quinta-feira, 10 de abril de 2014

.: Resenha de “Divergente”, com Shailene Woodley e Theo James

“Divergente” e os livros concebidos para se tornarem filmes
Por: Helder Miranda

Em abril de 2014


Filme é bom porque tem começo, meio e fim - o que não obriga você a voltar ao cinema para ver as três continuações previstas.


Divergente é bom”, pensei logo nos primeiros minutos da pré-estreia organizada como parte das comemorações aos 80 anos do Cine Roxy, tradicional reduto da sétima arte santista. A história, futurista, faz certo sentido, embora deixe algumas lacunas. Talvez o “gostar” do filme tenha sido influenciado pela minha falta de expectativas. Não vi trailler, lido sinopse e nem sabia absolutamente nada sobre os atores que interpretam os protagonistas deste que promete ser o blockbuster da vez. A única coisa que sabia a respeito era que os protagonistas ganharam réplicas de bonecos da Mattel, nas versões Barbie e Ken, para colecionadores - consequência de ser marido de uma ferrenha colecionadora de bonecos deste tipo.

Adaptado da trilogia de Veronica Roth - o livro de aventura, distopia, ficção científica e ação (a edição norte-americana tem capa dura) - o longa-metragem acolhe logo nos primeiros minutos e, em pouco tempo, mesmo os descrentes como eu, se veem envolvidos na história de uma menina diferente – e sem bunda – que quer encontrar o seu lugar no mundo. “Divergente” é um filme sobre tribos, e a busca de motivos que podem justificar uma existência.

No Brasil, o livro, lançado em novembro de 2012, vem com o selo da editora Rocco e tradução de Lucas Peterson. Há mais por aí. Nas livrarias, a saga já está completa, à espera de leitores ávidos para saber o que irá acontecer com Tris e companhia limitada. Os títulos das sequências são insolentes, como não poderiam deixar de ser: “Insurgente” e “Convergente”. Estão em primeiro lugar entre os mais vendidos na lista do The New York Times e vem sendo comparado à série “Jogos Vorazes”, da autora Suzanne Collins - que também gerou bonequinhos colecionáveis da Mattel - e à série de livros “The Maze Runner”, de James Dashner.

É inegável o mérito que esses livros têm, independente da qualidade da escrita, de atrair novos leitores - que podem até se contentar com pouco, mas começam, ou voltam, a ler. Questionável é este fenômeno que vem acontecendo desde a primeira adaptação de Harry Potter, de J. K. Rowling, seguida pelo clássico “O Senhor dos Anéis”, de Tolkien – inquestionavelmente, o melhor de todos que, até pela época em que foi escrito, não foi pensado para o cinema.

Incomoda que, desde começou a febre de adaptações de sagas literárias para o cinema, os livros são concebidos para se tornarem filmes, como se a literatura fosse uma arte menor que o cinema. Não há mais arte, nem necessidade de escrever, a “onda” agora é criar blockbusters que gerem franquias milionárias no cinema. Vários exemplos estão por aí, alguns horrorosos, como a série “Crepúsculo”, outros que têm tudo para serem bregas ao extremo, como o erótico-sadomasoquista “50 Tons”, de E. L. James, e até a não tão bem-sucedida imitação da saga de vampiros românticos, pelo menos em repercussão, “16 Luas”...

Divergente” é bom porque tem começo, meio e fim, tudo muito bem amarradinho - o que não obriga você a voltar ao cinema para ver as três continuações previstas. O enredo é criativo e gira em torno da escolha que adolescentes futurísticos têm de fazer quando chega a hora de escolher uma de cinco facções que são impostas: a Abnegação (formada por candidatos à versões repaginadas de Madre Tereza de Calcutá), a Amizade (por agricultores), a Audácia (policiais), a Sinceridade (não se sabe, talvez humoristas de stand-up) e a Erudição (advogados, técnicos de computação e qualquer outra profissão que seja definida como a de alguém com um QI elevado).

Entre estes adolescentes, está Beatrice Prior, cujo dilema é continuar com a família ou ser quem ela é de verdade. Escolhe por si mesma, vai para a “Audácia” passar por um treinamento de choque, abandona a família, e passa por uma série de desafios com um nome escolhido por ela - Tris - mantendo um segredo que pode resultar na própria morte.

A escolha dos protagonistas de livros de grande sucesso dão confusão desde que Vivian Leight foi escolhida para interpretar a Scarlet O’hara de “...E O Vento Levou1”. Imagino que com Shailene Woodley, a intérprete de Tris, conhecida pelo seriado “The Secret Life of the American Teenager”, não tenha sido diferente. Shailene tem algo que, pessoalmente me incomoda. Tem a cabecinha muito pequena e um pescoção grosso, muitas vezes, de frente, lembra o rosto de um pato e, só quando está bem produzida, é apresentável. O carisma dela, que nas fases boas parece uma versão mal-acabada da atriz Marina Ruy Barbosa, pode ter salvo a personagem.

Mas longe de minhas opiniões pessoais, ela aparentemente é a nova queridinha das adaptações cinematográficas – ela será Hazel Grace, a protagonista de “A Culpa É Das Estrelas”, e ainda irá interpretar Mary Jane Watson em “O Espetacular Homem Aranha 3”.

Aos 29, interpretando um rapaz de 18, Theo James, o Tobias "Quatro" Eaton de “Divergente, é formado em filosofia e atua como cantor e guitarrista da banda londrina “Shere Khan”. Interpretou alguns papéis de destaque, como o Walter William Clark Jr. no seriado "Golden Boy". Também foi o diplomata turco Kemal Pamuk em um episódio de “Downton Abbey”. No elenco, está ainda Zoë Kravitz, filha do cantor Lenny Kravitz, que tem no currúclo, entre outros filmes, “X-Men: Primeira Classe”, que interpreta a amiga de Tris.

Tudo em “Divergente” é tão bem pensado, para agradar a gregos e troianos, que perde em originalidade, embora a narrativa seja agradável e o filme só começa a incomodar, mesmo, nos momentos finais, por ser muito longo. Tris é uma heroína criada milimetricamente para agradar meninos e meninas. Para o universo masculino, ela luta, até com homens – nesse futuro, não existe nenhuma referência à violência contra a mulher, as personagens apanham bastante e, ás vezes, revidam. Para contemplar o universo feminino, Tris, embora violenta, também é a heroína romântica que se apaixona por "Quatro", um rapaz alto, claro e de olhos azuis, que esconde segredos.

A má-notícia é que o caça-níqueis cinematográfico transformará a trilogia de livros em uma quadrilogia, com o último livro da série dividido em duas partes. Ou seja, tudo termina em março de 2017, começando pelas bandas dos EUA.


