domingo, 3 de agosto de 2025

.: Em "Bet Balanço", Érico Brás mistura stand-up, banda ao vivo e escândalos


Em "Bet Balanço", Érico Brás mistura stand-up, banda ao vivo e escândalos reais em comédia musical sobre dinheiro, influência e honestidade no Brasil. Foto: Ronald Cruz

Qual o preço de se manter honesto em uma sociedade que cada vez mais premia os atalhos, os escândalos e os discursos vazios? Essa é a provocação que dá partida ao espetáculo inédito "Bet Balanço", com texto e direção de Giovani Tozi, em cartaz no Teatro Itália, em temporada aos sábados, às 23h00. Na trama, Érico Brás interpreta Jurandir, um homem íntegro, mas sufocado pelas contradições de um país onde o sucesso parece estar sempre ligado à esperteza, e não ao mérito. O ponto de partida dramatúrgico é o conto "A Teoria do Medalhão", de Machado de Assis, que Tozi atualiza para o contexto de 2025.

“Desde que li esse texto no colégio, fiquei impressionado com o humor do Machado, e aquilo me despertou pra obra dele. Sempre quis levar esse conto ao palco, mas foi só agora, que a vontade encontrou o momento certo”, conta Tozi. No conto, Machado apresenta a figura do “medalhão”, um sujeito que conquista notoriedade sem ter feito nada de relevante. Ele é respeitado, ouvido, homenageado, apenas porque representa uma imagem de virtude. “Hoje, o medalhão de Machado é o influencer que aparece em campanhas, acumula seguidores e vira referência, muitas vezes sem ter dito absolutamente nada com substância. E é sobre isso que 'Bet Balanço' fala, fama sem mérito, dinheiro sem trabalho, e um país onde o maior talento parece ser o de parecer importante”.

Mais de uma década após trabalharem juntos no Rio de Janeiro, o reencontro entre Érico Brás e Giovani Tozi marca o nascimento de um espetáculo que une humor ácido, crítica social e música ao vivo. Durante esse tempo, Tozi chegou a procurar Érico para integrar o elenco de uma comédia americana, projeto que ainda não saiu. Mas foi o convite de Érico, esse ano, que deu origem à parceria atual. “Fiquei muito feliz com o contato do Érico porque admiro muito a história dele, como ser humano e artista. Pra além de um ator cheio de recursos, é um cara que tem uma energia muito boa, e isso faz toda a diferença num processo criativo”, afirma Tozi. “Quando ele me procurou pra esse trabalho e me contou sobre os temas que interessavam a ele, eu pedi uma semana e revirei minha ‘gaveta das vontades’. São projetos ou fragmentos que ainda quero realizar. E lá estava esse: a atualização do conto 'Teoria do Medalhão', do Machado de Assis”.

A proposta foi justamente essa: falar sobre o poder do dinheiro, como ele molda comportamentos, impõe silêncios e transforma a ideia de sucesso. No conto, um pai aconselha o filho a se tornar um medalhão, alguém admirado e respeitável sem precisar se comprometer com ideias próprias. No mundo de hoje, esse medalhão é o influencer. E é nesse salto que o espetáculo mergulha. "Bet Balanço" traz Érico Brás em um solo tragicômico, musicado, que mistura elementos de stand-up comedy, teatro político e show musical. Em cena, uma banda ao vivo acompanha o ator, que canta clássicos da música brasileira sobre dinheiro, poder e vaidade. Canções populares de artistas como Gilberto Gil, Caetano Veloso, Ivete Sangalo e Cartola ajudam a costurar as passagens mais intensas do espetáculo.

Além do humor e da música, o texto toca em feridas muito atuais, como o racismo estrutural — especialmente no universo da publicidade — e o escândalo das casas de apostas online, que aliciam artistas e influenciadores para promover um sistema onde, quase sempre, o pobre é quem perde. "Bet Balanço" propõe uma reflexão urgente: em um tempo em que a influência vale mais do que o conteúdo, e o sucesso pode ser medido em curtidas, o que ainda tem valor?


Sinopse de "Bet Balanço"
Jurandir é um homem comum, íntegro, batalhador, que um dia vê sua vida mudar após recusar, e depois aceitar, uma proposta milionária para divulgar uma casa de apostas online. A partir dessa escolha, ele mergulha numa espiral de lembranças, dilemas morais e questionamentos sobre sucesso, fama e dinheiro. Partindo da Teoria do Medalhão, de Machado de Assis, a história atualiza o conto para expor os bastidores de uma sociedade onde parecer vale mais do que ser, e onde a linha ética entre ganância e ambição é cada vez mais turva. Tudo isso costurado por música ao vivo, bom humor e uma linguagem que mistura stand-up, teatro e crítica social. BET BALANÇO é uma tragicomédia contemporânea sobre o preço das escolhas num mundo que transformou a influência em moeda e a vaidade em virtude.

 
Serviço
Espetáculo "Bet Balanço". 
Sábados, às 23h00. Teatro Itália - Av. Ipiranga, 344 ,  República / São Paulo. Ingressos: R$ 80,00 (inteira) R$ 40,00 (meia). Classificação: 12 anos.

.: Cine Dom José, no centro de São Paulo, é palco para peça “Sinfonia Capital"


O Cine Dom José é um cinema com exibições de conteúdo adulto, ativo, localizado no centro de São Paulo e abriga há 15 anos a Cia. Les Commediens Tropicales. Cena do espetáculo. Foto de Cia. LCT


Celebrando 20 anos de atuação na cidade de São Paulo, o grupo teatral Cia. LCT e o quarteto à Deriva estreiam o espetáculo “Sinfonia Capital - Em Tempos de Segunda Mão”. A temporada acontece no Cine Dom José, até dia 31 de agosto, com sessões de quinta a domingo, às 20h, totalizando 20 apresentações. O ponto de encontro com o público é na Galeria Olido, em São Paulo.

A peça é livremente inspirada no livro “O Fim do Homem Soviético” (2013), da escritora bielorrussa, vencedora do Nobel de Literatura de 2015, Svetlana Alexijévich. A dramaturgia foi construída por Carlos Canhameiro, que está em cena ao lado de Beto Sporleder, Daniel Gonzalez, Daniel Muller, Guilherme Marques, Michele Navarro, Paula Mirhan, Rodrigo Bianchini e Rui Barossi.

Para explorar os escombros afetivos e ideológicos do pós-socialismo, a montagem recria, dentro do cinema, uma típica cozinha soviética, transformando o espaço íntimo em um território também político, onde vozes, memórias e fantasmas dividem o pão com o presente. O cenário é assinado por José Valdir Albuquerque e aposta na cor vermelha, inspirado na obra Desvio para o Vermelho, de Cildo Meireles. Ao longo do espetáculo, o grupo prepara conservas de tomate ao vivo, em referência à tradição russa; ao final, os potes podem ser adquiridos pelo público.

Em funcionamento desde 1976, o Cine Dom José é um conhecido cinema adulto. “Estamos hospedados no Cine Dom José desde 2009, e realizar uma peça dentro da sala de cinema é um sonho antigo. Acredito que, para o público, será um encontro inusitado entre linguagens artísticas distintas - arquitetura, teatro, música, cinema - além de gerações e histórias quase esquecidas”, comenta Canhameiro.


Sobre a encenação
A narrativa do espetáculo se organiza como uma sinfonia em quatro movimentos - ideia que, inclusive, inspirou o título da obra. Nesse contexto, a música não serve apenas como trilha, mas conduz a encenação. “Uma sinfonia costuma ser composta por quatro movimentos. Seguimos essa estrutura para criar a peça, variando os temas presentes no livro de Svetlana. Há um prólogo, seguido por movimentos que exploram a cozinha política - espaço de conspiração e reflexão soviética -, o amor, a cultura e, por fim, um réquiem”, explica o dramaturgo.

