domingo, 22 de novembro de 2020

.: "O Beijo no Asfalto" é atração gratuita de teatro na internet nesta quarta-feira

Série Teatro #EmCasaComSesc recebe o polêmico espetáculo "O Beijo no Asfalto", de Nelson Rodrigues, nesta quarta-feira. Foto: Kim Leekyung

Nesta quarta-feira, dia 25, às 21h, o palco do Sesc Santana recebe a montagem do espetáculo "O Beijo no Asfalto", dentro da programação de teatro do #EmCasaComSesc em nova fase, com os atores e as atrizes ocupando os palcos das unidades do Sesc na capital paulista, além das apresentações transmitidas das casas dos artistas. A versão de "O Beijo no Asfalto" que será apresentada no palco do Sesc Santana é uma adaptação de Bruno Perillo, que também dirige a montagem, para o clássico de Nelson Rodrigues.

No espetáculo, um atropelamento acontece em plena Praça da Bandeira, no Rio de Janeiro. Na sua agonia, o homem atropelado, caído no asfalto, pede um beijo a um outro homem que correu em seu auxílio. O beijo acontece, o atropelado morre e a multidão ao redor testemunha a cena. O fato considerado "fora do paradigma da normalidade", que aparenta estar em um plano de percepção divergente do senso comum, traz à tona os vícios e estigmas da sociedade. Com Anderson Negreiro, Angela Ribeiro, Heitor Goldflus, Lucas Lentini, Mauro Schames, Natalia Gonsales, Rita Pisano, Roberto Audio e Valdir Rivaben. Classificação: 14 anos.

Sexta-feira, dia 27, às 21h, os atores Thiago Amaral e Dilson Amaral, da Cia. Hiato, sobem ao palco do Sesc Ipiranga com o espetáculo "Ficção". Domingo, dia 29, às 21h, Bianca Ramoneda e Gabriel Braga Nunes, também responsável pelo roteiro da peça, apresentam direto do Rio de Janeiro o espetáculo "Inutilezas", com direção de Moacir Chaves. Desde o final de agosto, cinco meses após a suspensão majoritária do atendimento presencial nas unidades, o Sesc São Paulo anunciou uma parcial e gradativa retomada, com um número restrito de atividades, dirigidas aos alunos que já eram inscritos nos cursos de Ginástica Multifuncional, Práticas Corporais e Corrida, além de pacientes das Clínicas Odontológicas cujos tratamentos foram interrompidos pela pandemia. 

Todas essas atividades estão sendo previamente agendadas, visando restringir a circulação de público no interior das unidades. Em outubro, a instituição anunciou nova etapa da retomada gradual dos serviços, desta vez de Exposições - inicialmente nas unidades da capital, Grande São Paulo, Santos e Taubaté -, das Bibliotecas alocadas nas unidades e a exibição de filmes no CineSesc, tudo mediante agendamento prévio pelo sistema de bilheteria online em sescsp.org.br. Todas as 40 unidades do estado deram início a essa retomada gradual, à medida que os municípios em que estão instaladas atinjam a classificação necessária para reabertura, estabelecida pelo Plano São Paulo do Governo do Estado, e em conformidade com as regulações municipais.

Paralelo à retomada gradual de alguns serviços presenciais, a instituição segue oferecendo um conjunto de iniciativas on-line, que garantem a continuidade de sua ação sociocultural nas diversas áreas em que atua. Pelos canais digitais e redes sociais, o público pode acompanhar o andamento dessas ações e ter acesso a conteúdos exclusivos de forma gratuita e irrestrita. Confira a programação e fique #EmCasaComSesc.

.: "Doutor Caneta - Oito Contos" de Cacaso reunidos em e-book gratuito


No fim dos anos 1980, Cacaso - mais conhecido por sua produção como poeta, ensaísta e letrista - fez uma breve incursão nos contos, publicando "Inclusive… aliás…" e "Buziguim" na revista Novos Estudos Cebrap, em 1986 e 1987.

Em "Doutor Caneta - Oito Contos" publicado em celebração ao lançamento de "Poesia Completa" do autor pela Companhia das Letras, o leitor vai conhecer estes dois contos e outros seis, todos inéditos em livro e recolhidos pela primeira vez pelo poeta e pesquisador Mariano Marovatto dos cadernos de um dos nomes incontornáveis da geração mimeógrafo. Você pode baixar gratuitamente "Doutor Caneta - Oito Contos", de Cacaso, em edição especial da Copanhia das Letras, neste link.

A poesia de Cacaso
Reunião de todos os poemas de um dos nomes mais marcantes da geração mimeógrafo, "Poesia Completa" de Cacaso é retrato de uma época e testamento literário dos anos 1970. A obra foi lançada com live no canal do YouTube da editora Companhia das Letras e toda pompa e circunstância que merece, afinal, trata-se do livro “Poesia Completa”, de Cacaso, um dos melhores lançamentos do ano. 

