quinta-feira, 28 de novembro de 2024

.: Cineflix Cinemas de Santos estreia "Moana 2", aguardada animação Disney

 

Imagem de "Moana 2" que estreia na Cineflix Cinemas de Santos em 28 de novembro


A unidade Cineflix Cinemas Santos, localizada no Miramar Shopping, bairro Gonzaga, estreia dia 28 de novembro a aguardada sequência da história da jovem que busca cumprir uma profecia e, agora, vai encarar mares distantes depois de receber uma ligação inesperada de seus ancestrais.em "Moana 2".

Você pode assistir a estreia com balde de pipoca quentinha, tendo em mãos o balde colecionável de "Moana 2" e "Wicked". Seguem em cartaz a aventura fantástica "Wicked", o drama histórico "Gladiador II", o drama nacional "Ainda Estou Aqui".  Programe-se e confira detalhes abaixo! 

O Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021. Para acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica no Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SAN.

Estreia da semana na Cineflix Santos


"Moana 2" ("Moana 2"). Ingressos on-line neste linkGênero: infantil, animação, musical, aventuraClassificação: livre. Duração: 1h40. Ano: 2024. Distribuidora: Walt Disney Animation Studios. Direção: Dana Ledoux Miller, Jason Hand, David Derrick Jr.Roteiro: Dana Ledoux Miller, Jared Bush. Vozes originais: Auli'i Cravalho (Moana), Dwayne Johnson. (Maui),  Alan Tudyk (Hei Hei), Nicole Scherzinger (Sina)Sinopse: Moana recebe um chamado inesperado de seus ancestrais para navegar por mares desconhecidos, assim, a jovem se aventurará em águas longínquas e perigosas de Oceania. Confira os horários: neste link

Trailer "Moana 2"

Seguem em cartaz na Cineflix Santos

"Wicked - Parte 1" ("Wicked - Part 1"). Ingressos on-line neste linkGênero: musical, fantasiaClassificação: 10 anos. Duração: 2h41. Ano: 2024. Distribuidora: Universal Studios. Direção: Jon M. ChuRoteiro: Stephen Schwartz, Winnie Holzman, Dana Fox. Elenco: Ariana Grande (Glinda), Cynthia Erivo (Elphaba), Jonathan Bailey (Fiyero), Ethan Slater (Boq)Sinopse: Na Terra de Oz, uma jovem chamada Elphaba forma uma improvável amizade com uma estudante popular chamada Glinda. Após um encontro com o Mágico de Oz, o relacionamento delas logo chega a uma encruzilhada. Confira os horários: neste link

.: Crítica: "Wicked" é perfeito, embora entregue somente primeira parte

Trailer "Wicked"


"Gladiador II" ("Gladiator II"). Ingressos on-line neste linkGênero: ação, aventuraClassificação: 16 anos. Duração: 2h30. Ano: 2024. Distribuidora: Paramount Pictures. Direção: Ridley ScottRoteiro: David Scarpa, Peter Craig. Elenco: Paul Mescal (Lucius), Pedro Pascal (General Acacius), Connie Nielsen (Lucilla), Denzel Washington (Macrinus)Sinopse: Lúcio deve entrar no Coliseu após os poderosos imperadores de Roma conquistarem sua terra natal. Com raiva no coração e o futuro do império em jogo, ele olha para o passado para encontrar a força e a honra necessárias. Confira os horários: neste link

Trailer "Gladiador II"

"Ainda Estou Aqui" ("Ainda Estou Aqui"). Ingressos on-line neste linkGênero: drama/thrillerClassificação: 14 anos. Duração: 2h17. Ano: 2024. Distribuidora: Sony Pictures Motion Picture Group. Direção: Walter SallesRoteiro: Murilo Hauser, Heitor Lorega. Elenco: Fernanda Montenegro, Fernanda Torres, Selton MelloSinopse: No início da década de 1970, o Brasil enfrenta o endurecimento da ditadura militar. No Rio de Janeiro, a família Paiva - Rubens, Eunice e seus cinco filhos - vive à beira da praia em uma casa de portas abertas para os amigos. Um dia, Rubens Paiva é levado por militares à paisana e desaparece. Confira os horários: neste link