Filme: Divergente (Divergent)
Ano: 2014
Gênero: Aventura, romance, ficção científica
Duração: 139 minutos
Direção: Neil Burger
Roteiro: Evan Daugherty, Vanessa Taylor, Veronica Roth
Elenco:  Shailene Woodley, Theo James, Kate Winslet



quarta-feira, 5 de março de 2014

.: 86ª cerimônia: A lista dos indicados ao Oscar 2014

Em março de 2014


O maior evento do cinema já tem os seus indicados de 2014. Saiba mais!


Divulgados os filmes indicados para a cerimônia deste ano. A 86ª cerimônia da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos EUA será realizada em 2 de março. Confira:


Melhor filme
12 Anos de Escravidão
Trapaça
Capitão Phillips
Clube de Compras Dallas
Gravidade
Ela
Nebraska
Philomena
O Lobo de Wall Street

Melhor diretor
Alfonso Cuarón - Gravidade
David O. Russell - Trapaça
Steve McQueen - 12 Anos de Escravidão
Martin Scorsese - O Lobo de Wall Street
Alexander Payne - Nebraska

Melhor roteiro adaptado
12 Anos de Escravidão
Antes da Meia-Noite
Capitão Phillips
Philomena
O Lobo de Wall Street

Melhor roteiro original
Ela
Trapaça
Blue Jasmine
Clube de Compras Dalla
Nebraska

Melhor ator
Matthew McConaughey - Clube de Compras Dallas
Christian Bale - Trapaça
Bruce Dern - Nebraska
Leonardo DiCaprio - O Lobo de Wall Street
Chiwetel Ejiofor - 12 Anos de Escravidão

Melhor atriz
Cate Blanchett - Blue Jasmine
Amy Adams - Trapaça
Sandra Bullock - Gravidade
Judi Dench - Philomena
Meryl Streep - Álbum de Família

Melhor atriz coadjuvante
Lupita Nyong'o - 12 Anos de Escravidão
Sally Hawkins - Blue Jasmine
Jennifer Lawrence - Trapaça
Julia Roberts - Álbum de Família
June Squibb - Nebraska

Melhor ator coadjuvante
Jared Leto - Clube de Compras Dallas
Barkhad Abdi - Capitão Phillips
Bradley Cooper - Trapaça
Michael Fassbender - 12 Anos de Escravidão
Jonah Hill - O Lobo de Wall Street

Melhor figurino
O Grande Gatsby
Trapaça
O Grande Mestre
The Invisible Woman
12 Anos de Escravidão

Melhor maquiagem e cabelo
Clube de Compras Dallas
Vovô Sem-Vergonha
O Cavaleiro Solitário

Melhor animação em curta-metragem
Mr. Hublot
Feral
Get a Horse!
Possessions
Room on the Broom

Melhor longa de animação
Frozen - Uma Aventura Congelante
Os Croods
Meu Malvado Favorito 2
Ernest & Celestine
The Wind Rises

Melhores efeitos visuais
Gravidade
O Hobbit - A Desolação de Smaug
Homem de Ferro 3
O Cavaleiro Solitário
Star Trek - Além da Escuridão

Melhor curta-metragem
Helium
Aquel No Era Yo (That Wasn't Me)
Avant Que De Tout Perdre (Just Before Losing Everything)
Pitääkö Mun Kaikki Hoitaa? (Do I Have to Take Care of Everything?)
The Voorman Problem

Melhor documentário em curta-metragem
The Lady in Number 6: Music Saved My Life
CaveDigger
Facing Fear
Karama Has No Walls
Prison Terminal: The Last Days of Private Jack Hall

Melhor documentário em longa-metragem
20 Feet From Stardom
The Act of Killing
Cutie and the Boxer
Dirty Wars
The Square

Melhor longa estrangeiro
A Grande Beleza
The Broken Circle Breakdown
A Caça
The Missing Picture
Omar

Melhor mixagem de som
Gravidade
Capitão Phillips
O Hobbit - A Desolação de Smaug
Inside Llewin Davis: Balada de um Homem Comum
O Grande Herói

Melhor edição de som
Gravidade
Até o Fim
Capitão Phillips
O Hobbit - A Desolação de Smaug
O Grande Herói

Melhor fotografia
Gravidade
O Grande Mestre
Inside Llewin Davis: Balada de um Homem Comum
Nebraska
Os Suspeitos

Melhor montagem
Gravidade
Trapaça
Capitão Phillips
Clube de Compras Dalla
12 Anos de Escravidão

Melhor design de produção
O Grande Gatsby
Trapaça
Gravidade
Ela
12 Anos de Escravidão

Melhor trilha sonora
Gravidade
A Menina que Roubava Livros
Ela
Philomena
Walt nos Bastidores de Mary Poppins

Melhor canção original
"Let it Go" - Frozen - Uma Aventura Congelante
"Alone Yet Not Alone" - Alone Yet Not Alone
"Happy" - Meu Malvado Favorito 2
"The Moon Song" - Ela
"Ordinary Love" - Mandela

sábado, 1 de março de 2014

.: As estatuetas do Oscar 2014 foram para...

E os vencedores do Oscar 2014 foram...
Por: Mary Ellen Farias dos Santos

Em março de 2014


O maior evento do cinema e os vencedores de 2014. Saiba mais!


A 86ª cerimônia da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, que aconteceu no dia 2 de março, entregou o maior prêmio do cinema para alguns felizardos. Entre eles, o destaque foi para a equipe do filme "Gravidade" foi o grande vencedor da noite, que levou 7 estatuetas. Confira a lista dos vencedores:

Melhor filme
VENCEDOR: 12 Anos de Escravidão
Trapaça
Capitão Phillips
Clube de Compras Dallas
Gravidade
Ela
Nebraska
Philomena
O Lobo de Wall Street

Melhor diretor
VENCEDOR: Alfonso Cuarón - Gravidade
David O. Russell - Trapaça
Steve McQueen - 12 Anos de Escravidão
Martin Scorsese - O Lobo de Wall Street
Alexander Payne - Nebraska

Melhor roteiro adaptado
VENCEDOR: 12 Anos de Escravidão
Antes da Meia-Noite
Capitão Phillips
Philomena
O Lobo de Wall Street

Melhor roteiro original
VENCEDOR: Ela
Trapaça
Blue Jasmine
Clube de Compras Dalla
Nebraska

Melhor ator
VENCEDOR: Matthew McConaughey - Clube de Compras Dallas
Christian Bale - Trapaça
Bruce Dern - Nebraska
Leonardo DiCaprio - O Lobo de Wall Street
Chiwetel Ejiofor - 12 Anos de Escravidão

Melhor atriz
VENCEDORA: Cate Blanchett - Blue Jasmine
Amy Adams - Trapaça
Sandra Bullock - Gravidade
Judi Dench - Philomena
Meryl Streep - Álbum de Família

Melhor atriz coadjuvante
VENCEDORA: Lupita Nyong'o - 12 Anos de Escravidão
Sally Hawkins - Blue Jasmine
Jennifer Lawrence - Trapaça
Julia Roberts - Álbum de Família
June Squibb - Nebraska

