quinta-feira, 19 de janeiro de 2023

.: Padre Júlio Lancellotti apresenta o podcast "Todos os Caminhos"


Padre Júlio Lancellotti, a diretora do podcast Angela Rezé, a candomblecista Adriana Aragão e o budista Lama Padma Samten. Foto: Sergio Matta

Espiritualidade e autoconhecimento são temas que vão permear as rodas de debates de "Todos os Caminhos", novo podcast Globoplay que estreou no sábado passado, dia 14 de janeiro, no streaming da Globo e em todas as plataformas de áudio. Os episódios completos da série serão publicados aos sábados, enquanto de segunda à sexta, o conteúdo será adaptado para pílulas diárias, com reflexões com até dois minutos de duração. Comandado pelo Padre Júlio Lancellotti, pela pesquisadora Flavia Virginia e pelo budista brasileiro Lama Padma Samten, o podcast busca trazer uma jornada de autoconsciência, bem-estar e quebra de tabus. 

 Segundo Lama Padma Samten, o projeto trabalha a espiritualidade de modo natural e traz uma visão sutil e interna de como podemos ultrapassar visões limitadas, além de analisar o que de fato ocorre em nossos corpos mental e emocional. Em formato de mesa redonda, cada episódio contará com um convidado inter-religioso para dialogar sobre assuntos presentes no dia a dia da sociedade, a partir de diferentes vivências, perspectivas e linguagem inclusiva e diversa. Temas como amor, irmandade, qual sentido da nossa existência, esperança, equilíbrio e como conviver com pessoas que pensam diferente serão abordados, sob a perspectiva do trio de apresentadores e seus convidados. “As pessoas dizem ‘somos todos iguais’ e eu discordo: somos diferentes – e isso é bom, muito bom”, reflete Flavia Virginia.

 No podcast, os ouvintes poderão conhecer vozes de diferentes manifestações religiosas no Brasil, partindo de duas frentes de reflexão: a fé e a paz.  Com uma abordagem leve e fluida, o título é pensado também para pessoas que não seguem propriamente uma religião. O Padre Júlio Lancellotti, complementa que a série é uma oportunidade de mostrar, na prática, o exercício do diálogo, caminho curto e seguro para a fraternidade. “Em ‘Todos os Caminhos’, nós olhamos e ouvimos o próximo, por mais diferente que seja a fé dele. Queremos falar a todos que queiram desenvolver a própria espiritualidade e os melhores valores humanos, começando pelo amor ao próximo”

Sobre os dois primeiros episódios
Com episódio duplo de estreia, o programa abre o debate falando sobre a definição da palavra amor. Será que o amor é realmente um sentimento incondicional? Seria um substantivo, um verbo, uma intenção ou um exercício cotidiano? O trio de apresentadores recebe o Pastor Henrique Vieira em uma conversa pautada a refletir o amor.

Um tema aparentemente tão caro à sociedade e tão ambíguo quanto a sua definição. Já o segundo episódio recebe a candomblecista Adriana Aragão, dando início as reflexões com a pergunta: Será que somos todos irmãos? E o que estaria por trás dessa ideia de fraternidade social? A conversa é, também, um convite para refletir sobre nossas atitudes em relação aos outros. 

Publicado semanalmente aos sábados, o "Todos os Caminhos" é um podcast Globoplay, com planejamento de Mamilos e produção de Angel Produções. Comandado pelo Padre Júlio Lancellotti, pela pesquisadora Flavia Virginia e pelo budista Lama Padma Samten, recebe convidados semanais e tem como premissa abordar a espiritualidade de forma ampla, sem tabus e de diferentes perspectivas. Confira uma entrevista com os apresentadores:

Como é para você mediar uma mesa inter-religiosa indo além do conceito de religião que foi construído pela sociedade?
Flavia Virgínia -
É uma grande oportunidade de, por meio da religião, tratar de algo muito importante e de levar uma mensagem de esperança a tantas pessoas. Quando juntamos representantes de matrizes religiosas e espiritualidade diferentes, estamos provando que é possível dialogar, harmonizar e nos unirmos. Considero que a grande sacada do podcast é ajudar a compor uma humanidade melhor, a pluralidade nos torna maiores. 


Como você enxerga o movimento de espiritualidade fluida na sociedade?
Padre Júlio Lancellotti - A espiritualidade fluida é um rótulo que serve para muitas coisas, todas elas predominantemente boas, positivas e construtivas. Alguém que experimente a espiritualidade fluida não vai agredir o próximo por uma questão de cor de pele, orientação sexual, a fé que professa, a roupa que está vestindo e o idioma que fala. Vivenciar, ampliar e aprimorar nossa espiritualidade é um ato de amor, que ajuda a resolver grande parte das crises que vivenciamos hoje.

Como foi a experiência de estar lado a lado com representantes de outras frentes religiosas debatendo de forma mais ampla temas em comum sob diferentes perspectivas?
Lama Padma Samten -
 Foi algo muito enriquecedor. Percebi que minhas visões sobre as outras tradições não eram suficientemente amplas. Pude analisar muitas nuances que nunca haviam sido vistas por mim dentro de outras abordagens, e muitas proximidades com minha forma de olhar. O projeto ‘Todos os Caminhos’ é a união perfeita entre professores e líderes espirituais de diferentes tradições, que debatem e compartilham suas visões sobre temas cruciais da sociedade. 


quarta-feira, 18 de janeiro de 2023

.: #ResenhandoTeatro em SP: agenda de 18 a 25 de janeiro

Primeiro espetáculo solo de Denise Fraga, "Eu de Você" é um dos espetáculos a abrir a programação do Teatro Sérgio Cardoso em 2023. A a atriz mostra histórias reais, costuradas com pérolas da literatura, música, imagens e poesia. Foto: Cacá Bernardes 

Por Mary Ellen Farias dos Santos, editora do Resenhando


Programe-se pelo #ResenhandoTeatro que apresenta uma seleção especial de espetáculos em cartaz na cidade de São Paulo. Confira o que está nos palcos e divirta-se!


Grease

Musical de sucesso criado em 1971, nos EUA, ganhou reconhecimento mundial em 1978 com o filme estrelado por John Travolta e Olivia Newton-John. A obra ganhou versão nacional com a adaptação da montagem original encantando fãs de todas as idades. Na Califórnia de 1959, a popular Sandy e o metido Danny se apaixonam e aproveitam um verão inesquecível na praia.  Quando voltam às aulas, eles descobrem que frequentam a mesma escola. Danny lidera a gangue do Burguer Palace Boys, um grupo que gosta de jaquetas de couro e muito gel no cabelo, e Sandy passa tempo com as Pink Ladies, lideradas pela firme e sarcástica Rizzo.

Local: Teatro Claro SP, Shopping Vila Olímpia, R. Olimpíadas, 360 - Vila Olímpia, São Paulo | A partir de 5 de janeiro | Quintas, sextas e sábados, às 21h. Domingos, às 19h | Duração: 140 minutos | Ingressos: de R$ 50 a R$ 200 | | Leia+ "Grease, o Musical" em janeiro: pré-venda para apresentações em SP


Duetos

Com Patricya Travassos e Marcelo Faria no elenco sob a direção de Ernesto Piccolo, peça retrata de forma cômica os encontros e desencontros da vida amorosa contemporânea. O texto de Peter Quilter examina e retrata de forma cômica o mundo caótico dos relacionamentos modernos, onde a grama do vizinho é sempre mais verde que a nossa, através de quatro histórias de uma mulher e um homem - não necessariamente casais - às voltas com seus próprios desejos e traumas em busca do amor, e enfrentando a solidão. “Duetos” é apresentado e patrocinado pela Brasilcap, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, com produção geral e realização da Inova Brand.

