terça-feira, 21 de março de 2023

.: "John Wick – De Volta ao Jogo" é puro deleite aos fãs de filmes de ação

Por: Mary Ellen Farias dos Santos 

Em março de 2023


Pancadaria com tiroteio e muita luta corporal. Eis o longa "John Wick – De Volta ao Jogo" estrelado por Keanu Reeves. Com classificação etária para 18 anos, a produção dirigida por Chad Stahelski com duração de 1h36 vai na essência dos filmes de ação do final dos anos 80 até 90, encabeçados por Jean-Claude Van Damme, Arnold Schwarzenegger e Sylvester Stallone. No entanto, Wick vai além numa plena representação de um autêntico Chuck Norris com um leve toque de Bruce Lee.

Embora o filme comece próximo ao fim, ao trabalhar uma narrativa não linear, "John Wick – De Volta ao Jogo" apresenta um protagonista prestes a partir para outro plano, criando a curiosidade no público sobre o que aconteceu anteriormente ao "mocinho" da história. Para cativar e criar total empatia, cenas da história de amor dele com a esposa, Helen Wick, que acabou de morrer devido a uma doença terminal. Na tentativa de ajudá-lo a lidar com o luto, deixa como presente surpresa uma cachorrinha, Daisy.

É numa saída com o carro em que ele é abordado de modo surpreendentemente desagradável e, assim, a centelha de fogo em torno da volta de Jonathan ao jogo é acessa. Sem o último presente da mulher, Wick resgata um "eu" do passado que estava, inclusive, muito bem enterrado. 

"John Wick – De Volta ao Jogo" é puro deleite aos fãs de filmes de ação que curtem lutas acrobáticas de enfrentamento com sangue jorrando por todos os lados. O thriller tem ainda no elenco, além de Reeves, Laurence Fishburne (parceiros em "Matrix"), John Leguizamo ("Romeu e Julieta", "Moulin Rouge", ambos de ) e Angelica Huston ("A Família Addams"). Vale a pena conferir!

* Mary Ellen é editora do site cultural www.resenhando.com, jornalista, professora e roteirista, além de criadora do photonovelas.blogspot.com. Twitter:@maryellenfsm

Filme: "John Wick – De Volta ao Jogo" (Blonde)
Gênero: ação, thriller
Classificação: l8 anos
Ano de produção: 2014
Direção: Chad Stahelski
Duração: 1h 36m
Elenco: Keanu Reeves (John Wick),  Chad Stahelski, Lance Reddick (Charon), Ian McShane (Winston), Laurence Fishburne (Bowery King),  Donnie Yen (Caine), Halle Berry (Sofia Al-Azwar), John Leguizamo (Aurelio),  Bridget Moynahan (Helen), Asia Kate Dillon (The Adjudicator), Alfie Owen-Allen (Iosef Tarasov), Riccardo Scamarcio (Santino D'Antonio), Randall Duk Kim (Continental Doctor), Anjelica Huston (The Director),  Willem Dafoe (Marcus), Adrianne Palicki (Ms. Perkins)
Data de lançamento: 27 de novembro de 2014

Trailer





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.: Rede Globo exibe "John Wick - De Volta ao Jogo", inédito na TV aberta

.: "A Vingança do Poder": novo autoritarismo e enfraquecimento da democracia



Livro do acadêmico internacionalmente conhecido Moisés Naím faz uma análise sobre o cenário político e social contemporâneo diante do crescente poder dos autocratas que ameaçam a liberdade no mundo contemporâneo


Brasil, Estados Unidos, Peru, Ucrânia. São muitos os países que, em pleno século XXI, precisaram dar um passo atrás para lutar pela liberdade e pela democracia, diante do surgimento de forças que querem o oposto: a concentração do poder a quase qualquer custo. Em seu novo livro, "A Vingança do Poder" (Editora Cultrix), Moisés Naím, escritor venezuelano, acadêmico e colunista internacional de grandes jornais e Ph.D em economia, faz uma análise notável das tendências, condições, tecnologias e comportamentos que estão contribuindo para este movimento e que ameaçam as instituições democráticas, citando exemplos de estratégias de líderes autoritários, inclusive de Jair Bolsonaro, no Brasil.

Naím se concentra nos três P’s: populismo, polarização e pós-verdade. Os três não são exatamente uma novidade, porém, quando combinados pelos autocratas de hoje, minam a vida democrática de um modo novo e assustador. Segundo ele, o poder não se transformou, no entanto, a maneira como as pessoas o enxergam e o exercem é que se deturpou de forma perversa e ambígua.  A Vingança do Poder conecta os pontos entre eventos globais e táticas políticas que, quando olhados em conjunto, mostram uma transformação profunda no poder e na política contemporânea.

“Cada época tem visto uma ou mais formas de malignidade política. O que estamos vendo hoje é uma variante revanchista que imita a democracia enquanto, indiferente a qualquer limite, continua a miná-la. É como se o poder político tivesse feito um balanço de todos os métodos que as sociedades livres inventaram ao longo dos séculos para domesticá-lo e tivesse decidido contra-atacar. É por esse motivo que penso nisso como a vingança do poder”, diz o autor.

Este é um livro atual e urgente, que esmiúça a origem e o desenvolvimento dessa nova forma maligna de poder político ao redor do mundo, e mostra como ela corrói os fundamentos de uma sociedade livre - tanto em governos de direta quanto de esquerda. O autor analisa também como esta força autoritária se apoia em um núcleo compacto de estratégias para enfraquecer os alicerces da democracia e cimentar seu domínio, nas mais diversas regiões, além de dar exemplos de lutas para proteger a democracia e, em muitos casos, para salvá-la. Ao fazer esta análise, ele disseca as abordagens de diversos autocratas como Donald Trump (EUA), Hugo Chávez (Venezuela), Viktor Orbán (Hungria), Rodrigo Duterte (Filipinas), Narendra Modi (Índia) Jair Bolsonaro (Brasil), Recep Tayyip Erdoğan (Turquia) e Nayib Bukele (El Salvador), entre muitos outros.

Naím detalha como as mesmas estratégias para consolidar o poder de forma autoritária brotam repetidas vezes em circunstâncias políticas, econômicas e sociais muito diferentes de tempos anteriores. Um livro importante para entender o futuro da democracia que, entre outras questões procura responder: Podem as democracias sobreviver aos ataques de aspirantes a autocratas dispostos a destruir os pesos e contrapesos que limitam seu poder? Como? Por que razão o poder está se concentrando em certos lugares enquanto em outros está se fragmentando e deteriorando? E a grande pergunta: qual é o futuro da liberdade?


