quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

.: Entrevista com Ricardo Cruz, músico de superbanda de anime


Ricardo Cruz integra a superbanda de trilha sonora de animes JAM Project. Além de tocar sucessos da cultura pop, Ricardo Cruz vai dividir sua experiência com o público do Rio Matsuri em uma palestra no festival da cultura nipônica que acontece no Riocentro, de 25 a 27 de janeiro. 

Em sua primeira experiência em uma roda de conversa com o público, o único estrangeiro que integra o JAM Project - banda de veteranos que cantam temas de animes e seriados nipônicos -, a grande referência da cultura pop japonesa no Brasil conta sua trajetória de fã a influenciador.

Você não é descendente de japoneses, como surgiu essa paixão pela cultura nipônica?
Meu portal para a cultura japonesa foi a TV Manchete, onde passava Jaspion, Changman e Cavaleiros do Zodíaco. Como boa parte das crianças e adolescentes daquela época, eu fiquei fissurado por esse mundo, mas acho que em mim, esse tipo de arte, narrativa, o design, as músicas bateram de uma forma diferente, mais forte. Eu passei a frequentar o bairro da Liberdade, em São Paulo, onde está concentrada a comunidade japonesa e ter acesso a publicações que não existiam no Brasil. Eram os próprios japoneses que mandavam as revistas e livros pra colônia daqui. Também descobri locadoras de vídeo com fitas amadoras, gravadas com a programação da TV japonesa, que parentes japoneses enviavam pra cá. Naquela época não tinha internet, essa era a minha fonte de pesquisa. Muitas vezes eu ia com o dicionário na mão pra tentar decifrar o que estava escrito nas etiquetas dos vídeos.

Foi assim que você passou a se interessar pelo idioma japonês?
Sim, desvendar a escrita se tornou um fascínio. Conforme fui compreendendo, montei com uns amigos um grupo para exibições públicas dos frutos desses garimpos de fitas VHS que fazia. Apresentávamos os animes e os tokusatsus (seriados japoneses) num teatro, com uma TV de tubo, as pessoas espremiam os olhos pra assistir os programas numa tela pequenininha. E a nossa divulgação era feita por panfletos de xerox, na rua.

Àquela altura você já tinha a sensação de que queria continuar fazendo isso, que viria a trabalhar divulgando a cultura japonesa?
Não era algo claro pra mim. Meu pai foi muito parceiro e me incentivou a fazer um intercâmbio no Japão. Um tio era do Rotary Club na época e fomos atrás do processo, eu fiz tipo um vestibular e passei, fui cursar o último ano do colegial em Utsunomiya, que fica a 100 quilômetros de Tóquio. Ia pra escola de bicicleta vestindo terno e gravata, exatamente como aparece nos animes. Eu, que já era colecionador, quando cheguei lá, pirei! Além de aprender a falar japonês, experimentei toda a cultura pop do país. Vi os shows dos artistas que cantavam os temas musicais dos seriados, conheci o karaokê.

Assim que voltou já se engajou profissionalmente nisso?
A música acabou vindo mais tarde. Na volta, meu primeiro emprego foi como redator da Sessão Super-Heróis, um programa da CNT, que passava em São Paulo. Logo em seguida, fui pra editora Conrad, que publicava revistas especializadas nesse nicho e foi a responsável pelo lançamento dos mangás no Brasil. Eu tive a honra de participar disso. Em 2003, concebi o primeiro Anime Friends, que é um grande evento de cultura pop e que existe até hoje. Tudo baseado no que via acontecer no Japão, a inspiração era mesmo o cenário de lá e nós nem acreditávamos que fôssemos conseguir trazer as atrações para se apresentar aqui na América Latina. Na segunda edição, durante um ensaio do JAM Project, que é justamente a banda dos cantores das músicas-tema originais dos seriados, eu fui "me exibir" e eles gostaram! Ouvi a vida inteira a trilha sonora de anime e tokusatsu, minhas principais influências eram dois dos caras que hoje são meus companheiros no JAM Project, o Hironobu Kageyama e o Masaaki Endoh! O Kageyama pediu pra eu mandar uma demo com os meus vocais e foi assim que, em 2005, me tornei membro da banda. Imagina, é um dream team de cantores veteranos, eu sou o único estrangeiro no grupo!

