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sábado, 15 de agosto de 2015

.: Luan Santana: Tudo sobre o cantor que comemora 8 anos de carreira

A pergunta que não quer calar: “Qual a fórmula do sucesso?”. Respostas existem várias, mas quem de fato conquista o público sabe que não existe uma receita. Existe, sim, uma história. E a de Luan Rafael Domingos Santana começou há oito anos. 

Do Gurizinho, que invadiu a Internet com “Falando Sério” e que, como artista nasceu no palco de Bela Vista (MS), dia 11 de agosto de 2007 (daí o registro oficial), ao fenômeno de recorde de shows, rádios e WEB o tempo curto é intenso e vitorioso. Mais: é consagrado!

E por falar em tempo... Em tempos de supervalorização de mídias sociais e tecnologias de altíssima definição, o rádio se mantém soberano no alcance imediato aos ouvidos de toda a nação, do aparelhinho a pilha à web, passando pelos veículos motores, imbatível companheiro de estradas e trânsitos de todos os tamanhos. Nesse contexto, não deixa de ser romântico imaginar a força de uma invenção tão antiga que nunca sai de moda, né não? Luan Santana que o diga.

É do ídolo sul-mato-grossense a vice-liderança no ranking da música mais tocada no país todo em um só dia. A canção "Escreve Aí" só perde para o Legião Urbana. Convenhamos, não é nada mau perder "só" para a banda eternizada por Renato Russo. Em 2001, “Quando O Sol Bater na Janela do Seu Quarto” atingiu o recorde mensal de 3.700 execuções. Depois de quase 15 anos, Luan chega à marca de 2.600 na apuração semanal, feito ocorrido dia 31 de julho passado.

Luan é também o cantor que mais tocou singles em 24 horas em uma rádio, desde a música da vez, com um repertório de passado recente ou nem tanto, dos mid aos flashbacks. É o que faz dele um hitmaker.

"Escreve Aí", convém reforçar, está há 20 semanas em 1º lugar nas paradas de todo o país, cotada como a música do ano, graças às rádios que de Norte a Sul, de Leste a Oeste, fazem de sua presença uma companheira essencial ao brasileiro, com entretenimento e informação. 

E se o rádio já é bom por si só, imagine flertando com as redes sociais, terreno onde Luan se mostra o mais disposto a interagir com a sua plateia. Não há artista mais participante de promoções em rádios e Internet por todo o País, pode apostar. No melhor estilo "Tostines", se é boa porque vende mais ou vende mais porque é boa, Luan Santana alimenta e se alimenta do rádio e da WEB como o campeão de pedidos musicais e visualizações. 

É uma condição endossada, em boa parte, pela força de sua legião de fãs, sempre em dia com os seus sucessos e que também se faz presente em todos os cantos do Brasil, resultando numa multidão que lota os shows do artista e o transforma no recordista de público na maior parte do eventos em que apresenta. 

Eis aqui um histórico que pavimenta essa estrada, onde o rádio e a WEB são a fonte de todos os frutos que vingam por outros terrenos da mídia e que se consagra nos palcos, onde Luan Santana apresenta o seu talento e seus hits em megaprodução.

 O Batismo
Em 17 de abril de 2007, o primeiro vídeo de Luan Santana, “Falando Sério”, invadiu o Youtube nascendo o Gurizinho. Em 11 de agosto, foi em Bela Vista (MS) que o ídolo subiu ao palco pela primeira vez 

O Registro
Depois, Luan grava o CD independente “Tô de Cara”. Trabalha a música “Falando Sério” e “Sufoco” nas rádios de sua região. 

O Contrato
Em 2009, assina com a gravadora Som Livre. Gravação DVD Ao vivo Campo Grande (MS). 

A Revelação
“Meteoro” é primeiro lugar nas rádios do Brasil. Luan ganha Revelação musical no Melhores do Ano Globo. 

A Conquista
Em 2010, Luan conquista recordes de público nas principais festas e feiras agropecuárias do país.  Indicação ao Grammy Latino "Melhor Álbum de Música Sertaneja". Luan recebe disco de platina duplo com o DVD  "Ao vivo em Campo Grande". Luan recebe o troféu de revelação do ano no Prêmio Multishow. Participação na novela “Malhação”.

Ultrapassando Fronteiras
Em 2011, lançamento DVD Ao vivo no Rio de Janeiro. Show no Brazilian Day Nova York para mais de 1,5 milhões de pessoas. "Amar Não É Pecado" é tema da novela "Morde e Assopra". É o artista mais tocado nas rádios. 

Insight
Em 2012, lançamento CD "Quando Chega a Noite". Lançamento do videoclipe “Te Vivo”.Vídeo musical Brasileiro com recorde de visualizações em menos de 24h no YouTube. “Você de Mim Não Sai”, tema da novela "Avenida Brasil". 

A Consagração
Em 2013, gravação DVD "O Nosso Tempo É Hoje". Luan Santana canta a Oração de São Francisco para o Papa Francisco. Luan Santana se apresenta em Tóquio no Brazilian Day Japão. Recorde de público. Uma das 30 personalidades mais influentes do país segundo a revista "Forbes".

A Realização
Em 2014, Luan Santana canta ao lado de Roberto Carlos. Luan é o primeiro cantor brasileiro a atingir a plateia de 1 milhão de inscritos no Youtube. Luan grava “Bailando” parceria com o cantor Enrique Iglesias. Volta a ser uma das 30 personalidades mais influentes do país pela revista "Forbes".

Vibe Total
Em 2015, lançamento DVD "Luan Santana Acústico" com 300 mil cópias vendidas em um mês. “Tudo Que Você Quiser” é o vídeo musical mais assistido por brasileiros na década do YouTube. Luan entra na lista 30 jovens abaixo de 30 da revista "Forbes Brasil - Os Jovens Prodígios do Brasil". “Escreve Aí”, tema da novela "I love Paraisópolis". "Escreve Aí" aponta há 20 semanas em primeiro lugar nas rádios e se aproxima dos 60 milhões de visualizações em menos de cinco meses.

Luan Santana em números
·      Mais de 4 milhões de cópias vendidas 
·      15 participações especiais (Entre elas com Enrique Iglesias, Maná, Florida Georgia Line, Belinda, Ivete Sangalo, Zezé Di Camargo e Luciano, Claudia Leitte) 
·      Mais de 30 milhões de seguidores nas redes sociais
·      5 CDs e 4 DVDs
·      6 Discos de Platina Duplo e 1 Disco de Ouro em Portugal
·      Mais de 1500 shows realizados
·      50 prêmios recebidos (Nacionais e internacionais)
·      19 músicas de trabalho - todas alcançaram o primeiro lugar nas rádios

quinta-feira, 30 de julho de 2015

.: Tiago Barbosa, um perfil do melhor "Simba" do mundo

Do Morro do Vidigal para os palcos paulistas - Tiago Barbosa

Após deixar os problemas sociais em sua história no Morro do Vidigal, o ator e cantor Tiago Barbosa provou para os paulistanos que veio para ficar.

Tiago ganhou visibilidade e atraiu a atenção dos produtores após ser considerado o melhor "Simba" do mundo, no musical "O Rei Leão". Essa afirmação foi pronunciada pela diretora americana Julie Taymor, responsável pelo casting e qualidade artística dos renomados musicais pelo mundo. Esse momento de emoção da diretora foi registrado e noticiado pela ABC News nos EUA.

Atualmente Tiago está em cartaz com o musical "Mudança de Hábito", em São Paulo, e vive uma singular história com a arte. Sua meta principal é consolidar o seu nome nos palcos brasileiros e estudar as propostas internacionais que surgiram após o relato de Taymor. Tiago Barbosa busca, a partir de seu talento e versatilidade, realizar outro sonho: um espaço na teledramaturgia e no cinema nacional.

