quarta-feira, 24 de novembro de 2021

.: Crítica: filme "A Crônica Francesa" homenageia o jornalismo e ao cinema


Por: Mary Ellen Farias dos Santos 

Em novembro de 2021


Imagine um filme com texto inteligente, ágil e cheio de doses perfeitas de poesia, adicionado a imagens de encher os olhos com cores vibrantes e cenários dos mais diversos e surpreendentes. Esse é o novo longa de Wes Anderson, "A Crônica Francesa", produção que nitidamente celebra as criações cinematográficas, e está em cartaz na rede de cinemas Cineflix. 

Poético e teatral, "A Crônica Francesa" apresenta quatro histórias em uma, ao longo de 1h 48min. Pode-se dizer que a agilidade em que as histórias distintas se desenvolvem, mas se conectam, e a inclusão de um narrador ajudando a amarrar toda a história em uma só, em muito remete ao longa de 2005, "Sin City: A Cidade do Pecado", dirigido por Frank Miller e Robert Rodriguez


Ora colorido, ora em preto e branco e com tela reduzida, "A Crônica Francesa" tem como tema o meio jornalístico, na verdade, de uma publicação americana, "The French Dispatch Magazine"Com a morte do amado editor da revista, Arthur Howitzer Jr., nascido no Kansas, fica decretada a última edição, que, no longa, ganha vida por meio da interpretação de um conjunto com quatro histórias vividas numa cidade francesa fictícia, do século XX. 

Assim, a equipe da sede na cidade francesa de Ennui-sur-Blasé, reúne-se para escrever o seu obituário. E leva para a telona um diário de viagem das seções mais sórdidas da própria cidade do "O Repórter Ciclista"; “A Obra-Prima Concreta”, sobre um pintor assassino, louco e a musa inspiradora, assim como a lida com os vorazes negociantes; “Revisões a um Manifesto”, uma crónica do amor e da morte nas barricadas no auge da revolta estudantil; e “A Sala de Jantar Privada do Comissário de Polícia”, um conto de suspense sobre drogas, rapto e jantares chiques.

É incrível visualizar os ambientes sempre recortados mantendo paredes que separam personagens, mas também totalmente abertos a quem assiste pela telona. Os mais de 130 sets de visuais requintados para as histórias repletas de comicidade e performances comoventes não deixam negar que a forma Wes Anderson fazer filme é inovadora. Seja por ter a favor a fotografia com características únicas ou pelo rico texto que conta detalhes da história que, geralmente, não  são ditas. 

As crônicas em longa tem no elenco nomes como Benicio del Toro, Timothée Chalamet, Bill Murray, Léa Seydoux, Jeffrey Wright, Saoirse Ronan, Tilda Swinton, Owen Wilson, Willem Dalfoe e outros grandes nomes de Hollywood. "A Crônica Francesa" é um filmaço!

Em parceria com o Cineflix Cinemas, o Resenhando.com assiste aos filmes em Santos, no primeiro andar do Miramar Shopping. O Cineclube do Cineflix traz uma série de vantagens, entre elas ir ao cinema com acompanhante quantas vezes quiser - um sonho para qualquer cinéfilo. Além disso, o Cinema traz uma série de projetos, que você pode conferir neste link.


Filme: A Crônica Francesa (The French Dispatch)

Diretor: Wes Anderson

Companhia(s) produtora(s): Indian Paintbrush; American Empirical Pictures

Distribuição: Searchlight Pictures

Elenco: Benicio del Toro, Timothée Chalamet, Bill Murray, Léa Seydoux, Jeffrey Wright, Frances McDormand, Saoirse Ronan, Tilda Swinton, Owen Wilson, Willem Dalfoe entre outros


* Mary Ellen é editora do site cultural www.resenhando.com, jornalista, professora e roteirista, além de criadora do photonovelas.blogspot.com. Twitter:@maryellenfsm



.: "Música para Cortar os Pulsos" estreia em temporada comemorativa


A Cia. Empório de Teatro Sortido faz temporada comemorativa de dez anos do espetáculo "Música para Cortar os Pulsos", espetáculo que deu origem ao filme “Música para Morrer de Amor” (2019).  Para corações juvenis de todas as idades, a peça, com texto e direção de Rafael Gomes, autor do seriado e do livro "Tudo o que É Sólido Pode Derreter", traz no elenco Fábio Lucindo, Felipe Frazão, Mayara Constantino, Victor Mendes e Dom Capelari, além da atriz alternante (sextas-feiras de novembro) Bella Marcatti. O espetáculo está em cartaz presencialmente até dia 12 de dezembro no Teatro Vivo, em São Paulo.

Em dez cenas curtas, as histórias amorosas de três corações juvenis se desenrolam com a intensidade e ao som das músicas para cortar os pulsos. São três histórias: a de Isabela, que sofre porque foi abandonada; a de Felipe, que quer muito se apaixonar; e a de seu amigo Ricardo, que está apaixonado por ele.  A musicóloga Sarah Oliveira, a psicóloga Camila Vitule e a atriz Alice Marcone participam de bate-papo após as apresentações do espetáculo. As conversas acontecem a partir deste sábado, dia 27 de novembro, sempre após o espetáculo. 

Estreada em 2010, marcando a fundação da companhia Empório de Teatro Sortido, "Música para Cortar os Pulsos" tem um texto concebido a partir dos sentimentos que encontramos nas milhares de canções que ouvimos ao longo da vida e que nos ensinam a amar, nos traduzem, nos embalam, nos fazem chorar, que são princípio e fim das nossas emoções. Como resultado, a peça se tornou, desde sua estreia, uma obra tão escandalosamente confessional, sincera e derramada como só as músicas - e o amor - sabem ser.

A montagem original ficou três anos em cartaz, apresentando-se em mais de 30 cidades brasileiras para um público de dezenas de milhares de pessoas e alcançando enorme poder de comunicação com adolescentes e jovens adultos. Foi ainda vencedora do prêmio da Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA) de melhor peça jovem.

Desde então, o poder de permanência da história fez do texto uma referência em teatro para a juventude, gerando inúmeras remontagens amadoras em universidades e escolas de artes cênicas, figurando em livros didáticos para Ensino Médio e se fixando no imaginário de uma geração.

Dez anos depois, a peça deu origem a um longa-metragem (com o título alterado para “Música para Morrer de Amor”). Com estreia mundial no NewFest – Festival LGBTQIA+ de Nova York, e tendo sido exibido em mais de uma dezena de eventos ao redor do mundo, o filme foi lançado nacionalmente em 2020, em cinemas drive-in e plataformas digitais, durante as restrições impostas pela pandemia da covid 19.  

Agora, fazendo o percurso inverso – das telas para o palco – e celebrando (com o circunstancial atraso) uma década de sua estreia, "Música para Cortar os Pulsos" retorna ao teatro. Sendo ainda o mesmo texto, é um novo espetáculo, reencenado, com novos integrantes no elenco e com a música potencializada em cena, executada ao vivo. 

A nova versão incorpora as experiências vividas desde então por atores e dramaturgo, bem como os dez anos de trocas com o público e os ecos da experiência cinematográfica – além dos caminhos insondáveis sempre percorridos pelos sentimentos. 

Para completar, o texto da peça (anteriormente publicado e com tiragem esgotada) recebeu nova edição, pela editora Incompleta, que o contrapõe ao roteiro do filme e contém inúmeras notas acerca do processo de adaptação. A publicação, também parte da celebração de 10 anos da peça,  contém ainda um ensaio ficcional inédito de Rafael Gomes e um prefácio de Vinicius Calderoni, ambos fundadores da companhia Empório de Teatro. Você pode comprar o livro neste link.


Ficha técnica
"Música para Cortar os Pulsos"
Dramaturgia e direção: Rafael Gomes.
Elenco: Fábio Lucindo (Felipe), Felipe Frazão (Ricardo), Mayara Constantino (Isabela), Victor Mendes – diretor (Ricardo), Dom Capelari –(músico) e Bella Marcatti (atriz alternante Isabela)
Cenografia: adaptada a partir de projeto original de André Cortez.
Iluminação: Marisa Bentivegna.
Figurino: Melina Schleder.
Assistência de direção: Mayara Constantino e Victor Mendes.
Direção de produção: César Ramos e Gustavo Sanna.
Produção: Complementar Produções. 
Realização: Empório de Teatro Sortido.