E como surgiu a ideia de ensinar o idioma japonês?
O que mais gosto é que meu trabalho sirva de ponte entre o Brasil e o Japão, gosto de trazer o que é atualidade fora e também mostrar pra eles as tendências daqui. As pessoas sempre me perguntavam como eu tinha aprendido japonês. Na oportunidade que tive de morar lá, vivenciei a cultura pop do país intensamente e acho que essa é a melhor forma de dominar um idioma. Há três anos formatei toda essa experiência em um curso. O NihonGO é um jogo de palavras em si, já que o significado é uma mistura de "língua japonesa" com o verbo "to go", do inglês. Além do curso online, com plataforma, banco de dados, uma frente didática com módulos que vão ficando mais difíceis, tenho também o canal no YouTube, com videoaulas ensinando japonês do mundo real, analisando frase a frase do que é dito nos produtos da cultura pop que a galera curte.

O que você vai trazer para o público na sua estreia como como palestrante no Rio Matsuri, em janeiro?
Estou ansioso em participar do Festival do Japão do Rio de Janeiro, ouvi falar superbém do evento e, além de me apresentar com o show, com um pot-pourri de músicas famosas, que marcaram várias gerações de fãs de animes e seriados, vou ter a chance de, através da minha jornada, mostrar às pessoas o quanto é possível sonhar, explorar seus próprios potenciais até o limite. Contando a minha história, quero trazer essa empolgação pro público, responder perguntas e, principalmente, motivar as pessoas.

.: Ex-"Mulheres Ricas" vira DJ e mistura rap com música eletrônica


Ex-mulher do jogador Luizão faz sucesso na música eletrônica e lança hit ousado em parceria com a Bagua Records.

A ex-participante do reality show "Mulheres Ricas", da Band, que hoje assina artisticamente como Mary Mesk, leva uma vida completamente diferente da época em que era casada com o ex jogador de futebol Luizão. 

Parceira da gravadora Bagua Records, Mariana Mesquita mostra que tem talento para a música eletrônica e decide apostar em uma proposta pra lá de ousada: o casamento entre o rap e a música eletrônica. 

Ela se uniu ao rapper carioca Xamã e acaba de lançar o hit “Doce Veneno”. A faixa, disponível nas plataformas  digitais, é a grande aposta da dupla para virar hit do verão brasileiro. 


"Doce Veneno" - Mary Mesk feat. Xamã


.: Grátis: aproveite o verão com o “Manual de Sucos” da Codeagro

Quer começar uma nova dieta em 2019, mas não sabe por onde? Então comece substituindo sucos industriais por sucos naturais feitos em casa. 

Com o intuito de te auxiliar na preparação, a Coordenadoria de Desenvolvimento dos Agronegócios (Codeagro), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, criou o “Manual de Sucos”, que você pode baixar gratuitamente neste link, onde você encontra as melhores informações sobre como escolher as melhores frutas e até receitas deliciosas não só de sucos, mas também de vários sabores de vitaminas.

Como escolher a fruta:
Na hora da compra, sempre escolha aquelas de casca firme, sem amassados, furos ou manchas. Se preferir sucos de legumes ou hortaliças também são uma ótima opção, mas fique atento se estão frescos, têm aparência brilhante e viçosa e com a cor uniforme. Certifique-se de que estão livres de manchas ou rachaduras, pois podem estar estragados ou com vermes.

Armazene corretamente:
Quando chegar em casa, mantenha as frutas sob refrigeração até o momento de uso, com exceção da banana. No caso dos legumes e hortaliças, prefira usar no mesmo dia da compra para se obter mais dos nutrientes que eles carregam. Caso não seja possível, mantenha-os em sacos plásticos próprios na parte de baixo da geladeira, sem encostar nas paredes para que não umedeçam.

Não se esqueça de higienizar antes do uso:
A hora da lavagem é essencial para o consumo, pois evita o contato com produtos químicos que podem fazer mal à saúde. Frutas, legumes e verduras devem ser lavados em água corrente, a fim de retirar qualquer resíduo de terra, pequenos insetos ou contaminantes químicos. Depois, deixe-os de molho em uma mistura de 1 colher (sopa) de água sanitária para cada 1 litro de água, durante 30 minutos, e passe pela água corrente novamente.

Açúcar e adoçantes:
Como são sucos naturais, o sabor já é doce naturalmente. Porém, se achar necessário, pode adicionar açúcar ou adoçante, a seu gosto. Procure adotar hábitos mais saudáveis, então uma alternativa ao açúcar refinado é o açúcar mascavo, que contem menor valor calórico e fornece boas doses de fósforo e potássio, ou até mesmo o mel, excelente na produção de vitaminas C e B.