.: Crítica: "Ainda Estou Aqui" emociona com lado sombrio da história do Brasil

Trailer "Ainda Estou Aqui"


quarta-feira, 27 de novembro de 2024

.: Resenha: "Arca de Noé" é brasilidade poética de colorido belíssimo

Por: Mary Ellen Farias dos Santos, editora do Resenhando.com

Em novembro de 2024


A cultura brasileira em formato de animação de qualidade para nos orgulharmos do cinema nacional. Eis um resumo simplório de "Arca de Noé", produção dirigida por Sérgio Machado e Alois Di Leo. Num colorido vibrante, estilo dos tempos áureos da Disney, quando encantava rapidamente nas imagens fascinantes, a animação declaradamente baseada nos poemas de Vinicius de Moraes transpira brasilidade.

Para tanto, enquanto aparecem na telona os patrocinadores e apoiadores da obra cinematográfica, o público é provocado diretamente quando alguma voz solta o sonoro pedido: "Começa! Começa!". Eis que logo depois do vozerio de ambiente de confusão, são apresentados os amigos, o tímido Vini e o despachado Tom (Marcelo Adnet). Enquanto que Tom é um guitarrista talentoso e pragmático, Vini é um poeta romântico e sonhador (Rodrigo Santoro). Linda homenagem a Vinicius de Moraes e Tom Jobim! 

Todavia, a dupla de ratinhos que tenta sobreviver por meio de apresentações para públicos ínfimos, acaba sendo atingida por uma notícia fatal: Noé está construindo uma arca e somente entrarão um par de cada espécie para procriação, pois haverá uma duradoura enchente. Vendo que a dupla pode ser desfeita, os dois bolam mil e um planos para que entrem no local que os manterá vivos durante o dilúvio. No entanto, no caminho dos dois surge a ratinha Nina (Alice Braga).

Em meio a canções do álbum "A Arca De Noé", de 1980, de Vinicius de Moraes a luta pela sobrevivência vira o foco dentro da arca, uma vez que o senhor Leão (Lázaro Ramos) quer liderar, entre seus mandos e desmandos, inclusive, quer acabar com os humanos que ali estão. "Arca de Noé", coprodução entre o Brasil e a Índia, é uma excelente releitura de um episódio bíblico, porém vai muito além, assim como o álbum de 1980. Imperdível!

O Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021. Para acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica no Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SAN.

"Arca de Noé" ("nacional"). Ingressos on-line neste linkGênero: aventura, comédia, musicalClassificação: livre. Duração: 1h35. Ano: 2024. Distribuidora: Imagem Filmes. Direção: Sérgio Machado, Alois Di LeoRoteiro: Sérgio Machado. Vozes: Rodrigo Santoro, Marcelo Adnet, Selton MelloSinopse: Vini (Rodrigo Santoro) é um ratinho poeta muito carismático, mas ao mesmo tempo bastante envergonhado. Seu melhor amigo, Tom (Marcelo Adnet), também um roedor talentoso, toca violão como ninguém. Quando a grande inundação é anunciada, os dois precisam entrar na Arca de Noé sem que sejam percebidos, já que apenas um macho e uma fêmea de cada espécie são permitidos. Com muita alegria, música e cantoria, Vini e Tom embarcam nessa aventura arriscada, mas bem acompanhados. Ao longo da jornada, eles encontram outros animais que também buscam abrigo e formam novas amizades, enfrentando desafios juntos. Com a ajuda de seus talentos artísticos, Vini e Tom não apenas tentam garantir seu lugar na arca, mas também inspiram todos ao redor a manter a esperança e a criatividade em tempos difíceis. Arca de Noé é uma história divertida e tocante sobre amizade, coragem e a importância de se unir em momentos de crise. Confira os horários: neste link

Trailer "Arca de Noé"


Leia+

terça-feira, 26 de novembro de 2024

.: Crítica: "Santino" traz amostra da vida longe da selvageria da cidade

Por: Mary Ellen Farias dos Santos, editora do Resenhando.com

Em novembro de 2024


A felicidade da vida simples, completamente longe da selvageria da moderna cidade lotada de ruas asfaltadas e seus veículos dispersando deliberadamente poluição no ar. Eis o documentário "Santino", dirigido por Cao Guimarães que mostra, com toque de poesia, o modo do homem que batiza o drama de 1 hora de 28 minutos de duração ver o mundo em que está inserido.