Melhor ator coadjuvante
VENCEDOR: Jared Leto - Clube de Compras Dallas
Barkhad Abdi - Capitão Phillips
Bradley Cooper - Trapaça
Michael Fassbender - 12 Anos de Escravidão
Jonah Hill - O Lobo de Wall Street

Melhor figurino
VENCEDOR: O Grande Gatsby
Trapaça
O Grande Mestre
The Invisible Woman
12 Anos de Escravidão

Melhor maquiagem e cabelo
VENCEDOR: Clube de Compras Dallas
Vovô Sem-Vergonha
O Cavaleiro Solitário

Melhor animação em curta-metragem
VENCEDOR: Mr. Hublot
Feral
Get a Horse!
Possessions
Room on the Broom

Melhor longa de animação
VENCEDOR: Frozen - Uma Aventura Congelante
Os Croods
Meu Malvado Favorito 2
Ernest & Celestine
The Wind Rises

Melhores efeitos visuais
VENCEDOR: Gravidade
O Hobbit - A Desolação de Smaug
Homem de Ferro 3
O Cavaleiro Solitário
Star Trek - Além da Escuridão

Melhor curta-metragem
VENCEDOR: Helium
Aquel No Era Yo (That Wasn't Me)
Avant Que De Tout Perdre (Just Before Losing Everything)
Pitääkö Mun Kaikki Hoitaa? (Do I Have to Take Care of Everything?)
The Voorman Problem

Melhor documentário em curta-metragem
VENCEDOR: The Lady in Number 6: Music Saved My Life
CaveDigger
Facing Fear
Karama Has No Walls
Prison Terminal: The Last Days of Private Jack Hall

Melhor documentário em longa-metragem
VENCEDOR: 20 Feet From Stardom
The Act of Killing
Cutie and the Boxer
Dirty Wars
The Square

Melhor longa estrangeiro
VENCEDOR: A Grande Beleza
The Broken Circle Breakdown
A Caça
The Missing Picture
Omar

Melhor mixagem de som
VENCEDOR: Gravidade
Capitão Phillips
O Hobbit - A Desolação de Smaug
Inside Llewin Davis: Balada de um Homem Comum
O Grande Herói

Melhor edição de som
VENCEDOR: Gravidade
Até o Fim
Capitão Phillips
O Hobbit - A Desolação de Smaug
O Grande Herói

Melhor fotografia
VENCEDOR: Gravidade
O Grande Mestre
Inside Llewin Davis: Balada de um Homem Comum
Nebraska
Os Suspeitos

Melhor montagem
VENCEDOR: Gravidade
Trapaça
Capitão Phillips
Clube de Compras Dalla
12 Anos de Escravidão

Melhor design de produção
VENCEDOR: O Grande Gatsby
Trapaça
Gravidade
Ela
12 Anos de Escravidão

Melhor trilha sonora
VENCEDOR: Gravidade
A Menina que Roubava Livros
Ela
Philomena
Walt nos Bastidores de Mary Poppins

Melhor canção original
VENCEDORA: "Let it Go" - Frozen - Uma Aventura Congelante
"Alone Yet Not Alone" - Alone Yet Not Alone
"Happy" - Meu Malvado Favorito 2
"The Moon Song" - Ela
"Ordinary Love" - Mandela  

.: Vencedores do prêmio Framboesa de Ouro 2014

E o Framboesa de Ouro 2014 vai para...
Por: Mary Ellen Farias dos Santos

Em março de 2014


Sem escalas: Liam Neeson é um agente de segurança aérea que movimenta um voo após receber mensagens de ameaça. Saiba mais!


O Framboesa de Ouro é aquele prêmio indesejado, pois é entregue para os piores filmes do ano. Entre os vencedores, o destaque foi de "Para Maiores", coleção de curtas que contou com 13 diretores, 19 roteiristas e participações de nomes como Halle Berry, Uma Thurman, Naomi Watts, Hugh Jackman, Richard Gere e Kate Winslet, sendo que "Gente Grande 2", o campeão de indicações, ficou sem o prêmio. 

Veja a lista completa:

PIOR FILME
"Vencedor": Para Maiores
A Madea Christmas
Depois da Terra
Gente Grande 2
O Cavaleiro Solitário

PIOR ATOR
"Vencedor": Jaden Smith - Depois da Terra
Adam Sandler - Gente Grande 2
Sylvester Stallone - Ajuste de Contas, Alvo Duplo e Rota de Fuga
Ashton Kutcher - Jobs
Johnny Depp - O Cavaleiro Solitário

PIOR ATRIZ
"Vencedora": Tyler Perry - A Madea Christmas
Selena Gomez - Getaway
Lindsay Lohan - Inappropriate Comedy e The Canyons
Naomi Watts - Para Maiores e Diana
Halle Berry - Para Maiores e Chamada de Emergência

PIOR ATRIZ COADJUVANTE
"Vencedora": Kim Kardashian - Temptation
Salma Hayak - Gente Grande 2
Lady Gaga - Machete Mata
Lindsay Lohan - Todo Mundo em Pânico 5
Katherine Heigl - O Casamento do Ano

PIOR ATOR COADJUVANTE
"Vencedor": Will Smith - Depois da Terra
Larry the Cable Guy - A Madea Christmas
Chris Brown - Battle of the Year
Taylor Lautner - Gente Grande 2
David Spade - Gente Grande 2
Nick Swardson -Gente Grande 2 

PIOR REMAKE, CÓPIA OU SEQUÊNCIA
"Vencedor": O Cavaleiro Solitário
Gente Grande 2
Se Beber, Não Case - Parte II
Todo Mundo em Pânico 5
Os Smurfs 2

PIOR ROTEIRO
A Madea Christmas
Depois da Terra
Gente Grande 2
"Vencedor": Para Maiores
O Cavaleiro Solitário

PIOR DIRETOR
"Vencedores": Os 13 diretores de Para Maiores
M. Night Shyamalan - Depois da Terra
Dennis Dugan - Gente Grande 2
Tyler Perry - Temptation e A Madea Christmas
Gore Verbinski - O Cavaleiro Solitário

PIOR COMBINAÇÃO VISTA EM TELA
"Vencedores": Jaden Smith e Will Smith no planeta nepotismo em Depois da Terra
Todo o elenco de Gente Grande 2
Todo o elenco de Para Maiores
Lindsay Lohan e Charlie Sheen em Todo Mundo em Pânico 5
Tyler Perry e Larry the Cable Guy ou Tyler Perry e sua peruca e vestido em A Madea Christmas

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

.: Resenha crítica de "Sem Escalas", com Liam Neeson

Adrenalina nas alturas
Por: Mary Ellen Farias dos Santos

Em fevereiro de 2014


Sem escalas: Liam Neeson é um agente de segurança aérea que movimenta um voo após receber mensagens de ameaça. Saiba mais!