Local: Teatro Raul Cortez - Fecomercio - Rua Doutor Plínio Barreto, 285 - Bela Vista / São Paulo | De 6 a 29 de janeiro | Sextas e sábados às 21h, domingo às 18h | Duração: 80 minuto | Ingressos: R$ 60 a R$ 120 | Até 29 de janeiro | Leia+ Comédia “Duetos", de Peter Quilter, prorroga temporada de sucesso


Ney Matogrosso - Homem com H

O espetáculo explora momentos e canções marcantes na trajetória do cantor sem seguir necessariamente uma ordem cronológica. A história começa em um show do Secos & Molhados, em plena ditadura militar, quando uma pessoa da plateia o xinga de “viado”. Essa cena se funde com momentos da infância e adolescência do artista. E, dessa forma, outros episódios vão se encadeando na cena.

Local: 033 Rooftop (cobertura do Teatro Santander), localizado no Complexo JK Iguatemi | De 13 de janeiro e 5 de fevereiro |Sextas-feiras às 20h30. Sábados às 15h30 e às 20h30. Domingo 15h30 e 20h. | Duração: 2 h (com 15 minutos de intervalo) | Ingressos: R$ 75 a R$ 250 | Até 5 de fevereiro | Leia+ Musical "Ney Matogrosso - Homem com H" terá nova temporada em 2023


Shirley Valentine

Para celebrar 60 anos de carreira e 80 de vida, Susana Vieira decidiu retornar aos palcos enfrentando um dos maiores desafios de sua vitoriosa trajetória, o clássico "Shirley Valentine", um dos mais importantes textos do teatro moderno, com encenações premiadas em todo o mundo. O monólogo apresenta Shirley, uma mulher casada, mãe de dois filhos, que convive com o pior tipo de solidão: aquela que se sente mesmo estando acompanhado. A versão brasileira de Miguel Falabella trata com leveza e muito bom humor os dilemas da personagem. Cansada de conversar com as paredes (literalmente), Shirley Valentine decide dar uma virada em sua vida e faz uma viagem em busca de encontrar a felicidade e, sobretudo, se reencontrar. Com direção de Tadeu Aguiar.

Local: Teatro Vivo - Avenida Doutor Chucri Zaidan, 2460 - Morumbi | De 20 de janeiro a 12 de fevereiro | Sextas e sábados, às 20h. Domingos, às 18h | Classificação etária indicativa: 12 anos | Duração: 70 minutos | Ingressos: de R$ 60 a R$ 120 | Até 12 de fevereiro | Leia+ Susana Vieira chega a São Paulo com "Shirley Valentine" em janeiro


Três Mulheres Altas

Em cena, as atrizes interpretam três mulheres, batizadas pelo autor apenas pelas letras A, B e C. A mais velha (Suely Franco), que já passou dos 90, está doente e embaralha memórias e acontecimentos, enquanto repassa a sua vida para a personagem B (Deborah Evelyn), apresentada como uma espécie de cuidadora ou dama de companhia. A mais jovem, C (Nathalia Dill), é uma advogada responsável por administrar os bens e recursos da idosa, que não consegue mais lidar com as questões financeiras e burocráticas.

Local: Teatro Tuca, Rua Monte Alegre, 1024 - Perdizes | De 13 de janeiro a 12 de fevereiro | Sextas às 21h, sábados, às 20h e domingos, às 17h. | Classificação etária indicativa: 12 anos | Duração: 100 minutos | Ingressos: de R$ 70 a R$ 140 | Até 12 de fevereiro | Leia+ "Três Mulheres Altas" com Suely Franco, Deborah Evelyn e Nathalia Dill


Sonho de Uma Noite de Verão

O espetáculo tem direção de Ary Coslov e é estrelado pelas atrizes Amanda Acosta e Rita Guedes, que idealizou a nova montagem. Escrita em 1984, a trama mergulha na relação de duas mulheres que estão unidas pelo amor, terno e profundo. Em um diálogo envolvente e emocionante, mãe e filha expõem suas memórias de uma vida conjunta. E, nesse encontro, as épocas se confundem e se sucedem em desordem.

Local: Teatro das Artes - Shopping Eldorado - Av. Rebouças, 3970, Loja 409, Pinheiros, São Paulo | Sábados e Domingos, às 15h.. | Classificação etária indicativa: livre | Duração: 65 minutos | Ingressos: de R$ 40 a R$ 80 | Até 26 de fevereiro | "Sonho de Uma Noite de Verão" em versão infantil de Luccas Papp


Uma Relação Tão Delicada

O espetáculo tem direção de Ary Coslov e é estrelado pelas atrizes Amanda Acosta e Rita Guedes, que idealizou a nova montagem. Escrita em 1984, a trama mergulha na relação de duas mulheres que estão unidas pelo amor, terno e profundo. Em um diálogo envolvente e emocionante, mãe e filha expõem suas memórias de uma vida conjunta. E, nesse encontro, as épocas se confundem e se sucedem em desordem.

Local: Teatro Uol - Shopping Pátio Higienópolis: Avenida Higienópolis, 618, Higienópolis | Sextas, às 21h e sábados e domingos, às 20h. | Classificação etária indicativa: 14 anos | Duração: 90 minutos | Ingressos: de R$ 70 a R$ 120 | Até 26 de fevereiro | Leia+ "Uma Relação Tão Delicada", com Amanda Acosta e Rita Guedes, estreia


Eu de Você

Idealizado e criado pela atriz Denise Fraga, o produtor José Maria e o diretor Luiz Villaça, o espetáculo solo "Eu de Você" mostra histórias reais, costuradas com pérolas da literatura, música, imagens e poesia. No espetáculo, o humor cotidiano leva o público a rir das situações corriqueiras.. Embora seja um solo, a atriz estará acompanhada de personagens inspirados em histórias reais: Fátima, Bruno, Clarice, Wagner, além de diversos artistas de grande reconhecimento, tecendo um bordado de vida e arte.

Local: Teatro Tuca, Rua Monte Alegre, 1024 - Perdizes | De 20 de janeiro a 12 de março | Sextas e sábados, às 20h30. Domingos, às 17h. Nos dias 17, 18 e 19 de fevereiro, carnaval, não haverá espetáculo. | Classificação etária indicativa: 12 anos | Duração: 90 minutos | Ingressos: de R$ 25 a R$ 50 | Até 12 de março | Leia+ "Eu de Você", com Denise Fraga, abre a programação do Teatro Sérgio Cardoso em 2023


O Dilema do Médico

Textos recheados de inteligência, humor, elegância, cheio de paradoxos e provocações marcam a obra do irlandês Bernard Shaw (1856 - 1950) e estão presentes na tragicomédia "O Dilema do Médico". Clara Carvalho dirige Shaw pela primeira vez, em texto inédito no Brasil.  O elenco reúne nomes de várias gerações do teatro: Sergio Mastropasqua, Iuri Saraiva, Bruna Guerin Rogério Brito, Oswaldo Mendes, Renato Caldas, Guilherme Gorski, Márcia de Oliveira, Rogério Percore, Thiago Ledier e Luti Angelleli. 