Em meio a crenças, a ponto de afirmar ser possuído, às vezes, por um certa divindade, o cotidiano do veredeiro Santino e sua família na bacia do Rio São Francisco, em Minas Gerais é retratado em meio a tradições de um povo que segue vivo num bioma tão visado por grandes empresários. De fato, Santino faz questão de destacar as ameaças de morte recebidas. 

Consciente, homem da mata que vive com a família no bioma do cerrado, revela-se além de um sonhador, mas um verdadeiro ativista, alertando e ensinando os jovens estudantes a respeitarem as veredas que são formações vegetais bastante úmidas, capazes de abastecerem de água a fauna e o solo do cerrado brasileiro. Vale a pena conferir o documentário da biografia do personagem da história brasileira "Santino"!


O Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021. Para acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica no Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SAN.


"Santino" ("nacional"). Ingressos on-line neste linkGênero: drama, documentárioClassificação: livre. Duração: 1h28. Ano: 2024. Distribuidora: Livres Filmes. Direção: Cao GuimarãesRoteiro: Cao Guimarães. Elenco: Dênis Lacerda, Souma, Muriel Cruz, Rodrigo Ferrera, Solange Teixeira, Adna Oliveira, Walmick de Holanda, Leo Bahia e Diego MontezSinopse: O cotidiano do veredeiro Santino e sua família na bacia do Rio São Francisco, em Minas Gerais. As veredas são formações vegetais bastante úmidas, que abastecem de água a fauna e o solo do cerrado brasileiro. Confira os horários: neste link

Trailer "Santino"


.: "Babygirl": Nicole Kidman tem romance arriscado com estagiário

Suspense erótico chega aos cinemas de todo o Brasil em 9 de janeiro, com distribuição da Diamond Films


A Diamond Films acaba de revelar o trailer inédito de "Babygirl", aguardado suspense erótico que chega aos cinemas de todo o país em 9 de janeiro. Com distribuição da Diamond Films, o novo projeto da diretora Halina Reijn (“Morte, Morte, Morte”) coloca os astros Nicole Kidman e Harris Dickinson em um jogo de gato e rato sensual, que pode colocar em risco tudo o que a protagonista construiu na sua vida, inclusive seu casamento. 

Considerado um forte título na temporada de premiações, "Babygirl" subverte a dinâmica de poder convencional dos filmes do gênero e traz Kidman no papel de Romy, uma poderosa CEO que começa a viver um caso extraconjugal com o novo estagiário da empresa. 

Além do ator em ascensão e da premiada atriz, que saiu vitoriosa do Festival de Veneza deste ano, o elenco ainda inclui Antonio Banderas como o marido da protagonista e Sophie Wilde como a assistente da executiva.  

"Babygirl" estreia nacionalmente em 9 de janeiro, com distribuição da Diamond Films. Confira a nova prévia!





