domingo, 22 de julho de 2018

.: 5 brincadeiras da sua infância que desenvolvem o seu filho

O ato de brincar tem um papel fundamental para o crescimento biopsicossocial das crianças. É nesse momento que elas se desenvolvem, exploram características de personalidade, fantasias, medos, desejos, criatividade e elaboram o mundo exterior a partir de seu campo de visão. Para Ana Regina Caminha Braga, psicopedagoga especialista em educação e educação especial, a criança precisa experimentar, ousar, tentar e conviver com as mais diversas situações. Brincar com outras crianças, com adultos, com objetos e com o meio. E para te ajudar nessa tarefa, a especialista separou cinco brincadeiras bem tradicionais que podem ajudar no desenvolvimento dos pequenos.

Stop – Separem canetas e folhas de papel. Agora escolham as categorias, por exemplo, nome, animal, cor e frutas. Façam uma tabela com colunas e coloquem uma categoria em cada uma delas. Todos reunidos é vez de falar “o stop” e cada um coloca a mão com quantos dedos quiser (um, dois, cinco). O número total é a letra do alfabeto da jogada (13 equivale a letra M). Todos escrevem em suas tabelas, o mais rápido possível, palavras que comecem com a letra escolhida e se encaixem naquela categoria. Quem terminar de preencher primeiro diz “stop” e todos param. Feito isso, é só contabilizar 5 pontos para palavras repetidas e 10 pontos para palavras diferentes. Vence quem tiver o maior número de pontos ao final da tabela. Palavra da especialista: Stop é um clássico. Brincando você trabalha a interação e a comunicação. Você ajuda a criança a desenvolver habilidades como raciocínio, memória, agilidade, espírito de competição e liderança.

Amarelinha – Joga, pula, agacha e pega a pedrinha! Tudo isso sem pisar na linha, é claro. Para brincar de amarelinha, desenhe um caminho no chão e divida-o em casas numeradas de 1 a 10. Jogue a pedrinha em ordem numérica, primeiro o 1, depois o 2 e assim por diante – vale lembrar que a criança não pode pisar na casinha que estiver com a pedrinha – ela deve pular, sem pisar nas linhas, até o final do trajeto. Ao chegar, deve retornar, apanhar a pedrinha e recomeçar, dessa vez, atirando a pedra na segunda casa e depois nas seguintes até passar por todas. O participante não pode pisar, perder o equilíbrio ou jogar a pedra na risca nem atirá-la fora da risca. Se isso acontecer, ele volta para o início. Vence quem completar o caminho primeiro. Palavra da especialista: Com a amarelinha, a criança trabalhada a questão de lateralidade, seu equilíbrio, a matemática, a lógica e a compreensão do que deve ser feito.

Passa Anel – Tudo que você vai precisar aqui é de um anel e um espaço para sentar com os pequenos. Para começar o jogo, uma criança fica com o anel, enquanto as outras do grupo se sentam uma ao lado da outra com os braços apoiados no colo e com a palma das mãos unidas. A criança com o anel, deve passa-lo entre a palma das mãos dos amiguinhos. Quando resolve parar, abre as mãos mostrando que estão vazias e pergunta para um dos participantes: "Com quem está o anel?". Se ele acertar, será o próximo a passar. Se errar, quem recebeu o anel é quem passa. Palavra da especialista: Com essa brincadeira as crianças desenvolvem o trabalho em equipe, além do respeito ao próximo, já que ele tem que esperar a resposta e a participação de cada colega.

Bolinha de gude – Para brincar de bolinhas de gude, primeiro, cava-se um buraquinho, conhecido como poça. Ao acertar a bolinha dentro do buraco, o participante ganha o direito de lançar sua bolinha contra as dos adversários. As bolinhas atingidas são conquistadas. Se errar, a vez passa para o próximo. O jogo acaba quando um participante conseguir pegar todas as bolinhas do adversário. Palavra da especialista: Aqui a criança aborda questões de lateralidade já que o objetivo do jogo é acertar as bolinhas no buraquinho cavado, envolve um pouco das habilidades matemáticas para somar ou subtrair as bolas. Conhecer o momento em que ganhou e perdeu no jogo.