Você pode comprar "A Vingança do Poder", de Moisés Naim aqui: amzn.to/3yPNrOC


Elogios ao Livro:


“Naím oferece uma visão convincente e acessível do novo autoritarismo. Os leitores concordarão que o assunto desperta um interesse imediato.” – Publishers Weekly


“A Vingança do Poder me vem à memória porque considero Moisés Naím um dos mais empolgantes e singulares pensadores políticos do mundo. Este livro envolvente explora as tendências muitas vezes contraditórias que vêm remodelando o poder político e explica que nosso futuro depende de como elas são resolvidas. Leitura essencial.” – Madeleine Albright, ex-secretária de Estado dos EUA


“Se quer realmente entender a atual ameaça global à democracia, você deve lerAVingança do Poder. Moisés Naím escreveu uma obraprima.” – David Rubenstein, copresidente executivo do The Carlyle Group, presidente do The Kennedy Center e do Conselho de Relações Exteriores


“Como o 'fim da história' se transformou no renascimento da autocracia? Moisés Naím apresenta uma análise incisiva e uma perspectiva global para a questão mais perturbadora do século XXI, mostrando como o populismo, a polarização e as políticas de 'pós-verdade' impulsionaram a ascensão de líderes como Berlusconi, Bolsonaro, Orban e Erdogan, assim como Duterte e Donald Trump. Qualquer um que se preocupe com o futuro da verdade e da democracia deveria ler este livro.” – Alan Murray, CEO da Fortune


“Um retrato confiável e inteligente da disseminação global do autoritarismo e seus riscos... Uma singular e ampla gama de fatos que vem ocorrendo nas últimas duas décadas com líderes autoritários... quer ditadores da velha guarda, como Kim Jong-un, ou presidentes eleitos pelo povo, como Vladimir Putin.” – Kirkus

 

Sobre o autor: Moisés Naím é um grande acadêmico do Carnegie Endowment for International Peace e colunista internacionalmente prestigiado, com seu trabalho publicado em jornais como The New York Times, The Washinton Post, Newsweek, Le Monde e O Estado de São Paulo. Foi editor-chefe da Foreign Policy, ministro do Comércio da Venezuela e diretor-executivo do Banco Mundial. Naím é Ph.D em Economia pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts e doutor em Assuntos Internacionais pela American University. É também membro do Conselho de Relações Exteriores e membro honorário da Academia de Ciências Econômicas da Venezuela. Mora em Washington DC, com a família.


Livro: A Vingança do Poder

Autora: Moisés Naim

Editora: Cultrix

Páginas: 360

Compre "A Vingança do Poder", de Moisés Naim aqui: amzn.to/3yPNrOC

.: "Abba The Show" faz 11 apresentações no Brasil nos próximos meses

O fenômeno mundial se apresentará com músicos da Orquestra Sinfônica Nacional de Londres tocando os grandes sucessos que marcaram gerações. Foto: divulgação


O primeiro show será em Belém (14/04/23). No dia seguinte, estarão em Recife (15/04/23). O próximo final de semana é a vez da região sudoeste: Poços de Caldas (20/04/23), Rio de Janeiro (21/04/23), Belo Horizonte (22/04/23) e São Paulo (23/04/23). Após, o grupo parte para Porto Alegre (26/04/23), Araquari (28/04/23), Florianópolis (29/04/23), Brasília (30/04/23), encerrando em Goiânia (01/05/23).

A banda que ganhou projeção mundial e vem lotando lugares em mais de 40 (quarenta) países, "ABBA The Show", chega em terras brasileiras para uma mega turnê com 11 shows em diferentes cidades. O grupo sueco  desembarca no país em abril e irá se apresentar com músicos da Orquestra Sinfônica Nacional de Londres, regida pelo maestro Matthew Freeman.

O primeiro show será em Belém (14/04/23). No dia seguinte, estarão em Recife (15/04/23). O próximo final de semana é a vez da região sudoeste: Poços de Caldas (20/04/23), Rio de Janeiro (21/04/23), Belo Horizonte (22/04/23) e São Paulo (23/04/23). Após, o grupo parte para Porto Alegre (26/04/23), Araquari (28/04/23), Florianópolis (29/04/23), Brasília (30/04/23), encerrando em Goiânia (01/05/23).

Há quase meio século nascia na Suécia  um dos maiores fenômenos da música pop mundial ABBA. O quarteto formado por Benny, Bjorn, Agnetha e Frida, bateu todos os recordes, transcendeu horizontes e atravessou o tempo como um dos mais genuínos e  bem sucedidos grupos musicais de todos os tempos. 

Separados há mais de quatro décadas, nunca anunciaram um fim mas uma nova reunião sempre foi aguardada por diferentes gerações de fãs. Seus inúmeros hits ganharam força com a criação do musical “Mama Mia” que virou filme tornando-se uma das maiores bilheterias do cinema e do teatro musical. O aguardado retorno em estúdio ocorreu em 2021 para acompanhar o projeto “ABBA Voyager”, um espetáculo tecnológico que recriou em computador o quarteto pop que nunca mais voltou aos palcos. 

Para felicidade dos seus fãs, um projeto musical moldado com excelência  fez com que a banda não pudesse mais fazer.  Viajar pelo mundo apresentando-se para mais de dois milhões de pessoas com a mesma  maestria sonora e visual da formação original. 

Há duas décadas "ABBA The Show", criado por Camila Dahlin, Katja Nord, Matthew Freeman e Uffe Anderson, músico que acompanhou o quarteto, ganhou projeção mundial e vem lotando apresentações em mais de 40 países.

“ABBA THE SHOW” é um fenômeno em todo o mundo, tendo realizado cinco vezes mais shows que a primeira formação nos anos 60. Foram 130 vs 777, para mais de 2 milhões de pessoas em mais de 40 países pelo mundo. 

Entre as apresentações mais marcantes estão 3 noites com ingressos esgotados no Hollywood Bowl (2004, 2009 e 2010). E a memorável apresentação brasileira em 2011, quando o projeto se apresentou para mais de 70 mil pessoas no vale do Anhangabaú na cidade de São Paulo.

"ABBA The Show" é formado por Camila Dahlin, Katja Nord Mats Ronander, Janne Schaffer, Lasse Jonsson, Finn Sjobërg, Lasse Wellandere e Roger Palm, além de membros da Orquestra Sinfônica Nacional de Londres regida pelo Maestro Matthew Freeman.

O show propõe uma viagem no tempo numa mágica jornada através da história do ABBA, quando Bjorn, Benny, Agnetha Frida se apresentavam juntos. Uma extravagância musical repleta de hits em 2 horas de show com as clássicas “Waterloo”, “SOS”, “Mamma Mia”, “Dancing Queen”, “Money Money Money”, “Knowing Me Knowing You” e muito mais.


"ABBA The Show" é um fenômeno, um ícone musical que se mantém em alta mesmo depois de todos esses anos.


Datas: 

14/04 - Belém 

15/04 - Recife

20/04 - Poços de Caldas

21/04 - Rio de Janeiro 

22/04 - Belo Horizonte

23/04 - São Paulo

26/04 - Porto Alegre

28/04 - Araquari

29/04 - Florianópolis 

30/04 - Brasília 

.: "A Baleia": mensagem além das telas do filme premiado no Oscar

Quanto pesa uma palavra não dita? Um sentimento não expressado? No filme “A Baleia”, a obesidade e a “gordofobia” são apenas as primeiras camadas da arqueologia de uma alma em sofrimento. Que usa o corpo para carregar suas dores.

Quando atravessamos essa primeira barreira do peso, verificamos que sob o peso do corpo escondem-se outros sentimentos, que segundo a neuropsicóloga Roselene Espírito Santo Wagner são a perda, luto, repressão, castração, culpa, arrependimento, remorso e redenção. "Tal qual o famoso quadro de Edvard Munch: O grito", relembrou.

Segundo ela, no filme premiado no Oscar e no quadro citado só observamos o pânico, o desespero. Mas no fundo da tela, talvez com olhos atentos, possamos enxergar um pôr do sol. Uma nova possibilidade, no novo amanhecer. A busca do perdão, da redenção e da reconciliação com amores importantes, laços indissolúveis.