Leia +

.: Crítica: "Morte, morte, morte" é terror comédia juvenil com provocações

.: Crítica de "O Escândalo", estrelado por Nicole Kidman e Charlize Theron

.: Crítica: "O Homem do Norte" filmaço de sangue jorrando e pura poesia

.: Crítica: "Aquaman 2: O Reino Perdido" foca em reviravoltas e parceria inusitada

.: "Rugido" estreia com Nicole Kidman, Issa Rae, Cynthia Erivo, Alison Brie

.: Resenha de "Contos de Enganar a Morte", Ricardo Azevedo

.: Biografia sobre a morte (e a vida) de Edgar Allan Poe chega ao Brasil

.: Resenha de "A Morte e a Morte de Quincas Berro D'Água"

.: Guia bem-humorado sobre a vida após a morte ganha edição brasileira

.: Crítica: "Ela Disse" é filme-denúncia sobre assédio sexual e agressão sexual

.: CCXP 24: Globo leva celebração de 100 anos para 11ª edição do evento

Comemorando 100 anos de Globo em 2025, a empresa marca presença na 11ª edição da CCXP, levando suas principais apostas para o próximo ano. O estande de mais de 1000 m² terá ativações temáticas e interativas, proporcionando diversão e conexão com os fãs. Entre os conteúdos que serão ativados no espaço estão "Vale Tudo", "Guerreiros do Sol", "Vermelho Sangue", "BBB", "Arcanjo Renegado" e Esporte. Um palco na esquina de maior visibilidade do estande se transforma em ponto de encontro, com a participação de artistas em bate-papos e meet & greet com o público.

No fim de semana, o palco Thunder recebe artistas e personalidades como Alice Wegmann, Ana Clara, Deborah Secco, Érika Januza, Isadora Cruz, Leticia Vieira, Luis Lobianco, Marcello Melo Jr, Renato Góes, Sabrina Sato e Thomás Aquino, entre outros, para apresentar novidades exclusivas para o público da CCXP.  No sábado (7), às 13h45, o Globoplay celebra seus 10 anos como a maior plataforma brasileira de streaming e leva ao palco conteúdos inéditos. E no domingo (8), às 15h45, será a vez da TV Globo antecipar informações inéditas da tão aguardada releitura de "Vale Tudo", um dos pontos altos da celebração de 60 anos da TV.

.: Entrevista: Rodrigo Cabral fala sobre a estreia poética com o livro “refinaria”


A obra reflete sobre emoções e vivências a partir das mudanças cenográficas da Região dos Lagos, no Rio de Janeiro. Foto: Mariana Ricci


A poesia de Rodrigo Cabral ganha forma em “refinaria”, primeiro livro dele, lançado pela Sophia Editora durante a Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) 2024. O livro mergulha na transformação da paisagem da Região dos Lagos (RJ) e da memória do autor, utilizando versos acompanhados por ilustrações de Rapha Ferreira. O prefácio foi escrito por Júlia Vita, que também editou a obra, e a orelha é assinada por Thiago Freitas

Rodrigo Cabral, 34 anos, nasceu em Campos dos Goytacazes e cresceu em Cabo Frio, onde fundou a Sophia Editora. Poeta e editor premiado, foi segundo lugar no prêmio Off Flip de 2024 na categoria Contos e destaque na categoria Poesia. Em 2023, conquistou o terceiro lugar no Festival de Poesia de Lisboa. Entre suas influências, estão nomes como Ferreira Gullar e Carlos Drummond de Andrade, além de obras como “Água-mãe”, de José Lins do Rego.

Nas páginas de “refinaria”, os poemas de Cabral traduzem o movimento incessante da vida e do território, a partir de uma linguagem que une referências locais e universais. Inspirado por Cabo Frio, cidade onde observa a Laguna de Araruama e a figueira centenária de sua infância, o autor reflete sobre memória, família e os processos internos da escrita. A obra também explora paralelos entre a geologia do pré-sal e a história da cana-de-açúcar em Campos dos Goytacazes. Leia abaixo a entrevista completa com o autor sobre o processo de composição do livro. Compre o livro "refinaria" neste link.

