Atire a primeira pedra quem nunca, em algum momento da vida, torceu para que a Branca de Neve não mordesse a maçã que a madrasta-bruxa lhe deu nem ficou se perguntando como João, no alto do seu pé de feijão, derrotaria o gigante. Os contos de fadas começaram a ser coletados com mais intensidade em diversos países na época do Romantismo, como uma maneira de resgatar as histórias contadas pelo povo ao longo de séculos.
Adriana Moura e Paulo Rezzutti pretenderam, com o livro "O Pássaro de Fogo e Outros Contos de Fadas Russos", apresentar um pouco desse mundo tão rico e pouco conhecido no Brasil, cujos temas são universais e continuam atuais. A edição limitada e em capa dura lançada pela Leya Brasil, mostra algumas características peculiares dos contos de fadas russos.
Muito menos conhecidos no ocidente, eles têm características próprias, como a forte ligação com a natureza, na qual o inverno, por exemplo, é personificado num ser que pode ser bom ou mau, dependendo da forma como se lida com ele. As mulheres, por sua vez, são muito menos passivas, e delas depende o seu próprio caminho. As famosas matrioshkas russas, bonecas de madeira que se encaixam umas dentro das outras, simbolizam, entre outras coisas, a imortalidade por meio da maternidade, sendo a última boneca, geralmente, um bebê.
Essa imagem pode ser vista em contos antigos como em "A Princesa Sapo", no qual a alma do bruxo Koschei, o Imortal, se encontra escondida dentro de um receptáculo, que está dentro de outro, e outro, e outro. Como na série "Harry Potter", a alma do vilão não está dentro dele, de modo que não pode ser morto num confronto direto, levando o herói a uma busca. Lançamento previsto para 15 de outubro. A edição limitada tem capa dura e assinatura dos autores. Você pode comprar o livro neste link.
Sobre os autores Adriana Moura e Paulo Rezzutti são leitores vorazes, desde que se lembram. Acabaram se tornando pesquisadores minuciosos, apaixonados pela história e pela literatura, entendendo e mostrando como a literatura pode revelar e ensinar muito da história. Com o talento de “contador de história” e compromisso com a pesquisa já revelados em muitos livros, como os da coleção "História Não Contada", sobre D. Pedro I, D. Leopoldina, D. Pedro II, entre tantos outros, Paulo Rezzutti, o vencedor do Prêmio Jabuti 2016 na categoria Biografia, encontrou na jornalista, tradutora e pesquisadora Adriana Moura uma parceira à altura. Os dois se dedicaram à tarefa de seleção dos contos e à pesquisa das suas inúmeras edições, a fim de apresentar ao leitor uma tradução apurada e deliciosa.Vamos às histórias!
Making of em quatro episódios sobre a trajetória das atrizes e o nascimento das Five prepara os fãs para a estreia da série no Globoplay. Fotos: Fábio Rocha
Enquanto não chega a estreia de "As Five" no Globoplay, os fãs das cinco amigas de "Malhação: Viva a Diferença" terão a oportunidade de mergulhar no universo de Keyla (Gabriela Medvedovski), Lica (Manoela Aliperti), Ellen (Heslaine Vieira), Benê (Daphne Bozaski) e Tina (Ana Hikari) e de suas intérpretes através do "Making Five", o making of que faz uma viagem ao passado mostrando a formação do grupo, a escolha das protagonistas e o sucesso por trás da novela que ganhou o Emmy Kids Internacional em 2018.
Dividido em quatro episódios – cada um com 25 minutos -, "Making Five" tem direção artística de Fabricio Mamberti, que também é o criador do projeto, ao lado de Marcel Souto Maior. A estreia no Globoplay é nesta quinta-feira, dia 24, com o episódio "Origem". A iniciativa surgiu logo após a live "Revelação", realizada em agosto, que anunciou nas redes sociais a data de estreia do spin of "As Five", marcada para 12 de novembro.
Com a grande repercussão entre os fãs, Fabrício acreditou que uma abordagem mais profunda sobre as protagonistas e o processo de criação da série seria o aquecimento ideal para o público entrar no clima enquanto aguarda a chegada da série original Globoplay à plataforma. “O ‘Making Five’ mostra a força da série e das atrizes tanto como figuras públicas quanto nos bastidores. Traz um pouco sobre a personalidade de cada uma delas e suas origens. Elas são jovens talentosas, muito engajadas e inspiradoras, o que explica a comoção que causam no público”, observa ele.