Serviço
"Música para Cortar os Pulsos"
Teatro Vivo - Av. Dr. Chucri Zaidan, 2460 - Morumbi
De 5 de novembro a 12 de dezembro de 2021
Sextas e sábados, às 20h e domingos, às 18h.
Ingresso: $60 (inteira) e $30 (meia entrada). Nas sextas-feiras de novembro (dias 05, 12, 18 e 25), a entrada será gratuita.
Gênero: drama | Teatro Jovem
Classificação etária: 12 anos
Duração: 70 minutos

Bate-papo após as apresentações:

Sábado, dia 27 de novembro
Sarah Oliveira
, apresentadora e musicóloga
“Música Brasileira para Morrer de Amor”

Sábado, dia 4 de dezembro
Camila Vitule
, psicóloga
“Vulnerabilidade na Juventude e Suas Dores”

Sábado, dia 11 de dezembro
Alice Marcone
, atriz, roteirista e cantora
“Corações Juvenis nos Anos 2010”

Trailer de "Música para Morrer de Amor"



.: "A Crônica Francesa": a produção do filme de Wes Anderson


Em cartaz na rede Cineflix de cinemas, “A Crônica Francesa” é o novo filme do premiado cineasta Wes Anderson e dá vida à uma coleção de histórias da última edição de uma revista americana publicada em uma cidade francesa fictícia do século XX. Com direção e roteiro de Anderson, que também atua como produtor ao lado de Steven Rales e Jeremy Dawson, o filme tem no elenco nomes como Adrien Brody, Tilda Swinton, Bill Murray, Owen Wilson, Benicio del Toro, Léa Seydoux, Frances McDormand, Timothée Chalamet, Jeffrey Wright, entre outros.

Com o passar dos anos, os filmes de Wes Anderson têm se tornado cada vez mais complexos e vívidos na riqueza de detalhes visuais e narrativos que preenchem cada quadro. Em “A Crônica Francesa”, os visuais podem passar repentinamente de preto e branco para cores, ou do plano panorâmico para outro, as legendas podem aparecer em qualquer canto do quadro e o registro emocional pode mudar de comédia para o lirismo em um instante. “Acho que a evolução de Wes como artista tem sido muito interessante, porque a cada filme ele continua se superando”, diz o produtor Jeremy Dawson. “Este é seu décimo filme e é mais rico e complexo do que qualquer coisa que ele fez antes. Ele realmente entende como todas as peças se encaixam, e acho que é isso que ele foi capaz de aperfeiçoar ao longo dos anos. Seu trabalho amadureceu muito e ele consegue dizer muitas coisas ao mesmo tempo”, completa Dawson.

Inspirado na admiração de Anderson pela revista The New Yorker, Jeffrey Wright comenta como o modo de dirigir do cineasta transforma as cenas do filme em uma página de revista, “a maneira como ele enquadra os filmes são como dioramas vivos! De certa forma, eles parecem a página de uma revista. Mas há tanto nível de detalhamento no quadro e tanta atenção não só à linguagem e às palavras, mas também à composição, em que cada quadro é em si uma história dentro de outra história”.

A direção

Assim como todos os trabalhos anteriores de Wes Anderson, com exceção de suas animações, “A Crônica Francesa” foi rodado em filme. “Acho que ele gosta mais do processo de filmar com filme do que do digital. Originalmente, tínhamos planejado filmar a maior parte do filme em cores, mas, durante a preparação, fizemos algumas tomadas de teste e todos fomos atraídos a aparência do material preto e branco: a granulagem, o contraste e a impressão geral foram realmente surpreendentes; e Wes decidiu usá-lo muito mais do que tínhamos planejado. Portanto, em muitos casos, usamos cores para dar ênfase, por exemplo, quando Rosenthaler revela suas pinturas pela primeira vez, mudamos para filme colorido e lentes anamórficas para dar um impacto mais forte à tomada, diz o diretor de fotografia Robert Yoman.

“Em um determinado momento, sinceramente decidi que faria o que quisesse”, conta Anderson, “e que, se quisesse fazer uma sequência em preto e branco em plano panorâmico e com a câmera na mão, é isso que faríamos. Podemos fazer essa parte como um desenho animado? Sim, podemos, então pronto”, comenta o cineasta.

Cenários

Para gravar “A Crônica Francesa” foram usados cerca de 137 sets diferentes,foi a maior criação de set e preparação de cenários que já fiz. Todos tinham seu próprio estilo e a única maneira de fazer isso de forma econômica era manter as coisas bem próximas umas das outras, reutilizando itens sempre que possível e fazer isso de maneira inteligente... e ter uma equipe de design de produção extraordinariamente talentosa, todos esses artesãos e criadores de placas e artistas de cenário de ópera fizeram um trabalho incrível, conta Dawson.



.: “Beleza: Um Suspiro de Esperança”, a radionovela inspirada em Dostoievski


“Beleza: Um Suspiro de Esperança” tem direção de Américo Córdula, roteiro de Ivan Andrade e elenco formado por Lara Córdula,  Eduardo Silva, Tadeu di Pietro,  William Mezzacapa e Pamela Machado

Ambientada num tempo em que a peste acabara de dar os sinais de arrefecimento, “Beleza: Um Suspiro de Esperança”, radionovela disponibilizada nas plataformas de podcast, com  8 episódios, cada um com 30 minutos, foi criada a partir do romance "O Idiota", de Fiodor Dostoievski (1821-1881). A estreia será dia 29 de novembro, segunda-feira, às 20h com bate-papo pelo Zoom com a equipe de criação e a historiadora convidada Lia Calabre, autora do livro “O Rádio na Sintonia do Tempo: Radionovelas e Cotidiano (1940-1946)"

Neste dia serão disponibilizados ao público os três primeiros episódios pelo site e spotify do ICC - Instituto Casa Comum e os outros cinco na sequência, quarta, sexta, segunda, quarta e sexta respectivamente e seguindo o modelo de quando foram ao ar em 1941. O idealizador e diretor Américo Córdula convidou Ivan Andrade, diretor de teatro e  pesquisador da literatura russa para assinar o roteiro.

A ideia era transpor sinteticamente a densa obra para uma série de oito capítulos e adaptá-la para os dias de hoje, tendo como o mote a pós-pandemia vindoura e criando um paralelo da jornada de Michkin, aqui chamado de Miguel e a relação de amizade criada com Rogójin/Ragô e a conformação do triângulo amoroso com Nastácia Filíppovna/Natalia Filipa, mantendo o contexto muito semelhante ao que estamos vivendo, sem alterar a gramática dostovieskiana ou a chave do romance.

Michkin (o “idiota” do título) personagem central da novela é considerado um dos mais importantes da literatura mundial, um príncipe, espécie de “bobo da corte” em virtude das suas qualidades morais, um humanista em contraste com a sociedade em que está inserido e uma das pontas do triângulo amoroso entre Rogójin e a perturbadora Nastácia Filíppovna.

Diferentemente da ambientação do romance do Séc.XIX e num possível Brasil pós-pandêmico, a radionovela se passa num tempo imaginário, onde Miguel, que é um grafiteiro interpretado pelo ator Eduardo Silva, retorna de sua recuperação após uma internação para cuidar da saúde em consequência da contaminação da última cepa da Peste.

Miguel e Ragô (feito por William Mezzacapa) se conhecem no trem, como no romance original, no retorno do exílio, em busca de sua herança e para realizar o seu maior desejo de se casar com Natalia, interpretada por Pamela Machado, jovem que teve uma ascensão social e que o encantou. É neste encontro, uma festa de São João, pretensamente popular, da Associação de Caridade Órfãos da Peste, que se estabelece o arco dramático principal em torno de um triângulo amoroso que transcorre em toda a novela.

