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sexta-feira, 1 de outubro de 2021

.: Crítica musical: Zé Nigro estreia como artista solo com "Apocalip Se"


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico musical.

Um dos novos nomes emergentes da MPB, Zé Nigro apresenta “Apocalip Se”, o seu álbum de estreia da carreira solo. Músico, produtor e multi-instrumentista com forte atuação no cenário da música independente brasileira, ele traz uma obra com influências nas sonoridades psicodélicas mescladas com ritmos como reggae e synth-pop.

"O nome do álbum surge como um jogo de palavras entre o estado de ´Apocalip Se´ da gente, do mundo, da situação pandêmica. É um disco pensado como uma viagem. A ideia é que vá sendo decifrado: quanto mais se ouve, mais se descobrem fragmentos escondidos entre uma música e outra, inspirações e ideias que vão sendo referenciadas no decorrer do álbum", diz Zé Nigro.

É possível notar a influência da música folclórica em vários momentos, como na faixa Flor do Futuro que tem uma levada reggae ao mesmo tempo em que flerta com os ritmos nordestinos. Muito embora faça um tipo de composição com tendência mais para o lado alternativo, Zé Nigro não chega a exagerar na carga experimental em sua produção musical. São canções com uma temática pop bem interessante. Um exemplo é "Gorjeios", o primeiro single de divulgação, que lembra um pouco a produção de Lô Borges nos anos 70. O Clube da Esquina, aliás, parece uma referência importante para ele. Há alguns ecos da produção mais recente de Marcos Valle também.

As canções são composições autorais e em parceria com Ava Rocha, Saulo Duarte, Eveline Sin, Anna Zeppa e com as participações das cantoras Céu, Thalma de Freitas e Anais Sylla. A capa do álbum é assinada pelo artista plástico Zé Vicente. |Apocalip Se| mostra o potencial de Zé Nigro para explorar novas tendências para sairmos desse nosso apocalipse real, onde o pop soa cada vez mais pobre e previsível. Renovar é preciso sempre. 

 "Apocalip Se"

"Gorjeios"




sábado, 25 de setembro de 2021

.: Lumee//Prismo mescla rock com sons eletrônicos no EP "Ovis Aries"


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico musical.

O duo de rock experimental paulistano Lumee//Prismo está divulgando o seu primeiro EP, intitulado "Ovis Aries". E o resultado final é uma mescla de influências musicais, que vão desde bandas internacionais como Audioslave e Rage Against The Machine, até grupos nacionais como Sepultura e Mutantes.

Formado em 2017 em São Paulo, o duo conta com Luma Garcia (Lumee - vocais, piano e synths) e Guilherme da Matta (Prismo - guitarra).  O grupo integra o selo Maxilar, de Gabriel Thomaz (Autoramas) e Henrique Roncoletta (banda NDK). O EP foi lançado em fevereiro de 2021 com foco na diversidade musical.

O single intitulado "Routine"  fala dos efeitos que as redes sociais geram na vida e no cotidiano das pessoas, criticando a forte dominação que elas exercem na sociedade. Nesta faixa, os músicos falam sobre a lavagem cerebral que as redes provocam nos seus usuários com o fim de os deixar catatônicos e, dessa forma, poderem manipulá-los da forma que quiserem. Um tema parecido com explorado no primeiro single (Violence)

"Com o grande poder que foi dado a essas empresas que dominam a internet atualmente, nos tornamos meras marionetes à mercê de imposições de consumo, de identidade, políticas, entre outras que talvez ainda nem conheçamos", comentou Luma. 

Na faixa "Routine", os dois gravaram as vozes, guitarras e o baixo em casa, com os próprios equipamentos. A bateria foi gravada no Flap Studios, de Fernando Lauletta, além da participação de Leandro de César, no baixo, e Jean Araujo, na bateria. A mix e a master ficaram por conta de Yuri Deryous e o clipe foi dirigido por Jean Araujo e Yutha Matsuda.   

Luma participou de diversos outros projetos musicais, com os quais se apresentou pelo Brasil e pelos Estados Unidos, sempre conciliando com outras paixões suas, como as aulas de canto e o teatro. Atualmente, ela integra o Núcleo Erínias, da Companhia de Teatro d`Os Satyros e cursa canto lírico na Escola Municipal de Música.   

Guilherme, por sua vez, já comandou bandas de rock e hoje gerencia sua própria escola de música, a Allemande, onde tenta colocar em prática o sonho de levar o ensino musical de forma acessível e lúdica.

Juntos, Luma e Guilherme proporcionam uma sonoridade resultante de suas influências musicais, buscando sempre flertar com temas contemporâneos e relevantes para os ouvintes. Tomara que continuem nessa direção nos seus próximos passos.

"Violence"

"Routine"

sábado, 18 de setembro de 2021

.: Fernanda Abreu comemora 30 anos de carreira com CD de remixes


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico musical.

Com seu nome já consolidado no pop nacional, Fernanda Abreu resolveu comemorar seus 30 anos de carreira em grande estilo. Ela lançou o CD "30 Anos de Baile", um disco com seus sucessos remixados por 15 DJ´s produtores.

A lista de convidados inclui nomes da atual geração, como Vintage Culture, Gui Boratto, Bruno Be, Tropkillaz, Fancy Inc e mais outros nomes consagrados como Corello DJ, Zé Pedro, Dennis DJ e Memê, este último encarregado de fazer a direção artística do álbum. Também há participações dos rappers Emicida e Projota.