Veja abaixo a saborosa receita de "Suco da Selva":

Ingredientes:
·        ½ melancia pequena (3.074g)
·        2 maracujás grandes (538g)
·        1 ramo pequeno de hortelã (2g)

Modo de preparo:
Higienize a melancia, o maracujá e a hortelã. Corte a polpa da melancia em cubos grandes e reserve. Corte o maracujá e retire a polpa. Em um liquidificador, coloque a melancia, a polpa do maracujá e a hortelã e bata bem. Passe o líquido em uma peneira fina. Leve à geladeira e sirva gelado.

.: Exposição "Acredite, É Verdade!" no Shopping Vila Olímpia


Nas férias de verão, a mostra sensorial em parceria com a Nat Geo Kids traz muita diversão, aprendizado e atividades inusitadas.

Para animar ainda mais as férias de verão, até dia 4 de fevereiro, o Shopping Vila Olímpia traz curiosidades sobre animais, corpo humano e sistema solar na exposição sensorial “Acredite, É Verdade!”. A partir de atividades interativas e lúdicas, a mostra gratuita desenvolvida pelo Nat Geo Kids - multiplataforma do Fox Networks Group Latin America – promete muita alegria, diversão e entretenimento através de informação e conhecimento.

A exposição aborda três grandes temas que instigam a curiosidade das crianças e de toda a família que estiver presente. “Acredite, É Verdade!” falará sobre animais, seres humanos e sistema solar de uma forma lúdica, explorando os sentidos. "Essa exposição é um emblema do que é o destino multiplataforma Nat Geo Kids. Desperta a curiosidade do público infantil e mistura entretenimento com conhecimento e responsabilidade. Esse evento, assim como o novo canal e seu app, são destinos divertidos e seguros para os pequenos e também para seus pais", conclui Michel Piestun, SVP & GM Brasil.

Durante a exposição será possível sentir o frio e o calor das estrelas; comprovar que a audição das crianças é mais sensível que a dos adultos; evidenciar seu próprio coração batendo e provando que ele poderia bombear e encher diariamente 40 banheiras; A mostra surpreende ainda por revelar que um elefante bebe o equivalente a 800 copos de água por dia; calcular a quantidade de peso que você poderia carregar caso você fosse uma "formiga humana"; além de diversas curiosidades espalhadas em seus espaços e que farão muita gente explorar, pensar, rir, aprender e se divertir, principalmente a criançada de 03 a 12 anos que terá a oportunidade de participar de oficina lúdica no local.

Rodrigo Peres, gerente de marketing da Multiplan, ressalta que “esse evento faz parte da estratégia do grupo em trazer para os shoppings da rede opções de lazer gratuitas para toda família. Esperamos assim surpreender nossos clientes com essa atração que é um verdadeiro mix de diversão, informação e entretenimento”, completa sobre a mostra que já passou pelo VillageMall no RJ, ParkShopping em Brasília e segue em outros centros comerciais do Grupo Multiplan

Serviço: Exposição “Acredite, É Verdade!” da Nat Geo Kids no Shopping Vila Olímpia
Data: até 4 de fevereiro de 2019
Entrada gratuita
Horário: segunda a sábado, das 10h às 22h / Domingos, das 12h às 20h
Local: piso térreo
Oficina: domingo a sexta-feira, das 12h às 20h / Sábados, das 10h às 22h
Local: piso térreo
Idade recomendada: 3 a 12 anos.
Hashtags: #AcrediteÉVerdade, #NatGeoKids 
Endereço: rua Olimpíadas, 360 - Vila Olímpia, São Paulo
Outras informações: (11) 4003-4173

.: Anna Setton lança vídeo com música de Caetano Veloso


Composta para Gal Costa, música tem versão ainda mais intimista daquela registrada no disco de estreia.

A cantora Anna Setton lança um novo vídeo, com a música "Minha Voz, Minha Vida", pérola composta por Caetano Veloso. O novo vídeo pode ser visto no canal Anna Setton no YouTube.

Acompanhada apenas pelo grande violonista Vinícius Gomes, Anna nos mostra uma versão ainda mais intimista daquela registrada em seu álbum de estreia. No álbum, este clássico manifesto metalinguístico recebeu uma emocionante releitura jazzística, despida de invenções, crua, leve e que expõe a verdade natural da intérprete. Composto por Caetano para Gal Costa em 1981, parece novo em folha e feito sob medida para a voz - e a alma! - de Anna.