 A Cia. LCT e o quarteto À Deriva mantêm uma parceria criativa há 13 anos, e em Sinfonia Capital é a música que estrutura a dramaturgia da peça. A montagem explora as características estéticas do quarteto - com ênfase na improvisação sonora - em diálogo com a voz da cantora Paula Mirhan, combinando canções experimentais e atmosferas que transitam entre o épico e o intimista. Neste contexto, o cinema se transforma também em palco para um concerto musical.

 Definida como uma ficção documental, “Sinfonia Capital” investiga o que resta após o colapso do mundo soviético e de um modo de vida - e o que ainda resiste a desaparecer. A cada movimento da sinfonia, tensionam-se as fronteiras entre política, intimidade e arte. Com esse mosaico de vozes, a Cia. LCT e o quarteto À Deriva reforçam a ideia de que a memória coletiva se constrói, sobretudo, a partir das experiências individuais e dos relatos de pessoas comuns - mais do que pelos grandes acontecimentos históricos. “Svetlana desenvolve em seus livros um trabalho minucioso de escuta e reconstrução da memória e do passado. Como seria inviável levar todos os depoimentos do livro O fim do homem soviético para o palco, buscamos compreender o método da autora e criar nossa própria experiência cênica, partindo da ideia de que o fim, na verdade, é uma ilusão”, explica Canhameiro.

 O trabalho conta com interlocuções cênicas de Maria Thaís, Jé Oliveira e Janaina Leite. O projeto foi contemplado pela 43ª Edição do Programa Municipal de Fomento ao Teatro para a cidade de São Paulo - Secretaria Municipal de Cultura.


Atividade paralela - Cine Conserto
A Cia. LCT também se destaca por suas produções audiovisuais em parceria com a Brutaflor Filmes. Como parte das comemorações de seus 20 anos, a companhia exibirá gratuitamente quatro obras cinematográficas na sala de cinema do Cine Dom José.

 As exibições contarão com trilha sonora ao vivo do quarteto À Deriva e intervenções cênicas dos atores e atrizes da companhia. As obras escolhidas são o documentário Medusa in Conserto e as videoartes Música para Poltronas Vazias, in.verter à deriva e omuroreverorumo. Cada título terá três sessões, sempre às segundas, terças e quartas-feiras, às 20h, ao longo do mês de agosto. O ponto de encontro com o público será na Galeria Olido. Entrada gratuita.


Sinopse
"Sinfonia Capital - Em Tempos de Segunda Mão" é a nova criação da Cia. LCT com o quarteto À Deriva, celebrando 20 anos de trajetória conjunta. Livremente inspirada em "O Fim do Homem Soviético", de Svetlana Aleksiévitch, a peça ocupa o Cine Dom José, transformado em cozinha soviética, e propõe uma sinfonia em quatro movimentos onde música e memória constroem a cena. Entre ruínas afetivas e ecos históricos, a peça é uma elegia documental sobre o que resiste a desaparecer em tempos de vidas de segunda mão.


Ficha técnica
Espetáculo "Sinfonia Capital - Em Tempos de Segunda Mão" 
Encenação: Cia. LCT & quarteto À Deriva
Dramaturgia: Carlos Canhameiro a partir do livro "O Fim do Homem Soviético", de Svetlana Aleksiévitch
Elenco: Beto Sporleder, Carlos Canhameiro, Daniel Gonzalez, Daniel Muller, Guilherme Marques, Michele Navarro, Paula Mirhan, Rodrigo Bianchini e Rui Barossi
Criação musical e música ao vivo: quarteto À Deriva e Paula Mirhan
Iluminação: Daniel Gonzalez
Cenário: José Valdir Albuquerque
Figurinos: Anuro e Cacau Francisco
Interlocução cênica: Janaina leite, Jé Oliveira e Maria Thaís
Pensamento corporal: Andreia Yonashiro
Preparação vocal e canto: Yantó
Videocenografia: Vic von Poser
Técnico de som: Pedro Canales
Técnico de luz: Cauê Gouveia
Produção: Mariana Pessoa
Assistência de produção: Leonardo Inocêncio
Estagiária: Beatriz Guelfi
Estudos teóricos: Elena Vassina, Jean Tible, Marcela Morgana e Mario Ramos Francisco
Apoio: FJ Cines
Este projeto foi contemplado pela 43ª Edição do Programa Municipal de Fomento ao Teatro para a cidade de São Paulo - Secretaria Municipal de Cultura


Serviço
Espetáculo "Sinfonia Capital - Em Tempos de Segunda Mão" 
Até dia 31 de agosto, de quinta a domingo, às 20h
Local: Cine Dom José - ponto de encontro: Galeria Olido (entrada lateral)
Endereço: Rua Dom José de Barros, 312 - República / São Paulo
Atenção - Ingressos reservados somente pela Sympla. Não há bilheteria física no local e não poderá entrar após o início do espetáculo. A meia-entrada é R$ 20,00 ; a inteira R$ 40,00 (inteira)
Duração: 90 minutos
Classificação: 14 anos
Capacidade: 50 lugares
Acessibilidade: o espaço não conta com infraestrutura acessível para pessoas com dificuldade de locomoção.

.: "São Paulo Surrealista" faz Teatro do Incêndio confrontar o conservadorismo


Sucesso no repertório da companhia, a peça questiona um mundo em ruínas, e integra a programação dos 30 anos de trajetória que o Teatro do Incêndio comemora em 2026. Foto: André Pottes

O Teatro do Incêndio, agora sob gestão da Colmeia Produções, volta em cartaz com "São Paulo Surrealista - Corpo Antifascista", até dia 31 de agosto de 2025. As sessões ocorrem aos sábados e domingos, às 20h00. O espetáculo é um ritual teatral dirigido por Marcelo Marcus Fonseca, que mergulha no surreal para retratar símbolos e fantasias de São Paulo. É uma ode à cidade e seus personagens, confrontando - em um jogo de imagens sobrepostas - as contradições e fantasias da metrópole.

A peça, que cumpriu temporadas com ingressos esgotados em 2012, 2013, 2014 e 2019, retornou atualizada em 31 de maio de 2025, debochando da atual onda de conservadorismo, tendo no movimento surrealista a inspiração política de provocar as estruturas pela imagem poética. Claudio Willer (1940 - 2023) - escritor e poeta, cujos vínculos literários são com a criação mais rebelde e transgressiva, como o surrealismo e geração beat - foi consultor da companhia para esse projeto. Willer será homenageado nessa versão 2025.

O espetáculo não conta necessariamente uma história. O que não significa que a peça não tenha uma dramaturgia sólida e uma linha narrativa. Para revelar a cidade real, nada é realista. Os textos são colagens emolduradas por imagens e figuras da metrópole, sejam elas reais ou distorcidas, tendo na música ao vivo um elemento essencial para traduzir sua pulsação.

Mário de Andrade, Roberto Piva, Pagu, nativos, cidadãos comuns, ninfas e animais recebem o surrealista André Breton, observado por Antonin Artaud (dramaturgo francês, surrealista), para um mergulho na capital paulista, percorrendo Os Nove Círculos do Inferno de Dante Alighieri. “Esta montagem propõe também que o espectador perceba a cidade pelos olhos de André Breton, um dos criadores do surrealismo, em um jogo que ressalta pontos turísticos, monumentos, terreiros, restaurantes e bordeis paulistanos”, explica Marcelo Marcus Fonseca.

O público precisa, invariavelmente, ir fantasiado ao teatro ou não será permitido seu ingresso. “Como em um carnaval estendido, o público deve chegar ao teatro com figurinos para compor a plateia como personagem. Vale tudo”, afirma o diretor Marcelo Marcus Fonseca, liberando os espectadores usarem a criatividade. Em cena estão 25 artistas em uma celebração musical da cidade com alusões ao cinema de Pier Paolo Pasolini e Frederico Fellini e textos escritos durante o processo e com colaboração do elenco da primeira montagem, com base na escrita automática característica do Surrealismo. Todas as canções foram compostas por Marcelo Fonseca e Wanderley Martins especialmente para o espetáculo, algumas delas “em parceria” com Arthur Rimbaud e Charles Baudelaire.


