domingo, 19 de março de 2023

.: "Memórias do Caos": teatro, cinema, literatura e foto no Sesc Bom Retiro


Marat Descartes dirige a atriz Magali Biff, em peça que enfoca as  mudanças climáticas e põe em cena ensaio fotográfico inédito de Bob Sousa. A trama é uma adaptação livre do romance "The Memoirs of a Survivor", da inglesa Doris Lessing, Prêmio Nobel de Literatura. Foto: Bob Sousa



Unindo literatura, teatro, fotografia e cinema, "Memórias do Caos" apresenta ao espectador uma narrativa híbrida na estreia que acontece no dia 17 de março, às 20h, no Sesc Bom Retiro. A montagem é uma adaptação livre do romance "The Memoirs of a Survivor", da inglesa Doris Lessing, vencedora do Prêmio Nobel de Literatura.

A direção é de Marat Descartes e o elenco conta com Magali Biff, Tatiana Thomé, Humberto Morais e Der Gouvêa. Trazendo para a cena um ensaio fotográfico inédito de Bob Sousa, o projeto tem curadoria da jornalista e roteirista Beatriz Carolina Gonçalves, que também assina a dramaturgia do espetáculo. A temporada vai até 23 de abril com sessões sempre sextas e sábados, às 20h, domingos e feriados, às 18h.   

A peça se passa num futuro próximo, após uma grande catástrofe. Em meio a uma sociedade degradada, convulsionada por cataclismos, vírus, refugiados e gangues de crianças dessocializadas, uma mulher e uma menina – acompanhada por seu cão – tentam sobreviver, ressignificando o passado em busca de uma nova utopia.  

A ação da peça se divide em dois níveis: o tempo presente, local do colapso social, onde a ação transcorre, e o mundo em ruínas atrás da parede, tempo do inconsciente, apresentado por meio do ensaio fotográfico de Bob Sousa, que vai acompanhar a mulher no resgate de suas memórias. Narrativa dentro da narrativa principal, o ensaio fotográfico se inspira no famoso média-metragem "La Jeteé", do cineasta e fotógrafo francês Chris Marker.  

O espetáculo tem como centro gravitacional a crise climática, provocada pela ação humana, que está levando o planeta a um ponto de não retorno. “Não se trata mais de crendices apocalípticas”, diz Marat Descartes. “Trata-se de compreender definitivamente que nossa sobrevivência depende antes de tudo de uma mudança de atitude coletiva e urgente, em que cada indivíduo deixe de agir como um parasita estúpido e inconsequente e passe a viver de forma simbiótica, cooperativa, em colaboração e com respeito por toda forma de vida com quem coexistimos”.  

Numa linha semelhante de raciocínio, a autora reforça a necessidade de se criar conteúdos que estimulem a discussão sobre o momento crítico que estamos vivendo. “É preciso contar histórias que estimulem a compreensão sobre o nosso lugar na Terra e a nossa capacidade de engendrar um futuro possível, diverso e plural, construído sobre as ruínas da sociedade industrial”, afirma. “'Memórias do Caos' pretende ser uma dessas histórias, contada com o intuito de refletir sobre o tempo de crise em que vivemos, tanto no âmbito dos afetos quanto na realidade extrema do planeta”

Com figurinos de Fabio Namatame, cenário e desenho de luz de Marisa Bentivegna, trilha sonora de Natalia Mallo, direção de movimento de Gisele Calazans, o projeto foi contemplado com o ProAC Edital Expresso Direto 37/2021, da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo. 

Ficha técnica:
Concepção e dramaturgia: Beatriz Carolina Gonçalves. Direção: Marat Descartes. Ensaio fotográfico: Bob Sousa. Elenco: Magali Biff (Narradora), Tatiana Thomé (Emily), Humberto Morais (Gero), Der Gouvêa (Hugo); além de Marat Descartes e Gisele Calazans (no ensaio fotográfico). Figurinos: Fabio Namatame. Cenário e desenho de luz: Marisa Bentivegna. Trilha sonora: Natalia Mallo. Edição de fotografia: Leonardo Palma. Edição de vídeo: Marat Descartes e Priscila Bernardes. Assistência de direção/direção de movimento: Gisele Calazans. Assistente de figurinos: André Von Schimonsky. Assistente ensaio fotográfico: Daniela Hamazaki. Cenotecnia: Edilson Quina (Urso). Iluminador ensaio fotográfico: Marco Aurélio Olímpio. Operador de luz: Ricardo Oliveira. Operador de som: Thiago Venturi. Assessoria contábil: Hitoshi Nizhimoto. Produção executiva: Eliane Sombrio. Direção de produção e assessoria de imprensa: Texto Intermídia Assessoria de Comunicação e Produção Cultural. 


Serviço

"Memória do Caos" - Sesc Bom Retiro – SP. Alameda Nothmann, 185 - Campos Elíseos. 
Local:
Teatro. Temporada: até dia 23 de abril (exceto dia 7). Sextas e sábados, às 20h. Domingos e feriados, às 18h. Dia 14 de abril, às 14h e às 20h. Sessões com acessibilidade: Dia 1°, sábado (Libras), e dia 2, domingo (audiodescrição). Valores: R$ 12 (credencial plena), R$20 (meia entrada) e R$40 ( inteira). Duração: 70 minutos. Classificação: 16 anos. Capacidade: 291 lugares. 


Sesc Bom Retiro 
Alameda Nothmann, 185, Bom Retiro - São Paulo 
Horário de funcionamento:  terças a sextas, das 9h às 20h . Sábados 10h às 20h .Domingos e feriados, das 10h às 18h. Telefone: (11) 3332-3600. O uso de máscara é recomendado principalmente em locais fechados.  


Estacionamento do Sesc Bom Retiro (vagas limitadas)   
O estacionamento do Sesc oferece espaço para pessoas com necessidades especiais, carros de baixa emissão, carros elétricos e bicicletas. A capacidade do estacionamento é limitada. Os valores são cobrados igualmente para carros e motos. Entrada: Alameda Cleveland, 529. Valores: R$ 5,50 a primeira hora e R$ 2 por hora adicional (Credencial Plena). R$ 12 a primeira hora e R$ 3 por hora adicional (Outros). Valores para o público de espetáculos à noite R$ 7,50 (Credencial Plena). R$ 15 (Outros). Horários: terça a sexta: 9h às 20h. Sábado: 10h às 20h. Domingo: 10h às 18h. Importante: em dias de espetáculos o estacionamento funciona até o término da apresentação.     


Transporte gratuito    
O Sesc Bom Retiro oferece transporte gratuito partindo da estação da Luz. O embarque e desembarque ocorre na saída CPTM/José Paulino/Praça da Luz. Horários: Ida >Sextas e sábados, das 17h30 às 19h50. Domingos, das 15h30 às 17h50. Volta > Ao término do espetáculo de volta à Estação Luz.

.: Escritor Tiago Feijó relança no Brasil edição do livro “Doze Dias”, premiado em Portugal


Obra ganhadora do Prêmio Manuel Teixeira Gomes de Literatura 2021 e finalista do Prêmio Leya do mesmo ano, é lançada no Brasil pela editora Penalux. Enredo aborda a relação de um pai e um filho, afastados por 15 anos, que se reencontram durante os últimos dias de vida do pai em um hospital.


Uma catarse familiar. Assim pode ser definido o romance “Doze Dias”, de Tiago Feijó, lançado em 2023 pela editora Penalux, após colecionar prêmios em Portugal: a obra faturou o Prêmio Manuel Teixeira Gomes de Literatura 2021, pela qual ganhou edição portuguesa, e foi finalista do Prêmio Leya do mesmo ano. Por meio da escrita poética, valendo-se de imagens e símbolos, o autor narra o reencontro entre Raul e Antônio, pai e filho que têm uma relação distante e estremecida, a qual precisa se reconfigurar justamente quando a saúde do pai se encontra debilitada. Os doze dias do título simbolizam o período em que ocorre essa catarse.

Este é o terceiro livro de Feijó, que tem uma carreira premiada. Em 2014 conquistou o prêmio Ideal Clube de Literatura, com o livro de contos “Insolitudes”, com o qual também venceu o Prêmio Bunkyo de Literatura 2016, como “melhor do ano”. Com seu segundo livro, “Diário da Casa Arruinada”, foi finalista do Prêmio São Paulo de Literatura 2018. Em 2021, venceu, pela segunda vez, o Prêmio Cidade de Manaus 2021, na categoria contos, com título a ser publicado em 2023.

Em “Doze Dias”, o autor constrói uma história que gera reflexões sobre redenção, perdão e a capacidade de aceitar os defeitos dos outros. “Também trata sobre a nossa finitude e limitação. Em dezembro de 2015, passei doze dias com meu pai num hospital até o seu falecimento. Essa experiência certamente foi a gênese da história, mas não é um livro autoficcional, visto que me utilizei apenas da ideia temática, o resto é ficção”, afirma. O autor conta que a escrita nasceu durante o processo da doença paterna, que durou cerca de dois anos. “Enquanto ainda estava com meu pai no hospital, comecei a tomar nota de certas coisas que via e ouvia, principalmente sobre terapias e jargões médicos”, lembra. Compre o livro "Doze Dias" neste link.


Uma história sobre frustrações, incapacidades e fraquezas
Narrado em terceira pessoa, o romance é guiado por capítulos que descrevem cada um dos doze dias vividos no hospital, em estrutura não linear. Esse “vai-e-vem” no tempo foi uma das experiências pessoais que Feijó viveu com o pai e que foi ressignificada na obra. “Quando retomei as anotações que havia feito no hospital, dois anos depois daqueles dias que passei com ele, não me lembrava exatamente em que dia ocorreu cada fato”, rememora. Assim, a narrativa se desenrola como “um dia encavalado numa dúzia de dias, doze noites transcorridas como que dentro de um único e enormíssimo dia”, como diz um dos trechos da obra.

Durante a leitura, é possível perceber um cuidadoso trabalho com a linguagem. “Penso me inclinar sobre o experimentalismo, principalmente no que diz respeito à estrutura desse livro”, explica o autor. É por meio desse jogo e de um narrador onisciente, que antecipa acontecimentos, que conhecemos os meandros da relação entre este pai e este filho. Após 15 anos de distância, quebrada apenas por uma ligação anual de Raul no dia do aniversário do filho, uma manhã o pai quebra o silêncio ao acordar com uma estranha dor que o impede de se levantar da cama. Morador da cidade de São Paulo, Antônio empreende a viagem de retorno a Lorena, cenário de sua infância, com o intuito de levar o pai ao hospital e poder retornar o quanto antes à sua rotina na capital.