"Poesia Completa" reúne os seis livros publicados pelo poeta Cacaso - de “A Palavra Cerzida” (1967) a “Mar de Mineiro” (1982) - e uma farta seleção de poemas inéditos recolhidos pela editora Heloisa Jahn dos cadernos do autor, além de 60 letras de música. O volume traz ainda textos de Roberto Schwarz, Heloisa Buarque de Hollanda, Francisco Alvim, Vilma Arêas e Mariano Marovatto.

"Cacaso tem o gênio brasileiro da fala macia, sensual e maliciosa. É da família de Bandeira, cuja linguagem é sem artifícios", define Francisco Alvim. Em toda sua produção, que abarca poemas, ensaios, letras, contos e desenhos, Cacaso deixou sua marca registrada: sensibilidade combinada com olhar crítico, simplicidade com sofisticação literária, sutileza com ironia fina. Você pode comprar "Poesia Completa", publicado pela Companhia das Letras, neste link.

.: Festival Varilux oferece sessão online gratuita de "Mais Que Especiais"


Comédia inédita no país terá exibição online gratuita nesta segunda, dia 23, às 17h30, com vagas limitadas aos primeiros 300 inscritos.

A edição 2020 do Festival Varilux de Cinema Francês promove sessão online do longa-metragem “Mais Que Especiais”, nesta segunda-feira, dia 23, às 17h30. A exibição legendada da comédia de Eric Toledano e Olivier Nakache – diretores dos sucessos “Os Intocáveis” e “Samba” - será gratuita e seguida de bate-papo virtual, às 20h, com as pesquisadoras e educadoras Cristiane Muñoz e Cláudia Bolshaw, que atuam com pessoas com autismo.

Para participar da exibição online do longa-metragem - que, estrelado por Vinncent Cassel, conquistou sete indicações ao Prêmio César 2020 -, os interessados devem fazer a inscrição via link: https://bit.ly/FVCF2020MQE, que também estará disponível no site do festival, dentro da aba “eventos”:  http://variluxcinefrances.com/2020/eventos/ As inscrições são limitadas a 300 pessoas e, haverá lista de espera em caso de maior demanda. A distribuição é da California Filmes.

Após a sessão online, o bate-papo será transmitido pelo YouTube e pelo Facebook do Festival Varilux, às 20h, nos links: https://www.youtube.com/user/variluxcinefrances e https://pt-br.facebook.com/variluxcinefrances.   atividade será gratuita e aberta, sem necessidade de inscrições. O público poderá enviar comentários e perguntas pelo chat. O trailer de “Mais que Especiais” pode ser conhecido aqui: https://youtu.be/wSxcKerUJi4.

Sinopse
Há​ 20 anos Bruno e Malik vivem num mundo à parte, aquele habitado pelas crianças e adolescentes autistas. Trabalhando cada um em uma instituição diferente, eles se dedicam à formação de jovens vindos de bairros problemáticos para tentar lidar com esses casos considerados “supercomplexos”. Uma aliança pouco usual para personalidades fora do comum. “Um grande filme sobre a rejeição do imobilismo, sobre a abertura para a diferença e sobre a tolerância. Um apelo para que passemos a ouvir uns aos outros. Um belo e autêntico canto de esperança”.

Serviço
Data:
23 de novembro de 2020, segunda-feira - Sessão online: "Mais Que Especiais".  Horário: 17h30. Vagas limitadas - Após a inscrição, o participante receberá por e-mail (no dia da exibição) um link para assistir ao filme. Link para inscrição: https://bit.ly/FVCF2020MQE. Debate: 20h - será transmitido pelo Facebook e YouTube do Festival Varilux e não precisa se inscrever 

Sobre os participantes: Cristiane Muñoz é atriz, palhaça, professora, pesquisadora e neurodivergente, doutoranda na UNIRIO, com trabalho que envolve as Artes e o Autismo. Ela é mestre e bacharel em Artes Cênicas pela mesma universidade e pós-graduada em Educação pela UCAM.

Cláudia Bolshaw é professora e Supervisora do Departamento de Artes e Design da PUC- Rio. Doutora em Design Linha de Pesquisa Design: Comunicação, Cultura e Artes, com ênfase em Animação. Prêmio Unesco 2006 - Coordenadora da Pesquisa Animadores do Brasil - Memória imaterial da cultura brasileira.  Coordenadora do Curso Arte, Educação e Inclusão com Orientação Universitária - AEIOU - CCe - PUC - Rio. Coordenadora do Núcleo de Artes Digitais e Animação - N.A.D.A. PUC- RIO.