O projeto
Esta temporada integra o projeto Aumentar É Aumentar-se, que dá início às comemorações dos 30 anos de trajetória que a Companhia Teatro do Incêndio completa em 2026, agora com toda a sua programação sob gestão da Colmeia Produções. Completam a programação: montagens de dois espetáculos inéditos - "Dois Perdidos Numa Noite Suja", de Plínio Marcos, e "Vocês Não Entenderam Nada", de Marcelo Marcus Fonseca, livremente inspirado em René de Obaldia (15/11 a 15/12); "Incêndios da Memória - Rodas de Conversa e Vivências" (2/8 a 6/9, sábados, às 15h) e show "Com o Coração na Boca", de Cida Moreira e Rodrigo Vellozo;  ações de projeto permanente "A Aurora É Coletiva - Iluminar" (curso de iluminação para jovens maiores de 18 anos), "Vivência Artística" (para jovens maiores de 18 anos) e "Residência Artística" (para um grupo, coletivo ou coletividade desenvolver suas atividades artísticas e de pesquisa na sede do Teatro do Incêndio).


Ficha técnica | "São Paulo Surrealista - Corpo Antifascista". Com: Cia. Teatro do Incêndio. Projeto: Aumentar é Aumentar-se. Roteiro e direção geral: Marcelo Marcus Fonseca. Elenco: Josemir Kowalick, André Pottes, Amy Campos, Marcelo Marcus Fonseca, Isabela Alonço, Livia Melo, Sabrina Sartori, Mariana Peixoto, João Paulo Villela, Anna Bia Viana, Thauany Mascarenhas, Camilo Guadalupe, Sabrina Rodriguez, Bruno Vizzotto, Ana Ferrari, Stefanie Araruna, João Victor Silva, Giovanna Garcia, Fiore Scheide e Joviana Venture. Direção musical: Dedéco (André Pereira Lindemberg). Direção musical original: Wanderley Martins. Música ao vivo: Xantilee Jesus, Bruno Vizzotto, Ricardo Martins e Dedéco. Iluminação: Rodrigo Sawl. Cenografia: Marcelo Marcus Fonseca. Figurino: Sabrina Sartori. Aderecista: Vyvy Vanazzi. Fotos: Kym Kobayashi e Cristiano Pepi. Designer gráfico: Livia Melo. Assessoria de mídias sociais: Amy Campos. Assessoria de imprensa: Verbena Comunicação. Direção de produção: Vanda Dantas. Gestão: Colmeia Produções. Realização: Cooperativa Paulista de Teatro - CPT, Edital Fomento CULTSP PNAB Nº 38/2024 Manutenção e Modernização de Espaços Culturais - Programa de Ação Cultural - ProAC São Paulo, da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Governo do Estado de São Paulo, do Ministério da Cultura e do Governo Federal e Cia. Teatro do Incêndio.


Serviço
Espetáculo "São Paulo Surrealista - Corpo Antifascista"
Temporada: 2 a 31 de agosto - Sábados e domingos, às 20h
Ingressos: R$ 40,00 (inteira) e R$ 20,00 (meia-entrada)
Vendas on-line - https://www.sympla.com.br/evento/sao-paulo-surrealista-corpo-antifascista-temporada-popular/2998801 
Bilheteria: uma hora antes das sessões. Aceita dinheiro, PIX e cartão.
Gênero: surrealismo. Duração: 70 minutos. Classificação: 18 anos.
Importante: É obrigatório ao público ir com figurino (criação livre).
Local: Teatro do Incêndio
Rua Treze de Maio, 48 - Bela Vista/Bixiga. São Paulo/SP.
Tel.: (11) 2609-3730. Na Rede: @teatrodoincendiooficial
Estacionamento pago em frente ou entorno ao Teatro.

.: “Aonde Está Você Agora?”, inspirada em música da Legião Urbana, em cartaz


Os atores Felipe Camacho e Marcos Moraes no espetáculo retrata o poder da amizade e da memória, com inspiração na música “Vento no Litoral”, da banda Legião Urbana. Foto: divulgação


A peça “Aonde Está Você Agora?” chega aos palcos de São Paulo está em cartaz até o dia 28 de agosto, sempre às quintas-feiras, às 20h30, na Casa de Artes SP. O texto é de Regiana Antonini, direção de Marinho Moraes e no elenco Felipe Camacho e Marcos Moraes. O espetáculo retrata o poder da amizade e da memória, com inspiração na música “Vento no Litoral”, da banda Legião Urbana.

A trama acompanha a trajetória de Pedro e Gabriel, dois garotos que apesar das diferenças sociais, desenvolvem uma profunda amizade, mas se separam na juventude, mantendo contato apenas através de memórias, pensamentos e um “Livro da Sorte”. A história se desenrola ao longo de sete anos, com passagens entre as cidades de Vila Velha, no Espírito Santo, e Nova Iorque, nos Estados Unidos, nas décadas de 80 e 90. Os flashbacks revelam momentos marcantes da juventude e os sonhos que os uniram.

Esta é a primeira vez que a autora Regiana Antonini, conhecida por seu olhar poético e delicado sobre as relações humanas, apresenta esta montagem na cidade de São Paulo, que já passou por diversas cidades brasileiras e algumas cidades no exterior. A produção também marca a estreia do diretor Marinho Moraes, que dirige sua primeira peça teatral, Marinho é conhecido por dirigir diversas novelas infanto-juvenis no SBT, como Cúmplices de um Resgate, Poliana e A Infância de Romeu e Julieta.

No palco, Felipe Camacho estreia no teatro dando vida ao personagem Gabriel. Natural de Niterói , o cantor e ator de 28 anos iniciou a carreira artística após atuar como jogador de futebol profissional. Hoje se divide entre a música e o teatro, com formação em instituições como CAL, Tablado e Escola de Atores Wolf Maya.

Marcos Moraes, 38 anos, dá vida ao personagem Pedro. Com uma carreira teatral e passagens pela TV, Marcos é formado pelo Teatro Escola Macunaíma e soma mais de 12 espetáculos no currículo, além de experiências como assistente de direção e diretor de curta-metragem. A montagem tem duração de 60 minutos, com classificação livre e é uma realização da produtora Sonhos em Ação, em parceria com a empresa de assessoria MM Estratégia de Imagem. A primeira versão do espetáculo foi montada em 1995 e, desde então, a peça já ganhou 12 montagens diferentes, emocionando plateias de várias regiões do país.


Serviço
Peça: “Aonde Está Você Agora?”
Texto: Regiana Antonini
Direção geral: Marinho Moraes
Elenco: Felipe Camacho e Marcos Moraes
Curta temporada: 31/07 a 28/08
Dias: Quintas-feiras, às 20:30h
Duração: 60 minutos
Classificação: 12 anos.
Produção: Sonhos em Ação e MM Estratégia de Imagem.
Local: Casa de Artes SP - Rua Major Sertório, 476, - Vila Buarque - São Paulo / SP.
Valor: À partir de R$ 40,00
Ingressos disponíveis em: Link
Cupom de desconto (10% OFF): AONDEESTAVOCEAGORA

sábado, 2 de agosto de 2025

.: Flavia Garrafa diante do abismo entre falar e fazer alguma coisa a respeito


Por Helder Moraes Miranda, especial para o portal Resenhando.com. Foto: João Neto

Existe algo de perigoso em transformar sofrimento em risadas e Flavia Garrafa sabe disso. Psicóloga por formação, atriz por vocação e escritora por necessidade de se expressar, ela circula há mais de 30 anos por esse terreno movediço em que o comportamento humano serve de matéria-prima para a comédia que, por sua vez, revela o que as pessoas preferem varrer para debaixo do tapete.