Se você pudesse resumir os temas centrais do livro, quais seriam?
Rodrigo Cabral - Nasci em Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro, e fui criado em Cabo Frio, na Região dos Lagos. Tenho uma ligação forte com a cidade, sobretudo porque praticamente vim ao mundo numa redação de jornal, já que meu pai, também jornalista, começou a editar, no ano do meu nascimento (1990), o periódico Folha dos Lagos. Fui criado na Rua Alice Torres, conhecida como “rua da árvore” devido a uma imponente figueira empostada perto do Canal do Itajuru, que liga a Laguna de Araruama à Praia do Forte. Durante a infância, caminhávamos pelas salinas até chegar ao mercado. Era um descampado, uma paisagem de sol e de sal que ainda faz pratear a memória. Todo esse cenário mudou. As salinas deram lugar a um novo bairro, o Novo Portinho. A “rua da árvore”, antes de terra, agora é asfaltada. Um antigo hotel jangada, onde crianças experimentaram os primeiros goles de Coca-Cola, também não está lá. Essas transformações estão na raiz de um poema cujo título é justamente “refinaria”. No livro, trato dessa refinaria de memórias, de cenários, do próprio texto editado, e isso com um olhar para o território: a restinga, as águas da Laguna de Araruama, as casuarinas, o sangue do operário cuja história e identidade o vento levou… Como editor da Sophia, tenho trabalhado há anos para formar catálogo com o objetivo primeiro de trazer à luz temas pertinentes à história, à memória e ao patrimônio histórico material e imaterial. Isso se tornou uma das principais características da editora. Naturalmente, a produção da Sophia também deságua na minha escrita.

O que motivou a escrita do livro?
Rodrigo Cabral - Comecei a escrever “refinaria” no início de 2022. Naquele período, tinha algumas ideias e livros pela metade, na gaveta. Em algum momento, percebi que o primeiro precisava partir daqui, do meu lugar. Precisava ser um abrir de janelas para os cenários que estavam diante de mim. Era necessário ouvir o que esses cenários diziam sobre as memórias, sempre borradas e fragmentadas. É claro que isso, no poema, transforma-se em outro espaço, em outro tempo, e é reescrito de acordo com as percepções de quem lê. De todo modo, o que me moveu, primeiro, foi me reconhecer como um poeta da restinga. Ou um “poeta da orla”, como escreve a Júlia Vita no prefácio.


Como foi o processo?
Rodrigo Cabral - Boa parte da produção surgiu durante a oficina do Marcelino Freire e da formação em poesia promovida pela Escola da Palavra, coordenada por Rafael Zacca e Lucas van Hombeeck. Na sequência, conheci a Júlia Vita, poeta e autora do livro “Água-viva”, publicado pela Córrego. Júlia foi a editora de “refinaria”. A partir das provocações e da sensibilidade dela, deixamos poemas de lado, acrescentamos outros e, então, depois de tantos processos, chegamos à versão final.


Em sua análise, quais as principais mensagens que podem ser transmitidas por “refinaria”?
Rodrigo Cabral - 
O livro é uma tentativa de apreender o que está lá fora. Ou seja, a poesia não está no livro. Está no que foi vivido.  Acredito na poesia que se aproxima da vida com toda a sua camada de complexidade, controvérsia, dualidade e mistério. Concebo a obra, portanto, como refinaria, não em busca de compreender, tampouco de decifrar, mas, sim, de contemplar os processos de transformação de um território, de um indivíduo, de uma escrita; e, também, de analisar, com a ponta dos dedos, aquilo que não evapora, aquilo que permanece.

Você acredita que a escrita te transformou de alguma forma?
Rodrigo Cabral - 
Durante o processo de montagem de “refinaria”, não apenas a escrita mudou, como o escritor, ao se deparar, de repente, com fragmentos de memória no espelho d’água. O livro, aliás, parte do pressuposto de que tudo é, necessariamente, mudança contínua. A partir da escrita de “refinaria”, passei a me interessar cada vez por vasculhar cenários e palavras pertinentes aos lugares que habito ou que habitei. Durante o processo, por exemplo, escrevi o conto “O Encontro do Lamparão com a Galesca”, que trata de um diálogo entre o linguajar de Arraial do Cabo, na Região dos Lagos do Rio de Janeiro, e o de Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense. O conto ficou em segundo lugar no Prêmio Off Flip de Literatura em 2024.