O Festival Varilux de Cinema Francês 2020
Um clássico e 17 longas-metragens inéditos e recentes (2019/2020) da cinematografia francesa integram a seleção do Festival Varilux 2020 que será realizado presencialmente nos cinemas de todo país entre 19 de novembro e 3 de dezembro. Entre eles, um documentário e 17 longas de ficção com gêneros como comédia, drama e animação. Ainda não há um número definido de cidades e de cinemas participantes. Devido à pandemia do novo coronavírus, alguns exibidores terão a opção de programar o festival em datas diferentes - até o final de fevereiro de 2021. O importante, de acordo com a Bonfilm, produtora do evento, é que as produções cheguem ao público em todo Brasil e contribuam para a retomada dos cinemas do país. 

O evento é realizado pela produtora Bonfilm e tem como patrocinador principal a Essilor/Varilux, além do Ministério do Turismo, Secretaria Especial de Cultura; a Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro e Secretaria Municipal de Cultura. Outros parceiros importantes são a rede das Alianças Francesas em todo Brasil, a Embaixada da França no Brasil, as distribuidoras dos filmes - Bonfilm, Bretz/ MyMamma, California Filmes, Diamond Films, Vitrine Filmes e Zeta Filmes - e os exibidores de cinema independente/de arte e as grandes redes de cinema comercial.

Sobre a Bonfilm: Produtora e distribuidora, a Bonfilm é realizadora do Festival Varilux de Cinema Francês, que completou dez anos em 2019. Sucesso de público e mídia, o evento esteve no ano passado em 86 cidades e 23 estados brasileiros. Nesses dez anos foram realizadas cerca de 35 mil sessões e somou um público de mais de um milhão de espectadores (1.064 milhão).  Desde 2015, a Bonfilm realiza também o festival de filmes ópera "Ópera na Tela" ao ar livre no Rio de Janeiro e em cinemas de todo Brasil. Em 2019 promoveu uma primeira edição em São Paulo. 

Sobre a Essilor: Líder mundial em lentes oftálmicas para óculos, a Essilor International cria desenhos, produz e comercializa uma vasta gama de lentes corretivas.  Sua missão é melhorar vidas através da visão. Para cumprir esta missão, a empresa investe anualmente 200 milhões de euros em pesquisa e desenvolvimento e seu espírito inovador foi atestado pela revista norte americana Forbes onde figurou por oito anos consecutivos, até 2018, no ranking das 100 Empresas Mais Inovadoras do Mundo. Além disso, em 2015 a companhia foi listada entre as 50 empresas da FORTUNE's Change the World List. As marcas mais emblemáticas da Essilor International são: a lente multifocal Varilux®, a fotossensível Transitions®, o antirreflexo Crizal®, a lente solar polarizada Xperio®, a antiembaçante Optifog™, a lente Eyezen™ que reduz o esforço ocular na leitura em telas, e, lançada em 2019, a lente com proteção dupla contra raios UV e luz azul-violeta nociva Blue UV Filter™.  A empresa também desenvolve e comercializa equipamentos, instrumentos e presta serviços aos atuantes no mercado óptico.   

Serviço - Festival Varilux de Cinema Francês 2020
Data: até 3 de dezembro. Os valores dos ingressos são os praticados por cada rede exibidora. Cidades confirmadas até 10 de novembro: Aracaju (SE), Araçatuba (SP), Balneário Camboriú (SC), Barueri (SP), Belém (PA), Belo Horizonte (MG), Botucatu (SP), Brasília (DF), Campinas (SP), Campo Grande (MS), Caxias do Sul (RS), Cotia (SP), Cuiabá (MT), Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Fortaleza (CE), Indaiatuba (SP), Jaboatão dos Guararapes (PE), João Pessoa (PB), Jundiaí (SP), Londrina (PR), Maceió (AL), Manaus (AM), Maringá (PR), Natal (RN), Niterói (RJ), Pelotas (RS), Petrópolis (RJ), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Ribeirão Preto (SP), Rio Branco (AC), Rio de Janeiro (RJ), Rio Grande (RS), Salvador (BA), Santos (SP), São Luís (MA), São José dos Campos (SP), São Paulo (SP), Sorocaba (SP), Teresina (PI), Vitória (ES) e, Vitória da Conquista (BA). Novas cidades e os cinemas participantes podem ser conferidos no site: http://variluxcinefrances.com/2020




.: "Lupa da Alma", de Maria Homem, mostra insights sobre a pandemia

"Lupa da Alma: Quarentena-Revelação", de Maria Homem faz uma leitura cheia de insights sobre o maior laboratório subjetivo da história humana.