Pular elástico – Essa brincadeira é clássica, e vai ficando mais difícil com a altura, que começa nos calcanhares e vai até o pescoço. O ideal é que duas crianças fiquem 2 metros afastadas uma da outra, enquanto a outra se posiciona no centro do elástico para fazer todos os movimentos da cantiga. Pode pular com os dois pés em cima do elástico, com os dois pés fora dele, saltar com um pé só e depois com o outro. Se errar, o participante troca de posição com um dos colegas que estão segurando o elástico, vence que conseguir pular mais alto. Palavra da especialista: Essa brincadeira ajuda os pequenos a trabalhar com os movimentos do corpo, mobilidade e flexibilidade, além de servir como um exercício.

.: O mistério do CD Twelve Deadly Cyns, de Cyndi Lauper, por Mary Ellen F. S.

Por: Mary Ellen Farias dos Santos
Em julho de 2018



Estávamos tomados pela certeza de que o CD Twelve Deadly Cyns, de Cyndi Lauper havia ficado dentro do aparelho de som automotivo, após a troca pelo novo. 

Afinal, olhamos todos os CDs do carro. Nada! Só podia estar lá!

Sabe aquela lembrança nítida? Foi a que tive. Exatamente de quando saímos de minha vó e, num farol vermelho, decidimos dar um novo voto de confiança para que o leitor de CD tornasse a funcionar. Ok! Isso aconteceu há quase um mês, mas a lembrança parecia 100% precisa. Tanto é que, meu marido, também embarcou na "ideia".

Assim, logo cedo retornamos à loja. A esperança é a última que morre. O aparelho ainda estava lá. Que alegria! O CD está lá dentro, pensamos com total felicidade.

O rapaz que instalou ainda comentou: "Vamos conferir, mas sempre aperto o botão de ejetar, antes de retirar o aparelho!". Nadica de nada. 

Na tentativa de amenizar nosso desespero em solucionar tal mistério, comentou: "Bem que eu gostaria de que o CD estivesse aqui, para dar fim a caçada de vocês."

De fato, em casa, começou a busca. Vasculhamos todo o carro, até o aparelho de som que levo no porta-malas, para as aulas. Nada! Examinamos, novamente, cada caixinha de CD. Nada!

É... temos mania de abrir a primeira capinha de CD que aparece e a bagunça rola solta. Tudo fica misturado. 

Não! Não estava com a P!nk, Katy Perry, Mariah Carey. Que Cyndi Lauper, mais rebelde, não é mesmo?

No nosso apê, vasculhei até os DVDs. Do jeito que ando com a mente exaurida, poderia muito bem ter guardado junto com algum musical que assisti por esses dias. Conferi minhas três versões de "Grease - Nos Tempos da Brilhantina", "O Fantasma da Ópera"... Nada!

Eis que meu marido falou: "Mary, olhou o case de CDs?". Eu, logo respondi: "Não tem como estar lá!".

Amiguinhos, não é que só não estava lá dentro como ocupando a primeira acomodação?

É... mais um sinal da idade chegando.


*Mary Ellen Farias dos Santos é criadora e editora do portal cultural Resenhando.com. É formada em Comunicação Social - Jornalismo, pós-graduada em Literatura e licenciada em Letras pela UniSantos - Universidade Católica de Santos. Twitter: @maryellenfsm






.: FLIP: Autor é convidado da Casa Santa Rita da Cássia em Paraty

Em 2018, o período mais tenso da Ditadura Militar no Brasil completa 50 anos. Não foram tempos sombrios apenas no Brasil, mas aconteceram diversos fatos marcantes ao redor do mundo. O Ano de 1968 ficou conhecido por ser um dos mais importantes devido a muitos movimentos de transformações sociais, políticos e culturais.

No Brasil, os acontecimentos foram de Batalha da Maria Antônia à instituição do AI-5, pelo então presidente e general Costa e Silva. Foram muitas mortes e prisões de todos aqueles que se mostravam contrários ao governo.