Tiago Barbosa, de 30 anos, é carioca, filho de pais envolvidos com a música, e respira arte desde os cinco. De São João de Meriti, é formado em pedagogia e cursava fonoaudiologia quando precisou interromper os estudos e se mudar para São Paulo a trabalho. Possui um currículo profissional de alto nível, o que inclui entre suas diversas atividades já exercidas, destaques como o cargo de vocalista do grupo musical “Samba de Alta”, preparador vocal do renomado grupo de teatro da ONG “Nós do Morro”- localizada no Morro do Vidigal -, uma passagem bem sucedida pelo reality show “Ídolos", edição 2012, exibido pela Rede Record de Televisão – onde recebeu inúmeros elogios dos jurados e foi um dos mais fortes candidatos, chegando ao TOP 8 da atração. Ainda em 2012, estreou no mundo do teatro musical, onde encarou uma grande responsabilidade: protagonizar o maior espetáculo da Broadway e da Disney, “O Rei Leão”.

Tiago foi escolhido com emoção pela criadora e diretora-geral do musical, Julie Taymor, para dar vida ao personagem Simba, e foi considerado por ela o melhor intérprete, entre todas as montagens já realizadas no mundo. No universo do gênero, o vídeo de sua audição foi, e ainda é, um dos mais conhecidos e emocionantes.


Tiago Barbosa ficou em cartaz durante dois anos com o espetáculo “O Rei Leão". Considerado “o marco da Broadway” e o “novo marco de São Paulo”, a produção, que estreou em março de 2013, realizou mais de 500 apresentações e foi vista por 455 mil espectadores nos primeiros nove meses da temporada, se despedindo ao final de 2014. 

Sua atuação como o jovem leão, lhe rendeu ainda a indicação de "Melhor Ator Revelação" na segunda edição do Prêmio Bibi Ferreira (2014), o único que premia exclusivamente os profissionais de teatro musical na cidade de São Paulo. Na mesma época, Tiago foi homenageado na 12ª edição do Troféu Raça Negra por sua “Trajetória da Vida”, o que inclui seu destaque na cultura e sua contribuição para a arte.

Atualmente está em cartaz no musical “Mudança de Hábito”, a divina comédia da Broadway, onde interpreta o capanga TJ e explora uma veia cômica até então desconhecida pelo público por seus trabalhos anteriores. Em paralelo, ele se prepara para lançar ainda em 2015 a sua carreira de cantor, com o show “Na Estrada”, onde apresentará um repertório variado, incluindo canções autorais, e que transitará de forma cronológica por experiências pessoais e profissionais.


quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

.: Aliados: Tudo sobre a banda santista

Mais do que acordes bem tocados, letras com conteúdo e muita atitude no palco, a banda Aliados se tornou um elo entre milhares de fãs que seguem juntos com a mesma filosofia. Com letras cheias de atitudes positivas, a banda de rock vem se destacando no cenário musical, agregando, com isso, cada vez mais fãs, que lotam as casas por onde se apresentam.
A banda foi formada em novembro de 2000, em Santos, e inicialmente se chamava Aliados 13. Na atual formação, integram o vocalista Fildz, o baterista Rafa Borba, o baixista Oliver Kivitz e o guitarrista Gugu Golzi. 

Desde o início, o nome “Aliados”   teve o objetivo de demonstrar a essência da banda, a cumplicidade entre os integrantes, traduzidas nas letras repletas de positividade e inspiração, revelando verdadeiros hinos do bem e da paz.
A primeira demo teve produção de Thiago Castanho que, na época, por estar fora da banda Charlie Brown Jr., acabou participando, também como músico, e se juntando aos Aliados, como músico, até 2003. 

O primeiro CD, “Aliados 13”, foi lançado em 2002. A primeira música de trabalho foi “Sem Sair do Lugar”, foi veiculada nas principais rádios do Brasil e teve o videoclipe exibido na MTV Brasil e na Multishow. Já a segunda canção, “Sorrindo”, integrou a trilha sonora do seriado infanto-juvenil “Malhação”.
O segundo CD, “Dose Certa”, foi lançado em 2004, e o sucesso do single “Seria” levava a banda para o mesmo caminho do sucesso conquistado com o primeiro trabalho. Mas um câncer nos rins do vocalista, Fildz, interrompeu temporariamente a trajetória da banda, que ressurgiu, após a superação da doença, com o CD e DVD independente “Te Encontro Por Aí”.  

Em 2008, lançaram o quarto CD, uma coletânea com as regravações das principais músicas dos três primeiros discos, acrescida de cinco músicas inéditas. Um ano depois, os Aliados gravam a abertura da série “Beijo, me Liga”, do canal Multishow, e tem a música “Direto no Assunto”, anexada à trilha sonora do mesmo programa.

Em 2010, com a presença de cinco mil pessoas, a banda lança o DVD “Somos Todos Nós”, gravado em Santos e, no mesmo ano, lançaram o CD “5º  Elemento”, produzido por Tadeu Patolla, que vem sendo divulgado pela turnê que os Aliados tem realizado por diversas cidades do Brasil. 


Os vídeos da banda, no canal oficial do YouTube, já passaram de dois milhões de visualizações, tornando a banda um fenômeno virtual. Tanto que, apostando nesta força, lançaram pelo Itunes a música “Esperança” , nas versões original e acústica, cuja renda é revertida para o apoio às crianças com câncer que fazem parte da instituição Casa Ronald McDonald, em São Paulo. 

Entre os fãs famosos, está Marcos Mion. “Dá para identificar a música dos Aliados nos primeiros acordes, eles são capazes de juntar das ‘patricinhas’ aos ´jiu-jiteiros’. É magnético vê-los no palco! São capazes de levar a plateia da loucura às lágrimas, de uma música para outra. Raras vezes vi isto na minha vida”, conta o apresentador, que dirigiu o clipe da música “Águas Passadas” e atua nele, ao lado da atriz Thayla Ayalla.

A música integra o CD “5º Elemento”, e o clipe foi gravado no porto abandonado de Guatrujá e em Alphaville, São Paulo. 

terça-feira, 14 de outubro de 2014

.: Perfil do artista plástico Armando Sendin

Por Gisela Kodja
Em outubro de 2014

O artista plástico Armando Sendin, brasileiro radicado na Espanha, fez da Pinacoteca Benedicto Calixto herdeira do seu acêrvo pessoal. O artista plástico assinou o termo de doação em solenidade realizada recentemente e que contou com a presença de autoridades, artistas, da imprensa e do público em geral. Neste ato, Sendin transferiu para o museu santista 127 quadros e 51 cerâmicas, obras que representam cada fase da sua trajetória profissional. 

Não se trata de obras que sobraram das exposições realizadas ao longo do tempo, pelo mundo todo. Segundo Armando Sendin, a cidade onde passou parte da infância e a adolescência já estava nos seus planos. “A cada nova coleção, eu separava um trabalho para o meu acervo particular que, para mim, já tinha destino certo: seria doado para Santos, a cidade que melhor me acolheu, no Brasil”, diz o artista.

Para a presidente da Fundação Pinacoteca Benedicto Calixto, Silvia Teixeira Penteado, “é uma iniciativa que valoriza a Pinacoteca e que vai contribuir de forma inestimável com a política de desenvolvimento de coleções do museu”. 

O projeto de construção do Museu de Arte Moderna da Pinacoteca Benedicto Calixto, de autoria do arquiteto Paulo Mendes da Rocha, foi o grande responsável pela decisão de Armando Sendin. Segundo ele, Santos precisa de uma grande centro cultural, que tenha condições de apresentar exposições importantes e espera que, quando o prédio estiver pronto, “as novas gerações possam conhecer o meu trabalho e que ele contribua com o trabalho de formação público que vem sendo desenvolvido pelo museu".

