sábado, 1 de abril de 2023

.: Cinemateca Brasileira apresenta a mostra gratuita "5 Vezes Godard"


"A Chinesa", "O Demônio das Onze Horas", "O Desprezo", "Alphaville" e "Acossado" serão exibidos de 5 a 8 de abril, em sessões gratuitas


Em parceria com o Embaixada da França no Brasil e com o Institut Français, a Cinemateca Brasileira promove uma homenagem ao realizador francês Jean-Luc Godard, recentemente falecido. As sessões incluem o primeiro longa dirigido por Godard, "Acossado" (1960), considerado um manifesto estético da Nouvelle Vague e escolhido para ocupar o 13º lugar na lista dos 100 melhores filmes de todos os tempos, feita pela renomada revista Sight and Sound e pelo British Film Institute - BFI. Seu próximo grande sucesso, "O Desprezo" (1963), é tido como um dos melhores trabalhos do diretor e também da Nouvelle Vague, sendo uma de suas tantas adaptações literárias para o cinema.

O cineasta envereda para a ficção-científica com "Alphaville" (1965), sátira dos filmes de espionagem, que parte de Paris para criar uma cidade futurista e distópica. Trata-se de um momento de transição na carreira do diretor, passando para uma fase assumidamente militante. Este período de sua carreira é representado na mostra por "O Demônio das Onze Horas" (1965) e "A Chinesa" (1967), obras que simbolizam um passo rumo à renúncia ao cinema narrativo “burguês” e antecedem a criação do Grupo Dziga Vertov (1968 - 1974). Fundado por Godard e Jean-Pierre Gorin, o coletivo fazia filmes politicamente posicionados e com orientação maoísta, trazendo a ideologia marxista para a forma e conteúdo.

Em cinco filmes, a mostra apresenta ao público o trabalho do diretor que encarnou a Nouvelle Vague francesa e marcou a sétima arte subvertendo os códigos e reinventando as formas. A programação é gratuita e os ingressos são distribuídos uma hora antes de cada sessão.


Quarta-feira, 5 de abril, na sala Grande Otelo
16h: "A Chinesa" (La Chinoise)
França, 1967, 90 min, cor, 16 anos. Direção: Jean-Luc Godard, Elenco: Anne Wiazemsky, Jean-Pierre Léaud, Juilet Berto. Sinopse: em um apartamento coberto de pequenos livros vermelhos, jovens estudam o pensamento marxista-leninista. A líder, Verônica, propõe ao grupo o assassinato de uma personalidade. Feito um ano antes dos eventos políticos de maio de 1968, A Chinesa é considerado como um filme profético. Uma adaptação livre do romance de Dostoiévski “Os Demônios”, de 1872. Trazendo a narrativa para o contemporâneo, o filme trata do interesse político da esquerda dos anos 60 pelo legado da Revolução Russa de 1917, a intervenção militar dos Estados Unidos no sudoeste da Ásia e a Revolução Cultural Chinesa comandada por Mao Zedong. Indicado a melhor filme no Festival de Veneza e agraciado com o prêmio especial do júri no mesmo festival.


18h: "O Demônio das Onze Horas" ("Pierrot le Fou")
França, 1965, 112 min, cor, 14 anos. Direção: Jean-Luc Godard. Elenco: Jean-Paul Belmondo, Anna Karina, Graziella Galvani. Sinopse: Ferdinand abandona sua vida burguesa e foge com Marianne, um amor do passado. Perseguidos por mafiosos e pela polícia, eles embarcam numa aventura louca em direção ao litoral. Baseado no livro “Obsession”, de Lionel White o filme é considerado um dos grandes marcos da Nouvelle Vague. Na época de seu lançamento, foi criticado e proibido para menores de 18 anos sob alegações de que “alimentava uma anarquia intelectual e moral”. Indicado ao Leão de Ouro do Festival de Veneza.

Quinta-feira, 6 de abril, na sala Grande Otelo
17h: "O Desprezo" ("Le Mépris")
França, 1963, 110 min, cor, 16 anos. Direção: Jean-Luc Godard. Elenco: Brigitte Bardot, Michel Piccoli, Jack Palance, Fritz Lang. Sinopse: o casamento do roteirista Paul Javal com sua esposa Camille se desintegra gradativamente. Um incidente aparentemente inofensivo com um produtor leva a jovem mulher a desprezar profundamente seu marido. Com roteiro inspirado na novela “Il Disprezzo”, do escritor Alberto Moravia, o filme foi aclamado pela crítica e considerado um dos melhores trabalhos de Godard e da Nouvelle Vague. Estrelado por Brigitte Bardot, tem uma participação especial do cineasta alemão Fritz Lang, que interpreta ele mesmo.


21h: "Alphaville" ("Alphaville: Une Étrange Aventure de Lemmy Caution")
França, 1965, 110 min, p&b, 12 anos. Direção: Jean-Luc Godard. Elenco: Eddie Constantine, Anna Karina, Akim Tamiroff, Valérie Boisgel, Jean-Louis Comolli, Michel Delahaye, Jean-André Fieschi, Christa Lang, Jean-Pierre Léaud, László Szabó, Howard Vernon. Sinopse: um agente secreto é enviado para uma missão em Alphaville, uma cidade desumanizada e muito distante da Terra. Ele deve neutralizar o todo-poderoso mestre de Alphaville, que ali aboliu os sentimentos humanos, libertando a cidade de seu governante tirânico. Ficção científica futurista, o filme revela as influências do expressionismo alemão em Jean-Luc Godard. Vencedor do Urso de Ouro de melhor filme no Festival de Berlim.

Sábado, 8 de abril, na sala Grande Otelo.
14h: "O Demônio das Onze Horas" ("Pierrot le Fou")
França, 1965, 112 min, cor, 14 anos. Direção: Jean-Luc Godard. Elenco: Jean-Paul Belmondo, Anna Karina, Graziella Galvani. Sinopse: Ferdinand abandona sua vida burguesa e foge com Marianne, um amor do passado. Perseguidos por mafiosos e pela polícia, eles embarcam numa aventura louca em direção ao litoral. Baseado no livro “Obsession”, de Lionel White, o filme é considerado um dos grandes marcos da Nouvelle Vague. Na época de seu lançamento, foi criticado e proibido para menores de 18 anos sob alegações de que “alimentava uma anarquia intelectual e moral”. Indicado ao Leão de Ouro do Festival de Veneza.