No álbum, os convidados revisitaram, cada um à sua maneira, clássicos da discografia de Fernanda Abreu , como “Jorge da Capadócia” (que ganhou remix de Gui Boratto), “Kátia Flávia, A Godiva de Irajá” (em versão de Bruno Be), “Veneno da Lata” (by Tropkillaz), “Você Pra Mim” (que  conta com vocal de Projota e remix de Dennis DJ), “Outro Sim” (repaginado por Ruxell, com vocais de Emicida), entre outras. O lançamento acabou se desdobrando em um álbum com 13 faixas e outro com oito versões extendidas, mais próprias para tocar nas pistas.

Com oito discos de estúdio, dois registros ao vivo (DVDs), 23 singles, quase 20 videoclipes nesses 31 anos de carreira solo, Fernanda uniu funk com batuque, usou samples e bateria eletrônica para fazer música pop, criando uma identidade brasileira de fazer dance music. E essa coletânea reforça a sua importância dentro do pop nacional.

"A Noite"

"Katia Flavia"

"Rio 40 Graus"


sexta-feira, 10 de setembro de 2021

.: Chris Standring recria clássicos no CD "Wonderful World"


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico musical.

Guitarrista, compositor e arranjador, Chris Standring é um dos artistas mais prolíficos e bem-sucedidos da cena do jazz contemporâneo. Com 13 singles no Top 10 da Billboard e 6 singles que alcançaram o primeiro lugar na parada, agora lança "Wonderful World", seu 14º álbum solo, um excelente projeto com releituras de clássicos, que é totalmente diferente de tudo que ele já fez antes.

Ao contrário de todos os seus outros projetos, ele compôs apenas uma das músicas do álbum e concentrou-se em colocar seu próprio toque exclusivo nas músicas do chamado "Great American Songbook", com canções consagradas dos anos 30, 40 e 50. E ainda encontrou espaço para incluir How Insensitive (Insensatez), do nosso maestro soberano Tom Jobim.

O álbum também conta com uma orquestra de 19 músicos, algo que ele sempre quis fazer. Standring explica que escolheu essas músicas porque também poderiam ser arranjadas para uma orquestra completa ou um trio. “Acho que há algo mágico no som de uma guitarra e uma orquestra tocando juntas, mas nem sempre estarei em situações em que seja possível usar uma orquestra. Portanto, os arranjos tinham que ser flexíveis o suficiente para funcionar em um ambiente de trio”, complementou.

Standring se propôs a fazer um álbum de música que fosse reduzido à sua essência. Ele não estava interessado em pirotecnia que mostrasse seus talentos consideráveis. Em vez disso, ele preferiu mostrar arranjos de trio aberto e orquestrações que soariam nostálgicas, mas atualizadas com uma sensibilidade contemporânea.

O resultado, como era de se esperar, ficou acima da média. Ouvir How Insensitive com um discreto arranjo de cordas ao fundo deu um tom nostálgico na medida certa. E a versão da clássica Night and Day, de Cole Porter, ficou excelente, assim como Alfie (de Burt Bacharach) e Autumn In New York.

Como solista, Standring apresenta várias influências, passando por Wes Montgomery e Joe Pass, entre outros. Seu toque característico é facilmente reconhecido pelo ouvinte. Randy Brecker, Kathrin Shorr (que canta What a Wonderful World, única faixa com vocal), Peter Erskine, Harvey Mason, David Karasony, Chuck Berghofer, Darek Oles, Geoff Gascoyne complementam o grupo responsável pelo acompanhamento.

"Wonderful World" é aquele tipo de disco que merece ser ouvido apreciando-se faixa a faixa. E de preferência com um bom e providencial copo de vinho.

"What a Wonderful World"

 
"Night and Day"

"How Insensitive"


sexta-feira, 3 de setembro de 2021

.: Crítica musical: Marisa Monte revive sonoridade dos anos 90


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico musical.

Depois de um curto período de hiato, Marisa Monte traz um novo trabalho com novas composições autoriais. O CD intitulado "Portas" mostra uma sonoridade que remonta aos seus trabalhos iniciais e confirma a sua competência como intérprete.

Esse trabalho era para ter sido iniciado em maio de 2020. Os planos foram alterados em função da pandemia do Covid-19. Somente em novembro, seguindo todos os protocolos de segurança e com uma equipe reduzida, ela conseguiu entrar em estúdio para gravar as bases das canções.

Contando com a co-produção do amigo e experiente Arto Lindsay, que trouxe a sua banda, Marisa arriscou inicialmente gravar duas músicas, "Calma" e "Portas", com os músicos a distância, via aplicativo zoom. A coisa deu tão certo que acabaram repetindo a experiência em outras faixas.

Ela seguiu então alternando gravações presenciais no Rio, (mais bases, complementos e os arranjos do experiente maestro Arthur Verocai e do trombonista Antonio Neves) e as gravações remotas em Lisboa (com arranjos do Marcelo Camelo).

Para Marisa, gravar o CD "Portas" acabou sendo um grande desafio, reinventando métodos de produção e abrindo novos caminhos em um momento tão duro e de tantas incertezas. O álbum ficou pronto entre fevereiro e março.

Destaco as canções "Calma", "Portas" e "A Língua dos Animais" como pontos positivos desse novo trabalho, além da sentimental Totalmente Seu, que tem aquele tipo de sonoridade suave que você se acostumou a ouvir nos discos de Marisa. Sua capacidade de interpretação segue intacta. E ela ainda se interessa em produzir material autoral e em parceria com outros músicos como Arnaldo Antunes e Dadi Carvalho. Só por isso já valeria a pena conferir esse seu trabalho.  Ouvir a sua voz suave e afinada acaba sendo um santo remédio contra o tédio nesses tempos de distanciamento social.