Nos solos "Fale Mais Sobre Isso" e "Faça Mais Sobre Isso", ambos dirigidos pelo irmão dela, Pedro Garrafa, a atriz dá corpo, voz e crise à terapeuta Laura: uma mulher de 40 e poucos anos, exausta de atender o mundo, mas ainda tentando escutar a si própria. A personagem, que virou uma espécie de alter ego cênico da autora, volta aos palcos agora no Teatro Multiplan, no MorumbiShopping, em São Paulo - com sessões duplas: "Fale Mais Sobre Isso", às quintas-feiras, às 20h30 (de 7 de agosto a 25 de setembro), e "Faça Mais Sobre Isso" aos sábados, às 22h00 (de 2 de agosto a 27 de setembro).

Embora compartilhem a mesma protagonista e a mesma lente analítica sobre as dores contemporâneas, as peças não são exatamente uma sequência. "Fale Mais Sobre Isso" marca o primeiro passo: o de reconhecer e verbalizar o desconforto. Já "Faça Mais Sobre Isso" propõe o mergulho posterior - a difícil arte de agir, de sair do discurso e encarar a vida com suas lacunas e tentações de fuga. Ao completar dez anos em cartaz, "Fale Mais Sobre Isso" ganhará uma adaptação para o formato romance. O livro trará a dramaturgia original e passagens inéditas que ficaram de fora da encenação. Neste diálogo exclusivo com o Resenhando.com, Flavia fala sobre terapia, humor, esgotamento, ser paciente da própria história e o que significa fazer comédia quando o mundo parece ter esquecido de rir de si mesmo.

Resenhando.com - ⁠Você se divide entre o palco e o divã, mas se tivesse que escolher: o que cura mais,  a catarse do teatro ou o silêncio cúmplice da terapia?
Flavia Garrafa Ah... assim não vale! São coisas diferentes. Eu sou muito mais feliz quando estou no palco. É meu lugar preferido no mundo, mas não acho que ele resolva todas as questões. A terapia possibilita, entre outras coisas, um mergulho fundo em si mesmo e uma quebra de ciclos que são incomparáveis. Agora, tenho que admitir que estar longe dos palcos já me levou à terapia tamanho o meu desassossego.

Resenhando.com - ⁠⁠Laura, sua personagem, é uma terapeuta sobrecarregada. E a Flavia, onde guarda os próprios colapsos quando não há ninguém para ouvir?
Flavia Garrafa Flávia é uma pessoa que vai à terapia e que faz atividade física. Pior do que ser sobrecarregada é deixar o sistema nervoso e o emocional à mercê das pressões e agendas. Olhar para dentro e exercitar-se para mim são ferramentas essenciais para não pirar… muito , né? Porque um pouco todo mundo pira.

Resenhando.com - ⁠⁠“Fale Mais Sobre Isso” vai virar livro. O que ficou entalado na peça e só conseguiu sair no papel? Alguma censura interna foi vencida ali?
Flavia Garrafa A ideia do livro veio de tantos pedidos de trechos  da peça. As pessoas saiam do teatro depois do "Fale Mais Sobre Isso"  e me pediam, "onde posso ter o texto?". "Onde tem aquele trecho?". Então decidi, nesse aniversário de dez anos , fazer o livro. E na hora de fazer, de romancear a peça, percebi que precisava rechear um pouco mais… Mas nada que estivesse entalado. Entalada mesmo só a vontade de escrever o livro mesmo (risos).


Resenhando.com - ⁠Entre falar sobre o que dói e, de fato, fazer algo a respeito, há um abismo. Qual foi a dor da sua vida que você falou demais... mas demorou a enfrentar?
Flavia Garrafa Eu tenho um dor que toda hora me cutuca que é a pressa, o querer tudo agora, em querer resolver… Aí tenho épocas mais calmas que eu deixo a vida fazer por ela mesma, mas sempre volta esse imediatismo que me atrapalha tanto. É uma vigia constante e fazer um pouco todo dia para não perder a mão.

Resenhando.com - ⁠⁠Você já atendeu alguém na vida real que mereceria virar personagem?
Flavia Garrafa Agora uma surpresa: eu NUNCA atendi ninguém!! (Risos) Sou formada em psicologia , fiz até o fim, atendi na faculdade, mas depois fui ser atriz e nunca atendi ninguém, para o bem da humanidade, Mas... li sobre muitos atendimentos... e... nem precisa atender, né? Tem cada pessoa na vida real que é um prato cheio para dramaturgos. Algumas eu até conheço na vida real e estão na minha peça, mas aí... não posso dar nomes .


Resenhando.com - ⁠⁠Seu ex-marido, Pedro Vasconcelos, teve a ideia inicial de “Fale Mais Sobre Isso”. Hoje, com outro Pedro na direção - seu irmão -, o que mudou na maneira como você é conduzida em cena? É possível ser dirigida por um irmão sem querer fazer análise familiar em cada ensaio?
Flavia Garrafa Olha, nesse caso é tudo junto misturado mesmo. O Pedro Garrafa me conhece mais do que qualquer pessoa, então é fácil e difícil. Fácil porque sabe como me acessar, difícil porque sabe como me acessar! (Risos) Mas sabe que isso é bom? As duas peças são muito pessoais e o Pedro é muito respeitoso e criativo. Eu estou me jogando sem rede de proteção, mas sei que ele é uma pessoa e meu diretor que está absolutamente do meu lado e por mim. Vale ressaltar que ele só é o diretor porque é muito talentoso e não porque é meu irmão. Mas o fato de ser meu irmão numa construção familiar tão amorosa ajuda a ser feliz no processo.


Resenhando.com - ⁠A senhorinha Alice começa a falar o que sente aos 78. Que verdades você mesma adiou demais para dizer? Já foi Alice alguma vez?
Flavia Garrafa Tem muitas verdades que eu adio, muitas delas por falta de espaço, ou mesmo por ainda não ter tanta certeza e conhecimento. É um processo. Já fui a Alice muitas vezes. Sou mulher, né? Fui criada para ser amável e tentar agradar, uma herança do patriarcado  que carregamos muito. Mas teve uma época que falava tudo o que sentia, como se tivesse tirado uma tampa e, nesse caso, era igualmente ineficiente. Bom equilíbrio: quando falar e quando calar é o que busco. Às vezes encontro, às vezes perco de novo...


Resenhando.com - ⁠⁠Dra. Laura se equilibra entre cuidar dos outros e dar conta de si. Você já sabotou sua saúde mental em nome da arte?
Flavia Garrafa Minha saúde mental já foi muita sabotada, mas não diria em nome da arte, mas em nome de um sistema que as vezes ela é inserida. Competição por papéis, necessidade de ser magra, de estar num padrão, frustrações em testes. Ser atriz não é para amadores definitivamente. Mas o mesmo remédio que cura é o que envenena, né? Pois bem, já me curei muito na arte também. A “conta fecha” e ainda me dá um saldo muito positivo.


Resenhando.com - ⁠⁠Em um país que mal escuta seus terapeutas e muito menos suas atrizes, o que ainda move você a fazer comédia reflexiva em meio ao caos?
Flavia Garrafa É exatamente o caos que me move a fazer uma comédia reflexiva. Todos estamos no caos  e é nele que temos que recorrer de recurso para sermos felizes. Uma comédia reflexiva que fale sobre a vida e mudanças no teatro é um recurso e tanto.


Resenhando.com - ⁠⁠Se a Flavia de 2025 encontrasse a Flavia de 1992, prestes a estrear no teatro com “Noite Que Te Quero Dia”, o que diria: “fale mais sobre isso” ou “faça mais sobre isso”?
Flavia Garrafa Eu diria: "Faça mais sobre isso , Flávia… Vai dar certo!". E vai dar errado também… Então Faça mais… Fale mais, viva mais... sempre focando no agora!