Aos 89 anos, Armando Sendin está de volta a sua fase abstrata e continua produzindo com entusiasmo. Sem saber precisar exatamente, este artista que pintou freneticamente e realizou exposições anuais ao longo de toda a sua carreira, imagina ter pintado cerca de 5 mil quadros. Quase todas as suas obras foram vendidas, sendo algumas para colecionadores santistas engajados nos movimentos culturais da época. “ Nas décadas de 70 e 80, o CCBEU  mantinha uma galeria pioneira, com papel de destaque na difusão da arte brasileira e era uma plataforma importante para a revelação de jovens artistas. Além de fazer parte do corpo de jurados do Salão Jovem Primeira Mão, também fiz várias individuais que aproximaram o meu trabalho do público local”, lembra Sendin.


Sobre  Armando Sendin
Filho de espanhóis, Sendin nasceu em 1925 no Rio de Janeiro e, nos últimos anos, vive e trabalha na Espanha.Em 1940, cursou a Escola de Belas Artes de Priego na Espanha. Ao retornar ao Brasil, fez Filosofia na Universidade de São Paulo, entre 1945 a 1949. “Me aproximei dos grandes pensadores para tentar entender o mundo, mas saí da faculdade com a certeza de que jamais saberia muito sobre qualquer coisa”, reconhece.

Em 1950, estudou estética, com Bogumil Jasinowsky, na Universidade do Chile. Como bolsista do governo francês, aprofundou os conhecimentos na Sorbonne, com mestre Souriau e, ainda na França, trabalhou com Gensoli na Manufatura Nacional de Sevres. Durante esta temporada na Europa, também teve e a chance de desenvolver pesquisas com o ceramista Zuloaga e técnicas de cerâmica de origem oriental com Guardiola e com Gonzalez-Marti, mestres espanhóis que estavam em evidência, naquela época.

De volta ao Brasil, Armando Sendin montou um studio no bairro das Perdizes, em São Paulo, onde deu aulas de pintura, cerâmica, escultura e desenho em seu estúdio, de 1964 a 1974.

Como artista, Sendin se define de uma maneira totalmente pessoal, sem atribuir influência a nenhuma tendência ou escola leitura, pela experiência. Procuro ser contemporâneo em tudo e, é por isso, que a minha  arte tem variado com o tempo”, explica. A obra de Armando Sendin passou da abstração à figuração, da figuração ao hiperrealismo e, daí, para um hiperrrealismo muito particular, estilo com o qual ganhou visibilidade e projeção, ao conquistar o primeiro prêmio da 12ª Bienal Internacional de São Paulo, em 1984.

A vida fora do Brasil
“Saí do Brasil com uma mágoa tremenda”, declarou públicamente, e pela primeira vez, Armando Sendin. “Os artistas contestaram o meu prêmio, acusando o júri internacional de não ter passado por todas as salas da Bienal. Eles fizeram um abaixo assinado que foi entregue ao jornal O Estado de São Paulo. O protesto foi publicado na mesma página em que o diário trazia uma grande matéria elogiando a minha arte”, desabafa.

Ao saber do que havia acontecido na Bienal de São Paulo, a União Panamericana convidou Sendin para uma apresentação individual, em sua sede, nos Estados Unidos, que teve uma repercussão fantástica. “Passados mais de 40 anos, eu resolvi falar sobre o fato, razão pela qual eu fui viver no estrangeiro”.  

Terminada a exposição no museu norte-americano, Sendin viajou para a Espanha a passeio, para conhecer as galerias e os centros culturais, entre eles, o Museu de Arte Contemporânea de Sevilha, o segundo em importância, depois do Museu do Prado. Naquela visita, Sendin foi convidado a fazer uma exposição que mudaria o curso da sua vida. Mesmo morando na Espanha, o artista nunca se desligou do Brasil. Entre os compromissos pelos países do mundo, sempre havia espaço para exposições nas capitais brasileiras.

sábado, 27 de setembro de 2014

.: José Luiz Tahan, o perfil do idealizador da "Tarrafa Literária"

O acaso levou o livreiro e editor José Luiz Tahan a iniciar na profissão. Aos 18, vivendo uma dura fase financeira com a família, conseguiu seu primeiro emprego na livraria "Iporanga", graças a um mal entendido com o recado de uma vizinha. Era frequentador do espaço desde menino, quando comprava quadrinhos, e aos poucos foi crescendo na profissão até tornar-se sócio do negócio.

Quando começou como balconista em outubro de 1990 as livrarias eram diferentes. A memória era humana, não havia internet, nem megastores. Os best-sellers reinavam meses, sem descontos agressivos depois de uma semana à venda.

A tradicional livraria santista decidiu encerrar o negócio – e com ele todos os negócios do complexo. Do fim da "Iporanga" nasceu a "Realejo", criada por Tahan e construída com a filosofia e o aprendizado adquiridos. Buscava trazer escritores a Santos, para aproximá-los de seus leitores. O primeiro livro da futura editora foi viabilizado também em seu balcão, num bate-papo com o grande ponta esquerda do Santos, Pepe, enquanto folheava o jornal da cidade.

Quando a "Realejo" surgiu, já começou repleta de experiências, porém com o mercado e os leitores em transformação. As livrarias precisavam crescer para competir com livrarias de rede, e os estoques estavam aumentando, juntamente com os catálogos, que chegavam agora por consignação, tirando do livreiro a liberdade de escolha. 

Por três anos, a "Realejo" chegou a ter uma filial em um shopping da cidade, mas a crise e a experiência exigiram foco e a segunda loja foi fechada. Tahan considerou que o caminho era concentrar-se em gerar conteúdo e usar a experiência de ter trazido para a sua cidade centenas de autores por mais de duas décadas. E assim nasceu a o festival Tarrafa Literária em 2009. 


Tahan vive numa livraria de rua, atendendo leitores, publicando livros e realizando desde lançamentos na livraria até um grande festival que celebra e festeja o encontro do leitor com seus escritores preferidos. Esse conjunto de ações formam a identidade do inquieto livreiro.

domingo, 2 de janeiro de 2011

.: Dossiê Nelson Rodrigues

Um guia de A a Z para você aproveitar melhor a obra do autor

Por: Helder Miranda

Em janeiro de 2011


Dossiê Nelson Rodrigues: No baú dos textos perdidos, um especial sobre o escritor e dramaturgo com tudo o que você precisa, ou não, saber sobre ele.


Caso você ainda não tenha lido O Anjo Pornográfico, de Ruy Castro, mas quer saber os fatos mais curiosos e interessantes de sua biografia, o Resenhando preparou um resumão para você. Da cultura inútil, aos dramas familiares e à vida como ela é. Delicie-se com este enredo rocambolesco, que não passa de vida real!

• É o quinto filho dos catorze que do casal Maria Esther Falcão e Mário Rodrigues. 

• Quando tinha quatro anos, uma vizinha, Dona Caridade, invade a casa dele e diz para sua mãe: "Todos os seus filhos podem freqüentar a minha casa, menos o Nelson." Como ninguém entendesse a razão, ela afirmou que vira o menino aos beijos com sua filha Odélia, de três anos. 

• Aos 14, perdeu a virgindade com uma prostituta da rua Benedito Hipólito, as que ficavam em melhor ambiente, eram as mais bonitas e cobravam mais caro. 

• Mais tarde, criou um tabloide de quatro páginas intitulado Alma Infantil, que surgiu da correspondência com seu primo Augusto Rodrigues Filho, que não conhecia pessoalmente e morava em Recife. Depois de cinco números e muitos ataques a políticos pernambucanos e cariocas, desistiu do jornal.

• Teve uma irmã, Dorinha, que morreu aos nove meses, em setembro de 1927, de gastrenterite. Abandonou, neste ano, a terceira série do ginásio no Curso Normal de Preparatórios e nunca mais voltou à escola.