Para disseminar toda a história ocorrida no Brasil e ao redor do mundo, Virgílio Pedro Rigonatti, autor da obra ‘Cravo Vermelho’, participa de uma mesa de autógrafos na Casa Santa Rita da Cássia durante a Festa Literária Internacional de Paraty (FLIP), no dia 29 de julho.

Sinopse: Pedrina conhece Valério, um menino de olhar triste, nos bancos do ginásio. Logo surge entre eles uma grande afinidade. Pedrina descobre os livros e, na sua voracidade por saber e entender o mundo, guia o colega por meio de estudos e leituras, ao mesmo tempo que tenta desvendar o mistério que ronda aquele tímido rapaz. Sensibilizada pelos conflitos de Valério e encantada por sua beleza, apaixona-se. Mas vive um amor platônico, sem coragem de se declarar, por medo de perder o amigo. Cravo Vermelho é um retrato da sociedade e dos acontecimentos dos anos 1960 no Brasil e no mundo. Transita pela inquietação da juventude em busca de novos caminhos, pelo embate ideológico entre direita e esquerda, pelo comodismo de grande parcela de nosso povo, ao mesmo tempo em que revela uma história de amor comovente entre jovens que buscavam seu lugar naqueles tempos conflituosos e de esperança.

Sobre o autor: Nascido em 22 de março de 1948, no bairro de Vila Anastácio, na cidade de São Paulo, Virgilio Pedro Rigonatti começou a escrever aos 60 anos. Desde sempre o contador oral das riquíssimas histórias da família, descobriu um prazer imenso em escrever ao registrar em um blog a trajetória do clã. Após lançar seu primeiro livro, Maria Clara, a Filha do Coronel, pela Editora Gente, romance baseado na vida de sua mãe, decidiu fundar a sua própria editora, a Lereprazer, cujo título de estreia é este Cravo Vermelho. Atualmente, Virgilio prepara o lançamento da sequência de Maria Clara e trabalha em um novo romance.

Serviço: Mesa de debate – Cravo Vermelho
Data: 29 de julho (domingo)
Horário: 11h – 14h30
Local: Casa Santa Rita da Cássia
Endereço: Rua Doutor Pereira, 396 - Centro Histórico – Paraty/RJ

.: Tudo sobre Paty Cantú, hoje um dos mais importantes nomes da música


A cantora e compositora mexicana Paty Cantú está se tornado um dos mais importantes nomes da música latina. Ela disponibiliza hoje sua mais nova canção, “Mariposas”, em todas as plataformas digitais. A música chega apenas quatro dias após o lançamento de “Déjame Ir” , faixa em parceria com o espanhol Pablo Lopez, lançada na última sexta-feira, 13 de julho.

“Mariposas” traz uma mistura de diferentes estilos e raízes latinas: a cumbia, o eletrônico, o ritmo nortenho e pop. A cumbia é um ritmo sentido e interpretado de maneira única em cada país da América Latina e, nesta canção, Paty tentou reunir influências de todos os países latinos em que ela é popular, mas manteve como maior inspiração a cumbia portenha mexicana. A cantora procura celebrar o amor com um som lírico caprichoso e o vídeo contém o visual do folclore de um país cheio de arte, cultura, moda e gente talentosa e trabalhadora. 

"Mariposas"

“Compus esta música em meio a muitas viagens durante as turnês fora de meu país, quando tive a oportunidade de observar meus companheiros latino-americanos mostrarem seu orgulho por suas raízes”, comenta a artista. “Estava trabalhando em Aruba, em dezembro de 2016, quando a cumbia não estava tão na moda quanto está agora, e a saudade que eu senti de casa me inspirou a fazer algo que jamais havia pensado que fosse possível de produzir com minhas mãos e voz”, continua. “Eu tinha essa vontade de sair pelo mundo, não apenas dizendo que sou mexicana, mas também mostrando o momento em que me encontro como artista. 'Mariposas' fala de um amor caprichoso e diferente, mas também nos lembra que o amor deve ser sentido com as borboletas no estômago, a emoção e todo o leque de novas possibilidades que ele nos abre”, conclui a cantora, de forma poética.