Um longa eletrizante que acontece "99,5%" dentro de um avião. De fato, antes de assistir o filme "Sem Escalas" é fácil compreender o comentário do ator Liam Neeson, de que gravar esse filme durante dois meses foi um desafio. Por sorte, assistir as sequências de ações cheias de agilidade estreladas por ele, não permitem que o expectador sinta a falta de outras locações. Diante de uma narrativa envolvente, o público somente pode embarcar nesse voo sem escalas.

Em "Sem Escalas", tudo acontece em um voo de Nova York a Londres, quando o agente Bill Marks (Liam Neeson) recebe uma série de mensagens SMS enigmáticas. Entretanto, as mensagens mudam o tom e passam a ser ameaçadoras. Afinal, a promessa é de que um passageiro será morto a cada 20 minutos caso US$ 150 milhões não sejam transferidos para uma conta bancária. 

Inicialmente, as mensagens parecem ser apenas uma brincadeira de mau gosto e Bill acaba não dando muita atenção. No entanto, após ser orientado a acionar o cronômetro do próprio relógio, em 20 minutos, surge o primeiro passageiro morto. Tomado pela ira, o agente inicia uma investigação em pleno avião.

Ao começar a caçada pelo assassino, que ele acredita estar entre os passageiros, Bill convoca uma aeromoça e sua vizinha de poltrona, Jen Summers (Juliane Moore) para ajudá-lo. Contudo, as cenas seguintes sempre colocam a conduta de Marks em cheque, pois tudo indica que ele está fora de controle. Bill é um ex-policial de Nova York, com problema alcoólico e no relacionamento com a esposa, o que implicou no divórcio e a morte da filha, uma garotinha.


Resultado: Em meio a tantos questionamentos, o público fica indeciso ao procurar pelo(s) verdadeiro(s) criminoso(s). O suspense dirigido por Jaume Collet-Serra (Desconhecido e A Órfã) deixa o público em dúvida, o tempo todo, e cria a pergunta: "Quem está criando toda essa situação?". No entanto, há uma grande dificuldade em escolher o(s) verdadeiro(s) culpado(s). 

Diante da ação, do suspense e do questionamento o jogo de adivinhação é contagiante, o que aproxima e envolve o público do filme, inserindo cada um na misteriosa história de Bill Marks. Afinal, dentro daquele avião, quem é quem? Há alguém confiável? O agente é quem realmente diz ser? 

Não há qualquer dúvida, a produção da Dark Castle e do produtor Joel Silver é um longa imperdível!

Filme: Sem escalas (Non-stop, EUA, França)
Ano: 2014
Gênero: Suspense, Ação
Duração: 106 minutos
Direção: Jaume Collet-Serra
Roteiro: John Richardson e Chris Roach
Elenco:  Liam Neeson, Julianne Moore, Scoot McNairy

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

.: Resenha crítica de "Trapaça", dirigido por David O. Russel

A sedução do imprevisível
Por: Mary Ellen Farias dos Santos*

Em fevereiro de 2014


Trapaça: Indicado ao Oscar em dez categorias, longa dirigido pelo cineasta David O. Russel usa o bom humor para tratar de corrupção. Saiba mais!


Um tema que massacra a todos quando ganha as manchetes dos meios de comunicação e que tem tudo para afastar o público: corrupção de políticos e afins. Contudo, o longa com direção de David O. Russell, "Trapaça", vai além. O roteiro original, de Eric Warren chega às telonas com um toque de inteligência, um humor refinado e atuações de cair o queixo. Seja o sotaque britânico de Amy Adams, que ao final, some completamente ou pela mudança visual, totalmente drástica, de Christian Bale. Não é de hoje que o atual "Homem-morcego" atua com tremenda qualidade. 

A verdade é que ao sair da sala de cinema, é fácil rir lembrando as cenas inacreditáveis protagonizadas por Christian Bale, Amy Adams, Bradley Cooper e Jennifer Lawrence. Afinal, Bradley Cooper já nos fez rir anteriormente. Trapaça é um longa de grandes nomes? Também. No entanto, o destaque é de cada personagem, alguns tão peculiares quanto o enredo que serve como pano de fundo.

O longa foi inspirado na história da Abscam, operação de 1978, realizada pelo FBI, com o objetivo de flagrar más condutas de congressistas dos EUA. Para tanto, foi "criada" a Abdul Enterprises e um tal de xeque fictício, Kraim Abdul Rahman, para filmá-lo oferecendo dinheiro a políticos dos EUA em troca de favores políticos. Tudo comandado por Melvin Weinberg, condenado pela justiça contratado pelo FBI para criar a Abscam.

Que história, hein! Contudo, há leveza no tratamento do denso assunto, pois há bastante bom humor na trama instigante vivida por personagens marcantes, porém cômicos. No longa, o brilhante vigarista, Irving Rosenfeld (Christian Bale), em uma festa, conhece a aprendiz de trapaça Sydney Prosser (Amy Adams). A dupla firma parceira e os dois acabam mantendo um relacionamento, embora ele já seja casado. Apesar de tudo, Sydney preserva o amor que sente por Irving e passa a ser a amante do larápio.

Por azar, o casal golpista cai nas mãos do FBI e são forçados a enganar um grupo de políticos corruptos. Desta forma, os dois são comandados pelo agente Richie DiMaso (Bradley Cooper). Inicialmente, a operação chega até o prefeito da cidade de Camden, Carmine Polito (Jeremy Renner), é por meio dele que outros golpistas e federais são fisgados na teia da corrupção.


Em meio a cenas divertidas entre Amy Adams e Christian Bale, é com a entrada de Jennifer Lawrence, na pele da maluquinha Rosalyn, esposa de Irving, que com a boca grande quase põe todo o plano a perder, mas sem perder a graça não só pelas falas cômicas, mas pela perfeita atuação da protagonista de Jogos Vorazes.

Filme: Trapaça (American Hustle, EUA)
Ano: 2013
Gênero: Comédia / Policial
Duração: 138 minutos
Direção: David O. Russell
Roteiro: David O. Russell
Elenco:  Christian Bale, Amy Adams, Bradley Cooper, Jennifer Lawrence, Jeremy Renner, Louis C.K., Alessandro Nivola

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

.: Resenha crítica de "Invocação do Mal", sobre demonologistas e fenômenos

Novo terror em família
Por: Mary Ellen Farias dos Santos*

Em outubro de 2013


Invocação do Mal: Uma boneca que deixa bilhetinhos de saudade. Fofinha? Sim! Contudo, aquela que inicia a narrativa de Invocação do Mal não é meiga, mas endemoninhada. É por meio dela que conhecemos os demonologistas Ed e Lorraine Warren.