Local: Auditório do MASP, Av. Paulista 1578.  | De 20 de janeiro a 26 de março | Sextas e sábados, às 20h, e domingos, às 19h. | Classificação etária indicativa: 14 anos | Duração: 120 minutos | Ingressos: de R$ 30 a R$ 60 | Até 26 de março | Leia+ Clara Carvalho dirige texto inédito de Bernard Shaw sobre moralidade


A Última Sessão de Freud

Em "A Última Sessão de Freud", no gabinete de Freud, na Inglaterra, o pai da psicanálise e o escritor C.S.Lewis conversam sobre a existência de Deus, mas o embate verbal se expande por assuntos como o sentido da vida, natureza humana, sexo, morte e as relações humanas, resultando em um espetáculo que se conecta profundamente com o espectador através de ferramentas como o humor, a sagacidade e o resgate da escuta como ponto de partida para uma boa conversa. O sarcasmo e ironia rondam toda essa discussão. As ideias contundentes ali propostas nos confundem, por mais ateus ou crentes que sejamos.

Local: Teatro Bravos - Rua Coropé, 88, Pinheiros, São Paulo | De 20 de janeiro a 30 de maio | Sextas e aos sábados, às 20h; e aos domingos, às 19h | Classificação etária indicativa: 12 anos | Duração: 90 minutos | Ingressos: de R$ 50 a R$ 120 | Até 30 de maio | Leia+ Odilon Wagner e Claudio Fontana voltam com "A Última Sessão de Freud"

.: Júlia Lopes de Almeida, a feminista "Machado de Assis de saias"


Júlia possui mais 40 obras inéditas, que acabam de ser descobertas pelo "Rei dos Clássicos" Editora Vermelho Marinho é a principal responsável por trazer Júlia aos holofotes; Escritora centenária vai ter obras lançadas por meio de crowdfunding. Foto: editora Vermelho Marinho


Há 160 anos, nascia Júlia Lopes de Almeida, considerada como uma das principais escritoras da literatura brasileira. A autora era uma mulher à frente de seu tempo, e há mais de 100 anos já defendia temas como feminismo e empoderamento feminino. 

Júlia também foi uma das idealizadoras da Academia Brasileira de Letras, porém, nunca chegou a ocupar uma cadeira na Academia, injustamente, pois na época apenas homens podiam participar. A editora Vermelho Marinho é quem está encabeçando as homenagens para a celebração do nascimento da "Machado de Assis de saias", lançando um box especial com três obras da escritora.


Redescoberta literária
Você já ouviu falar na escritora Júlia Lopes de Almeida? Se ainda não a conhece, essa é a sua oportunidade: está sendo lançado um box com três obras inéditas não apenas da autora mas também de Filinto de Almeida (compre neste link), com quem ela formou o casal mais influente da literatura brasileira no início do século 20. 

Júlia Lopes de Almeida e Filinto de Almeida - também conhecidos como o casal #Julinto - precursores da shippação - foram alguns dos idealizadores e fundadores da Academia Brasileira de Letras. Populares entre a “nata” da literatura da época, receberam na bela casa onde moravam, no bairro de Santa Teresa (Rio de Janeiro), alguns dos nomes mais importantes da literatura brasileira. 

Os saraus que organizavam eram frequentados por autores como Aluízio Azevedo, Machado de Assis, Olavo Bilac, Valentim Magalhães, Artur Azevedo, Lúcio de Mendonça e outros notáveis que foram os primeiros membros da ABL. O Box Julinto é uma coleção de três obras inéditas do casal Júlia Lopes de Almeida e Filinto de Almeida, em uma edição com tiragem limitada. 

O lançamento marca os 160 anos de nascimento de Júlia e inclui três obras fundamentais do casal: o livro de contos "Ânsia Eterna", de Júlia Lopes de Almeida, o romance de suspense “A Casa Verde”, do casal Julinto, e a homenagem “Dona Júlia”, livro que reúne os poemas que Filinto escreveu para a sua musa durante os quase 50 anos em que estiveram juntos, e publicou em tiragem limitada apenas para amigos.

Júlia Lopes de Almeida é a “autora do momento”, não somente por conta de seus 160 anos celebrados em 2022, mas também por seu papel de vanguarda como mulher em uma profissão dominada por homens. “Ela defendia o empoderamento feminino, mas também equilibrava, de certo modo, seus deveres junto à família e sociedade. Seus posicionamentos eram modernos para a época, por isso suas obras têm muita sintonia com os dias atuais”, explica Tomaz Adour, editor-chefe e fundador da Editora Vermelho Marinho.    

“Júlia estava à frente de seu tempo. Quem descobre Júlia hoje sente estar lendo uma autora contemporânea. E os leitores irão descobrir, nesta edição comemorativa, porque Filinto era um talento à altura da maior escritora da literatura brasileira, considerada por seus contemporâneos a 'Machado de Assis de saias'", acrescenta o editor. 

Para Adour, o box que marca os 160 anos do nascimento de Júlia também visa reparar um erro histórico. Apesar de idealizadora da Academia Brasileira de Letras, a autora não recebeu uma cadeira na casa, injustamente, porque a Academia seguia o modelo francês, onde só entravam homens. 

“Filinto brincava que Júlia merecia a cadeira dele. Isto é fruto da grande admiração que o casal nutria, e foi interpretado como se Filinto tivesse recebido um ‘prêmio de consolação’, ocupando a cadeira que pertenceria à mulher. Nada mais injusto, pois o casal foi o mais importante e talentoso da literatura brasileira no início do século 20. Teriam completado bodas de ouro se Júlia não tivesse morrido”, avalia o editor. 

Enquanto Júlia se dividia em cuidar da casa, dos filhos e escrever, Filinto viajava e trabalhava como jornalista nos principais jornais do país, o que não lhe permitia ter uma obra extensa como a da mulher. “Mas qualidade não se mede pela quantidade, ele foi um autor tão talentoso e relevante quanto a Júlia”, ressalta Adour. 

Campeã de vendas no Brasil
Junto com Coelho Neto, Júlia foi a autora mais vendida do Brasil até seu falecimento, em 1934, por malária, voltando de uma viagem à África. Sua extensa obra, de mais de 40 volumes, vendeu milhões de exemplares no começo do século 20, sendo adotada por escolas e comprada por leitores “ávidos” pela sua próxima novidade. 

Júlia era admirada e citada por algumas das principais escritoras brasileiras que lhe seguiram, como Cecília Meirelles e Rachel de Queiroz - que foi a primeira mulher a ser eleita para a Academia Brasileira de Letras. Júlia teve uma vida intensa, coroada pelo sucesso em livros de contos, romances, livros infantis, sobre flores, sobre comportamento, além de peças de teatro e crônicas, sendo também abolicionista, feminista e uma mãe dedicada. 

Filinto de Almeida nasceu no Porto, em Portugal, e foi um dos mais importantes jornalistas brasileiros, além de um grande poeta e dramaturgo. Trabalhou em alguns dos principais órgãos da imprensa da época e foi o diretor mais importante do Jornal Província de São Paulo, que depois tornou-se o Estadão. Foi naturalizado brasileiro pelas leis da época, o que lhe permitiu ser o primeiro membro da ABL não nascido no Brasil.

“Descobrir Júlia é voltar no tempo, para uma época em que o mundo dominado pelos homens teve que se ajoelhar ao talento da mulher mais importante da literatura brasileira. Ela era uma pessoa combativa, mas ao mesmo tempo doce e amorosa, que estava anos à frente do seu tempo, e que era respeitada por todos os seus pares, como podemos ver em fotos onde todos os grandes autores da época cercam Júlia com respeito e admiração”, afirma o fundador da Vermelho Marinho. 