Além dos depoimentos das cinco atrizes, "Making Five" também conta com as participações do autor Cao Hamburger, de Paulo Silvestrini, diretor de "Malhação: Viva a Diferença", e do produtor de elenco Guilherme Gobbi. “O nosso objetivo era mostrar além da trajetória das atrizes, a construção de um produto e as pessoas que estão por trás deste sucesso”, conta o diretor. "Making Five" foi dividido em quatro episódios: "Origem", "Personas" (8 de outubro), "Bastidores" (22 de outubro) e "Contagem Regressiva" (5 de novembro), que serão disponibilizados na plataforma a cada 15 dias.
Em "Origem", imagens inéditas dos testes de elenco, a preparação, as primeiras gravações, além de registros de arquivo pessoal das atrizes relembram as trajetórias das cinco atrizes até a produção de "Malhação: Viva a Diferença". No episódio "Personas", o foco são as cinco atrizes e as personagens com seus sonhos, lutas, características e fragilidades. Em seguida, "Bastidores" acompanha o processo de construção e transformação das personagens desde a adolescência em "Malhação: Viva a Diferença" até o início da vida adulta, na série "As Five". E, para encerrar, "Contagem Regressiva" traz os fãs como protagonistas. A mobilização nas redes sociais, a live "Revelação" e "as Five" como porta-vozes da Geração Z. Além das protagonistas, autor e diretor, falam sobre a expectativa para a série e os desdobramentos da nova fase de "As Five".
Para Marcel Souto Maior, o diferencial de "Making Five" é o mergulho na jornada de cada atriz e de suas respectivas personagens. “Fizemos o cruzamento de suas histórias de vida e visões de mundo com os desafios e dilemas enfrentados por suas personagens em ‘Malhação: Viva a Diferença’ e agora, na faixa dos 22 anos, na série ‘As Five’", explica. Ao mesclar imagens inéditas e depoimentos emocionantes, pontuados por sequências icônicas da temporada de "Malhação" e cenas do que vem por aí, ‘Making Five’ é mais que um ‘esquenta’ para os fãs antes da estreia da série: “O resultado é também um retrato dos sonhos e desafios da Geração Z, formada por milhões de jovens, que seguem as Five - as atrizes e personagens -, como inspiração e referência”, conclui.
Com mais de 40 horas de material gravado, Juliana Neves, editora e parceira criativa do projeto, foi a responsável pela construção da narrativa de "Making Five" a partir das entrevistas conduzidas por Fabrício e Marcel. “São depoimentos emocionantes, imagens de bastidores e de arquivos pessoais das atrizes, o que ajudou a construir uma narrativa que nos faz mergulhar no universo das personagens e conectar o espectador com a essência das Five”, conta.
Em um dos depoimentos, Cao Hamburger lembra o processo de seleção das cinco protagonistas. “‘Malhação’ é a oportunidade de lançar novos talentos do entretenimento. Tínhamos a missão de encontrar, além de cinco atrizes, talentos com a qualidade de estrelas”, lembra. Durante o processo, Paulo Silvestrini, diretor de "Malhação: Viva a Diferença", relembra a bateria de testes e as primeiras gravações. “Este grupo que elas foram capazes de criar e montar diz muito a respeito da natureza do projeto. Traz a celebração dessas diferenças e da possibilidade incrível que é o convívio entre elas”, conclui.
As atrizes também revelam como a aprovação para a novela marcou uma nova fase na trajetória profissional de cada uma. “Saí de Minas Gerais muito pequena e determinada porque eu queria aparecer na televisão como a Taís Araújo em ‘Da Cor do Pecado’”, recorda Heslaine Vieira. O sonho da atuação também marca Gabriela Medvedovski desde a infância. “A vontade de investir na atuação surgiu quando eu, ainda criança, fui assistir a um musical no teatro. Ali percebi que era o que eu desejava fazer”, lembra.
Manoela Aliperti, a Lica, também já dava sinais desde pequena de que a arte determinaria sua vida adulta. “Nunca tinha pensado em ser atriz, mas sempre fui uma criança criativa. Minha mãe notou isso e fui parar nas aulas de teatro. Depois disso, tudo fez sentido pra mim”, conta Manoela, que foi a primeira das Five a ser escolhida. Daphne Bozaski, intérprete de Benê, avalia a força da personagem na história. “Ela é uma menina que representa todas as pessoas que já se sentiram alguma vez diferentes. Benê é a liga para essas amigas estarem juntas”, define. Para Ana Hikari, a temática principal que envolve o grupo é algo universal. “O fato de ter a amizade como forma mais bonita de amor é o que faz as Five serem as Five”, define.