Como a bagagem do que você escreveu anteriormente ajudou na construção da obra?
Rodrigo Cabral - 
Como autor, carrego a bagagem dos livros que escrevi e que não publiquei e, principalmente, dos que vivi e ainda não escrevi — ainda. Afinal, “refinaria” é meu primeiro livro. Como editor, posso falar que fui muito influenciado pelas obras publicadas pela Sophia e pelos estudos de pesquisadores da Região dos Lagos, como Ivo Barreto, Meri Damaceno, Leandro Miranda, Luiz Guilherme Scaldaferri, Gessiane Nazario, João Cristóvão, José Correia Baptista, entre tantos outros.


Desde quando escreve poesia?
Rodrigo Cabral - 
Rabisco poemas desde novo. As produções iam ficando por cadernos e arquivos em antigos computadores. De repente, dei-me conta de que a vida é curta e de que precisava organizar meus textos. Publiquei um fanzine com o Subverso, selo literário independente coordenado pelo meu amigo e poeta Frederico Tavares, e depois também passei a colaborar com alguns sites literários, como o Fazia Poesia.

Por que escolheu esse gênero? 
Rodrigo Cabral - 
A poesia não foi uma escolha racional. Foi algo que se impôs naturalmente diante de uma pulsão, uma necessidade de escrever por meio de imagens, recortes, melodias descompassadas, delírios. E a poesia é, também, um lugar da rebeldia, da desordem, da alucinação por meio da palavra, da invenção e da desinvenção. Um grito contra dias maquinais e automatizados.


Quais são suas principais influências artísticas e literárias?
Rodrigo Cabral - 
Entrei no processo de escrita sob muita influência de escritores como Roberto Piva, Claudio Willer, Lawrence Ferlinghetti (este também um poeta-editor, fundador da lendária City Light Books), Jack Kerouac, Allen Ginsberg, Ferreira Gullar, Carlos Drummond de Andrade, Olga Savary, entre tantos outros. Aliás, conheci o Rapha Ferreira, artista plástico que assina as ilustrações do livro, enquanto ele declamava “A piedade”, poema do Piva, durante uma feira literária. 

Quais influenciaram diretamente a obra?
Rodrigo Cabral - Destaco especialmente a influência de José Lins do Rego, mais especificamente sua obra “Água-mãe” (1941). Trata-se do primeiro romance do escritor paraibano a ser ambientado fora do Nordeste. Foi justamente Cabo Frio que inspirou José Lins do Rego a escrever o livro. Ele esteve aqui durante a década de 1930 a trabalho — era fiscal de imposto de consumo. Apaixonou-se pelas paisagens e as colocou em seu livro — as casuarinas, a figueira, a fantasmagórica casa azul e a Laguna de Araruama, muitas vezes referenciada por ele apenas como “Araruama”, espécie de entidade. Fato curioso é que, no poema “refinaria”, falo sobre uma imponente figueira, a única coisa que não muda na “rua da árvore”. Em “Água-mãe”, José Lins do Rego também descreve uma figueira que estaria localizada bem próxima às águas da Araruama. O historiador Elisio Gomes diz que a figueira da Rua Alice Torres — a “rua da árvore” — é a mesma narrada escritor. Coincidências à parte, fato é que um trecho da obra de José Lins do Rego serve de epígrafe principal do meu livro e para um dos poemas. O título é dividido em dois capítulos. Cada um deles carrega uma epígrafe: o primeiro é um poema escrito por Olga Savary enquanto esteve em Arraial do Cabo e publicado em Sumidouro (1977); e, o segundo, extraído de uma canção de Victorino Carriço, chamada “Baixo Grande”. Aliás, o contato com a obra poética de Carriço, poeta nascido em São Pedro que se transformou em flâneur, indo e vindo sempre com um versinho no bolso, também foi bastante significativo. Estive em contato com a poesia dele a vida inteira, já que se trata do autor do hino da escola em que estudei desde os seis anos e, também, do hino de Cabo Frio e de outros municípios da região. Tanto tempo depois, tive a oportunidade de conhecer sua produção com ainda mais intimidade, já que me tornei amigo de sua filha Ercilia Carriço (in memorian) e de seus netos Fernanda Carriço e Junior Carriço, este um grande poeta e autor de um dos meus livros de cabeceira — “Recovecos” (2017, Editora Comunicação). 