Harrisville, Estados Unidos. Um casal (Ron Livinston e Lili Taylor) muda para uma casa nova ao lado de suas cinco filhas. Inexplicavelmente, estranhos acontecimentos começam a assustar as crianças, o pai e, principalmente, a mãe. Preocupada com algumas manchas que aparecem em seu corpo e com uma sequência de sustos que levou, ela decide procurar um famoso casal de investigadores paranormais (Patrick Wilson e Vera Farmiga), mas eles não aceitam o convite, acreditando ser somente mais um engano de pessoas apavoradas com canos que fazem barulhos durante a noite ou coisas do gênero. Porém, quando eles aceitam fazer uma visita ao local, descobrem que algo muito poderoso e do mal reside ali. Agora, eles precisam descobrir o que é e o porquê daquilo tudo acontecendo com os membros daquela família. É quando o passado começa a revelar uma entidade demoníaca querendo continuar sua trajetória de maldades.

Embora trate do trabalho dos demonologistas Ed e Lorraine Warren, Invocação do Mal (The Conjuring, 2013) não toca num ponto polêmico da carreira do casal, as acusações de adulterar casos paranormais - como o famoso ocorrido em Amityville em 1975 - para exagerá-los em adaptações ficcionais, em livros e no cinema.

De qualquer forma, o tom "documental" que o diretor James Wan usa de início, como se estivéssemos diante de um programa investigativo de TV sobre os Warren, com uma introdução pedagógica antes da cartela de créditos, ajuda a dar a Invocação do Mal não só uma cara de terror-baseado-em-fatos, mas principalmente um clima de desafetação.

Ed e Lorraine, vividos por Patrick Wilson e Vera Farmiga, são chamados a investigar uma potencial tentativa de possessão no novo e afastado sobrado de um casal com cinco filhas. Quando surge a família no casarão mal assombrado, nessa pegada desafetada, eles parecem "gente como a gente", e isso é crucial para colocar o espectador do filme.

O segredo, antes de mais nada, está na escalação. Nomes como Farmiga e Wilson trazem consigo personas de credibilidade, pelos dramas que já estrelaram no cinema ou na TV, mas é Lili Taylor o trunfo de Wan. Ela tem a fragilidade das grandes mães dos filmes de terror, como a Ellen Burstyn de O Exorcista ou a Mia Farrow de O Bebê de Rosemary - não uma fragilidade de vítima, mas de quem, apesar dos seus esforços, não tem como lidar com um demônio sozinha.

Nesses filmes citados, a possessão serve de metáfora para os desafios da maternidade, e em Invocação do Mal não é diferente. São cinco filhas, afinal, de idades e perfis e humores distintos, como o roteiro dos gêmeos Carey e Chad Hayes faz questão de diferenciar nas cenas da mudança. São também cinco vezes mais chances de tudo dar errado numa casa projetada para tal.

Pode parecer óbvio, mas para ser efetivo um terror de casa mal assombrada depende de uma casa bem escolhida e, principalmente, bem filmada. O cenário em Harrisville, Rhode Island, parece bastante genérico do lado de fora - árvores ladeando a propriedade, um lago turvo à frente, como sempre - mas aos poucos o sobrado, feito de quartos com portas duplas e muitos vãos, mostra que tem "personalidade" própria.

Pois não é pelo choque ou pelo grotesco que James Wan nos pega, e sim pela forma como se move na casa.

Quando as assombrações se materializam, não há música-de-susto, nem chicote/corte rápido simulando um desviar do olhar - elas simplesmente estão lá, como se fossem parte da mobília. O que desconcerta o espectador é outra coisa: é ser apresentado a essa casa de forma hospitaleira, atenciosa, com planos em traveling, de cômodo em cômodo (a ampla profundidade de campo sempre deixa os objetos na casa em foco), para depois termos esse conforto roubado: a montagem do filme usa o número de portas em cada quarto para nos desnortear, e a multiplicidade de ângulos (câmera ora no teto, ora de ponta-cabeça) e de perspectivas (câmera sobre o ombro da mãe, do pai, das filhas, é gente demais num lugar que já não parece grande o suficiente) termina de fazer o trabalho.

O grande volume de informações no quadro - quando tudo está em foco, tudo pode ser fonte de sustos - faz com que o espectador se comporte como nos terrores "de vigilância" à moda Atividade Paranormal, que dependem da atenção do espectador a todos os detalhes, para funcionar. A diferença aqui é que James Wan evita o formalismo desses terrores de hoje; Invocação do Mal pode soar cheio de tecnicidades mas, mesmo nos seus momentos de virtuose, o diretor ainda mantém um pé na desafetação.

No fim o público tende a ficar apavorado - e não assustado - porque a casa em si se torna uma incerteza, e não só um lugar com focos de terror. Talvez por isso o clímax, em que tudo e todos se comunicam sem respeitar paredes ou andares, seja tão catártico, de fato situado no coração do mal.

Filme: Invocação do Mal (The Conjuring, EUA)
Ano: 2013
Gênero: Terror
Duração: 112 minutos
Direção: James Wan
Roteiro: Chad Hayes, Carey Hayes
Elenco: Vera Farmiga, Patrick Wilson, Lili Taylor, Ron Livingston, Shanley Caswell, Hayley McFarland, Joey King, Mackenzie Foy

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

.: Resenha crítica do filme "O Hobbit - Uma Jornada Inesperada"

O início da grande aventura
Por: Mary Ellen Farias dos Santos

Em janeiro de 2013



O Hobbit: Adaptação do livro da aventura que originou a incrível história da Sociedade do Anel e, agora, na era do cinema em 3D, leva o espectador de volta à Terra-média. Saiba mais!


Retornar ao universo fantástico de J.R.R. Tolkien, foi o melhor presente que Peter Jackson pode dar aos fãs e admiradores da trilogia "O Senhor dos Anéis". Após muitos anos de espera, por meio de "O Hobbit", reencontramos o mago Gandalf (Ian McKellen), Bilbo, o Bolseiro (Martin Freeman), o inescrupuloso Gollum (Andy Serkis) e até Frodo Bolseiro (Elijah Wood), que nem mesmo sonhava em ser o grande herói das histórias seguintes. 


Em "O Hobbit", enredo de tônica leve (originalmente, é um romance para crianças), Gandalf, ainda o Cinzento e os 13 anões formam uma companhia que contrata Bilbo Bolseiro (Martin Freeman) -sem o conhecimento deste-, para uma jornada até a Montanha Solitária. Com qual objetivo? Bilbo tem mais possibilidades de recuperar os pertences dos anões que foram roubados pelo dragão Smaug (voz de Benedict Cumberbatch).

Intrigante, não? Desta forma, tudo o que surge diante da tela somente contribui para que o espectador -munido de seus óculos 3D- participe intensamente da grande aventura. De fato, o filme é um espetáculo. A fotografia de Andrew Lesnie e a trilha sonora de Howard Shore se completam enriquecendo a trama. Diante de um trabalho excelente, não há como deixar de desejar morar no Condado, além de passar férias em Valfenda e finais de semana em Erebor.