16h: "Acossado" ("À Bout de Souffle")
França, 1960, 90 min, P&B, 14 anos.Direção Jean-Luc Godard. Elenco: Jean-Paul Belmondo, Jean Seberg. Sinopse: Michel Poiccard rouba um carro, mata e um policial e foge para Paris, onde encontra Patricia, uma jovem americana que vende jornais na Champs Élysées. Enquanto se esconde da polícia, ele tenta reaver seu dinheiro, conquistar Patrícia e convencê-la a partir com ele para a Itália. Primeiro longa-metragem de Godard e marco da Nouvelle Vague, o filme é considerado um manifesto estético do movimento, por sua irreverência, ironia, jump-cuts, baixo orçamento e sucesso de público. A obra ocupa o 13º lugar na lista dos 100 melhores filmes de todos os tempos, feita pela renomada revista Sight and Sound e pelo British Film Institute - BFI.


Sobre o espaço
A Cinemateca Brasileira, maior acervo de filmes da América do Sul e membro pioneiro da Federação Internacional de Arquivo de Filmes -- FIAF, foi inaugurada em 1949 como Filmoteca do Museu de Arte Moderna de São Paulo, tornando-se Cinemateca Brasileira em 1956, sob o comando do seu idealizador, conservador-chefe e diretor Paulo Emílio Sales Gomes. Compõem o cerne da sua missão a preservação das obras audiovisuais brasileiras e a difusão da cultura cinematográfica. Desde 2022, a instituição é gerida pela Sociedade Amigos da Cinemateca, entidade criada em 1962, e que recentemente foi qualificada como Organização Social.

O acervo da Cinemateca Brasileira compreende mais de 40 mil títulos e um vasto acervo documental (textuais, fotográficos e iconográficos) sobre a produção, difusão, exibição, crítica e preservação cinematográfica, além de um patrimônio informacional on-line dos 120 anos da produção nacional. Alguns recortes de suas coleções, como a Vera Cruz, a Atlântida, obras do período silencioso, além do acervo jornalístico e de telenovelas da TV Tupi de São Paulo, estão disponíveis no Banco de Conteúdos Culturais para acesso público.

Serviço
Mostra "5 Vezes Godard" na Cinemateca Brasileira. 
Largo Senador Raul Cardoso, 207 -- Vila Mariana. Horário de funcionamento.Espaços públicos: de segunda a segunda, das 8 às 18h. Salas de cinema: conforme a grade de programação. Biblioteca: de segunda a sexta, das 10h às 17h, exceto feriados. Sala Grande Otelo (210 lugares + 4 assentos para cadeirantes). Sala Oscarito (104 lugares).
Retirada de ingresso uma hora antes do início da sessão.


sexta-feira, 31 de março de 2023

.: Crítica: "O Urso do Pó Branco" é zoeira genial no Cineflix Cinemas

Por: Mary Ellen Farias dos Santos 

Em março de 2023


Nem sempre uma história incrível rende um super filme e vice-versa. "O Urso do Pó Branco" está aí para provar que um acontecimento inusitado pode ganhar uma roupagem meio maluca e, caindo nas mãos certas, consegue surpreender positivamente. Em cartaz no Cineflix Santos, o longa dirigido por Elizabeth Banks trabalha o humor e o suspense, com toque de horror ao ficar a história de uma ursa fêmea viciada. 

Enquanto escancara o fato verídico de um urso que ingeriu 40 kg de cocaína, o filme retrata a interferência do ser humano no meio ambiente e suas implicações. Ao usar o lado cômico da tragédia e criar uma nova história, "O Urso do Pó Branco" é impecável, seja pela agilidade em que tudo ocorre, desde a introdução de cada personagem até como eles se esbarram por conta de um urso.

Empolgante, o longa de 1h31 não chega a ser trash ainda que seja emplacado assim pela mídia. Com roteiro inteligente e sagaz de Jimmy Warden, há história para todos dentro da trama. Seja a "mãe ursa" que defende a filha -e o amiguinho- em apuros, a gangue de jovens rebeldes sem causa, a guarda florestal apaixonada, o estudioso de ursos que desconhece o poder de um urso escalar uma árvore, traficantes barra pesada, um detetive apaixonado pela cachorrinha Rosette, assim como os segredos de quem protagoniza o filme.


Ambientado nos anos 80, numa pegada "Stranger Things" insano e da natureza, "O Urso do Pó Branco" tem também uma trilha sonora contagiante. O longa é tão fora da casinha das produções que usa o Wikipédia como fonte -excesso de sarcasmo que faz rir logo no início. 

Eis que surge uma reflexão válida. Seria "O Urso do Pó Branco" um novo "Zumbilândia" pela genialidade no produto final?! Talvez, pois há diferencial em ambos. Para ser ainda melhor, o filme de Elizabeth Banks tem tudo para ganhar uma sequência, uma vez que planta ganchos diversos.

Outro ponto alto do filme é a participação do ator Ray Liotta, que faleceu em maio de 20022, de ataque cardíaco, na pele do chefe do contrabando de drogas, Syd. Está no elenco Keri Russell, a eterna "Felicity", assim como Jesse Tyler Ferguson (Peter), O'Shea Jackson Jr. (Daveed), Kristofer Hivju (Kristofer Hivju), Alden Ehrenreich (Eddie), Brooklynn Prince (Dee Dee). Vale muito a pena conferir essa criação inusitada. Não perca no Cineflix Cinemas!

Em parceria com o Cineflix Cinemas, o Resenhando.com assiste aos filmes em Santos, no primeiro andar do Miramar Shopping. O Cineclube do Cineflix traz uma série de vantagens, entre elas ir ao cinema com acompanhante quantas vezes quiser - um sonho para qualquer cinéfilo. Além disso, o Cinema traz uma série de projetos, que você pode conferir neste link. Compre seus ingressos no Cineflix Cinemas Santos aqui: vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SAN

* Mary Ellen é editora do site cultural www.resenhando.com, jornalista, professora e roteirista, além de criadora do photonovelas.blogspot.com. Twitter:@maryellenfsm

Filme: "O Urso do Pó Branco" (Cocaine Bear)
Gênero: comédia, suspense
Classificação: 18 anos
Ano de produção: 2023
Direção: Elizabeth Banks
Roteiro: Jimmy Warden
Duração: 1h31
Distribuidora: Universal Studios
ElencoRay Liotta (Syd), Keri Russell (Sari),  Scott Seiss (Tom), Jesse Tyler Ferguson (Peter), O'Shea Jackson Jr. (Daveed),  Kristofer Hivju (Kristofer Hivju), Alden Ehrenreich (Eddie),  Brooklynn Prince (Dee Dee)
Estreia: 30 de março de 2023

Trailer






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.: Zé Renato revisita clássicos em novo CD, por Luiz Gomes Otero

Por Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural.