As histórias paralelas onde os demais personagens estabelecem o ambiente que o trio viverá suas relações permeadas de temáticas contemporâneas como: poder, diferenças de classe, valores sociais corrompidos, desprezo pelo dinheiro, relações abusivas contra a mulher, racismo, exclusão, desamparo, dissolução do sentido da vida.

“O desafio maior do roteiro foi traduzir de forma mais sensorial e com ritmo próprio a gênese do romance respeitando o que a linguagem suportava”, diz Andrade. Como diz Paulo Bezerra, professor, ensaísta e um dos tradutores do autor, a obra de Dostoievski transmite menos um sistema corrente de crenças e mais um desejo urgente de crer. Essa é a razão pela qual os argumentos filosóficos e os elementos alegóricos característicos de seus romances permanecem originais e envolventes. “No nosso mundo cão de hoje, a exclusão social virou norma, e isso é uma das várias explicações para a atualidade de Dostoiévski”, diz Bezerra.

O podcast é uma oportunidade de reviver as radionovelas que eram a principal mídia de entretenimento desde da criação da primeira emissora de rádio em 7 de setembro de 1922, ano do centenário da independência do Brasil. As primeiras experiências com dramatizações radiofônicas antecedem a data oficial da estreia de “Em Busca da Felicidade”, a primeira radionovela que ficou em cartaz de 1941 a 1943 -- a duração variava dois meses a dois anos, e iam ao ar às segundas, quartas e sextas-feiras ou às terças, quintas e aos sábados. No período entre 1941 e 1959 foram transmitidas 807 radionovelas de 118 autores pela Rádio Nacional. Estavam entre esses autores, grandes nomes como Oduvaldo Viana, Janete Clair e Dias Gomes.

Além do enredo, Córdula optou por fazer como nas radionovelas originais que traziam nos intervalos propagandas dos patrocinadores. "Aproveitamos esse gancho para homenagear o que talvez tenha sido o primeiro marketing de massa, depois do cinema, para criar peças fictícias de produtos que dialogam com a narrativa, fazendo críticas bem humoradas e promovendo uma reflexão das necessidades de consumo geradas pelo capitalismo para atender a falsos desejos”, destaca Córdula.

"Beleza: Um Suspiro de Esperança” integra o projeto “A beleza Salvará o Mundo”, realizado pelo Instituto Casa Comum em parceria com o Programa Pontifício Scholas Occurrentes criado por Jorge Mário Bergoglio, o Papa Francisco, para disseminar a cultura do encontro no mundo, com formação à distância e como universidade livre, laica e sem paredes. Célio Turino e o Papa Francisco se conheceram a partir da experiência com os pontos de Cultura. Turino foi Secretário da Cidadania Cultural no Ministério da Cultura durante a gestão de Gilberto Gil. Concebeu e fez a implantação dos pontos de cultura difundindo o conceito de Cultura Viva em 3.500 comunidades de 1.100 municípios, que serviram de exemplo para 17 países. Na Argentina, atualmente, somam mais de 1000 pontos de cultura.

Desenvolvido neste ano em função da pandemia “A Beleza Salvará o Mundo” produziu uma série de cursos, podcasts, que somam mais de 50 programas com mais de 40 horas de programação original ("Bola na Rede", "Metamorfoses", "Poéticos Encontros", "Musicada História", "Economia para Quem?" e "Obirin, o Brasil que Queremos" - pensamentos afro filosóficos feito por mulheres) e a partir deles a ideia da criação de uma radionovela que tratasse de questões filosóficas mais profundas e que estivesse em consonância com o momento atual.

“Os podcasts produzidos pelo ICC são disponibilizados para rádios comunitárias ou locais para retransmitirem os conteúdos gratuitamente em suas grades. A radionovela também será colocada à disposição das rádios. Queremos dar continuidade a este projeto de resgate deste formato em 2022 a partir de uma obra relevante da literatura mundial”, comenta Silvana Bragatto, presidente do Instituto. “Nestes tempos de crises civilizatórias surge a necessidade de trabalhar conceitos mais profundos de forma ampla e a radionovela é um formato popular que permite isso”, conclui Turino.


Ficha técnica
“Beleza: Um Suspiro de Esperança”

Direção e produção: Américo Córdula
Adaptação e roteiro: Ivan Andrade
Desenho de som, sonoplastia, direção musical: Edézio Aragão
Assistente de edição: Júlia Peres e Raul Teixeira
Miguel: Eduardo Silva
Ragô: Wiliiam Mezzacapa
Natalia, Gabi e menina: Pamella Machado
Narrador, sargento e apresentador: Tadeu di Pietro
Lisa, Cora, apresentadora: Lara Córdulla
Propagandas: Américo Córdula
Vozes adicionais: Tadeu, Lara, Eduardo, William, Pamela, Américo
Desenho de som, sonoplastia, direção musical: Edézio Aragão
Assistente de edição: Júlia Peres e Raul Teixeira
Assessoria de Imprensa: Adriana Monteiro - Ofício das Letras
Produção: Córdula Responsabilidade Cultural
Realização: Instituto Casa Comum
Apoio Cultural: Neca Setubal
Agradecimentos: Silvana Bragatto, Célio Turino, Neca Setubal, Raul Teixeira

Música “Nervos de Aço”
Composição -
Lupicínio Rodrigues
Arranjo e violão - Edézio Aragão
Voz - Pamella Machado

Música tema “Esperançar”
Composição, produção e arranjo:
Marco Vilane
Voz: Pamella Machado
Bateria e percussão: Kabé Pinheiro
Baixo: Éric Budney
Guitarras e violões: Webster Santos
Flautas e teclado: Tercio Guimarães
Mix e master: Edu Garcia
Coro: Pamella Machado e Marco Vilane
Gravação: Estúdio Raul Teixeira




terça-feira, 23 de novembro de 2021

.: "Ghostbusters: Mais Além" respeita as origens em nova história

Por: Mary Ellen Farias dos Santos 

Em novembro de 2021


Uma nova aventura de fantasmas com duração suficiente para homenagens às origens. "Ghostbusters: Mais Além" leva o público a um lugar muito afastado, mais especificamente, para uma casa de aparência abandonada no meio de uma gigante fazenda até que um ser mata um dos quatro clássicos caça-fantasmas. Assim, a filha de Dr. Egon (Harold Ramis), Callie (Carrie Coon) e os filhos Trevor (Finn Wolfhard, o Mike de "Stranger Things") e Phoebe (Mckenna Grace) precisam viver em Summerville, Oklahoma, pois foram despejados da casa em que moravam longe dali.

Enquanto Trevor tenta fazer amizade, paquerar e arrumar um bico para ajudar a mãe com as finanças, a jovem e inteligente -tal qual o avô-, Phoebe desbrava os esconderijos do lugar e, claro, encontra relíquias importantes para resolver um problema seríssimo da cidade que sofre com uma série de terremotos.


Eis que Mr. Gooberson (Paul Rudd, o "Homem-Formiga") entra na históira. Ele é o professor da turma da escola de verão. Tal qual um profissional esforçado em se livrar dos alunos, encontra uma TV de tubo, um aparelho de VHS, além de filmes gore, também em VHS para exibir aos presentes. Contudo, o professor ama ciência, o que atrai Phoebe e, consequentemente, ajuda a aproximá-lo de Callie. Não! O personagem de Rudd não é somente para fazer par com a filha de Egon, pois além de libertar um fantasma, ele também será possuído. Buuuu!

"Ghostbusters: Mais Além" não é uma produção para somente dar um novo ar a um clássico sucesso dos anos 80. O longa de 2h4m, acontece de modo animado e evolui tanto a ponto de não fazer notar o tempo passar, pois mantém a essência e energia dos primeiros caça-fantasma, tanto é que perto do fim, os originais marcam presença, até mesmo Egon. Aliás, que cena linda e de arrepiar! Sim! O quarteto volta a atuar juntinho para dar fim ao mal.