“Mariposas” é a faixa que abre o mais recente disco de Paty Cantú, “#333”, lançado em maio e composto por 15 músicas inéditas. Ouça e baixe aqui: https://umusicbrazil.lnk.to/333 . “Este disco é minha evolução como artista, meu desejo de não ficar sempre no mesmo. É a mudança constante que você pode experimentar, um chamado para ousar, deixar o medo de lado e nos abrir para as possibilidades de avançar”, comentou a cantora. Também integram o repertório do disco as canções “You Don´t Get Me” e “Miento”, com a participação de Jesse Baez, cujo vídeo foi dirigido pelo mexicano Rodrigo Aroca Rodríguez, que já trabalhou com outro grande nome da música latina, Karol G. Ainda está no álbum a faixa “War”, com a participação de Bea Miller.

 "Miento"

sábado, 21 de julho de 2018

.: Crítica de "Um Milhão de Anos em Uma Hora", no Teatro Gazeta, em SP


Por: Mary Ellen Farias dos Santos
Em julho de 2018


Uma aula de história do mundo com uma visão crítica e muito bom humor. "Um milhão de anos em uma hora", espetáculo com o ator Bruno Motta, em cartaz no Teatro Gazeta, em São Paulo, é um desafio educativo hilariante e de consciência humana cumprido com excelência. Nesse exercício incrível de análise da civilização e seus vícios, faz a plateia rir de si mesma e, principalmente, de seus ancestrais.


Sozinho no palco e com a língua afiada, o humorista Bruno interage bastante com o público, desde os atrasadinhos aos que, já sentados e atentos, prestam atenção nas críticas ácidas e muito engraçadas que ele faz ao Brasil da atualidade, uma espécie de esquenta para o grande espetáculo que é cronometrado -sem qualquer segundo a mais ou a menos.

Dominando todas as situações propostas, com o apoio de um aparelho retroprojetor refletido numa gigante bola que representa o planeta Terra, Bruno examina a humanidade e tudo o que a move: a inveja. Sentimento que movimenta os seres humanos desde sempre. 

Com maestria, o texto mantém o frescor no que é passado. Dirigido por Cláudio Torres Gonzaga, o texto adaptado por Marcelo Adnet, não descuida das mazelas do povo brasileiro, ensina, critica e conscientiza, enquanto brinca e faz o público rir -também devido a identificação inevitável. Vale destacar que a história é cíclica, e de tempos em tempos algo ressurge para enriquecê-la.

Em "Um milhão de anos em uma hora", saber envolver é a chave para que a peça aconteça. E é exatamente o que o comediante Bruno Motta faz no palco. Usa o texto a seu favor para despertar instantaneamente o interesse do público e embarcar junto a cada "viagem" para diferentes povos, deixando, ao fim, um gostinho de quero mais.

BROADWAY: Originalmente, “Long Story Short”, comédia da Broadway, com texto de Colin Quinn, foi dirigida por Jerry Seinfeld, um dos maiores comediantes de todos os tempos. Sucesso de público, atraiu mais de 1 milhão de espectadores em dez cidades americanas. No Brasil, viajou por vários estados, com grandiosas temporadas no Rio e São Paulo.

CURIOSIDADES: Os projetores utilizados em cena são Kodak Ektagraphic e foram inventados em 1967. Foram necessários seis meses de negociação dos direitos, seis meses de preparação de texto e outros três meses de ensaio. Bruno Motta foi apresentado a Colin Quinn nos bastidores do show do Comedy Cellar, em NY, onde ele e Seinfeld começaram a carreira.

A versão brasileira 
Bruno Motta: Um dos mais premiados humoristas da sua geração tem considerável histórico no humor televisivo: redator de humor da TV Globo, comentarista de humor do "Jornal da Record News" e foi ainda um dos autores do sucesso "Furo MTV", onde também desempenhava os papéis de repórter e colunista. 

Direção: Claudio Torres Gonzaga
Criador do grupo "Comédia em Pé", o primeiro de stand up comedy no Brasil já visto por mais de um milhão de espectadores em dez anos em cartaz. Cláudio já escreveu programas de humor como "A Grande Família", "Sai de Baixo", "Os Caras de Pau", "Sob Nova Direção" e "Divertics".  Como diretor tem no currículo mais de 100 espetáculos, incluindo: “Boca de Ouro”, de Nelson Rodrigues, com o qual ganhou o prêmio MinC, o sucesso "Enfim Nós", com Bruno Mazzeo, “A Comédia dos Erros”, de William Shakespeare, também indicado como melhor diretor para o Prêmio Shell.