Obras do Box
Para Adour, a literatura brasileira entrou em um “novo” patamar com as obras do casal #Julinto. “Esse box comemorativo terá edição limitada apenas para colecionadores”, acrescenta o editor. Júlia publicou dezenas de artigos em diversos jornais durante toda a sua carreira, além de mais de 40 livros, material preservado pela família e gentilmente cedido para pesquisa e publicação para a editora Vermelho Marinho pelo neto da autora, Cláudio Lopes de Almeida, nascido em 1930.

Considerado como um dos mais importantes e “atuais”, o clássico "Ânsia Eterna" (compre o livro neste link), faz parte do box, cotizado com a edição original e com observações da própria autora. “Este livro fora do comum aborda temas surpreendentes e infelizmente comuns até hoje, como o feminicídio e violência doméstica, além de histórias insólitas e finais inesperadas”, destaca o Rei dos Clássicos. A autora estava à frente de seu tempo. Quem descobre Júlia hoje sente estar lendo uma autora contemporânea. O livro conta com mais de 300 notas explicativas. 

O segundo livro é “A Casa Verde”, romance escrito pelo casal #Julinto a quatro mãos e publicado em folhetins no Jornal do Commercio de 18 de dezembro de 1898 a 16 de março de 1899. Em ritmo ágil e viciante, narra a história de uma sinistra casa em Niterói, habitada por um empresário inglês e sua jovem filha, que é cortejada por dois homens. Um crime irá ocorrer e o leitor ficará preso em cada capítulo tentando desvendar o final surpreendente. Este livro foi considerado por Júlia o seu preferido, tanto por ter sido escrito a quatro mãos com o amor da sua vida, mas também por trazer memórias de uma época muito feliz de sua vida. O livro tem mais de 200 notas e um glossário no final com vocábulos da língua cigana utilizada por alguns personagens do livro.

Fechando o box, temos “Dona Júlia”, livro que Filinto escreveu em homenagem à mulher juntando poemas escritos por décadas, desde a juventude, o casamento, a vida madura e a morte do amor de sua vida, ocorrida de forma precoce em 1934, por causa da malária que ela adquiriu em uma visita à filha Lúcia na África. Filinto fez uma edição limitada apenas para amigos e os herdeiros deram autorização à Editora Vermelho Marinho para republicá-lo.  

Crowdfunding
O box comemorativo com as três obras
também pode ser adquirido em uma edição de colecionador através do financiamento coletivo no site. E será disponibilizado em outubro. “O crowdfunding é uma forma de financiar o lançamento de outras obras importantes da literatura. Se for atingida a meta de R$ 48 mil, os colaboradores do crowdfunding receberão ainda um livreto com contos e crônicas inéditas de Júlia”, revela Adour. 

A coleção tem apresentação da professora/doutora Anna Faedrich, uma das maiores pesquisadoras da obra de Júlia e da literatura de autoria feminina brasileira. “Ânsia Eterna” tem prefácio da historiadora e professora Gabriela Trevisan, autora de “A Escrita Feminista em Júlia Lopes de Almeida”, “Dona Júlia” tem prefácio do neto da autora, Cláudio Lopes de Almeida, e “A Casa Verde” tem apresentação conjunta da graduanda em letras Nathalia Kimberly e Anna Faedrich, além da crônica “Um Lar de Artistas”, escrita por João do Rio depois de uma visita ao casal na famosa casa de Santa Teresa.

“Rei dos Clássicos”
Conhecido como o “Rei dos Clássicos”, Tomaz Adour é fundador e editor-chefe da Vermelho Marinho. Administrador, historiador, economista, professor e editor, coleciona títulos, graduações e pós-graduações, e histórias. Sua relação com a literatura vem do berço. Ele é neto do jornalista Jaime Adour Câmara - um dos maiores colecionadores de livros do Rio de Janeiro, que tinha uma biblioteca com mais de 20 mil livros. O pai de Adour também era escritor/jornalista, além de outros familiares, como  Câmara Cascudo, primo deles. Em seu tempo, Jaime frequentou nomes como Djanira, Tarsila do Amaral, Cândido Portinari, no Brasil, e Thomas Mann e o compositor Sibelius, seu grande amigo quando morou dois anos na Finlândia. 

Em 2010, Tomaz fundou a editora Vermelho Marinho, focando em autores clássicos, esquecidos por conta do tempo, e também os “escondidos” por pseudônimos, que muitas vezes eram mulheres que assinavam como homens. Hoje, um dos principais objetivos do “rei dos clássicos” é redescobrir obras de autoras esquecidas, como é o caso de Júlia Lopes de Almeida.

Nesses 12 anos, ele já descobriu mais de 1.200 obras de autoras femininas igualmente “esquecidas”.  “Meu maior objetivo é popularizar essas obras de tanta qualidade, que acabam ficando restritas a poucos ou até mesmo totalmente perdidas no tempo. Quero incentivar os jovens de hoje a ler. Por meio do lançamento de obras inéditas como essas, espero que se apaixonem por essa autora tão cativante e se interessem por ler mais obras dela e de outros escritores do mesmo patamar”, finaliza Adour.

Informações técnicas
Box Julinto - Júlia 160 anos, contendo os 3 livros “Ânsia Eterna”
“A Casa Verde” e “Dona Júlia”
Quantidade de páginas:
aproximadamente 600
Formato: 14x21cm
Miolo em pólen: 80 gramas
Capa com orelhas em cartão supremo: 250 gramas
Compre o box Julinto neste link.


Sobre a editora Vermelho Marinho
Sediada no Rio de Janeiro, publica desde obras contemporâneas a clássicos inéditos ou há muito tempo fora de catálogo no Brasil. Há mais de oito anos tem o selo “O Melhor de Cada Tempo”, que visa publicar obras em domínio público que foram grandes sucessos em sua época, e que não têm edições brasileiras atuais, ou nunca tiveram.

É a única editora a redescobrir autores/clássicos esquecidos, reconhecendo sua importância para a sociedade e demonstrando como temas centenários ainda estão presentes em nossa sociedade. Além dos 1200 títulos clássicos prontos para serem lançados, a editora ainda tem mais de 10 mil volumes de livros esquecidos que estão sendo atualizados com o novo acordo ortográfico para serem publicados nos próximos anos.


.: "Táticas do Amor", de Sarah Adams: amor platônico e saúde mental


Em meio ao sucesso das comédias românticas slow burn, "Táticas do Amor", de Sarah Adams, chega às livrarias brasileiras após virar febre no TikTok, lançada pela editora Intrínseca e com tradução de Sofia Soter. Na obra, a autora norte-americana apresenta uma história de amor entre dois melhores amigos que se desenvolve aos poucos, ao explorar, de maneira divertida e perspicaz, os tropes literários “de amigos a amantes” e “namoro de mentira”. Com muita sensibilidade, a autora ainda toca em questões importantes, como os cuidados com a saúde mental.

Na trama, Bree Camden está totalmente apaixonada pelo melhor amigo de longa data, Nathan Donelson, a nova estrela de futebol americano. O único problema é que ela não pode revelar seus sentimentos, já que ele claramente só a vê como amiga. E tudo bem, porque ela tem coisas mais urgentes com que se preocupar: depois de sofrer um acidente que acabou com suas chances de se tornar bailarina profissional, Bree decidiu abrir o próprio estúdio e transformar a vida de suas alunas através da dança. No entanto, após outro aumento no aluguel do imóvel onde dá suas aulas, ela corre o sério risco de ver seus sonhos irem por água abaixo novamente.