"Portas"

"Calma"

"A Língua dos Animais"

sexta-feira, 13 de agosto de 2021

.: Crítica musical: Móbile Lunar e os novos sons vindos do Pará


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico musical.

O norte brasileiro sempre produziu e continua trazendo novos sons que reciclam tendências já conhecidas de nossa MPB e de outros segmentos. E uma das boas novidades que está chegando é o grupo paraense Móbile Lunar, apresentando um trabalho autoral consistente com forte influência do rock progressivo e de movimentos como o Clube da Esquina.

Formada, em 2016, por André Moska (vocalista, violonista e compositor), Alê Brandão (vocalista, guitarrista e compositor), Igor Gomide (baterista), Laercio Esteves (guitarrista) e Leonardo Vitor (baixista), a Móbile Lunar está divulgando o seu primeiro disco, intitulado “Feroz”. São dez composições fortemente influenciadas pelo rock progressivo dos anos 70 e pela nova safra de bandas paraenses. É possível encontrar ecos de bandas como O Terço, que também costumava explorar temas urbanos em suas composições nos anos 70.

O diferencial dos paraenses está em explorar apenas nuances do estilo progressivo. Não se trata de um disco feito para ouvir somente as escalas pentatônicas ou harmonias infindáveis nos arranjos. Há mensagens bem interessantes nas letras, que podem ser facilmente identificadas por todos nós.

A faixa "A Cidade" é um bom exemplo do que os paraenses conseguem mostrar, com uma letra que representa imagens do movimento de uma grande cidade e o efeito que ela provoca nos seus habitantes. "Esse Astro" é outra faixa bem interessante, assim como "Canção do Nosso Tempo", que lembra um pouco os tempos iniciais da banda 14 Bis, mas sem soar como cópia.

"Feroz" é um disco muito bem produzido e tem tudo para ajudar a banda a conquistar seu espaço na música. Está disponível em várias plataformas como Spotfy e Deezer. E no dia 11 de setembro, o grupo vai lançar o filme “Móbile Lunar - Sonhos”. Gravado no Teatro do Sesi de Belém. Vale a pena conferir esse novo som vindo do Pará.

"Feroz"

"Esse Astro"

"Automáticos"

Link para plataformas: https://tinyurl.com/mobilelunarferoz

sexta-feira, 6 de agosto de 2021

.: Guilherme Arantes, a viajante alma paulista de volta ao disco


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico musical.

Com 68 anos  e 45 anos de carreira, Guilherme Arantes lança mais um álbum de inéditas. “A Desordem dos Templários” chega em mídias digitais, em CD (digipack), em vinil 180g (capa dupla com encarte em envelope interno) e, também, em cartão USB contendo áudios em resolução de estúdio (48 Khz/24 bits) além de vídeos de making of das gravações pontuados com imagens ilustrativas inspiradas nas letras.

São dez faixas inéditas, sendo oito canções, um tema instrumental progressivo e, ainda, uma vinheta de sonoplastia conceitual. Como faixa-bônus no CD, há uma versão em inglês para a música “A Cordilheira” ("Across the Abyss"). O USB card traz ainda uma versão instrumental de "A Cordilheira".

O disco acabou surgindo de forma involuntária. Em 2019, Guilherme Arantes viajou com a esposa Márcia para a Espanha, para uma temporada de estudos de música renascentista e barroca e, também, para um período de imersão em literatura e história. A intenção original era uma reciclagem, com a retomada de estudos de Scarlatti, Handel, Couperin, Bach, clássicos do cravo. Sem nenhuma intenção de produzir material novo, era uma volta radical à estaca-zero na música.

Com a chegada da pandemia na Europa, no início de 2020 essa temporada de reclusão se intensificou, restringindo-se a circulação pelo perímetro da província de Ávila, em Castilla & León, ao norte de Madrid. Além disso, Guilherme Arantes enfrentou problemas na sua coluna que duraram oito meses. Esse período de reclusão, aliado com o clima da cidade interioriana histórica da Espanha, acabaram por propiciar uma inspiração forte para elaborar letras e novas canções.

Guilherme Arantes contatou a banda em São Paulo para que elaborassem à distância as participações de bateria (Gabriel Martini), baixo (Willy Verdaguer), guitarras e violões (Luiz Sérgio Carlini e Alexandre Blanc), violinos (Cassio Poletto) e trompete (Luciano Melo) , bem como convidou  o maestro Arthur Verocai para escrever o arranjo de cordas da música “Estrela-Mãe”. Tudo, obviamente, feito via internet, única fórmula possível em tempos de isolamento.

O resultado final ficou acima da média. Há canções pop como "Nossa Imensidão a Dois", que tem aquele toque dos anos 70 e 80. Mas também há uma ótima faixa instrumental no melhor estilo rock progressivo (Kyrie), uma de suas influências no início da carreira. A faixa título ("A Desordem dos Templários") é definida pelo autor como “um manifesto progressivo-cangaceiro diante da truculência e impunidade normalizadas no nosso mundo, a guerra de narrativas”.

O fato é que a viajante alma paulistana de Guilherme Arantes continua seguindo o seu rumo na música. O coração paulista brinda os ouvintes com novas emoções em forma de canções para nós, ouvintes.

"Nossa Imensidão a Dois"

"El Rastro"

"A Desordem dos Templários"

sexta-feira, 30 de julho de 2021

.: Crítica musical: Styx, mais rock progressivo do que nunca


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico musical.

Uma das bandas mais significativas da década de 70 e 80, a Styx se volta para o estilo que marcou a carreira do grupo: o rock progressivo com pitadas de pop. "Crash Of The Crown" é o nome do novo trabalho, que segue a linha conceitual e conta com uma produção musical caprichada.