O cantor e compositor Zé Renato está lançando “Quando a noite vem”, álbum que ganha as plataformas de streaming e chega também em formato CD, via selo Biscoito Fino. O trabalho confirma a sua versatilidade como intérprete ao revisitar clássicos do nosso cancioneiro e da música internacional.

O repertório do CD está relacionado com a memória afetiva do cantor, mais precisamente com a fase da infância e adolescência. A atriz e diretora Patrícia Pillar assina a direção artística e divide a escolha do repertório, feita a quatro mãos com Zé Renato, que integrou o grupo vocal Boca Livre, além de desenvolver sua carreira solo.

O álbum começa com “I Can't Stop Loving You”, sucesso na voz de Ray Charles lançado no Brasil no começo dos anos 1960. Já “Arrivederci Roma”, tema do filme de mesmo nome, de 1958, ganhou arranjo “totalmente inspirado em João Gilberto”, segundo Zé Renato.

“Bom dia, tristeza”, de Adoniran Barbosa, surge com novo arranjo do próprio músico. “Suave é a Noite” (versão para o português para “Tender is the night”) inspirou o título do disco, extraído do verso “tudo tem suave encanto, quando a noite vem”. Para o dueto no xote “O Seu Olhar Não Mente”, Zé Renato convidou a cantora Céu. E esse encontro é um dos pontos altos do disco.

O clima do disco é de absoluta leveza, com arranjos que criam uma ambientação agradável para o ouvinte. Zé Renato demonstra estar à vontade interpretando canções que marcaram a sua formação como músico.

O disco conta com Cristóvão Bastos (pianos e arranjo), Dori Caymmi (violão e arranjo), Jaques Morelenbaum (violoncelo e arranjo), Jorge Helder (baixo), Marcelo Costa (bateria), Carlos Malta (flauta), Pedro Sá (guitarra), Ricardo Pontes (sax alto), Dirceu Leite (flauta), Rui Alvim (clarinete), Aquiles Moraes (trompete e flughelhorn) e Vanessa Rodrigues (orgão Hammond). Completam o time Bernardo Couto (guitarra portuguesa) e a St. Petersburg Studio Orchestra, com direção de Kleber Augusto.

“Quando a Noite Vem” é um disco que merece ser conferido pelo ouvinte amante da boa música. Aquele do tipo que preza arranjos bem produzidos e interpretações de extremo bom gosto como as de Zé Renato.


I Can´t Stop Loving You


O Seu Olhar Não Mente


Suave é a Noite

.: "A Esposa de Tchaikovsky" do Festival de Cannes para o Cineflix Santos


Exibido no Festival de Cannes, o drama "A Esposa de Tchaikovsky" está em cartaz no Cineflix Santos. O filme segue o relacionamento tumultuado entre Pyotr Tchaikovsky, o compositor russo mais famoso de todos os tempos, e sua esposa Antonina Miliukova, uma jovem aristocrata bonita e brilhante. No entanto, o único desejo dela, que poderia ter tudo o que quisesse, é se casar com Tchaikovsky. 

O motivo pelo qual o compositor aceitará essa união será para acabar de uma vez por todas com os rumores sobre ele. Sem sentir amor e culpando-a por seus infortúnios, Tchaikovsky tenta se livrar de sua esposa de qualquer forma. Consumida por seus sentimentos por ele, Antonina decide suportar e fazer o que for preciso para ficar com o seu grande amor.

A equipe do Resenhando.com assiste as estreias dos filmes no Cineflix Santos, que fica Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, Gonzaga, em Santos, no litoral de São Paulo. Confira os dias, horários e sinopses dos filmes para você ficar por dentro de tudo o que acontece no mundo do cinema. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SAN.


Ficha técnica
"A Esposa de Tchaikovsky". Direção: Kirill Serebrennikov. Roteiro: Kirill Serebrennikov. Fotografia: Vladislav Opelyants. Montagem: Yuriy Karikh. Música: Daniil Orlov. Elenco: Alyona Mikhailova, Odin Lund Biron, Miron Fedorov, Yuliya Aug, Filipp Avdeev, Andrey Burkovskiy. Produtor: Ilya Stewart. Produção: Hype Film, Charades Productions, Logical Pictures, Bord Cadre Films. Distribuição: Imovision. Classificação: 16 anos, Duração: 143 minutos.

"A Esposa de Tchaikovsky" - Trailer legendado



.: "Com que Realidades Essas Camisolas Acordam?": um romance-crônica


No livro "Com que Realidades Essas Camisolas Acordam?", a escritora e antropóloga Raquel Marinho traça o perfil das profissionais que precisam equilibrar trabalho com exigências do lar. Há quem diga “tem que ser muito macho para fazer isso”, quando se surpreende com pessoas que obtiveram grandes conquistas ou passaram por dificuldades.

Mas a escritora Raquel Marinho reverte essa expressão preconceituosa no livro Com que realidades essas camisolas acordam? ao mostrar que, na verdade, é preciso “ser muito mulher” para encarar os desafios que a vida impõe cotidianamente. 

Estilista especializada em moda íntima, antropóloga e pesquisadora das representações da figura feminina nas estruturas sociais, a autora utiliza as próprias vivências para a construção do enredo. Na obra, ela conta a história de Amanda, uma designer renomada no mercado. A personagem é a representação das mulheres “multitarefas” - que são obrigadas a absorver todas as responsabilidades para sobreviver.

A protagonista enfrenta inúmeras adversidades em um cargo de coordenadoria. Há, por exemplo, a dúvida de colegas homens sobre seu desempenho. Ela ainda precisa dobrar a dedicação nas especializações, na tentativa de provar que pode ocupar funções de chefia. Entretanto, o trabalho não é seu único problema: um dos filhos fica doente e, dentro de uma relação amorosa pautada pelas desigualdades de gênero, torna-se a única responsável por cuidar dele.