Texto: Marcelo Adnet
Marcelo tornou-se conhecido nacionalmente a partir do programa "15 Minutos" na MTV, que apresentou e escreveu por quatro anos, diariamente. Na MTV estrelou também os premiados "Comédia MTV" e "Adnet Viaja", entre outros. Na Rede Globo, esteve em "O Dentista Mascarado" e teve também quadros no "Fantástico", até comandar o projeto de sucesso "Tá No Ar". 

Serviço:
"1 Milhão de Anos Em 1 Hora"
Texto: Colin Quinn e Jerry Seinfeld com versão Marcelo Adnet.
Elenco: Bruno Motta.
Direção: Claúdio Torres Gonzaga.
Gênero: comédia.
Censura: 12 anos.
Duração: 75 min.
Horário: sábados e domingos, às 20h.
Estreia:  12 de maio
Temporada: de 12 de maio até 10 de junho. Com apresentação prorrogada até 4 de agosto.
Autores: Colin Quinn e Jerry Seinfeld.
Versão: Marcelo Adnet.
Direção: Cláudio Torres.
Sábado - R$80 | R$40.
Domingo - R$70 | R$35.
Bilheteria: de terça a domingo, das 14h às 20h ou até o horário do espetáculo. Informações: (11) 3253.4102.
Ingressos online: www.teatrogazeta.com.br ou www.ingressorapido.com.br
Teatro Gazeta – 700 lugares
Av. Paulista, 900 - Bela Vista
Informações: 11 3253-4102
Estacionamento conveniado: MultiPark de quinta-feira a domingo Rua São Carlos do Pinhal, 303 - Subsolo . R$ 20 por 3 horas

Site oficial do espetáculo: ummilhaodeanos.com.br


*Mary Ellen Farias dos Santos é criadora e editora do portal cultural Resenhando.com. É formada em Comunicação Social - Jornalismo, pós-graduada em Literatura e licenciada em Letras pela UniSantos - Universidade Católica de Santos. Twitter: 
@maryellenfsm


Trailer



.: Crítica: "Os Monólogos da Vagina" deveria ser obrigatória para todos


Por Helder Moraes Miranda, em julho de 2018.

Há 18 anos em cartaz no Brasil, "Os Monólogos da Vagina" já falava de coisas que só estão sendo observadas e exteriorizadas agora, por pessoas que se sentem extremamente "desconstruídas" ao falar sobre feminismo, militância e sororidade feminina. 

A peça, escrita por Eve Ensler, com direção de Miguel Falabella, começou no Brasil com as atrizes Zezé Polessa, Claudia Rodrigues e Vera Setta e o patrocínio da marca de lingeries Duloren. Hoje, vem se sustentando ao longo dos anos sem patrocinadores, só com a divulgação boca a boca do público. Pode ser vista em São Paulo no Teatro Gazeta, na avenida Paulista, às 18h de sábados e domingos, quando não está excursionando pelo Brasil.

"Os Monólogos da Vagina" deveria ser obrigatória para homens e mulheres, o quanto antes e o mais urgente possível. Homens deveriam assistir para aprenderem a valorizar as mulheres e, do outro lado, mulheres deveriam assistir pelo mesmo motivo, em relação a si mesmas - com o acréscimo de não terem vergonha do próprio corpo.

A versão original, que começou somente com a autora - fazendo um monólogo - no circuito off-Broadway em 1997 e fez um sucesso arrebatador dentro e fora dos Estados Unidos iniciou uma tendência chamada neofeminismo, que é caracterizada pelo resgate da feminilidade e pela redefinição da condição de mulher como sexo-precioso, algo que merece ser cuidado, não pela fragilidade, mas pelo seu valor.

