sábado, 28 de agosto de 2021

.: Red Tide: "AHS: Double Feature" apresenta os pálidos de dentes afiados


Por: Mary Ellen Farias dos Santos 

Em agosto de 2021


A décima temporada de "American Horror Story" com o subtítulo de "Double Feature" estreou na noite de 25 de agosto, no canal gringo FX on Hulu, com a exibição de dois episódios seguidos, "Cape Fear" e "Pale", pertencentes a Parte 1, batizada de "Red Tide". Desta forma, após levar o público para o "Cabo do Medo", por meio da maré vermelha, os produtores Ryan Murphy e Brad Falchuk deixam todos aportados em "Pale". 

Cientes da mudança dos Gardner, que vieram de Nova Iorque para o litoral isolado durante o inverno, em nome de que Harry (Finn Wittrock) encontrasse inspiração, enquanto mantém ao lado a esposa grávida, Doris (Lily Rabe) e a filha Alma (Ryan Kiera Armostrong), o público se depara com uma ironia provocativa na trama. É nesse episódio que, após destacar a cobrança acirrada de Harry em criar o entretenimento perfeito, a dupla Murphy e Falchuk deixa claro, por meio de uma sequência sarcástica a respeito da inspiração para a escrita de roteiros que agradem o público.



Como isso? A família prontinha para partir do lugar -que rendeu más lembranças-, com todos dentro do carro, Harry tem visões e precisa encontrar o computador para transcrever. Pois é! E como se não fosse o suficiente, durante o inverno levar a família de mala e cuia para um lugar soturno, Harry é possuído pela inspiração que tanto buscava, enquanto que Alma, outra artista, ainda busca firmeza no violino. Cena que acontece em tela dividida. Ninguém volta para a casa!

Também pudera, Doris é uma esposa extremamente compreenssiva -talvez pela gravidez. Convenhamos, que mulher não surtaria após guardar tudo e arrumar-se no carro, para então o marido mudar de ideia e começar a fazer algo que a forçaria permanecer num lugar horrível? Por ser paz e amor, Doris logo aceita. Ela até se revolta, mas quando nota que deixou de ser a musa inspiradora dele.


No entanto, após algum tempo ela tenta fazê-lo parar um pouco, para saírem da casa e é quando a a filha do casal confessa ter testemunhado o pai ingerir algo desconhecido, o que lhe rendeu os roteiros. Ao começar uma discussão de casal com inserção de apontamentos de Alma, Harry solta a cereja do bolo para a menina: "Não fique com ciúmes porque eu encontrei inspiração e você não pode tocar a porr@ do Paganini!". Que papai mais malvado e boca suja, não é?! 

Para tornar tudo ainda mais interessante revela: "Essas páginas explodiram de mim!". Enquanto assistimos Harry se enrolar de vez com a dupla Austin Sommers (Evan Peters) e Belle Noir (Frances Conroy), aparece a doutora Lark de Billie Lourd. Pois é! Assim como há o advogado do diabo, também existe a dentista de vampiro! Que sacada incrível! Em tempo, "Pale" é outro episódio com produção do ator Evan Peters.

Contudo, é mais uma vez a entrada de Tuberculosis Karen (Sarah Paulson) que garante um susto gigante. Sim! Já assisti mais de uma vez... E não adiantou saber o momento dessa aparição. Susto! Também pudera, Sarah Paulson está visivelmente imbuída de Karen. É tão convincente que chega ao ponto de dar medo. Interpretação admirável!

A décima temporada de AHS é nitidamente uma crítica sobre sugar ideias, inclusive de outros para criar algo próprio, mas também sobre o vício em escrever mais e mais para ter sucesso absoluto. Tal qual a fala de Belle Noir para Harry, que é uma revelação com misto de desabafo para refletir: "Não há nada mais viciante do que o sucesso. Você já provou isso e você não será capaz de viver sem ele". Que venha o terceiro episódio, pois o final de "Pale" é de fazer o queixo cair!! 


Seriado: American Horror Story
Temporada: 10
Episódio 2: "Pale"
Exibido em: 25 de agosto de 2021, EUA.
Elenco: Sarah Paulson (Tuberculosis Karen), Evan Peters (Austin Sommers), Lily Rabe (Doris Gardner), Finn Wittrock (Harry Gardner), Frances Conroy (Belle Noir),  Billie Lourd (Lark), Leslie Grossman (Ursula), Adina Porter (Chefe Burleson), Angelica Ross (The Chemist), Macaulay Culkin (Mickey), Ryan Kiera Armstrong (Alma Gardner)


* Mary Ellen é editora do site cultural www.resenhando.com, jornalista, professora e roteirista, além de criadora do www.photonovelas.com.br. Twitter:@maryellenfsm



.: Christone Ingram se destaca com novo álbum "662"


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico musical.

Um guitarrista cuja música é baseada no blues, mas também reflete a influência do rock, rhythm & blues e hip-hop. Assim pode ser definido Christone "Kingfish" Ingram, um dos mais talentosos músicos que vêm chamando a atençao da crítica com seu mais recente álbum, intitulado “662”.

Ele tinha apenas 20 anos quando lançou o seu primeiro álbum e já havia ganhado uma reputação após ser citado como um talento a ser observado por uma série de artistas respeitados de rock e blues. Ingram se apresentava em público desde os 11 anos e já havia aparecido no palco com nomes como Buddy Guy, Robert Randolph e a Tedeschi Trucks Band.

Christone Ingram nasceu em Clarksdale, Mississippi em 1999. Primo da estrela country Charley Pride, ele começou a tocar bateria quando tinha seis anos e pegou o baixo quando tinha nove. Ele desenvolveu um interesse pelo blues quando viu um documentário sobre Muddy Waters com seu pai. Quando tinha 11 anos, seus pais compraram sua primeira guitarra e ele logo se matriculou em aulas de música no Delta Blues Museum de Clarksdale.

Os músicos de blues do Mississippi Bill "Howl-N-Madd" Perry e Daddy Rich, que ensinavam no museu, viram potencial nele, e Perry apelidou o jovem de "Kingfish" quando se apresentaram em um local local chamado Ground Zero Blues Club. Em 2014, Ingram se apresentou para Michelle Obama na Casa Branca quando um grupo de alunos do Delta Blues Museum se apresentou na capital.