A formação atual conta com  Tommy Shaw (guitarra, Mandolin, Banjo e Vocais), James Young (Guitarra e vocais), Chuck Panozzo (baixo), Todd Sucherman (bateria e percussão), Lawrence Gowan (Piano, teclados, Mellotron and Vocais), Ricky Philips (baixo) e Will Evankovich (guitarras, sintetizadores, mandolin, percussão e vocais).

Quem acompanha a banda desde os anos 70 pode sentir falta de Dennis De Young, que atualmente segue em carreira solo com dois ótimos álbuns lançados recentemente. Mas é fato que o Styx também soube sobreviver sem seu antigo vocalista integrante. Esse novo álbum confirma essa tese com folga.

Crash Of The Crown tem canções muito bem produzidas e arranjadas. A começar por "The Fight Of Our Lives", que abre o disco de forma épica e em alto astral. Monster, a faixa seguinte, mantém o rock progressivo sempre em evidência, com sintetizadores comandando o arranjo e muitas harmonias vocais.

Mas é quando a banda chega perto do que chamamos de pop que percebemos o encanto de seu som. "Coming Out The Other Side" é um ótimo exemplo de como o grupo consegue alcançar facilmente o status de radiofônico. Uma canção perfeita e que também se insere perfeitamente no conceito do álbum.

Para um fã antigo da banda, "Crash Of The Crown" tem material suficiente para levá-lo às lágrimas de emoção. Afinal, os caras estão mais rock progressivo do que nunca. E que continuem nessa toada por muito mais tempo.

"Coming Out The Other Side"

"Crash Of The Crown"

"Save Us From Ourselves"


sexta-feira, 23 de julho de 2021

.: Crítica musical: Bruxas Exorcistas utiliza o rock contra o negacionismo


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico musical.

Sete amigas decidiram unir forças contra o sentimento negacionista que vem assolando o país. Batizado como Bruxas Exorcistas, o novo supergrupo procurou usar a primeira canção, chamada "Vade Retro Satanas" como uma válvula de escape para literalmente exorcizar todo tipo de sentimento negativo no mundo atual.

A canção foi composta no violão por Virginie Boutaud, que também é vocalista da banda Metrô. E uniram-se a ela Érika Martins (do grupo Autoramas), Lovefoxxx (da banda Cansei de Ser Sexy), Apolonia Alexandrina (banda Anvil FX), Marya Paraguaia (Grupo Escambau), e mais Camila Costa e Emilie Ducassé.

As integrantes são amigas de longa data e possuem alguns pontos em comum. Algumas delas são veganas e todas são ativistas que procuram lutar por um mundo diferente do que vemos atualmente, com mais de 50 mil mortes causadas pela pandemia do covid-19 e uma ação ineficaz do governo para impedir a sua disseminação. Junte-se isso ao crescente desmatamento no meio ambiente, que proporciona resultados nefastos em nosso dia a dia. O grito de revolta das bruxas é contra todo esse estado de coisas que observamos diariamente.

As vozes das “bruxas” foram gravadas em estúdios ou celulares, entre Sampa, Garopaba, Toulouse, Paris, Curitiba. A canção foi mixada no Garage Band na região de Toulouse, na França, onde Virginie reside atualmente. A arte da capa do single foi elaborada pela Lovefoxxx e o selo Maxilar está se encarregando da divulgação. Ao ouvir o single, ficamos curiosos para saber se essas bruxas vão produzir outras canções. É esperar para conferir.

Bruxas Exorcistas -"Vade Retro Satanas"



sexta-feira, 16 de julho de 2021

.: Virginie Boutaud e Aline Rochedo Pachamama: unidas pela música


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico musical.

A cantora da banda Metrô, Virginie Boutaud, está lançando uma canção em parceria com a historiadora
Aline Rochedo Pachamama, que há cinco anos faz um trabalho de reparação histórica da identidade dos povos indígenas da região de Visconde de Mauá e Resende, na Serra da Mantiqueira. "Abya Yala" foi composta em idioma Puri e em português, como homenagem aos povos originários brasileiros.

A letra foi elaborada por Aline e a melodia foi feita por Virginie. E a parceria nasceu quase que por acaso. Aline conheceu Virginie durante um evento. Um pouco depois, Virginie teve a inspiração para fazer a melodia e decidiu perguntar para Aline se ela poderia escrever a letra no idioma Puri, originário da Serra da Mantiqueira.

Aline se inspirou na "Mãe Terra" como ponto de partida. "Abya yala" significa "terra em florescimento, terra que pulsa". E foi esse sentido que ela quis dar para a mensagem da canção. Os vocais foram feitos por Virginie, Aline e mais Kelia Danbes Ducasse. Ruben Jacobina atuou na produção e tocou violão, além de coletar a percussão de povos indígenas para a gravação. Daniel Roland  fez a percussão e Thiago Queiroz toca flauta

“Foi algo muito gratificante ouvir o resultado final. A letra acabou se unindo perfeitamente com a melodia. Senti que havíamos criado algo muito positivo e especial”, destacou Virginie. A renda obtida com a canção vai ajudar o Projeto Inhã Uchô, um espaço de aprendizado multi étnico de memória do povo Puri da Serra da Mantiqueira e dos povos originários do Brasil.

“É um trabalho que considero fundamental, pois não podemos perder nossas referências. É uma forma de ajudar a preservar e mostrar para as gerações futuras a verdadeira cultura dessas etnias. Sou muito grata a Virginie por essa iniciativa”, comentou Aline. A canção pode ser comprada por meio da plataforma Bandcamp, no endereço https://virginieboutaud.bandcamp.com/track/abya-yala.