Serviço
Espetáculo "Fale Mais Sobre Isso"
Teatro Multiplan – MorumbiShopping - Av. Roque Petroni Júnior, 1089 – Piso G1 – Jardim das Acácias / São Paulo
Quintas-feiras, de 8 de agosto a 26 de setembro de 2025, às 20h30
Ingressos à venda na bilheteria do teatro e pelo Sympla : R$ 90 (inteira) | R$ 45 (meia)
Classificação indicativa: 14 anos
Duração: 60 minutos


Espetáculo "Faça Mais Sobre Isso"
Teatro Multiplan – MorumbiShopping - Av. Roque Petroni Júnior, 1089 – Piso G1 – Jardim das Acácias / São Paulo
Sábados, de 3 de agosto a 27 de setembro de 2025, às 22h00
Ingressos à venda na bilheteria do teatro e pelo Sympla : R$ 90 (inteira) | R$ 45 (meia)
Classificação indicativa: 14 anos
Duração: 60 minutos

.: Pinóquio é trans? Edição da Maralto mostra o que você não viu na Disney


Por Helder Moraes Miranda, especial para o portal Resenhando.com.

Em italiano toscano, a palavra "pinocchio" significa “pinhão”. De acordo com o estudioso Gérard Génot, há algo nessa simbologia: o pinhão é a carne escondida dentro da madeira, a semente dura que precisa ser arrancada antes que a pinha seja jogada ao fogo. Pinóquio, então, é a promessa de carne dentro da madeira. Uma alma tentando nascer dentro de uma casca. Por isso, a verdadeira jornada de Pinóquio não é moral, mas existencial e por isso, talvez o personagem de Carlo Collodi, seja o primeiro trans da literatura universal. 

Pinóquio é, antes de tudo, um símbolo legítimo de metamorfose - madeira tentando virar carne e osso, como alguém que espreme a alma em um corpo a que não pertence. Ele é um boneco de madeira, mas se sente um menino. E é exatamente esse lado visceral, poético e inquietante que reaparece e agora pode ser observado mais atentamente na edição luxuosa de "As Aventuras de Pinóquio", lançada pela Maralto Edições. 

Pode parecer uma heresia vincular essa teoria a uma figura tão consagrada no imaginário infantil. Mas é um personagem que, aos olhares atentos, oferece diversas interpretações. Não se engane: Pinóquio nunca foi feito para agradar ou para mudar a personalidade de crianças desobedientes - pelo contrário: talvez até incentivasse a rebeldia. Tampouco surgiu para ser mascote de estúdio de animação, ícone da cultura pop e das lojas de brinquedo, ou estampa de camiseta descolada, como acabou se tornando ao longo de gerações. 

Visualmente, o livro é uma pequena obra de arte em formato narrativo. Com projeto editorial assinado por Raquel Matsushita, tradução primorosa de Vanessa C. Rodrigues, e ilustrações da argentina Juliana Bollini, essa edição é um clássico apresentado com o cuidado gráfico meticulosamente pensada para ser um objeto de desejo. Nascida em Buenos Aires e radicada em São Paulo, a ilustradora da obra transforma lixo em milagre. No ateliê que mantém desde os 24 anos, cria personagens a partir de papel, tecido, madeira, brinquedos quebrados, garrafas pet e toda sorte de material que carregue histórias e texturas esquecidas. 

Nessa obra, cada personagem foi literalmente construído. Mais que meros enfeites de uma edição bonita e bem cuidada, as imagens do livro são esculturas fotografadas, teatralizadas e vibrantes. O tubarão, por exemplo, foi feito com um pedaço de madeira trazido pelo mar. Há, nessa materialidade, um lúdico coerente com a história que vem sendo contada. É o clássico tratado com muito respeito e reverência que merece.

Isso faz todo o sentido, porque a obra italiana, publicada originalmente em 1883, não é a história suavizada que muitos conhecem pela animação da Disney. Trata-se de um folhetim áspero e filosófico escrito por Carlo Collodi (pseudônimo de Carlo Lorenzini, jornalista e crítico teatral envolvido nos movimentos de unificação da Itália), que criou um herói insuportável: egoísta, mentiroso, impulsivo, teimoso e inconsequente que só quer ser amado por quem quer que seja. 

A tradução de Vanessa C. Rodrigues não suaviza essa crudelidade da vida perante o personagem. Pelo contrário, ao manter a ironia madrasta do texto original, a tradutora devolve ao leitor a complexidade de um texto que se recusa a ser apenas uma “fábula da moralidade”. Quando a Maralto Edições publica esse clássico - à venda no e-commerce da Maralto Edições e em livrarias parceiras - com tanta força, respeito e beleza, ela faz mais do que um resgate editorial. Seja adulto ou jovem, quem lê esse livro sai diferente. É um clássico e, talvez, um livro infantil. Pinóquio, mesmo quando mente, obriga o leitor a encarar verdades. A luta por pertencimento - o mais moderno dos desejos - faz com que Pinóquio tente ser alguém melhor do que é. Isso é lindo. 

.: "Passos": peça teatral inspirada no dorama "Navillera" está em cartaz


Com dramaturgia de Renata Mizrahi e direção de Victoria Ariante, novo trabalho do grupo conta história de um homem que, aos 70 anos, decide realizar o sonho de dançar. Foto: Mari Jacinto


Depois de encenar sua trilogia de peças - "O Legítimo Pai da Bomba Atômica", "Desobediência" e "Os Três Sobreviventes de Hiroshima" - sobre os horrores e consequências da Segunda Guerra Mundial, o Coletivo Oriente-se e a Nagai Produções propõem uma reflexão sobre o envelhecimento, as diferenças geracionais e a exclusão da população idosa em seu novo trabalho. Passos é livremente inspirado no dorama (termo usado para se referir aos dramas coreanos) “Navillera”, disponível na Netflix.

Com dramaturgia de Renata Mizrahi e direção de Victoria Ariante, a peça tem sua temporada de estreia no Teatro Itália, de 1º a 31 de agosto, com apresentações às sextas-feiras, às 20h00; aos sábados, às 19h00; e aos domingos, às 18h00. O elenco conta com Edson Kameda, Caio Mutai, Gilberto Kido, Winnie Moriyama e Emilia Kiyohara.

A montagem conta a história de Aurélio, que sempre amou dançar, mas não pôde seguir essa paixão, porque precisava garantir o sustento de sua família. Quando finalmente se aposenta, aos 70 anos, decide se matricular em uma escola de dança. No entanto, o que ele não esperava era enfrentar o preconceito do próprio professor, o jovem Hugo, que o provoca constantemente sobre seus limites físicos.

Ao explorar esse embate entre gerações, a peça propõe uma série de reflexões sobre os sonhos, a resiliência, os preconceitos contra pessoas de 60+, a exclusão, o choque intergeracional, mas também sobre a possibilidade do encontro e aprendizado entre gerações, da empatia e da transformação através da arte.


Ficha técnica
Espetáculo "Passos"
Texto: Renata Mizrahi.
Direção: Victoria Ariante.
Elenco: Edson Kameda, Caio Mutai, Gilberto Kido, Winnie Moriyama e Emilia Kiyohara.
Produção executiva: Giuliana Pellegrini.
Idealização, direção de produção e coordenação geral: Rogério Nagai.
Criação e operação de luz: Ícaro Zanzini.
Locução, voz em off, video e operação de som: Alexandre Mercki.
Cenografia e figurinos: Telumi Hellen.
Visagismo: Claudinei Hidalgo.
Composição original: Yugo Sano Mani.
Preparação corporal e coreografia: Keila Fuke.
Fotografia: Mari Jacinto.
Design gráfico e mídias sociais: Lol Digital.
Assessoria de imprensa: Pombo Correio.
Produtores associados: Caio Mutai, Edson Kameda e Rogério Nagai.
Realização: Prefeitura Municipal de São Paulo, Secretaria Municipal de  Cultura e Economia Criativa, Lei de Fomento ao Teatro, Coletivo Oriente-se e NAGAI Produções.
Este projeto foi contemplado pela 44° edição do programa municipal de fomento ao teatro para a cidade de São Paulo - Secretaria Municipal de Cultura e Economia Criativa.