Embora seja um longa-metragem exemplar, "O Hobbit" não chega a ser perfeito. Seja por situações prolongadas como a da "invasão" dos anões na toca de Bilbo ou por tornar desnecessária, quase toda as aparições do mago Radagast, o Castanho (Sylvester McCoy). É claro, que ele se faz importante ao descobrir que o mal se instalou nas ruínas da cidade de Dol Guldur, mas, até então, há a sensação de que ele seja um personagem aleatório, sem conexão com a história.


A verdade é que neste longa de 169 minutos há somente seis capítulos dos 19 existentes no livro, além da introdução e duas cenas de apêndices. No entanto, fica evidente o esforço de Peter Jackson em esticar O Hobbit. Por outro lado, a qualidade de efeitos visuais e a novidade na filmagem com 48 quadros por segundo, logo nos fazem esquecer tais probleminhas. 

Principalmente, diante de cenas como brigas entre gigantes de pedra e fugas dentro de montanhas, os efeitos contribuem para que o público sinta ser um personagem-observador, ou seja, o espectador tem direito a uma visão em primeira pessoa.

Mergulhe você também na aventura em que Bilbo encontra o Um Anel e origina a trilogia O Senhor dos Anéis. Aproveite esta fabulosa imersão!


Filme: O Hobbit - Uma Jornada Inesperada (The Hobbit - An Unexpected Journey 
Nova Zelândia, EUA)
Ano: 2012
Gênero: Fantasia
Duração: 169 minutos
Direção: Peter Jackson
Roteiro: Peter Jackson, Fran Walsh, Philippa Boyens, Guillermo del Toro
Elenco:  Martin Freeman, Ian McKellen, Richard Armitage, James Nesbitt, Adam Brown, Aidan Turner, Dean O'Gorman, Graham McTavish, John Callen, Stephen Hunter, Mark Hadlow, Manu Bennett, Peter Hambleton, Ken Stott, Jed Brophy, William Kircher, Jeffrey Thomas, Mike Mizrahi, Cate Blanchett, Hugo Weaving, Elijah Wood, Andy Serkis, Sylvester McCoy, Lee Pace, Bret McKenzie, Barry Humphries, Benedict Cumberbatch

terça-feira, 2 de outubro de 2012

.: Resenha crítica de "Sombras da Noite", novo filme de Tim Burton

Um vampiro muito louco
Por: Mary Ellen Farias dos Santos*
Em outubro de 2012


Sombras da Noite: Novo filme de Tim Burton apresenta um novo lado "dark" de Johnny Depp. Saiba mais!


Ambiente escuro com algumas peças em um colorido extravagante. Sim, a marca de Tim Burton retorna em grande estilo na adaptação do seriado de TV Dark Shadows (1972), longa-metragem que em português recebeu o nome de "Sombras da Noite". Mais uma produção resultante do saudosismo de Tim Burton? Sim, mas não há como negar, embora a crítica tenha detonado o filme. "Sombras da Noite" é muito bom, principalmente se considerarmos as produções lançadas este ano, que foram, em grande parte, medianas.

Um misto de comédia e sensualidade envolvem a narrativa, que é focada em Barnabas Collins. Apresentado ainda criança, junto aos pais Joshua (Ivan Kaye) e Naomi Collins (Susanna Cappellaro), deixa a cidade inglesa de Liverpool rumo aos Estados Unidos. A história que começa em 1752 é narrada pelo protagonista e acontece no Estado americano do Maine, na cidade Collinsport. Até que... há uma pausa de 175 anos. Como? O conflito da história é gerado por um amor não correspondido! 


Angelique Bouchard (Eva Green) não deixa passar em branco, afinal é uma bruxa. Para se vingar, em grande estilo, transforma o playboy do pedaço em vampiro. Após quase dois séculos, Barnabas é despertado e encontra a mansão que morava em ruínas, além de poucos Collins vivos.

Em meio a um mundo desconhecido, Barnabás conhece Victoria Winters (Bella Heathcote), a nova tutora do pequeno David (Gulliver McGrath). O centenário fica interessado na jovem, devido as semelhanças dela com a de seu amor do passado, Josette (Bella Heathcote). Ao encontrar tudo o que deixou em estado deplorável, Barnabas reergue tudo para fugir da terrível maldição que atingiu a família e, principalmente, a ele. 

Seja na vingança de Angelique ou na difícil compreensão dos alucinados anos 70 de Barnabas, há muito para rir e até se surpreender. Não há dúvida de que vemos um outro lado soturno e cômico de Johnny Depp, enquanto que Eva Green esbanja poder e precisão. Sombras da Noite pode não ser um filme marcante, mas garante 113 minutos de pura diversão. Há até um show (exclusivo) de Alice Cooper! 


A verdade é que Tim Burton retratou o gótico do passado com um toque de modernidade satirizada. Resultado: Conseguimos perdoar situações e personagens mal resolvidas. Afinal, qual foi a finalidade de mostrar o fantasma do lustre? Seria uma homenagem para O Fantasma da Ópera? E a médica com medo de envelhecer, seria uma nova leitura de Peter Pan? Enfim, a maior falha de Burton foi em deixar alguns conflitos para a livre interpretação do público. Que venha (e logo) a versão longa, do curta Frankenweenie!


Filme: Sombras da Noite (Dark Shadows, EUA)
Ano: 2012
Gênero: Comédia
Duração: 113 minutos
Direção: Tim Burton
Roteiro: John August, Seth Grahame-Smith
Elenco:  Johnny Depp, Eva Green, Michelle Pfeiffer, Helena Bonham Carter, Bella Heathcote, Chloë Grace Moretz, Gulliver McGrath, Jackie Earle Haley, Jonny Lee Miller, Christopher Lee, Alice Cooper

domingo, 2 de setembro de 2012

.: Resenha crítica de "O Vingador do Futuro", remake de clássico

Ação explodindo (repetidamente) na telona
Por: Mary Ellen Farias dos Santos*

Em setembro de 2012


O Vingador do Futuro: Remake de clássico de ficção científica deixa a desejar, por abusar de efeitos especiais e esquecer da essência da história original. Saiba mais!


Muita ação, efeitos especiais e um enredo de "grudar" os olhos na telona. "O Vingador do Futuro" (Total Recall) na nova versão, apresenta a história conturbada do operário de fábrica Douglas Quaid (Colin Farrell). Tudo estava (aparentemente) normal, até que, ainda em seu ambiente de trabalho, um novo colega lhe passa informações precisas de como sair da rotina maçante, utilizando "memórias" implantadas no cérebro. Diante da oportunidade aproveitada, o que ele escolher ser? Um super-espião.