Isso até Nathan aparecer para salvar o dia - como sempre - e comprar o prédio inteiro para ela. Revoltada com o gesto impulsivo, apesar de fofo, do melhor amigo, Bree resolve tomar algumas (talvez muitas) tequilas numa festa. É aí que tudo começa a mudar, porque ela sem querer revela seus segredos mais íntimos para uma jornalista de um site de fofoca.

Quando sua confissão viraliza e o mundo inteiro começa a achar que Bree e Nathan formam o casal perfeito, a assessoria de imprensa do jogador oferece uma proposta irrecusável, que pode significar a tão sonhada segurança financeira para Bree. Eles só precisam fingir que estão apaixonados. Por três semanas inteiras. Será que Bree se entregará aos sentimentos que tenta esconder há tanto tempo? E será possível que Nathan goste dessa mentirinha? Narrado a partir de dois pontos de vista, Táticas do amor mostra como a paixão e a amizade são capazes de provocar as reviravoltas mais inesperadas. Você pode comprar o livro "Táticas do Amor", de Sarah Adams, neste link.

Sobre a autora
Sarah Adams é uma introvertida indecisa, tem duas filhas, é casada com o melhor amigo e gosta mais de lanche do que de refeição. O sonho dela é passar a vida inteira escrevendo histórias que fazem rir, e talvez até chorar, mas que, sem dúvida, deixam a gente mais feliz ao finalizar a leitura. Foto: Daniel Meigs. Compre o livro "Táticas do Amor", de Sarah Adams, neste link.

.: Ana Maria Machado reconta "O Alfaiate Valente", dos irmãos Grimm


Escrito pelos irmãos Grimm, "O Alfaiate Valente" foi publicado originalmente no século XIX, na coletânea Contos maravilhosos infantis e domésticos. Mas os temas da história permanecem atuais para o público infantil: ingenuidade, esperteza, valentia e um certo golpe de sorte.  O clássico da literatura infantojuvenil chega aos leitores brasileiros no reconto da premiada escritora Ana Maria Machado, em lançamento da FTD Educação. Para criar uma versão repleta de humor e originalidade, a autora buscou uma voz própria e muita oralidade nas memórias afetivas da infância. 

“Durante o processo de edição, a autora destacou que ouvia esta história contada pela avó e pela mãe. E que este foi um dos clássicos que marcou a infância e o imaginário dela. Recontá-la era um desejo antigo”, comenta Camila Saraiva, editora de literatura da FTD Educação. Recomendado para leitores a partir da Educação Infantil, o texto apresenta ainda informações sobre a produção de tecidos e o ofício de alfaiate, uma profissão pouco conhecida pelas crianças de hoje. 

As ilustrações de Bruno Nunes surpreendem ao contar a história nos detalhes, nas cores e no ângulo inusitado das cenas. A parceria entre a escritora e o ilustrador começou em 2013, quando Nunes ilustrou outro livro de Ana Maria Machado, "O Pavão do Abre e Fecha".  

“É sempre um grande prazer poder dar vida aos textos que ela escreve. A riqueza de detalhes e o humor único de suas histórias tornam meu trabalho de ilustração muito mais fácil e divertido. Para criar a narrativa visual de O alfaiate valente e dar vida ao universo dos contos tradicionais infantis, misturei a arte feita à mão, com tintas e pincéis, a técnicas digitais”, explica Bruno Nunes, em sua pequena autobiografia ao fim do livro. 

Como nas histórias clássicas para crianças, o enredo se passa em um mundo encantado, em que há gigantes. É nele que o alfaiate João vive uma grande aventura. Quando ele mata sete moscas que sobrevoam seu lanche, orgulhoso do feito, confecciona um cinto bordado com a seguinte frase: “De um golpe, matei sete”

Ao ver João com o cinto, os moradores da aldeia acham o fato engraçado, porque sabem que, na verdade, ele só matou sete insetos. Magoado, o alfaiate resolve correr mundo, mas mal sabe que logo vai precisar de muita valentia e esperteza para enfrentar dois gigantes terríveis e provar quanto sua inteligência e coragem são grandes de verdade!  Você pode comprar o livro "O Alfaiate Valente", de Ana Maria Machado, neste link.

Sobre a autora
Ana Maria Machado
é autora de mais de 100 livros e sua obra já foi traduzida em 28 países. Ganhadora de muitos prêmios, em 2000 recebeu o Hans Christian Andersen, considerado o Nobel da literatura infantil; em 2001, o Machado de Assis, maior prêmio literário nacional; e, em 2010, o prêmio Príncipe Claus, da Holanda, concedido a artistas e intelectuais de reconhecida contribuição nos campos da cultura e do desenvolvimento. Desde 2003, integra a Academia Brasileira de Letras.  

Sobre o ilustrador
Bruno Nunes nasceu em Belo Horizonte. Minas Gerais, e formou-se em Artes Visuais pela Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG). Trabalha como autor e ilustrador de livros e tem mais de 20 títulos ilustrados, entre eles, livros do historiador Joel Rufino dos Santos e da própria Ana Maria Machado. Como autor, escreveu e ilustrou duas obras: "Eu Sou Uma Ilha" (2021) e "Meu Reino por Um Chocolate" (2017). Compre o livro "O Alfaiate Valente", de Ana Maria Machado, neste link. 




.: Paulo Stucchi lança thriller inspirado na suposta fuga de Hitler


O jornalista Paulo Stucchi tem o nazismo e a Segunda Guerra como um pano de fundo seus principais livros, entre eles, "A Filha do Reich", finalista do Prêmio Jabuti. A temática, que se tornou uma marca do autor, está de volta em "O Homem da Patagônia", lançamento da editora Jangada. Em seu novo livro, o palco da história não é o continente europeu ou o interior do sul do Brasil, mas sim o país que mais abrigou nazistas, depois dos EUA: a Argentina.

Na trama, um thriller psicológico perturbador ambientado na Buenos Aires de 1958, Sebastián Lindner, um renomado psicólogo argentino, é contratado por uma jovem alemã para tratar de seu pai, um velho refugiado nazista que mora em uma remota fortaleza na Patagônia e cuja personalidade está envolta em vários mistérios. Conforme as lembranças do misterioso paciente vão sendo acessadas, Dr. Lindner se vê diante de um antigo e terrível segredo – que remonta aos últimos dias de Hitler em um bunker em Berlim e que pode mudar drasticamente os rumos da história do pós-Segunda Guerra. Em um dilema pessoal, o psicólogo passa a se confrontar com a pior face do mal e enfrentar seus próprios demônios.

Passo a passo, entre sessões de terapia e novas revelações de personagens reais e fictícios, o leitor descobrirá, juntamente com o psicólogo Sebastián Lindner, quem é o velho alemão misterioso, e mergulhará nas mesmas dúvidas do personagem: afinal, estaria ele diante de Adolf Hitler em pessoa - um dos personagens mais importantes e abomináveis da história mundial?

"A ideia que originou a trama de 'O Homem da Patagônia' surgiu quando li sobre o lançamento do livro Tras los pasos de Hitler, do jornalista argentino Abel Basti. Também já havia lido outros textos sobre a presença nazista na América do Sul, principalmente na Tríplice Fronteira, como o KBK - Uma história real, dos autores Luiz Monteiro Franco e Christiane Lopes Pereira. Teci a trama unindo a história argentina e sua conhecida relação com o nazismo, sobretudo na época de Perón”, afirma Paulo Stucchi. 

Ao se inspirar em fatos reais, o enredo destaca como os nazistas tentaram reorganizar seu poder em outras regiões, fazendo de "O Homem da Patagônia" uma obra bastante atual. “No livro, procurei também mostrar como os nazistas lamberam suas feriadas ao término da guerra e o fato de que nos deparamos com o legado neonazista até hoje em toda a América Latina”, finaliza o autor. Você pode comprar o livro "O Homem da Patagônia", de Paulo Stucchi, neste link.