E como se não bastasse ver "em cena" o ator falecido em 2014, há ainda duas cenas pós-créditos. Uma para revelar a identidade de uma visitante à fazenda de Egon e outra que faz arrepiar. Seja por começar resgatando uma conversa antiga de Egon, com poder de iniciar uma nova trama para a sequência de "Ghostbusters: Mais Além", assim como sabemos do alcance financeiro de Winston que leva ao caminho de recuperação do ECTO 1, o Ectomóvel. 

"Ghostbusters: Mais Além", do diretor, Jason Reitman, filho do criador da franquia, Ivan Reitman, resgata até os endiabrados marshmallows. Sem contar que é tão gratificante rever Dana Barrett (Sigourney Weaver). O longa chega às telonas estreando como um clássico de família, que emociona e deixa o gostinho de quero mais. Filme imperdível!

Em parceria com o Cineflix Cinemas, o Resenhando.com assiste aos filmes em Santos, no primeiro andar do Miramar Shopping. O Cineclube do Cineflix traz uma série de vantagens, entre elas ir ao cinema com acompanhante quantas vezes quiser - um sonho para qualquer cinéfilo. Além disso, o Cinema traz uma série de projetos, que você pode conferir neste link.

Filme: Ghostbusters: Mais Além

Direção: Jason Reitman

Produção: Ivan Reitman

Roteiro: Gil Kenan, Jason Reitman

Baseado em Ghostbusters de Dan Aykroyd & Harold Ramis

Elenco: Mckenna Grace, Finn Wolfhard, Carrie Coon, Paul Rudd, Bill Murray, Dan Aykroyd, Harold Ramis, Ernie Hudson, Sigourney Weaver

Gênero: comédia, fantasia

Cinematografia: Eric Steelberg

Edição: Dana E. Glauberman, Nathan Orloff

Distribuição: Columbia Pictures

Lançamento: Brasil 18 de novembro de 2021 (Brasil)

* Mary Ellen é editora do site cultural www.resenhando.com, jornalista, professora e roteirista, além de criadora do photonovelas.blogspot.com. Twitter:@maryellenfsm


.: Grátis: Sergio Guizé e Bianca Bin em "O Homem que Matou Liberty Valance"


A peça online "O Homem que Matou Liberty Valance", com direção de Mário Bortolotto e estrelado por Sergio Guizé e Bianca Bin, que faz seu primeiro trabalho no teatro. O espetáculo online é um western do inglês Jethro Compton, inspirado no conto clássico de  Dorothy M. Johnson, que também deu origem ao filme “O Homem que Matou o Facínora” (1962), dirigido por John Ford. O elenco fica completo com Carcarah, Heloisa Lucas, Eldo Mendes, Walter Figueiredo e o próprio Bortolotto. Foto: Cri Jatobá


A relação peculiar e turbulenta entre a sociedade e a política é pautada pela peça western “O Homem que Matou Liberty Valence”, do escritor e diretor de teatro britânico Jethro Compton, que ganha uma versão online dirigida por Mário Bortolotto. O espetáculo é transmitido gratuitamente, por meio da plataforma Teatro Sérgio Cardoso Digital, entre os dias 2 e 19 de dezembro, de quinta a domingo, às 21h. O elenco é formado por Bianca Bin, Sergio Guizé, Carcarah, Heloisa Lucas, Eldo Mendes, Walter Figueiredo e o próprio Bortolotto.

A obra de Compton é baseada em um conto escrito na década de 1950 pela premiada autora norte-americana Dorothy M. Johnson (1905-1984). O texto também foi adaptado para o cinema em 1962, com o título “O Homem que Matou o Facínora”, dirigido por John Ford e com roteiro de Warner Bellah e Willis Goldbeck. 

“Sou fã de faroestes desde criança e não poderia perder a oportunidade de montar um espetáculo de teatro que é um western. É uma maneira de homenagear meus heróis de infância. Mas acredito que esse gênero já se renovou muito e, por isso, mantive alguns elementos que remetem diretamente à linguagem clássica, mas a partir de uma leitura um pouco mais moderna, com uma nova abordagem”, comenta Bortolotto.

A trágica história de amor se passa em 1890 na cidade de Twotrees, no Velho Oeste americano, mais especificamente no Saloon de Hallie, que recebe a visita inesperada do velho pistoleiro Bert Barricune. Ele carrega no lombo de seu cavalo a carcaça maltratada de Ransome Foster, que foi brutalmente espancado no deserto.

Esse jovem educado em Nova Iorque partiu rumo ao oeste selvagem em busca de uma vida nova, mas foi recebido pela dura realidade das planícies empoeiradas. Depois de ser salvo por Hallie Jackson ele encontra novos propósitos. Mas será que isso será suficiente para fazê-lo enfrentar a gangue do fora da lei Liberty Valance?

Hallie Jackson é interpretada por Bianca Bin, que depois de vários papeis marcantes na TV tem sua estreia no teatro. “Tem sido uma experiência maravilhosa. Estou entre amigos e meu grande parceiro da vida, sob o olhar atento e carinhoso do Mário Bortolotto, quem tanto admiro. É uma honra e alegria começar no meio dessa gente elegante e sincera”, conta a atriz.

“A Hallie, assim como minha última personagem, a Clara [da novela ‘O Outro Lado do Paraíso’], é uma mulher forte, uma sobrevivente de um meio inóspito, um lugar majoritariamente masculino e pouco afetuoso, uma órfã que teve que desenvolver uma casca grossa para não precisar se submeter à pressão alheia e do meio em que cresceu, mas também uma mulher virtuosa, com olhar sempre atento ao outro. Estou encantada com essa moça”, acrescenta.

Já o galã Ransome Foster é vivido por Sergio Guizé (atualmente na novela “Verdades Secretas 2”), que acredita que a peça é potente por discutir temas muito pulsantes da nossa realidade sócio-política atual, como as questões do racismo estrutural, da discriminação social, do protagonismo feminino, da ausência do Estado e da educação como um princípio básico.

“Não me lembro de já ter feito um cara que se tornou governador por uma grande mentira. Bem acontece... Pensamos muito sobre o que estamos passando em nosso país durante os ensaios. Por ser um personagem que logo de cara se apresenta com um vocabulário rebuscado, priorizei o estudo do texto, decorar palavra por palavra, respeitando as pausas e com essa cadência interna do Velho Oeste, sempre sob o olhar atento do Mário”, revela Guizé sobre a construção de seu personagem.

Ainda inédito no Brasil, o espetáculo dialoga com a pesquisa que o Cemitério de Automóveis desenvolve desde 2012, quando passou a investigar textos estrangeiros com intuito de abrir a possibilidade de intercâmbio entre manifestações teatrais que se enquadram na linguagem realista adotada pelo grupo ao longo de seus quase 40 anos de trajetória.

Essa investigação já resultou nos espetáculos “Mulheres” (2012), a partir do romance homônimo de Charles Bukowski; “Killer Joe” (2014), de Tracy Letts; “O Canal” (2015), de Gary Richards; “Criança Enterrada” (2016) e “O Oeste Verdadeiro”, ambos de Sam Shepard; e “Birdland” (2018), de Simon Stephens.


Sobre Jethro Compton
Jethro Compton é um escritor, diretor e produtor teatral da Cornualha, na Inglaterra. Ele começou a carreira no teatro em 2008 como produtor e codiretor artístico da Belt Up Theatre, companhia em residência no York Theatre Royal. Com o grupo, trabalhou entre 2008 e 2012 em produções como “The Tartuffe”, “The Trial”, “Outland”, “Macbeth” e “The Boy James”.

Em 2010, fundou a Jethro Compton Pruduction para desenvolver o próprio trabalho como escritor, diretor e produtor. Até o momento, dirigiu todas as produções da companhia, como “The Bunker Trilogy” e “The Capone Trilogy” e os próprios textos “The Man Who Shot Liberty Valence”, “The Frontier Trilogy”, “Sirenia” e “Wolf’s Blood”.