Serviço
Espetáculo "Passos", com o Coletivo Oriente-se
Temporada: até dia 31 de agosto de 2025
Às sextas-feiras, às 20h00;  aos sábados, às 19h00; e aos domingos, às 18h00
Teatro Itália - Av. Ipiranga, 344 - Subsolo - República / São Paulo
Ingressos populares: R$ 30,00 (inteira) e R$ 15,00 (meia-entrada)
Bilheteria: abre duas horas antes de cada apresentação
Classificação: 10 anos
Duração: 80 minutos
Capacidade: 274 lugares (4 cadeiras para pessoas obesas)
Acessibilidade: teatro acessível a cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida

.: Grátis: versão de “A Casa de Bernarda Alba”, dos Satyros, será apresentada


Espetáculo revisita clássico de Federico García Lorca em versão provocadora sobre repressão, gênero e desejo. Foto: André Stefano, Tai Zatolinni e Aloander Oliveira


O grupo Os Satyros leva aos palcos do Teatro Sérgio Cardoso o espetáculo "A Casa de Bernarda Alba", clássico de Federico García Lorca escrito em 1936. A montagem acontece nesta segunda-feira, dia 4 de agosto, às 20h00, com entrada gratuita. No espetáculo, após a morte do marido, Bernarda Alba impõe um rigoroso luto às cinco filhas, confinando-as dentro de casa sob uma disciplina inflexível. Neste espaço de reclusão e desejo contido, rivalidades, paixões proibidas e tensões crescentes anunciam uma tragédia prestes a eclodir. 

A versão dos Satyros atualiza a potência simbólica da obra ao propor múltiplas formações de elenco: exclusivamente feminina, exclusivamente masculina e elenco misto. Com isso, os criadores ampliam os sentidos da narrativa, abordando de forma crítica o patriarcado, o machismo estrutural e as normas de gênero. Com direção de Rodolfo García Vázquez e adaptação de Ivam Cabral, a encenação une drama intenso à investigação estética, vocal e corporal. A trilha sonora original é assinada por Felipe Zancanaro e as canções foram compostas por André Lu, que também integra o elenco. A proposta é provocar reflexões sobre poder, silenciamento e liberdade numa sociedade ainda marcada por opressões.


Ficha técnica
Espetáculo "A Casa de Bernarda Alba", com Os Satyros
Direção artística: Rodolfo García Vázquez
Assistente de direção: Renatto Moraes
Pesquisa: Ivam Cabral
Tradução: Rodolfo García Vázquez
Adaptação: Ivam Cabral
Cenografia: Caio Rosa
Aderecista: Elisa Barboza
Iluminação: Flavio Duarte
Desenho de som: Thiago Capella e Felipe Zancanaro
Canções originais: André Lu
Trilha sonora Original: Felipe Zancanaro
Voz Off: Ivam Cabral
Berimbau gravado: Zé Vieira
Operação de luz: Flavio Duarte
Operação de som: Jota Silva
Preparação vocal: André Lu
Direção de coreografia e Flamenco: Neni Benavente
Figurino: Senac Lapa Faustolo – Curso livre de criação e desenvolvimento de figurino
Docentes: Maíra D. Pingo e Fábio Martinez
Idealização: Os Satyros
Elenco: Alessandra Rinaldo, Alex de Felix, André Lu, Anna Paula Kuller, Augusto Luiz, Beatriz Diaféria, Diego Ribeiro, Eduardo Chagas, Elisa Barboza, Felipe Estevão, Gabriel Mello, Guilherme Andrade, Guilherme Colosio, Gustavo Ferreira, Heyde Sayama, Isa Tucci, Julia Bobrow, Karina Bastos, Luís Holiver, Marcia Dailyn, Mariana França, Tai Zatolinni, Tammy Aires, Vitor Lins e Wil Campos.


Serviço
Espetáculo "A Casa de Bernarda Alba", com Os Satyros
Segunda-feira, dia 4 de agosto, às 20h00
Ingressos: Gratuitos | Retirada na bilheteria 1 hora antes do início do espetáculo
Duração: 100 minutos
Capacidade: 143 lugares + 6 espaços para cadeirantes
Classificação indicativa: 16 anos
Local: Teatro Sérgio Cardoso – Sala Nydia Lícia - Rua Rui Barbosa, 153 – Bela Vista, São Paulo/SP

.: Cia. do Pássaro apresenta “Baquaqua - Documento Dramático Extraordinário”


A Cia. ocupa a sede na Rua Álvaro de Carvalho, no Anhangabaú, com uma intensa programação e criações voltadas ao combate do apagamento histórico das pessoas negras. Foto: Noelia Nájera

O espetáculo “Baquaqua - Documento Dramático Extraordinário”, da Cia do Pássaro - Vôo e Teatro, é inspirado na única autobiografia conhecida de um africano escravizado em terras brasileiras, Mahommah Gardo Baquaqua. A peça, estreada em 2016, volta em cartaz com Alessandro Marba e Breno da Matta para reinaugurar a sede do grupo, em São Paulo, após uma reforma realizada por meio do Edital Fomento CULTSP PNAB 38/2024, para Manutenção e Modernização de Espaços Culturais no Estado de São Paulo. A temporada acontece entre os dias 2 e 24 de agosto, aos sábados, às 20h00, e aos domingos, às 19h00. Todas as sessões são gratuitas e contam com acessibilidade em Libras.

A peça conta a história de Baquaqua, nascido em uma família muçulmana no final dos anos 1820, no reino de Bergoo (atual Borgoo, no Benin). Ele  foi traficado para o Brasil na década de 1840, trabalhando em uma embarcação comercial até escapar, em 1847. Com o auxílio de abolicionistas na cidade de Nova Iorque, ele seguiu para o Haiti, onde viveu com missionários batistas. Em 1849, retornou aos Estados Unidos, mas logo optou por morar no Canadá. Nesse país, trabalhou com o editor Samuel Moore, responsável pela publicação de seu livro de memórias. Em 1857, ninguém mais teve notícias de Baquaqua.

"Baquaqua- Documento Dramático Extraordinário" recebeu muitos reconhecimentos ao longo da sua trajetória. A peça ganhou um selo da York University do Canadá, como uma fonte oficial de pesquisa para a história de Baquaqua, já que contaram com a assessoria de Bruno Véras, um importante pesquisador da instituição. Além disso, uma ação do MEC - Ministério da Educação do Brasil incluiu fotos e informações da peça em um livro didático de Artes para a oitava série. 

 
Trilogia do Resgate
A Trilogia do Resgate é um projeto teatral que busca recuperar histórias negras silenciadas e refletir sobre o racismo estrutural. O primeiro espetáculo, “Baquaqua - Documento Dramático Extraordinário”, estreou em 2016 e é baseado na autobiografia de Mahommah Gardo Baquaqua, africano escravizado no Brasil que registrou sua história em livro. “Na época, a obra ainda não tinha tradução em português. Hoje tem, e isso mostra a força desse trabalho”, comenta Alessandro Marba. 

“Também queremos mostrar que, apesar dos muitos avanços sociais, o racismo segue presente no cotidiano. Por isso, a cada temporada, atualizamos o texto com referências recentes, como o caso do assassinato de George Floyd ou de Genivaldo de Jesus Santos, que foi asfixiado por policiais com uma bomba de gás”, comenta o diretor e um dos dramaturgos Dawton Abranches - ele assina o texto com a dramaturga Dione Carlos. 