Como você definiria seu estilo de escrita? Que tipo de estrutura você adotou ao escrever a obra?
Rodrigo Cabral - 
No início dos processos de composição, estava interessado na imagem em estado bruto; no poema em estado bruto também, como forma. Queria escrever poemas longos, em fluxo de consciência, guiando-me por flashes de memória. Depois, fui trabalhando e retrabalhando, refinando, mas ainda assim muitos dos poemas mais longos venceram a imposição do refino e continuaram com essa característica, digamos, impolida. Em contraposição, mais adiante passei a me interessar mais pela concisão, pelo lampejo que um poema curto pode oferecer. Lembro que fiz um arquivo chamado “pitadas de sal” com esses poemas menores para apresentar à Júlia Vita, editora do livro. Então, “refinaria” traz também essa contraposição de formas, mas não de forma segmentada. Os poemas caudalosos e os enxutos estão entrelaçados. Falo sobre os processos de refino de memórias, de sentimentos e de percepções e, em contraponto, digo que é necessário inaugurar uma antirrefinaria, o que tem a ver com a espontaneidade, com a vida que precisa ser vivida de bate-pronto, com o texto escrito sem tanta racionalização, pelo menos num primeiro momento. O que é a vida sem um porém?


Você escreve desde quando?
Rodrigo Cabral - 
Praticamente nasci numa redação de jornal, que a frequentei desde muito novo para esperar meu pai no trabalho. O cheiro de jornal impresso sempre foi muito forte durante toda a minha vida. Durante a adolescência, quis entrar para aula de música. Pedi um violão ao meu pai. Ele negociou que atenderia a meu pedido, mas, antes, eu deveria fazer uma espécie de “estágio”, para que eu escrevesse algumas redações. E lá fui eu. Os textos eram sempre corrigidos com muita tinta vermelha. No fim das contas, ganhei o violão, que me acompanha até hoje, e um gosto pela escrita e pela edição, também. Veja bem, não tenho medo da caneta vermelha. Essa é a refinaria — editar e ser editado, inclusive pelo leitor — necessária para viver, para terminar uma obra. Algumas dessas memórias estão no poema “chefe”. Anos depois, decidi cursar Jornalismo. Acontece que, confesso, a objetividade e a realidade muitas vezes sufocam. Escreveu Mallarmé: “É de ficar admirado que não exista uma associação, em todas as grandes cidades, entre os sonhadores que aí permanecem para supeditar um jornal que observe os acontecimentos sob a luz própria do sonho”. Estou tentando, ao meu jeito.


Você tem algum ritual de preparação para a escrita? Tem alguma meta diária de produção?
Rodrigo Cabral - 
Tenho feito diário de escrita, o que ajuda bastante. Algumas vezes, palavras ou frases se intrometem na minha mente. Digo que são “galhos”. Posso puxar e descobrir uma árvore inteira. Ou posso ignorar, deixar para lá, dizer que depois me sento para escrever — geralmente é a pior opção, porque o próximo dia pode ser de terra arrasada.


Quais são seus projetos atuais de escrita?
Rodrigo Cabral - 
Quero continuar a refinaria. Não esta, pois agora já é texto consolidado. Meu desejo é escrever mais poemas e um romance. Meu desejo é escrever. 

.: "José De Quadros: sobreVIVER Ainda": compilação, dois ensaios e entrevista


Evento de lançamento conta com bate-papo e sessão de autógrafos nesta terça-feira, dia 26 de novembro, às 19h00, no Centro de Pesquisa e Formação do Sesc SP


Em edição bilíngue, "José De Quadros: sobreVIVER ainda" apresenta a obra do pintor e desenhista José De Quadros, artista brasileiro que se divide em ateliês em dois países: um no Itaim Paulista, na Zona Leste da cidade de São Paulo; outro na cidade de Kassel, na Alemanha. A publicação traz um retrospecto de sua produção artística dos últimos 30 anos dividida em séries distintas evidenciando uma produção que reflete sobre questões sociais e dilemas humanos, como segregação, racismo e/ou perseguição. 