• Publica artigos a partir de fevereiro de 1928, todos com grande sensibilidade poética. O lado fúnebre só apareceu na crônica de 16 de março, "O rato..." em que conta como viu o bicho morto, achatado por um carro, em frente à Biblioteca Nacional.

• Sob a alegação de que um dos Rodrigues era o mandante do assassinato do argentino Carlos Pinto, repórter de A Democracia, o tenente-coronel Carlos Reis manda a polícia prendê-los. Foram todos presos, menos Nelson, que escapou por não estar no Rio, em viagem para o Recife, única forma encontrada pela família para tentar livrá-lo da depressão em que se encontrava. 

• Em 26 de dezembro de 1929 o jornal estampa matéria, na primeira página, sobre o desquite de Sylvia e José Thibau Jr. Foi a fórmula encontrada para o diário não sair sem assunto, após o natal. No dia seguinte, pela manhã, Sylvia entra na redação da Crítica procurando por Mário Rodrigues. Como não o encontrou, pede para falar com seu filho Roberto e lhe dá um tiro no estômago. Nelson testemunhou a cena, aos 17 anos. 

• Roberto faleceu no dia 29. Milton, o mais velho, ia para o porão do palacete, antigo território de Roberto, apagava as luzes e ficava horas no escuro. Nelson, chorava. Joffre, de catorze anos, ganhou do pai um revólver e passou a andar armado pela cidade à noite. Se encontrasse Sylvia, a mataria.

• Dois meses depois da morte de Roberto, Mário Rodrigues falece de encefalite aguda e hemorragia. A família se muda para outra casa em Copacabana. No mesmo dia em que Nelson completava 18 anos, Sylvia era absolvida.

• Com 21 anos, já havia arrancado todos os dentes e posto dentadura. 

• Vai para Campos do Jordão cuidar da tuberculose. Passou lá de abril de 1934 a junho de 1935. Durante esse período, só os irmãos Milton e Augustinho foram visitá-lo, uma só vez. 

• Em abril de 1936, Joffre, com 21 anos, foi levado para o Sanatório em Correias, no Rio de Janeiro, com tuberculose. Nelson ficou ao lado do irmão durante sete meses, até ele falecer.

• Em 1937, após muita conversa, Roberto Marinho concordou em contratar Elza Bretanha como secretária de Henrique Tavares, gerente de O Globo Juvenil. Na época, a redação só tinha homens. Nelson se aproxima de Elza, expõe sua má situação financeira e de saúde, e propõe casamento. 

• Volta a ser internado por tuberculose e, nos quatro meses em que fica isolado, demonstra seu lado ciumento. Vivia atormentado e, na volta, terminou o noivado. O coração, no entanto, falou mais forte do que o infundado ciúme e voltaram a marcar a data do casamento, contrariando a mãe da noiva e o patrão de ambos.

• Dia 29 de abril de 1940, sem externar qualquer anormalidade, Elza saiu para trabalhar, mas foi para a casa de uma amiga, onde trocou de roupa e se casou no civil, diante do juiz. Depois, foram comemorar tomando uma média com torrada na leiteria "Palmira". Voltaram para O Globo Juvenil e trabalharam normalmente. Haviam acertado, por vontade de ambos, que a noite de núpcias só aconteceria após o casamento religioso.

• Os irmãos de Elza ficaram sabendo e falaram até em matá-lo. Nelson alugou uma casinha no Engenho Novo, comprou móveis de segunda mão. Mário, o irmão, deu ao casal a cama e a penteadeira. Finalmente a sogra permite e o casamento religioso acontece em 17 de maio. Para se casar, com quase 28 anos, ele precisou ser batizado, fazer a primeira comunhão e estudar catecismo.

• Após seis meses de casamento, certa manhã Nelson acorda e comunica a Elza que estava cego. Não enxergava nada. Descobriu, indo ao médico, que se tratava de uma seqüela da tuberculose. Tomou muito anti-inflamatório, melhorou, mas 30 por cento de sua visão estava perdida para sempre, nos dois olhos. Apesar do estado de penúria em que se encontravam, o focalizado pediu a Elza que deixasse o emprego quando se casassem. Logo que pode comprou um telefone e ligava para ela de hora em hora. Saudades ou ciúme? 

• No meio do ano de 1941 escreveu sua primeira peça, A mulher sem pecado. Nessa época as peças ficavam, no máximo, duas semanas em cartaz. Nelson oferece sua peça para dois grandes artistas de então: Dulcina e Jaime Costa, mas eles a recusam. O autor, necessitando de dinheiro, começou a se mexer: submeteu a peça a Henrique Pongetti, Carlos Drummond de Andrade e ao crítico Álvaro Lins. Mas não conseguiu encená-la.

• Nasce Joffre, seu primeiro filho. O autor, por ordens médicas, não podia ficar perto do filho. Descobre que foi premiado com uma úlcera do duodeno. O médico lhe prescreve regime alimentar e manda que ele pare de tomar café e de fumar, coisa que nunca fez. 

• Em 9 de dezembro de 1942, A mulher sem pecado foi levada à cena pela "Comédia Brasileira", com direção de Rodolfo Mayer, no Teatro Carlos Gomes, no Rio de Janeiro. Lá ficou por duas semanas e não teve repercussão nenhuma perante o público. Alguns críticos e amigos elogiaram, e isso bastava ao autor.

• Em janeiro de 1943 Nelson escreve sua segunda peça teatral: Vestido de Noiva. Elza, sua mulher, fez mais de vinte cópias datilografadas para serem entregues a jornalistas, críticos e amigos. O primeiro a receber foi Manuel Bandeira. Ele gostou. Como outros, escreveu sobre ela e elogiou. Os jornais e suplementos falavam sobre Vestido de Noiva mas o autor não conseguia encená-la. Todos diziam que era uma peça que exigia cenário complexo e teria custo muito alto. Só Thomaz Santa Rosa, um pernambucano ex-funcionário do Banco do Brasil, cantor lírico, desenhista, músico e poeta, achou que era possível. Falou então com um polonês recém-chegado ao Brasil: Zbigniew Ziembinski.

• De agosto de 1959 a fevereiro de 1960, milhares de leitores acompanharam a história de Engraçadinha e sua família em "Asfalto Selvagem". Foram publicados dois livros, intitulados "Engraçadinha — seus amores e seus pecados dos doze aos dezoito" e "Engraçadinha — depois dos trinta".

• Apresentado por sua irmã Helena, Nelson conhece Lúcia Cruz Lima, que logo passa a ser sua namorada. Só que desta vez a coisa era séria. Casada e bem casada, mãe de três filhos, ela logo se apaixona, deixa o marido e volta a viver com os pais. Ele demora dois anos para se separar de Elza. Seus amigos Otto Lara Resende, Fernando Sabino e Cláudio Mello e Souza ficam chocados. Nos primeiros meses de 1963 nada impedia a separação do autor. Já havia alugado um pequeno apartamento e Lúcia estava grávida. Após um almoço de despedida, após o qual Elza tentou suicidar-se, ele partiu de malas e bagagens para o apartamento de sua mãe. Ia ficar lá uns tempos até acertar tudo.

• Nelson escreveu para Walter Clark a primeira novela brasileira de todos os tempos: "A morte sem espelho". Apesar do grande elenco — Fernanda Montenegro, Fernando Tôrres, Sérgio Brito (que também respondida pela direção), Ítalo Rossi, Paulo Gracindo (que estreava na TV), música de Vinícius de Moraes — não foi autorizada a sua apresentação às oito e meia da noite. Foi empurrada para o horário das vinte e três e trinta. Walter Clark apelou, sem sucesso, até para D. Helder Câmara. Conseguiu, finalmente, autorização para o horário das dez horas, que não compensava financeiramente. Nelson foi convidado a encerrá-la rapidamente.