Porém, a situação do pai se revela grave e durante doze dias os dois permanecem juntos. Na epígrafe da obra, Feijó recupera Jorge Luis Borges: “eu não falo de vingança nem de perdão, o esquecimento é a única vingança e o único perdão”. De acordo com o escritor, esses são os principais temas em que se debruça sua literatura. “Falo sobre o Homem e seus medos, seus limites, suas incapacidades e suas fraquezas. É sobre o que vai por dentro do Homem e das suas relações que me propus tratar nos meus dois outros livros, assim como nesse”, ressalta.

Além de Antônio e Raul, pai e filho, o enredo apresenta outras personagens com iguais dores, frustrações e rupturas. Mulheres que, como anuncia o médico e escritor Santana Filho na orelha da obra, são uma solução de continuidade entre pai e filho. Entre elas, temos Noemi, mãe de Antônio e ex-mulher de Raul; Dona Amélia, respectivamente avó e mãe dos personagens; e Alice, a filha que havia rompido com o pai e com quem também estabelece uma reaproximação antes de sua morte. Obra traz influências de Raduan Nassar, Cristóvão Tezza, William Faulkner e Julio Cortázar.

Entre as principais influências literárias de Feijó, estão Manuel Bandeira, Raduan Nassar, Adélia Prado, Jorge Luís Borges, António Lobo Antunes, Ruth Guimarães, João Guimarães Rosa, Marcelo Labes e Cristina Judar. No caso de “Doze Dias”, o autor destaca que o romance tem influência dos livros brasileiros “O Filho Eterno”, de Cristóvão Tezza, e “Lavoura Arcaica”, de Raduan Nassar, além de “Enquanto Agonizo”, do norte-americano William Faulkner, e “Jogo da amarelinha”, do argentino Julio Cortázar.

Feijó, que é adepto de escrever pela manhã e em bibliotecas, conta que começou a criar histórias por volta dos 15 anos. “Como lia muito, logo surgiu a vontade de inventar também aqueles mundos nos quais eu vivia. Comecei em um caderno de escola e não parei mais”, aponta. Hoje seu desafio é escrever um pouco por dia. “Uma página por dia já seria ótimo, um livro de 365 páginas por ano. Mas, claro, isso não acontece comigo”, diz.

Este é o segundo livro do autor publicado pela Penalux. “Meu segundo livro e primeiro romance, ‘Diário da Casa Arruinada’, foi publicado por eles em 2017. Conheço a editora porque moro perto deles, somos da mesma cidade. O processo de edição foi o melhor possível, participei de todo o caminho, sugeri e escolhi cada detalhe. Isso porque a proximidade nos permite isso”, frisa.

Em breve será possível acompanhar um novo trabalho literário do escritor. “Estou produzindo um novo romance, uma experiência diferente daquilo que já fiz, um livro mais político, que dialoga mais com o nosso tempo. Mas tenho também um livro de contos pronto, vencedor do Prêmio Cidade de Manaus 2021, que pode vir antes desse novo romance”, enumera.


Sobre o autor
Tiago Feijó é professor e escritor. Formou-se em Letras Clássicas pela Unesp. Venceu o Prêmio Ideal Clube de Literatura 2014. É autor dos livros “Insolitudes” (7letras, 2015), “Diário da Casa Arruinada” (Penalux, 2017), finalista do Prêmio São Paulo de Literatura, e “Doze Dias” (Penalux, 2022). Tem textos publicados em diversas antologias, revistas e blogs de literatura. Garanta o seu exemplar de "Doze Dias" neste link.


Trechos do livro:
“Antônio não vislumbra resposta que o satisfaça. E o espanto cresce imenso dentro dele ao se dar conta das pessoas que cruzam a praça, indo e vindo no alvoroço de seus afazeres, todos ocupadíssimos, todos indiferentes àquela mulher que desaparece lentamente, todos esquecidos desta nossa morte, essa morte que carregamos dentro de nós e que mais dia menos dia nos levará a todos igualmente. Quanto vale a vida? – Antônio se pergunta.” (p. 65)

“Assim como está, com o rosto branco de espuma e a lâmina em riste, Antônio sai à procura do telefone e o encontra em cima da cama, aceso. A voz de Silvio Rodriguez já ecoa enchendo todo o quarto. Si no creyera en la locura. Ao deitar a vista na tela do telefone, ele se espanta, seus olhos esgazeados assim o comprovam. Lê, relê e treslê a palavra Lorena que anuncia o autor da chamada. Saibamos todos que Lorena é a cidade onde mora o pai e, por algum motivo ignoto, foi com esta palavra que Antônio nomeou o telefone daquele homem mitológico, a quem não vê há mais de quinze anos?” (p. 33)


O que disseram sobre o livro
“Por meio de uma narrativa densa e lírica, ainda que distante de qualquer assepsia, acompanhamos o reencontro deste pai e o filho, inicialmente restrito aos limites de um hospital, libertado por janelas escancaradas para fora de paredes e para dentro da pele, onde a vida viceja incólume, orgânica e brutal. (...) É de tais alegorias súbitas que se vale a escrita madura de Tiago Feijó para discriminar as facetas do tempo externo e interno, dispondo de doze dias, aurora da eternidade que nos aprisiona e liberta”. Santana Filho, médico e escritor, na orelha da obra. Você pode comprar o livro "Doze Dias" neste link.

.: "A Máquina do Caos", de Max Fisher, e a eleição de Jair Bolsonaro


"A Máquina do Caos", de Max Fisher, é uma obra definitiva sobre os impactos das redes sociais em nossa sociedade. Temos uma vaga sensação de que o uso intenso das redes sociais nos é prejudicial. Documentários e reportagens produzidos ao longo dos últimos anos já mostraram como uma ou outra plataforma opera, mas a realidade é que seus impactos são muito mais profundos do que imaginamos. 

No livro lançado pela editora Todavia, Max Fisher, repórter do jornal The New York Times, foi a fundo nesta reportagem investigativa, mostrando a influência das redes na sociedade, na política, na cultura e na saúde de bilhões de usuários. Ele entrevistou não só pesquisadores e responsáveis por desenvolver os algoritmos das maiores plataformas de nosso tempo, como também usuários das redes e de fóruns obscuros - as verdadeiras terras sem lei da internet -, além de várias vítimas da desinformação e do ódio, e criou um retrato de corpo inteiro das gigantes da tecnologia, de seu funcionamento interno e de seus efeitos no mundo.

Em viagens para Sri Lanka, Mianmar, México, Alemanha e Brasil, Fisher identificou como a onipresença do discurso de ódio está intrinsecamente relacionada com as redes sociais, enquanto Facebook, Google, Twitter e outras empresas se recusam a intervir ou a se responsabilizar por eventos que são estimulados por seus algoritmos, como campanhas antivacinas, crimes de xenofobia e racismo, resultados de eleições, chegando ao tenebroso genocídio em Mianmar. 

Como o autor demonstra, o princípio fundador das redes é se aproveitar de nossas vulnerabilidades psicológicas, forjando um contexto em que os estímulos e a polarização incentivam pessoas comuns a se transformarem em extremistas. Valendo-se de tecnologias tão avançadas que já são desconhecidas até para seus criadores, as empresas desenvolveram algoritmos que propagam fake news, preconceitos e teorias da conspiração, culminando na eleição de figuras como os ex-presidentes do Brasil e dos Estados Unidos. 

O resultado dessa pesquisa monumental é "A Máquina do Caos", um panorama estarrecedor e um alerta para que repensemos com urgência nossa relação com as redes, porque “podemos ser a última geração que vai lembrar como era a vida antes que elas existissem”. Compre o livro "A Máquina do Caos" neste link.


Trecho do livro:
"Em fins de 2018, o deputado marginal e youtuber que havia lançado a campanha de desinformação contra Lionço seis anos antes, um homem chamado Jair Bolsonaro, concorreu à presidência do país. Todos esperavam que ele fosse perder. Em vez disso, ele ganhou com dez pontos percentuais a mais do que o concorrente. Foi o acontecimento mais significativo na política global desde a eleição de Donald Trump. O sexto maior país do mundo ficou sob o comando de um conspiracionista de extrema direita. Ele administrou a destruição de milhões de hectares da Floresta Amazônica, sinalizou seu apoio à violência da extrema direita, atacou implacavelmente as instituições democráticas do Brasil e esvaziou a máquina estatal burocrática. 

A ascensão de Bolsonaro parecia uma narrativa de raiva do público contra a corrupção no governo, a desordem econômica e os retrocessos democráticos. Mas os brasileiros e analistas com quem conversei só falavam das plataformas sociais dos Estados Unidos. “A direita brasileira mal existia até coisa de dois anos atrás”, disse Brian Winter, diretor da revista acadêmica sobre política Americas Quarterly. “Ela saiu praticamente do nada”.

A classe dominante havia rejeitado Bolsonaro por conta de suas conspirações extremistas, seus discursos de ódio e sua hostilidade contra mulheres (“Não te estupro porque você não merece”, ele dissera a outra deputada). Mas esse comportamento para chamar a atenção dava resultado nas redes. As mídias sociais e, em particular, o YouTube, disse Winter, apresentavam Bolsonaro como “uma personalidade reinventada”. Antes da eleição, Winter visitara o gabinete dele, querendo entender sua ascensão tanto estranha quanto repentina. Seus oito assessores “passaram todo o tempo que eu estava lá nas redes”, disse ele. “Ninguém fazia trabalho legislativo”. 

Não era só Bolsonaro. Por motivos que ninguém conseguia explicar, o Brasil estava inundado de conspirações e novas pautas radicais que, em todos os casos, pareciam vindas do YouTube. “Comecei a conferir o YouTube quando, no primeiro debate de candidatos a presidente, um deles falou da Ursal”, contou uma pesquisadora que trabalha no Brasil, Luiza Bandeira. A Ursal, um plano fictício para unir a América Latina como um Superestado pancomunista, supurou nas margens da extrema direita brasileira até que, em 2016, estourou no YouTube. 

Vídeos que impulsionavam o plano renderam centenas de milhares de visualizações — guiados, em grande parte, como concluiu Bandeira, pelos algoritmos da plataforma, que consistentemente encaminhavam até ela mesma de vídeos sobre política para vídeos sobre conspiração. Outras dezenas de conspirações borbulhavam no diálogo nacional, desatando ondas sísmicas de perplexidade e medo país afora. 

Um juiz que investigava políticos de esquerda e que morrera em um acidente, dizia uma delas, na verdade havia sido assassinado. As Forças Armadas estavam preparando um golpe de Estado. Agentes estrangeiros iam fraudar a eleição, estavam inseminando doenças letais no país e subornando o governo para perder a Copa do Mundo. Garanta o seu exemplar de "A Máquina do Caos" neste link. 