"Segundo Freud , 'É preciso amar para não adoecer'. Mas é igualmente necessário se sentir aceito, antes de ser amado. Pelo que se é, dedicando-se nessa aceitação, no projeto de vir a ser um ser humano. Somente o amor, ofertado e recebido pode nos humanizar de fato", mencionou.

Ainda conforme Leninha, como é mais conhecida, a Psicanálise aponta que a compulsão por comer constitui apenas uma forma de evitar a angústia que paradoxalmente produz um sofrimento ou um ato que se funde ao eu e cobra seu preço na moeda da angústia. "O personagem central da trama utiliza a obesidade numa tentativa de manifestação por meio do comer excessivo, uma compulsão, que mascara a falta de amor e amar. A intensidade da relação com a comida não parte de uma necessidade nutricional, nem de uma tentativa de obter prazer. Mas sim de uma necessidade de sobrevivência psíquica", explicou.

"O transtorno alimentar, seja anorexia, bulimia ou obesidade, é apenas o lugar de expressão da dificuldade de lidar com o sofrimento. E o alimento é tido como uma forma de preencher um vazio interno. Tais manifestações ocorrem quando o indivíduo não consegue expressar verbalmente seus conflitos. O psiquismo pode utilizar-se de outras formas para expor o que o aflige. O vazio existencial é sempre marcado pela falta do objeto perdido. Não conseguindo identificar que estamos sempre na esfera do olhar do outro. É pelos olhos que adentramos a alma", adendou.

Também conforme a neuro, o corpo físico é usado para as representações do ego subjetivo. Não somos só a pele que habitamos, somos principalmente os desejos que guardamos. O desejo de pertença e importância. O desejo de amar e ser amado.

"O personagem come sua fome de todos os amores perdidos, de todos os lutos vividos. É preciso ser humano para entender outro ser humano e igualmente imperfeito e finito, como nós", finalizou.


Sobre Dra Roselene Espírito Santo Wagner: Também conhecida como Dra. Leninha, é Ph.D em Neurociências, Dra em Psicologia, Mestre em Psicanálise e Neuropsicóloga especialista no tratamento de diversos transtornos, além de ser habilitada para aplicação de testes psicométricos reconhecidos mundialmente. Dra. Leninha tem participação em diversos programas de rádio e televisão, assim como periódicos e revistas nacionais e internacionais.  


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.: "Travessia": delegada Helô recebe denuncia de pedofilia

Atores e autora falam da repercussão da trama sobre o crime na internet


Uma mulher chega desolada na delegacia de Helô (Giovanna Antonelli) para denunciar que uma menina menor de idade foi enganada por um criminoso que se passou por uma atriz famosa, usando a tecnologia deep fake, em "Travessia". Em cenas previstas para irem ao ar a partir desta terça-feira (21), Vera (Renata Castro Barbosa) explica que a criança começou a receber chantagens de um homem mais velho, dizendo que divulgaria imagens íntimas da vítima, caso sua família não fizesse o pagamento exigido. 

Em conversa com Yone (Yohama Eshima), a delegada suspeita de que se trata de um criminoso já conhecido da polícia e que chegou a passar pelo presídio. Ela avisa que dará início à investigação e confisca celular e equipamentos da vítima. Enquanto isso, Karina (Danielle Olímpia) está longe de imaginar que sua nova amiga virtual não seja quem ela acredita, e continua cedendo aos pedidos invasivos do outro lado da tela. Tudo leva a crer que o suspeito de Helô se trata do mesmo criminoso que vem assediando Karina, sem ela saber. 

A atriz Danielle Olímpia, que dá vida à personagem, comenta a repercussão da trama nas redes sociais, e o impacto no público. “Eu estou recebendo tantos relatos de mães, de médicas, falando que é incrível o que estamos fazendo. De todas as partes, de todas as idades, de todas as gerações. A novela fez um alerta muito grande, e eu consigo enxergar isso em todos os comentários. Tem muita gente que não achava que aquilo poderia ser real e, hoje, por ter essa pauta na novela, as pessoas estão tendo mais informação. Como atriz, eu fico muito grata de poder ajudar nesse alerta”, afirma. 

Já o ator Claudio Tovar, que interpreta o criminoso, destaca o perigo que a internet pode causar às crianças que acessam diferentes plataformas sem a supervisão dos responsáveis. “Acho que a proposta do personagem é justamente alertar os pais sobre o que pode estar acontecendo dentro de casa, para que eles prestem ainda mais atenção no que os filhos estão fazendo na internet”, ressalta. 

Gloria Perez, conhecida por tratar de temas sociais em suas novelas, reforça a importância de trazer assuntos como este na dramaturgia. “A intenção é fazer um alerta aos pais e responsáveis de que o crime se adapta a qualquer possibilidade de comunicação. Tentar mudar a percepção de que em casa, usando a internet, os filhos estão sempre protegidos. É importante mostrar que atrás de uma tela de computador ou de celular existe um universo, onde é possível um criminoso se passar por terceiros e manipular as vítimas, principalmente crianças e adolescentes, que estão mais ativas e vulneráveis na internet”, diz. 

"Travessia" é criada e escrita por Gloria Perez, com direção artística de Mauro Mendonça Filho, direção de Walter Carvalho, Andre Barros, Mariana Richard e Caio Campos. A produção é de Claudio Dager e Tatiana Poggi, e a direção de gênero é de José Luiz Villamarim.

segunda-feira, 20 de março de 2023

.: “Era uma grande rebelde”, diz Mariana Ximenes sobre personagem polêmica


Mariana Ximenes na pele da personagem Bionda, que dividiu opiniões entre os espectadores da época. Foto: Cristiana Isidoro

Ouvir os nomes de personagens como Bionda, Tatuapu, Baldochi, Maria João, Van Damme, Beterraba, Nikos, Pierina e Brigitte é pura nostalgia. Dá vontade de voltar aos anos 2000 para acompanhar as aventuras dessa turma que movimentou a faixa das sete da TV Globo com "Uga Uga", novela de Carlos Lombardi

As saudosas Nair Belo e Betty Lago, ao lado de Lima Duarte, Mariana Ximenes, Claudio Heinrich, Humberto Martins, Vivianne Pasmanter, Danielle Winits, Marcos Pasquim, Marcello Novaes e grande elenco proporcionam ao público uma maratona lotada de ação, humor e irreverência com a chegada da obra de Carlos Lombardi ao catálogo, pelo projeto de resgate de clássicos da dramaturgia.     

Entre os destaques da época, a Bionda de Mariana Ximenes, que bombou com sua personalidade forte e invadiu as ruas com acessórios de seu figurino. “Vai ser muito divertido ter a chance de ver novamente essa história. ‘Uga Uga’ é uma novela divertida, hilária. E ter a chance de rever a Bionda, um papel que fiz com 18 anos, muitas lembranças passarão pela minha cabeça. Até hoje as pessoas comentam sobre a fuga dela vestida de noiva”, conta a atriz, se referindo à fama da personagem em abandonar seus noivos no altar. “Ela era uma grande rebelde, que só fazia o que queria. Isso é muito subversivo hoje, imagina há 23 anos”, comenta Mariana. “As pessoas se dividiam. Tinha quem adorasse o lado bem-humorado, rebelde e inconsequente dela e quem também me passasse um sermão, dizendo que era para ela tomar juízo. É divertido quando conseguimos chegar a tantas pessoas e de maneiras diferentes”, completa.   