• Ficou claro nesse episódio que o problema era o nome do autor. Na sua novela seguinte, "Sonho de Amor", em 1964, seu nome apareceu mas ela foi anunciada como 'uma adaptação de "O Tronco do Ipê"', de José de Alencar". Sua última novela para a TV foi "O Desconhecido", com direção de Fernando Tôrres e Jece Valadão, Nathalia Timberg, Carlos Alberto, Joana Fomm e outros mais, que só foi liberada graças ao poder de convencimento de Walter Clark.

• Nessa época é chamado por Carlos Lacerda, ocasião em que é informado da criação da Editora Nova Fronteira. Lacerda, que o malhou por tanto tempo, pediu-lhe um romance e deu-lhe um cheque de dois milhões de cruzeiros. Era algo em torno de novecentos dólares, mas para quem estava pendurado, foi ótimo. Ele escreveu "O Casamento". Quando Lacerda leu o livro, ficou assustadíssimo Era um carnaval de incestos e perversões às vésperas de um casamento. Vendeu-o para Alfredo Machado, da Editora Eldorado. O livro vendeu 8.000 exemplares nas primeiras duas semanas de setembro de 1966, empatando com as vendas do novo romance de Jorge Amado, "Dona Flor e seus dois maridos". A morte de seu irmão, Mário Filho, impediu por algum tempo que ele fizesse a divulgação da obra. Quando reanimou, o livro teve sua venda proibida pelo ministro da Justiça, Carlos Medeiros Silva. Sua venda foi liberada novamente em fevereiro de 1967.

• Indignado com o apoio dado pelo jornal "O Globo" à proibição da venda de seu romance, Nelson começa a estudar sua mudança para o "Correio da Manhã". Avisa que não pode deixar a TV Globo e, para sua alegria, é informado que não precisaria deixar nem o jornal "O Globo". O que o "Correio" queria dele eram as suas "Memórias". A estréia ocorreu em 18 de fevereiro de 1967 em grande estilo. Fez um sucesso enorme.

• 1970 marca o início dos anos duros da ditadura militar no Brasil. Nelson, conhecido e admirado pelos militares, luta para tirar da prisão Hélio Pellegrino e Zuenir Ventura. Com mais de 57 anos, ele se sentia desgastado, sem espaço — seu apartamento vivia lotado de enfermeiras por causa de sua filha, enfim, era chegada a hora de se separar de Lúcia, o que ocorreu sem traumas.

• Logo em seguida vai morar com Helena Maria, que era 35 anos mais nova que ele, e que trabalhava com ele no jornal. Em 1972 começa nova luta: seu filho, Nelsinho é um dos terroristas mais procurados pelas forças armadas. "Prancha" (seu codinome) foi apanhado em 30 de março de 1972. Dois anos antes, quando seu filho já vivia na clandestinidade, Nelson consegue com o presidente da República, Gal. Medici, que ele saísse do país. Nelsinho não aceita o privilégio. O drama de Nelsinho se desenrolava longe dos olhos do autor. Apesar disso, face a seu prestígio e contatos com os militares, era muito procurado para ajudar pessoas em apuros com o regime militar. De 1969 a 1973 ele teve participação ativa na localização, libertação ou fuga de diversos suspeitos de crimes políticos. Após a prisão de Nelsinho, começa a luta para localizá-lo e procurar mantê-lo vivo, pois a tortura corria solta.

• Nelson Rodrigues faleceu na manhã do dia 21 de dezembro de 1980, um domingo. No fim da tarde daquele dia ele faria treze pontos na loteria esportiva, num "bolo" com seu irmão Augusto e alguns amigos de "O Globo". Dois meses depois, Elza cumpriu o seu pedido — de, ainda em vida, gravar o seu nome ao lado do dele na lápide, sob a inscrição: "Unidos para além da vida e da morte. É só".

Baú: Livros curiosos de Nelson Rodrigues que todo leitor deveria conhecer 

A cabra vadia (Companhia das Letras) – A seleção de artigos escritos para o jornal "O Globo" em 1968 dá continuidade ao "Óbvio Ululante". Com seu humor habitual, o jornalista pernambucano comenta a agitada vida política e cultural do ano de 1968. 

A menina sem estrela (Companhia das Letras) – Em oitenta capítulos, o escritor e dramaturgo conta sua vida em detalhes. A "menina sem estrela" que dá título à publicação é Daniela, sua filha cega. A série de lembranças foi publicada entre 18 de fevereiro e 31 de maio de 1967 no "Correio da Manhã", ao mesmo tempo em que Nelson mantinha a coluna "À Sombra das Chuteiras Imortais" em "O Globo" e participava de programas de TV na Rede Globo. 

A mentira (Companhia das Letras) – Na trama, Doutor Maciel é obcecado pela filha Lúcia, caçula de quatro irmãs. Ao revelar que está grávida, a adolescente Lúcia causa um "terremoto" familiar. Este foi o primeiro folhetim assinado sem pseudônimo por Nelson Rodrigues e, também, seu primeiro romance. Foi escrito em 1953, mesmo ano em que escreveu a peça "A falecida". Em diálogos rápidos, as reviravoltas se sucedem no melhor tom folhetinesco. 

Não se pode amar e ser feliz ao mesmo tempo (Companhia das Letras) – Durante seis meses no "Diário da Noite", Nelson Rodrigues escreveu uma coluna feminina intitulada "Myrna escreve". Escondido pelo pseudônimo, respondia às cartas das leitoras que pediam conselhos amorosos. Como era de se esperar, dava conselhos típicos da irônica filosofia "nelson-rodrigueana", exagerava na submissão feminina e baseava-se no bordão "amar é sofrer".

Nelson Rodrigues: Teatro Completo: Volume Único, Sabato Magaldi (Nova Aguilar) – Os prefácios dos quatro tomos, por Sábato Magaldi, constituem uma obra à parte. Amigo de Nelson Rodrigues, o estudioso fez novas divisões não puramente cronológicas - peças psicológicas, míticas e tragédias cariocas, que têm orientado praticamente toda a pesquisa feita sobre a obra do dramaturgo.

Baú de Nelson Rodrigues (Companhia das Letras) – Fruto de uma pesquisa de sete anos feita pelo diretor teatral Caco Coelho, o livro compila os melhores textos do início da atividade do então repórter e crítico, que já trazem seu estilo inconfundível e antecipam personagens e procedimentos de obras posteriores de ficção e teatro. 

Profeta Tricolor: Cem anos de Fluminense (Companhia das Letras) – Coletânea com mais de setenta crônicas organizadas por Nelson Rodrigues Filho, sobre a paixão do pai pelo Fluminense.

Remador de Ben-Hur: Confissões Culturais (Companhia das Letras) – Trata-se das crônicas inéditas publicadas originalmente em jornais e revistas entre 1957 e 1979. São textos sobre cultura, música, literatura e comportamento. 

Peças teatrais: A Mulher Sem Pecado (1941), Vestido de Noiva (1943), Álbum de Família (1946), Anjo Negro (1947), Senhora dos Afogados (1947), Dorotéia (1949), Valsa nº.6 (1951), A Falecida (1953), Perdoa-me Por Me Traíres (1957), Viúva, Porém Honesta (1957), Os Sete Gatinhos (1958), Boca de Ouro (1959), Beijo no Asfalto (1960), Otto Lara Resende ou Bonitinha, Mas Ordinária (1962), Toda Nudez Será Castigada (1965), Anti-Nelson Rodrigues (1973) e A Serpente (1978).

Telenovelas: A Morta no Espelho (TV Rio, 1963), Sonho de Amor (TV Rio, 1964) e O Desconhecido (TV Rio, 1964).