Na sala da experiência, a operação dá problema, e Quaid é cercado pela polícia. Contudo, é importante lembrar que o nosso herói escolheu ser um super-espião e, claro, ele consegue escapar da situação (mega coreografada). Entretanto, ele não é esquecido pela "lei". Ainda perseguido, luta ao lado de rebeldes contra um Estado opressor. O mais interessante da história é o jogo entre o real e o imaginário. Desta forma, não fica difícil criar várias e várias possibilidades para explicar a história conturbada de Quaid. Assim, as cenas são repletas de corre-corre e muito quebra-quebra. Este excesso (tenho que confessar) mantém a atenção do público. Ponto positivo para o filme, pois, sinceramente, este gênero não me agrada.

O maior problema é quando a pancadaria passa a ser repetitiva e perde totalmente o efeito surpresa. Resultado: Não mantém a emoção em quem assiste. Culpa da atuação nada cativante de Collin? Talvez. Entretanto, é quase impossível não encher os olhos diante das belas aparições do tanquinho muito bem cuidado por ele. Fato!

Calma, meninos! Tem "alegria" para todos. As belas Kate Beckinsale e Jessica Biel também estão em O Vingador do Futuro. Enquanto uma é a "esposa" (neurótica), a outra mostra ser o verdadeiro amor de Douglas. Ambas são rivais, não apenas por disputarem o mesmo homem, mas pelo fato de uma ser da Federação Unida da Bretanha e a outra da Colônia (antiga Austrália).

A nova versão, dirigida por Len Wiseman, em meio a rostinhos bonitos e corpos sarados, traz efeitos visuais que saltam da tela. Entretanto, não consegue superar o primogênito. A versão de 1990, embora esteja "velha" e não apresente tantos recursos quanto o novíssimo O Vingador do Futuro, é gritantemente melhor. O "velhaco" ganha disparado pelo fato de ser inovador (para a época e até para os dias de hoje, né!), com mutantes, telepatas, alienígenas, Marte (sempre imaginei o planeta vermelho igual ao do filme dirigido por Paul Verhoeven. Fato!) e um enredo verossímil ao contexto da história de ficção científica abordada.

Agora a pergunta: Vale a pena ver o remake de O Vingador do Futuro? Sim, mas é claro que a versão de 1990 precisa ser devorada com antecedência. Pode-se dizer que o original é a essência rica, enquanto que o novo é imediatista (e super falso), tornando-o apenas mais um filme futurístico e não uma referência, como o antecessor.

Cine Roxy 5 Gonzaga: Av. Ana Costa, 443 - Gonzaga - Santos-SP. 5 salas - 1.305 poltronas. Cine Fone (13) 3289-8336
Roxy 6 Brisamar: Shopping Brisamar. Rua Frei Gaspar, 365 - Centro - São Vicente-SP. 6 salas 1.700 poltronas. Cine Fone (13) 3289-8336. Estacionamento de carros, gratuito por 3 horas para clientes do cinema, mediante validação de ticket 
Roxy 4 Pátio Iporanga: Shopping Pátio Iporanga. Av. Ana Costa, 465 - Gonzaga - Santos-SP. 4 salas Cine Fone (13) 3289-8336

Filme: O Vingador do Futuro (Total Recall, EUA)
Ano: 2012
Gênero: Ficção científica
Duração: 118 minutos
Direção: Len Wiseman
Roteiro: Kurt Wimmer, Mark Bomback
Elenco: Colin Farrell, Kate Beckinsale, Jessica Biel, Bryan Cranston, John Cho, Bill Nighy, Bokeem Woodbine, Will Yun Lee, Milton Barnes, James McGowan, Natalie Lisinska

sábado, 1 de setembro de 2012

.: Entrevista com Manoel Herzog, escritor de “Os Bichos”

“Marcas, a vida vai deixando em todos nós, exceto em Dorian Gray – mas o retrato dele é uma lástima. A vida é sucessão de escolhas, concessões e pecados todos cometemos.” - Manoel Herzog


Por: Helder Miranda, com colaboração de André Azenha e Mary Ellen Farias dos Santos
Em setembro de 2012


Ironia e crítica em obra literária que trata da situação política brasileira. Saiba mais do autor de "Os Bichos", Manoel Herzog.


O ditado diz que não se deve discutir política e religião. Mas “Os Bichos”, livro de Manoel Herzog, aborda esses temas de forma irônica e crítica. Editada pela editora Realejo, a obra mistura tarô, natureza e monarquia francesa, em um caldeirão que mira a situação política brasileira. 

Advogado há 22 anos, escreve desde pequeno. Participou de antologias e publicou o primeiro livro em 1987, “Brincadeira Surrealista”, de poesias, pela antiga Livraria Iporanga. Em 2009, foi finalista do prêmio Sesc com o romance ainda inédito “Fuga Amazônia de Mim”, sobre um homem na faixa dos quarenta anos, em crise, que vai ao Amazonas repensar a vida. Também ministra oficinas literárias. 

Em “Os Bichos”, Herzog traça um paralelo entre o urubu, ave que nasce branca e vai escurecendo conforme se alimenta de sujeiras, e o ser humano, que começa puro, mas se contamina com os males da sociedade. A trama acompanha um jovem idealista, que se apaixona pela filha de um político corrupto e acaba fazendo concessões para se aproximar da amada. “Tinha iniciado uma série de contos escritos em primeira pessoa com as vozes desses animais, como um cachorro que viveu comigo durante 16 anos. Tem dez animais que permeiam a narrativa do livro. E a história se desenvolve por um narrador onisciente, em terceira pessoa, e vai nessas duas linhas - seguem em paralelo e se encontram no final”, explica o autor. 

"As alegorias são uma forma direta de crítica dos costumes e serviram de base para o humanismo avançar um milímetro na direção da vida do espírito, evocada por grandes como Montaigne e Leopardi. Neste ‘Os Bichos’, de Manoel Herzog, temos um tipo mais sofisticado de alegoria, onde a ironia sutil é capaz de forjar um pensamento denso, que se alimenta de uma rica simbologia”, definiu o escritor Marcelo Ariel, na contracapa do livro.

Várias personalidades verídicas da Região Metropolitana da Baixada Santista são citadas ao longo da trama, apesar da narrativa acontecer em uma cidade fictícia. Para conceber o projeto, Herzog realizou um intenso trabalho de pesquisa. Inclusive, foi à França, onde buscou informações detalhadas das catedrais de Notre Dame e Saint-Denis, e do Palácio de Versalles - busca que surgiu em uma exposição sobre o lar da monarquia francesa, em São Paulo, anos atrás. “Os personagens do livro são monarquistas. Se compararmos, aquela realeza e os atuais políticos brasileiros estão bem próximos. Eles não se preocupam com a sociedade”, diz.