"Making Five" é um making of em quatro episódios sobre as Five, grupo de amigas que protagonizou "Malhação: Viva a Diferença" e que inspira os fãs na ficção e por trás das câmeras, criado por Fabrício Mamberti e Marcel Souto Maior, com direção artística de Fabrício Mamberti.
Após 26 edições remotas, o programa da TV Cultura começa uma retomada gradual das entrevistas presenciais. A atriz Maria Ribeiro, intérprete de Fernanda Young no espetáculo "Pós-F" é a convidada. Foto: Nathalie Bohm
Nesta terça-feira, dia 29, o #Provoca recebe a atriz, escritora e diretora Maria Ribeiro. A conversa marca o início da retomada gradual das entrevistas presenciais do programa. Após apresentar 26 edições remotas, devido à pandemia, Marcelo Tas volta a receber, quando possível, alguns convidados em estúdio - priorizando sempre a segurança dos entrevistados e equipe.
No #Provoca, Maria Ribeiro fala de família, política e militância. "Eu sou uma pessoa de paixões e eu estou muito cansada com o Brasil. Você saber que existe uma luta de classes no Brasil, que existe uma desigualdade, que existe o racismo, ainda mais agora no tempo do Bolsonaro... Eu não poderia viver se eu não estivesse lidando com isso na minha vida o dia inteiro", conta Maria.
A atriz, que está em cartaz com a peça "Pós-F" (crítica neste link), baseada em um livro de Fernanda Young, também comenta sobre sua relação com a amiga - falecida em 2019. Quando perguntada por Marcelo Tas se Fernanda aprovaria o espetáculo e a homenagem, ela diz: "Eu acho que ela ia gostar muito, acho que ela está feliz". O programa inédito vai ao ar às 22h15, na TV Cultura e no canal oficial do #Provoca no YouTube. Realização: Fundação Padre Anchieta, Secretaria Especial da Cultura, Ministério do Turismo e Governo Federal - Lei de Incentivo à Cultura.
Fora da Globo, Renato Aragão foi parar no "MasterChef". O episódio com o ex-Trapalhão vai ao ar na próxima terça-feira, dia 29, e contará com oito novos cozinheiros amadores, que entram na cozinha mais disputada do país para tentar conquistar o cobiçado troféu. No primeiro desafio da noite, os participantes encaram mais uma Caixa Misteriosa dos Famosos. Dessa vez, Renato Aragão, o eterno Didi Mocó, sugere uma receita regional de feijão verde com características bem nordestinas. O prato, que traz muitas lembranças de sua infância, leva vários ingredientes representativos do Brasil, como o coentro e o maxixe.
Os outros participantes do 12° episódio desta temporada são: a atriz Juliana Silveira, protagonista de "Floribella", pede um cardápio que costumava comer todo domingo: carne assada, arroz e batatas coradas. Já a cantora Elza Soares indica uma iguaria que remete às suas origens: um belo bobó de camarão. A musa da MPB ainda faz exigências que tornam o preparo ainda mais complicado. E, como a sobremesa não pode ficar de fora, coube ao cantor Dilsinho sugerir um irresistível pavê de chocolate, repleto de camadas. Todos os pratos demandam muito conhecimento e técnica. O tempo será apertado e a sorte vai definir com qual receita cada competidor irá ficar.
A prova decisiva já começa assustando os sobreviventes quando o chef Henrique Fogaça retira um frango inteiro debaixo da bancada. Muito consumida no Brasil, a proteína está presente tanto no dia a dia das pessoas, quanto em grandes clássicos da alta gastronomia. Por isso, os jurados vão exigir um prato "MasterChef" completo, com acompanhamentos e molho, onde o frango seja o grande protagonista. Para inspirar os cozinheiros, Fogaça mostra toda a técnica necessária para dividir as partes, como peito, coxa, sobrecoxa e asa. O ganhador do desafio anterior terá uma vantagem que pode mudar todo o rumo da competição.