Amanda é como qualquer outra mulher vista como empoderada, sempre dividida entre a exigência de ser superqualificada no emprego e a necessidade de cumprir dois papéis no núcleo familiar. O enredo é definido, portanto, como um “romance-crônica” porque, ao mesmo tempo que é uma ficção, também representa a realidade de diversas profissionais.

“A narrativa se desdobra revelando as constantes condições da mulher na sociedade, a partir da ilusão do empoderamento feminino no meio de questões como beleza, dinheiro, emprego e posição", reflete a autora. Para ela, empoderar-se é pressupor que o poder foi perdido em algum momento, por isso, parte da luta feminina deve ser voltada para não permitir esta perda. Compre o livro "Com que Realidades Essas Camisolas Acordam?" neste link.

Trecho do livro
Viver exige sabedoria! A vida contemporânea exige muito de nós: trabalho, estudos, família, relações pessoais, obrigações das mais variadas, essa tal evolução, esse tal empoderamento, esse tal ousar pensar, ousar crescer exige muito. Ao longo dessa viagem, mesmo sem conhecer os desafios de Amanda, entendi que quando uma mulher vem de uma origem muito simples, o esforço para progredir precisa ser multiplicado por muito, as cobranças parecem maiores, é necessário muito esforço para se manter serena e em equilíbrio, ou ao menos buscá-lo, principalmente quando a alma está maltratada. ("Com que Realidades Essas Camisolas Acordam?", página 88).


Sobre a autora
Doutoranda em Ciências Sociais, mestre em Antropologia da Ibero-América e graduada em Estilismo e Moda, "Com que Realidades Essas Camisolas Acordam?" é consultora especializada em moda íntima. Além disso, é professora e palestrante, tendo como foco as pesquisas sobre lingeries e representações sociais da mulher na contemporaneidade. Sempre com um olhar para o universo feminino, estreou no mercado literário com o livro "Com que Realidades Essas Camisolas Acordam?", uma série de contos sobre mulheres de diferentes gerações. Sua obra literária mais recente é “Com que realidades essas camisolas acordam?”, como também publicou o trabalho teórico “Moda Íntima da Prática à Teoria”. Foto: Diego Souza. Garanta o seu exemplar de "Com que Realidades Essas Camisolas Acordam?" neste link.

.: "Super Mario Bros: o Filme" terá sessões "Bebê a Bordo" na Rede Cineflix


Na sexta-feira, dia 14 de abril, às 14h, todas as unidades da rede Cineflix exibem a animação “Super Mario Bros: o Filme” na Sessão Bebê a Bordo. E o Cineflix Santos, localizado no Miramar Shopping, não poderia ficar de fora. A cópia do filme é dublada e em 2D. A Sessão Bebê a Bordo acontece, a critério, uma vez por mês, na primeira sexta de cada mês, sempre às 14h. A sessão é preparada de forma especial, com iluminação mais clara, ar-condicionado não tão forte e conta com um espaço com trocador e fraldas disponíveis, caso seja necessário, tudo para o maior conforto da família.

A sessão foi desenvolvida principalmente para papais e mamães com bebês de até dois anos, no entanto, a sessão é livre para qualquer idade. O preço é o mesmo praticado na bilheteria, lembrando que crianças de até três anos não pagam e menores de 12 pagam meia entrada.

Para acompanhar as novidades da Rede Cineflix, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site acessando o link: https://www.cineflix.com.br/. A programação é atualizada semanalmente sempre às terças-feiras a tarde com novas estreias sempre às quintas.

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quinta-feira, 30 de março de 2023

.: Crítica: "Um Filho" retrata geração mergulhada em depressão aguda

Por: Mary Ellen Farias dos Santos

Em março de 2023


Dos produtores de "Ataque dos Cães" e "Lion - Uma Jornada para Casa""Um Filho", em cartaz no Cineflix Cinemas, é o retrato de uma geração mergulhada em depressão aguda enquanto que os membros da família tentam o melhor, mas não sabem lidar com tamanha sensibilidade. O longa dirigido por Florian Zeller ("Meu Pai"com Hugh Jackman, Vanessa Kirby, Laura Dern e Anthony Hopkins é a história do adolescente Nicholas (Zen McGrath) que passa a cabular aulas para vagar pelas ruas.

No entanto, a escola entra em contato com Kate (Laura Dern), a mãe, que, por sua vez, recorre ao pai do jovem, o ex-marido Peter (Hugh Jackman). Na tentativa de colocar o primogênito de 17 anos nos trilhos, Peter aceita o ingresso do rapaz no lar em que vive com a parceira Beth (Vanessa Kirby), com quem é pai de um lindo bebezinho. Como é de se imaginar, Nicholas logo vira o espaço de convivência de cabeça para baixo, gerando atritos entre Beth e Peter.

A produção que é a sequência de "Meu Pai", filme que rendeu o Oscar de Melhor Ator a Anthony Hopkins, é sobre os restos de uma criança que viu a própria família "de comercial de margina" se desfazer -com certo toque de idealização também. Enquanto que pai e filho tentam se reconectar, as mágoas ressurgem agitando as emoções dos personagens, incluindo a atual esposa de Peter, deixando sempre o público apreensivo sobre o rumo que a trama irá tomar. 

De fato, é Beth quem lida diretamente com a inconsistência de humor de Nicholas, enquanto que em meio aos malabarismos para balancear o trabalho e a convivência do lar, Peter tenta ser o pai zeloso que julga não ter tido com Anthony Miller (Anthony Hopkins), o que rende uma excelente cena de troca de farpas entre Jackman e Hopkins. Entretanto, em "Um Filho", sobra espaço também para uma cena "de dança" extremamente provocante ao som de Tom Jones com "It’s Not Unusual".

"Um Filho" é um longa dramático denso que bagunça as emoções de quem está do outro lado da telona do Cineflix Cinemas, do início ao fim -principalmente quando os pais, Peter e Kate fazem uma escolha usando o coração e Nicholas executa do próprio jeito. Vale a pena conferir!