A pandemia tornou as crises mais agudas. As emoções parecem estar à flor da pele. Se estávamos buscando formas de mantê-las sob controle, ou sob anestesia, agora parecem ter obtido um passe livre para circular sem tanta repressão. Como não escutar esse caos que parece explodir em forma de revelação? "Lupa da Alma: Quarentena-Revelação" explora o impacto do vírus em diversas esferas da vida: amor, ódio, família, amigos, trabalho, morte. 

Com a verve e a inteligência que fizeram de Maria Homem uma das psicanalistas brasileiras de maior projeção nos últimos anos, ela oferece alento nesse momento de incerteza e examina formas de angústia que falam direto ao lado sombrio de cada um de nós. "Lupa da Alma: Quarentena-Revelação" faz parte da Coleção 2020 - Ensaios Sobre a Pandemia, criada e produzida durante a pandemia de covid-19, reúne autores e autoras que se dedicaram a refletir e a provocar o pensamento em livros breves, atuais e contundentes. 

Maria Homem é psicanalista, pesquisadora do Núcleo Diversitas FFLCH/USP e professora da FAAP. Com pós-graduação em Psicanálise e Estética pela Universidade de Paris VIII, Collège International de Philosophie e Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, é autora de "Coisa de Menina?" e "No Limiar do Silêncio e da Letra", entre outros. Você pode comprar "Lupa da Alma: Quarentena-Revelação", de Maria Homem, neste link.

Trecho do livro
O ano de 2020 deverá fazer história. Nem bem tinha começado, já transformava vidas e trazia mortes. Ainda agora, na metade, vivemos tempos conturbados. Estamos menos protegidos por uma rotina ou uma previsibilidade sobre o trabalho, o dinheiro, o futuro, nosso corpo ou nossos projetos. Enfim, a própria vida. Em momentos assim as coisas se tornam mais agudas. A semente de inquietação ou loucura dentro de nós parece que se expande. Irrequietos não conseguem ficar quietos ou em casa. Deprimidos ficam mais tristes e ansiosos. Loucos ficam mais delirantes. Agudizar seria o verbo destes tempos? As emoções parecem estar à flor da pele.

Se estávamos buscando formas de mantê-las sob controle, ou sob anestesia, agora parecem ter obtido um passe livre para circular sem tanta repressão. Ficamos ouvindo gritos no interior da nossa mente, entre as pessoas próximas ou vindos lá de longe no mundo. Talvez todos tenhamos momentos de destempero, e seria importante saber disso. O que é aliás um saber que deveria nos acompanhar para além de pandemias, pois não somos pura razão.

Para começo de conversa, há que se reconhecer que o Eu não é senhor em sua morada, como diria Freud, e que a consciência não é soberana. Nossa subjetividade, fomos descobrindo pouco a pouco, e não sem resistência, é mais complexa que isso. É também caos, desrazão, dúvida, engano, autoengano, sabotagem e criação. Em momentos assim, de crise e saída do que inventamos como rotina partilhada, o caldeirão parece ferver. Subjetiva e socialmente. Mas não são somente os afetos que saíram da caixa de Pandora. Também deixamos escapar palavras e mesmo ideias que antes ficavam bem trancadas.

A gente diz o que antes parecia impensável, ou mesmo desconhecido. A nós mesmos, para o bem e para o mal. O difícil equilíbrio entre razão e emoção parece estar trincado: as ideias mais improváveis são alinhavadas e os sentimentos saem das rédeas. Além disso, neste momento, e no mundo todo, as coisas ficam mais agudas para cada um mas também no coletivo. Os pactos sociais se desequilibram, tanto no interior das casas quanto no calor das ruas. Aumento do consumo de álcool? De violência doméstica? Consumo de todos os tipos de drogas, imagens, mercadorias? Manifestações ocupam as ruas e rompem a quarentena. A violência emerge mais claramente e conflitos vêm à tona.

Brancos e negros, ricos e pobres, homens e mulheres. Todos somos iguais? A quarentena mostra que isso não é verdade. As formas de viver, de adoecer e de morrer mostram que isso está longe de ser verdade. No Brasil, além de todas essas questões, temos ainda formas arcaicas de fazer política, seja política ligada à conquista e manutenção do poder, seja ligada à saúde, educação, economia e outras áreas vitais.

.: Livro conta bastidores de Sergio Moro à frente da Lava Jato


Rosangela Moro relata em "Os Dias Mais Intensos" sua percepção de tudo o que acompanhou ao lado do marido. No livro, a advogada conta os bastidores de períodos em que Sergio Moro esteve à frente da Lava Jato e foi ministro do governo Bolsonaro

Muito se especula sobre a vida pessoal do ex-ministro Sergio Moro, um dos principais personagens da história recente do Brasil e responsável pela maior operação anticorrupção do país. Com um estilo reservado e discreto, Moro se tornou uma figura pública que causa alvoroço por onde passa. Com um olhar privilegiado de quem acompanhou de perto os principais momentos da carreira do ex-magistrado, Rosangela Moro compartilha diálogos, percepções e as mudanças na rotina da família em períodos em que o marido esteve no comando da Lava Jato e foi ministro da justiça do governo Bolsonaro.