Em 2017, Jethro dirigiu sua primeira produção em língua estrangeira, traduzida da própria adaptação de “Fuzzy Mud”, de Lois Sachar, em Viena. Ele já dirigiu mais três produções em alemão, em Viena: uma adaptação de “A Pequena Princesa”, de Frances Hodgson Burnett; a adaptação de “Oliver Twist”, de Charles Dickens; e seu texto original “Blutrache”.


Sobre Mário Bortolotto
Ator, diretor, autor, sonoplasta, iluminador e vocalista e compositor de rock, Mário Bortolotto escreve para o teatro desde 1981. Nascido em Londrina, no Paraná, tem 13 livros publicados: os romances “Bagana na Chuva” e “Mamãe Não Voltou do Supermercado”; as coletâneas de poesias “Para os Inocentes que Ficaram em Casa”, “Um Bom Lugar para Morrer” e “O Pior Lugar que Eu Conheço É Minha Cabeça” ; o compilado de matérias escritas para jornais “Gutemberg Blues”; a reunião de textos de seu blog “Atire no Dramaturgo”; os livros de crônicas “Os Anos do Furacão” e “Esse Tal de Amor e Outros Sentimentos Cruéis”, a série de contos “DJ - Canções para Tocar no Inferno”, além de cinco volumes com seus textos de teatro.Entre os reconhecimentos no teatro que recebeu, estão o Prêmio Shell de melhor autor em 2000, pelo texto “Nossa Vida Não Vale Um Chevrolet”, e o Prêmio APCA em 2000 pelo conjunto de sua obra. 

É diretor do grupo de teatro Cemitério de Automóveis e vocalista e compositor das bandas de rock e blues “Saco de Ratos” e “Tempo Instável”. Escreveu as peças “Música para Ninar Dinossauros”, "À Meia-noite um Solo de Sax na Minha Cabeça”, “Nossa vida não vale um Chevrolet”, “Hotel Lancaster”, “Brutal”, “Leila Baby”, entre outras.


Sinopse
Twotrees, 1890. Velho Oeste. O Saloon de Hallie recebe a visita inesperada do velho pistoleiro Bert Barricune. Ele carrega no lombo do seu cavalo a carcaça maltratada de Ransome Foster, que foi brutalmente espancado no deserto. Foster é um jovem educado de Nova Iorque. Ele parte rumo ao oeste selvagem em busca de uma nova vida, mas é recebido pela dura realidade das planícies empoeiradas. Ao ser salvo por Hallie Jackson, Twotrees se torna seu lar, onde os fora-da-lei imperam e as armas decidem o destino de muitos. Foster encontra propósitos na figura de Hallie, mas será suficiente para enfrentar a gangue de Valance?


Ficha técnica
Dramaturgia:
Jethro Compton
Direção artística: Mário Bortolotto
Elenco: Bianca Bin, Sergio Guizé, Carcarah, Mário Bortolotto, Heloisa Lucas, Eldo Mendes e Walter Figueiredo
Concepção de iluminação: Caetano Vilela
Concepção cenográfica: Mariko Ogawa e Seiji Ogawa
Sonoplastia original: Noa Stroeter
Figurino: Vanessa Deborah Hudepohl 
Produção executiva e coordenação de pesquisa: Carcarah
Gestão do projeto e produção: Isabela Bortolotto
Direção de produção: Paula Klaus
Operador técnico: Ademir Muniz
Cenotécnico: Caique Duran
Direção, captação e edição audiovisual: Cauê Angeli
Tradução: Ana Hartmann
Fotos para divulgação: Cri Jatobá
Programação visual: Vanessa Deborah Hudepohl
Assessoria de imprensa: Agência Fática - Bruno Motta Mello e Verônica Domingues
O espetáculo “O Homem que Matou Liberty Valance” foi contemplado com o edital ProAc LAB 47/2020.


Serviço
"O Homem que Matou Liberty Valance" 
Teatro Sérgio Cardoso Digital
Temporada:
2 a 19 de dezembro
De quinta a domingo*, às 21h
Ingressos: grátis, devem ser retirados antecipadamente pelo link https://site.bileto.sympla.com.br/teatrosergiocardoso/
Duração:
90 minutos
Gênero: drama
Classificação etária: 16 anos
Acessibilidade: legendagem descritiva
*Há um bate-papo on-line com o elenco todos os domingos após a sessão



.: "A Crônica Francesa": seis curiosidades sobre o filme de Wes Anderson

"A Crônica Francesa", o mais recente filme do diretor americano Wes Anderson, chega ao Cineflix Cinemas com todas as características que os fãs esperam de uma história criada pelo icônico cineasta: elenco renomado formado de colaboradores frequentes, personagens peculiares, uma estética visual única, roteiro espirituoso e altas doses de humor sarcástico, entre outros.

O novo filme acompanha as aventuras de um grupo de jornalistas de "A Crônica Francesa", uma prestigiosa publicação americana sediada em uma pequena cidade da França. Estruturada em torno das crônicas incluídas em uma determina edição da revista, a história imerge o público nas circunstâncias em que aconteceram cada um dos artigos escritos, conhecendo, assim, tanto os jornalistas que os escreveram quanto as personas que os protagonizam. Estas seis curiosidades sobre a produção de "A Crônica Francesa" são perfeitas para entrar no “modo Wes” antes da tão esperada chegada da história nos cinemas.

Inspiração tripla
Como o próprio Anderson indica, seu novo filme tem três fontes de inspiração: a prestigiosa publicação americana The New Yorker, o cinema francês e a estética da França, país que adotou o cineasta nos últimos anos. “Lembro-me de uma entrevista que li uma vez com Tom Stoppard em que alguém o perguntou de onde tinha vindo uma de suas obras e ele disse que sempre foram duas ideias de origem diferente que ele reuniu e transformou em seu próximo trabalho. Isso é exatamente o que acontece comigo todas as vezes. E este filme é, na verdade, três coisas: uma coleção de contos, algo que sempre quis fazer; um filme inspirado na The New Yorker e o tipo de repórter que sempre foi conhecido por publicar; e, tendo passado muito tempo na França ao longo dos anos, sempre quis fazer um filme francês, e um filme que fosse relacionado ao cinema francês”, conta o diretor.

O ator Owen Wilson, companheiro de quarto de Anderson na universidade e colaborador recorrente de seus filmes, conta que em seus anos na universidade, o diretor lia o The New Yorker constantemente. “Ele lia o The New Yorker o tempo todo, o que era bastante incomum. Acredito que ele não era um assinante, porque isso estaria fora do seu alcance financeiro, mas ficava completamente absorvido por aquela revista. Que presente mais atencioso a todos aqueles escritores”, diz Wilson.

Por sua vez, Andrew Weisblum, editor de longa data de Anderson, comenta: “O filme nasceu de seu amor pelo cinema, pela literatura e a cultura francesa e suas experiências na França durante os últimos dez anos ou mais, e acredito que é isso que ele queria evocar e compartilhar neste filme”.


Uma coleção de crônicas
O filme é estruturado em quatro seções, dedicadas às quatro crônicas incluídas na revista. Trata-se de uma coleção de histórias repletas de visuais requintados, hilárias reviravoltas no enredo e performances comoventes. A primeira é uma crônica colorida do jornalista Herbsaint Sazerac (Owen Wilson) sobre Ennui-sur-Blasé, a encantadora cidade onde se passa o filme.

A segunda gira em torno da obra de arte do pintor criminoso Moses Rosenthaler (Benicio del Toro e, quando jovem, Tony Revolori), que é implacavelmente promovido e vendido a preços cada vez mais astronômicos pelo negociante de arte Julian Cadazio (Adrien Brody) e seus dois tios (Bob Balaban e Henry Winkler).

A terceira crônica, da ensaísta Lucinda Krementz (Frances McDormand), é um relato pessoal das reinvindicações e paixões, políticas e sexuais, que leva a romântica e desencantada juventude de Ennui à guerra com seus professores adultos, e a iniciar uma tumultuada greve geral que leva ao fechamento de todo o país. A coleção é completada pelo retrato do lendário chef Nescaffer (Stephen Park), o cozinheiro do policial da cidade, que repentinamente se torna em um relato de suspense contra o relógio.