Um dos lançamentos mais aguardados dos últimos tempos, o primeiro álbum da cantora Anna Setton já está disponível nas lojas e em todas as plataformas, como Spotify, Deezer, Apple Music, iTunes, Google Play, Napster e Tidal, além de outras 100 lojas digitais por todo o mundo.

Paulistana, Anna sempre ouviu música em casa, seja pelo violão do pai, seja pelo canto da mãe, que sempre gostaram muito de música, mas nunca profisionalmente. E foi a música que a fez conhecer seu parceiro, o pianista Edu Sangirardi, em volta de um violão na praia de Caraíva, Bahia.

Música boa, precisa e limpa é a essência que liga os dois. É assim que eles veem, ouvem e fazem música, o que é evidente nas faixas selecionadas para o primeiro álbum de Anna, expondo a intensa vivência jazzística do casal. Com mais de 14 anos de dedicação profissional à música, o ponto de virada foi o nascimento da sua filha Dora, há três anos. “Todo o turbilhão de emoções e ressignificados da vida que acontecem quando a gente tem um filho, que revira tudo por dentro e faz do fora um lugar novo, fez com que eu sentisse vontade de dizer e de estar no mundo e na música de uma forma diferente, como autora, como compositora”, afirma Anna.

Ao piano de Edu Sangirardi, juntaram-se os baixos elétrico e acústico de Bruno Migotto, a guitarra e o violão de Vinicius Gomes, a bateria de Jonatas Sansão, o flugelhorn de Diego Garbin (em Nature Boy) e o sax de Jota P. (em Paisagem Real). “Eu acredito na força da arte, da palavra e do som para transformar e dar significado às nossas vidas. Acredito que posso contribuir para a música brasileira e desejo fortemente ser parte atuante dela. Seguimos resistindo, produzindo cultura, em busca do presente e de novos significados para a nossa existência”, declara Anna.

Produzido por Swami Jr, o álbum Anna Setton tem dez músicas, sete das quais inéditas, todas com arranjos de Edu, que também assina a direção musical juntamente com Swami. Gravado no Estúdio Arsis, em São Paulo, por Daniel Tápia e Fellipe Baldauf, tem mixagem de Ricardo Mosca e masterização de Carlinhos Freitas (Classic Master). Todo o trabalho de arte ficou a cargo de Júlio Mariutti (Estúdio Logos), com imagens de Ilana Lichtenstein (Liríade).


"Minha Voz, Minha Vida" - Anna Setton 

terça-feira, 15 de janeiro de 2019

.: O que o rap e a sociologia têm em comum?


Foi o  olhar singular de Renan Inquérito sobre o papel do hip-hop como forma de produção de conhecimento e aproximação que despertou o interesse do sociólogo Boaventura de Sousa Santos. O professor português enxerga no hip-hop a energia perdida pelas ciências sociais nos últimos anos, e mantem parceria com o rapper desde 2012, quando escreveram juntos o roteiro do espetáculo Ópera Rap Global.

A habilidade de "Inquérito" em traduzir temas complexos e desburocratizar o saber, levou-o até a Universidade de Coimbra (Portugal), e por uma temporada abria as aulas do sociólogo com rap’s que resumiam os principais conceitos abordados em sala.

Nesta ocasião surgiu a letra de Linha Abissal, musicada posteriormente e lançada como um single de "Inquérito". Outras letras escritas no mesmo período, vão compor um capítulo do livro “Na Oficina do Sociólogo Artesão”, a ser lançado mundialmente no próximo dia 03 de dezembro pela Editora Cortez.

Para Renan a Linha Abissal “cruza rap com sociologia e resulta de um desafio lançado por Boaventura de Sousa Santos para combinar arte e ciência num exercício a que chama de 'Ecologia de Saberes'. A Linha Abissal representa a divisão entre quem é reconhecido e quem é invisível à luz da linguagem dos direitos, entre o conhecimento classificado como relevante e os saberes desvalorizados pelo pensamento hegemônico. Aqui, a metáfora é reinterpretada a partir dos lugares e da linguagem do meu rap”.