Sobre o autor
Max Fisher é repórter do jornal The New York Times e foi finalista do Prêmio Pulitzer em 2019 com uma reportagem coletiva sobre as redes sociais.

.: Entrevista: Júlio Fischer fala sobre as emoções da próxima novela das seis


Autor de "Amor Perfeito" conta sobre o que o público pode esperar da próxima novela das seis. Na imagem, 
Elisio Lopes Jr., Duca Rachid e Júlio Fisher. Foto: Globo/Paulo Belote

Nesta segunda-feira, dia 20 de março, começa "Amor Perfeito", a próxima novela das seis. E o autor Júlio Fischer fala sobre as emoções e  tramas que prometem fazer da cidade fictícia de Águas de São Jacinto um lugar onde o mais sublime dos sentimentos transborda em suas variadas formas. Ele divide a autoria com Duca Rachid e Elísio Lopes Jr. 

A nova novela apresenta uma história sobre o mais sublime dos sentimentos - o amor e suas diferentes manifestações. A trama se passa nas décadas de 1930 e 1940 em Águas de São Jacinto, uma fictícia cidade do interior de Minas Gerais, e é livremente inspirada na obra “Marcelino Pão e Vinho”, de José María Sánchez Silva, publicada pela primeira vez no começo dos anos 50.

Júlio Fischer é dramaturgo e roteirista, nascido em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Na TV Globo, é desde 1997 autor-roteirista, onde foi colaborador de autores como Walther Negrão, Elizabeth Jhin, Duca Rachid e Thelma Guedes, em mais de uma dezena de novelas, entre elas, "Era Uma Vez..." (1998), "Desejo Proibido" (2007) e "Cordel Encantado" (2011). Como autor, esteve à frente do "Sítio do Picapau Amarelo" (2001), com Duca Rachid e Alessandro Marson, e "Sol Nascente" (2016), com Walther Negrão e Suzana Pires

Pós-graduado em Teatro pela Universidade de São Paulo, orientado por Barbara Heliodora, foi assessor de Bibi Ferreira no espetáculo “Brasileiro Profissão Esperança”, estrelado e dirigido pela atriz, e autor de peças como o musical “A Canção de Assis”, “Personalíssima - A vida e as canções de Isaura Garcia”, “Emilinha e Marlene, as Rainhas do Rádio”, em parceria com Thereza Falcão, e “As Brasas”, em parceria com Duca Rachid, baseado no romance homônimo de Sándor Marai. Confira abaixo a entrevista.


Podemos falar que “Marcelino Pão e Vinho” é uma das principais, se não a principal referência pra novela? Qual a relação de vocês com essa história?   
Júlio Fischer - A gente aproveita esse fio de trama para criar outros núcleos, outros personagens, tratando desse mesmo tema - a relação entre pais e filhos, nas suas diferentes formas. Em 2003, a Duca (Rachid) veio com essa ideia e começamos a criar a sinopse, que ficou guardada. Recentemente, há uns dois anos, ela me perguntou o que eu achava da gente revisitar aquela sinopse. Aí começamos a retrabalhar, dar uma outra forma para aquela sinopse, agora com um olhar mais amadurecido.


Vocês já destacaram que a Marê (Camila Queiroz) não será uma mocinha e sim uma heroína romântica. Podem falar mais sobre as nuances da personagem?
Júlio Fischer - 
A mocinha geralmente sofre e fica à mercê de um vilão, de uma vilã. A nossa Marê, por ser uma heroína, se posiciona, se coloca. Desde o primeiríssimo capítulo, ela já se coloca contra o pai, não se submete. Ela tem a iniciativa de estudar na capital, no primeiro curso de Administração e Finanças, que foi aberto em 1934 por Getúlio Vargas, e ela é a única mulher da turma. Ela se coloca depois contra o pai, que não admite o relacionamento dela com o Orlando, por ser um homem negro. E depois ela não vai apenas reagindo ao mal que lhe é feito, mas ela vai plantando o destino dela. É nesse sentido que é uma heroína. Ela é capaz de se colocar frontalmente contra as forças que querem derrubá-la. Vai atrás de justiça. Não se submete passivamente ao mal que lhe fazem.      


O que o público pode esperar dos antagonistas da novela? Que tipo de vilões serão Gilda (Mariana Ximenes) e Gaspar (Thiago Lacerda)? Qual o limite da maldade deles?   
Júlio Fischer - A Gilda (Mariana Ximenes) é uma vilã com nuances, sim, tem uma profundidade. É uma vilã muito perversa, mas no decorrer da novela a gente vai percebendo que essa maldade nasce de uma dor profunda, então a gente vai entendendo a raiz desse mal. Não é um estereótipo da maldade pura e simples. Embora a nossa história tenha uma referência de contos de fadas, ela não é uma bruxa, ela é mais que apenas a personificação do mal. A gente vai mergulhando aos poucos na dor dela, e descobrindo o que está na origem desse mal. No decorrer da novela a gente vai mostrando as fragilidades dela, a carência de amor, a infância miserável que ela teve. O Gaspar (Thiago Lacerda) também tem um arco dramático. No começo, ele é manipulado durante um bom tempo, porque ele tem uma moral “elástica”, que herdou do pai, e uma fixação pela Gilda. Depois, ele vai dar uma virada e vai ganhar um objetivo próprio maior, e vamos vê-lo como que sendo disputado pelo bem e o mal que habitam nele (como em todos nós, aliás).  A nossa intenção é explorar essas nuances, tanto do Gaspar como da Gilda, às últimas consequências. Humanizar, humanizar, humanizar.


Como vocês chegaram nessa configuração da Irmandade dos Clérigos de São Jacinto?   
Júlio Fischer - Não vamos fazer só franciscanos, só dominicanos, vamos colocar diferentes ordens, pra ampliar esse olhar para a diversidade, na maneira de se relacionar com Deus. Embora sejam todos cristãos, há diferenças entre as ordens. Entusiasmados com essa diversidade de ordens, fomos nos informar, com membros da Igreja, se uma irmandade nesses moldes seria possível e a resposta foi afirmativa. Apostamos muito nessa Irmandade como um celeiro de amor e de convivência harmoniosa baseada no respeito mútuo às diferenças.

Em "Amor Perfeito" teremos um núcleo cômico ou isso vai passear por diversos personagens?   
Júlio Fischer - A irmandade não cumpre, estritamente, a função do núcleo cômico. Temos vários outros personagens que fazem esse papel. Um exemplo é o pessoal do armazém, a Ione (Carol Badra), a fofoqueira oficial e seu atormentado marido, o Ademar (Gustavo Arthidoro). São cômicos, mas também têm seus dramas.


O que vocês destacariam como diferencial dessa novela?
Júlio Fischer - A gente começa pelo fato de que o nosso Marcelino (Levi Asaf), na nossa versão, é um menino negro. Isso já norteia todo o desenvolvimento da história. Esteticamente, também, a gente está obedecendo a referências históricas. É uma cidade ficcional, sim, mas não é uma cidade fantasiosa. É uma cidade que bebe muito da realidade que a gente absorveu em pesquisa. Tão referências quase absolutamente desconhecidas da nossa chamada elite intelectual. Então é muito importante enfatizar essa questão de que não é um universo fantasioso que nós estamos colocando na novela, mas é um universo que existiu historicamente, mas que ficou à margem dos livros de história. Assim como, até há bem pouco tempo, o currículo escolar omitia quase completamente a importância da herança africana na formação da cultura brasileira.


O que significa pra vocês estarem nesse projeto? Quais as expectativas?
Júlio Fischer - Para mim, a importância primeira foi de voltar a trabalhar com a Duca (Rachid). A gente foi parceiro como autores titulares durante um bom tempo no "Sítio do Picapau Amarelo", depois eu fui colaborador da Duca em várias novelas. A gente voltar a trabalhar juntos é tudo de bom. Depois, a chegada do Elísio (Lopes Jr.) foi uma abertura na minha cabeça e na cabeça da Duca. O que o Elísio traz de informação, frescor, e esse olhar inteligente e sensível que ele tem para as coisas, isso é maravilhoso. Em terceiro lugar, essa novela representa voltar para um lugar que, para mim, é muito caro. Alguns anos atrás eu escrevi e produzi uma peça infantil que fez muito sucesso, ganhou todos os prêmios daquele ano, "A Canção de Assis". Era a história de um menino de rua do século XIII, que procura um burrinho desaparecido e acaba chegando em Assis, porque ouve dizer que em Assis vivia um louco que conversa com pássaros. O "louco" era o jovem Francisco de Assis, no início de sua iluminação. Nessa época eu mergulhei muito nesse universo franciscano e publiquei a história da peça num livro da Editora Vozes. Para mim, essa equipe, esse trabalho é realmente um amor perfeito.

.: Entrevista: Larissa Santos, eliminada do "Big Brother Brasil 23"


Larissa Santos aposta em uma revisão de trajetória para o grupo que integrou e ainda permanece no programa. Foto: Globo/João Cotta

“Talvez devesse ter me posicionado mais no dia a dia e escutado mais as pessoas. De resto, eu fui líder, fui anjo, me joguei nas festas, fui leal às pessoas que estavam comigo desde o começo. Acho que isso é o mais importante”
. É assim que Larissa, última eliminada, avalia sua passagem pelo "Big Brother Brasil 23". A professora de Educação Física entrou no jogo para mostrar a que veio: teve uma forte amizade com Bruna Griphao, a quem defendeu e chamou a atenção quando achou que devia; se permitiu viver um relacionamento com Fred, do canal "Desempedidos", que acredita ter sido um importante aliado emocional no game.

Ganhou provas; se desentendeu com adversários, como Key Alves e Cristian Vanelli, e com aliados, como Paula Freitas e Ricardo Camargo; e também se divertiu muito. Entre a predileção do público e as críticas por posicionamentos na casa, caiu no paredão quando não estava em seu melhor momento na competição, e foi eleita com 66,5% para deixar a disputa em que enfrentou Cezar, Domitila e Ricardo. Hoje, Larissa Santos aposta em uma revisão de trajetória para o grupo que integrou e ainda permanece no programa. Na entrevista a seguir, ela também elege seus maiores rivais, monta o pódio que deseja ver na final do reality show.


Que balanço faz de sua trajetória no "BBB 23"?
Larissa Santos -
Acho que foi uma trajetória entre razão e emoção. Agi muito pela razão e, muitas vezes também, pela emoção. E é isso que eu sou, independentemente de qualquer coisa. Eu fiz tudo de coração mesmo e não me arrependo das coisas que vivi. Acho que foi uma trajetória bonita e da qual me orgulho, agora, assistindo. É claro que tem vários fatores que a gente vai corrigindo mas, no geral, foi muito bom.
 