 Filmes: Somos Dois (1950), Meu Destino é Pecar (1952), Mulheres e Milhões (1961), Boca de Ouro (1962), Meu Nome é Pelé (1963), Bonitinha, Mas Ordinária (1963), Asfalto Selvagem (1964), A Falecida (1965), O Beijo (1966), Engraçadinha Depois dos Trinta (1966), Toda Nudez será Castigada (1973), O Casamento (1975), A Dama Do Lotação (1978), Os Sete Gatinhos (1980), O Beijo no Asfalto (1980), Bonitinha, mas ordinária (1980), Álbum de Família (1981), Engraçadinha (1981), Perdoa-me por Me Traíres ( 1983) e Boca de Ouro (1990).

Sobre o Autor: Amor em segredo - As histórias infiéis que vivi com meu pai, Nelson Rodrigues, Sônia Rodrigues, Editora Agir, Rio de Janeiro, 2005.
Flor de obsessão: as 1000 melhores frases de Nelson Rodrigues, "Companhia das Letras", São Paulo, 1997, seleção e organização: Ruy Castro.
Nelson Rodrigues - Dramaturgia e Encenações, Sabato Magaldi, Editora Perspectiva/USP, São Paulo, 1987
Nelson Rodrigues - Expressionista, Eudinir Fraga, Ed. Atelier, S.Paulo.
Nelson Rodrigues, meu irmão, Stella Rodrigues, José Olympio Editora, Rio, 1986.
Nelson Rodrigues: Flor de Obsessão, Carlos Vogt e Berta Waldman, Editora Brasiliense, São Paulo, 1985.
Teatro brasileiro moderno, Décio de Almeida Prado, Editora Perspectiva/USP, São Paulo, 1988
Teatro de Nelson Rodrigues: uma realidade em agonia, Ronaldo Lima Lins, Editora Francisco Alves/MEC, Rio, 1979

Top 5 das Frases de Nelson Rodrigues

“Há na aeromoça a nostalgia de quem vai morrer cedo. Reparem como vê as coisas com a doçura de um último olhar”.
“Acho a velocidade um prazer de cretinos. Ainda conservo o deleite dos bondes que não chegam nunca”.
"Sou um menino que vê o amor pelo buraco da fechadura. Nunca fui outra coisa. Nasci menino, hei de morrer menino. E o buraco da fechadura é, realmente, a minha ótica de ficcionista. Sou (e sempre fui) um anjo pornográfico."
“O amor bem-sucedido não interessa a ninguém”.
“Ou a mulher é fria ou morde. Sem dentada não há amor possível”.
“Tudo passa, menos a adúltera. Nos botecos e nos velórios, na esquina e nas farmácias, há sempre alguém falando nas senhoras que traem”.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

.: Dossiê Nicole Kidman, atriz

Moulin Rouge: Nicole Kidman em cena


Do Havaí ao cinema hollywoodiano

Por: Mary Ellen Farias dos Santos

Em fevereiro de 2008


Nicole Kidman: Um pouco da história de vida da camaleoa do cinema norte-americano.



Em de 20 de junho de 1967, em Honolulu, no Havaí nascia Nicole Mary Kidman (não me pergunte o que é este Mary, ok!), a famosa atriz de dupla cidadania -  norte-americana e australiana (por ser filha de australianos nascida no Havaí), chegou ao estrelato usando somente dois de seus três nomes: Nicole Kidman.

Na época do nascimento da camaleoa do cinema norte-americano (que já teve a cabeleira loura, ruiva e morena, curta, média e longa nas telonas), sua família morava no Havaí, sendo que logo se mudaram para Washington, DC. Ainda, pequena, quando Nicole estava com três anos, a família voltou para Sydney. Eis que nos anos 80, aos 16 anos, a estrelinha da atriz começou a querer brilhar.

Seguindo uma carreira mesclada entre cinema de televisão nos EUA e na Austrália, ainda em filmes menores, Nicole teve a oportunidade de mostrar seu talento em "Terror a Bordo". O longa de 1989, com Billy Zane e Sam Neill, é uma história de suspense e terror sobre um casal de velejadores que resgata um sobrevivente de naufrágio em alto mar.

Eis que o primeiro passo havia sido dado. A carreira de Nicole entrou em ascensão quando fez o filme "Dias de Trovão" (1990), com, o então quase queridinho da América, Tom Cruise. À partir deste longa um forte elo foi criado entre os dois e logo os pombinhos oficializaram a união e juntos adotaram duas crianças.

Junto com Cruise trabalhou no sensual e misterioso "De Olhos Bem Fechados" do consagrado cineasta Stanley Kubrick. Nem tudo que é belo dura para sempre e Tom e Nicole, casados por dez anos, separam-se. Apesar das inúmeras fofocas na TV e declarações confusas de Tom Cruise à imprensa, Nicole não se deixou abater.

Muito pelo contrário, tudo caminhou em direção ao sucesso profissional da ex de Cruise. Resultado: o musical "Moulin Rouge - Amor em Vermelho" (2001) somente mostrou todo o talento da atriz, que injustamente ficou sem o Oscar, abocanhando a estatueta dourada no ano seguinte, em "As Horas" (2003), por melhor atriz. 

Ela que atualmente está casada com Keith Urban e grávida do cantor, tem uma estrela na Calçada da Fama, localizada no número 6801 do Hollywood Boulevard. Agora desfrute do talento desta beldade e corra até uma locadora para conferir a longa lista de filmes de Nicole Kidman, uma "norte-americana-australiana"!


PRÊMIOS E INDICAÇÕES:
Oscar de Melhor Atriz por As Horas (2003) 
3 Globos de Ouro de Melhor Atriz:
- Comédia/Musical, por Um Sonho Sem Limite (1995) e Moulin Rouge - Amor em Vermelho (2001)
- Drama, por As Horas (2002)
Indicação ao Globo de Ouro de Melhor Atriz - Drama, por Reencarnação (Rebirth) (2004) 
MTV Movie Awards de Melhor Atriz, por Moulin Rouge - Amor em Vermelho (2001) 
Urso de Prata de Melhor Atriz no Festival de Berlim, por As Horas (2002) 

Filmografia
A Bússola de Ouro (The Golden Compass, 2007) 
Invasores (The Invasion, 2007) 
Happy Feet (Happy Feet, 2006) (voz) 
A Pele (The Fur: An Imaginary Portrait of Diane Arbus, 2006) 
A Feiticeira (Bewichtched, 2005) 
A Intérprete (The Interpreter, 2004) 
Mulheres Perfeitas (The Stepford Wives, 2004) 
Reencarnação (Birth, 2004) 
Revelações (The Human Stain, 2003) 
Cold Mountain (2003) 
Dogville (2003) 
As Horas (The Hours, 2002) 
O Quarto do Pânico (Panic Room, 2002) (voz) 
A Isca Perfeita (Birthday Girl, 2001) 
Os Outros (The Others, 2001) 
Moulin Rouge - Amor em Vermelho (Moulin Rouge, 2001) 
De Olhos Bem Fechados (Eyes Wide Shut, 1999) 
Da Magia à Sedução (Practical Magic, 1998) 
O Pacificador (The Peacemaker, 1997) 
Retrato de Mulher (The Portrait of a Lady, 1996) 
Batman Eternamente (Batman Forever, 1995) 
Um Sonho sem Limites (To Die For, 1995) 
Malícia (Malice, 1993) 
Minha Vida (My Life, 1993) 
Um Sonho Distante (Far and Away, 1992) 
Billy Barthgate - O Mundo a Seus Pés (Billy Bathgate, 1991) 
Dias de Trovão (Days of Thunder, 1990) 
Flirting (1990) 
Bangkok Hilton (1989) (minissérie de TV) 
Terror a Bordo (Dead Calm, 1988) 
Emerald City (1988) 
The Bit Part (1987) 
Room to Move (1987) (TV) 
Une Australienne à Rome (1987) 
Windrider (1986) 
Dança nas Sombras (Watch the Shadows Dance, 1986) 
Vietnam (1986) (minissérie de TV) 
Archer (1986) 
Archer's Adventure (1985) 
Wills & Burke (1985) 
'Five Mile Creek' (1984) (série de TV) 
Matthew and Son (1984) (TV) 
BMX Bandits (1983) 
Prince and The Great Race (1983) 
Bush Christmas (1983) 
Chase Through the Night (1983) (TV) 

.: Dossiê Josh Hartnett, ator

"Eu sempre quis sair (pelo mundo) e ver o que havia por aí... o que me define é a sede de viajar!" - Josh Hartnett

Por: Mary Ellen Farias dos Santos

Em fevereiro de 2008


Um jovem ator de voz rouca e um sinal no pescoço que leva muitas garotas à loucura. Encantador? Sim. Contudo, Josh não traz somente beleza, mas também talento na atuação. Conheça um pouco mais de Josh Hartnett!