O casal se conheceu na década de 1990 na Faculdade de Direito de Curitiba, quando Rosangela era graduanda e Sergio Moro um jovem professor recém-contratado para assumir a cadeira de Direito Constitucional. A autora narra no livro o início da vida do casal em Cascavel, interior do Paraná, para onde se mudou quando Moro assumiu o posto de juiz federal. Desde então, tentando equilibrar os papéis de mãe de dois filhos, advogada dedicada à prestação de serviços para as Apaes e de esposa, Rosangela acompanha a rotina da família se modificar a cada dia. Em 2007, após o juiz dar ordem de prisão a um traficante de drogas e à sua esposa, a Polícia Federal precisou designar uma equipe de escolta para os Moro. Esse foi o primeiro grande desafio da família.

Em "Os Dias Mais Intensos", Rosangela resgata alguns momentos marcantes da Operação Lava Jato como o dia em que Lula foi preso e o áudio do telefonema entre o ex-presidente e a então presidenta Dilma repercutiu país afora. No capítulo "Tchau querida", ela revela que Moro estava jogando basquete com os filhos enquanto o Brasil parava na frente da televisão. "Sergio Moro é assim: quando ultrapassa o momento reflexivo para tomar uma decisão, ele vira a página e espera pelo próximo capítulo, sabendo de todas as consequências que suas escolhas podem surtir. Eu nunca o vi remoendo decisões ou pensando, a posteriori, se poderia ter agido de outra maneira", ela conta no livro.

Sobre a passagem de Moro ao ministério da justiça, Rosangela cita a esperança sentida no início do mandato de Jair Bolsonaro, a quem se refere como um "outsider, que se propunha a mudar os rumos do país", mas revela que depois das ‘frituras’ de Sergio no governo começou a ver o cenário com outros olhos. "Meu marido sentia que suas pautas eram órfãs do Governo, o que confessava a mim, e seguiu em frente até o limite do que, para ele, seria aceitável. Se fosse subordinado à vontade de alguém, ele não teria condenado pessoas poderosas como fez. Eu não sei dizer o motivo de o Planalto não encampar o que Moro defendia: se era para evitar o protagonismo dele na agenda anticorrupção ou se era porque não queria que a pauta avançasse. O Governo se aliou a pessoas que não têm um currículo exemplar e a pauta anticorrupção poderia não ser mais interessante para eles", ela conta.

No livro, Rosangela também critica a posição do governo com relação à pandemia, afirmando tratar-se de uma atitude negacionista com relação à gravidade do problema com a qual não concorda e reflete sobre as ofensas intensificadas que a família passou a sofrer após a saída do marido do ministério. De acordo com ela, "antilavajatistas somam-se aos bolsonaristas para criticar a todos nós, como se o culpado de um assassinato fosse quem descobre o cadáver, e não o seu assassino". Você pode comprar "Os Dias Mais Intensos", de Rosangela Moro, neste link.

Sobre a autora
Nascida em 28 de maio de 1974, Rosangela Wolff Moro é filha de uma professora e de um mestre de obras que não pouparam esforços para a educação dos filhos em excelentes escolas em Curitiba. Cursou a Faculdade de Direito de Curitiba, especializando-se em direito publico, ramo no qual atua até hoje. Casada com Sergio Moro, acompanhou-o em sua trajetória de magistrado pelo interior do Paraná e de Santa Catarina até 2003, quando fixou novamente residência em Curitiba.

Identificou-se com o movimento das APAEs e com as associações de pessoas com doenças raras e vem prestando serviços jurídicos para esse segmento. Publicou dois livros: Regime Jurídico das Organizacões da Sociedade Civil, de 2014, e Doenças Raras: Entender, Acolher e Atender, de 2020. Fez pós-graduação em Direito Tributário na Universidade de Joinville. Tem dois filhos.

Ficha técnica - "Os Dias Mais Intensos - Uma História Pessoal de Sergio Moro" 
Autora: Rosangela Moro.
Editora Planeta.
152 páginas.
Formato: 16 X 23.
Link na Amazon: https://amzn.to/2Hq70Gj.

.: Soldado morto há cinco séculos é encontrado em lago na Lituânia


Há mais de cinco séculos um soldado medieval morreu de causas ainda desconhecidas e os seus restos mortais foram parar a nove metros de profundidade sob as lamas do lago Asveja, no leste da Lituânia. Hoje, tantos séculos depois foi finalmente encontrado durante uma inspecção subaquática aos pilares da velha ponte Dubingiai construida nos anos 30 do passado século.