 
Trecho do livro

[...] – Deve estar achando estranho uma jovem como eu conversar sobre esse tipo de assunto, não, dr. Lindner?

– De fato, não é comum – Sebastián admitiu, constrangido.

– É aí que chegamos ao real motivo que me traz aqui: meu pai. Ele é o responsável por eu conversar sobre esse tipo de coisas, com gente como o senhor. [...]

– Meu pai, dr. Lindner, foi um alto oficial do exército alemão. Como deve saber, já que é um homem inteligente, não posso dizer isso abertamente a qualquer um. Contou com um bocado de sorte para escapar de Berlim no fim da guerra, pouco antes de a cidade cair nas mãos dos soviéticos e de Stalin. [...]

 Aurora encarou Sebastián. Seus olhos grandes e de um azul profundo, penetrante, fizeram-no sentir-se diante de um demônio. Sim, apesar de possuir uma beleza quase angelical, Aurora tinha algo sinistro, demoníaco em si.

Sobre o autor
Paulo Stucchi é jornalista e psicanalista. Formado em Comunicação Social pela Unesp Bauru, com habilitação em Jornalismo, é especialista em Jornalismo Institucional pela PUC-SP e Mestre em Processos Comunicacionais, com ênfase em Comunicação Empresarial pela Universidade Metodista de São Paulo. Trabalhou como jornalista em revistas e jornais impressos, tornando-se editor, por 13 anos, de uma publicação segmentada para o setor gráfico.

Divide seu tempo entre o trabalho de assessor de comunicação e sua paixão pela literatura, principalmente, romances históricos. É autor das obras "Um de Nós Foi Feliz" (2022), "No Fundo do Rio" (2021), "Menina - Mitacuña" (2013), "O Triste Amor de Augusto Ramonet" (2011), "O Natal Sem Mamãe" (2008), "A Fonte" (2010) e de "A Filha do Reich" (2019), finalista do Prêmio Jabuti 2020, publicado pela editora Jangada. Compre o livro "O Homem da Patagônia", de Paulo Stucchi, neste link.

terça-feira, 17 de janeiro de 2023

.: Lista: Britney Spears e cinco músicas que previam a briga com o pai


No dia 12 de novembro de 2021 os fãs e o mundo comemoraram o fim da tutela que concedia a Jamie Spears, pai de Britney Spears, o poder de administrar as finanças e algumas decisões da vida pessoal da princesa do pop. A resolução foi o desfecho de quase 14 anos de luta da artista para recuperar o controle da sua vida e ocorreu, em parte, graças ao movimento mundial "Free Britney", que começou em 2019, após a internação da artista em um centro psiquiátrico, e chegou a ser um fenômeno global a favor da cantora.

O caso é retratado em "Jamie VS Britney: o Julgamento da Família Spears", produção disponível na HBO Max, que apresenta os dois lados da moeda de uma das batalhas judiciais mais longas e impactantes do universo do entretenimento. O público terá acesso pela primeira vez à versão de Jamie, o passado da família Spears, os problemas que Britney teve ao virar celebridade, depoimentos inéditos de colegas e muito mais.

Embora a vida de Britney tenha sido objeto de grandes escândalos nos últimos anos, os fãs se concentram no seu talento, nos seus sucessos e no variado repertório de canções marcantes para várias gerações. Desde os 17 anos, quando lançou seu primeiro álbum, “Baby One More Time”, Britney encontrou na música não só uma forma de vida, mas também uma ferramenta para expressar seus sentimentos e desejos mais profundos com palavras que sem dúvida tocam os fãs e fazem com que eles vejam na princesa do pop um reflexo das suas próprias vivências.

 Por isso, ao escutar músicas como “Overprotected” ou “Lucky” é impossível não sentir cada palavra como um pedido de socorro, diante da pressão de crescer em um ambiente como Hollywood, no qual as lentes e as luzes das câmeras não paravam de assediá-la. Por isso, para entrar no clima do documentário, convidamos você para relembrar e analisar esta seleção das músicas que anunciavam - sem que soubéssemos - a tempestade que Britney enfrentaria anos depois e que a levou a uma batalha judicial inimaginável com a família, como retrata o seriado.


"Overprotected"
Esta eletro pop lançada em 2001 mostra como Britney se sentia superprotegida ao longo da vida, a ponto de revelar na letra que não tinha controle das suas decisões. A artista defende sua necessidade de espaço e diz “não preciso que ninguém me diga o que eu quero”. Foi justamente o que aconteceu sete anos depois.


"Everytime"
Uma balada composta e interpretada por Britney, em que o piano predomina. Na época do lançamento houve um forte boato de que era dedicada a Justin Timberlake, ex-namorado da cantora, mas isso nunca foi confirmado. De qualquer forma, a música fala sobre a perda do primeiro amor. O que mais chama a atenção é o clipe dirigido por David LaChapelle, que mostra Britney sendo assediada por paparazzis e brigando com seu parceiro, a ponto de querer se suicidar.

"Lucky"
Um dos singles mais lembrados do álbum “Oops!... I Did It Again” é “Lucky”, que conta o que acontece com muitos artistas quando atingem um nível de sucesso e de fama inimaginável. De fora, parecem totalmente felizes, mas isso é só uma máscara. Nesta música, por exemplo, Britney fala de uma superestrela, de uma mulher com sorte, mas que por trás do sorriso e da maquiagem esconde muita tristeza e uma vida vazia.


"Stronger"
Nem tudo é tristeza! Nesta música que recebeu vários prêmios, Britney mostra seu lado empoderado, exatamente o que precisou manter durante todo esse tempo para superar tudo o que aconteceu com ela. Hoje soa ainda mais forte do que ontem. Trata-se da música perfeita para cantar aos berros na frente do espelho.


"My Prerogative"
“Não preciso de autorização, eu tomo as minhas próprias decisões”, diz Britney nesta música na qual, novamente, defende que a deixem viver tranquila e parem de falar da sua intimidade. A faixa faz parte do seu primeiro álbum de grandes sucessos, “Greatest Hits: My Prerogative”, lançado em 2014 e que vendeu 5,6 milhões de cópias no mundo. Foi considerada pela imprensa uma resposta a quem criticou seu casamento com o dançarino Kevin Federline.

.: Livro "12 Ingredientes e Uma Dose": viagem pelo Brasil através da comida


A editora Alaúde lança "12 Ingredientes e Uma Dose - Uma Viagem Pelo Brasil Através da Comida", obra que procura mostrar como se construiu a nossa identidade alimentar. Para celebrar o lançamento, que tem o apoio do Itaú Cultural, haverá um bate-papo com os autores, seguido de sessão de autógrafos, no dia 31 de janeiro, às 19h. 

Que maneira melhor de entender nossa história e nossa identidade senão pela comida? Pois é isso o que este livro procura fazer: compreender as práticas culturais que envolvem o ato de alimentação e como elas se desenvolveram ao longo da nossa história, bem como entender as relações da nossa culinária com outros aspectos da nossa cultura: música, literatura, artes etc. 

Os autores se concentram em doze ingredientes comestíveis e uma bebida, que estão classificados em três eixos, segundo a sua origem: “plantas de cá”, com ingredientes que faziam parte da cultura alimentar dos povos originários; “plantas de lá”, com alimentos introduzidos pelo colonizador no processo de ocupação do território; e “animais de toda parte”, com os animais trazidos pelo colonizador e outros que já andavam por aqui.