A história de Bionda se desenvolve em paralelo às duas tramas centrais que conduzem a novela, como a de Adriano/Tatuapu (Claudio Heinrich). A obra mostra as dificuldades do jovem, criado entre indígenas, que tenta se readaptar à vida em uma metrópole, depois de 20 anos. Após o falecimento dos pais em uma expedição à Floresta Amazônica, o órfão é criado por um Pajé (Roberto Bomfim). Enquanto isso, mesmo sem ter certeza de que o neto está vivo, Nikos Karabastos (Lima Duarte) não mede esforços para reencontrá-lo. 

Os traumas do passado também marcam o sargento Bernardo Baldochi (Humberto Martins) e sua ex-noiva, a mecânica Maria João (Vivianne Pasmanter). Para protegê-la de um perigoso criminoso que já prendeu, o oficial foge no dia do casamento e simula a própria morte. Desde então, sob a identidade de Bento, Baldochi mora em Costa Rica, cidade fictícia do Mato Grosso do Sul, a alguns quilômetros da selva onde vive Adriano/Tatuapu. Já Maria João, que continua em Santa Teresa, no Rio de Janeiro, deixou o romantismo de lado para se transformar em uma mulher avessa a relacionamentos, principalmente às investidas do feirante Beterraba (Marcello Novaes).    

Escrita por Carlos Lombardi, com colaboração de Margareth Boury e Tiago Santiago, "Uga Uga" reúne ainda em seu elenco nomes como: Vera Holtz, Tato Gabus Mendes, Silvia Pfeifer, Stepan Nercessian, Wolf Maya, Juliana Baroni, Tatyane Goulart, Angelo Paes Leme, Heitor Martinez, Luciano Szafir, Maria Ceiça, Nelson Freitas, Alexandre Lemos e artistas que deixaram saudades. Entre eles, Françoise Forton, Geórgia Gomide e John Herbert. Confira a entrevista completa com Mariana Ximenes, que descreve o saudosismo de rever a personagem Bionda e comemora a chegada da novela ao streaming da Globo.


Como está a expectativa para rever "Uga Uga" depois de 23 anos?
Mariana Ximenes -
Vai ser muito divertido ter a chance de ver novamente essa história. "Uga Uga" é uma novela divertida, hilária. E ter a chance de rever a Bionda, um papel que fiz com 18 anos, muitas lembranças passarão pela minha cabeça. Ela era uma personagem bem irreverente. Até hoje as pessoas comentam sobre a fuga dela vestida de noiva.


A Bionda bombou na época com sua personalidade forte e o figurino, que invadiu as ruas. Como a personagem te marcou?
Mariana Ximenes - Ela era uma grande rebelde, que só fazia o que queria. Isso é muito subversivo hoje, imagina há 23 anos. A recepção do público foi bem calorosa. Graças a figurinista Marilia Carneiro, que me ajudou a criar a Bionda do jeitinho que ela foi. Eu adorava me vestir de noiva e ela criou um modelito diferente do outro. Para mim, profissionalmente, foi a oportunidade de mostrar outros lados meus como atriz, afinal, Bionda era completamente diferente da Celi, de "Andando nas Nuvens", que foi minha personagem anterior na Globo.


Sentiu essa repercussão?
Mariana Ximenes - 
Muito. As pessoas se dividiam. Tinha quem adorasse o lado bem-humorado, rebelde e inconsequente dela e quem também me passasse um sermão, dizendo que era para ela tomar juízo. É divertido quando conseguimos chegar a tantas pessoas e de maneiras diferentes. Curioso também esse tipo de história nos dias de hoje. A dramaturgia mudou muito, porque nós também nos transformamos.   
     

Como era o clima das gravações? Lembra de alguma curiosidade dos bastidores que te marcou?   
Mariana Ximenes - 
Foi muito gostoso, a turma era ótima. O Wolf (Maya) conseguiu reunir um timaço.


Lembra de alguma curiosidade dos bastidores que te marcou?   
Mariana Ximenes - 
No início, passamos um tempo em Ilha Grande para gravar e foi maravilhoso ter aquele tempo naquelas paisagens paradisíacas do Rio de Janeiro - um encantamento para uma paulista recém-chegada na Cidade Maravilhosa. Lembro também que eu fazia uma peça ao mesmo tempo da novela: “A Rosa Tatuada”, do Tennessee Williams. Era uma correria danada para conciliar, mas eu amava poder viver uma personagem moderna como a Bionda e outra “de época” no clássico do teatro.

.: Entrevista: Jade Picon fala sobre o amadurecimento de Chiara na novela


Na imagem, o bastidor de Jade Picon se preparando para as cenas do casamento de Chiara, antes da virada da personagem. Foto: Globo/Manoella Mello


Chiara (Jade Picon) está determinada a recuperar as ações do pai e a cuidar do que é seu, em "Travessia", novela das nove de Gloria Perez. Nos próximos capítulos do folhetim da TV Globo, Guerra (Humberto Martins) e Cidália (Cassia Kis) continuam tentando entender de que forma o rapaz se tornou sócio da empresa, e é a herdeira da construtora que vai ajudar a desvendar esse mistério. 

Além de correr atrás de informações que provem que Ari (Chay Suede) se aproveitou do estado de Guerra para conseguir sua assinatura, Chiara decide trabalhar na construtora para aprender a lidar com os negócios, e deixa todos surpresos com sua postura e comportamento diante do golpe de Ari. “Ela vai passar a ser uma pessoa menos impulsiva, começa a pensar e planejar mais seus passos. E foi o golpe de Ari que desencadeou nela essa vontade de aprender, de querer assumir os negócios do pai no futuro. Ela não quer deixar ninguém sentar na cadeira que, por direito, é dela. Se não tivesse acontecido nada disso, provavelmente não teria esse pensamento”, diz Jade. Confira entrevista completa com a atriz.


Qual é a sua opinião sobre os desdobramentos da trama e a forma como a Chiara vai reagir a isso?
Jade Picon - Eu estou amando tudo o que está acontecendo e confesso que a reação da Chiara me surpreendeu. Mas eu amei e fiquei fascinada, porque são nesses momentos difíceis e de extrema mudança que você tem que resgatar - de uma hora para a outra - forças de um lugar que você nem sabe que tinha, ou você é derrubado e se entrega a esse sentimento de perda e de desamparo. Eu achei lindo como tudo aconteceu com a personagem, inicialmente ela fica desamparada, sem entender, mas, a partir do momento que compreende o que está acontecendo, ela não se entrega, não desiste, e fica ainda mais forte. Ela traz essa força, essa determinação, então isso me impressionou e eu fiquei muito feliz.
 

Ela vai começar a trabalhar na empresa e deixará de ser aquela menina que sempre conseguiu o que queria. Como você descreve essa transformação e a nova Chiara?
Jade Picon Ela vê o que foi feito com o pai e com ela, e quer ajudar. Está acostumada a vida inteira a todo mundo fazer tudo por ela, ia para a empresa só para passear, falar alguma coisa, pedir dinheiro ou para ver o Ari (Chay Suede). Agora ela quer colocar a mão na massa, e isso é muito legal. A Chiara vai começar a fazer as coisas acontecerem. Ela vai passar a ser uma pessoa menos impulsiva, começa a pensar e planejar mais seus passos. E foi o golpe de Ari que desencadeou nela essa vontade de aprender, de querer assumir os negócios do pai no futuro. Ela não quer deixar ninguém sentar na cadeira que, por direito, é dela. Se não tivesse acontecido nada disso, provavelmente não teria esse pensamento. O mais legal disso, e que eu tenho trabalhado tanto nas cenas quanto na caracterização e no figurino, é ela não perder a essência, porque ninguém muda da noite para o dia, e vira completamente outra pessoa. O público pode esperar uma nova Chiara, determinada, forte e mais madura. Vão ver muitas mudanças, mas ainda é a Chiara. Ainda é uma menina, uma jovem. Estou muito animada e feliz com essa nova fase da personagem. 
 