"Embora os restos mortais estivessem sob uma camada de sedimentos, não estamos num contexto de enterramento ou depósito propositado. Muito provavelmente essas camadas de sedimentos foram-se acumulando com o passar dos anos e com o movimento das águas", refere a arqueóloga Joana Freitas.

Os cientistas da Faculdade de Medicina da Universidade de Vilnius examinaram o corpo e disseram tratar-se de um indivíduo do sexo masculino, bastante novo e que morreu algures durante o século XVI. "Segundo os relatórios da escavação, junto ao corpo vários pertences foram encontrados levando a crer que se tratava de um soldado. As suas roupas, as suas botas de couro, a sua espada e uma série de objetos e adornos. É a primeira vez que no país encontram um soldado no mesmo contexto e, este achado é extremamente importante para acrescentar conhecimento sobre os  soldados da idade média europeia, principalmente da  zona do Báltico.", refere.

sábado, 21 de novembro de 2020

.: O Caso Collini: entrevista com Marco Kreuzpaintner, diretor do filme

Foto: Anne Wilk - © Anne Wilk

Em colaboração com German Film – texto de Patrick Heidmann, tradução de André Cavallini.

.: Crítica de "O Caso Collini": assassinato em filme remonta época sombria alemã

Todo mundo precisa de férias de vez em quando, mas poucos ganharam tanto no verão de 2019 quanto Marco Kreuzpaintner. “Pela primeira vez em dois anos, estou conseguindo pensar em paz”, o diretor ri ao telefone e lembra como os últimos 24 meses foram estressantes, mas, acima de tudo, produtivos.

Só no outono de 2019, por exemplo, a série "Beat" foi lançada no serviço de streaming Amazon Prime. Kreuzpaintner não só teve a ideia para o thriller ambientado na vida noturna de Berlim, mas também dirigiu todos os sete episódios. “Ao contrário de muitos colegas, eu não tinha nenhuma ideia sobre uma série que pudesse estar guardada em uma gaveta, quando me chamaram para conversar”, lembra o cineasta de 42 anos. “Simplesmente porque não tive intervalos suficientes entre meus projetos para colocar as ideias no papel. Mas, para usar uma comparação literária, havia um grande apelo em retratar um longo romance em vez de um conto, para variar”. Foi anunciado, algum tempo depois, que não haveria uma segunda temporada. Todavia, o fato de a série ter recebido o renomado Prêmio Grimme deve ser uma fonte de profunda satisfação para seu criador.

Kreuzpaintner tem o mesmo orgulho de seu último longa-metragem, "O Caso Collini", em que - como ele destaca - orgulho não é uma palavra com a qual ele realmente descreve o prazer que obtém de seus projetos. Ele conseguiu conquistar o astro internacional Franco Nero para um papel principal na adaptação cinematográfica do bestseller de Ferdinand von Schirach, e também deu ao astro da comédia

Elyas M’Barek uma nova imagem, como defensor público em um suspense dramático. Por semanas após sua estreia, nenhuma produção alemã havia atraído mais espectadores aos cinemas na Alemanha em 2019, quando o longa chegou e ficou em cartaz por nove semanas. “O fato de termos provado com este filme que mesmo um drama judicial referente a um caso histórico pode ainda funcionar no cinema se for devidamente produzido, encenado e com um elenco de destaque é o que me faz mais feliz”, diz o cineasta, para deixar tudo bem claro. “Talvez isso dê esperança a todos aqueles que, de outra forma, tenderiam a ser pessimistas sobre o futuro da indústria”. 

A visão de Kreuzpaintner sobre a indústria cinematográfica alemã e o gosto do público sempre foi um pouco diferente de muitos colegas. A renovação que paira no ar – também influenciada pelos hábitos de visualização americanos – que o trouxe para o cenário do cinema alemão aos 20 anos atraiu alguma atenção. O trabalho de Kreuzpaintner quase foi recebido melhor no exterior do que em seu país: Tempestade de Verão (2004) não apenas estreou em Toronto, mas foi até lançado em cinemas nos EUA e na Coreia do Sul. Seu compatriota Roland Emmerich acabou se tornando um fã proeminente, que rapidamente escolheu o jovem colega sob sua proteção como mentor e ainda é um amigo próximo hoje. Marco, apoiado por Emmerich como produtor, finalmente fez sua estreia em Hollywood com Desaparecidos (2007), um drama sobre tráfico humano, que se tornou o primeiro filme a ter sua estreia mundial na Assembleia Geral das Nações Unidas.