Quem quiser conhecer melhor o trabalho de Aline pode visitar o canal da Editora Pachamama no youtube e o seu perfil no facebook (Aline Rochedo Pachamama | Facebook ). Virginie também está com seu perfil no facebook (https://www.facebook.com/VirginieBoutaudmetro/ ).


"Abya Yala" (letra)

Abya Yala Abya Yala Abya Yala Abya Yala Abya Yala
Abya Yala Abya Yala Abya Yala Abya Yala Abya Yala

Voz da Terra a escutar
Oh Oh
Uchô Puri. Inhan namã ( Terra Puri, Mãe e Filha)

Mulher, mbl’êma Tschore (A mulher é a floresta)
Oh Oh
Mehtl’on, Dieh schuteh Poteh ( Força, você é boa luz)

Abya Yala Abya Yala Abya Yala Abya Yala Abya Yala
Abya Yala Abya Yala Abya Yala Abya Yala Abya Yala

Opeh (Sol)
Caminho é o Sol
Oh Oh
Poteh, tsatê dieh ( Irmã/ Irmão iluminado)
Mulher, mbl’êma Tschore (A mulher é a floresta)
Oh Oh

Mehtl’on, Dieh schuteh Poteh ( Força, você é boa luz)
Abya Yala

"Abya Yala" - Virginie Boutaud e Aline Rochedo Pachamama




sexta-feira, 9 de julho de 2021

.: Sem Reação": Mad Monkees divulga novo single com nova formação


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico musical.

A banda cearense Mad Monkees está lançando nas plataformas digitais a música "Sem Reação". A letra foi composta pelo grupo em parceria com a cantora e compositora Maria Sabina, buscando retratar os efeitos causados pelos desastres ambientais ocorridos especialmente em Minas Gerais, como o rompimento das barragens em Brumadinho e Mariana.

O single foi gravado em Fortaleza, no Estúdio Magnólia pelo Lucas Guterres e em São Paulo pelo baixista e produtor musical do Mad Monkees, Klaus Sena, no seu estúdio Índigo Azul. A banda está com nova formação: Felipe Cazaux (guitarra e voz), Klaus Senna (baixo), Netto de Sousa (bateria) e Capoo Polacco (guitarra). 

“A nossa inspiração vem da defesa da causa ambiental, negligenciada pelo governo federal há anos e agora mais ainda com as queimadas no Pantanal e na Amazônia, além da exploração ilegal de madeira, invasão a terras indígenas pelos grileiros e garimpeiros, causando morte e destruição da floresta, dos animais e dos povos indígenas”, afirma o cantor e guitarrista, Felipe Cazaux. 

Um novo álbum com dez músicas está sendo preparado. Quatro faixas já estão prontas.  A previsão de lançamento será na metade de 2022. Além das músicas novas, o quarteto cearense participará de duas coletâneas tocando covers de clássicos do Rock. Se manter a pegada do single “Sem Reação”, as demais faixas devem mostrar o peso habitual do rock com riffs matadores e muita critica social nas letras. Vamos aguardar para conferir.

Mad Monkees - "Sem Reação" (lyric video)


sábado, 3 de julho de 2021

.: Crítica musical: Paul Gilbert mostra virtuosismo em CD solo


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico musical.


Conhecido como integrante da banda Mr. Big, o guitarrista Paul Gilbert acaba de lançar um CD "Werewolves Of Portland". Um trabalho que mostrou toda a sua capacidade como músico, ao tocar e gravar todos os instrumentos sozinho. A ideia do disco nasceu durante o bloqueio imposto pela pandemia do Covid-19. E de uma certa forma, acabou sendo um desafio e tanto para o músico. 

“Levei cerca de seis meses para pensar nisso, mas finalmente me ocorreu que eu poderia tocar todos os instrumentos sozinho. Sempre adorei tocar bateria e posso tocar baixo e teclado bem o suficiente para fazer o trabalho ”, informa ele. Seu impulso criativo simplesmente não aguentava mais esperar até que fosse seguro trabalhar com outros músicos novamente. Então ele próprio se tornou a banda que desejava formar.

O resultado desta aventura solo foi uma explosão de música rock instrumental original de um dos bons talentos da guitarra da atualidade. São dez ótimas faixas instrumentais que mostram um caldeirão de influências. Um nome que deve ter servido de inspiração foi Jeff Beck. A pegada virtuosa nos solos tem tudo a ver com o veterano guitarrista britânico que sucedeu Eric Clapton nos Yardbirds nos anos 60.

Gostei muito das faixas "My Godness" e "I Wanna Cry", que mostram bem o valor dos solos de Paul Gilbert na guitarra. Ele aparentemente tem todo o mundo da música sob seus dedos, cruzando gêneros e criando possibilidades infinitas para si mesmo, como se fosse a coisa mais natural que ele poderia pensar em fazer. "Werewolves Of Portland" é outro bom capítulo em seu trabalho e proporcionará aos fãs de guitarras de rock bons momentos de prazer auditivo.

"My Godness"


"I Wanna Cry"


"Werewolves Of Portland"


sexta-feira, 25 de junho de 2021

.: Crítica musical: Fernando Falks aposta na energia do rock nacional


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico musical.

Um dos nomes novos que vem despontando no meio musical, o paulista Fernando Falks investe agora em seu lado autoral. Ele está divulgando quatro canções que deverão compor um futuro EP a ser lançado. O trabalho tem o rock nacional dos anos 80 como uma das fontes de inspiração e apresenta momentos interessantes.