Bem-vindos a Ennui-sur-Blasé
Após considerar a possibilidade de criar a cidade de Ennui-sur-Blasé na sala de edição a partir de várias locações, Anderson e sua equipe decidiram se estabelecer na cidade de Angoulême, na região sudoeste da Nova-Aquitânia.

“Angoulême tinha a antiguidade a arquitetura adequadas, mas, mais especificamente, tinha todas as curvas, esquinas, escadas e pequenos viadutos; todo esse empilhamento vertical único de marcos históricos. Isso produzia belos quadros e também sugeria certas áreas de Paris, Lyon e outras cidades francesas”
, diz o designer de produção Adam Stockhausen. Em Angoulême, Anderson e sua equipe encontraram uma antiga fábrica de feltro que transformaram em um estúdio de cinema em miniatura, montando uma oficina de construção, uma oficina de criação de maquetes e dois cenários.


Com o selo do Kansas
De uma forma ou de outra, os caminhos de "A Crônica Francesa" também levam ao Kansas, estado do centro-oeste dos Estados Unidos que atravessa o filme. Por um lado, o nome em inglês da publicação centro da trama é The French Despatch of the Liberty Kansas Evening Sun, uma clara referência às origens dos criadores da lendária The New Yorker. Harold Ross, o cofundador da revista e William Shawn, seu sucessor, foram inspiração para o personagem de Bill Murray no filme e são ambos nativos do centro-oeste.

“Para mim, o Kansas é o lugar mais norte-americano dos Estados Unidos”
, diz Anderson. Outra referência? “Uma Obra-Prima Concreta”, a primeira história prolongada apresentada no filme, é enquadrada por uma conferência da autora da história, J.K.L. Berenson (Tilda Swinton) em um centro cultural do Kansas.

130 sets
Alinhado com os demais filmes de Wes Anderson, "A Crônica Francesa" segue as características de enquadramento do diretor, no estilo de dioramas vivos. “Quando li o roteiro, já nas primeiras trinta páginas ficou claro para mim que cada frase exigia um novo set. Isso veio diretamente da animação, onde cada cena é realmente seu próprio cenário e há uma atenção microscópica constante para cada detalhe visual”, explica Weisblum.

O produtor Jeremy Dawson acrescenta: “Acho que neste filme havia cerca de 130 sets diferentes, a maior criação de set e preparação de cenários que já fiz. Cada um tinha seu próprio estilo e a única maneira de fazer isso de forma econômica era mantar as coisas bem próximas umas das outras, reutilizando coisas sempre que possível e fazer isso de maneira inteligente... e ter uma equipe de design de produção extraordinariamente talentosa liderada por Adam Stockhausen e sua incrível equipe francesa, todos esses artesãos e criadores de placas e artistas de cenário de ópera. Todos eles fizeram um trabalho incrível”.


Veteranos e estreantes
De acordo com o estilo de Wes Anderson, "A Crônica Francesa" conta com um elenco excepcional. Aos renomados atores e atrizes que colaboram assiduamente com o cineasta, como Bill Murray, Adrien Brody, Owen Wilson, Jason Schwartzman e Tilda Swinton, acrescenta-se outros nomes famosos que fazem sua estreia no “universo Anderson”. E quem são alguns deles? 

Benicio del Toro, com quem Anderson desejava trabalhar há muito tempo, a atriz francesa Léa Seydoux e o ator Timothée Chalamet, que descreve a experiência de fazer parte de um dos filmes do diretor: “É uma máquina muito bem azeitada. Nada é desperdiçado, cada parafuso e cada fio funcionam, e todos trabalham juntos, desde (o operador de Steadycam) Sanjay e o (diretor de fotografia) Bob Yeoman até (a figurinista) Milena e Adam Stockhausen e suas equipes. E, claro, Wes, que é sempre inspirador – e um pouco intimidante, seu papel de capitão, porque tem uma atmosfera circense de comunidade boêmia, mas absolutamente tudo funciona como um relógio – todos estão unidos por trás da visão de Wes. E todos contribuem para que isso ganhe vida”.


Em parceria com o Cineflix Cinemas, o Resenhando.com assiste aos filmes em 
Santos, no primeiro andar do Miramar Shopping. O Cineclube do Cineflix traz uma série de vantagens, entre elas ir ao cinema com acompanhante quantas vezes quiser - um sonho para qualquer cinéfilo. Além disso, o Cinema traz uma série de projetos, que você pode conferir neste link.



.: Dulce María é a fera por trás da leoa do reality "The Masked Singer México"


A mexicana rebelde alcançou trends de cinco países e global, em todas as apresentações.

É ela! Desde a primeira apresentação da personagem “Leona”, leoa em português, no programa "The Masked Singer México", que o público aposta no nome da cantora Dulce María como a artista por trás da máscara e, no último domingo ela finalmente foi revelada. 

Com apresentações impecáveis dos grandes hits “Si Te Vas” da Shakira, “No Querías Lastimarme” da Gloria Trevi, e os sucessos “Tiempos Mejores” da mexicana Yuri e “No Soy Una Señora” da mexicana Maria José, Dulce María se destacou no programa sendo um dos nomes mais comentados nas redes sociais em todos os episódios em que apareceu, na primeira apresentação se manteve nos Trends Topics do Twitter por 36 horas seguidas, alcançou os Trends de mais de cinco países, além de ser Trend Global.

“Sim sou eu! A todos que sabiam e aos que não sabiam, sim sou eu. Agradeço muito por todo o apoio e mensagens! Vocês podem não acreditar mas essa máscara de leoa pesa muito. Muito obrigada!”, confessou Dulce María. Dona de uma voz inconfundível e de anos de experiência no palco, ela se jogou no reality musical do momento e proporcionou aos fãs e espectadores um verdadeiro show de carisma, humildade, simpatia e talento.

.: "Medea" estreia versão moderna e revolucionária no Sesc Pompeia


Estreia de "Medea", com direção de Zé Henrique de Paula e montagem da Cia do Sopro. Será neste final de semana: sexta e sábado, às 21h, e domingo, às 18h, no Teatro do Sesc Pompeia. Texto de Mike Bartlett, uma versão inglesa e contemporânea para o clássico de "Eurípedes". A peça faz reflexões acerca da condição da mulher nos dias de hoje. Foto: Murilo Alvesso

Formada por Fani Feldman, Rui Ricardo Diaz, Plínio Meirelles, Osvaldo Gazotti e Antonio Januzelli a Cia. do Sopro, que tem em sua trajetória os espetáculos "A Hora e Vez" e "Como Todos os Atos Humanos", convida Zé Henrique de Paula e um time de artistas, para levar à cena "Medea" do dramaturgo inglês Mike Bartlett (mesmo autor de “Love, Love, Love”, “Contractions” e “Bull”). O referido autor é um dos mais ousados dramaturgos da geração emergente da Europa, e a versão desse clássico grego, suscita reflexões acerca da condição da mulher nos dias de hoje. 

Com tradução de Diego Teza, a peça tem no elenco Fani Feldman (Medea), Daniel Infantini (Jasão), Juliana Sanches (Pam), Maristela Chelala (Sarah), Plínio Meirelles (Andrew) e Bruno Feldman (Nick Carter). "Medea" estreia presencialmente no Teatro do Sesc Pompeia na próxima sexta-feira, dia 26 de novembro, às 21h, para somente três apresentações presenciais e segue para temporada online de 29 de novembro a 7 de dezembro. 

Ao adaptar este clássico grego, Mike Bartlett transporta o território e a realidade originais da Grécia antiga a um terreno suburbano localizado em um conjunto habitacional, análogo aos bairros que bordejam as áreas centrais de cidades grandes ao redor do mundo. E o faz não por mera similaridade, nem tampouco para assegurar a fruição do espectador com artifícios referenciais deste tempo, mas para tratar de matérias próprias da contemporaneidade, sem que, por conta disso, perca de vista o alicerce mitológico que respalda sua obra. 