Fruto de um conhecimento sólido, mas escrito com leveza e bom humor, "12 Ingredientes e Uma Dose" diverte enquanto revela um país único, com uma cultura rica, própria e muito original. O livro é uma parceria com o Itaú Cultural, e a ideia de sua publicação nasceu do curso "Constelação das Artes: História do Brasil em 12 Ingredientes e Uma Dose", lançado na Escola Itaú Cultural em 2020 e ministrado pelos professores João Luiz Maximo da Silva e Sandro Marques, que assinam a obra. Você pode comprar o livro "12 Ingredientes e Uma Dose - Uma Viagem Pelo Brasil Através da Comida" neste link.


Sobre os autores:
João Luiz Maximo da Silva
, doutor em História pela USP, é professor do Centro Universitário Senac e coordenador da pós-graduação Gastronomia: História e Cultura, do Senac Aclimação. Desenvolve pesquisa histórica para diversas instituições nas áreas de cultura material e história da alimentação e da gastronomia.

Sandro Marques é mestre em Língua e Literatura pela USP e professor da pós-graduação Gastronomia: História e Cultura, do Senac-SP. É degustador profissional de azeites e autor de "Extrafresco: O Guia de Azeites do Brasil". Compre o livro "12 Ingredientes e Uma Dose" neste link.


.: O sucesso de "Mais Esperto que o Diabo", três anos entre os mais vendidos


Com mais de 95 mil cópias vendidas em 2022, o clássico de Napoleon Hill, "Mais Esperto que o Diabo", lançado pela Citadel Editora, responsável pela tradução, edição e divulgação da obra no Brasil, ocupa pelo terceiro ano consecutivo o topo da lista dos mais vendidos em autoajuda, um feito inédito.

Na categorial geral, a obra ficou em segundo lugar e permanece no top 3, também por três anos seguidos. Mas como explicar este fenômeno de vendas? Como um livro escrito há mais de 80 anos pode despertar o interesse de tantos leitores? Sucesso no mundo todo, "Mais Esperto que o Diabo", escrito por Napoleon Hill, foi o segundo título mais vendido de 2022, com 95.102 mil exemplares comercializados. Na categoria autoajuda, o livro alcança marca inédita ao dominar o topo da lista pelo terceiro ano consecutivo.

Hill também chega aos leitores do outro lado do Atlântico, em Portugal, pela Saudade Livraria e Distribuidora, ocupando a primeira e a sexta colocação, com o "Mais Esperto que o Diabo" (1.358 exemplares) e "Quem Pensa Enriquece - O Legado" (734 exemplares).

“Eu acho que a pergunta que a gente tem que fazer é ‘como pode um livro escrito em 1938, e que tenha ficado 73 anos escondido, ser o mais vendido do Brasil em 2020, 2021 e em 2022 ser o segundo mais vendido e o mais vendido por três anos seguidos na categoria de autoajuda?’. É simples, é um livro que fala com cada leitor, que faz com que o leitor examine a própria vida. Não só é um tapa na cara, mas ajuda cada leitor a tirar suas limitações e a lidar com a principal fonte que o diabo usa para nos alienar, que é o medo. Então, o ‘Mais esperto que o diabo’ é uma arma contra o diabo, uma arma que nós podemos utilizar para nos livrarmos dos medos, das limitações e buscar a vida que a gente realmente quer”, afirma Marcial Conte Jr., editor da Citadel .

Apaixonado por Napoleon Hill, ele estudou as obras e princípios do escritor norte-americano para que o seu legado chegasse da forma mais clara possível para milhares de pessoas. Além de emplacar nos mais vendidos com o best-seller, outros 20 títulos publicados pela Citadel Editora alcançaram a lista. Entre eles estão "Em Mim Basta!", de William Sanches (18.290), "Epaminondas", Clovis de Barros Filho (11.447), "Meditações", de Marco Aurélio (9.875) e "Mãos em Prece", da Monja Coen (4.255). Você pode comprar o livro "Mais Esperto que o Diabo", de Napoleon Hill, neste link.

.: "Senhor TV", o relato de um filho sobre a maior lenda da televisão brasileira


Lenda da TV que completaria 100 anos no último domingo, dia 15 de janeiro, Flávio Cavalcanti era polêmico, destemido, irreverente e sinônimo de audiência. Criou os programas de júri e descobriu nomes da MPB como Fafá de Belém e Alcione. Nascido em 1923, Flavio transformou a TV brasileira e moldou o perfil de apresentador seguido por tantos outros comunicadores ao longo da história.

O falecimento dele, em 1986, causou uma comoção tão grande que o SBT, sua casa na época, chegou a ficar fora do ar por 24 horas como sinal de luto. Para honrar o legado do pai e revelar detalhes inéditos de bastidores, Flavio Cavalcanti Junior, filho do apresentador, lançou o livro "Senhor TV - A Vida com Meu Pai, Flavio Cavalcanti", livro escrito pelo filho dele, Flavio Cavalcanti Junior


Flavio Cavalcanti, lenda da televisão brasileira, completaria 100 anos em 2023
Nossos comerciais, por favor! Esta é apenas uma das inúmeras célebres frases cunhadas pelo apresentador Flávio Cavalcanti, a mente brilhante, criativa, batalhadora e controversa que comandou programas de rádio e de televisão entre as décadas de 1950 e 1980. Ao lado de Chacrinha e Silvio Santos, ele se consagrou como uma das lendas da mídia brasileira e virou símbolo de uma época.

O legado desta lenda da televisão brasileira agora é revisitado e exaltado no livro "Senhor TV - A Vida com Meu Pai, Flavio Cavalcanti", lançamento da Matrix Editora, escrito por Flavio Cavalcanti Junior, filho do comunicador. Relato apaixonado de quem acompanhou o apresentador por uma vida inteira, a obra permite entender com detalhes como pensava e agia o lendário apresentador, cujo diferencial era o estilo polêmico, que ele cultivava com gosto, e que lhe rendeu problemas, desafetos, mas muita audiência. Nascido no Rio de Janeiro em 1923, ainda jovem conseguiu um feito impressionante: uma entrevista exclusiva com o presidente norte-americano John F. Kennedy.

Cavalcanti também é o criador do formato de júri da televisão brasileira. Pela extinta Rede Tupi, apresentou o primeiro programa exibido em rede nacional e que se tornaria líder de audiência. Lançou dezenas de cantores de enorme sucesso como Alcione, Emílio Santiago e Fafá de Belém. Se não gostava do que ouvia, porém, não se acanhava em quebrar diante das câmeras os discos que, segundo sua opinião, reunissem músicas e letras de baixa qualidade.

Em "Senhor TV", Flavio Cavalcanti Junior dá acesso aos bastidores da rotina pessoal e profissional desta figura icônica. Ele reforça a face corajosa do pai que enfrentou até mesmo a ditadura. Apesar de ter apoiado o movimento militar em seus primeiros momentos, Cavalcanti se colocou contra o governo assim que percebeu que ele havia instaurado uma ditadura. “O livro desvenda como funcionava a cabeça do meu pai, suas ideias, sua coragem, suas aparentes contradições e seu refúgio junto a família”, afirma o autor.

Assim como a vida, a morte do apresentador também marcou a história. Em 22 de maio de 1986, após chamar os comerciais, Flavio Cavalcanti não voltou do intervalo para dar sequência a seu programa. Uma isquemia no coração o levou para o hospital, onde ele morreu quatro dias depois. O falecimento motivou o SBT a substituir a programação do canal por uma nota de pesar durante 24 horas. Este momento notável é apenas uma representação do impacto de Cavalcanti para a TV brasileira e de sua ligação inegável com o público. Você pode comprar o livro "Senhor TV", de Flavio Cavalcanti Junior, neste link. 