Quais são os momentos mais marcantes da sua passagem pelo reality?
Larissa Santos - 
Primeiro, a entrada; foi muito emocionante. Entrar com a Bruna (Griphao), nossa parceria, nossa amizade e a nossa primeira liderança foi muito especial. A primeira prova de resistência, em que ficamos até o final, mesmo não tendo ganhado, também foi emocionante. Ter conhecido o Fred e a gente ter tido nosso relacionamento me fortaleceu muito jogo. Precisei dele em vários momentos, então ele foi muito importante para mim. Todas as festas também foram muito divertidas. E ainda tiveram as amizades que eu fiz e quero levar para a minha vida. Foram pessoas com quem me conectei muito lá dentro e, dependendo de tudo que aconteceu – não vi ainda – eu quero continuar essas amizades, se forem sinceras como a minha foi com elas.
 

Que amigos pretende trazer do "BBB" para a vida aqui fora?
Larissa Santos - 
Do que eu senti lá dentro, são as pessoas que estavam comigo: Bruninha, Fred, Amandinha, Mamy (Aline Wirley), MC Guimê e Sapato (Antonio “Cara de Sapato” Jr) São as pessoas que estavam comigo no quarto mais recentemente, que se despediram de mim.
 

Já conseguiu entender o que pode ter provocado a sua eliminação do programa?
Larissa Santos - 
Eu entendi que talvez tenha sido eu não me posicionar em outros momentos além dos jogos da discórdia. Precisava ter exposto mais as coisas que eu pensava, minha visão de jogo, algo que em certo momento talvez eu tenha deixado um pouco de lado. Mas é como eu falei no programa: eu não tenho o hábito, na minha vida, de ficar criticando as pessoas. No jogo da discórdia é o único momento em que a gente é obrigado a criticar as pessoas, então eu criticava, levantava pontos, ali. No jogo, em geral, eu fazia em alguns momentos, quando estava falando em grupo, mas não tinha essa coisa de chegar nas pessoas e falar.


A formação de dois grandes grupos foi uma característica desta temporada. Na sua opinião, você esteve do lado certo do jogo?
Larissa Santos - 
Eu acho que, na verdade, não tinha lado certo. Tinham dois lados e o público estava julgando individualmente cada pessoa, porque saía gente do Deserto e do Fundo do Mar. Mas eu fiquei muito feliz com as pessoas com quem estava. Não sei se o grupo foi bom ou ruim para todo mundo. Muitas vezes a gente pensava “meu Deus, tenho afetos no outro quarto, queria jogar com outras pessoas também ou pelo menos votar em quem quiser”, e acabava que não tinha isso. Mas eu sou feliz com as pessoas que encontrei e acho que não teve certo ou errado, foram julgamentos individuais, na minha visão.


Você e o Fred se tornaram grandes amigos e, depois, tiveram um relacionamento amoroso na casa. De que forma essa relação influenciou o seu desempenho na disputa pelo prêmio?
Larissa Santos - 
Para mim foi positivo, é o que eu consigo enxergar até agora e foi como eu me senti lá dentro. Muitas vezes eu fiquei ansiosa e era ele que me ajudava, me dava conselhos, estava do meu lado. Talvez, se eu não tivesse me relacionado com ele, emocionalmente não teria ficado tão bem como eu fiquei. Ele me fortaleceu. Do que eu sinto e vi até agora, foi muito bom para mim. Quanto ao que as pessoas acham, eu vou vendo aos poucos e refletindo, mas sinto que foi algo positivo para mim.
 

Desde a entrada na casa, sua amizade com a Bruna Griphao se manteve forte, apesar de alguns conflitos. Como avalia a relação de vocês duas?
Larissa Santos - 
A Bruna é doideira! Tanto que eu falei que se a gente não entrasse junto, não ia ser amiga. No começo a gente brigava para caramba porque eu tinha um sentimento de proteção. Via ela fazendo coisas erradas e queria ajudar, e pensava: “O povo deve estar me achando a amiga chata” (risos). Mas era mesmo pela proteção. E ao mesmo tempo que a gente batia de frente por coisas de convivência mesmo, eu sempre senti que era coisa de uma amizade muito sincera. Sabe aquela amiga que fala e briga mesmo? Mas, no fundo, a gente estava ali para se defender. Eu não deixava ninguém falar dela. Às vezes, via que a Key Alves vinha para o lado dela e falava: “Vou lá defender a minha amiga”. Enfim, entre altos e baixos, era uma amizade verdadeira. Tenho certeza de que ela também gosta muito de mim e de que vamos levar essa amizade para a vida.
 

Apesar de fazer parte do grupo do quarto Deserto, inicialmente, o Ricardo teve forte embate com os membros de lá nas últimas semanas. Por que acha que esses conflitos aconteceram entre vocês e ele?
Larissa Santos - 
Até um certo momento a gente defendia muito ele, mas o Alface (Ricardo Camargo) vai de zero a 100 muito rápido, é o jeito dele. Ele guarda muito as coisas e, do nada, explode. Só que a gente não está esperando! Às vezes ele está guardando há muito tempo, mas a gente não tem uma bola de cristal para saber. E ficamos: “Meu Deus, o que está acontecendo?”. Mas, desde o começo sempre falei, é porque ele é muito sentimento, muito coração. E aí acho que não é nem nossa culpa, porque a gente tomava um susto. E não foi nem só eu, o quarto todo e pessoas do outro quarto sentiam o mesmo. Acho que essa ida dele de zero a 100 muito rápido foi o que gerou muitos conflitos com a casa.

 
Parte do público aqui fora observou que o grupo do seu quarto tinha como alvo sempre as mesmas pessoas para indicar ao paredão. Acredita ter havido uma perseguição a determinados participantes do grupo adversário?
Larissa Santos - 
Não, zero. Os votos eram por afinidade e, pelo pouco que eu vi aqui fora, eu não estava errada sobre algumas coisas que eu sentia. Nunca foi perseguição, nem da minha parte nem da de ninguém.
 

Você teve algum grande rival na temporada? Quem e por quê?
Larissa Santos - No começo foi a Key. Até tentei vê-la com outros olhos até antes de ela ir embora, mas não deu. Vi alguns vídeos de ela falando muita coisa feia de mim que eu jamais imaginava. Então, acho que ela me considerava mais rival dela do que eu a ela. Para mim, ela era só uma pessoa com quem o santo não tinha batido. E agora, vendo de fora, ela me considerava uma rival. Então, foi ela no começo e, depois o Cristian e a Paula, com quem a conexão não batia mesmo sendo do meu grupo. Do Cristian, de certa forma, eu era uma adversária no jogo. E agora, por último, o Ricardo estava meio que indo nessa onda, mas não sei como seria se eu continuasse lá porque foi muito recente.
 

Como a sua saída vai impactar no jogo do seu grupo, na sua opinião? 
Larissa Santos - Acho que eles vão rever algumas coisas sobre os últimos acontecimentos, principalmente com relação ao Black (Cezar) e ao Alface. Ver que, talvez, as coisas não sejam bem assim. Acho que vai ser bom para eles rever as coisas. Mas, acredito que minha saída vai mexer bastante com eles porque eles não esperavam. Eu esperava mais do que eles, que estavam muito confiantes de que eu ia voltar. Eu estava com o sentimento de que ia sair, estava tranquila e sentindo que era a minha vez de ir embora.
 

Se tivesse a chance, mudaria algo no seu jogo?
Larissa Santos - 
Talvez devesse ter me posicionado mais no dia a dia e escutado mais as pessoas. Eu vejo que às vezes eu falo, mas não gosto de escutar tanto. Mas era uma coisa que eu já estava revendo no programa e corrigindo em mim mesma. De resto, eu fui líder, fui anjo, me joguei nas festas, fui leal às pessoas que estavam comigo desde o começo. Acho que isso é o mais importante.
 

Quem deseja ver na final desta edição?
Larissa Santos - 
Eu não dá mais, né? (risos). Mas, com tudo que eu estou sabendo, hoje eu montaria o pódio com Fred, Bruna e Amanda. 

 
E quem você vai torcer para que ganhe?
Ai, isso é muito difícil (risos)! Bruna e Fred, #Brued, pode ser? (risos)

Quais são seus planos para o período pós-"BBB"? Pretende seguir atuando na área de educação física?
Larissa Santos - 
Eu já trabalhava também com a internet, gosto bastante. Pretendo também abrir alguma coisa para mim na minha área, mas usando as redes sociais, que sempre gostei. Como eu já fui taxada de tiktoker, de gostar de bater foto, é isso mesmo (risos). Eu gosto, sempre fiz e pretendo continuar e fazer jus a isso. Tenho o maior orgulho de ser taxada assim.

sábado, 18 de março de 2023

.: "O Crime do Bom Nazista", de Samir Machado de Machado, faz homenagem


Escrito por Samir Machado de Machado, o romance "O Crime do Bom Nazista", lançado pela editora Todavia, é uma releitura e uma homenagem irresistível ao gênero policial. O ano é 1933 e um dirigível deixa Pernambuco em direção ao Rio de Janeiro. O zepelim vinha da Alemanha, onde poucos meses antes o agitador de cervejarias que se autodenominava o “Führer” havia recebido do Parlamento poderes absolutos de chanceler.

O mundo estava se transformando, e o desbunde do pós-guerra dava lugar a nacionalismos, autoritarismos e perseguições. Em meio a isso, o enorme lz 127 Graf Zeppelin seguia como um retrato do que havia de mais moderno e otimista na Europa, além de ser a única maneira de se cruzar o Atlântico sem uma longa travessia marítima.

A viagem em nada devia a cruzeiros e trens de luxo, como o célebre Expresso do Oriente, e seus passageiros eram comerciantes, médicos, herdeiros, enfim, aqueles que podiam arcar com os preços altos da Luftschiffbau Zeppelin, a fabricante e operadora dos dirigíveis. Das cabines ao jantar, passando pelo impecável mordomo que atendia os passageiros, tudo era pensado para uma clientela acostumada com o que havia de melhor. Tudo, menos um misterioso e terrível assassinato ocorrido no meio da noite. Há um policial a bordo e um criminoso à solta, e todos — o médico eugenista, o crítico de arte, o comissário de bordo - são suspeitos. 

A partir de clássicos da literatura policial, como Agatha Christie e Arthur Conan Doyle, o autor Samir Machado de Machado faz ao mesmo tempo uma releitura e uma homenagem ao gênero, numa trama que traz baronesas misteriosas e espiões comunistas em meio à ascensão do Terceiro Reich e à perseguição nazista aos gays da Berlim dos anos 1930. A isso, O crime do bom nazista combina temas do Brasil contemporâneo, mostrando como questões tristemente atuais podem perdurar ao longo de décadas.