Fernando Falks é natural de São Paulo e começou a aprender musica cedo. Participou de várias bandas de rock e tocou em diversas casas noturnas na capital. A partir de 2014, com a experiência acumulada, passou a elaborar e produzir um material próprio, visando conquistar um espaço no cenário musical atual.

O resultado disso são essas quatro canções que podem ser ouvidas no site oficial do músico (www.fernandofalks.com.br). "Brancos Pelos" e "Depois de Ontem" foram os dois primeiros singles divulgados, que agora se juntam com "Florescer" e "Isso É o que Importa".

Em todas as canções o tempo parece servir como fonte de inspiração para as letras. E no single mais recente ("Isso é o que Importa") isso fica ainda mais evidente, sobretudo a experiência proporcionada nesse período de pandemia, que nos mantém ainda isolados dentro de casa.

O toque mais rock fica evidente em "Depois de Ontem" e "Brancos Pelos". Ambas têm uma pegada pop anos 80, muito embora possam ser notadas também outras influências de bandas internacionais dos anos 70 e 80, que devem ter sido determinantes para a sua formação.

O trabalho autoral de Fernando Falks mostra que ainda há espaço para canções com mensagens diretas e objetivas, sem se preocupar com modismos ou tendências da mídia. O mais importante é procurar manter a sua personalidade e acreditar em si. E isso ele mostra com essas canções. Vale a pena conferir.


"Isso É o que importa"

"Depois de Ontem"

"Brancos Pelos"


sábado, 19 de junho de 2021

.: Coletânea mostra a genialidade de Aretha Franklin


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico musical.

Se teve uma intérprete que foi unanimidade na música, esta foi Aretha Franklin, que faleceu em 2018. Sua técnica vocal, moldada na música gospel dos Estados Unidos, juntamente com o jazz, acabou por se tornar uma versão única da soul music. Muito além do timbre agudo único, Aretha tinha na emoção o seu maior trunfo. Era impossível ouvi-la e ficar indiferente.

A coletânea "The Genius Of Aretha Franklin", lançada recentemente, traz 15 faixas gravadas entre os anos 60 e 70, período apontado como a sua melhor fase segundo a crítica. É possível ouvir alguns hits como "Chain of Fools", "I Say A Little Prayer", "A Natural Woman", "Respect" e 'Think", que se mesclam com outras canções menos conhecidas, mas igualmente ótimas, como "Day Dreaming".

Além de tocar piano com maestria, Aretha conseguia potencializar uma canção de tal forma, que a mesma acabava se identificando diretamente com sua interpretação. Um exemplo disso foi "I Say a Little Prayer", cujo autor, Burt Bacharach, chegou a apontar a versão de Aretha como a melhor que ele tinha ouvido.

Poderia citar ainda a versão épica de "Bridge Over Troubled Waters", de Paul Simon, como outro exemplo de sua genialidade. Nesta coletânea foi incluída a versão em estúdio, que é um exemplo de biscoito fino da música.

Poderia escrever centenas de linhas e ainda assim isso seria insuficiente para descrever a emoção que a voz de Aretha proporciona. Essa coletânea é apenas uma pequena amostra de sua obra. Mas já dá uma dimensão exata de sua importância na música.


"I Say a Little Prayer"

"A Natural Woman"

"Chain of Fools"



sexta-feira, 11 de junho de 2021

.: Banda Fluctua lança EP autoral na linha do indie brasileiro


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico musical.

Formada no Rio de Janeiro, a banda Fluctua está lançando o seu primeiro EP com quatro canções autorais, que vem obtendo boa receptividade junto a crítica.  E o trabalho, que segue a linha da MPB com um toque alternativo (o indie brasileiro), vem obtendo boa receptividade junto a crítica.

O trio é formado por Eduardo Waghabi (teclados), Moreno Leon (vocais) e João Faria (baixo). Eduardo é filho de Antonio Waghabi Filho, o Magro (do grupo MPB-4), enquanto que João é filho de Ruy Faria (também fundador do MPB-4) e de Cynara Faria, do Quarteto em Cy. Tanto Magro como Ruy são falecidos, mas deixaram um legado musical com os filhos, que começa a dar bons resultados.

A formação do trio se deu por meio de jam sessions realizadas nos estúdios localizados na Praça São Salvador, no Rio de Janeiro. A partir daí passaram a produzir um material autoral, que ganhou forma com o passar do tempo e depois de muitos ensaios.

O EP conta com quatro canções. Duas delas ("O Tempo Dirá" e "Loteria") já haviam sido divulgadas em 2020. E agora se juntam com mais duas canções: "Céu do Teu Olhar" e "Do Que Vi". Todas as quatro composições seguem uma mescla de várias tendências musicais. Mais ou menos como Djavan fazia e ainda faz em seus trabalhos, experimentando novos sons e texturas para os arranjos.

A voz de Moreno Leon é suave, com influência da soul music. Já Eduardo e João formam uma poderosa cozinha rítmica que deu forma e vida para as canções. Juntos, eles mostram um trabalho bem interessante e que merece ser conhecido. O EP já está disponível nas plataformas digitais Spotfy, Deezer, Amazon Music, Bandcamp, Youtube Music, Tidal e Soundcloud. Vale a pena conferir.

"O Tempo Dirá"


 "Loteria"


sexta-feira, 28 de maio de 2021

.: Rodrigo Santos revisita clássicos em "A Festa Rock 2"


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico musical.

Rodrigo Santos continua na ativa produzindo coisas novas na música. O seu mais recente projeto é  "A Festa Rock", que chega ao segundo volume nas plataformas digitais de streaming. Trata-se de releituras de músicas que marcaram os anos 80, seja no rock nacional, seja na MPB.