No palco, três atrizes brilham em cena - uma das curiosidades da versão brasileira, já que Falabella optou por um trio ao invés de uma só em cena. Revezando-se em diferentes tipos de mulheres, Cacau Melo, Maximiliana Reis e Sônia Ferreira na formação atual - todas talentosíssimas - fazem rir e emocionam com muita facilidade. Mas não falam somente da vagina, como sugere o título da peça teatral, ela é somente um pano de fundo para abordar temas recorrentes aos do universo feminino, como sororidade, sexualidade e, até, castração.

A mesma vagina que identifica o sexo feminino também pode dar prazer e dar a luz a outros seres, ser instrumento de libertação mas também de controle, como em uma das cenas em que uma menina, interpretada por uma delas, revela que levou um tapa na cara aos 12 anos ao contar para a mãe que estava menstruada. 

No ofício de atriz, elas contam histórias de pessoas que poderiam ser próximas a você, ao espectador que assistiu do outro lado da plateia e a elas mesmas - será que alguma delas vivenciou alguma situação parecida à que encenou durante aquela uma hora e meia de espetáculo? Possivelmente, sim... Possivelmente, não... 

O tempo diante delas voa, porque elas - em diferentes cenas - se tornam meninas dinâmicas que brincam de corda, mulheres interessadas em saber como é o orgasmo, lésbicas sedutoras querendo sexo casual e mães - todas interligadas por um único elemento que não é somente a vagina, mas também a emoção. 

De certo modo, Cacau, Maximiliana e Sônia, em um mundo cheio de problematizações, militam de uma maneira muito natural e eficaz. Essas atrizes dão um banho de autoestima às mulheres que as assistem e conscientizam os homens de uma maneira muito sutil. Prestam um serviço a quem as assiste e, de alguma maneira, conseguem melhorar o mundo.

"Monólogos..." é um espetáculo que diverte e emociona, mas também faz refletir sob a condição feminina sem ter aquele didatismo que afasta a mais interessada das almas. Tenho certeza de que todos, independentemente do sexo com que se identificam, saíram melhores do que entraram antes de assistir a essas grandes mulheres, operárias da arte. 


Serviço
O Teatro Gazeta fica na Avenida Paulista, 900 - Térreo - Bela Vista - São Paulo.
A bilheteria do Teatro Gazeta funciona de terça-feira à domingo, das 14h até o início do último espetáculo. Vendas dos ingressos neste link.


*Helder Moraes Miranda escreve desde os seis anos e publicou um livro de poemas, "Fuga", aos 17. É bacharel em jornalismo e licenciado em Letras pela UniSantos - Universidade Católica de Santos, pós-graduado em Mídia, Informação e Cultura, pela USP - Universidade de São Paulo, e graduando em Pedagogia, pela Univesp - Universidade Virtual do Estado de São Paulo. Participou de várias antologias nacionais e internacionais, escreve contos, poemas e romances ainda não publicados. É editor do portal de cultura e entretenimento Resenhando.

.: Edição comemorativa de "Os Monólogos da Vagina" com novos textos

Considerado pelo jornal The New York Times "o manifesto mais importante da última década”, 20 anos depois do lançamento, obra de Eve Ensler tem nova edição com prefácio e 15 monólogos inéditos.

Publicado em 140 países, "Os Monólogos da Vagina" marcou toda uma geração com a visão hilariante e reveladora de Eve Ensler a respeito do que até então era considerada uma zona proibida, “aquela-que-não- -devia-ser-nomeada”, um mistério até mesmo para as próprias mulheres. 

Adaptada a partir da premiada peça teatral off-Broadway que se tornou sucesso absoluto em todo o mundo, tendo inclusive diversas montagens no Brasil, esta obra revolucionária reúne uma série de histórias luxuriosas, emocionantes, singelas e, sobretudo, humanas, que transformaram o ponto de interrogação que costumava pairar sobre a anatomia feminina em um permanente sinal de vitória.

Vinte anos depois do seu lançamento, Eve Ensler mostra, em um prefácio inédito, por que o seu texto continua mais atual – e necessário – do que nunca. Mesclando gargalhadas e lágrimas, a autora transporta seu público para um universo que ainda hoje muitos hesitam em desbravar, garantindo que qualquer um que leia "Os Monólogos da Vagina" jamais volte a olhar para o corpo de uma mulher da mesma maneira.