 É no cruzamento entre mistério, história e crítica social que o autor povoa este romance extraordinário, cheio de graça e ironia, além de uma reconstrução histórica feita com os olhos de quem enxerga os reflexos de hoje no passado. Entre as portas fechadas do Graf Zeppelin, Samir Machado de Machado desenrola um drama humano que capta os grandes movimentos do mundo e os pequenos acontecimentos que transformam nossas vidas. Compre "O Crime do Bom Nazista" neste link.


O que disseram sobre o livro:
 “Política e crime numa aventura irônica pela história — dos personagens, do século XX, do Brasil atual. Um romance com a leveza de Agatha Christie e a densidade dos grandes temas históricos.” Michel Laub, autor de "Diário da Queda" e "O Tribunal da Quinta-feira"


Um trecho:
Surgiu nos céus de Recife feito uma valquíria, avançando por entre as nuvens com uma serenidade que disfarçava sua marcha veloz. Visto de frente era apenas um disco de prata, um escudo cintilante. No entanto, conforme progredia era modelado pela luz que o atingia em todas as faces, e suas formas longilíneas disfarçavam a assombrosa realidade: naquele momento, sessenta e sete toneladas flutuavam com elegância sobre Pernambuco. 

Três anos antes, sua primeira passagem pela cidade motivara um feriado municipal e levara multidões às ruas. Mas essa não era mais a primeira nem tampouco seria a última de suas muitas viagens para o Brasil — ao todo dez por ano —, entre os meses de junho e outubro, feitas com regularidade germânica sem que jamais ocorresse algum acidente. E, ainda que não houvesse mais feriado nem multidões, mesmo assim permanecia o olhar fascinado das pessoas às janelas das casas, dos meninos à rua, de qualquer um que tivesse sua rotina atravessada pela visão daquele colosso de duzentos e trinta metros. 

Eram quatro da tarde quando as amarras foram presas à torre de atracação, e o LZ 127 Graf Zeppelin tocou o chão do Campo do Jiquiá, em Recife. Primeiro entrou o pessoal da alfândega, da polícia marítima e da saúde do porto, para a inspeção de praxe. Em seguida, os passageiros desceram. Para alguns, era o destino final. Para outros, levados de carro até o Hotel Central, era a última oportunidade, depois de quase três dias de travessia atlântica, de esticar as pernas ou de fumar (o que, naturalmente, não era permitido a bordo), antes de seguirem caminho por mais um dia e meio de viagem, até o Rio de Janeiro.

O Hotel Central era o prédio mais alto da cidade, uma torre amarelo ovo no estilo que apenas nos últimos tempos se convencionara chamar art déco. Seu restaurante se localizava no sétimo andar. Ali, com uma vista panorâmica para a cidade, um conjunto de mesas era reservado aos passageiros da Luftschiffbau Zeppelin, tanto para os que estavam em trânsito quanto para aqueles que ainda aguardavam para embarcar. 

E dentre eles, sentado sozinho em uma mesa, estava Bruno Brückner. Uma olhadela na data de nascimento em seu passaporte nos diria sua idade: trinta e dois anos. Estatura: mediana. Formato do rosto: oval. Cor dos olhos: cinzentos. Naturalidade: Berlim. Trabalho: Kriminalpolizei, polícia criminal. Uma cicatriz recente no lado direito da face, que ia da têmpora até a metade da bochecha, dava certo ar de perigo a sua figura, que, de resto, ostentava um olhar neutro e distante de indiferença. O pingente com a suástica afixado no terno indicava sua filiação ao partido que, aos poucos, ia se entranhando em cada aspecto da vida cotidiana alemã. 

Bruno bebia sozinho seu uísque com soda enquanto lia entediado um exemplar recente do Aurora Alemã, semanário do partido nazista publicado em São Paulo pela embaixada. As notícias, que datavam já de alguns meses, davam conta de que, um ano depois de terem conquistado a maioria no Parlamento, e assim consagrado seu líder como chanceler, os nazistas agora aprovavam a Lei de Concessão de Plenos Poderes, dando poder absoluto ao Führer para criar leis, sem ser incomodado pelo Parlamento ou por tribunais de justiça. Garanta o seu exemplar de "O Crime do Bom Nazista" neste link.


Sobre o autor
Samir Machado de Machado nasceu em Porto Alegre, em 1981. É escritor, tradutor e mestre em escrita criativa. É autor, entre outros, do premiado "Tupinilândia" (Todavia, 2019).

.: "Império da Dor", de Patrick Radden Keefe, obra definitiva sobre os opioides


"Império da Dor"
, que chega às livrarias em março pela editora Intrínseca, oferece um relato impressionante das causas da explosão do vício em opioides nos Estados Unidos ao contar a história de uma das famílias mais ricas do mundo, dona da Purdue, empresa farmacêutica criadora do OxyContin. O medicamento gerou uma receita de cerca de 35 bilhões de dólares, mas desencadeou uma crise de saúde pública na qual centenas de milhares de pessoas morreram. Patrick Radden Keefe, repórter premiado da revista The New Yorker e autor de best-sellers, passou cinco anos debruçado sobre os segredos da dinastia Sackler para revelar as complicadas relações familiares, as enormes movimentações financeiras e suas duvidosas práticas corporativas. A tradução é de Bruno Casotti e Natalie Gerhardt.    

No livro-reportagem, o jornalista teve acesso a milhares de documentos judiciais, incluindo e-mails e memorandos internos da Purdue, que forneceram uma nova visão sobre suas ações e pensamentos. Ao unir esse material com mais de 200 entrevistas, Keefe apresenta um retrato fiel de uma família consumida pela ganância e pela vaidade, que nunca esteve disposta a assumir a menor responsabilidade pelo que fez. Afinal, embora alegassem o contrário, eles estavam cientes do poder viciante do OxyContin.

Em um trabalho investigativo de fôlego, Keffe consegue dar um panorama real da dimensão do estrago que o medicamento causou na sociedade dos Estados Unidos. “De acordo com os Centros de Controle para Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês), nos 25 anos que se seguiram à introdução do OxyContin, cerca de 450 mil americanos morreram de overdose de opioides. Essa se tornou a principal causa de morte acidental no país, ultrapassando o número de óbitos por acidentes de carro e, inclusive, a causa mais tipicamente americana: armas de fogo. Na verdade, mais americanos perderam a vida por overdose de opioide do que em todas as guerras que o país lutou desde a Segunda Guerra Mundial”, ressalta o autor.

A narrativa tem início na Grande Depressão, com a história de três irmãos médicos: Raymond, Mortimer e Arthur Sackler. Enquanto trabalhava em um manicômio, Arthur conduzia pesquisas sobre tratamentos com drogas. Dotado de um talento especial para a publicidade e o marketing, foi ele quem idealizou a estratégia comercial do Valium, um revolucionário tranquilizante, para uma grande farmacêutica. 

Com a primeira fortuna da família comprou a Purdue Frederick, uma fabricante de medicamentos que acabou sendo dirigida por seus dois irmãos. O relato avança para quarenta anos depois, quando Richard, filho de Raymond, assumiu a direção da Purdue. E o modelo que Arthur Sackler havia criado para vender o Valium - manipulando médicos, influenciando os órgãos públicos e menosprezando a capacidade viciante da droga - foi então usado para lançar ao mercado um produto bem mais poderoso: o OxyContin.

Mais ricos que clãs célebres, como os Busche, Mellon e Rockefeller, os Sackler foram filantropos renomados em todo o mundo. O nome da família já deu nome a alas de museus, instalações de universidades e médicas. A partir das revelações sobre os efeitos do OxyContin, a reputação da família despencou. Um dos símbolos dessa derrocada foi a retirada do nome Sackler de sete espaços do Metropolitan Museum of Art, incluindo a ala que abriga o icônico Templo de Dendur.

Obra-prima da reportagem investigativa, Império da dor é um retrato feroz da era dourada americana e uma investigação implacável da impunidade entre as grandes elites e da ganância que construiu uma das maiores fortunas do mundo. Compre o livro "Império da Dor" neste link.

Sobre o autor
Patrick Radden Keefe
é um jornalista premiado e repórter da revista The New Yorker. Autor de três outros best-sellers, entre os quais "Rogues: True Stories of Grifters", "Killers, Rebels and Crooks", formou-se pela Universidade de Columbia e consagrou-se mestre pela Universidade de Cambridge e pela London School of Economics, além de ter cursado direito por Yale. Keefe cresceu em Dorchester (Massachusetts) e hoje reside em Nova York. Foto: © Philip Montgomery. Garanta o seu exemplar do livro "Império da Dor" neste link.

.: Entrevista: Duca Rachid fala sobre as emoções da próxima novela das seis


Autora de "Amor Perfeito" conta sobre o que o público pode esperar da próxima novela das seis. Na imagem, Duca Rachid entre Júlio Fisher e 
 Elisio Lopes Jr.. Foto: Globo/Paulo Belote


Nesta segunda-feira, dia 20 de março, começa "Amor Perfeito", a próxima novela das seis. E a autora Duca Rachid fala sobre as emoções e tramas que prometem fazer da cidade fictícia de Águas de São Jacinto um lugar onde o mais sublime dos sentimentos transborda em suas variadas formas. Ela divide a autoria com Júlio Fischer e Elísio Lopes Jr.

A nova novela apresenta uma história sobre o mais sublime dos sentimentos - o amor e suas diferentes manifestações. A trama se passa nas décadas de 1930 e 1940 em Águas de São Jacinto, uma fictícia cidade do interior de Minas Gerais, e é livremente inspirada na obra “Marcelino Pão e Vinho”, de José María Sánchez Silva, publicada pela primeira vez no começo dos anos 50. 

Duca Rachid é paulista, nascida em Mogi das Cruzes, São Paulo. Estreou na TV Globo como colaboradora de Walcyr Carrasco, em "O Cravo e a Rosa" (2000) e "A Padroeira" (2001). Em 2005, assinou a temporada de "Sítio do Picapau Amarelo", ao lado de Júlio Fischer e Alessandro Marson. Iniciou a bem-sucedida parceria com Thelma Guedes, em 2006, com a novela das seis, "O Profeta". 

As duas assinaram juntas, na sequência, as novelas "Cama de Gato" (2008), "Cordel Encantado" (2011), "Joia Rara" (2013) e "Órfãos da Terra" (2019), sendo as duas últimas vencedoras do Emmy Internacional de Melhor Telenovela. Em 2016, Duca supervisionou Manuela Dias na minissérie "Ligações Perigosas". Confira abaixo a entrevista.