O incansável músico foi integrante do Barão Vermelho por 26 anos e teve trabalhos anteriores com Kid Abelha, Lobão e Leo Jaime, entre outros. Nos últimos anos vem desenvolvendo uma fértil carreira solo com trabalhos autorais. Também gravou um disco em parceria com Fernando Magalhães, do Barão Vermelho, além de realizar um projeto com Roberto Menescal e Leila Pinheiro interpretando músicas de Cazuza em ritmo bossa nova. Também tocou com Andy Summers (The Police) e João Barone no projeto Call The Police, cantando canções do grupo britânico.

Com tantos projetos realizados, Rodrigo é apelidado pelos amigos como o soldado do próximo passo. E ainda encontrou tempo para lançar o livro "Cara a Cara", uma autobiografia em que conta como conseguiu superar o vício com drogas e álcool, além de detalhar passagens marcantes da carreira musical.

"A Festa Rock Volume 2" inclui medleys das músicas de Caetano Veloso, Gilberto Gil, Rita Lee, Raul Seixas, Chico Buarque, Titãs, Beto Guedes, Paralamas do Sucesso, Zeca Baleiro, Alceu Valença, Lenine, Cazuza, Legião Urbana, Nando Reis, O Rappa e Plebe Rude.

Sem sair de casa por conta da pandemia, Rodrigo montou um estúdio caseiro e durante esse período começou a produzir com amigos e músicos. Em agosto de 2020 lançou nas plataformas digitais o CD autoral “Livre” e em seguida, resolveu dar continuidade à série chamada Rodrigo Santos – "A Festa Rock", idealizada em 2010 com o intuito de transformar os medleys que Rodrigo fazia em seus shows em CD. E ao mesmo tempo homenagear a história do rock nacional e da MPB.

O músico criou e cronometrou os medleys em casa, gravando inicialmente as bases guias no violão e depois passando para o formato Power trio: baixo, guitarra e bateria. “Acabei escolhendo cada uma pelo encadeamento das músicas, pelo ritmo, pelo tom, pelas décadas, pelos estilos das bandas, da temática da letra ou simplesmente por afinidade de audição”, explicou Rodrigo

As canções em forma de medleys acabaram funcionando muito bem. "Televisão", hit dos Titãs, por exemplo, é interpretada tendo "Papai Me Empresta o Carro", de Rita Lee na sequência. E há de se ressaltar o fato do músico ter amadurecido bastante como intérprete. Rodrigo realizou a produção musical dos três volumes do projeto, num total de 70 músicas e 37 medleys, e seu empresário, Luiz Paulo Assunção, ficou encarregado da produção executiva do CD. Vale a pena conferir.

"Televisão/Papai me Empresta o Carro"

"Anunciação/ Hoje Eu Quero Sair Só"

"Ideologia/O Nosso Amor a Gente Inventa"


sexta-feira, 21 de maio de 2021

.: George Harrison e amigos: há 50 anos, a música ajudava Bangladesh


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico musical.

O Concerto para Bangladesh foi um concerto beneficente organizado pelo ex-guitarrista dos Beatles. George Harrison, e o músico indiano Ravi Shankar em agosto de 1971, nos Estados Unidos. O evento serviu para mostrar como a música podia ajudar a aumentar a conscientização internacional e financiar a ajuda aos refugiados do Paquistão Oriental, após a Guerra de Libertação de Bangladesh.

Os shows foram realizados às 14h30 e 20h no domingo, 1º de agosto de 1971, no Madison Square Garden, na cidade de Nova York. O evento foi o primeiro de tal magnitude e contou com um supergrupo de artistas que incluía Harrison, o ex-beatle Ringo Starr, Bob Dylan, Eric Clapton, Billy Preston, Leon Russell e a banda Badfinger. Além disso, Shankar e Ali Akbar Khan - ambos com raízes ancestrais em Bangladesh – fizeram  uma apresentação de abertura de música clássica indiana.

George Harrison apresentou canções de sua autoria da época dos Beatles e outras de sua carreira solo. Ringo cantou It Don´t Come Easy, que ele compôs em parceria com Harrison. Leon Russell canta um cover excelente de Jumpin Jack Flash dos Rolling Stones. Um destaque desse concerto foi a apresentação de Bob Dylan, que interpreta clássicos como Just Like a Woman e Blowin The Wind, acompanhado de George Harrison e outros músicos conhecidos.

Um álbum triplo em vinil foi lançado na época e virou um sucesso de vendas. Atualmente pode ser encontrado em CD e DVD. Em 1985, por meio da receita arrecadada com o álbum e filme ao vivo, cerca de US $ 12 milhões foram enviados a Bangladesh, e as vendas do álbum ao vivo e do lançamento em DVD do filme continuam a beneficiar o Fundo George Harrison para a Unicef. Décadas depois, Shankar diria sobre o sucesso do evento: "Em um dia, o mundo inteiro soube o nome de Bangladesh. Foi uma ocasião fantástica".

O Concerto para Bangladesh é reconhecido como um projeto de ajuda humanitária muito bem-sucedido e influente, gerando conscientização e fundos consideráveis, além de fornecer lições valiosas e inspiração para projetos que se seguiram, como o Live Aid em 1985.


"Something" (George Harrison)


"My Sweet Lord" (George Harrison)

"Love Minus Zero/No Limit" (Bob Dylan)

sexta-feira, 7 de maio de 2021

.: CD mostra concerto ao vivo que celebra a obra de Willie Nelson


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico musical.