O autor do melhor prato conquistará o 12º troféu do MasterChef 2020, além de ganhar R$ 5 mil do PicPay e doar a mesma quantia para o Instituto Caça-Fome, uma organização voluntária de São Paulo que monta e distribui cestas básicas e máscaras para famílias em situação de vulnerabilidade. O vencedor do episódio ainda será premiado com uma bolsa de estudos integral para graduação ou pós-graduação da Universidade Estácio, um dispositivo Echo e R$ 5 mil em compras no site amazon.com.br. A Brastemp também dará ao campeão um forno da linha Gourmand, digno de um chef, e a Tramontina oferecerá um jogo de panelas profissional e um Kit Chef de facas.
Em agosto, o Resenhando ganhou uma loja no Enjoei, o site de vendas mais divertido da internet, com novos produtos para venda no linkenjoei.com.br/resenhando. Os Resenhanders Helder Miranda e Mary Ellen Farias dos Santos disponibilizaram mais novidades incríveis a um precinho campeão.
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Em entrevista, o ator e dramaturgo Bruno Mazzeo fala sobre a nova leva de episódios de "Diário de Um Confinado" tem seis crônicas que estrearam no Globoplay. Fotos: Globo/Divulgação
“Está na hora de flexibilizar”. Este verso poderia ser incorporado à canção “Aa Uu”, dos Titãs, na trilha de abertura da segunda temporada de "Diário de Um Confinado". Os seis novos episódios da série, desta vez, exclusivos para o Globoplay, estrearam na plataforma na última sexta-feira, dia 25, e mostram o dia a dia de Murilo (Bruno Mazzeo), ainda cumprindo a quarentena mas, aos poucos, começando a – tentar – sair de casa.
A série, uma criação do casal Joana Jabace e Bruno Mazzeo, é escrita e protagonizada por ele e tem direção artística dela. A nova leva de crônicas conta com várias participações especiais: Letícia Colin, Tonico Pereira, Marcelo Novaes, Renato Góes, Luis Lobianco, Eduardo Sterblitch e Serjão Loroza, que se unem ao time já formado por Fernanda Torres, Joaquim Waddington, Débora Bloch, Renata Sorrah, Matheus Nachtergaele, Marcos Caruso e Lúcio Mauro Filho. Nesta entrevista, Bruno Mazzeo dá uma prévia de como serão os novos episódios e conta a quantas anda o ânimo de Murilo.
Conte um pouco como serão esses novos episódios.
Bruno Mazzeo - A gente começa agora a falar um pouco do mundo que vamos encontrar aí fora. Murilo vai ter um encontro com amigos – mas completamente dentro dos protocolos (risos). É uma coisa que todo mundo está sentindo muita falta. Ele vai passar também por uma coisa que eu passei e que muita gente passou, que é fazer o aniversário na quarentena. Murilo vai continuar com seus altos e baixos de humor e vai tentar dar esse passinho na flexibilização. Mas ele está mais neurótico. Quanto mais relaxamento vai tendo, menos o Murilo fica relaxado.
Você já falou que uma das coisas das quais mais tem sentido falta nesse tempo de isolamento são dos seus amigos e de fazer coisas simples com eles. Que outras situações serviram de inspiração para os novos episódios?
Bruno Mazzeo - Muita coisa! Às vezes, não é o assunto como um todo, mas tudo parte de sensações e vivências minhas ou da equipe, isso não tem jeito. E vai ter sempre, não dá para escapar e eu não conseguiria nem dizer coisas pontuais. Mas, pincelada por tudo, está a autobiografia.
Alguns personagens voltam, como a mãe, a terapeuta, a vizinha... E outros novos personagens chegam, como o tio, a ex-namorada, mais uma turma de amigos. São novamente pessoas com as quais vocês já têm algum tipo de parceria?
Bruno Mazzeo - Eu e Letícia (Colin) já íamos trabalhar juntos em um outro projeto, Joana também já a dirigiu e a adora. Tonico (Pereira) conheço há muitos anos. Renatinho (Renato Góes) é um amigo antigo, um cara que adoro. Acabamos caindo de novo um pouco nisso, de buscar pessoas próximas. O tempo de pré-produção é muito curto, então não daria para descobrir uma relação. Ainda bem que tenho vários amigos muito talentosos!
Fazer a primeira temporada foi uma maratona. Em cerca de um mês e meio todo o processo de escrita, filmagem, finalização e lançamento ficou pronto. Dessa vez vai ser assim também? Em qual timing vocês estão trabalhando?