Na sinopse vocês falam sobre uma trama baseada no “amor filial”, o que, de certa forma, vai atravessar todos os núcleos. Como vocês conceituam essa novela?   
Duca Rachid - 
Nosso primeiro desejo foi mesmo falar de amor, não só do amor romântico, mas desse amor fraternal, amor entre pais e filhos. A gente tem várias histórias que falam dessa relação, principalmente porque a gente vai falar muito de mulheres nessa novela, da condição da mulher, que estava submetida a uma legislação muito patriarcal, uma sociedade muito machista, em que as mulheres ainda tinham a responsabilidade da criação dos filhos, a educação ficava a cargo das mulheres.  Praticamente só elas se responsabilizavam pelos filhos. A novela parte do melodrama, do folhetim, do conto de fadas, com a história de uma mulher que é presa injustamente, porque cai em uma armadilha da madrasta. Esse é um ponto de partida para falar sobre questões como diversidade, machismo, preconceito, das relações entre mãe e filho, pai e filhos. A própria Marê se vê grávida sem o pai do filho dela, que volta e só depois vai assumir essa paternidade plena, e esse amor também, por ela. A gente tem o caso da Verônica (Ana Cecília Costa), que é a amante do prefeito Anselmo Evaristo (Paulo Betti) e que cria o filho que teve com esse homem, Júlio (Daniel Rangel). Tem a Lívia (Lucy Ramos), que não pode ter filhos e adota uma criança, mesmo contra a vontade do marido. Então a gente quer falar muito dessa ausência do pai. Ausência física e afetiva.    
   

Então podemos falar que “Marcelino Pão e Vinho” é uma das principais, se não a principal referência pra novela? Qual a relação de vocês com essa história?   
Duca Rachid - A primeira vez que eu fui ao cinema foi com a minha avó, uma imigrante portuguesa, analfabeta, foi para assistir ao filme “Marcelino Pão e Vinho”. Eu tenho uma relação muito afetiva com essa história. Devia ter uns seis ou sete anos de idade e foi muito marcante para mim. Júlio e eu fizemos essa sinopse há muitos anos, a gente escrevia juntos o "Sítio do Picapau Amarelo". Eu acho que todas as novelas que eu escrevi até hoje tinham um propósito, desde “Cama de Gato” (2008), por exemplo, a gente se inspirou muito, eu e a Thelma (Guedes), na tese de Fernando Braga da Costa, um psicólogo social, que falava sobre trabalhadores invisíveis. A personagem principal era uma faxineira, que nunca tinha sido vista pelo herói da trama, que era o personagem do Marcos Palmeira, e é a mulher que vai testemunhar a favor dele, quando ele é acusado de um crime, vai salvar a vida dele. Fizemos uma novela, "Cordel Encantado" (2011), em que o propósito era falar do nordeste “heráldico”, mostra a riqueza da cultura popular nordestina. Depois "Órfãos da Terra" (2019), que trata do tema do refúgio, e "Joia Rara", (2013) que fala de budismo. Agora o nosso propósito é dar luz para a essa excelência negra que sempre existiu no Brasil, e que ficou escondida.


Vocês já destacaram que a Marê (Camila Queiroz) não será uma mocinha e sim uma heroína romântica. Podem falar mais sobre as nuances da personagem?
Duca Rachid - Ela, por exemplo, quer proteger o filho e foge da cadeia. Ela tem atitudes bem corajosas, ousadas.

O que o público pode esperar dos antagonistas da novela? Que tipo de vilões serão Gilda (Mariana Ximenes) e Gaspar (Thiago Lacerda)? Qual o limite da maldade deles?   
Duca Rachid - Ninguém é totalmente mau, nem totalmente bom. Assim como o nosso herói, Orlando (Diogo Almeida), que começa pisando na bola.      


Como vocês chegaram nessa configuração da Irmandade dos Clérigos de São Jacinto?   
Duca Rachid - 
A gente é absolutamente encantado com essa ideologia (franciscana), é uma ordem que está muito mais próxima das religiões orientais, do budismo, das próprias religiões africanas. Eles têm uma leveza, uma alegria, relação prazerosa com a vida. Uma outra abordagem da fé, da religião. Um amor pelas pessoas, pelos animais e a natureza. Isso encantou a gente. Achamos importante falar disso nesse momento. Originalmente, era como no livro (“Marcelino Pão e Vinho”). Um convento franciscano. Mas a gente acabou pensando numa irmandade, com religiosos de diferentes ordens. Fomos pesquisar e vimos que existiam algumas irmandades de religiosos, que acolhiam padres idosos. E a gente falou: “por que não?”. E uma criança, um menino, sendo criado por esses padres, sendo cuidado, acolhido. É uma nova configuração de família. 


Fale um pouco sobre nosso protagonista, o pequeno Marcelino (Levi Asaf)? Como vai ser abordada a relação dele com Cristo (Jorge Florêncio)?   
Duca Rachid - Nesse ponto, a gente está sendo bastante fiel ao livro. Na verdade, a grande busca desse personagem, na nossa história, isso não é do livro, é pela mãe. Tudo que ele quer do Cristo (Jorge Florêncio) é saber onde está a mãe dele, e a fé dele é tão grande que em nenhum momento ele acredita que não vai encontrar a mãe. Uma hora ele desconfia que a mãe está morta, mas ele continua insistindo. O contato com Cristo faz parte da busca dele.  Agora, a maneira como ele encontra o Cristo e como eles se relacionam, é bem fiel ao livro. Sobre o nosso protagonista, foi um verdadeiro achado o Levi. Fomos ao teatro, fomos vê-lo atuando na peça “O Pequeno Príncipe” e ficamos encantados com ele. 


A cidade de Águas de São Jacinto é inspirada em Poços de Caldas. Essa inspiração se mantém? Você tem relação com essa cidade?   
Duca Rachid - 
A minha mãe passou a lua de mel e provavelmente eu fui concebida em Poços de Caldas, porque eu nasci nove meses depois. É uma inspiração, mas na verdade a gente colocou essa cidade por ser uma cidade de águas termais que tem aquele glamour de época, que tinha Poços. E o café-concerto do Grande Hotel ocupa um pouco esse lugar de glamour porque recebe as atrações nacionais e internacionais, como Poços. Águas de São Jacinto é uma cidade que a gente imagina sendo um pouquinho mais para o interior de Minas, justamente por ter essa população miscigenada, mestiça, negra, muito presente, e ocupando todos os lugares sociais.


Em "Amor Perfeito" teremos um núcleo cômico ou isso vai passear por diversos personagens?   
Duca Rachid - Os padres têm esse traço, sim. Eles se implicam, são engraçados muitas vezes, agem um pouco como os sete anões da Branca de Neve. Tem um mais rabugento, tem um mais “caduquinho”, tem um mais alegrinho. No armazém, a Ione (Carol Badra) é o coro da novela. Ela comenta as situações, espalha as notícias. Mas ela também vai ter um momento de drama.   


O que você destacaria como diferencial dessa novela?
Duca Rachid - 
Acho que o grande diferencial da novela é a tentativa de apresentar personagens negros, inspirados em pessoas e histórias que sofreram apagamento.


O que significa para você estar nesse projeto?
Duca Rachid - 
Eu acho que a gente está sempre honrando alguém. Sinto um pouco isso escrevendo essa novela, inspirada nessa história que era muito cara à minha avó. Tenho essa vontade de espalhar um pouco de amor, empatia, essa ideia de solidariedade e fraternidade, de que a gente está tão carente. Sobre meus parceiros de jornada, o Elísio me faz uma pessoa e autora melhor. E não conheço ninguém mais franciscano que o Júlio.  Ninguém faz novela sozinho. É um trabalho coletivo, que tem muitos pais e mães.

.: Entrevista com a eliminada: Key Alves divide opiniões no "Big Brother Brasil"


Mocinha ou vilã? A passagem da jogadora de vôlei Key Alves dividiu opiniões no maior reality show da televisão brasileira. Foto: Globo/João Cotta


Com papel decisivo no "Big Brother Brasil 23", a jogadora de vôlei Key Alves entrou no reality show de mãos atadas a quem seria sua dupla em grande parte do jogo. O vínculo primeiramente estabelecido pelo público deu origem ao casal “Guskey” já na primeira semana. Foi com Gustavo Benedetti que a jogadora de vôlei protagonizou seus principais momentos na casa mais vigiada do Brasil, revelou manias e gostos inusitados, pensou em estratégias, comentou sobre adversários e dividiu intimidades. 

A eliminação de cowboy fez com que Key recalculasse a rota, embora as rivalidades já estabelecidas tenham permanecido, até de forma mais acirrada. Vendo-se sozinha no game, tomou MC Guimê como principal adversário e reencontrou em aliados do quarto, Domitila Barros e Cezar Black, amigos para continuar no game. Indicada ao paredão por seu maior rival pela segunda vez, Key teve que enfrentar a berlinda com Domitila e Sarah Aline e foi eliminada do programa.

A atleta recebeu 56,76% dos votos do público e agora fora da disputa pelo prêmio reconhece ter “pecado” na falta de confrontos diretos com seus adversários na casa. “Eu realmente me poupei de muito estresse porque na minha cabeça não fazia sentido ir lá dar barraco, sendo que eu já tinha uma opinião sobre a pessoa”, avalia. Na entrevista a seguir, a ex-participante do "BBB 23" conta mais sobre a estratégia de jogo que a levou até metade da temporada, comenta as rivalidades que teve na casa e fala sobre os planos para o seu futuro profissional e amoroso.
 

Jogar em dupla do início do programa até a saída do Gustavo foi uma escolha sua no "BBB". Acredita ter sido a melhor estratégia?
Key Alves - Pensando com a visão ainda de dentro da casa, eu acredito que no começo foi muito bom, porém no finalzinho eu já tinha algumas dúvidas dentro de mim em relação ao jogo. Não em relação ao Gustavo porque ele sempre foi meu aliado ali dentro e a gente sempre se deu muito bem. Mas eu tinha essa dúvida dentro de mim sobre como seria eu jogando sozinha ou ele jogando sozinho; se seria diferente ou não. Contudo, eu acredito muito que os dois tinham um propósito para entrar desse jeito, para jogar juntos e chegarem até onde chegaram. Então, eu não fico me cobrando em relação a isso. Mas eu pensei, sim, como seria o meu jogo sem ele e o dele sem mim. 