Chiara vai se aproximar de Brisa nos próximos capítulos. Como será essa aproximação e a relação entre as duas? 
Jade Picon O que une a Brisa (Lucy Alves) e a Chiara, agora, é o desespero da Brisa em relação ao Tonho e o desamparo da Chiara em relação ao Ari. As duas sofreram na mão do mesmo homem. Esse sofrimento, querendo ou não, conecta. Independentemente dos problemas que elas têm, vão deixar isso um pouco de lado. Teve a cena em que a Chiara não está passando bem, a Brisa segura e a leva para casa, dá água... então aí, nesse caos que acontece na vida da Chiara, acaba acontecendo uma conexão entre as duas, o que eu acho muito bacana. Levanta, inclusive, a pauta de sororidade, de duas mulheres completamente diferentes, que tinham seus embates, seus problemas, mas estão se ajudando.
 

Como a Chiara é seu primeiro papel, quais são os principais desafios ao encarar essas mudanças na sua personagem?
Jade Picon Sempre que me perguntam sobre desafios ou dificuldades, o que é mais, o que é menos, eu digo que tudo é uma dificuldade e um desafio. É tudo muito novo para mim, então eu não saberia dizer os principais desafios. É muito legal porque quando eu leio as cenas, ou quando vou fazer as cenas, eu vejo as diferentes reações da Chiara. Falas da Chiara que eu penso “se fosse antes, seria completamente diferente”. Acho que a dificuldade é achar um caminho do que era antes para o que vai ser, sem ficar desconexo. Achar uma linha, que você veja que é a mesma pessoa, mas uma pessoa mudada.

.: "O Castelo de Gelo", de Tarjei Vesaas: amizade moldada pelo frio e pelo gelo

Em "O Castelo de Gelo", obra-prima do lendário escritor noruguês Tarjei Vesaas, duas meninas descobrem os laços da amizade em uma paisagem moldada pelo frio e pelo gelo. Durante as férias escolares, a tímida Unn fica órfã e é acolhida pela tia em um vilarejo remoto da Noruega. Logo no retorno às aulas, Siss, uma menina extrovertida e querida por todos, se encanta com a personalidade intrigante de Unn. Depois de algumas tentativas malsucedidas, consegue se aproximar da nova colega, que a convida para visitá-la em uma noite gélida no fim do outono.

O encontro, cercado de curiosidade e tensão, acontece no quarto de Unn, e desde o primeiro momento as duas meninas de 11 anos, embora muito diferentes entre si, sentem uma conexão especial. Mas o que elas veem quando se olham juntas no espelho? Qual o segredo que Unn gostaria de confidenciar quando revela: “Não sei se vou para o céu”? Por que Siss reage de forma tão brusca à declaração da nova amiga? Siss precisa buscar essas respostas. 

No dia seguinte, ela vai empolgada para a escola, mas Unn decide que precisa ficar sozinha com seus pensamentos, e sai rumo ao castelo de gelo, uma construção quase fantástica que se forma em torno de uma cascata congelada. Unn se perde pelos corredores labirínticos do castelo de gelo, e o mundo de Siss desaba. Ela se fecha em si mesma e se torna quase um duplo daquela menina estranha e desaparecida, e durante o longo inverno terá que lutar com a escuridão dos dias e dos seus próprios sentimentos, em uma batalha contra a solidão e o esquecimento. 

Interpretar o romance como um simples drama psicológico do início da puberdade, contudo, seria reduzir a força literária desta obra única de Tarjei Vesaas. Clássico atemporal da literatura escandinava, "O Castelo de Gelo" foi escrito no auge da potência criativa do autor. Com uma prosa a um só tempo sóbria e evocativa, Vesaas envolve o leitor com paisagens invernais que guardam tantos segredos quanto a mente humana. Compre o livro "O Castelo de Gelo" neste link.


O que disseram sobre o livro
“Como é simples este romance. Como é sutil. Como é potente. Como é diferente de qualquer outro. É único. É inesquecível. É extraordinário.” Doris Lessing, escritora

“Me surpreende o fato de este não ser o livro mais famoso do mundo.”
Max Porter, escritor


Trecho do livro
Siss pensava muito sobre isso. E finalmente chegou a hora. Agora, hoje. Foi por isso que ela veio até aqui. De manhã cedo lá estava o bilhete sobre a carteira de Siss:
Preciso te ver, Siss.
Assinado: Unn.
Um raio de luz vindo de algum lugar.
Ela se virou e deu com aquele par de olhos. Olhos que invadiam e se deixavam invadir. Era tão estranho. Mais que isso ela não sabia, mais que isso ela não conseguia nem imaginar.
Outros bilhetes foram trocados naquele dia tão especial. Mãos prestativas os repassavam de carteira em carteira.
Também quero muito te encontrar.
Assinado: Siss.
Quando posso te ver?
Quando quiser, Unn! Pode ser hoje.
Então vai ser hoje!
Quer ir na minha casa hoje, Unn?
Não. É você quem tem que ir na minha casa, senão não quero.
Siss virou-se abruptamente. O que foi isso? Viu aqueles olhos, reparou que Unn assentia para o que estava escrito no bilhete. Siss não hesitou nem por um
segundo e escreveu a resposta:
Eu vou.
E assim terminou a troca de bilhetes. A conversa só foi retomada depois que a aula chegou ao fim. Uma troca de palavras tão breve quanto discreta. Siss perguntou se Unn não gostaria de voltar junto com ela para casa.
Não, por quê? — disse Unn.
Siss estancou. Teve a impressão de que o motivo era a tia de Unn, uma pessoa humilde e sem posses — e também porque era ela quem estava mais acostumada a receber amigas em casa. Sentiu vergonha e não podia dizer isso a Unn.
Não, por nada — disse.
Você disse que viria comigo já, não foi?
Sim, mas não posso ir com você agora, primeiro preciso passar em casa e avisar.
É mesmo.
Então vou hoje à noite — disse Siss, fascinada. O porquê daquele fascínio era um mistério. Era como se o corpo inteiro de Unn estivesse iluminado por uma espécie de aura.
Era isso e nada mais o que Siss sabia sobre Unn — e agora estava a caminho de encontrá-la, depois de ter passado em casa e avisado os pais. O frio penetrava suas roupas. O chão rangia sob os pés, e o gelo estalava ao longe.
Então despontou no horizonte a casinha onde Unn e a tia moravam. A luz bruxuleava por entre as folhas das bétulas. O coração acelerou de alegria e ansiedade.

Sobre o autor
Tarjei Vesaas (1897-1970) nasceu em Telemark, no sul da Noruega. Autor prolífico, é conhecido principalmente por seus romances e contos. Apreciador de longas caminhadas, fez das paisagens nórdicas uma característica predominante em sua obra, também permeada por temas como a infância, a culpa e a perda. Garanta o seu exemplar de "O Castelo de Gelo" neste link.