Bartlett reloca o mito ao presente e se desvia do tecido dramático original, revelando, desse modo, particularidades imprevistas, rumores inéditos e problemáticas exclusivas do modus operandi deste nosso tempo. Revisita a fábula, os arquétipos e suas potências e os recondiciona num jogo disposto em um tabuleiro não mais coletivizado, como é próprio da Grécia antiga. As condições agora estão circunscritas pela lógica particular, individualista e degradante, capaz de tornar ainda mais complexo o emaranhado de vetores que fabricam a tragédia de Medea.

“Em tempos tão alarmantes e retrógrados como os que estamos vivendo, nos quais as chagas sociais pululam a olhos vistos, não há dúvida de que a tragédia grega está absolutamente presente na sociedade moderna assim como esteve na Grécia antiga, mas, para além da manutenção das linhas de força que conduzem o mito, na obra composta por Bartlett há evidências contemporâneas prementes que necessariamente estão consideradas nesta empreitada”, conta Fani Feldman, atriz do espetáculo. 

“O estado geral desta Medea agrega condições análogas às de eventos, cotidianamente assistidos por muitos de nós, que tendem a terminar de modo trágico. São pungentes, nesse caso ainda mais, por não ocorrerem num palácio real com uma visão panorâmica da paisagem circundante, mas dentro dos limites de um ambiente suburbano, cotidiano e coalhado de tensões subjacentes e normatizadas”, afirma a atriz. “A mulher de nosso tempo é atuante nas diversas esferas da realidade, mas tem seu espaço ainda subjugado pelas forças contrárias à emancipação efetiva de seus direitos e lugar de fala. É por esta vereda e seus meandros que a Cia do Sopro investiu seu intento e elegeu esta Medea, como uma potência radical capaz de refletir sobre o estado de coisas da condição atual da mulher”, conclui. 


Sobre a direção
“Um clássico é aquele tipo de obra que nunca para de dizer o que tem para dizer, que se ressignifica o tempo todo, que serve à sociedade de quando foi escrito e, ao mesmo tempo, ao nosso ‘zeitgeist’. 'Medeia' é um dos grandes clássicos do teatro grego. A protagonista acuada, traída, vilipendiada, eviscerada por uma sociedade alicerçada pelo machismo estrutural fala integralmente aos dias de hoje. E infelizmente, fala demais ao Brasil de 2021, um país aterrorizado permanentemente por notícias diárias de abuso e feminicídio”, conta o diretor Zé Henrique de Paula. “Dirigir essa peça sendo um homem é exercitar a humildade e servir meramente de canal para que a voz - no nosso caso, o grito - das mulheres seja ouvido. Ouvido de verdade, o que significa permitir que esse grito, esse lamento, esse coro, sejam ferramentas de modificação de uma tremendamente injusta situação social”, finaliza. 

Grande parte do trabalho recente de Bartlett está situado em um futuro distópico próximo. Recorrer à Grécia clássica para se inspirar é ponto de partida inusitado, mas não menos coeso com sua abordagem acerca do homem contemporâneo, tratado sem condescendência, por seus atos mordazes, ambivalentes, nem sempre justificáveis, tal como se afigura o sujeito da época em que vivemos. Não é à toa que o dramaturgo vai beber na fonte de Eurípides que, segundo ele, escreveu sobre as pessoas como elas são - não sobre reis idealizados, rainhas e deuses, seus personagens foram os primeiros a não culpar os deuses por seus infortúnios; em vez disso, eles são responsabilizados por suas ações. 

No último espetáculo da Cia do Sopro, “Como Todos os Atos Humanos”, numa alusão inversa a Electra, a Cia. levou à cena uma narrativa tétrica na qual uma filha, obcecada por seu pai e por ele subjugada, ao contrário do que dita sua paixão e admiração, o extermina furando seus olhos com um estilete. Depois deste “parricídio ocular”, que simbolicamente termina por incidir no aniquilamento arquetípico do patriarcado e de toda a vigília que a redoma masculina exerce sobre a mulher, torna-se, agora conexa a escolha por esta Medea, um poderoso emblema de todas as mulheres juguladas pela falocracia.

Seu filho com Jasão é utilizado como barganha recorrentemente e acaba sacrificado por vingança. Bartlett desvela ainda as engrenagens do universo masculino, mostra como os homens são claramente incapazes de negar sua luxúria sexual, mesmo quando confrontados pelo ódio proclamado de mulheres extenuadas pela violência diária, como faz Medea ao expor, não sem altiva ironia, suas chagas diante de Jasão: "Eu divido os homens em três grupos: idiotas, tios e estupradores. Os idiotas precisam de uma mãe, os tios nos tratam como crianças e os estupradores querem nos foder, gostemos ou não".


Sinopse do espetáculo
Medea está em depressão, o marido Jasão a deixou por outra mulher mais jovem, seu filho, Tom, perdeu a fala. O desamparo dá a ela um ar que mistura poder e impotência. Suas atitudes inspiram empatia e repulsa, ambivalência que se reflete na vida real: ela se vinga da nova esposa de Jasão e mata seu próprio filho. Incapaz de reaver o homem que ama, ela destrói tudo o que é remotamente querido para ele, e faz isso sem se importar, tomada por uma fúria nitidamente alocada neste tempo no qual a violência é vestida por sentidos polivalentes e, no mais das vezes, empenhada com a frieza da apatia.


Sobre a Cia. do Sopro
A Cia. do Sopro estreou com o espetáculo “A Hora e Vez”, a partir de "A Hora e Vez de Augusto Matraga", de Guimarães Rosa, com direção de Antonio Januzelli e atuação de Rui Ricardo Diaz. O espetáculo teve sua estreia em 2014 no projeto Teatro Mínimo no SESC Ipiranga-SP. Em seguida, em 2015 e 2016 o espetáculo realizou duas novas temporadas em São Paulo. Em 2017 integrou a Mostra “Solos e Monólogos no CCBB” entre outras realizações.

O segundo trabalho da Cia. do Sopro, “Como Todos os Atos Humanos”, fez sua estreia em agosto de 2016 no Teatro do Núcleo Experimental, permanecendo em cartaz por três meses na cidade de São Paulo. Em 2018 abriu a Mostra Solos Monólogos no CCBB, e esteve em diversos lugares como Itaú Cultural na Av. Paulista, Sesc São José dos Campos entre outros.

Entre março e abril de 2020 os dois trabalhos entraram em cartaz no Teatro Poeira, no Rio de Janeiro, ambas as peças tiveram sucesso de público e crítica, além de sessões esgotadas, mas infelizmente tiveram suas temporadas interrompidas pela pandemia. Em maio o solo “Como Todos os Atos Humanos”, retornaria a São Paulo para mais uma temporada, na Oficina Cultural Oswald de Andrade, mas dadas as circunstâncias pandêmicas, a Cia. transformou o espetáculo em uma peça/filme (nome adotado para a versão online da peça) para sua veiculação. 


Ficha técnica
"Medea"
Texto:
Mike Bartlett
Tradução: Diego Teza
Idealização: Fani Feldman e Cia. do Sopro
Direção: Zé Henrique de Paula
Fani Feldman (Medea), Daniel Infantini (Jasão), Juliana Sanches (Pam), Maristela Chelala (Sarah), Plínio Meirelles (Andrew) Bruno Feldman (Nick Carter) e David Uander (TOM)
Preparação: Inês Aranha
Trilha original: Fernanda Maia
Assistência de direção: Marcella Piccin
Iluminação: Fran Barros
Cenário: Bruno Anselmo
Figurino e visagismo: Daniel Infantini
Direção de vídeo, montagem e fotografia: Murilo Alvesso
Direção audiovisual: Murilo Alvesso | Câmeras: Murilo Alvesso, Jorge Yuri e Ju Lima | Som direto: Tomás Franco | Assistênica de câmera e grafismos: João Marcello Costa | Produção audiovisual: Assum Filmes
Concepção do projeto: Fani Feldman e Bruno Feldman
Produção: Quincas e Cia. do Sopro
Direção de produção: Fani Feldman e Rui Ricardo Diaz
Assistente de produção: Laura Sciulli
Realização: ProAc | Quincas I Cia. do Sopro
Assessoria de imprensa: Pombo Correio
Agradecimentos e apoios: Teatro do Núcleo Experimental, Teatro Santa Cruz/ Raul Teixeira, teatro FAAP/ Cláudia Hamra, Cláudia Miranda,Tati Marinho/ Casa dos Achados - Brechó, Refúgios Urbanos/ Bárbara Tegone, Una Muniz Viegas/ Cristiane Viegas, Jairo Leme, Marina Feldman, e Ariel Moshe.
Cia. do Sopro: Fani Feldman, Rui Ricardo Diaz, Plínio Meirelles, Osvaldo Gazotti e Antonio Januzelli.