Sobre a autora:
Eve Ensler nasceu em Nova York, é atriz, ativista pelos direitos das mulheres e dramaturga. Vencedora de diversos prêmios por seus livros e peças de teatro, incluindo o prestigiado Tony, é fundadora do V-Day, um movimento global pelo fim da violência contra mulheres e meninas.

Ficha técnica
Título: "Os Monólogos da Vagina"
Autor: Eve Ensler
Páginas: 208 páginas
Formato: 14 x 21 cm
Gênero: Teatro
Editora: Globo Livros

.: O caso do CD Twelve Deadly Cyns, de Cyndi Lauper, por Mary Ellen F. S.

Por: Mary Ellen Farias dos Santos
Em julho de 2018



O apego é um sentimento complicado de cortar. Percebi isso justamente ontem. Ao ser tomada pela felicidade de trocar o aparelho de som do meu carro. Ok! O bendito tinha de tudo, só faltava falar, mas o leitor de CD deixou de funcionar. 

Pois é... sou das antigas. Curto muito CD e os novos sons automotivos, os que são de fábrica, passaram a ignorar os disquinhos prateados. Sorte minha, pois nesse meio tempo, meu pai trocou mais uma vez de carro. 

Fiz carinha de gatinho do Shrek e pedi o aparelho do carro que seria deixado na concessionária. Consegui! Filha sabe mexer com o coração do pai, né!?

É da marca Sony, mas... não faz todas as coisas que o meu fazia. Por outro lado, nunca usei nem mesmo o Bluetooth do meu. Aliás, de tantos serviços, poucos foram usados. O que me interessa num aparelho de som automotivo? Leitor de CD, entrada USB e a rádio -só para quebrar um galho, quando estou sem interesse em ouvir algo segmentado. Sabe quando você quer ser surpreendido? É assim quando sintonizo numa rádio!

Eis que meu pai pediu para que tirassem o aparelho do carro dele. Trouxe para mim, tal qual um lindo presente, todo embrulhadinho, com direito a manual, pecinhas -de montagem e gabinete- e o controle remoto. Fiquei feliz, mas enrolei muito para me despedir do outro som.

Defeito meu? Total! Quem me conhece, como colecionadora, sabe desse probleminha que tenho. Demoro muito para tirar as garotas das caixas.

No Dia do Amigo, 20 de julho, após fazer a feira, preparar uma vitamina espetacular e comer bem, lá fomos nós três: eu, maridão e o carro. A troca do som seria feita. E foi!

Na loja, testamos se estava lendo CD, colocamos o primeiro que apareceu: a trilha sonora do filme "Dirty Dancing". Na sequência, colocamos o pen drive. Tudo uma maravilha!! Tomados pela felicidade de voltar a ouvir CD no carro, não nos demos conta de certo esquecimento. Seguimos para Santos ao som de P!nk -esse passeio estava sendo postergado desde segunda-feira. 

Lá, demos algumas voltinhas. Pesquisei o valor de uma fonte real para computadores e fiquei arrasada, mas não imaginava que algo ainda mais "arrasante" já havia acontecido: deixamos o CD da Cindy Lauper dentro do aparelho que ficou na loja. Quando eu me dei conta disso? Quase 20 horas, quando conversava com a minha amiga Rosângela. 

Sabe quando você fica completamente borocochô de um milésimo de segundo para outro? Fiquei e ainda estou assim. Maridão, também tomado pelo pensamento de não mais ver o "Twelve Deadly Cyns", está triste também. Somos do tipo que gosta de se cobrar! Não paramos de pensar: "Como que nenhum dos dois lembrou de tirar o CD?" 

Enfim... Que a Cindy esteja esperando por nós! Amém!! 