.: "Vidas, Vísceras e Alguns Poemas", de Marcelo Reis, na lista dos dez mais


Transitando desde a fantasia à poesia, o escritor Marcelo Reis vem se destacando na literatura. Escrito por ele, o livro "Vidas, Vísceras e Alguns Poemas" alçou posição entre os 10 livros mais vendidos do segmento na Amazon. "Eu me senti um grande vitorioso", afirma ele. O mundo artístico sempre foi o grande fio condutor do trabalho dele, que é empresário artístico e produtor.

Marcelo Reis tem no currículo trabalhos com grandes nomes da música brasileira. Blitz e Danni Carlos são apenas alguns dos artistas que Marcelo já representou, e hoje representa George Israel e Daniel Del Sarto percorrendo palcos do Brasil e do mundo. Em meio à pandemia, e com as restrições provocadas pela crise sanitária, Marcelo passou a se dedicar ainda à literatura. 

“A literatura entrou na minha vida desde cedo, mesmo antes de saber ler e escrever, minha tia lia histórias em quadrinhos para mim, o que me deixava fascinado. A partir do momento que  fui alfabetizado me apaixonei por contar histórias e, claro, escrevê-las. Durante a pandemia tive o tempo que necessitava para me dedicar à literatura  com afinco, publicar livros e estabelecer uma carreira”, explica.

O que começou como uma atividade secundária, hoje se transforma em um grande objetivo profissional do escritor, que se reinventa em meio à mudança do mundo. Sem, é claro, deixar de lado o que mais ama fazer: os palcos. Assim, em 2020, Marcelo deu início aos lançamentos de seus livros. Passeando em estilos diferentes, que vão desde a realidade fantástica à poesia, as palavras do escritor vem se destacando em meio às vendas literárias no país.

Disponíveis através de lojas virtuais, o livro "Vidas, Vísceras e Alguns Poemas", figurou na lista entre os dez livros mais vendidos da Amazon Brasil. Segundo o escritor, o livro é resultado de três meses de trabalho. “Em um país com pouco acesso à cultura e onde o hábito da leitura não é difundido, saber que há pessoas interessadas naquilo que eu escrevo só me incentiva a trabalhar mais e mais”, conta Marcelo.

Ele revela que tem apego por cada uma de suas obras: “Todas as obras são verdadeiros filhos. De qualquer modo, tenho um carinho mais do que especial pelo livro 'Só Uma Canção'. Ele me conecta com o universo da música, onde exerço a profissão de empresário artístico. A ideia de um mundo distópico, onde a música desapareceu é muito diferente e me fascina. Além disso, há o personagem Davi, inspirado em um grande amigo, falecido em um acidente de carro, aos 23 anos, o cantor da banda Som da Rua – Liô Mariz.”

Seguindo uma literatura própria, Marcelo fala ainda sobre seu estilo de escrita, que vai passando por diferentes fases e as adversidades no mundo literário. “Trabalho com o surrealismo, fantasia e ficção. Fiz também dois livros de poemas. Tenho ideias para um livro com temática adolescente e talvez, em algum momento, escrever um romance.”

Marcelo já está trabalhando em novos projetos e adianta novidades: “Três novos projetos na literatura consomem meu tempo agora. O lançamento da minha  obra no formato físico, um novo livro de poemas chamado 'Dias Amargos e Doces Dias'. É minha menina dos olhos de ouro. O primeiro volume da 'Comunidade dos Sonhos', uma trilogia que trará personagens bem ricos, muita mitologia e uma história que apresentará um mundo baseado em sonhos lúcidos.”, finaliza. Você pode comprar o livro "Vidas, Vísceras e Alguns Poemas", de Marcelo Reis, neste link.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2023

.: Crítica: "Os Fabelmans" é maravilhosa semi-autobiografia de Steven Spielberg


Por: Mary Ellen Farias dos Santos 

Em janeiro de 2023


A essência do diretor Steven Spielberg romanceada no sensível e tocante semi-autobiográfico "Os Fabelmans"Em cartaz no Cineflix Cinemas, o longa de 2h 31m, começa em 1952, quando o garotinho Sammy Fabelman está prestes a testemunhar a magia do cinema pela primeira vez. Para tanto, enfrenta o medo do escuro e se apaixona por filmes após assistir com os pais (Michelle Williams de "O Rei do Show" e Paul Dano de "The Batman"), "The Greatest Show on Earth" ("O Maior Espetáculo da Terra")

Assim, o descendente da mente imaginativa da mãe, que também tem uma queda pela arte, pois antes de se dedicar à família, tocava piano, mesmo sendo criança guarda um importante segredo com ela e começa a produzir filmes caseiros "escondido". Quando o pai, dono de uma mente brilhante, toma conhecimento, influenciado pela esposa, incentiva o filho nas criações, mas sempre destaca que se trata de um hobby.

Enquanto a trama fortalece o retrato do amor entre mãe e filho, "Os Fabelmans" também consegue ser uma linda homenagem a sétima arte. Logo, grande parte do filme segue a linha do duelo família, enfocando na mãe de Sammy, e a arte. Há até a chegada de um tio distante que confirma tal embate que Sammy viverá no futuro. Com o passar do tempo, o primogênito da família judia, ganha irmãs que atuam nas produções. É durante a edição de uma gravação -que evoluiu com o passar do tempo, a ponto de exibir os filmes na escola-, que ele, sem querer, descobre o que mudaria, mais tarde, a configuração dos Fabelmans.

É inegável que a trama dirigida por Steven Spielberg evolui com riqueza a ponto de já no início fisgar o público. Com um arco narrativo cuidadosamente bem apresentado, da infância a adolescência de Sammy, o filme contempla tudo, sendo definitivamente perfeito. Além de transitar com sabedoria por outros gêneros como, por exemplo, o terror. Não há como negar que a oscilação de humor da mãe, resulta em cenas soturnas, seja quando atende a uma ligação telefônica inexistente ou leva os filhos no carro para perseguir um tornado.

Cativante e com sequências de puro deleite ao cinema, "Os Fabelmans" é um drama no ponto, de tão completo. Por vezes, provoca o público a pensar estar diante de uma produção grandiosa, com alta capacidade de receber indicações e total potencial para abocanhar bons prêmios do meio das produções cinematográficas. E como o drama é uma belíssima homenagem ao cinema, não há melhor pedida do que assisti-lo na telona do Cineflix. Imperdível!!

Em parceria com o Cineflix Cinemas, o Resenhando.com assiste aos filmes em Santos, no primeiro andar do Miramar Shopping. O Cineclube do Cineflix traz uma série de vantagens, entre elas ir ao cinema com acompanhante quantas vezes quiser - um sonho para qualquer cinéfilo. Além disso, o Cinema traz uma série de projetos, que você pode conferir neste link.


* Mary Ellen é editora do site cultural www.resenhando.com, jornalista, professora e roteirista, além de criadora do photonovelas.blogspot.com. Twitter:@maryellenfsm

Filme: "Os Fabelmans" ("The Fabelmans" )
Gênero: musical, drama
Classificação: 12 anos
Ano de produção: 2022
Direção: Steven Spielberg
Roteiro: Steven Spielberg e Tony Kushner
Duração: 2h31m
Elenco: Michelle Williams, Seth Rogen, Gabriel LaBelle e outros. 


Trailer




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