.: Entrevista: Elísio Lopes Jr. fala sobre as emoções da nova novela das seis


Autor de "Amor Perfeito" conta sobre o que o público pode esperar da próxima novela das seis. Na imagem, 
Elisio Lopes Jr., Duca Rachid e Júlio Fisher. Foto: Globo/Paulo Belote

Nesta segunda-feira, dia 20 de março, começa "Amor Perfeito", a próxima novela das seis. E o autor Elísio Lopes Jr. fala sobre as emoções e  tramas que prometem fazer da cidade fictícia de Águas de São Jacinto um lugar onde o mais sublime dos sentimentos transborda em suas variadas formas. Confira abaixo a entrevista. Ele divide a autoria com Duca Rachid e Júlio Fischer.

A nova novela apresenta uma história sobre o mais sublime dos sentimentos - o amor e suas diferentes manifestações. A trama se passa nas décadas de 1930 e 1940 em Águas de São Jacinto, uma fictícia cidade do interior de Minas Gerais, e é livremente inspirada na obra “Marcelino Pão e Vinho”, de José María Sánchez Silva, publicada pela primeira vez no começo dos anos 50.

Elísio Lopes Jr. é roteirista, dramaturgo e diretor artístico, nascido em Salvador (BA), com atuação em teatro, televisão e cinema. Tem em seu currículo mais de 30 textos teatrais montados no Brasil, entre eles, o musical “Dona Ivone Lara - Um Sorriso Negro” (2019) e o drama “Liberté” (2022). No cinema é um dos roteiristas de “Medida Provisória” (2020) e “Ó Paí Ó 2”, com estreia prevista para 2023.

Na TV Globo, assinou a redação final do programa "Lazinho com Você" (2017) e roteiros de programas como "Esquenta" (2011). No Canal Brasil, assinou também roteiros do programa "Espelho" (2005). Fez consultoria para os roteiros das séries "Filhos da Pátria" (2017), de Bruno Mazzeo, e "Fim", de Fernanda Torres. Assinou ainda o roteiro da série ficcional "Papo de Moleque" (2013), na TV Brasil. Na literatura tem três livros publicados: “Carne Fraca” (1998), “Trilogia da Noite” (2017) e “Monocontos - Histórias Para Ler e Encenar” (2021). Confira abaixo a entrevista.


Como vocês chegaram nessa configuração da Irmandade dos Clérigos de São Jacinto?   
Elísio Lopes Jr. - Amor e diversidade: é um exercício, o tempo todo, de amor.   

Em "Amor Perfeito" teremos um núcleo cômico ou isso vai passear por diversos personagens?   
Elísio Lopes Jr. - A Ione (Carol Badra), que acaba indo para o lirismo também. Isso responde um pouco da questão da brasilidade. A gente é um povo que tropeça e ri de si mesmo, levanta e vai. Esse humor está espalhado na novela, uma hora você está rindo, outra hora chorando, aí você se emociona e você se aborrece. Não vejo o humor num lugar só. Até os vilões têm cenas engraçadas.


O que vocês destacariam como diferencial dessa novela?
Elísio Lopes Jr. - A gente tem um desejo, sempre que está escrevendo, de que a novela seja brasileira. É uma história universal que trata de fé, trata de amor de mãe e filho, mas ela está sempre contada no Brasil e num dos “ brasis" que não foi muito visto, principalmente nessa época e nesse tempo. Trazer essa história para esse universo de um Brasil de época, que ainda não é tão conhecido pelo espectador, gera, inclusive, uma inversão de expectativa de alguma forma. Você espera ver as pessoas num enquadramento, numa forma, e elas vão vir com outras cores, com outras formas, com sotaque, contando essa história de um jeito que ainda não é tão comum.


O que significa para vocês estarem nesse projeto? Quais as expectativas?
Elísio Lopes Jr. - A Duca (Rachid) foi a minha supervisora numa série que eu estava escrevendo ano passado e, quando a gente começou a trabalhar juntos, não parecia trabalho. A gente trocava muito no processo, foi algo tão fluido e tão amoroso, eu me senti muito livre para criar e colocar as minhas ideias. E aí ela me chamou para a novela, eu não conhecia o Júlio ainda. No finalzinho de março de 2022 a gente começou a se encontrar, e de sábado para domingo, quando temos a lacuna dos encontros, eu sinto uma falta. Eu me emociono muito com isso porque eu tenho uma reverência muito grande por quem veio antes, isso não tem preço. O Júlio (Fisher) é um poço de conteúdos, cada lugar que você puxa ele traz uma referência, sempre tem uma coisa para te agregar. E a Duca tem uma mão de te puxar de onde está e te colocar mais para cima, que é sobrenatural. Eu me sinto num lugar de aprendizado, com muito respeito, que não é tão simples de encontrar.

.: "Os Banshees de Inisherin" com 9 indicações ao Oscar®, estreia no Star+

Destaque nas principais premiações da indústria cinematográfica, o filme é dirigido e escrito por Martin McDonagh e conta com Colin Farrell, Brendan Gleeson, Kerry Condon e Barry Keoghan no elenco


Aclamado pela crítica, o novo filme da Searchlight Pictures, “Os Banshees of Inisherin” estreia com exclusividade no Star+ em 22 de março. O longa-metragem de Martin McDonagh liderou a lista com mais indicações do Globo de Ouro® (oito no total), conquistando três prêmios e sendo o maior vencedor da noite. Além disso, a produção recebeu nove indicações ao Oscar® 2023, incluindo Melhor Filme, e ao BAFTA®, considerado o Oscar Britânico.

Situado em uma ilha remota na costa oeste da Irlanda, “Os Banshees of Inisherin” acompanha os amigos de longa data Pádraic (Colin Farrell) e Colm (Brendan Gleeson), que se encontram em um impasse quando Colm inesperadamente põe fim à amizade deles. Um atordoado Pádraic, auxiliado por sua irmã Siobhán (Kerry Condon) e o problemático jovem ilhéu Dominic (Barry Keoghan), se esforça para consertar o relacionamento, recusando-se a aceitar um não como resposta. Os esforços repetidos de Pádraic de pôr um fim no relacionamento apenas fortalecem a determinação de seu ex-amigo de reatá-lo. Quando Colm entrega um ultimato desesperado, consequências para ambos começam a acontecer.


Trailer oficial



domingo, 19 de março de 2023

.: "Memórias do Caos": teatro, cinema, literatura e foto no Sesc Bom Retiro


Marat Descartes dirige a atriz Magali Biff, em peça que enfoca as  mudanças climáticas e põe em cena ensaio fotográfico inédito de Bob Sousa. A trama é uma adaptação livre do romance "The Memoirs of a Survivor", da inglesa Doris Lessing, Prêmio Nobel de Literatura. Foto: Bob Sousa



Unindo literatura, teatro, fotografia e cinema, "Memórias do Caos" apresenta ao espectador uma narrativa híbrida na estreia que acontece no dia 17 de março, às 20h, no Sesc Bom Retiro. A montagem é uma adaptação livre do romance "The Memoirs of a Survivor", da inglesa Doris Lessing, vencedora do Prêmio Nobel de Literatura.

A direção é de Marat Descartes e o elenco conta com Magali Biff, Tatiana Thomé, Humberto Morais e Der Gouvêa. Trazendo para a cena um ensaio fotográfico inédito de Bob Sousa, o projeto tem curadoria da jornalista e roteirista Beatriz Carolina Gonçalves, que também assina a dramaturgia do espetáculo. A temporada vai até 23 de abril com sessões sempre sextas e sábados, às 20h, domingos e feriados, às 18h.   