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* Mary Ellen é editora do site cultural www.resenhando.com, jornalista, professora e roteirista, além de criadora do photonovelas.blogspot.com. Twitter:@maryellenfsm

Filme: "Um Filho" (The Sun)
Gênero: drama, ficção
Classificação: 14 anos
Ano de produção: 2023
Direção: Florian Zeller
Roteiro: Florian Zeller, Christopher Hampton
Duração: 2h3
Distribuidora: UGC, Sony Pictures Classics, STX Entertainment
ElencoHugh Jackman, Laura Dern, Vanessa Kirby, Zen McGrath, Hugh Quarshie, e Anthony Hopkins
Estreia: 23 de março de 2023

Trailer



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.: Pré-venda de "Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes" no Cineflix


O Cineflix Santos abriu a pré-venda de "Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes". 
Você pode comprar os ingressos online neste link. As sessões acontecem nesta sexta-feira, dia 31 de março, e sábado, dia 1°, às 21h, na Sala 3 do Cineflix Santos.

"Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes"
Gênero: aventura, fantasiaClassificação: 12 anos. Ano: 2023. Idioma: inglês. Direção: John Francis Daley, Jonathan M. Goldstein. Roteiro: John Francis Daley, Jonathan M. Goldstein, Michael Gilio. Elenco: Ray Liotta (Syd), Keri Russell (Sari),  Scott Seiss (Tom), Jesse Tyler Ferguson (Peter), O'Shea Jackson Jr. (Daveed).  Kristofer Hivju (Kristofer Hivju), Alden Ehrenreich (Eddie),  Brooklynn Prince (Dee Dee). Distribuidora: Lionsgate FilmsDuração: 2h 14mSinopse: Um ladrão e um bando de aventureiros embarcam em uma jornada épica para recuperar uma relíquia. Você pode comprar os ingressos online neste link

A equipe do Resenhando.com assiste as estreias dos filmes no Cineflix Santos, que fica Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, Gonzaga, em Santos, no litoral de São Paulo. Confira os dias, horários e sinopses dos filmes para você ficar por dentro de tudo o que acontece no mundo do cinema. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SAN

"Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes" - Trailer legendado

.: Cinema a R$ 10 no Cineflix Santos e em todas as unidades da Rede Cineflix


Neste sábado, dia 1° de abri, a Rede Cineflix está com uma promoção de ingressos ao preço único de R$ 10 cada. Além disso, qualquer colecionável custará R$ 19,90. As promoções são válidas apenas para este dia, para qualquer filme em cartaz - exceto 3D, salas VIP e IMAX. Lembrando que, no site, taxas se aplicam.

A equipe do Resenhando.com assiste as estreias dos filmes no 
Cineflix Santos, que fica Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, Gonzaga, em Santos, no litoral de São Paulo. Confira os dias, horários e sinopses dos filmes para você ficar por dentro de tudo o que acontece no mundo do cinema. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SAN.




.: Exibido no Festival de Cannes, "A Garota Radiante" estreia no Cineflix Santos


Exibido no Festival de Cannes, filme traz uma jovem judia que sonha em ser atriz na época da ocupação nazista na França

Conhecida por filmes como “Amar, Beber e Cantar”, “Betty Fisher e Outras Histórias”, “Mademoiselle Chambon” e “Quando Margot Encontra Margot”, a atriz francesa Sandrine Kiberlain estreia no roteiro e direção com "A Garota Radiante", que teve a sua première na Semana da Crítica do Festival de Cannes de 2021. No Brasil, o longa será lançado nesta quinta-feira, 30 de março, pela Pandora Filmes. As praças que exibirão a obra são: São Paulo, Rio de Janeiro, Aracaju, Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Niterói, Porto Alegre, Salvador e Santos, na rede Cineflix.

A personagem do título é Irène (Rebecca Marder), uma jovem judia de 19 anos que sonha em se tornar atriz em um cenário delicado: o verão de 1942, quando a França está ocupada por nazistas. A protagonista está descobrindo o mundo, o amor, o prazer de viver. Ambiciona uma trajetória artística, mas talvez não possa realizar seus sonhos.

Kiberlain conta que assumiu o posto de diretora pelo desejo de se expressar de uma maneira diferente do que já fazia. “Eu também esperei até encontrar o argumento certo. Com esse projeto, pude contar a história de uma jovem mulher e capturar um momento histórico de uma forma muito pessoal.”

A diretora também explica que começou o roteiro imaginando a vida das personagens. “Eu tinha a ideia, mas não sabia como a transformar em filme. Talvez por eu ser uma atriz, iniciei o processo pensando nas personagens centrais até conseguir realmente encontrar a trama”.

Como base, ela pensou na vida de seus avós no ano de 1942, momento em que se passa "A Garota Radiante". “Todos queriam, como a personagem, se tornar atores, e, como ela, também eram judeus. No processo, muito da minha vida pessoal acabou se tornando uma referência, embora eu fizesse mudanças. Não queria, por exemplo, que minha mãe e minha irmã se tornassem personagens. Seria mais fácil falar de mim mesma e explorar o que significa uma família de forma sincera sem trair as pessoas que amo.”

Rebecca Marder foi descoberta por Kiberlain no teatro e encontrou nela a mistura entre humor e seriedade que julgou perfeita para a personagem. “Provavelmente temos os mesmos instintos como atriz e não precisávamos falar muito para nos entender. Ela tem um rosto marcante que me lembra muito atrizes como Ingrid Bergman e Nastassja Kinski.”

Kiberlain conta que a experiência de fazer "A Garota Radiante" foi uma das melhores de sua vida. “Sempre tive muita sorte como atriz, tive parcerias incríveis, mas, durante todo esse tempo, eu falava palavras de outras pessoas. Aqui, finalmente, pude compartilhar minha visão das coisas e meu olhar pessoal para essa história. Pela primeira vez, fiz o que tinha em mente”, "A Garota Radiante" será lançado no Brasil pela Pandora.

A equipe do Resenhando.com assiste as estreias dos filmes no 
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Sinopse
Irene é uma jovem judia de 19 anos cheia de energia. Sua família a observa descobrir o mundo, seus amigos, seu novo amor e sua paixão pelo teatro. Irene quer ser atriz e vive a vida com a despreocupação característica da juventude. Porém, ela não sabe que seus dias podem estar contados.

Ficha técnica
"A Garota Radiante"; Direção: Sandrine Kiberlain. Roteiro: Sandrine Kiberlain. Produção: Olivier Delbosc, Pauline Duhault. Elenco: Rebecca Marder, André Marcon, Anthony Bajon, Françoise Widhoff, India Hair. Direção de fotografia: Guillaume Schiffman. Desenho de produção: Katia Wyszkop. Trilha sonora: Patrick Desremaux, Marc Marder. Montagem: François Gédigier. Gênero: drama. País: França. Ano: 2021. Duração: 98 minutos.