Desde então, Kreuzpaintner manteve um ritmo de trabalho notavelmente rápido quase constantemente, de acordo com o lema “meu espaço de trabalho é meu lugar feliz”, como ele colocou uma vez no Instagram no passado. “Quando me interesso por um projeto, costumo pensar comigo mesmo: vá em frente, quem sabe que possibilidades haverá daqui a alguns anos”, brinca o diretor, que ocasionalmente dirige filmes ou comerciais para televisão e há muito sonha realizar um filme biográfico sobre Rainer Werner Fassbinder. “Além disso, o próximo filme é sempre o mais importante. Pensando no futuro - acho isso saudável”.

Depois de lançar ""O Caso Collini" na Alemanha, nada de férias ou um tempo sabático para o cineasta - após lançar seu longa mais recente na França, Grã-Bretanha, Israel, Japão e Holanda, Marco Kreuzpaintner se estabeleceu, pelo menos temporariamente, na Inglaterra, para o trabalho em uma nova série da AMC, Soulmates, estrelada por Malin Akerman e criada por William Bridges e Brett Goldstein. Assim como em Londres, ele recentemente encontrou um novo agente nos EUA que está de olho em projetos em inglês. No entanto, isso não significa afastar-se de casa, como ressalta em suas considerações finais: “Prefiro uma produção internacional que tenha alguma relação com a Alemanha. E já estou trabalhando em algumas coisas”.



.: Peça de Alex Gruli, "Só" estreia em temporada gratuita online


Espetáculo conta a história de quatro pessoas da mesma família que se encontram através de uma sala de reuniões online para acompanhar o desligamento dos aparelhos que mantêm uma integrante da família viva no hospital. Foto: Agência Ophelia

“Só” é um espetáculo de teatro virtual de Alex Gruli, que junta em seu elenco quatro artistas da formação inicial da Cia. Os Fofos Encenam: o próprio Gruli, Fernando Neves, José Roberto Jardim e Kátia Daher. Peça é uma das primeiras a entrar em cartaz através de recursos vindos da Lei Aldir Blanc.

O texto conta a história de quatro pessoas da mesma família que se encontram através de uma sala de reuniões online para acompanhar o desligamento dos aparelhos que mantêm uma integrante da família viva no hospital. Apenas um dos personagens está falando presencialmente do hospital, acompanhando o acontecimento; os outros, estão presentes de modo virtual pois existe uma pandemia que os obriga ao isolamento. Conversando online, os familiares relembram histórias da parente hospitalizada, resolvem questões internas de relacionamento e se despedem da familiar. 

“A utilização de uma ferramenta de conversas virtual para a criação de um novo olhar sobre a criação cênica, colocando os artistas à distância (numa arte – teatro - que prevê o encontro) é instigante. Como disse Fernando Neves - isso é o artista furando, abrindo uma brecha na impossibilidade”, comenta o autor.

A temporada online do espetáculo está sendo produzida com recursos da Lei Federal de Emergência Cultural Aldir Blanc. O espetáculo “Só” estreou na última sexta-feira, dia 20 de novembro, e fará 12 apresentações gratuitas, durante quatro semanas, sextas e sábados às 20h, e domingos às 18h, encerrando a temporada no dia 13 de dezembro. Serão disponibilizados 200 ingressos gratuitos por espetáculo, totalizando 2.400 ingressos gratuitos pra população (a distribuição será feita no mesmo dia do espetáculo, pelo site Sympla). 

"Só" é um texto escrito em 2015 para ser realizado em palco convencional, com público presente. Com o início da pandemia, veio ao autor Alex Gruli a ideia de adaptá-lo para o formato on-line: com algumas alterações, toda a história que se passava na sala de espera de um hospital entre 4 pessoas da mesma família foi trazida para uma reunião on-line através do aplicativo Zoom. Assim começou o processo de criação desse espetáculo, que estreou dentro da programação Palco Virtual do Itaú Cultural, realizando duas apresentações nos dias 8 e 15 de setembro. 

Ficha técnica - "Só":
Texto e direção: Alex Gruli
Elenco: Alex Gruli, Fernando Neves, José Roberto Jardim e Kátia Daher
Criação visual e suporte técnico: Eduardo Reyes e Pedro Henrique Moutinho
Duração do espetáculo: 50 minutos
Lotação da sala online: 270 pessoas
Classificação: 18 anos
Os ingressos são gratuitos; a distribuição será realizada a cada dia de espetáculo, iniciando-se às 08:00 h. (oito da manhã) do dia da apresentação.
Temporada: de 20 de novembro a 13 de dezembro. Sextas e sábados às 20h, e domingos às 18h
Espetáculo idealizado, escrito, dirigido e interpretado por Paulo Azevedo é livremente inspirada nas vidas e músicas de astros da cultura rock dos anos 60 e 70 e aborda valores submersos no cotidiano contemporâneo, como a tentativa de controlar o tempo, a busca da identidade, a anestesia dos afetos e o respeito pelas diferenças. A dramaturgia, que transita pela auto ficção, é baseada em biografias, músicas e filmes em torno desse universo. Para confirmar presença, escolha a sessão que você quer assistir e aguarde nossa orientação.