*Mary Ellen Farias dos Santos é criadora e editora do portal cultural Resenhando.com. É formada em Comunicação Social - Jornalismo, pós-graduada em Literatura e licenciada em Letras pela UniSantos - Universidade Católica de Santos. Twitter: 
@maryellenfsm

.: "Anonimato, Orikis aos Mitos Pessoais Desaparecidos", neste sábado


"Anonimato, Orikis aos Mitos Pessoais Desaparecidos", com a Cia. Treme Terra, será apresentado neste sábado, dia 21 de julho, às 20h, no Sesc Santos. É um espetáculo de dança negra que revela situações do cotidiano brasileiro, bem como, aspectos ligados ao soterramento e aniquilamento das memórias negras no seio de uma sociedade eurocentrada, marcada por um histórico secular racista e colonialista, que violenta pessoas e tradições culturais de matrizes africanas, indígenas e periféricas. 

De maneira poética (não dissociada a política, como discurso libertário), a obra aborda o genocídio etnico-cultural e suas consequências na vida social urbana, a invisibilização de mestras e mestres da cultura popular abandonados a solidão. 

Traçando um paralelo simbólico com os rituais de axexê, suas relações com eguns, orixás e nkisis que estão fortemente associados a morte, bem como ao renascimento e outros desdobramentos, a Cia. Treme Terra aprofunda sua pesquisa mitológica partindo das tradições bantu e yoruba no Brasil, estudos de movimentações para um corpo que dança e reverbera sons percussivos e vocais, dando origem as re-criações cênicas inspiradas (de maneira não literal) em histórias recolhidas de importantes personagens da cultura negra e periférica. 

Na lingua yorubá, Ori significa "cabeça, destino", e Ki, "saudar". O oríkì é uma forma poética orgânica de elaboração do conhecimento organizada pela etnia iorubá, uma espécie de provérbios popularmente estudado e difundido no Brasil por pessoas iniciadas nos terreiros de candomblé e pesquisadores, os oríkìs são fontes de um saber que estão relacionados aos orixás. 

O oriki é uma espécie de montagem de atributos que tematiza, colagens de predicados, justaposição de particularidades e emblemas. São canções de guerra, cantigas de ninar, hinos, preces, orações, cânticos religiosos, cantos funerais, encantações, poemas didáticos, podendo-se inclusive ser encontrado nos textos percussivos, frases ritmicas dos "tamas" (tambores falantes africanos que quando tocados com baquetas possuem modulação de tonalidades e timbres). Duração: 60 minutos. (Foto: Raul Zito) Teatro Não recomendado para menores de 14. R$ 20. R$ 10 (meia). R$ 6 (credencial plena). 

Workshop "Dança Negra Contemporânea" - Com Firmino Pitanga
O curso de Dança Negra Contemporânea tem a intenção de habilitar o corpo que dança a ser mantenedor de alguns códigos e signos presentes em partes das Manifestações Negras da diáspora africana, pensando a dança como uma forma de expressão a partir da movimentação. 

O curso tem o objetivo de aprofundar conhecimentos de ritmos e movimentos inspirados na mitologia dos orixás e seus arquétipos. O vocabulário de movimentos se organiza dentro de uma diversidade rítmica, diferentes acentuações e velocidades de andamento. 

As aulas são acompanhadas por música ao vivo, tambores e cantos em banto e yorubá, buscando desenvolver a atenção dos bailarinos com o diálogo entre a música e a movimentação, propiciando também a capacidade de desenvolver o improviso. Sala 41 Não recomendado para menores de 16. Grátis. Sábado, das 11h às 13h. Sesc Santos fica na rua Conselheiro Ribas, 136, no bairro Aparecida, em Santos.


.: Diário de uma boneca de plástico: 21 de julho de 2018

Querido diário,


Você não sabe como é bom usar o Twitter, uma rede social extremamente informativa. Claro que tem muita zoeira. Efeito colateral de toda mídia social em que o povo brasileiro domina, né!?


As marcações, geralmente são acompanhadas do sinal do jogo da velha, que de modo americanizado é chamado de hashtag. Acredita que até eu embarquei nessa? Uso apenas para vincular com o meu Instagram, ou seja, tudo o que publico no meu Insta, sai também no meu Twitter (twitter.com/DonaFisherburg). 

Sempre que quero informação e diversão do momento, procuro lá e nunca me arrependo!


Beijinhos pink cintilantes e até amanhã,


Donatella Fisherburg




← Postagens mais recentes Postagens mais antigas → Página inicial
Tecnologia do Blogger.