Em 2015, recebeu o prêmio Rising Star da Rhythm & Blues Foundation, e Tony Coleman, que tocou na banda de B.B. King, gostou tanto da música de Ingram que mais tarde conseguiu que o jovem guitarrista conhecesse King em um festival no Mississippi.

O guitarrista Eric Gales convidou Ingram para se apresentar em seu álbum, Middle of the Road, de 2017, e a lenda do blues Buddy Guy, o ícone do funk Bootsy Collins, e Dave Grohl do Foo Fighters, além do pioneiro do hip-hop, Rakim, teceram elogios a Ingram. Os produtores da série de televisão Luke Cage viram clipes de Ingram atuando online e escalaram-no para um papel coadjuvante no programa, além de usar suas interpretações de "The Thrill Is Gone" e "I Put a Spell on You" na trilha sonora .

Depois de terminar o ensino médio, Ingram aumentou sua agenda de turnês e tocava regularmente em clubes e festivais de blues nos Estados Unidos, Europa e Holanda. Em 2018, ele viajou para Nashville para começar a trabalhar em seu álbum de estreia com o produtor Tom Hambridge, que já havia trabalhado com Buddy Guy, Susan Tedeschi e George Thorogood.

Apresentando participações especiais de Buddy Guy e Keb 'Mo', o álbum Kingfish foi lançado pela Alligator Records em maio de 2019. Foi nomeado na categoria "Melhor Álbum de Blues Tradicionalista" no 62º Grammy Awards e ganhou o Álbum do Ano no Blues Music Awards; foi um dos cinco troféus que Ingram levou para casa naquela noite.

Ingram voltou com seu segundo álbum no verão de 2021. Como Kingfish, “662” foi produzido por Tom Hambridge e apresenta uma coleção de canções em grande parte co-escritas por Ingram. Trata-se de um álbum que pode ser definido como um biscoito fino musical, que merece ser apreciado pelos amantes do blues rock.

"Something In The Dirt"

"662"

"Rock and Roll"

.: "À Espera dos Girassóis": as poesias de Solange Sólon Borges

A poesia brasileira está em festa. Tudo porque está sendo lançado "À Espera dos Girassóis: Poesias de Amor e Espera", o novo livro de poesias da jornalista Solange Sólon Borges, lançado pela editora O Artífice, com a proposta de tornar possível um passeio pela casa – a sólida, que nos habita, mas que leva à estrutura interior, repleta de sonhos e expectativas, chegadas e partidas, emoções e naufrágios.  

Neste livro, a prosa poética é tratada com intensidade: “Há dias de sol tão forte que me abro inteira - feito cortinas -, assim as perdas queimam e secam as cicatrizes. Quero violetas com flores porque o trabalho de cura é só meu”, um exemplo de comparação do jardim exterior e interno, com os quais a autora brinca.

Os poemas foram agrupados em função dos motivos tratados: Jardins Regulares – uma brincadeira com o título de seu primeiro livro, Jardins Irregulares –, Motivos de Chegadas, A Casa dos Sabores, Cotidianos, A Linguagem das Águas, As Estações do Amor (Temporais, Verão, Primavera, Outono, Inverno).

Na parte dedicada às estações, pode-se ler: “As estações têm sempre a porta aberta para o segundo verão. Na turbulência dos girassóis exuberantes, você surge com o sorriso ávido de flores e ervas aromáticas e percebo que não estou apenas diante de um corpo absolutamente másculo à vontade em si mesmo. Mas um rosto com seu depoimento de fera e história, com a sua biografia de barcos que atravessaram outros mares em busca das cartas celestiais”, ao se referir aos cheiros domésticos e à essência das flores, mas acima de tudo à profundidade que existe no feminino. “Suspiramos depois do amor, possuídos um do outro, quando um bafeja seu espírito no interior do seu contrário”, é outro exemplo do que se pode esperar do amor, alicerce entre pares, e deste livro.

Sobre a autora
Solange Sólon Borges é paulistana, jornalista, especialista em comunicação, mestra em Estudos Culturais (Filosofia/USP Leste). Seu primeiro livro de poesias publicado foi "Jardins Irregulares", mas também transita pelo gênero conto ("Janelas Abertas para Uma Canção Desesperada"), romance ("Todos os Homens são Girassóis"), e ainda conta com títulos infantis ("A História do Cachorro Cheirudo", "Meninas Também Crescem", "A História do Bichinho Gordão").

Você pode comprar "À Espera dos Girassóis: Poesias de Amor e Espera", escrito por Solange Sólon Borges, publicado pela editora O Artífice, neste link.

Ficha técnica
Livro: "À Espera dos Girassóis: Poesias de Amor e Espera" | Autora: Solange Sólon Borges | Editora: O Artífice | Páginas: 80 | Formato: 14x21 cm | Link do livro na Amazon: https://amzn.to/3gFBe6u

.: Barbie Fashionistas em vídeo é destaque no Photonovelas


A boneca Barbie surgiu em 9 de março de 1959 e ao longo do tempo foi passando por diversas modificações. Eis que em 28 de janeiro de 2016, a coleção estabilizada no mercado, a Barbie Fashionistas, deu às bonecas novas e aprimoradas características. Entre as maiores mudanças foi o fato de a Barbie, sempre representada com olhos azuis, cabelos louros, ter recebido mais curvas.

Surgiu assim, a Barbie Fashionistas 22. "O que dizer da primeira Barbie curvy?! Linda... Até hoje", comenta Mary Ellen Miranda, criadora e responsável pelo Photonovelas. Com esse lançamento, a Mattel, fabricante da Barbie, passou a ofertar quatro tipos de corpos, sete tons de pele, 22 cores de olhos e 24 estilos de cabelos. 

Assim, nos meses seguintes a riqueza de variações na Barbie, como mais bonecas negras, com cabelos crespos e olhos castanhos e verdes, marcaram presença nas prateleiras das lojas. Desta forma, o canal Photonovelas no YouTube reuniu em uma lista várias vídeos em sequência da coleção mais diversificada que a Mattel já trouxe para  a linha Barbie.

A playlist intitulada "Barbie Fashionistas | Ken Fashionistas", informa no título a numeração da boneca, em cada vídeo, assim como do boneco, pois dentro da coleção também existe o Ken.  "Conforme vamos aprimorando o canal, os vídeos vão melhorando e hoje em dia, comentamos os detalhes de cada boneca que tem o 'unboxing', por exemplo", destaca Mary Ellen Miranda, criadora e responsável pelo Photonovelas.