.: "Eu Não Nasci Mãe", o primeiro livro de educadora parental Lua Barros


Editora Nacional lança "Eu Não Nasci Mãe", primeiro livro de educadora parental Lua Barros. Autora se baseia em experiência própria com os quatro filhos para propor parentalidade mais saudável.

Para muitas mães e pais, é tentador acreditar na ilusão de que criar um filho depende de seguir manuais. Os modelos de parentalidade são múltiplos e, apesar da existência deles, cuidadores continuam sofrendo com a culpa e o receio de não fazer um bom trabalho. Por isso, ao invés de buscar respostas prontas, se faz cada vez mais necessário desenvolver um novo olhar para a parentalidade. Nesse sentido, Lua Barros se vale de sua experiência como educadora parental e mãe para, ao invés de propor fórmulas ou receitas, trazer questionamentos em "Eu Não Nasci Mãe", seu primeiro livro.

A obra que toma como base a experiência de uma mãe de quatro filhos e uma das mais relevantes educadoras parentais do país para levantar questões e trazer luz sobre temáticas que assolam a vida de toda mãe, pai ou cuidador de criança. As questões que Lua levanta se baseiam em suas próprias experiências e em teorias da educação, com o intuito de conduzir o leitor a se perceber no processo de educar a criança e, principalmente, se (re)educar para encarar uma parentalidade mais saudável. A primeira edição da obra conta com um pôster exclusivo criado pelo calígrafo e ilustrador Fabio Maca.

Embora não haja manual que sirva para todos – e este livro nem se pretenda ser um guia –, em Eu não nasci mãe Lua Barros aponta direções e saídas que podem tornar as relações parentais muito mais saudáveis, acolhedoras e, sobretudo, respeitosas entre mães, pais, cuidadores e filhos. Você pode comprar o livro neste link.

Sobre a autora
Lua Barros trabalha como Educadora Parental e Especialista em Equilíbrio Emocional. Fundou, em 2019, a Rede Amparo – uma instituição que funciona como uma rede de acolhimento e afeto para mulheres, gestantes e pessoas interessadas em se (re)conhecer. Além de desenvolver cursos e fazer atendimentos individuais, palestras e workshops em empresas, ela apresenta o podcast Dilemas em parceria com Pedro Fonseca, seu companheiro e pai de seus quatro filhos.

Informações
Título: "Eu Não Nasci Mãe: O que Precisei Desaprender para Aprender a Ser Mãe" 
Autora: Lua Barros
ISBN: 978-8504021943
Número de páginas: 168
Preço de capa: R$ 46,90
Link na Amazon: https://amzn.to/3fmwAsm

.: Samuel Rosa é entrevistado por Marcelo Tas no #Provoca

No programa da TV Cultura, o músico fala sobre o fim do Skank, política, família e futebol


O #Provoca desta terça-feira (24/11) recebe o músico Samuel Rosa. Na edição, o artista fala sobre política, democracia, sua relação com o medo, o fim da banda Skank, relacionamento familiar, futebol, seu time do coração - Cruzeiro - e outros assuntos. Sob o comando de Marcelo Tas, o programa vai ao ar a partir das 22h15, na TV Cultura.

Quando questionado quanto ao medo do fim do Skank, anunciado pela banda ainda em 2019, o músico afirma que precisa correr riscos, e quem corre riscos tem medo. Samuel Rosa diz que "o medo só é problemático quando paralisa". E completa que é normal senti-lo. "Eu vou conversando com ele, vamos juntos, [o medo] não me paralisa", completa.

Na edição, ao falar de política, ele diz que esperava que o povo brasileiro tivesse aprendido com as vivências do período de ditadura e não que um governo com o perfil do atual poderia emergir. Além disso, responde a Marcelo Tas, em tom de brincadeira, que se tivesse que escolher entre um Brasil sem corrupção ou o Cruzeiro Campeão Mundial, escolheria um Brasil sem corrupção. Ele ainda acrescenta dizendo que "mais do que um país sem corrupção, uma bela democracia".

Samuel Rosa também diz que a sua carreira musical tem grande influência da mãe, que mesmo sem saber cantar, cantava Simonal o dia todo em casa. De um cenário recheado de músicas, festas e roda de violão, o músico conta que aprendeu a tocar com seu tio, irmão mais novo da mãe. E quanto ao futebol, ele afirma que sempre viu o time de futebol como diretoria: "bons dirigentes geralmente resultam em bons times". E acrescenta dizendo que quando o cenário é ruim, "não há como tirar a culpa dos jogadores, né?".

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