A partir daí o compositor versa sobre a divisão da sociedade e as linhas, cartográficas e metafóricas, que segregam o visível e o invisível; o que está do lado de lá e o que está do lado de cá da linha. A música versa sobre a desigualdade, tema que permeia toda a trajetória de Inquérito como algo a ser denunciado e combatido. Linha Abissal é letra de resistência, ou melhor uma linha de resistência que se apresenta por meio da poesia.

Lyric vídeo: 

Making of: 

Plataformas Streaming: https://onerpm.com.br/al/5740432431


Letra de "Linha Abissal"

Tem tanta linha que a gente “inventô”
tem linha de montagem, até linha retro
linha de pensamento, linha do “Equadô”
linha de telefone, e linha de tricô
linhas reais ou imaginárias (várias)
linhas inúteis tão necessárias (várias)
só sigo aquilo que o poeta “falô”
quem anda na linha é trem ou metro

sou água que corre entre as pedras (caça jeito!)
liberdade ninguém carrega (explode o peito!)
tô na linha de tiro e não posso moscar
na linha por um fio, não dá pra vacilar
então sigamos a utopia a la Galeano
continuo andando, vivendo e sonhando
a esperança me move ela que é minha fonte
e eu só sigo uma linha: a linha do horizonte

Vivemos separados no mesmo quintal
uma Linha Abissal
a divisão é tão profunda é tão desigual
uma Linha Abissal
não posso aceitar que seja tão normal
essa Linha Abissal

Separa o disparo certeiro do acidental
Linha Abissal
um mundo metropolitano e outro colonial
Linha Abissal
que põe direitos humanos pra secar no varal
Linha Abissal
que faz o navio negreiro parecer tão atual
Linha Abissal

A linha não é tênue cê que não tá veno e
é só lembrar Fight The Power Public Enemy
na vertical é barra, é prisão
na horizontal é letra é libertação

a linha corta, entorta e é porta também
engorda, vira corda e enforca tão bem
e enquanto a fome e a miséria tiver on line
o rap sempre vai ser uma punchline

Vivemos separados no mesmo quintal
uma Linha Abissal
a divisão é tão profunda é tão desigual
uma Linha Abissal
não posso aceitar que seja tão normal
essa Linha Abissal

Linhas costuram tecidos, as vezes humanos, as vezes trapos
Linhas: separam países, dividem contratos
linhas no rosto marcam o tempo, nas mãos marcam o destino
mantém pipas no céu pelas mãos de meninos
a linha que mexe a marionete nem sempre é visível

Ela já foi uma linha de ligação lembra: Umbigo
virou só uma cicatriz, marca de egoísmo
algum Deus escreveu certo por linhas tortas num eletrocardiograma
e até a medicina, tão cética e tão exata aprendeu
que a vida mora nessas linhas sinuosas
e que quando ela endireita nem sempre é um bom sinal

Linhas retas, linhas tortas
Linhas vivas, linhas mortas…

.: Documentário "Carta Para Além dos Muros" lança trailer para alertar


Com estreia em abril, a produção é o primeiro longa-metragem a retratar a história do HIV e da Aids no Brasil.

O documentário “Carta Para Além dos Muros” acaba de ganhar trailer. O filme, com data de estreia prevista para abril de 2019, refaz a cronologia da epidemia de Aids no Brasil a partir de um debate envolvente sobre a evolução do tratamento antirretroviral e os desafios que ainda enfrentamos em relação ao estigma e discriminação. O filme do diretor André Canto integra o projeto "Olhares - HIV e Aids no Brasil", que conta ainda com uma série para a televisão e um livro sobre o mesmo tema.

Até os dias de hoje, quando se fala em HIV, muita gente ainda pensa na epidemia de AIDS que vitimou milhões de pessoas em todo o mundo nos anos 1980 e 1990. Vivemos com a perigosa percepção de que a Aids é coisa do passado. De fato, com a evolução do tratamento, muitas pessoas vivendo com HIV tem a oportunidade de passar uma vida toda sem jamais desenvolver a síndrome conhecida como Aids. 

Mesmo assim, o estigma, a discriminação e a desinformação ainda cercam o tema, trazendo consigo consequências trágicas como o aumento da epidemia entre jovens e a discriminação flagrante de pessoas que vivem com HIV como se fossem párias dentro de nossa sociedade, sujeitas a situações  de vergonha e exclusão. "Carta Para Além dos Muros" é, acima de tudo, um caminho investigativo sobre esses preconceitos, silêncios e falhas.