Conforme ressalta a organizadora Tereza de Arruda, o artista retrata “um cotidiano sedimentado por inúmeras camadas de acontecimentos históricos e histórias que norteiam seu universo”. O lançamento acontece no dia 26 de novembro, terça-feira, a partir das 19h00, no Centro de Pesquisa e Formação, com bate-papo entre a organizadora Tereza de Arruda e o pintor e desenhista José De Quadros, mediado por Bel Santos Mayer. O bate-papo será seguido por sessão de autógrafos. 

Além das obras, a publicação traz um ensaio da organizadora Tereza de Arruda sobre a vida e a produção do artista, indicando que a vivência entre os dois continentes permite José De Quadros investigar essas realidades interculturais permeadas por dimensões sociopolítico-culturais que as moldam e que se manifestam distintamente em suas composições. A edição conta, ainda, com artigo de Rita de Fitas sobre a série “Jogos de Armar” — que utiliza técnicas mistas sobre jornais alemães publicados entre 1931 e 1949 — e traz também uma entrevista com De Quadros realizada por Bel Santos Mayer e o coletivo Vozes Daqui de Parelheiros. Compre o livro neste link.


O que disseram sobre o livro

“Como se vê, é também a duplicidade de inserções que advém com a reapresentação de uma obra plástica pela plataforma editorial, com os códigos próprios a esta última, incrementando o acesso a uma trajetória de mais de três décadas por intermédio da reunião e contextualização crítica das criações de José De Quadros.”- Luiz Deoclecio Massaro Galina, Diretor Regional do Sesc São Paulo

“A cada época há novas perguntas que demandam novas respostas. As séries de obras realizadas por José De Quadros durante sua carreira atuam como ferramentas de apoio nesse processo, pois tratam de temas e demandas sociopolítico-culturais emergenciais da nossa realidade e de âmbito universal. Elas nos auxiliam no processo de reparo. Isso no duplo sentido de olhar, observar, notar e igualmente no ato de rever, consertar, renovar!”. - Tereza de Arruda, organizadora do livro.

Sobre a organizadora
Tereza de Arruda é mestre em História da Arte pela Universidade Livre de Berlim e vive entre o Brasil e a Alemanha, como o artista José De Quadros. Ela teve a oportunidade de acompanhar de perto a vivência e a produção artística de Quadros nos dois continentes. Atua como curadora de suas exposições individuais e coletivas.

Sobre o artista
José De Quadros
nasceu em 1958 em Barretos, SP. Iniciou seu percurso como autodidata ainda no Brasil. Um longo caminho o levou à Alemanha, onde ingressou na Faculdade de Artes Plásticas de Kassel, formando-se em 1998 com especialização em Pintura com o professor Kurt Haug.


Ficha técnica:
"José De Quadros: sobreVIVER ainda"
Organizadora: Tereza de Arruda
Edição: 1ª
Editora: Edições Sesc
Ano: 2024
Páginas: 256
ISBN: 978-85-9493-296-9
Idioma: português/inglês
Compre o livro neste link.


Serviço
Evento de lançamento do livro "José De Quadros: sobreVIVER ainda"
Dia 26 de novembro, terça-feira, a partir de 19h
Bate-papo entre Tereza de Arruda e José De Quadros, Bel Santos Mayer, seguido de sessão de autógrafos.
Todas as idades. Grátis
Inscrições: sescsp.org.br/cpf


Centro de Pesquisa e Formação
R. Dr. Plínio Barreto, 285, 4º andar
Bela Vista, São Paulo - SP, 01313-020
www.sescsp.org.br/unidades/14-bis/

← Postagens mais recentes Postagens mais antigas → Página inicial
Tecnologia do Blogger.