A peça se passa num futuro próximo, após uma grande catástrofe. Em meio a uma sociedade degradada, convulsionada por cataclismos, vírus, refugiados e gangues de crianças dessocializadas, uma mulher e uma menina – acompanhada por seu cão – tentam sobreviver, ressignificando o passado em busca de uma nova utopia.  

A ação da peça se divide em dois níveis: o tempo presente, local do colapso social, onde a ação transcorre, e o mundo em ruínas atrás da parede, tempo do inconsciente, apresentado por meio do ensaio fotográfico de Bob Sousa, que vai acompanhar a mulher no resgate de suas memórias. Narrativa dentro da narrativa principal, o ensaio fotográfico se inspira no famoso média-metragem "La Jeteé", do cineasta e fotógrafo francês Chris Marker.  

O espetáculo tem como centro gravitacional a crise climática, provocada pela ação humana, que está levando o planeta a um ponto de não retorno. “Não se trata mais de crendices apocalípticas”, diz Marat Descartes. “Trata-se de compreender definitivamente que nossa sobrevivência depende antes de tudo de uma mudança de atitude coletiva e urgente, em que cada indivíduo deixe de agir como um parasita estúpido e inconsequente e passe a viver de forma simbiótica, cooperativa, em colaboração e com respeito por toda forma de vida com quem coexistimos”.  

Numa linha semelhante de raciocínio, a autora reforça a necessidade de se criar conteúdos que estimulem a discussão sobre o momento crítico que estamos vivendo. “É preciso contar histórias que estimulem a compreensão sobre o nosso lugar na Terra e a nossa capacidade de engendrar um futuro possível, diverso e plural, construído sobre as ruínas da sociedade industrial”, afirma. “'Memórias do Caos' pretende ser uma dessas histórias, contada com o intuito de refletir sobre o tempo de crise em que vivemos, tanto no âmbito dos afetos quanto na realidade extrema do planeta”

Com figurinos de Fabio Namatame, cenário e desenho de luz de Marisa Bentivegna, trilha sonora de Natalia Mallo, direção de movimento de Gisele Calazans, o projeto foi contemplado com o ProAC Edital Expresso Direto 37/2021, da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo. 

Ficha técnica:
Concepção e dramaturgia: Beatriz Carolina Gonçalves. Direção: Marat Descartes. Ensaio fotográfico: Bob Sousa. Elenco: Magali Biff (Narradora), Tatiana Thomé (Emily), Humberto Morais (Gero), Der Gouvêa (Hugo); além de Marat Descartes e Gisele Calazans (no ensaio fotográfico). Figurinos: Fabio Namatame. Cenário e desenho de luz: Marisa Bentivegna. Trilha sonora: Natalia Mallo. Edição de fotografia: Leonardo Palma. Edição de vídeo: Marat Descartes e Priscila Bernardes. Assistência de direção/direção de movimento: Gisele Calazans. Assistente de figurinos: André Von Schimonsky. Assistente ensaio fotográfico: Daniela Hamazaki. Cenotecnia: Edilson Quina (Urso). Iluminador ensaio fotográfico: Marco Aurélio Olímpio. Operador de luz: Ricardo Oliveira. Operador de som: Thiago Venturi. Assessoria contábil: Hitoshi Nizhimoto. Produção executiva: Eliane Sombrio. Direção de produção e assessoria de imprensa: Texto Intermídia Assessoria de Comunicação e Produção Cultural. 


Serviço

"Memória do Caos" - Sesc Bom Retiro – SP. Alameda Nothmann, 185 - Campos Elíseos. 
Local:
Teatro. Temporada: até dia 23 de abril (exceto dia 7). Sextas e sábados, às 20h. Domingos e feriados, às 18h. Dia 14 de abril, às 14h e às 20h. Sessões com acessibilidade: Dia 1°, sábado (Libras), e dia 2, domingo (audiodescrição). Valores: R$ 12 (credencial plena), R$20 (meia entrada) e R$40 ( inteira). Duração: 70 minutos. Classificação: 16 anos. Capacidade: 291 lugares. 


Sesc Bom Retiro 
Alameda Nothmann, 185, Bom Retiro - São Paulo 
Horário de funcionamento:  terças a sextas, das 9h às 20h . Sábados 10h às 20h .Domingos e feriados, das 10h às 18h. Telefone: (11) 3332-3600. O uso de máscara é recomendado principalmente em locais fechados.  


Estacionamento do Sesc Bom Retiro (vagas limitadas)   
O estacionamento do Sesc oferece espaço para pessoas com necessidades especiais, carros de baixa emissão, carros elétricos e bicicletas. A capacidade do estacionamento é limitada. Os valores são cobrados igualmente para carros e motos. Entrada: Alameda Cleveland, 529. Valores: R$ 5,50 a primeira hora e R$ 2 por hora adicional (Credencial Plena). R$ 12 a primeira hora e R$ 3 por hora adicional (Outros). Valores para o público de espetáculos à noite R$ 7,50 (Credencial Plena). R$ 15 (Outros). Horários: terça a sexta: 9h às 20h. Sábado: 10h às 20h. Domingo: 10h às 18h. Importante: em dias de espetáculos o estacionamento funciona até o término da apresentação.     


Transporte gratuito    
O Sesc Bom Retiro oferece transporte gratuito partindo da estação da Luz. O embarque e desembarque ocorre na saída CPTM/José Paulino/Praça da Luz. Horários: Ida >Sextas e sábados, das 17h30 às 19h50. Domingos, das 15h30 às 17h50. Volta > Ao término do espetáculo de volta à Estação Luz.

.: Escritor Tiago Feijó relança no Brasil edição do livro “Doze Dias”, premiado em Portugal


Obra ganhadora do Prêmio Manuel Teixeira Gomes de Literatura 2021 e finalista do Prêmio Leya do mesmo ano, é lançada no Brasil pela editora Penalux. Enredo aborda a relação de um pai e um filho, afastados por 15 anos, que se reencontram durante os últimos dias de vida do pai em um hospital.


Uma catarse familiar. Assim pode ser definido o romance “Doze Dias”, de Tiago Feijó, lançado em 2023 pela editora Penalux, após colecionar prêmios em Portugal: a obra faturou o Prêmio Manuel Teixeira Gomes de Literatura 2021, pela qual ganhou edição portuguesa, e foi finalista do Prêmio Leya do mesmo ano. Por meio da escrita poética, valendo-se de imagens e símbolos, o autor narra o reencontro entre Raul e Antônio, pai e filho que têm uma relação distante e estremecida, a qual precisa se reconfigurar justamente quando a saúde do pai se encontra debilitada. Os doze dias do título simbolizam o período em que ocorre essa catarse.

Este é o terceiro livro de Feijó, que tem uma carreira premiada. Em 2014 conquistou o prêmio Ideal Clube de Literatura, com o livro de contos “Insolitudes”, com o qual também venceu o Prêmio Bunkyo de Literatura 2016, como “melhor do ano”. Com seu segundo livro, “Diário da Casa Arruinada”, foi finalista do Prêmio São Paulo de Literatura 2018. Em 2021, venceu, pela segunda vez, o Prêmio Cidade de Manaus 2021, na categoria contos, com título a ser publicado em 2023.