Serviço:

"Medea"
Presencial: estreia 26 de novembro
Sesc Pompeia
26, 27 e 28 de novembro. (Sexta e Sábado 21h00 e domingo 18h00)
Rua Clélia, 93 – Pompéia, São Paulo – SP. 

Temporada online: dia 29 de novembro a 7 de dezembro, com sessões diárias, sempre às 21h (ingressos pelo Sympla). Haverá bate-papo após as transmissões, nos dias 29 de novembro e 7 de dezembro. O link do Zoom estará disponível para acesso no Canal da Cia. do Sopro no YouTube. 

.: Grátis: Susana Vieira faz apresentação on-line de "Uma Shirley Qualquer"


Com versão brasileira de Miguel Falabella, peça celebra os 60 anos de carreira da atriz. No formato on-line e ao vivo, apresentação será gratuita, no dia 2 de dezembro, às 20h30, nos Canais YouTube do Sesc em Minas, Teatro Claro Rio e Pólobh Produtora e pelo Canal 500 da Claro TV. Fotos: Roberto Filho

Sucesso de público, com mais de três mil espectadores em apenas quatro semanas atualmente em cartaz no Rio de Janeiro, a peça “Uma Shirley Qualquer”, com Susana Vieira, encerra a temporada 2021 do projeto Palco Instituto Unimed-BH em Casa, com única apresentação on-line e gratuita. O êxito do espetáculo confirma a atualidade do texto escrito em 1986, com versão nacional de Miguel Falabella e direção de Tadeu Aguiar, para celebrar os 60 anos de carreira da atriz, uma das mais importantes da dramaturgia brasileira. Apresentação será on-line e ao vivo, na quinta-feira, dia 2 de dezembro, às 20h30, nos canais YouTube do Sesc em Minas, Teatro Claro Rio e Pólobh Produtora e pelo Canal 500 da Claro TV.

A montagem é uma nova leitura para o clássico "Shirley Valentine", de Willy Russel, que já teve encenações premiadas no Brasil e um filme de sucesso. Susana fez uma breve turnê nacional em 2016, chegando a São Paulo em 2017, com direção do próprio Miguel Falabella. Tadeu Aguiar assina a nova encenação, que teve estreia em outubro no Jockey Club, no Rio de Janeiro. Depois da temporada inicial, o espetáculo seguirá para Portugal, em fevereiro de 2022. 

O espetáculo conquista plateias do mundo inteiro desde sua primeira versão, em 1986, quando estreou em Londres, tendo sido agraciado com o prêmio Laurence Olivier Awards de melhor comédia e de melhor atriz (Pauline Collins). Em 1989, entrou em cartaz na Broadway e Pauline Collins levou para casa o Tony Award. No mesmo ano, estreou a versão cinematográfica, também com Pauline Collins, indicada ao Oscar e ao Globo de Ouro e vencedora do British Academy Film Award.

Casada, mãe de dois filhos, Shirley Valentim convive com o pior tipo de solidão: aquela que se sente mesmo estando acompanhado. Atire a primeira pedra quem nunca conversou com as paredes em uma situação como essas! Elas podem não ser as companheiras mais eloquentes, mas ao menos sabem ouvir, qualidade cada vez mais rara. Que o diga Shirley! É com elas que a protagonista divide suas angústias, relembra as situações inusitadas - e mesmo engraçadas - que marcam sua trajetória e busca entender para onde foram os seus sonhos.

A peça traz essa protagonista solitária que decide conhecer a Grécia, ao lado de sua melhor amiga Wanda, sem a família, nem mesmo Joel, o marido controlador. Shirley decide embarcar nessa viagem – uma divertida jornada ao encontro do seu verdadeiro eu. Shirley está cansada da indiferença do marido, cuja principal preocupação é saber se terá carne no jantar. Os filhos, Milandra e Jorge, cresceram e só lembram da mãe na hora dos problemas. Com o passar dos anos, no lugar da mulher cheia de anseios e vontade de viver, só resta aquela que se deixa levar por situações comuns do dia a dia, que nem de longe se parece com a figura que protagoniza as boas memórias que tem da juventude.

Quando Shirley Valentim transformou-se em uma Shirley qualquer?  Atrás dessa resposta, ela cria coragem e embarca com destino à Grécia escondida de Joel. É um voo rumo à liberdade, à possibilidade de reencontro com a menina sonhadora e cheia de vida que Shirley foi um dia.

A protagonista fala do ser humano, daquele instante em que se percebe que o tempo passou e a vida ficou parada em alguma esquina. Mostra que nunca é tarde para recomeçar e tomar um bom vinho branco para encarar os fatos com leveza e bom humor, até quando tudo parece estar dando errado. Os dilemas de Shirley são tão dela quanto nossos e podem fazer parte da rotina de qualquer espectador.

O encontro de Susana e Shirley
Susana Vieira
apaixonou-se pela peça à primeira leitura. “Quando Miguel me entregou o texto, fiquei encantada, fascinada pelo humor da personagem, pela força e coragem que ela tem de ir atrás da felicidade. Shirley vai à luta. Todas nós mulheres temos várias coisas dela, por mais diferentes que possamos ser”, conta. A atriz ressalta que, apesar da dureza da vida, Shirley jamais perde o bom humor. E, se as paredes são a companhia da personagem, Susana tem a plateia como confidente: “É um monólogo, mas não me vejo sozinha em cena. Somos o público e eu”, celebra.

O texto passeia pela comédia com muita sutileza, gerando uma identificação imediata do público. A versão de Miguel Falabella, assim como o original de Willy Russel, traz um olhar afetivo sobre o ser humano e as relações familiares. Com uma abordagem longe de estereótipos e personagens cheios de verdade e sede de vida, o espectador é levado da gargalhada ao nó no peito em segundos. “O humor é a forma mais verdadeira e humana de chegar ao coração das pessoas”, exalta Falabella.

A parceria entre Susana e Miguel tem uma longa história e rendeu um dos maiores sucessos do teatro brasileiro: a peça "A Partilha" (1990), que gerou a bem-sucedida continuação "A Vida Passa" (2000). “Eu e Susana tivemos um encontro de vida e estamos sempre juntos, é uma festa”, vibra Falabella. A recíproca é verdadeira e a atriz garante que trabalhar com o autor e diretor mudou sua carreira. “A minha vida artística se divide entre antes e depois do Miguel. Tenho uma carreira muito feliz, mas a ‘A Partilha’ nos uniu para sempre. É um prazer imenso, porque ele é um grande autor. E, como somos dois comediantes, damos risada de tudo o tempo todo. Temos o mesmo tempo de comédia. Somos amigos para sempre”, festeja Susana.


Ficha Técnica
"Uma Shirley Qualquer"
Versão Brasileira:
Miguel Falabella | Direção: Tadeu Aguiar
Figurino: Karla Vivian | Trilha sonora: Sérvulo Augusto
Cenografia: Natália Lana | Designer de luz: Daniela Sanchez
Programação visual: Letícia Andrade | Produtor executivo: Edgard Jordão
Realização: Pólobh e Jordão Produções
Classificação: 14 anos | Duração: 80 minutos. 


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