O Canal Photonovelas pode ser acessado aqui youtube.com/photonovelas e a playlist recheada de bonecas e bonecos da coleção Barbie Fashionistas: youtube.com/playlist?list=PLtSeMrWLhSNVTXuZQQ9uZnVXaFVSsJ3uY. Boa diversão!

.: Sucesso editorial, "A República das Milícias" ganha versão em podcast


Primeiro original Globoplay adaptado de um livro marca a estreia da parceria com a produtora Rádio Novelo.

Primeiro original Globoplay baseado em um livro, "A República das Milícias", versão em áudio da obra de mesmo nome que se notabilizou ao retratar em detalhes a complexa organização das facções criminosas do Rio de Janeiro, estrou na última sexta-feira, dia 27. O projeto marca a primeira parceria da Globo com a Rádio Novelo - referência em podcasts e responsável por esta produção -, reforçando a aposta da empresa no mercado independente e em conteúdos com olhares diversificados na constante ampliação de seu portfólio de áudio digital.

Assim como o livro, o podcast "A República das Milícias" é conduzido pelo jornalista, pesquisador e autor Bruno Paes Manso, que trabalha em conjunto com uma equipe da Rádio Novelo para transportar sua pesquisa sobre o tema para o áudio. Dois roteiristas - Vitor Hugo Brandalise e Aurélio de Aragão - mergulharam na obra e nos arquivos de entrevistas realizadas por Bruno para a construção dos episódios a seis mãos. "Essa tem sido uma das partes mais fascinantes deste projeto: tenho dois grandes roteiristas ao meu lado e tivemos que repensar tudo absolutamente do zero. Como a gente contaria a história, respeitando o arco narrativo do livro, mas criando um outro que funcionasse mais com o áudio. Fico muito impressionado com a qualidade, com a preocupação deles de amarrar uma linha com a outra, cada fala, para manter o ritmo da história. É um quebra-cabeça incrível", destaca o autor.

O resultado final deve mesclar o material do livro com conteúdos inéditos, em um encadeamento de assuntos que reforça o formato narrativo construído a partir de uma forte influência do storytelling. A cada episódio, elementos do imaginário carioca e curiosidades do Rio de Janeiro - passando pelo trem com um trajeto pela supervia no episódio inaugural até canções da Bossa Nova, o funk e o hip hop - funcionam como fio condutor para o aprofundamento em alguma questão relacionada ao tema central das milícias. A equipe ainda fez uso de diferentes recursos sonoros, como efeitos de distorção, para proteger a identidade de alguns entrevistados.

O podcast busca aproximar o ouvinte de diferentes perspectivas e lados da mesma história. "Se os policiais e os juristas olham para um crime procurando entender o que está errado e em como deveria ser, eu tento entender como é. Eles pensam em como fazer os outros obedecerem as regras. Eu procuro entender como e por que as pessoas pensam e agem desse jeito. Por que usam a violência, usam armas e matam. A minha pegada é mais próxima da de um psicólogo ou um antropólogo, não a de um policial. Nessa pesquisa, o que me move é a vontade de entender e explicar o que é a milícia", esclarece Bruno.

A partir de depoimentos de diferentes personagens que convivem direta ou indiretamente com o crime em suas rotinas, Bruno promove uma imersão, apresentando os caminhos que desenharam o cenário generalizado de criminalidade que envolve a cidade do Rio de Janeiro. "Você vai reconhecer alguns personagens que aparecem no livro, mas vai conhecer várias outras histórias pela primeira vez aqui", avisa ele no primeiro episódio.


Episódio de estreia mostra os impactos da atuação da milícia na vida dos cariocas
A imersão na realidade da cidade começa com o podcast convidando o público a embarcar em uma viagem de trem por bairros periféricos do Rio de Janeiro dominados pela milícia. Para aproximar o ouvinte de tudo que está vendo e descobrindo, Bruno apresenta trechos de entrevistas de funcionários do serviço ferroviário, que detalham curiosidades sobre a atuação desses grupos criminosos - casos como o rotineiro roubo de trilhos de trem por milicianos que são vendidos para a construção de prédios irregulares e, ainda, a existência de uma banca de venda de drogas em uma estação, com direito a letreiro neon para anunciar a mercadoria ilícita.

"A cidade é dividida em pequenos feudos. O objetivo é entender a fundo esses territórios e, a partir disso, compreender como o Rio de Janeiro chegou a esse estado de deterioração", completa Bruno. Doutor em Ciência Política pela Universidade de São Paulo e pesquisador no Núcleo de Estudos da Violência da USP, o jornalista também é autor de "A Guerra: a Ascensão do PCC e o Mundo do Crime no Brasil", em coautoria com Camila Nunes Dias.

Nas gravações, realizadas em um estúdio em São Paulo, Bruno contou com a direção de Paula Scarpin, diretora da produtora. "Foram muitos os desafios. O primeiro deles era tratar de um tema complexo, sensível e com várias questões de segurança. Precisávamos garantir não apenas a segurança da nossa equipe como das pessoas que nos confiaram seus depoimentos. O segundo era adaptar um livro, experiência inédita na Rádio Novelo, e com poucos precedentes, pelo que mapeamos. Nossa preocupação era, ao mesmo tempo, respeitar o trabalho monumental do Bruno Paes Manso e oferecer um conteúdo diferente, com outra abordagem e novidades para aqueles que já leram o livro. O terceiro desafio era fazer isso durante a pandemia, sem expor nossa equipe e entrevistados a riscos de contaminação - o que, na prática, significou fazer boa parte das novas captações por videoconferência. Por fim, talvez o maior desafio de todos tenha sido fazer jus a todo o trabalho - tanto o que precedeu o início da produção do podcast quanto a própria - numa costura envolvente e capaz de atrair um público que não necessariamente se interessaria pelo tema da segurança pública", ressalta ela.

Original Globoplay produzido pela Rádio Novelo, "A República das Milícias", baseado no livro de mesmo nome, está disponível no Globoplay e na Deezer. O projeto conta com oito episódios publicados semanalmente, às sextas-feiras. A capa do podcast foi criada a partir da capa de Pedro Inoue para o livro "A República das Milícias", da editora Todavia.


