Elas são descendentes de escravos para quem a abolição nunca passou de uma data marcada no calendário. Intrigadas com uma mala misteriosa sob a cama da avó, pagam o atrevimento de lhe pôr a mão com um acidente que mudará para sempre as suas vidas, tornando-as tão dependentes que uma será até a voz da outra. 

Porém, com o avançar dos anos, a proximidade vai desfazer-se com a perspectiva que cada uma tem sobre o que as rodeia: enquanto Belonísia parece satisfeita com o trabalho na fazenda e os encantos do pai, Zeca Chapéu Grande, entre velas, incensos e ladainhas, Bibiana percebe desde cedo a injustiça da servidão que há três décadas é imposta à família e decide lutar pelo direito à terra e a emancipação dos trabalhadores. Para isso, porém, é obrigada a partir, separando-se da irmã.

Uma história de duas vidas que estarão ligadas - a ponto de uma precisar ser a voz da outra - em uma trama conduzida com maestria e com uma prosa melodiosa. O romance conta uma história de vida e morte, de combate e redenção, em um livro comovente que traz a herança dos clássicos. A trama é tecida de segredos antigos que têm quase sempre mulheres por protagonistas, e à sombra de desigualdades que se estendem até hoje no Brasil. "Torto Arado" é um romance polifónico belo e comovente que conta uma história de vida e morte, combate e redenção, de personagens que atravessaram o tempo sem nunca conseguirem sair do anonimato. Você pode comprar o livro neste link.


Sobre o autor
Itamar Vieira Junior é um escritor brasileiro. Formou-se em geografia na Universidade Federal da Bahia, onde também concluiu mestrado. É doutor em Estudos Étnicos e Africanos pela Universidade Federal da Bahia com estudo sobre a formação de comunidades quilombolas no interior do nordeste brasileiro. Em 2018, venceu o Prémio LeYa, com o romance “Torto Arado”.

Nasceu em Salvador, em 1979. Na adolescência, residiu no estado de Pernambuco, e mais tarde na cidade de São Luís. Em 2012, publicou o livro de contos “Dias”. Em 2017, publicou o livro de contos “A Oração do Carrasco”, finalista na mesma categoria do 60º Prêmio Jabuti (2018). Em 17 de outubro de 2018, o Prêmio LeYa foi atribuído ao romance “Torto Arado”, da autoria dele. 

O júri, presidido pelo poeta Manuel Alegre, justificou a concessão por unanimidade do prêmio “pela solidez da construção, o equilíbrio da narrativa e a forma como aborda o universo rural do Brasil, colocando ênfase nas figuras femininas, na sua liberdade e na violência exercida sobre o corpo num contexto dominado pela sociedade patriarcal. Sendo um romance que parte de uma realidade concreta, em que situações de opressão quer social quer do homem em relação à mulher, a narrativa encontra um plano alegórico, sem entrar num estilo barroco, que ganha contornos universais. Destaca-se a qualidade literária de uma escrita em que se reconhece plenamente o escritor”.

A poeta angolana Ana Paula Tavares, membro do júri, realçou “a capacidade do autor de manter o nível da narrativa” do livro vencedor, exaltando a sua “elegância poética que se mantém do princípio ao fim”. E complementa: “As personagens fortes são as femininas, e ele consegue manter essa firmeza, esse recorte, essa violência, a violência exercida sobre as mulheres e das mulheres, entre elas. Está muito bem visto e escrito”, afirmou.

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