Um namorador de 29 anos que não gosta de receber tal rótulo, muito menos quando as estampas dos jornais afirmam que ele sabe fazer a "fila andar" em sua vida sentimental. A última "namorada" do astro é a cantora Rihanna, de 19 anos. Ela assumiu o seu relacionamento com o ator ao jornal inglês “The Mirror”. A cantora do hit “Umbrella” disse que estaria mentindo se dissesse que eles não são mais do que amigos.

HISTÓRIA: O conquistador de corações, Joshua Daniel Hartnett, mais conhecido como Josh Hartnett, nasceu em São Francisco, Califórnia, no dia em 21 de Julho, de 1978. Ainda cedo sua estrela começou a brilhar: começou a carreira em 1997 na série televisiva Cracker. Eis que as portas começaram a se abrir para o garoto que chama a atenção por sua bela aparência.

Aproveitando as oportunidades, o moço de rosto bonito passou a atuar em papéis secundários e em comerciais. A grande chance no cinema foi o de interpretar o papel principal no longa de terror, "Halloween H20: 20 Anos Depois", em 1998.

O ator estado-unidense, apesar da descendência sueca, tem São Francisco como terra natal e foi criado em St. Paul, estado de Minnesota. Passou a maior parte de seu crescimento com o pai e a madrasta, Molly, com quem foi criado, pois com o divórcio dos pais, a mãe de Josh preferiu retornar para São Francisco.

Ainda no colegial, estudou na mesma classe da atriz Rachael Leigh Cook. Na escola, Josh jogava no time de futebol americano, mas abandonou o esporte após sofrer uma lesão no joelho esquerdo. Após a fama, o vegetariano decidiu deixar o caos de Los Angeles e, em março de 2002, voltou a morar em Minnesota.

Em 1999 Josh foi escolhido pela revista Teen People como uma das 21 Estrelas Mais Quentes Com Menos de 21 Anos. Passados alguns anos, em 2002, a mesma publicação o elegeu como uma das 25 Estrelas Mais Quentes Com Menos de 25 Anos. No mesmo ano ele entrou na lista das 50 Pessoas Mais Bonitas do Mundo, publicada anualmente pela revista People.

Josh também deu o ar de sua graça em alguns clips musicais: Playground Love do Air, trilha sonora de As Virgens Suicidas e no vídeo-clip There You'll Be da cantora Faith Hill, a música-tema do filme Pearl Harbor. O ator, que mede 1,90 m de altura, pretende trabalhar atrás das câmeras, pois criou uma produtora de filmes, a Roulette Entertainment, juntamente com o ator Elden Henson.

ROMANCE: Este é um capítulo à parte quando o alvo é Josh Hartnett, pois o currículo amoroso do moço é um tanto que grandinho, constando até famosas, como as atrizes Scarlett Johansson, Julia Stiles e Helena Christensen.

A última da vez é a cantora Rihanna. Uma das primeiras aparições do casal aconteceu no Total Request Live, da MTV, sendo que a boate Pink Elephant serviu de cenário para muito namoro e bebida. É claro que Josh disfarçou e afirmou não conhecê-la.

No entanto, o ator que revelou o seu desejo de ter uma família no futuro e três filhos, acabou sendo desmentido pela queridinha do cantor Jay-Z. "Ele é tão quente. É um doce para mim. Quando nos abraçamos, nos sentimos bem. É tudo muito novo.” 

NOVO PROJETO: Josh Hartnett esteve no foco de fotógrafos durante passeio pelas ruas de Park City, em Utah. O que ele fazia por lá? Esteve na cidade que acontece o Festival de Cinema de Sundance, para promover, August, seu novo longa. O festival que reúne os cineastas independentes dos Estados Unidos foi fundado pelo ator e diretor Robert Redford e, com o passar dos anos, virou palco de cineastas, atores e atrizes ainda pouco conhecidos. 

PREMIAÇÕES: Recebeu uma indicação ao MTV Movie Awards de Melhor Ator, por "Pearl Harbor" (2001); Recebeu uma indicação ao MTV Movie Awards de Melhor Revelação Masculina, por "Halloween H20 - 20 Anos Depois" (1998); Recebeu uma indicação ao Framboesa de Ouro de Pior Dupla, por "Pearl Harbor" (2001). 

INSUCESSOS: Josh Hartnett fez testes para um papel no filme Duelo de Titãs (2000), um drama estrelado por Denzel Washington, mas não foi aprovado.


Filmografia

The Prince of Cool (2008) 
I Come with the Rain (2008) 
August (2008)
30 Dias de Noite (2007)
Resurrecting the Champ (2007) 
A Dália Negra (2006) 
Xeque-Mate (2006) 
Sin City: A Cidade do Pecado (2005) 
Loucos de Amor (2005) 
Paixão à Flor da Pele (2004) 
Divisão de Homicídios (2003) 
40 Dias e 40 Noites (2002) 
The Same (2001) 
Falcão Negro em Perigo (2001) 
Jogo de Intrigas - O (2001) 
Pearl Harbor (2001) 
Ricos, Bontios e Infiéis (2001) 
Blow Dry (2001) 
Member (2001) 
Seu Amor, Meu Destino (2000) 
As Virgens Suicidas (1999) 
Prova Final (1998) 
Debutante (1998) 
Halloween H20: 20 Anos Depois (1998) 
Cracker (1997) série de TV 

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

.: Dossiê Autran Dourado, escritor

"A única maneira de saber se você tem talento é escrevendo." - Autran Dourado

Por: Mary Ellen Farias dos Santos

Em agosto de 2007


Um escritor e novelista que mostra a verdade sobre a vida e ressalta que neste mundo nada é definitivo.


As produções de um excelente escritor não são encontradas nas "páginas amarelas". Talvez por meio da indicação de um bom amigo ou pelo próprio impulso de conhecer o novo. Eu, infelizmente, conheci Autran Dourado somente na Pós-Graduação em Literatura. O fascínio pelo autor não foi algo imediato, mas ao ler cada palavra "dourada" pude perceber a importância deste autor brasileiro e o quanto havia perdido, antes de conhecê-lo melhor.

Autran Dourado, isto é, Waldomiro Autran Dourado nasceu em Patos de Minas, Minas Gerais, no ano de 1926. Estudante de Direito em Belo Horizonte, publicava contos e artigos em jornais de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. Integrou o grupo de jovens mineiros que criaram a revista Edifício em 1945.

Formou-se em Direito, em 1954, quando se mudou para o Rio de Janeiro, onde mora há mais de 40 anos. Foi secretário de Imprensa do Presidente Kubitschek de 1955 a 1960. Este grande ficcionista dos anos de 1960 e 70 possui mais prêmios e honrarias do que qualquer outro escritor brasileiro. 

Atualmente, conta com vários livros traduzidos e trinta teses de mestrado e doutorado sobre sua obra, no Brasil e no exterior. Entre suas grandes obras está o livro de contos, Solidão, solitude (1972), além dos romances importantes como Uma vida em segredo (1964), filmado pela cineasta Suzana Amaral, A barca dos homens (1961), Ópera dos mortos (1967), O risco do bordado (1970) e Os sinos da agonia (1974).