Mesmo tendo sido eliminada no último paredão, você chegou à metade da temporada. Como avalia seu desempenho no programa?
Key Alves - 
Eu estou muito feliz de ter chegado até a metade do programa. É óbvio que eu queria ter ido até a final, ainda mais depois que eu saí e ouvi muitas coisas que me fizeram acreditar que eu realmente poderia ter ido mais longe e me deixaram com um gostinho de que poderia ter conseguido. Mas eu acho que teve que ser assim, eu mostrei quem sou eu até errando, porque eu sou muito nova, vou errar muito ainda. Mas sempre vou querer aprender, crescer e me desculpar, sempre vou querer ficar bem com as pessoas. Acho que foi por isso que eu não fiquei batendo de frente com o Guimê o tempo inteiro. Por mais que eu soubesse que era um jogo e que eu precisava fazer isso, quando eu o via ali, eu me sentia mal de querer ir lá e fazer confusão. Eu sabia que poderia estar pecando nisso, já que resolvi falar mais com os meus aliados dentro do quarto do que fazer e acontecer – que era o que o público realmente queria. Mas eu também queria mostrar o meu jeito, que não é ser barraqueira. Então, eu sei que pequei nisso para o jogo.
 

O que faltou para chegar ao pódio do "BBB 23"?
Key Alves - 
Eu acho que faltou, primeiramente, ganhar as provas. Estava difícil, eu achava que era um pouco mais fácil. As provas no "Big Brother" são muito tensas, precisa ter atenção e, quando chega a hora, você está nervosa. Então, faltou primeiramente ganhar mais provas, ter um pouco mais de sorte, e, depois, me posicionar mais. O que eu mais ouvi aqui fora, em poucas horas, foi que eu precisava ter batido de frente – esse eu acho que foi um grande fator também.

Parte do público te considerou a “vilã” do "BBB 23". Você concorda?
Key Alves - 
Pensando com a cabeça lá de dentro, não concordo. Quando o cowboy saiu, para mim, eu fui vítima, porque a casa inteira veio em cima de mim. A sensação que eu tinha era de que, como ele havia saído, estava todo mundo querendo meu fim lá dentro. Aqui fora pode ter existido outra visão e eu quero analisar tudo direitinho, mas eu nunca seria vilã ali dentro.

 
Na casa, alguns participantes suspeitavam que você influenciava o Gustavo no game. Como enxerga esse apontamento?
Key Alves - 
Eu penso que a pessoa que apontava isso não me conhecia ou não o conhecia. No quarto do líder, sempre ficamos nós dois, mas ele sempre dava a visão dele e eu, a minha. Eu nunca ficava dizendo isso ou aquilo para o Gustavo. Eles não estavam vendo isso, tanto é que houve uma vez em que, no final do jogo da discórdia, eu falei para todo mundo: "Gente, o Gustavo tem a opinião dele e eu tenho a minha". Eu já tinha escutado isso lá dentro e ouvir que um casal é uma pessoa só é de se esperar, porque a gente fazia tudo juntos - jogava, tomava banho, passava até fio dental juntos... Então, as pessoas enxergavam nós dois como uma pessoa só e foi até o que eu ouvi no último jogo da discórdia.

 

Ainda no confinamento, você e ele falaram sobre o futuro do relacionamento aqui fora. Acredita que há possibilidade de continuarem juntos após o "BBB"?
Key Alves - 
Eu espero que sim. Eu não fiz todo esse charme na TV, nacionalmente, para todo mundo, inclusive para o Gustavo, para ele não me querer agora, né (risos)? Brincadeira! A gente vai conversar - ainda não fizemos isso -, vamos gravar esse momento que a galera está cobrando muito e querendo muito ver. Mas estou na correria, quase não consegui falar com a minha família ainda. Quando a gente se vir, a gente vai conversar e espero, sim, que a gente consiga seguir em frente.

 

Desde o início da edição, você deixou claro que não tinha afinidade com a Larissa e a Bruna. O que te incomodava nelas?
Key Alves - 
Na realidade, eu acho que eu incomodava elas. Elas não me incomodavam em nada. Mas desde o primeiro dia, a gente não se "bateu". Eu via que se incomodavam porque todo mundo ia lá fazer as dancinhas com elas e eu não. Quando "o santo não bateu", não teve jeito. Eu vi que elas se incomodaram muito com isso, mas eu falava: "Eu não vou". Às vezes, elas achavam até que eu era "nariz empinado", que eu cagava e tal. Mas não era isso. Eu realmente não queria jogar ou andar com elas porque tinha outras pessoas com quem eu me identificava muito mais. Para que eu vou ficar fazendo aliado se o meu jogo não é esse? Meu jogo era uma pessoa. Quando o cowboy saiu, eu continuei com uma pessoa, duas no máximo, que foram a Domitila e o Black. O meu jogo nunca foi chegar lá e fazer amizade com todo mundo porque eu não sou assim aqui fora.

 

A partir de que momento começou a enxergar o Guimê como seu grande rival na competição? 
Key Alves - 
Foi bem nas primeiras semanas, quando na festa ele chegou e falou que eu estava no grupo errado, que eu era uma ótima jogadora. Naquele momento eu pensei: “Quem ele acha que é para falar isso para mim?". E ele disse: "Lá fora eu vejo se eu realmente posso confiar em você". Aquilo para mim foi surreal. Eu passei para o grupo, falei que não concordava e que para mim, a partir dali, ele era meu rival. Só que as coisas foram piorando, ainda mais porque ele começou a ter sorte em tudo lá dentro. Se eu fosse ele, eu jogaria na Mega-Sena (risos). Ele começou a ter sorte em tudo e ainda tirou o cowboy, aí foi terrível para mim. Mas eu não ia lá ficar batendo de frente com ele, porque na minha cabeça a nossa rivalidade já era óbvia. Só que eu não esperava que o público quisesse mais, quisesse ver a gente brigando lá dentro. Enfim, foram vários fatores e algumas atitudes dele lá dentro começaram a me irritar muito porque ele era um cara muito quietinho e do nada ele passava e gritava, debochava... Aquilo começou a me tirar o ar porque eu achava - e acho - que era para mim, porque ele sempre me levou no jogo da discórdia falando que eu era a rival dele. Nesses últimos dias, ouvi do Facinho que ele se incomodava com o Ricardo chegar perto de mim ou tirar uma foto comigo, o que não tinha nada a ver com jogo. Essas coisas me tiravam muito do sério.

Você estava ciente da estratégia do Cristian para conseguir informações para o seu grupo, já que ele expôs o plano no quarto do líder. O que fez com que você e o Gustavo se voltassem contra ele no dia em que todos descobriram?
Key Alves - 
A gente se revoltou com a traição que ele fez, porque nós o defendemos o tempo inteiro no grupo, falamos para ninguém votar nele, porque o Fred Nicácio queria fazer todo mundo do grupo votar. Quando ele fez aquilo no programa ao vivo, a gente se revoltou com a traição e contamos tudo para todo mundo. A gente sabia, obviamente, só que a gente queria falar para todo mundo porque a Bruna e a Paula só imaginavam que ele estava com elas por afeto e a gente disse que não. Para a gente, foi uma facada nas costas, porque minutos antes da votação, ele deu a mãozinha para a gente, foi uma cena da qual hoje eu dou muita risada porque foi muito infantil (risos). Depois deu tudo errado e a gente resolveu falar. Não foi que a gente não sabia que ele estava fazendo aquilo. O que a gente quis passar para as meninas foi que ele não estava com elas só por afeto, mas também para pegar informações.


O Fred Nicácio era um aliado seu no "BBB", mas, apesar disso, você afirmou algumas vezes que não confiava nele. Na sua opinião, por que se mantiveram próximos por tanto tempo?
Key Alves - 
Quando ele subiu ao quarto do líder para falar que queria votar no Cristian, a gente foi entendendo que quem estava querendo começar a trair o grupo era ele. Isso fez com que a gente ficasse com o pé atrás e desconfiasse dele. A forma de jogo dele de gritar, falar alto, o jeito como ele se posicionava com todo mundo parecia, sim, um pouco arrogante, era o que a gente via lá dentro. Essas coisas começaram a incomodar eu e o cowboy e foram motivos para sairmos do grupo. E eu acho que a partir do momento em que eu saí do grupo, eu não devo nada para ninguém ali dentro. A gente decidiu votar juntos, mas eu já não jogava mais com ninguém. E, no momento em que eu estive sentada com Sapato, Amanda e Aline, houve uma conversa em que eu não estava alimentando eles com informações contra o Fred para incentiva-los a votar nele, porque eles já tinham essa opinião. Eu fui sincera - que é o que eu sou - talvez até demais, mas falei o que eu achava dele. Eu já não estava mais no grupo, mas não foi nada de diferente do que o outro grupo pensava dele, então eu não senti que foi para alimentar ou para querer lascar com ele, de jeito nenhum. Ele já iria ao paredão de qualquer jeito.
 

O público observou que você comentava sobre os participantes apenas entre os seus aliados e guardava os conflitos para os jogos da discórdia. Por que optou por essa postura?
Key Alves - 
Para me poupar de estresse, essa é a realidade. É muito fácil a galera aqui de fora querer fogo no parquinho, mas ali dentro, se eu fizesse isso o dia inteiro... o Guimê passava na minha frente todo dia, mas o que viram foi uma cena em que eu estava bebendo água e ele veio. Queriam que eu fizesse o que? (risos). Enfim, foi realmente para me poupar, porque só quem vive ali dentro sabe como é tenso, como é difícil ficar olhando para a cara das pessoas que te apontam, que te julgam e vice e versa. Então, eu realmente me poupei de muito estresse porque na minha cabeça não fazia sentido ir lá dar barraco, sendo que eu já tinha uma opinião sobre a pessoa. Na minha visão, o Brasil já sabia o que eu pensava das pessoas, então não tinha por que eu ir lá dar barraco. Mas o "Big Brother" não é só isso, né? Acho que foi uma das coisas em que eu pequei por não fazer na casa.
 

Quando o Gustavo foi eliminado, você sentiu bastante. Como foi lidar com a saída dele?
Key Alves - 
Foi só dormir todo dia com a cueca na cara, sem entender, foi muito complicado. Quando ele saiu, eu pensei: "Meu Deus, agora estou lascada mesmo". Eu era a pessoa mais próxima, só tinha um relacionamento com ele, a gente jogava em dupla. Então, eu teria que me reconstruir, pensar e fazer acontecer, porque eu queria fazer alguma coisa por ele e por mim. Desde que ele saiu, foram as semanas em que eu mais lutei ali dentro. Por mais que eu não tenha ganhado prova, eu tenho certeza de que me esforcei o máximo, fiquei de vigia naquele Big Fone o tempo inteiro, voltei de uma prova bate-volta que me ajudou muito, fiz de tudo o que eu podia e cheguei aonde cheguei. Mas realmente foi uma chavinha que virou e falou: "Agora você precisa jogar, porque só tem você".