A segunda montagem, “Jacinta – Você só Morre Quando Dizem seu Nome Pela Última Vez”, relembra Jacinta Maria de Santana, mulher preta que teve seu corpo exposto por 30 anos na Faculdade de Direito do Largo São Francisco. O terceiro espetáculo está em criação e tem previsão de estreia em 2026. 


Sobre a encenação
“Baquaqua - Documento Dramático Extraordinário” é um espetáculo que trabalha com alegorias. Os dois atores em cena se alternam entre o papel de narradores, do personagem-título e de figuras opressoras que brotam das cenas. Em um canto do palco, ficam posicionados alguns manequins brancos com figurinos que remetem às figuras como a justiça, a liberdade, a religião e a polícia. “E me transformo nesses personagens ao longo da encenação”, diz Breno da Matta. 

O cenário evoca um navio negreiro, com a plateia embarcando junto com o personagem em suas múltiplas viagens. Pedro de Alcântara utilizou ripas de madeira em cor natural para criar essa ambiência. Ao fundo, um mapa pintado à mão ilustra a trajetória de Baquaqua pelos países percorridos. A trilha sonora é de LP Daniel que mescla instrumentais clássicos com elementos de música tribal africana. Nem todas as canções são autorais, mas Breno e Alessandro compuseram um repente para o trabalho. “Nossa trilogia pretende refletir sobre as heranças da escravidão para que possamos criar estratégias de combate a essa realidade".
 

Atividades paralelas
Além das oito apresentações do espetáculo "Baquaqua - Documento Dramático Extraordinário", a programação de reinauguração da Cia do Pássaro para 2025/26 envolve núcleos de pesquisa, a abertura do espaço para ensaios gratuitos de grupos, uma mostra de trabalhos em pequenos formatos, uma temporada de "Jacinta - Você só Morre Quando Dizem seu Nome Pela Última Vez" e um festival musical.

São dois os núcleos de pesquisa que estão com inscrições abertas no período de 28/07 a 10/08:  “Núcleo Políticas Públicas para Cultura e Arte: disputas, conflitos e vetos”, com orientação de Judson Cabral; e “Núcleo de Estudos em Produção Cultural e Elaboração de Projetos para Artistas e Produtoras(es) Independentes”, com Fernando Gimenes. As informações completas encontram-se no Instagram da Cia do Pássaro (@cia_do_passaro). 

A iniciativa foi viabilizada pelo Fomento CULTSP, Política Nacional Aldir Blanc, ProAC Editais 38/2024, Secretaria da Cultura Economia e Indústria Criativas e Ministério da Cultura. Com 14 anos de trajetória, a companhia mantém sua sede em uma verdadeira calçada cultural paulistana, vizinha ao Instituto Capobianco, ao Grupo Redimunho e à Ocupação Nove de Julho.

 
Ficha técnica
Espetáculo "Baquaqua - Documento Dramático Extraordinário"
Elenco: Alessandro Marba e Breno da Matta
Dramaturgia: Dione Carlos e Dawton Abranches
Direção: Dawton Abranches
Assistência de direção: Dione Carlos
Produção: Plataforma - Estúdio de Produção Cultural
Direção de Produção: Fernando Gimenes
Produção Executiva: Rafael Procópio
Consultoria de pesquisas: Bruno Véras
Cenário e figurinos: Pedro de Alcântara
Costureira e confecção de Abaiomys: Maria de Lourdes Ventura
Trilha sonora: LP Daniel
Composição da música ao vivo: Breno da Matta e Alessandro Marba
Operação de som: Dawton Abranches
Orientação musical e de movimentos: Laruama Alves
Criação de luz: Alice Nascimento
Adaptação e operação de luz: Rebeka Teixeira
Painel e aquarelas: Renato Caetano
Designer gráfico: Murilo Thaveira
Fotos: Noelia Nájera
Redes Sociais: Jorge Ferreira
Assessoria de Imprensa: Canal Aberto - Márcia Marques, Daniele Valério e Flávia Fontes


Serviço
Espetáculo "Baquaqua - Documento Dramático Extraordinário"
De 2 a 24 de agosto, aos sábados, às 20h00 e, aos domingos, às 19h00
Local: Sede da Cia do Pássaro, Vôo e Teatro - Rua Álvaro de Carvalho, 177 – Centro – São Paulo – SP
Ingressos: gratuitos | Retirar na bilheteria uma hora antes do espetáculo – Sujeito à lotação
Classificação etária: Livre Duração do espetáculo: 60 minutos Capacidade: 40 pessoas
Acessibilidade: O espaço é acessível para cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida. Além disso, todas as apresentações contam com intérpretes de LIBRAS.


Núcleos de Pesquisa
Inscrições até dia 10 de agosto
·Políticas Públicas para Cultura e Arte: disputas, conflitos e vetos. Coordenação: Judson Cabral
· Estudos em Produção Cultural e Elaboração de Projetos. Coordenação: Fernando Gimenes
Inscrições e informações na bio da @cia_do_passaro

.: Musical infantil ensina conceitos de finanças e empreendedorismo


Com dramaturgia de Renata Mizrahi e direção de Leandro Mariz, a peça faz da imaginação dos pequenos um espaço fértil para solidificar boas ideias e práticas. Nova montagem estreia no dia 2 de agosto no Teatro Ruth Escobar, em São Paulo. Foto: Priscila Prade

Com a missão de ensinar para as crianças, de forma leve e divertida, que o dinheiro não nasce em árvore e que é possível empreender, poupar e realizar sonhos, a peça "De Onde Vem o Dinheiro" ganha uma nova montagem com temporada entre os dias 2 a 31 de agosto no Teatro Ruth Escobar.O trabalho é apresentado pelo Ministério da Cultura, com patrocínio da Nubank, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet).  A direção artística é de Leandro Mariz e o elenco traz Aurélio Lima, Inês Munhoz e Titzi Oliveira. 

A realização é do Instituto Arte e Cultura Para Todos, e conta com a produção da WB Produções, comandada por Bruna Dornellas e Wesley Telles, responsável por grandes espetáculos como "Misery", de Stephen King, com Mel Lisboa e Marcello Airoldi; e "Três Mulheres Altas", de Edward Albee, com Suely Franco, Deborah Evelyn e Nathalia Dill. Na história, conhecemos Tina e Antônio, dois melhores amigos de 8 anos que vivem separados por muitos quilômetros, mas unidos pela saudade e pela vontade de se reencontrar. Quando Tininha pede à mãe para visitar o amigo, descobre que a viagem custa dinheiro, e que esse tal de dinheiro tem um caminho até chegar nas nossas mãos.

É então que começa a brincadeira! Inspirada pelos jogos digitais que os dois personagens adoram, Marta, a mãe de Tina, cria um “game da vida real”, transformando a sala de casa em um cenário mágico. Entra em cena a Rainha Dim-Dim  (sua própria versão gamificada) e propõe desafios cheios de música, perguntas e fases. Tudo para ensinar, de forma divertida, sobre poupança, esforço, planejamento e educação financeira. O que parece sonho vira aprendizado e o aprendizado vira conquista. Ao final, Tininha percebe que aprender a lidar com o dinheiro também é uma forma de crescer. "De Onde Vem o Dinheiro?" é um espetáculo que ensina sem ser didático, diverte sem subestimar a inteligência da criança e faz do teatro um espaço vivo para aprender sobre economia, amizade, família e respeito.