Trailer de "A Garota Radiante"


.: Cineflix terá sessão especial para autistas no sábado, dia 1° de abril


Pessoas com TEA assistirão o filme gratuitamente, com a sala adaptada para oferecer tranquilidade e conforto ao público

Conforme faze anualmente, a Rede Cineflix vai promover neste sábado, 1º de abril, uma sessão especial para pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e familiares. A sessão será realizada às 10h30 para marcar o Dia de Conscientização Mundial do Autismo, celebrado mundialmente no dia 2 de abril.

O filme escolhido para a sessão especial de 2023 será “As Múmias e o Anel Perdido” - confira a crítica do filme neste link. A sala de exibição é especialmente adaptada, com volume de som moderado, ar-condicionado não tão forte e luzes laterais acesas para as pessoas circularem livremente pelo ambiente, com tranquilidade e segurança.

Todas as pessoas com TEA são convidadas para a sessão especial e não pagam ingresso. Basta se autodeclarar com autismo, sem necessidade de qualquer comprovação. Somente os acompanhantes, familiares e demais deverão pagar o ingresso, no valor de R$ 10.

A equipe do Resenhando.com assiste as estreias dos filmes no Cineflix Santos, que fica Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, Gonzaga, em Santos, no litoral de São Paulo. Confira os dias, horários e sinopses dos filmes para você ficar por dentro de tudo o que acontece no mundo do cinema. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SAN.

quarta-feira, 29 de março de 2023

.: #BBB23: entrevista com Gabriel Santana, o eliminado cheio de afeto

Gabriel Santana. Foto: Globo/João Cotta


A passagem de Gabriel Santana pelo "BBB 23" foi marcada pelo afeto, palavra utilizada inúmeras vezes pelo público e pelos confinados em associação ao seu nome e ao desempenho no game. O ator, que aceitou o convite por ser muito fã do programa, conta que teve a oportunidade de descobrir mais sobre si mesmo dentro do confinamento. Também nele, ficou marcado pela maneira como conduziu as situações positivas e embaraçosas que enfrentou junto aos companheiros e adversários, ora taxada como falta de comprometimento, ora como características de um jogador equilibrado. Ele prefere ver de outra forma: “Lá dentro eu fui como aqui fora: esse cara que fica martelando na cabeça dos amigos, dando conselhos, sendo fofo, aproveitando muito as festas, beijando muito na boca, se divertindo da maneira que ele encontra. Tento fazer a vida ser leve. O mundo já é pesado demais; que eu seja um alívio”.

No papo a seguir, Gabriel revisita as decisões que tomou em relação a Larissa e Fred Nicácio – de volta ao game pela dinâmica de repescagem –, fala sobre a importância de Sarah Aline e Bruna Griphao na sua vivência do reality, arrisca dizer quais são os jogadores mais fortes e mais fracos atualmente e declara sua torcida pelo primeiro lugar. 

 

Você contou que sempre foi muito fã do BBB. Participar do programa foi como imaginava? O que mais te surpreendeu? 

Gabriel Santana: É impossível conseguir imaginar como é um BBB, até porque todo ano é muito diferente. Eu sempre assisti ao BBB em família, temos essa tradição. Sempre achei o programa muito interessante mesmo antes de existirem os grupos Camarote e Pipoca, e eu ter margem para entrar de alguma forma. Quando começou a ter a dinâmica dos Camarotes, comecei a pensar como seria o Gabriel ali. Eu e meus amigos sempre brincávamos sobre isso imaginando diferentes cenários. E foi muito bom participar do programa! A coisa que mais me surpreendeu, por mais que eu assistisse pela TV e pensasse “nossa, deve ser muito intenso viver isso tudo”, de fato foi ser a experiência mais intensa que eu já vivi na minha vida. Tanto pelas sensações como pelas emoções, altos e baixos, dúvidas e certezas... Parece que é um minilaboratório do que a sociedade é aqui fora, só que dentro de uma casa. E é muito louco que, ao mesmo tempo em que o que mais me incomodava era a intensidade, o que eu mais gostava também era da intensidade, mesmo com seus altos incríveis e baixos muito ruins. A maior magia do BBB é também a maior dificuldade dentro dele. 

 

O público escolheu a Sarah Aline como sua dupla e vocês tiveram uma conexão muito grande durante o confinamento. Como você vê essa amizade? 

Gabriel Santana: A Sarah foi um encontro na vida. Ela é uma menina muito doce, muito alegre e muito inteligente, que consegue comunicar exatamente o que quer falar. Eu me identifico com ela em muitos aspectos, e acho que muito da minha força dentro do BBB veio dela porque, nos meus momentos de fraqueza, ela estava ali para me aconselhar, me dar apoio, e vice-versa. Fomos um encontro um para o outro de suporte emocional e racional. A minha relação com ela foi muito boa, independentemente de beijos ou qualquer outra coisa (risos). O mais importante que eu levo da minha trajetória com ela é esse carinho que ficou entre nós dois.

 

Seu jeito afetivo no convívio levou os outros participantes a dizerem que você se comprometia pouco no jogo. Acredita que poderia ter adotado uma outra postura para equilibrar a balança “jogo x convivência”? 

Gabriel Santana: O ‘Big Brother Brasil’ é um jogo que, em 99% das vezes, você não sabe jogar e só tem uma chance de jogar. Acho que se eu fosse revisitar o BBB como um todo, eu não mudaria nada porque seria a minha primeira experiência. Em uma segunda experiência, quem sabe – nem sei se aceitaria (risos) – eu acho que as coisas seriam bem diferentes porque eu já teria familiaridade com o programa. É um pouco da mesma sensação que eu tive quando fiz testes para ‘Malhação’. Na primeira vez, eu estava supernervoso, com altos e baixos, dificuldades. Na segunda vez que eu fiz o teste, foi tão intenso quanto, tão difícil quanto, mas eu fiquei muito mais tranquilo. Eu já sabia lidar com os sentimentos que eu estava sentindo ali. Em uma possível segunda participação minha no BBB acredito que seria algo parecido. Tão intenso quanto, com outras experiências e novidades, mas com um Gabriel ainda mais equilibrado e conseguindo decidir melhor suas atitudes ali dentro, de acordo, talvez, com o que o público mais quisesse ver. 