Produzida pela Canto Produções, o documentário investiga o porquê da evolução no tratamento do HIV não vir acompanhada da mudança de mentalidade em relação à infecção.  Um dos depoimentos retratados no filme, da imunologista Márcia Rachid, resume bem este desafio: “Falar de HIV hoje tem o mesmo mistério de 35 anos atrás. Não pode!”.

Na sua primeira direção, Canto entrevistou especialistas, pessoas que vivem com HIV, personalidades e autoridades. Estão no documentário nomes como os ministros da Saúde que foram chave para que o Brasil se tornasse uma referência na resposta à epidemia, José Serra e José Gomes Temporão; os médicos Dráuzio Varella, Ricardo Tapajós, Ricardo Vasconcelos e Rosana Del Bianco; a apresentadora Marina Person; Lucinha Araújo, mãe de Cazuza, além de jovens que se tornaram a nova voz desta epidemia, entre tantos outros entrevistados.

“Contar a história da epidemia de Aids significa tocar nos medos e nas memórias soterradas de pelo menos duas gerações. Dezenas de milhões de pessoas chegaram à vida adulta no Brasil dominadas pelo pavor de serem infectadas pelo HIV. Os gays viveram um medo duplo, tanto pela doença, que no início os afetava quase que exclusivamente, quanto pela discriminação que já sofriam. Uma combinação que só contribuiu para aumentar ainda mais o clima de incompreensão acerca do HIV. Apesar de todos os avanços no tratamento e no entendimento da doença, muito desse medo e dessa incompreensão ainda persiste. O filme não é um trabalho psicanalítico, nem um relatório informativo sobre o HIV e a Aids. Ele se propõe a ser um estopim, para tocar algo que permanece inconsciente no espectador, para mobilizá-lo, para instigá-lo a uma reflexão importante e incontornável sobre o HIV em nossa sociedade, para provocar uma mudança de postura e perspectiva sobre a história da Aids e sobre a realidade atual do HIV”, explica Canto.

“Carta Para Além dos Muros” tem roteiro de André Canto, Gabriel Estrela, Gustavo Menezes e Ricardo Farias. A consultoria técnica é do infectologista Ricardo Vasconcelos e do UNAIDS.

Trailer de “Carta Para Além dos Muros”

.: Espetáculo "Os Tr3s Porcos", com o grupo A Próxima Companhia


"Os Tr3s Porcos", com o grupo A Próxima Companhia, é garantia de diversão garantida em Santos. No espetáculo, três porcos procuram um lugar para construir suas casas. 

O conto infantil, dessa vez, também se dirige aos adultos, e se passa na cidade, onde o espaço está cada vez mais disputado com o Lobo, dono do lugar, que fará de tudo para obrigar os porcos e beneficiá-lo e não atrapalharem seus planos de construir novos empreendimentos. 

Na Praça do BNH - Bairro Aparecida. Livre. Grátis, no  domingo, dia 20, às 17h30, no Sesc Santos - Rua Conselheiro Ribas, 136 – Aparecida. Contato pelo telefone: (13) 3278-9800.

.: Soares de Souza Júnior: o poeta esquecido pelo Brasil

Foi em uma viagem a Lisboa (Portugal) que Marcos São Mateus Mônaco fotografou um nome que mudaria sua vida e a memória literária brasileira para sempre. O que inicialmente parecia apenas uma informação trivial estampada em um azulejo de uma casa antiga, acabou por ser a inspiração para contar a história nunca antes conhecida do poeta e jornalista polivalente Soares de Souza Júnior, esquecido pelos biógrafos de nosso país.

“Aqui viveu e desempenhou a sua missão Antônio José Soares”, dizia a placa. Curioso, Marcos Mônaco seguiu sua intuição e buscou sobre aquele nome meses depois, quando revia seus registros, e acabou por descobrir uma interessante coincidência: Souza Júnior veio ao mundo no dia 7 de abril de 1851, exatamente 120 anos antes de quem seria o autor de sua primeira biografia, nascido no dia 7 de abril de 1971. Destino? Sendo este ou não, foi um dos motes para Marcos notar que um intelectual tão respeitado no Brasil do século XIX não poderia ter sua história colocada à margem ou simplesmente dentro de uma memória “subterrânea” diante de toda sua magnificência.