Ficha técnica
Espetáculo "De Onde Vem o Dinheiro?"
Idealização: Bruna Dornellas e Wesley Telles
Dramaturgia: Renata Mizrahi
Direção artística: Leandro Mariz
Assistente de direção: Leandro Flores
Elenco: Inês Munhoz, Titzi Oliveira e Aurélio Lima
Direção de produção: Bruna Dornellas e Wesley Telles
Trilha sonora original: Carlos Careqa
Cenografia e figurinos: Paula di Paoli
Iluminação: Leandro Mariz
Visagista: Bruna Recchia
Produção executiva: Leandro Flores e Clarice Coelho 
Produção executiva turnê: Aline Gabetto 
Assistente de produção: Guilherme Balestrero
Designer de LED: Rogério Cândido 
Técnico e operador de luz: GB Tech Art
Técnica e operadora de áudio: Vinicius Soares
Contrarregra: Anderson Assis (Popó)
Intérprete de Libras: Karina Zonzini
Designer gráfico: Alana Karralrey e Jhon Lucas Paes
Gestão de comunicação: Ismara Cardoso
Motion design: JL Estúdio
Fotos de cena: Moises Pazianotto
Fotos de estúdio: Priscila Prade
Vídeos: Stone Vídeos
Ilustrações: Rayan Casagrande
Assessoria jurídica: Maia, Benincá & Miranda Advocacia
Coordenação administrativa: Vianapole Arte e Comunicação
Gestão administrativa: Deivid Andrade
Assessoria contábil: Gavacon Contabilidade
Assessoria de imprensa: Pombo Correio
Gestão de patrocínio: AFAF CONSULTORIA
Produção: WB Produções e WB Entretenimento
Apresentado por: Ministério da Cultura e Nubank
Realização: Instituto Arte e Cultura para Todos


Serviço
Espetáculo "De Onde Vem o Dinheiro?"
Temporada: de 2 a 31 de agosto de 2025
Aos sábados e domingos, às 15h00
Teatro Ruth Escobar - Rua dos Ingleses, 209 - Morro dos Ingleses, São Paulo 
Ingressos: R$ 80,00 (inteira) e R$ 40,00 (meia-entrada)
Vendas on-line em  www.teatroruthescobar.com.br
Gênero: teatro infantil
Classificação: livre
Duração: 60 minutos
Acessibilidade: intérprete de Libras, Programa em Braile e Acessibilidade para Pessoas com Mobilidade Reduzida

sexta-feira, 1 de agosto de 2025

.: "Amores Materialistas" parece filme francês, mas acaba do jeito americano

Por: Mary Ellen Farias dos Santos, editora do Resenhando.com

Em agosto de 2025


Um longa com pegada de filme francês por conta da carga dramática e rumo diferente da trama -pouco antes do término. Eis que o romance "Amores Materialistas", em cartaz na "Cineflix Cinemas"acontece sem pressa e segue totalmente fora da receita atropelada dos filmes atuais. Todavia, ao se aproximar do desfecho veste a formatação dos longas de jeitinho americano. A produção com direção e roteiro de Celine Song ("Vidas Passadas"), faz rir devido ao sarcasmo do texto, mas, definitivamente, não pode ser enquadrado no gênero comédia.

Nos primeiros minutos, "Amores Materialistasleva o público a uma era em que o cortejo do parceiro era marcado pela companhia e até simples mimos. Sem uma palavra, o casal do tempo da cavernas imprime muito. Assim, o drama romântico chega aos tempos atuais em que a maior casamenteira da Agência Adore, Lucy (Dakota Johnson), celebra o nono enlace matrimonial com seu toque de Midas.

Nos festejos, antes de acalmar a noiva em pânico, a cupido solteirona entra na mira de um homem rotulado pelas casamenteiras de unicórnio, um homem dos sonhos. Portanto, o irmão do noivo, Harry (Pedro Pascal) é quem promete derrubar a premissa levantada no próprio longa de que uma mulher casada com um ricaço é o mesmo que viver na solidão. Em meio aos cortejos na festa do casamento, surge um homem do passado de Lucy, trabalhando no evento como garçom, John (Chris Evans).

O longa de 1 hora e 56 minutos deixa transparecer a necessidade de uma melhor edição, uma vez que prolonga situações em que nada acrescentam para o enredo da apática e insossa Lucy e, talvez por sua beleza, consiga ter a atenção de dois homens distintos, de variadas qualidades e que vivem em seu encalço.

A produção que parece ser diferente, tal qual os filmes franceses, incluindo a estética que imprime na telona e a provocação a refletir sobre as relações, acaba embarcando no romance água com açúcar para mostrar que de nada vale viver num mar de dinheiro e não ter amor. O maior pecado fica no desfecho em que coloca a mulher seguindo seu parceiro, abrindo mão de seu sustento para viver uma história de amor -que não garante um final feliz. A cena enquanto sobem os créditos reforça a ideia de que ainda vale a pena casar -lá estão Lucy com seu amado, assim como o primeiro casal apresentado na trama.

De toda forma, "Amores Materialistas" vale o entretenimento e por reunir atores que defenderam heróis da Mavel como o recente Senhor Fantástico de Pedro Pascal ("Quarteto Fantástico: Primeiros Passos"), a protagonista Madame Teia de Dakota Johnson, assim como Chris Evans, quem deu vida ao Tocha Humana dos antigos filmes de "Quarteto Fantástico" (2005 e 2007) e Capitão América. Só não espere muito!


O Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021. Para acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica no Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SAN


"Amores Materialistas" ("Materialists"). Ingressos on-line neste linkGênero: romance, dramaClassificação: 14 anos. Duração: 1h56. Direção: Celine Song. Roteiro: Celine Song. Elenco: Dakota Johnson, Chris Evans, Pedro Pascal, Zoe Winters. Sinopse: Uma casamenteira de Nova York vê seus negócios complicados ao se envolver num triângulo amoroso entre seu ex, agora garçom, e um rico pretendente. Confira os horários: neste link

Trailer "Amores Materialistas"





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: Crítica musical: Vannick Belchior, um novo talento que surge


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural. Foto:divulgação

Santos terá a oportunidade de conhecer um pouco da obra de Vannick Belchior, filha do consagrado cantor e compositor Antonio Carlos Belchior.  Ela irá se apresentar no dia 14 de agosto a partir das 20h00 no Quintal da Veia (Rua Julio Conceição, 263 - Vila Mathias), trazendo o seu "Concerto a Palo Seco", com foco na rica obra autoral de Belchior.

Uma curiosidade: até 2020, Vannick Belchior estava muito certa de que seguiria o caminho do Direito e que cantar seria só um sonho de criança. Mas, faltando poucos meses para o mundo ganhar uma nova advogada, ela encontrou o músico Tarcísio Sardinha, velho amigo de seu pai e um dos mais experientes e admirados da cena cearense, que a convida para fazer um show. Foi o que bastou para mostrar o caminho da música para ela, que dois anos mais tarde lançaria o seu primeiro EP. Apresentações na televisão em programas como o "Altas Horas" do Serginho Groisman, serviram para mostrar que a cantora Vannick estava na área.

Nesse "Concerto a Palo Seco", Vannick traz um show mais acústico com releituras de composições consagradas, mescladas com outras canções menos conhecidas do grande público. Dessa forma ela inclui joias como "De Primeira Grandeza", que se mesclam com os conhecidos hits belchiorianos, como "Medo de Avião", "Paralelas" e "Divina Comédia Humana", entre outros. Direção musical e violões: Lu D'Sosa.

Vannick pretende levar o "Concerto a Palo Seco" em outras cidades  no segundo semestre. Para 2026, ela prepara um novo projeto ainda com foco na obra de seu pai e depois pretende investir na carreira como autora, uma coisa que vem amadurecendo aos poucos. “Quando o meu pai faleceu, que eu vi outras pessoas incessantemente regravando e cantando aquela coisa toda. Eu fiquei feliz. Eu pensei: ‘cara, ele merece. Ele merece ser cantado, ele merece estar em cada esquina com alguém cantando mesmo a música dele, a obra dele. Ele merece esse reconhecimento”. Informações sobre o show da Vannick em Santos podem ser acessadas no link https://www.bilheteriaexpress.com.br/ingressos-para-um-concerto-a-palo-seco-com-vannick-belchior-quintal-da-veia-shows-444256910214118.html

"Comentário a Respeito de John"

"De Primeira Grandeza"

"Galos Noites e Quintais"

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