Entrevista com Bruno Paes Manso, autor do livro e apresentador do podcast "A República das Milícias"

Como está sendo lançar seu primeiro podcast original Globoplay, o primeiro no Brasil desenvolvido a partir de um livro?
Bruno Paes Manso - Está sendo bem empolgante em diversos sentidos. É um assunto que eu tinha mergulhado muito, só que agora estou tendo outros olhares. De certa forma, acrescentando muita coisa que acabou passando no livro. Sem falar nas entrevistas que voltei a fazer, aprofundei algumas coisas que tinha dúvida, encontrei outros personagens para entrevistar. Muitas lacunas estão sendo preenchidas neste aprofundamento sobre o tema. Acho que é um grande desafio construir um roteiro, com essa linguagem mais imagética e, ao mesmo tempo, conseguir áudios para que as pessoas se sintam mais próximas e mais presentes daquilo que estou contando.


E a experiência de construir o roteiro a seis mãos?
Bruno Paes Manso - Tem sido uma das partes mais fascinantes desse projeto. Tem dois grandes roteiristas: o Aurélio Aragão, que já tinha participado do "Praia dos Ossos", e o Vitor Hugo Brandalise, que é jornalista e tem trabalhado com podcasts. O Aurélio tem uma visão mais do cinema, do audiovisual e de roteiro, de ficção e não-ficção. Tivemos que repensar absolutamente tudo do zero. Como a gente contaria a história, claro que sempre respeitando o arco narrativo do livro, mas criando um outro arco narrativo que funcionasse mais com o áudio. A gente sempre pensa em como acabar um episódio conectando com o seguinte, tem uma amarração entre personagens que é muito interessante. Estou impressionado com a capacidade que eles têm de fazer essa costura, para que a história seja atraente, já que é um podcast longo, e o grande desafio é manter o ouvinte interessado o tempo inteiro na história que está sendo contada. E a força do podcast, apesar de ser um assunto muito relevante, trazer informações relevantes, eu acho que é sobretudo as histórias. As histórias imprevisíveis, as histórias incríveis, as histórias que poucas pessoas conhecem.


O que esperar de inédito no podcast, em relação ao livro?
Bruno Paes Manso - O podcast tem muitos depoimentos de pessoas que vivem nos lugares onde as milícias dominam. Elas relatam o problema de viver nesses lugares, a rotina e como acontece o contato com as milícias. Isso é uma coisa que eu tinha tido muita dificuldade na apuração do livro e conseguimos acessar agora. Temos histórias muito emblemáticas sobre o problema que é viver nesses bairros. Outra coisa que acho bem interessante é a participação de depoimentos de policiais que tiveram ligação com a história da segurança pública do Rio. Também conversamos com alguns personagens marcantes do documentário "Notícias de Uma Guerra Particular", dirigido por João Moreira Salles e Kátia Lund, que é fundamental para a história do Rio de Janeiro. E é legal ouvir os relatos deles 20 anos depois.

sexta-feira, 27 de agosto de 2021

.: "AHS: Double Feature" estreia Maré Vermelha com "Cabo do Medo"



Por: Mary Ellen Farias dos Santos 

Em agosto de 2021

Quando a série antológica "American Horror Story" completa 10 anos, tendo deixado o público órfão -uma vez que ano passado, não foi produzida nova temporada, devido a pandemia-, em 2021, AHS ganha o subtítulo de "Double Feature". A promessa de Ryan Murphy e Brad Falchuk é trazer uma dobradinha entre vampiros e sereias. Eis que dia 25, no canal gringo FX on Hulu, foram ao ar dois episódios que marcam a Parte 1, da temporada intitulada "Red Tide", com a estreia tão aguardada: "Cape Fear" e "Pale".

No episódio "Cabo do Medo", câmera foca num litoral coberto de vegetação seca, até que abre e mostra a estrada com um carro. Lá, seguindo a viagem iniciada em Nova Iorque, está uma família. Harry Gardner, um escritor sem inspiração (Finn Wittrock), acompanhado da esposa grávida, Doris (Lily Rabe) e a filha, que toca violino, Alma (Ryan Kiera Armostrong). Assim, os Gardner se mudam durante o inverno para o local isolado. 


Enquanto Alma sobe para conhecer o quarto, Doris ajeita as coisas na casa e Harry sai para comprar algumas coisas. É no mercadinho local que chega o grande primeiro susto de "American Horror Story" com a entrada de Tuberculosis Karen (Sarah Paulson). Seja pela chegada brusca da personagem insana que é acompanhada da gritaria "Get out" ou pela aparência estranha  da atriz. Por outro lado, a voz é inesquecível! Assim, nota-se bem que há uma Sarah Paulson por baixo da maquiagem de Karen. 

Eis que apesar de ter trazido toda a família para um lugarejo litorâneo, Harry não encontra inspiração. Também pudera, Alma toca o violino continuamente a ponto de enlouquercer quem busca concentração. No entanto, Harry tenta fazer a linha paizão, mas como tem apenas três meses para concluir o projeto, a paciência o faz dar um basta. Cena de esquenta para os próximos segundos? Sim! Na sequência, a primeira grande perseguição acontece com Doris e Alma. Eis que o ponta-pé inicial da décima temporada é dado. E conhecemos um ser que definitivamente não é humano.


Enjoada pela gravidez, Doris libera o marido para curtir a noite sozinho. Então, entram em cena Evan Peters (Austin Sommers) e Frances Conroy (Belle Noir). A dupla simpática, mas cheia de maldade é introduzida num momento "Glee", com cantoria de "Islands in the stream", sucesso na voz de Dolly Parton e Kenny Rogers, no barzinho


Harry recusa a companhia de Mickey (Macaulay Culkin) até que os cantores de karaokê lhes oferta uma bebida e engatam uma conversa amigável. Em tempo, "Cape Fear" teve produção de Peters, mas o ator aparece em cena e por várias vezes, inclusive para agitar a trama que sobe mais um nível ao criar o grande problema que Harry enfrentará nos próximos episódios. 

É no finalzinho de "Cabo do Medo que, sem perceber, o Adão escritor cai em tentação diante da filha. Nessa sequência cheia de adrenalina, "American Horror Story: Double Feature" apresenta os personagens que farão a história acontecer, traz criaturas assustadoras, estabelece embates e destaca a subserviência humana aos vampiros mas acima de tudo, mostra ter potencial para honrar a celebração dos 10 anos de AHS. 