O romance Ópera dos mortos foi escolhido pela Unesco para integrar a Coleção de Obras Representativas da Literatura Universal e Os sinos da agonia, adotado para os exames de Agregação das Universidades Francesas. Estas obras envolvem uma linguagem obsessivamente trabalhada, principalmente pelo fato da revelação de mundos espectrais e doentios em que os indivíduos são arrastados pela forças dos instintos rumo à destruição.

Ópera dos mortos: Neste romance há um sobrado decadente da família Honório Cota. Nele, vive Rosalina, a última remanescente de uma estirpe em extinção, acompanhada apenas de uma empregada muda, Quiquina, e de um agregado, Juca Passarinho. A paixão erótica que a patroa nutre por Juca Passarinho é proporcional ao desprezo que ela vota a esse subalterno social. Todavia a gravidez da orgulhosa Rosalina surge como um golpe terrível na vida dos três, desencadeando o crime e a loucura.

Os sinos da agonia: De acordo com o crítico Flávio L. Chaves, em Os sinos da agonia “a vida das criaturas está cifrada numa sucessão labiríntica que vai do adultério ao assassinato, da ambição dissimulada à loucura e ao suicídio, das secretas intrigas familiares à delação pública. Autran Dourado escreveu o romance da traição”. Contudo, a ação transcorre na Vila Rica do século XVIII, mas a circunstância histórica (a decadência da sociedade aurífera) é meramente circunstancial. Este não é apenas um romance histórico e sim de uma narrativa voltada para a análise e o contraste dos caracteres individuais, especialmente os de Malvina e os de Gaspar. 

Prêmios: Autran Dourado já recebeu vários prêmios no Brasil, inclusive um na Alemanha, o Prêmio Goethe de Literatura. Em agosto de 2000, recebeu o Prêmio Camões pelo conjunto de sua obra, prêmio atribuído anualmente ao melhor autor de língua portuguesa. A Rocco está reeditando as obras selecionadas e revistas pelo autor, entre romances, contos e ensaios. As capas das reedições são feitas especialmente pelo gravurista Ciro Fernandes.

Para Autran Dourado "tudo é literatura, mesmo a filosofia, pois nenhum de seus problemas foi até hoje resolvido". Em entrevista ao site Guia do Livro, o escritor disse que "a única maneira de saber se você tem talento é escrevendo" .


 Novo livro: O Senhor das Horas é composto por duas novelas e quatro contos inéditos, protagonizados por personagens que vêem suas vidas em retrospecto, isto é, uma sucessão de perdas - da infãncia, da inocência, da virgindade, da juventude, da mulher amada, das tradições. Todos fazem parte de um passado distante. Autran Dourado pega o leitor pela mão e o faz acompanhar vidas movimentadas e sonolentas, algumas bem-vividas outras desperdiçadas, longas e breves. Embora O Senhor das Horas nada tenha de erótico, o sexo é tema constante nas páginas da obra, como por exemplo, há um coronel que prefere seduzir suas serviçais a satisfazer a libido de sua belíssima esposa.



Obras publicadas
A barca dos homens, romance
Ópera dos mortos, romance
O risco do bordado, romance
Os sinos da agonia, romance
A serviço del-rei, romance
Tempo de amar, romance
Uma vida em segredo, romance
Novelário de Donga Novais, romance
Lucas Procópio, romance
Um artista aprendiz, romance
Monte da alegria, romance
Um cavalheiro de antigamente, romance
Ópera dos fantoches, romance
Confissões de Narciso, romance
Novelas de aprendizado, romance
Gaiola aberta, memorial
Solidão solitude, contos
Armas e corações, contos
As imaginações pecaminosas, contos
Violetas e caracóis, contos
Uma poética de romance: matéria de carpintaria, ensaio
Meu mestre imaginário, ensaio



Obras reeditadas pela Rocco
Ópera dos mortos, romance
Os sinos da agonia, romance
A barca dos homens, romance
O risco do bordado, romance
Um artista aprendiz, romance
Uma poética de romance: matéria de carpintaria, ensaio
Novelário de Donga Novais, romance
A serviço del-Rei, romance
As imaginações pecaminosas, contos



Obras editadas pela Rocco
Gaiola aberta, memórias 
O Senhor das Horas, novelas e contos

domingo, 1 de julho de 2007

.: Perfil: especial com escritor Walcyr Carrasco

"Quando comecei a escrever, me interessei pela vida das pessoas que, de alguma maneira tinham algum tipo de contradição com o mundo." - Walcyr Carrasco
Da Redação do Resenhando

Em julho de 2007


Um escritor e novelista que mostra a verdade sobre a vida e ressalta que neste mundo nada é definitivo.


A literatura é fonte de inspiração para a vida e vice-versa. Lugares distantes, amores proibidos, duelos de espadas e muitos outros temas são destaque em obras literárias que encantam aqueles que tem fome e muita sede de um bom livro.

Walcyr Carrasco, escritor de muitas obras literárias e de novelas de grande sucesso da Rede Globo, como por exemplo, Chocolate com Pimenta, Alma Gêmea, O Cravo e a Rosa e a da atual novela do horário das sete horas da noite, Sete Pecados, há 10 anos escreveu a história inquietante de uma jovem chamada Marcella. 

Ela, após sofrer um acidente de carro, fica paraplégica e passa a viver uma batalha cotidiana cheia de vitórias e novas formas de ver tudo o que cerca o mundo. Marcella é conhecida pelos leitores por meio de vários personagens que convivem ou tentam conviver com a garota. Juntos, familiares e amigos, descobrem o quanto é difícil perder, e o quanto é precioso aprender a ganhar. 

Ter vontade de viver é um item importantíssimo para todos que passam por variados problemas. É justamente nesta busca da realidade que o autor cria uma sadia e forte relação com a obra. Confira o relacionamento autor e obra de Estrelas Tortas!



"Há muito tempo, descobri que olhava o mundo como se cada coisa fosse definitiva. Como se a felicidade fosse definitiva, e a tragédia também. Mais tarde, quando comecei a escrever, me interessei pela vida das pessoas que, de alguma maneira, tinham algum tipo de contradição com o mundo. Pela vida de quem, enfim, não tem uma existência fácil. Em meus livros falo de aids, preconceito racial e das diferenças entre o modo de ser e o de viver, que é o caso de Estrelas Tortas, no qual me dediquei não só ao problema de uma menina que fica paraplégica, mas também ao impacto desse acontecimento nas pessoas que a cercam.
Para escrever o livro, falei com médicos e também com alguns paraplégicos. A extensão da paraplegia varia muito. Há pessoas que perdem os movimentos do corpo inteiro. Um rapaz me impressionou muito: paraplégico há quinze anos, com lesões muito graves, conseguiu reaprender alguns movimentos básicos, casou-se e trabalha para sustentar a família.

Nessa convivência não só com os paraplégicos mas com todas as minhas personagens, que, por assim dizer, não tem vida fácil, aprendi muito. Verifiquei, por exemplo, que existem dois tipos de problema. Um é o problema em si, que pode ser desde uma lesão física a uma crise financeira; o outro é a forma como a pessoa encara as coisas. 

Para alguns, pequenas tragédias se tornam grandes, tal a incapacidade de enfrentar qualquer adversidade. Para outros, grandes problemas são enfrentados com leveza e otimismo. E é a maneira de enfrentá-los que muda tudo. Felicidade e tragédia não são, assim, definitivas. São situações que dependem de cada um para serem atingidas ou superadas.

Em Estrelas Tortas, quis falar da vida de uma paraplégica, mas quis mostrar, também, como todos nós somos livres para voar. Só quem tem força interior supera as dificuldades do dia-a-dia e brilha, enfim, como estrela."
Walcyr Carrasco


Fonte: Livro Estrelas Tortas, de Walcyr Carrasco. Editora Moderna.
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