“Coração de Poeta, em Prosa e Verso” é a primeira biografia sobre Soares de Souza Júnior, natural de Paraíba do Sul (RJ), autor da letra do hino oficial do estado do Rio de Janeiro, patrono da cadeira 42 da Academia Fluminense de Letras e um dos escritores brasileiros mais aplaudidos de seu tempo. Marcos, autor da obra, enfatiza a atuação de Soares como abolicionista, republicano e defensor dos direitos humanos, além de sua versatilidade na literatura, na qual foi um ilustre poeta, romancista, dramaturgo, jornalista e tradutor.

Não bastasse seu talento literário e vasta produção de reportagens, crônicas, contos, poesias, romances-folhetins, traduções, dramas e comédias teatrais, Soares de Souza Júnior também foi engenheiro e funcionário público. E é dentro de uma viagem enriquecedora rumo à história desse intelectual multifacetado que Marcos Mônaco mergulha na essência da literatura brasileira, em um processo tão complexo, quanto prazeroso. O autor, assim como estudiosos singulares das Letras, Artes, História e Museologia, mostra seu lado de nato e estimado pesquisador em sua busca investigativa, que envolveu até mesmo imersão em obras de Soares não encontradas em livrarias e bibliotecas.

“Coração de Poeta, em Prosa e Verso” foi produzido a partir de um extenso levantamento documental com o uso da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, da Academia Fluminense de Letras, da Secretaria de Cultura, da Câmara de Vereadores, do Instituto Histórico e Geográfico de Paraíba do Sul (RJ) e de arquivos públicos e históricos brasileiros, principalmente jornais da segunda metade do século XIX, como A Gazeta de Notícias, A vida moderna, Novidades e o Jornal do Commercio. Foi com tais consultas, de valor inestimável, que Marcos conseguiu contar a história de vida de Soares, com documentos e depoimentos valiosos, além de contribuir com o processo de formação e desenvolvimento da sociedade brasileira, em um contexto de muitas perdas das memórias históricas em nosso país.

Dividida em três partes, a obra se inicia resgatando o legado de Soares de Souza Júnior, ao contextualizar cronologicamente sua trajetória de vida e carreira, com raras informações biográficas, recortes de jornais e transcrições de críticas da época sobre os seus trabalhos; em seguida é apresentada uma antologia de suas poesias, entre elas “Crianças e violetas” e “Ontem, hoje, amanhã”; por último, o autor incluiu contos marcantes, como “Quem tudo quer... tudo perde!”, “Mestre Jacques” e “Castelo de cartas”, apresentando ao mundo a primeira obra escrita especificamente sobre Soares de Souza Júnior.

Um livro para os amantes da literatura, da poesia, da história e de biografias grandiosas, “Coração de poeta, em prosa e verso” é indicado aos fãs de clássicos e renomados autores como Machado de Assis, Cecília Meireles, João Cabral de Melo Neto, Guimarães Rosa, Clarice Lispector e Jorge Amado. Além disso, leva o leitor a refletir sobre a historicidade e complexidade das relações sociais no Brasil do período que abrange o fim do século XIX e início do XX. O desejo do autor, Marcos Mônaco, é de que, a partir de sua biografia, a obra de Soares de Souza Júnior seja reinserida no universo da literatura brasileira, com a devida importância às suas poesias, crônicas, dramaturgia, romance e, sobretudo, ao seu idealismo.

.: Feira de Discos de Reggae chega à sexta edição em SP

A Feira de Discos de Reggae, evento dedicado aos colecionadores e aos discos de vinil de todas as eras da música jamaicana e ritmos correlatos, chega à sua 6ª edição no próximo dia 19 de janeiro. Itinerante e gratuito, o evento acontece dessa vez na Galeria Olido, um dos mais importantes pontos culturais da capital paulista, localizado na região central. 

A Feira reúne expositores especializados em compactos e LPs de ska, rocksteady, roots, dub, dancehall, além de outros itens. São centenas de títulos, de lançamentos à raridades, com preços a partir de R$ 10. 

Nesta edição a discotecagem 100% vinil fica por conta do DJ e produtor Paulera, do selo Hard Drop, e da seletora Lady Bea. O evento também traz um talk sobre fomentos e incentivos culturais para o reggae, com a produtora cultural e DJ Dani 'I-Pisces', fundadora da Feira. O evento arrecadará doações de livros para a ONG Casa 1. 

6ª Feira de Discos de Reggae 
Sábado, 19 de janeiro, das 15h às 21h 
Galeria Olido 
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