Em janeiro de 2019 foi realizado um concerto em Nashville, nos Estados Unidos, para homenagear a lenda da música folk, Willie Nelson. E agora esse registro chega em CD, intitulado "Willie: Life & Songs Of An American Outlaw", com performances repletas de estrelas da música.

Além do próprio Willie Nelson, o concerto conta com nomes como Alison Krauss, The Avett Brothers, Bobby Bare, Chris Stapleton, Dave Matthews, Emmylou Harris, Eric Church, George Strait, Jack Johnson, Jamey Johnson, Jason Isbell, Jimmy Buffett, John Mellencamp, Kris Kristofferson, Lee Ann Womack, Lukas Nelson, Lyle Lovett, Margo Price, Micah Nelson, Nathaniel Rateliff, Norah Jones e The Little Willies, Ray Benson, Rodney Crowell, Sheryl Crow, Steve Earle, Sturgill Simpson, Susan Tedeschi & Derek Trucks e Vince Gill.

Os destaques incluem "Willie Got Me Stoned" (Interpretada por Jack Johnson) e clássicos de Nelson como "Whiskey River" (Interpretada por Chris Stapleton ), “Me and Paul” (Interpretada por Eric Church), “Blue Eyes Crying In The Rain” (Interpretada por Vince Gill), junto com os duetos “The Harder They Come” (com Jimmy Buffett), “Crazy” (com Dave Matthews), “Always On My Mind” (com Chris Stapleton e Derek Trucks), “After The Fire Is Gone” (com Sheryl Crow). No final, todos se juntam no palco para cantar "On The Road Again", um dos hits mais conhecidos do homenageado.

Willie Nelson merece mesmo todas as homenagens, especialmente por ainda estar na ativa, tocando e cantando bem como sempre fêz. É um verdadeiro patrimônio da música folk.

"Willie Got Me Stoned"


"Good Hearted Woman"

"Always On My Mind"

sábado, 1 de maio de 2021

.: Lucinda Williams presta tributo musical a Tom Petty em CD


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico musical.

Lucinda Williams
acaba de lançar um novo disco com composições de Tom Petty. E o trabalho que presta um bonito tributo ao músico americano, que faleceu em 2017 aos 66 anos, ficou acima da média segundo a crítica especializada.

Para quem não conhece, Lucinda Williams é cantora e compositora americana ligada ao segmento folk e ao rock. Iniciou a carreira ainda no final dos anos 70 e  aos poucos foi conquistando seu espaço e tendo reconhecido o seu valor com três prêmios Grammy.

Lucinda Williams nasceu na Louisiana e sempre se orgulhou de sua herança, ao mesmo tempo em que entende as contradições e a bagagem que ela traz. Tom Petty era um nativo da Flórida que também amava o Sul dos Estados Unidos, sem alimentar ilusões sobre ele. Então faz sentido que ela fosse uma fã de Petty, e não simplesmente um talentoso compositor respeitando outro.

A escolha de um repertório de suas músicas favoritas de Tom Petty resultou nesse CD intitulado “Runnin 'Down a Dream: A Tribute to Tom Petty” incluindo "Gainesville", "Down South", "Rebels", "Southern Accents" e "Louisiana Rain". É nessas músicas que Lucinda Williams parece mais comprometida, com um senso de experiência compartilhada informando seus vocais e adicionando profundidade à sua apresentação.

Dito isso, Williams soa muito em casa em todas as 13 canções que ela interpreta. “You Wreck Me” parece ter sido escrito com sua vulnerabilidade desafiadora em mente; ela traz um funk doce e sutil para "Wildflowers", e ela e sua banda aproveitam ao máximo o ritmo matador de "You Don't Know How It Feels".

Ela gravou todo este material ao vivo no estúdio com sua banda apoiando-a. Essas versões foram feitas com amor e sem pensar demais no processo. Ouvir Lucinda Williams explorar o mundo dentro das canções de Tom Petty envolverá os fãs dos dois artistas.

"Wildflowres"

"I Won´t Back Down"

"Stolen Moments"

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sábado, 24 de abril de 2021

.: Cheap Trick revitaliza seu som com CD "In Another World"


Por Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico musical.

Cheap Trick é uma daquelas bandas originárias dos anos 70 que você dificilmente deixa de gostar quando ouve pela primeira vez. E em seu mais recente disco, "In Another World", o grupo sinaliza uma revitalização de sua sonoridade. São ótimas canções que oscilam entre o rock de arena e o pop em alguns momentos.

A formação atual conta com Rick Nielsen (guitarra), Robin Zander (vocal), Tom Petersson (baixo) e Daxx Nielsen (bateria), filho de Rick. A primeira impressão que se tem ao ouvir o disco é que os músicos integrantes parecem estar prestando homenagem às suas influências musicais. Canções como "The Summer Looks Good On You" e "Light Up the Fire" soam como se a banda estivesse nos anos 70. O grupo parece positivamente confortável em mesclar seus riffs de rock de arena estilo The Who com harmonias vocais dos Beatles.

A balada "So it Goes" tem um certo clima no arranjo que lembra o Led Zeppelin, enquanto que na energética "The Party" há momentos que lembram o som de Jimi Hendrix. Há também uma ótima releitura de "Gimme Some Truth", da carreira solo do ex-beatle John Lennon, outra referência importante para o "Cheap Trick". Essa faixa conta com a participação especial de Steve Jones, guitarrista do Sex Pistols.

"In Another World" faz jus ao legado do "Cheap Trick". Um legado que nem sempre teve a merecida exposição na mídia. Mas que mesmo assim se manteve íntegro e fiel às suas origens musicais dos anos 60, em especial, buscando inspiração nas canções dos Beatles.

"In Another World"

 
"Light Up The Fire"

"Final Days"  

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