Seriado: American Horror Story
Temporada: 10
Episódio 1: "Cape Fear"
Exibido em: 25 de agosto de 2021, EUA.
Elenco: Sarah Paulson (Tuberculosis Karen), Evan Peters (Austin Sommers), Lily Rabe (Doris Gardner), Finn Wittrock (Harry Gardner), Frances Conroy (Belle Noir),  Billie Lourd (Lark), Leslie Grossman (Ursula), Adina Porter (Chefe Burleson), Angelica Ross (The Chemist), Macaulay Culkin (Mickey), Ryan Kiera Armstrong (Alma Gardner)


* Mary Ellen é editora do site cultural www.resenhando.com, jornalista, professora e roteirista, além de criadora do www.photonovelas.com.br. Twitter:@maryellenfsm






.: "Free Guy: Assumindo o Controle" é uma metáfora da realidade


Por: Mary Ellen Farias dos Santos


"Free Guy: Assumindo o Controle", estrelado pelo queridinho Ryan Reynolds é mais do que a história de um personagem de game ou o novo filme protagonizado pelo talentoso ator que o público ama amar, mas uma incrível metáfora da vidaQuantas vezes agimos de modo mecânico, mesmo diante da possibilidade de sermos livres?! Seguimos comandos e mais comandos, dia após dia. No entanto, para mudar o jogo, só é preciso um propósito -ou vários. 

Contudo, o personagem não jogável, Guy (Ryan Reynolds), executa o código que a ele foi dado quando programado para viver em Free City. Para tanto, trabalha no banco que é assaltado diariamente por diversos bandidos poderosos. Guy segue uma vida pacata, acordando cedo, ao som de "Fantasy" -o que fez muitos jovenzinhos tuiteiros conhecerem o antigo sucesso da cantora pop Mariah Carey-, saudando um peixe dourando quando segue para o trabalho, cumprindo as mesmas missões roboticamente.

Embora sonhe juntar dinheiro para comprar um super tênis, é nas ruas que Guy esbarra na base para que ele sofra uma alteração na programação e ganhe inteligência artificial. O personagem não jogável descobre o amor por uma mulher, fã da diva que ama chá quente: essa é a Molotov (Jodie Comer)! Em tempo, a química de Ryan Reynolds e Jodie Comer é perfeita!

O longa metafórico é sobre quem vive uma epopeia para alcançar objetivos na vida e chegar ao que, geralmente, parece inalcançável. No desenrolar da história é fácil torcer por Guy, uma vez que o protagonista rapidamente estabelece uma conexão com o público. E não pense que tudo é somente pautado em jogos como "The Sims" ou "Second Life", tem muito de "Fortnite" em "Free Guy: Assumindo o Controle", por exemplo.

A produção com roteiro de Matt Lieberman e Zak Penn, que por vezes remete ao clássico "O Show de Trumam", é rica em referências e não economiza nas homenagens. Até mesmo "Encontro Explosivo" entra para a lista de easter eggs que tem até a participação de jogadores gringos famosos. 

Com direito a participação de Chris Evans, o cara da camisa azul coloca o escudo do Capitão América nos punhos e até morre tal qual aconteceu com o personagem de Brad Pitt em "Encontro Marcado". Calma! Guy não morre, de fato, e como é um personagem não jogável, sempre está pela vizinhança.

Em contrapartida, em "Free Guy: Assumindo o Controle", há vida fora dos jogos. Sim! Não só dos jogadores que manipulam os personagens e se envolvem com toda a história que acontece na tela do micro, mas também a dos programadores. E é essa história que fundamenta a personalidade tão agradável de Guy -e até a história de amor entre Guy e Molotov. 


Na película ainda estão 
Joe Keery (Steve Harrington da série "Stranger Things" da Netflix.), Lil Rel Howery (dos filmes "Corra!" e "Fatherhood"), Utkarsh Ambudkar (do filme "A Escolha Perfeita"), Taika Waititi (dos filmes "Thor: Ragnarok" e "O Esquadrão Suicida 2")

O longa dirigido por Shawn Levy é leve, cômico, embora faça refletir muito. Ver Ryan Reynolds na telona em um filme tão esperado, ler os créditos da produção ao som de Mariah Carey e até cantar alto "Fantasy" na sala de cinema do Cineflix Cinemas, em Santos é uma experiência sensacional e já inesquecível. Ainda mais que em 2021, "Free Guy: Assumindo o Controle" foi o primeiro filme a que assisti numa sala de cinemas. E é um filmaço! Afinal, quem nunca se sentiu Guy ao desejar muito algo e encontrar todas as dificuldades, inclusive as inimagináveis para conseguir o que se deseja, não é?


Filme: Free Guy: Assumindo o Controle (Free Guy, Estados Unidos)

Ano: 2021

Direção: Shawn Levy

Produção: Ryan Reynolds, Shawn Levy, Greg Berlanti, Sarah Schechter, Adam Kolbrenner

Roteiro: Matt Lieberman, Zak Penn

Elenco: Ryan Reynolds, Jodie Comer, Joe Keery, Lil Rel Howery, Utkarsh Ambudkar, Taika Waititi


Em parceria com o Cineflix Cinemas, o Resenhando.com assiste aos filmes em Santos, no primeiro andar do Miramar Shopping. O Cineclube do Cineflix traz uma série de vantagens, entre elas ir ao cinema com acompanhante quantas vezes quiser - um sonho para qualquer cinéfilo. Além disso, o Cinema traz uma série de projetos, que você pode conferir neste link.


*Mary Ellen Farias dos Santos é criadora e editora do portal cultural Resenhando.com. É formada em Comunicação Social - Jornalismo, pós-graduada em Literatura, licenciada em Letras pela UniSantos - Universidade Católica de Santos e formada em Pedagogia pela Universidade Cruzeiro do Sul. Twitter: @maryellenfsm






.: Edição especial de "O Retrato de Dorian Gray" vem pela DarkSide Books


Londres, 1890. Entre médicos e monstros, assassinatos e mistérios, uma história sobre imortalidade, beleza e criminalidade é criada por uma das mentes mais indomáveis da história da literatura. "O Retrato de Dorian Gray", a história da pintura maldita que se degrada com a passagem das décadas, deixando o seu modelo intocado pelo tempo, finalmente adentra a galeria da DarkSide® Books em uma edição feita para agraciar admiradores e arrebatar novos leitores.

A edição da Caveira, com previsão de ser lançada em outubro, traz as ilutrações originais produzidas em 1925 para a edição norte-americana do clássico, o ensaio de Oscar Wilde “Caneta, Tinta e Veneno”, uma seleção de poemas do autor, e o dossiê “Retratos de Oscar Wilde”, com registros fotográficos do autor, as duras resenhas que o romance recebeu, o apimentado debate entre os críticos e o próprio Wilde e um texto de Gasparelli sobre os julgamentos que levaram Wilde à prisão em 1895. Organizada por Enéias Tavares - que além de autor da casa, é professor e pesquisador - a edição especial da DarkSide® Books vem repleta de conteúdos exclusivos.