 

Qual era sua principal estratégia para chegar ao primeiro lugar?

Gabriel Santana: Olha, eu entrei sem estratégia nenhuma em mente, fui construindo e readaptando a cada semana. Mas o meu plano foi sempre ser o Gabriel (risos). Eu acho que não conseguiria ser alguém que eu não sou. Lá dentro eu fui como aqui fora: esse cara que fica martelando na cabeça dos amigos, dando conselhos, sendo fofo, aproveitando muito as festas, beijando muito na boca, se divertindo da maneira que ele encontra. Tento fazer a vida ser leve. O mundo já é pesado demais; que eu seja um alívio. É um pouco do que eu penso para a minha vida e foi o que eu tentei ser lá dentro. E também tem muito do que eu falei nas primeiras semanas e repeti algumas vezes: eu sou responsável pelo que eu falo e faço, não pelo que você entende. Sou responsável pelas minhas atitudes, não pelo que você interpreta a partir delas. Acho que por isso a galera teve uma visão sobre eu ser “sonso”, “gato sorrateiro” e, no final das coisas, eu acho que tem muitos outros gatos sorrateiros ali dentro e eu nem sou o maior deles (risos). Foi uma experiência incrível, de verdade, e eu sou muito grato ao BBB.

 

Quem são esses outros “gatos sorrateiros”?

Gabriel Santana: Falei lá no jogo e na cara dele: o Alface [Ricardo] é o maior gato sorrateiro da edição. Está no Fundo do Mar, mas está conversando com o Deserto; aí troca ideia com o Deserto, dá dicas de jogo, mas quer imunizar a Domitila, que foi a pessoa que ele falou para as meninas não votarem na semana... O Alface é complicado (risos). 

 

Se não fosse a aliança com o quarto Fundo do Mar, quem você elegeria como participantes com quem gostaria de jogar junto ou que mais pensavam parecido com você? 

Gabriel Santana: É muito difícil falar isso a partir do momento em que, desde a primeira semana, eu já estava com a galera do Fundo do Mar. E, diferente de muitas pessoas, eu de fato consegui criar relações muito verdadeiras com todo mundo ali. Mas, existem algumas pessoas que eu achava muito interessantes pela forma que jogavam e se posicionavam, não necessariamente por essa forma ser parecida com a minha. O MC Guimê foi uma pessoa cujo jogo eu julgava um pouco no começo, mas ao longo do confinamento a gente foi conversando, se conectando e vendo que o game um do outro era muito interessante. O Fredinho [Fred] também é um cara muito incrível. Estou sabendo de algumas falas dele sobre mim durante o jogo, mas também estou sabendo que, depois que foi eliminado, ele falou que eu sou uma das pessoas que ele quer levar para a vida e que ele gosta de mim; é recíproco, eu também gosto muito dele. A Sarah Aline, com certeza seria uma pessoa que eu, estando ou não estando no Fundo do Mar, gostaria de ter junto no game. E a Marvvila, pessoa mais coração da casa. Se eu sou afetivo, ela é mil vezes mais, só que ela tem um jeito inocentezinho e muito birrento de demonstrar esse afeto (risos). Mas acho que é, de longe, a pessoa que tem mais carinho e afeto para dar na casa.

 

Quais foram os momentos que mais te marcaram, de tudo que você viveu?

Gabriel Santana: Acho que é inegável que os paredões marcam muito, né? A formação dos meus paredões, vivendo a espera do resultado de domingo a terça, foi muito intensa. Eu sempre ficava bem no domingo e na segunda, mesmo estando no paredão, e na terça ficava meio instável. Então, acho que foram esses os momentos em que eu me senti mais vulnerável, que eu senti as maiores dificuldades no game, que eu senti a pressão, de fato, de estar no BBB.

  

O que acha que faltou para você ir mais longe na disputa? 

Gabriel Santana: Acho que o que faltou foi não ser o Gabriel (risos).

 

Mais recentemente, você revelou estar gostando da Bruna. O que ela representava para você no confinamento? 

Gabriel Santana: Acho a Bruna uma pessoa apaixonante mesmo. Ela é muito gente boa, se posiciona da maneira como ela tem que se posicionar, mas sabe reconhecer os erros dela. A gente foi se aproximando e criando uma relação aos poucos. E digo relação como a que eu tive com a Sarah, com a Marvvila, com o Fredinho, com a Larissa, com todo mundo. Relação entre duas pessoas. Em um dado momento ela foi muito importante porque a presença dela me fazia muito bem, conseguia me deixar menos instável. Eu conseguia ficar mais estável durante o game porque a gente trocava muito afeto.

 

Você criticou o retorno de dois participantes ao jogo e disse que a Larissa seria seu alvo. No entanto, quando teve a oportunidade de puxá-la para o paredão, escolheu a Amanda. Analisando hoje, teria feito diferente nesse contragolpe? 

Gabriel Santana: No game – e foi uma coisa que conversei com a Amanda depois do último jogo da discórdia –, jogar todo mundo joga. Se são as melhores jogadas, não sabemos. O pessoal fala “fulano não movimenta game, a pessoa é planta, é isso, é aquilo”, mas eu não acho. São movimentações de game que, na nossa cabeça, muitas vezes fazem sentido, mas quem está assistindo e conseguindo acompanhar uma linha cronológica muito melhor do que a gente, que está caminhando intensamente, acha que que está sendo incoerente. Eu acho que pelo o que eu tinha de informação no momento do meu contragolpe e pela surpresa, também, de ter tido um contragolpe naquele momento, eu fui coerente com o que eu estava pensando e sentindo. Hoje, analisando um pouco melhor e ouvindo a percepção das pessoas que estavam aqui fora, talvez o melhor teria sido seguir a minha intuição e não o meu racional. Mas, acho que o ‘Big Brother Brasil’ é essa maluquice de entender que momento é para ouvir o racional e que momento é para ouvir o emocional. E, pelo que eu estou entendendo, quando era para ouvir o racional eu ouvia o emocional, e vice-versa. Foi uma loucura (risos).

 

No último jogo da discórdia, você elegeu o Fred Nicácio como a pessoa mais importante para você na casa e, antes, também chegou a cogitá-lo como opção de voto. De que forma essa relação com ele mudou desde que ele retornou para a casa? 