RESENHANDO – Em “Os Bichos”, você traça um paralelo entre o urubu, ave que nasce branca e vai escurecendo conforme se alimenta de sujeiras, e o ser humano, que chega à vida puro, mas se contamina com os males da sociedade. Há algo de autobiográfico nisso?
MANOEL HERZOG - Marcas, a vida vai deixando em todos nós, exceto em Dorian Gray – mas o retrato dele é uma lástima. A vida é sucessão de escolhas, concessões e pecados todos cometemos. Isso pra gente se converte em rugas, pro urubu, em penas pretas. Tenho procurado me aproximar de Deus, e fugido, na profissão e na vida, de tudo o que contraria meus princípios e, creia, a gente vê muita coisa que contraria. Assim, com esta vida de monge, se eu fizesse algo autobiográfico não despertaria interesse nos leitores. Meu protagonista é refém da corrupção, é venal, depravado, etc. É um eu piorado, digamos.


RESENHANDO - O que você tem de urubu, e vice e versa?
MH - Cada criatura viva tem um pouco da outra, talvez a ligação de cada centelha com a chama primordial. Compreender isto é um processo, digamos, cristão. O contrário é quando se pensa ser diferente, superior, vip, exclusive, privé, first class etc.


RESENHANDO - O ditado diz que não se deve discutir política e religião. Por que fez isso no livro?
MH - Ditados e dogmas existem para serem contestados. Mas não pretendi discutir estes temas no livro, trouxe apenas uma visão.


RESENHANDO - A mistura tarô, natureza, monarquia francesa, podem fazer um bom romance?
MH - Um bom romance não se faz de ingredientes. “Ulysses”, de Joyce, por exemplo, leva mil páginas para falar de um único dia na vida de um homem absolutamente comum, e é uma obra-prima. Não creio em ingredientes para compor narrativas. Talvez temperos, itens que se adicionam para sabor, mas que não são a essência do prato.


RESENHANDO - Como surgiu a ideia de escrever "Os Bichos"?
MH - Andei “internado” no meio do mato um período, um pequeno sítio onde crio alguns bichinhos. Lá, procurando entender a essência de cada bicho, comecei criando contos, em primeira pessoa, como se o cachorro falasse, a vaca, o porco, o galo etc. Enxerguei, depois, um fio narrativo ligando as vozes dos animais, um enredo que era permeado pelos bichos. Foi assim.


RESENHANDO - Como, quando, e porque começou a escrever? 
MH - Maomé, que era analfabeto, ditou o Corão, segundo o recebeu da inspiração divina, a um escriba. Digo isto para tentar desvincular a criação literária da alfabetização. Mas é quase impossível. Aprender a escrever é fundamental. Assim, eu acho que comecei a escrever muito cedo, nos tempos da cartilha “Caminho Suave”, talvez. Mas, com certeza, literariamente, no momento em que usei de alguma criatividade e impressionei a professora, por quem era apaixonado. De lá pra cá escrevo pra uma interlocutora imaginária, a quem busco seduzir. 


RESENHANDO - Por que um advogado resolve escrever literatura?
MH - Não resolve. Eu escrevia antes de ser advogado, e penso mesmo que a profissão inviabiliza a literatura, obrigando a outra forma de uso da palavra escrita.


RESENHANDO - O que seus textos dizem sobre você?
MH - O mesmo que as linhas da mão: tudo. E olha que eu tento falar de outras coisas.


RESENHANDO - O que, por exemplo?
MH - Depende da ignição, a fagulha inicial. Algum comando vem de algum lugar pra escrever aquilo. Daí eu tento.


RESENHANDO - Como foi ser um dos finalistas do prêmio Sesc de Literatura? 
MH - Foi muito agradável e, por isso, perigoso. O ego é o grande inimigo do escritor. Procuro ficar distante. À comissão julgadora, na fase classificatória, eu não tive acesso – mas sou grato por terem escolhido meu romance.


RESENHANDO - Qual a diferença entre “Os Bichos” e o que foi finalista do Prêmio Sesc?
MH - Sou dos que acha que um autor escreve o mesmo livro em sucessivas versões. Os Bichos é reflexo de mais maturidade, só isso.


RESENHANDO - Como as histórias e os personagens surgem para você?
MH - Há, em algum momento, a ignição, e começo a contar alguma história. Depois, sem a menor noção de onde a coisa vai desembocar, deixo que o enredo surja por si, as personagens falem o que querem. Muitas vezes é preciso voltar lá atrás, adaptar, etc. No fim, dá tudo certo.


RESENHANDO - Você ensina literatura. Como um escritor se coloca em aulas desse segmento?
MH - Sempre tenho o cuidado de explicar que não se ensina alguém a ser escritor. Trocam-se ideias, é pra isso que me ponho à frente da turma. No fundo, todos que chegam ali já têm seu estilo, a convivência e a prática é que aprimoram.



RESENHANDO - O que você aprende dando aulas de literatura?
MH - Muitas coisas. Entre elas ver a angústia dos que tentam lutar com a folha em branco, a dificuldade de achar um estilo próprio, a idéia rebelde que resiste à caneta ou ao teclado. Angústias que me são tão conhecidas. E a beleza, a grandiosidade da poesia, a literatura dos grandes mestres, que vou lá estudar com os colegas, compartilhar esse universo tão único com meus alunos/mestres.


RESENHANDO - O que o arrebata como leitor?
MH - O texto honesto, em que se possa ver a alma do autor. E tem umas almas muito loucas, pode acreditar.


RESENHANDO - A sua trajetória como advogado também renderia um romance? 
MH - Tudo rende um romance, é uma questão de saber contar. Assim, a trajetória de um advogado provinciano pode até render um romance. Mas não penso em escrever sobre isto, não vejo nada de interessante. O conflito humano rende boas histórias, e o foro é fértil em conflitos humanos. Há situações picarescas, outras tristes, mas prefiro nunca falar diretamente sobre a humanidade alheia, em respeito aos clientes. Na literatura é mais legal, adaptam-se situações reais a seres fictícios.


RESENHANDO - Você considera que melhorou como escritor ao longo do tempo?
MH - A gente deve melhorar com o passar do tempo, senão está vivendo errado. Gosto de uma das muitas sabedorias do Zeca Pagodinho: “o homem só aprende a vida quando dela se aposenta.” Acho que é isso, a gente vai melhorando. Uma hora, fica tão bom que morre.


RESENHANDO - Qual a musa inspiradora perfeita para um escritor?
MH - A que ele busca encantar. É infinita e múltipla essa musa. Thomas Mann a via como um lindo menino louro, Nabokov como uma Lolita pecaminosa. Pedofilias à parte, Santo Agostinho escrevia para Deus, Joyce para sua mulher, Almodóvar cria para sua mãe, e assim por diante. Comum a todas estas musas é um sentido maior, de poesia, da grande arte que elas personificam e que o artista, seu escravo, lhes tributa, como a uma santa, com olhos suplicantes.
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