O livro sem censura
Londres, 1890. Entre médicos e monstros, assassinatos e mistérios, uma história sobre imortalidade, beleza e criminalidade é criada por uma das mentes mais indomáveis da história da literatura. "O Retrato de Dorian Gray", a história da pintura maldita que se degrada com a passagem das décadas, deixando o seu modelo intocado pelo tempo, finalmente adentra a galeria da DarkSide® Books em uma edição feita para agraciar admiradores e arrebatar novos leitores.


Sobre o autor
Oscar Wilde nasceu em 1854, formou-se na Trinity College de Dublin, sua cidade natal, depois na Universidade de Oxford, onde começou a se sobressair tanto pela personalidade marcante quanto pelo talento. Em 1878, mudou-se para Londres, onde solidificou a carreira de escritor e conferencista, publicando a primeira coletânea de poemas em 1881. Em 1883, casou-se com Constance Lloyd. Publicou nos anos seguintes uma série de textos curtos, assumiu a edição da revista feminina The Woman’s World, além de passar a manter relações homoafetivas. Em 1890, a pedido do editor da revista literária Lippincott’s, publicou a primeira versão de "O Retrato de Dorian Gray", romance que lhe renderia fama, resenhas acusatórias e o relacionamento com Alfred Douglas, jovem que seria seu principal amante. 

Estreou com grande sucesso as peças "O Leque de Lady Windermere" (1892), "Uma Mulher Sem Importância" (1893), "A Importância de ser Prudente" (1894) e "Um Marido Ideal" (1895), produziu o poema longo "A Esfinge" (1894), ilustrado por Charles Ricketts e a peça composta em francês Salomé (1893), com escandalosas ilustrações de Aubrey Beardsley. Essas obras e sua persona privada renderam a Wilde a fama de homossexual - o que era crime na Inglaterra - como também a de defensor do decadentismo, movimento estético criticado pelos ingleses como dissoluto, imoral e degradante. Fofocas, preconceitos e desafetos levaram Wilde ao banco dos réus em 1895, após processar o pai de Douglas por difamação. 

Alfred, ao invés de evitar o conflito, o fomenta, resultando na condenação de Wilde a dois anos de trabalhos forçados na Prisão de Reading. Lá, Wilde escreveu uma longa carta a Douglas, posteriormente publicada sob o título "De Profundis", um tratado estético no qual avalia sua derrocada e narra sua relação com o amante. Wilde deixa a prisão em 1897 e se reconcilia com Douglas, o que levou ao divórcio de Constance e ao desprezo de amigos. Nesse período, produziu sua última obra de relevo, “A Balada da Prisão de Reading”, se mudou para Paris, onde viveu em condições deploráveis, com o auxílio de amigos e apoiadores. 

Em 1900, Wilde faleceu em decorrência da meningite e foi enterrado numa vala comum no cemitério de Bagneux. Cinquenta anos depois, seus ossos foram transferidos para o cemitério parisiense Père-Lachaise, onde o profeta e mártir do esteticismo descansa ao lado de célebres artistas, um reconhecimento que infelizmente não marcou seus últimos anos de vida.

Ficha técnica
Livro: "O Retrato de Dorian Gray" | Autor: Oscar Wilde | Editora: DarkSide® Books | Tradução: Paulo Cecconi | Páginas: 320 | Formato: 16x23 cm | 


.: Atriz Mel Lisboa estreia talk-show sobre arte e cultura no Youtube


Atriz estreia talk show sobre arte e cultura. Programas foram gravados no Teatro Viradalata, em São Paulo. A primeira temporada do Arte Talk Show entra no ar dia 31 de agosto, terça-feira, às 21 horas, pelo canal de YouTube da produtora Polo Cultural, com foco no tema Cinema. Os outros três episódios são dedicados às Artes Plásticas, Literatura e Música, sendo transmitidos, respectivamente, nos dias 7, 14 e 21 de setembro. Às terças-feiras, às 21h. Foto: Nana Curti 

Atuante em canais de diferentes formatos – faz teatro, cinema e TV, também está no streaming e em posdcast - e interessada em variadas áreas de expressão da arte e da cultura, a atriz Mel Lisboa estreia programa de entrevistas. A primeira temporada do "Arte Talk Show" entra no ar dia 31 de agosto, terça-feira, às 21h, pelo canal de YouTube da produtora Polo Cultural, com foco no tema Cinema. Os outros três episódios são dedicados às Artes Plásticas, Literatura e Música, sendo transmitidos, respectivamente, nos dias 7, 14 e 21 de setembro.

Mel Lisboa recebe os convidados no cenário de sua segunda casa, o teatro, precisamente no palco do Teatro Viradalata, onde o talk-show foi gravado. Idealização da oscip Polo Cultural, a atração integra o projeto Arena da Palavra. Em bate-papos descontraídos e bem-humorados, a atriz conversa com os convidados sobre suas carreiras, mercado, novas estéticas, políticas públicas, fomento e também das formas como se vive de arte no Brasil de hoje. O

formato apresenta entrevistas individuais nos dois primeiros blocos, de 10 minutos de duração cada, e um terceiro de 20 minutos com os dois convidados da noite conversando sobre o tema em questão. Para o idealizador e diretor geral do Arte Talk Show, Marcelo Sollero, diretor geral do Polo Cultural, “a proposta de conteúdo do programa de entrevistas na Internet é iluminar, principalmente, a arte independente”. De acordo com ele, “interessa falar de Arte e Cultura fora dos circuitos mais comerciais”.


Convidados da primeira temporada
O diretor Matias Mariani, de Cidade Pássaro, que teve sua première na Berlinale de 2020), e a roteirista, produtora e cineasta baiana Viviane Ferreira, de Um Dia com Jerusa, também advogada especializada em direitos autorais e ativista do movimento negro, são os convidados do programa de estreia sobre Cinema,  dia 31 de agosto, terça, às 21 horas.