Você demorou a aceitar que ele de fato tinha sido eliminado, alimentou inclusive a expectativa de um retorno de paredão falso. Agora, já conseguiu compreender o que levou à eliminação dele? Acha que existem motivos semelhantes que provocaram a sua saída da casa? 
Key Alves - Eu acho que, sim, porém ainda não entrei a fundo no assunto, não conversei com ele, vi tudo por cima. Mas eu acredito que esteja envolvido, não é à toa que a gente pensava igual e vivia juntos na casa. Então, com certeza mexeu na eliminação dos dois.


Quais são seus planos após o "BBB"? Pretende seguir atuando no vôlei ou investir na carreira de influenciadora digital?
Key Alves - 
Eu quero muito continuar jogando, mas ainda tenho uma cirurgia pela frente para fazer de uma lesão gravíssima no joelho. É uma coisa sobre a qual eu ainda tenho que pensar, porque vai levar anos para isso voltar a ser como era antes. Vou conversar com o meu time e ver se eles ainda querem que eu jogue lá (risos). Eu amo a rotina de atleta que eu tenho e não quero perder isso, mas eu também quero trabalhar muito como influenciadora. Estar no "Big Brother" é uma oportunidade muito grande para isso aumentar e fazer muito trabalho, então não quero desperdiçar esse momento meu. Acho que jogar vôlei vai esperar um pouco. Vou ver o que tem pela frente e depois conseguir reconciliar tudo e voltar à rotina que eu tinha. Eu já conseguia fazer as duas coisas juntas, então não acho que vai ser diferente. Mas vôlei agora vai esperar um pouquinho.

Com a sua saída, quem você quer que seja o vencedor do "BBB 23"?
Key Alves - 
De verdade, eu queria muito que fosse a Domitila, mas eu vi uma cena que pegou no coração... eu a amo, ela é minha amiga e quando ela sair eu vou perdoa-la, porque jogo é jogo. Mas agora, de coração, quem eu quero que ganhe é o Cezar Black.

.: “Poliana Moça”, do SBT: Resumos dos capítulos 261 ao 265

“Poliana Moça”

Resumos dos capítulos 261 ao 265 (20.03 a 24.03)

 

 João em momento carinho com Poliana fala sobre relacionamento (Foto: João Raposo/SBT)


Capítulo 261, segunda-feira, 20 de março

Chega o dia do recasamento de Sérgio e Joana (Foto: João Raposo/SBT) 


Raquel diz aos amigos que convidou o Luca para a festinha havaiana em sua casa; eles começam a falar mal do Luca no momento exato que ele chega no local. Luca admite que passava muito tempo no trabalho e que estava com saudades de ficar com os amigos. Gleyce se encontra com o capanga do Cobra e pede para conversar a sós com o chefe da comunidade. Abalado sentimentalmente, Luca resolve abrir o jogo com Jeff e todo esquema criminoso com Tânia, revelando que acabou se envolvendo e não consegue sair. Pinóquio grava um vídeo alegando que o outro androide [LUC2] no evento é uma cópia dele. Valdinéia invade a casa de Dona Branca; ela tira uma foto de Branca e envia para Waldisney. Nanci visualiza a foto no celular de Waldisney e fica desesperada. Durval esquece de fazer o bolo de casamento de Joana e Sérgio. Em diálogo com Branca, Valdinéia culpa Nanci pelas más escolhas, Branca fala que Waldisney é o criminoso da história. Valdinéia ameaça Branca. Pinóquio aparece no carro do Luca e o surpreende. Valdinéia obriga a Banca a pagá-la com todo dinheiro que tem. Pinóquio exige que Luca reverta tudo, anunciando que o LUC2 é a cópia dele, caso contrário dispara o vídeo na internet declarando toda a verdade. 


Capítulo 262, terça-feira, 21 de março

Mario e Luigi se vestem de cosplay (Foto: João Raposo/SBT)


Formiga sai da festa na casa de Raquel e vai até a padaria ajudar Durval a fazer um bolo de última hora. Claudia alerta ao marido que o  bolo está horrível.  O casamento de Sérgio e Joana se inicia. Branca expulsa Valdinéia da sua residência. Branca acaba se cortando e sangra pela casa toda. Tânia diz ao capanga que não vai marcar encontro com Gleyce. Celeste visualiza nas redes sociais a confraternização na casa da Brenda e Raquel. Mario e Luigi se vestem de cosplay e homenageiam os pais comparando-os com verdadeiros heróis sem capa, fazendo metáforas de jogos de videogame. Formiga retorna à festa havaiana com Celeste e incomoda os amigos. Nanci e Waldisney chegam na casa da Branca e se deparam com sangue pelo imóvel todo. Sérgio e Joana estão oficialmente recasados. Ruth fica com ciúmes do Renato conversando com a professora Edite. Zezinho visita Eugênia, Davi e as crianças e fala que a vida dele mudou graças a eles e ao CLL. Song e Helena alertam Bento e Éric que Gleyce está envolvida com os bandidos da comunidade. Pinóquio invade a “Luc4Tech”.


Capítulo 263, quarta-feira, 22 de março

Luísa dança coladinha com Otto (Foto: João Raposo/SBT)

Poliana dança coladinho com João e conversa sobre a relação deles. Dando alfinetadas, João expressa à Poliana que ela deve ficar com quem ela realmente gosta. Otto e Luísa também ficam juntos durante a festa de casamento. Branca e Antônio brigam com Waldisney, ele diz que vai se entregar à polícia. Waldisney se junta com Roger e Violeta na prisão. A bebida do casamento acaba, Durval disponibiliza mais bebida do seu depósito e Otto e Luísa se voluntariam para buscar. Na dispensa, a maçaneta da porta quebra e Otto e Luísa ficam presos. Pinóquio (LUC1) tem o primeiro encontro com o LUC2.  Roger e Violeta chamam Waldisney de traidor por ter escapado pela primeira vez. LUC2 achava que era único. Pinóquio fala sobre liberdade e afeto para o novo androide. Na tentativa de abrir a porta, Luísa se machuca, ela e Otto quase se beijam. Pinóquio fica incomodado com a aproximação do LUC2 e Lorena. Pinóquio convida LUC2 para morar com ele. Claudia diz a Joana que viu troca de olhares entre Luísa e Otto. Pinóquio comenta com Poliana sobre ter outro irmão.


Capítulo 264, quinta-feira, 23 de março

Poliana e João (Fotos: João Raposo/ SBT)


Bento conta para Kessya sobre o boato que circula em que a mãe dela está envolvida com o Cobra. Depois de ser tão direto com Poliana e falar que ela deve seguir seu coração e ficar com quem gosta, João é evitado pela amada. Amigos e familiares comentam sobre a aproximação de Otto e Luísa na festa. Bento revela a Kessya que Helena contou para ele sobre Gleyce e a ligação com o Cobra; Kessya vai tirar satisfação. Os capangas da Cobra sequestram Luca para levar ao esconderijo de Tânia; ela quer saber se ele abriu a boca na festa na casa da Raquel. Entrando de volta no carro dos bandidos, Luca consegue espionar um grafite como ponto de referência do local da Tânia. Kessya quer saber da mãe se ela está realmente comprometida com o Cobra, Gleyce não tem muito o que explicar, só pede para a filha confiar. Pinóquio pergunta para Otto se ele teria outro filho ou outro androide. Benício tira nota baixa e Lorena pede para Gael contar o caso para Claudia


Capítulo 265, sexta-feira, 24 de março

Luísa não gosta de comentários sobre ela e Otto (Fotos: João Raposo/SBT)


Benício não dorme a noite para ficar mexendo no celular e ler os comentários dos haters. Luísa diz para Otto que está incomodada com todo mundo falando que eles são um casal. Jeff aconselha Luca a contar tudo à polícia, mas Luca manda o amigo cuidar da vida dele. Claudia entrega o TCC para a primeira revisão. Os amigos da faculdade pedem para Jeff revelar o que Luca expôs para ele na festa. Renato canta música romântica para Edite, mas Ruth chega e fica chateada com a aproximação deles. Renato acredita que a relação com Edite é profissional. Ruth expressa que cantar para colega não é nada profissional. “Yupechlo” encontra com Pinóquio e ele pede ajuda para os amiguinhos, alegando que tem outro androide se passando por ele na “Luc4Tech”.  Pinóquio pede ajuda de Pedro, Chloe e Yuna para trazer LUC2 até a casa de máquinas da Escola Ruth Goulart. Benício dorme na aula. LUC2 pergunta para Luca se o jovem gosta dele de verdade ou é apenas uma sacada comercial. Celeste cria um perfil falso para dar em cima de André e provocar Raquel. 


Sábado, 25 de março

Sérgio e Joana estão oficialmente casados (Foto: João Raposo/SBT)


Resumo dos capítulos da semana

A novela “Poliana Moça” vai ao ar de segunda a sábado, às 20h30, no SBT

sexta-feira, 17 de março de 2023

.: Ailton Krenak e Emicida lançam o livro "Futuro Ancestral" no Sesc Pinheiros


Conversa do autor com Emicida, mediados por Rita Carelli, organizadora da obra, acontecerá na unidade Pinheiros no dia 22, às 19h30; entrada é gratuita.

A ideia de futuro pode ser, por vezes, assombrosa com cenários apocalípticos. Por outras, se apresenta como possibilidade de redenção, como se todos os problemas do presente pudessem ser magicamente resolvidos depois. Em ambos os casos, as ilusões nos afastam do que está ao nosso redor. A premissa guia a coleção de textos "Futuro Ancestral", produzida entre 2020 e 2021 por Ailton Krenak e organizada por Rita Carelli, e que será lançada no próximo dia 22 de março, às 19h30, em uma parceria entre Companhia das Letras e Sesc São Paulo.

No evento, Krenak compartilhará seu pensamento radical e insurgente com o rapper Emicida, autor de "Amoras" e "E Foi Assim que Eu e a Escuridão Ficamos Amigas", publicados também pela Companhia das Letras. O público poderá comprar exemplares no local. Após os sucessos "Ideias para Adiar o Fim do Mundo" e "A Vida Não É Útil", Krenak celebra a obra que completa a tríade que demove o leitor do senso comum e invoca o maravilhamento. Diz ele: “Os rios, esses seres que sempre habitaram os mundos em diferentes formas, são quem me sugerem que, se há futuro a ser cogitado, esse futuro é ancestral, porque já estava aqui”. Compre o livro "Futuro Ancestral" neste link.


Serviço
Lançamento de "Futuro Ancestral", de Ailton Krenak (organização: Rita Carelli)
Onde: Sesc Pinheiros -
R. Pais Leme, 195 - São Paulo
Quando: 22 de março de 2023, às 19h30
Grátis: Retirada de ingressos presencialmente com duas horas de antecedência nas bilheterias do Sesc. Limitado à capacidade do espaço.  

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