Gabriel Santana: Na minha cabeça, isso foi uma construção quase óbvia. Desde que ele chegou, eu sentei com ele para conversar sobre a presença das duas pessoas que estavam na repescagem ativarem gatilhos em mim de insegurança, de medo, de me sentir mais distanciado do game. O tempo inteiro a gente segue uma linha de raciocínio e, do nada, o game vira em 360 graus e você pensa: “Eu estou aqui feito um maluco tentando entender o jogo e tudo muda de novo”. E, fato, para mim, assim como para muitas pessoas da casa, eu tive essa sensação e declaração sobre a entrada dos dois, que independentemente de serem aliados ou não, mexe com a nossa cabeça de game. Essa minha insegurança me fez rever minhas prioridades e entender que, talvez, ele não fosse uma delas no momento. Mas, quando ele volta, eu vejo que ele dá um suporte emocional muito grande para a Domitila e para o Cezar e que ele tem um afeto muito grande com as pessoas do Fundo do Mar e com as nossas dores. Quando eu vou ao paredão e, antes do bate e volta, ele olha nos meus olhos e me dá o mesmo suporte que o vi dando para as outras pessoas. Ali é como se ele tivesse me dado uma rasteira do tipo “caramba, eu estou querendo fazer game com ele, colocá-lo no paredão, e ele está aqui só para desejar o meu bem nesse momento”. Então, o Fredão [Fred Nicácio] foi de fato a pessoa mais importante para mim nesta semana porque ele me deu um apoio emocional muito forte. Além disso, para o meu jogo, quanto melhor as pessoas do Fundo do Mar estivessem, melhor eu ficava, indiretamente. Então, para mim, ele foi importante direta e indiretamente.

 

Quem você acredita que são os jogadores mais fortes neste momento? 

Gabriel Santana: Na percepção do Gabriel que viveu lá dentro, acho que o jogador mais forte é o Alface [Ricardo], por mais que eu saiba que ele tem muita chance de “morder o próprio rabo”. Acho que esse é o problema dele desde o começo do BBB. Vejo que ele vem em uma melhora constante nisso, mas, às vezes, ele cai, se derruba sozinho. Mas, é um forte candidato. E, pelo que eu entendi aqui fora, talvez o Black [Cezar] também seja. Acho ele uma pessoa incrível também. Das pessoas que me disseram que talvez tenham mais chances de vencer, essas são as duas que eu mais gostaria que vencessem.

 

E quais são os mais fracos, na sua visão? 

Gabriel Santana: Aí o público vai me matar (risos), mas, se eu fui julgado por ser planta, a Aline e a Amanda com certeza são também. Movimentação de game não existe por elas. Podem ser pessoas autênticas, podem ser pessoas maravilhosas, como eu sei que são, convivi e cansei de falar, mas movimentação de jogo nem quem estava jogando com elas nem quem estava no Fundo do Mar nunca conseguiu ver.

 

Você falou quem queria que ganhasse com base na suposição dos mais fortes do jogo. Mas, quem você quer que saia vencedor do ‘BBB 23’ e tem sua torcida, de fato? 

Gabriel Santana: Minha torcida real oficial fica para Sarah e Marvvila, que são meu pódio. São as pessoas que eu mais conheço e mais sei do coração. Tenho certeza de que, se elas se ligarem no jogo, têm grandes possibilidades porque são duas pessoas muito capazes.

 

Quem é o Gabriel que sai do BBB em comparação ao que chegou ao reality?

Gabriel Santana: Um Gabriel com muito menos cabelo, em primeiro lugar (risos). Com muito menos medo de ser quem é, em questões identitárias e em todas as outras também. Falei em todas as entrevistas e é verdade: viver o BBB me adiantou em uns três ou cinco anos de terapia, pelo menos (risos). É muito intenso. Eu estava o tempo inteiro me observando e observando meus comportamentos, o que eu sentia. Eu reagi ao game de uma maneira muito madura para comigo mesmo. Encarei isso como um lugar de muito acolhimento comigo mesmo. Tentei me acolher o tempo inteiro e acho que isso me fez evoluir muito como pessoa. 

 

Para o pós-BBB, você já tem algo planejado? 

Gabriel Santana: Antes do BBB, eu estava organizando algumas produções teatrais autorais junto com dois amigos meus; vamos fazer coprodução. O BBB foi uma plataforma incrível para que eu conseguisse visibilidade para esses projetos. Quero muito fazer teatro, quero muito escrever uma série que vai falar de coisas que eu já vivi. Vou colocar em uma história fictícia muito sobre o Gabriel e, a partir disso, vou inventar coisas, vou modificar outras, vou incluir coisas como de fato foram... É um projeto que eu quero fazer com a minha produtora cultural e tem tudo para ser muito lindo. Além de receber convites externos! São sempre bem-vindos. Um ‘BBB 24’? Brincadeira! (risos). Mas, quem sabe, uma novela, filmes, séries. Eu estou completamente disponível para isso também.

 

E no gshow tem mais Gabriel Santana. O ex-brother estará no "Mesacast BBB". Patrícia Ramos e Jeska Grecco conduzem o papo para saber como foram os primeiros dias do eliminado da semana fora do jogo. A transmissão acontece nesta sexta, às 12h, ao vivo no gshow e no Globoplay. E a versão on demand desse episódio do "BBB Tá On" vai ficar disponível no gshow e nas plataformas de áudio para o público rever e ouvir quando quiser. 

O "BBB 23" tem apresentação de Tadeu Schmidt, produção de Mariana Mónaco, direção artística de Rodrigo Dourado e direção de gênero de Boninho. O programa vai ao ar de segunda a sábado, após "Travessia", e domingos, após o "Fantástico".

Além da exibição diária na TV Globo, o "BBB 23" pode ser visto 24 horas por dia no Globoplay, que conta com 11 câmeras ao vivo, um mosaico com sinais simultâneos, dispõe do programa na íntegra, edições do "Click BBB" e o "Bate-papo BBB". Todos os dias, após a transmissão na TV Globo, o Multishow exibe uma hora de conteúdo ao vivo da casa, flashes ao longo do dia e o "BBB – A Eliminação", exibido às quartas, às 20h. No gshow, além de votar e decidir quem sai do jogo, o público pode acompanhar conteúdos exclusivos, como o "Bate-Papo BBB", a "Live do Líder" e resumos do que de melhor acontece na casa.

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