A conversa sobre Artes Plásticas será transmitida no dia 7 de setembro e reúne Fábio Almeida Prado, marchand e curador da galeria Almeida Prado, que guarda  em seu portfólio peças exclusivas de artistas como Volpi, Oscar Niemeyer, Tomie Ohtake, Athos Bulcão, Sérgio Rodrigues, Jorge Zalszupin e Michel Arnoult; e a artista visual e muralista Hanna Lucatelli , que em suas obra retratas o feminino de forma empoderada e ativa.

A Literatura é o foco do programa do dia 14 de setembro com a slamer e escritora Mariana Felix, que tem três livros publicados sobre o empoderamento feminino e a emancipação da mulher negra, e a jornalista e editora Heloisa Belluzzo, sócia-fundadora da Êxito Editorial onde o selo Dama dos Livros é o principal segmento literário e dá voz ao público feminino.

Para falar de Música, o último episódio da primeira temporada, dia 21 de setembro,  traz Mário Manga, músico e compositor, que atuou por 25 anos em bandas marcantes como o Premê /Premeditando o Breque, grupo musical paulistano criado em 1976, e o Música Ligeira, com Rodrigo Rodrigues e Fabio Tagliaferri, e Lupa Santiago,  guitarrista e compositor especializado em jazz e música instrumental, com 24 CDs na bagagem


Sobre a atriz
Mel Lisboa considera gratificante a experiência no talk-show. A atriz, que já apresentara programa de entrevistas sobre turismo, define como enriquecedor o ato de entrevistar profissionais da cultura, área da qual faz parte. “Entrevistar pessoas de setores diferentes é uma troca, uma conversa em que estou numa posição de privilégio, em que posso fazer perguntas e ouvir as respostas prontamente e, com isso, enriquecer meu vocabulário, meu conhecimento de mundo, minhas referências e, consequentemente, de quem vai assistir o programa.”

A atriz também abraça a literatura, setor em que tem tido cada vez mais interesse. “Faço faculdade de Letras, que dialoga com minha profissão. Sou casada com um músico e a música faz parte da minha vida cotidiana, assim como as artes plásticas. Meu pai é artista visual, além de compositor. É um universo no qual me sinto inserida. Estou ávida para que venham os próximos episódios do programa e a gente possa falar de teatro, dança, performance e muitos outros assuntos da arte e cultura. Estou bastante animada.”

Antes do programa ser exibido, ela passou um mês no Rio Grande do Sul, em Gramado, onde filmou Atena, de Caco Souza, no papel da personagem-título, ao lado de Tiago Fragoso e Lui Mendes. Na televisão, já está escalada para a próxima novela das 19 horas da Globo, Cara e Coragem, na pele de Regina, a vilã da trama. Os trabalhos na telinha foram adiados duas vezes por causa da pandemia. “Espero que as condições sanitárias e de saúde pública no país melhorem em breve por todos os motivos e para que a gente possa começar este trabalho.”

Responsável pela consultoria artística do programa, a diretora Lili Fonseca ressalta a importância de debater assuntos da esfera cultural hoje em dia. “Mais do que nunca, falar de arte se faz necessário para repensar tudo o que estamos vivendo com esta pandemia, este mundo louco, esta vida internética, este tanto de transformação que estamos vivenciando. O momento é crítico e obscuro, com a informação, que já era escassa, chegando cada vez mais distorcida. A cultura traz consciência, a capacidade de analisar e compreender o mundo. Ela abre horizontes.”

O roteirista e co-diretor João Bley ressalta a importância do programa ter sido gravado em um teatro: “O espaço cênico do Viradalata virou nossa ágora para discutir e pensar sobre arte”. A direção de Bley primou pelo clima de informalidade para deixar a atriz Mel Lisboa à vontade em cima do palco. “Usamos o mínimo de marcação para preservar a continuidade”. João Bley destaca a decisão de abrir os bastidores. “Pensamos nesta estética de estar sempre revelando o bastidor da gravação.”


Sobre o Polo Cultural
Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), o Polo Cultural Educação e Arte nasceu em 1998 da iniciativa de um grupo de artistas independentes com a proposta de impulsionar, criar oportunidades e dar visibilidade a seus trabalhos. Hoje segue com foco na produção de agentes de cultura que se encontram fora do circuito comercial e desenvolve os seguintes projetos: Arte é Inovação, concurso de poesia Tâmaras e o projeto de literatura Arena da Palavra. Tem sede em São Paulo.



.: Últimas apresentações: "Descontrole Público", do Núcleo Pequeno Ato


Inspirado em games, público conduz trama em novo espetáculo dirigido por Pedro Granato. Após Prêmio APCA por Caso Cabaré Privê, Núcleo Pequeno Ato quer romper fronteiras da interatividade em espetáculo que o público conduz as personagens como avatares. Foto: Victor Otsuka

Utilizando a estética dos games, o diretor Pedro Granato amplifica as fronteiras entre o teatro, cinema e performance digital em seu novo espetáculo "Descontrole Público" levando a interatividade para lugares ainda não explorados. O espetáculo tem sua estreia no dia 20 de agosto. Com 20 atores, as cenas acontecem simultaneamente em 6 salas onde o público vai escolher qual grupo acompanhar e controlar um personagem.

Com dramaturgia de Beatriz Silveira e Felipe Aidar, no elenco estão Agnaldo Moreno, Álvaro Leonn, Andressa Lelli, Bea Carmo, Bela Tortato, Celina Vaz, Guilherme Trindade, Heloísa Pires, Julia Terron, Manfrin, Mariane Aguiar, Maysa Nanci, Natália Correa, Paloma Alecrim, Priscila Paes, Renata Xá, Taiguara Chagas, Talita Torrecillas, Victor Moretti e Well Bakari.

Resultado de mais uma pesquisa sobre teatro interativo do Pequeno Ato, o espectador conduz as personagens por comandos de voz no primeiro encontro presencial de um grupo de jovens após muito tempo de isolamento. Espalhados em um espaço que eles alugaram para passar uma noite juntos e celebrar o reencontro, um grupo de amigos busca viver intensamente tudo que perderam nos últimos tempos.

Uma característica marcante do processo de pesquisa e criação do grupo junto ao diretor é uma resposta direta às questões que os afligem gerando reflexão política e social. “Agora o que está acontecendo é que temos uma geração inteira que está passando períodos muito grandes de descoberta e afirmação afastados fisicamente, por conta da pandemia. O espetáculo trata da reunião de um grupo de jovens que não puderam se encontrar, mas fecharam ciclos importantes de suas vidas, então resolvem alugar uma casa com bastante área externa para celebrar esse momento”, explica o diretor.