Em “Doze Dias”, o autor constrói uma história que gera reflexões sobre redenção, perdão e a capacidade de aceitar os defeitos dos outros. “Também trata sobre a nossa finitude e limitação. Em dezembro de 2015, passei doze dias com meu pai num hospital até o seu falecimento. Essa experiência certamente foi a gênese da história, mas não é um livro autoficcional, visto que me utilizei apenas da ideia temática, o resto é ficção”, afirma. O autor conta que a escrita nasceu durante o processo da doença paterna, que durou cerca de dois anos. “Enquanto ainda estava com meu pai no hospital, comecei a tomar nota de certas coisas que via e ouvia, principalmente sobre terapias e jargões médicos”, lembra. Compre o livro "Doze Dias" neste link.


Uma história sobre frustrações, incapacidades e fraquezas
Narrado em terceira pessoa, o romance é guiado por capítulos que descrevem cada um dos doze dias vividos no hospital, em estrutura não linear. Esse “vai-e-vem” no tempo foi uma das experiências pessoais que Feijó viveu com o pai e que foi ressignificada na obra. “Quando retomei as anotações que havia feito no hospital, dois anos depois daqueles dias que passei com ele, não me lembrava exatamente em que dia ocorreu cada fato”, rememora. Assim, a narrativa se desenrola como “um dia encavalado numa dúzia de dias, doze noites transcorridas como que dentro de um único e enormíssimo dia”, como diz um dos trechos da obra.

Durante a leitura, é possível perceber um cuidadoso trabalho com a linguagem. “Penso me inclinar sobre o experimentalismo, principalmente no que diz respeito à estrutura desse livro”, explica o autor. É por meio desse jogo e de um narrador onisciente, que antecipa acontecimentos, que conhecemos os meandros da relação entre este pai e este filho. Após 15 anos de distância, quebrada apenas por uma ligação anual de Raul no dia do aniversário do filho, uma manhã o pai quebra o silêncio ao acordar com uma estranha dor que o impede de se levantar da cama. Morador da cidade de São Paulo, Antônio empreende a viagem de retorno a Lorena, cenário de sua infância, com o intuito de levar o pai ao hospital e poder retornar o quanto antes à sua rotina na capital.

Porém, a situação do pai se revela grave e durante doze dias os dois permanecem juntos. Na epígrafe da obra, Feijó recupera Jorge Luis Borges: “eu não falo de vingança nem de perdão, o esquecimento é a única vingança e o único perdão”. De acordo com o escritor, esses são os principais temas em que se debruça sua literatura. “Falo sobre o Homem e seus medos, seus limites, suas incapacidades e suas fraquezas. É sobre o que vai por dentro do Homem e das suas relações que me propus tratar nos meus dois outros livros, assim como nesse”, ressalta.

Além de Antônio e Raul, pai e filho, o enredo apresenta outras personagens com iguais dores, frustrações e rupturas. Mulheres que, como anuncia o médico e escritor Santana Filho na orelha da obra, são uma solução de continuidade entre pai e filho. Entre elas, temos Noemi, mãe de Antônio e ex-mulher de Raul; Dona Amélia, respectivamente avó e mãe dos personagens; e Alice, a filha que havia rompido com o pai e com quem também estabelece uma reaproximação antes de sua morte. Obra traz influências de Raduan Nassar, Cristóvão Tezza, William Faulkner e Julio Cortázar.

Entre as principais influências literárias de Feijó, estão Manuel Bandeira, Raduan Nassar, Adélia Prado, Jorge Luís Borges, António Lobo Antunes, Ruth Guimarães, João Guimarães Rosa, Marcelo Labes e Cristina Judar. No caso de “Doze Dias”, o autor destaca que o romance tem influência dos livros brasileiros “O Filho Eterno”, de Cristóvão Tezza, e “Lavoura Arcaica”, de Raduan Nassar, além de “Enquanto Agonizo”, do norte-americano William Faulkner, e “Jogo da amarelinha”, do argentino Julio Cortázar.

Feijó, que é adepto de escrever pela manhã e em bibliotecas, conta que começou a criar histórias por volta dos 15 anos. “Como lia muito, logo surgiu a vontade de inventar também aqueles mundos nos quais eu vivia. Comecei em um caderno de escola e não parei mais”, aponta. Hoje seu desafio é escrever um pouco por dia. “Uma página por dia já seria ótimo, um livro de 365 páginas por ano. Mas, claro, isso não acontece comigo”, diz.

Este é o segundo livro do autor publicado pela Penalux. “Meu segundo livro e primeiro romance, ‘Diário da Casa Arruinada’, foi publicado por eles em 2017. Conheço a editora porque moro perto deles, somos da mesma cidade. O processo de edição foi o melhor possível, participei de todo o caminho, sugeri e escolhi cada detalhe. Isso porque a proximidade nos permite isso”, frisa.

Em breve será possível acompanhar um novo trabalho literário do escritor. “Estou produzindo um novo romance, uma experiência diferente daquilo que já fiz, um livro mais político, que dialoga mais com o nosso tempo. Mas tenho também um livro de contos pronto, vencedor do Prêmio Cidade de Manaus 2021, que pode vir antes desse novo romance”, enumera.


Sobre o autor
Tiago Feijó é professor e escritor. Formou-se em Letras Clássicas pela Unesp. Venceu o Prêmio Ideal Clube de Literatura 2014. É autor dos livros “Insolitudes” (7letras, 2015), “Diário da Casa Arruinada” (Penalux, 2017), finalista do Prêmio São Paulo de Literatura, e “Doze Dias” (Penalux, 2022). Tem textos publicados em diversas antologias, revistas e blogs de literatura. Garanta o seu exemplar de "Doze Dias" neste link.


Trechos do livro:
“Antônio não vislumbra resposta que o satisfaça. E o espanto cresce imenso dentro dele ao se dar conta das pessoas que cruzam a praça, indo e vindo no alvoroço de seus afazeres, todos ocupadíssimos, todos indiferentes àquela mulher que desaparece lentamente, todos esquecidos desta nossa morte, essa morte que carregamos dentro de nós e que mais dia menos dia nos levará a todos igualmente. Quanto vale a vida? – Antônio se pergunta.” (p. 65)

“Assim como está, com o rosto branco de espuma e a lâmina em riste, Antônio sai à procura do telefone e o encontra em cima da cama, aceso. A voz de Silvio Rodriguez já ecoa enchendo todo o quarto. Si no creyera en la locura. Ao deitar a vista na tela do telefone, ele se espanta, seus olhos esgazeados assim o comprovam. Lê, relê e treslê a palavra Lorena que anuncia o autor da chamada. Saibamos todos que Lorena é a cidade onde mora o pai e, por algum motivo ignoto, foi com esta palavra que Antônio nomeou o telefone daquele homem mitológico, a quem não vê há mais de quinze anos?” (p. 33)


O que disseram sobre o livro
“Por meio de uma narrativa densa e lírica, ainda que distante de qualquer assepsia, acompanhamos o reencontro deste pai e o filho, inicialmente restrito aos limites de um hospital, libertado por janelas escancaradas para fora de paredes e para dentro da pele, onde a vida viceja incólume, orgânica e brutal. (...) É de tais alegorias súbitas que se vale a escrita madura de Tiago Feijó para discriminar as facetas do tempo externo e interno, dispondo de doze dias, aurora da eternidade que nos aprisiona e liberta”. Santana Filho, médico e escritor, na orelha da obra. Você pode comprar o livro "Doze Dias" neste link.

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