Para desenvolver a montagem, os criadores trabalharam juntos virtualmente durante dez meses. O processo de pesquisa e criação aconteceu com os atores ensaiando em suas casas. Em alguns momentos fizeram experimentações na rua, ao ar livre, para romper a barreira do computador e investigar novas possibilidades estéticas. Quando ocorreu a retomada de algumas atividades, em função da baixa na pandemia, o grupo conseguiu promover pequenos encontros no Pequeno Ato para testar o formato.  

O Pequeno Ato investiga o teatro imersivo e a formação de novos públicos, desde 2014 quando estreou o espetáculo Fortes Batidas - Prêmio APCA de Melhor Espetáculo em Espaço não Convencional, Prêmio Especial por Experimentação de Linguagem no Prêmio São Paulo e Prêmio Zé Renato para circulação. Em 2021, inovou ao colocar o espectador em cena virtualmente assumindo o papel de investigador de um crime e conduzindo o desfecho da trama em Caso Cabaré Privê - vencedor do prêmio APCA na categoria jovem e Prêmio WeDo! nas categorias Performance, Direção, Júri Popular e Interatividade.

Para Pedro Granato, "Descontrole Público" é uma experimentação formal que vai além de qualquer outro trabalho já realizado por ele. “O público vai realmente conduzir a experiência, os atores serão avatares dos desejos e escolhas da plateia. Vamos tornar os espectadores autores, porque eles vão contar as histórias e conduzir para a trama avançar.”


Sobre Pedro Granato
Atualmente Coordenador de Formação na Secretaria Municipal de Cultura, em 2019 e 2020 foi também Coordenador dos Centros Culturais e Teatros Municipais. Em sua gestão em um ano, dobrou o público destes espaços e inaugurou o Centro Cultural da Diversidade, além de participar da criação e execução de Festivais como Verão Sem Censura e Palco Presente. E reinaugurou os teatros Paulo Eiró e Arthur de Azevedo.

No Pequeno Ato investiga o teatro imersivo e a formação de novos públicos. Essa pesquisa permanente resultou em espetáculos criados colaborativamente que conquistaram a crítica e o público jovem: Fortes Batidas - Prêmio APCA de Melhor Espetáculo em Espaço não Convencional, Prêmio Especial por Experimentação de Linguagem no Prêmio São Paulo e Prêmio Zé Renato para circulação e 11 Selvagens pré-indicado para “melhor texto original” no Prêmio São Paulo; entre os 10 melhores espetáculos de 2017 pela Revista Veja e PROAC Circulação para viagens ao interior do estado.

Em 2019, em absoluta sintonia com o momento político do país, o Núcleo estreou Distopia Brasil, indicado ao Prêmio Aplauso Brasil nas categorias Melhor Arquitetura Cênica e Melhor Figurino para o 1º Semestre de 2019. Foi contemplado pelo Prêmio Cleyde Yaconis realizando 20 apresentações em espaços públicos do centro de são Paulo, tendo os ingressos esgotados em menos de 5 minutos, e 8 apresentações em CEUs. Em 2021, conquistou público e critica com Caso Cabaré Privê eleito como Melhor Espetáculo Jovem no Prêmio APCA; Prêmio WeDo! nas categorias Performance, Direção, Prêmio do Júri Popular e Interatividade; também foi destaque pelo Observatório do Teatro nas categorias Luz, Figurino, Atriz Coadjuvante (Gabriela Gonzalez), e no Guia da Folha entre as 5 melhores atrações do ano para se ver pela internet.


Sobre o Núcleo Pequeno Ato
Dirigido por Pedro Granato, em sociedade à Jessica Rodrigues e Victória Martinez, da Contorno Produções, o núcleo gera espetáculos criados por jovens, falando de jovens e para o público jovem.

Os espetáculos do núcleo dão voz a estes jovens e se constroem em processos colaborativos em que os atores, direção e técnica trazem referências atuais como notícias, séries, filmes e músicas e acima de tudo, suas experiências de vida e visão de mundo. Levam para a cena aquilo que os inquieta atualmente com uma linguagem contemporânea. Tema e forma se potencializam e os espetáculos alcançam enorme comunicação com o público.


Sinopse
Um grupo de jovens faz uma festa a fantasia pra celebrar o encontro, depois de ficarem afastados durante um longo ano. O público acompanha seis historias dessa festa, conduzindo as ações do avatar escolhido, para desvendar os nós dessa trama.


Ficha técnica:
Espetáculo:
"Descontrole Público" | Concepção e direção: Pedro Granato | Dramaturgia: Beatriz Silveira e Felipe Aidar | Assistente de direção: Gustavo Bricks | Elenco: Agnaldo Moreno, Álvaro Leonn, Andressa Lelli, Bea Carmo, Bela Tortato, Celina Vaz, Guilherme Trindade, Heloísa Pires, Julia Terron, Manfrin, Mariane Aguiar, Maysa Nanci, Natália Correa, Paloma Alecrim, Priscila Paes, Renata Xá, Taiguara Chagas, Talita Torrecillas, Victor Moretti e Well Bakari | Videomaker e operador de Zoom: Gustavo Bricks | Iluminação: Taiguara Chagas | Figurino: Isabella Melo | Diretor de Arte: Renan Ramiro | Confecção de figurinos: Ateliêles | Fotos: Victor Otsuka | Assistente de fotografia: Letícia Cruz | Designer gráfico: Lucas Sancho | Assessoria de imprensa: Adriana Balsanelli | Produção: Contorno Produções | Direção de produção: Jessica Rodrigues e Victória Martinez | Assistente de produção e comunicação: Carolina Henriques | Realização: Pequeno Ato | Apoio: Casa 8.


Serviço:
Ficha técnica:
Espetáculo:
 "Descontrole Público" | De 20 de agosto a 05 de setembro – Sextas e sábados as 21h e 23h, domingos as 19h e 21h | Duração: 30 minutos | Classificação etária: 16 anos | Ingressos: a partir de R$20 | Compre o combo por R$ 100 e assista os seis personagens em um final de semana | Capacidade: 90 espectadores | Venda ingressos e acesso à transmissão: sympla.com.br/pequenoato | Especificação técnica: baixar o aplicativo Zoom, preferencialmente no PC ou notebook. Também é possível assistir por tablet, celular ou emparelhamento com Smart TV.

← Postagens mais recentes Postagens mais antigas → Página inicial
Tecnologia do Blogger.