Bruno Mazzeo - Vamos começar a gravar dessa vez com todos os episódios escritos, mas o cronograma está muito parecido com o da primeira temporada. Não é uma temporada com tantos episódios dessa vez (agora são seis, na primeira foram 12), mas porque eu achei que, se tomasse mais tempo para escrever, poderia perder algum timing. E significaria estrear depois, jogar tudo lá pra frente. E a precisão do tempo é algo que eu não queria perder. Achei que seis episódios dariam certinho para escrever, gravar e estrear logo. Sem contar que vamos enlouquecer um pouquinho menos (risos).
Vocês começam a sair um pouquinho mais para gravar, mas ainda tem uma boa parte das cenas em casa. Como vai ser a rotina de vocês?
Bruno Mazzeo - Tudo igual! Glauco (Firpo, diretor de fotografia) ocupou de novo o quarto do João, meu filho mais velho. Continuamos do mesmo jeito, só a gente, mas agora com a ajuda da nossa vizinha e amiga Débora Bloch. As externas são na esquina, em lugares bem próximos de casa. O programa não cresceu no sentido de produção. Tudo foi feito igualzinho, e viramos a vida de cabeça para baixo de novo (risos).
Como você se sente dando sequência às crônicas deste momento?
Bruno Mazzeo - Eu não esperava... achava que fôssemos ter uma primeira e única temporada, que não haveria mais assunto, por ser algo muito pontual. Mas foi tão legal, a repercussão foi tão boa. E, quando isso acontece, dá vontade de fazer mais. As pessoas pediram muito nas redes sociais. Este projeto todo foi muito emocionante. Quando pintou a proposta por novos episódios, algumas coisas estavam acontecendo de diferente, como esse princípio de flexibilização, então achamos que valia a pena dar essa sequência. Não dava para desperdiçar essa oportunidade. Estamos conseguindo ter assuntos novos em função disso.
Quais são as histórias da quarentena que você acha que ainda dá para contar mas que ainda não entraram na segunda temporada? Você tem outros temas na cabeça? Pode vir mais coisa por aí?
Bruno Mazzeo - Dessa vez eu encerrei o texto dizendo apenas “fim da segunda temporada”. Em "Cilada", na terceira temporada eu disse “acabou”. Durou sete. Na "Escolinha", na segunda temporada eu falei “acho que deu, né?”. Já estamos na sétima também. Eu não acerto muito esses prognósticos. Mas novos temas na cabeça, não tenho. A gente continua tendo as limitações do protocolo, flexibilizamos dentro do protocolo, não apelamos para um cenário muito diferente. Mantivemos a essência da série. A brincadeira foi essa e funcionou muito, então não quisemos perder isso de nenhuma maneira. Isso serviu já na concepção, no texto. Queríamos continuar sendo essa produção caseira, mas não amadora.
Iniciativa da Secretaria de Cultura e Economia Criativa com a Petra Belas Artes já exibiu 87 produções em 153 sessões desde o lançamento
Mais de 38 mil pessoas em cerca de 13 mil carros marcaram presença nas 153 sessões do Belas Artes Drive-in em seus primeiros três meses de atividade. Parceria do Memorial da América Latina, equipamento da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (SEC), com a Petra Belas Artes, a iniciativa surgiu como alternativa para a retomada de atividades culturais presenciais em tempos de isolamento social imposto pela pandemia da Covid-19. De acordo com o site Filme B, portal especializado no mercado de cinema no Brasil, o Belas Artes Drive-in é hoje o número 1 do País em taxa de ocupação, com 82,5% - a média aos finais de semana na Capital paulista antes da pandemia era de 60%. Até outubro, o Belas Artes Drive-In apresenta ainda filmes do Festival É Tudo Verdade, um dos mais importantes da América Latina.
Desde a estreia, em junho, com o filme Apocalipse Now - Final Cut, de Francis Ford Coppola, a telona de 15 metros do Memorial da América Latina já exibiu 87 produções nos mais variados estilos. A plateia pôde assistir desde clássicos, como Cinema Paradiso e Casablanca, a românticos, como As Pontes de Madison e Os Melhores anos de uma vida, passando pelo drama-suspense De Olhos Bem Fechados, de Stanley Kubrick. Também foram exibidos filmes de terror, comédia, documentário e até inéditos, como os brasileiros Macabro, de Marcos Prado, Três Verões, de Sandra Kogut (apresentado no Festival de Berlin deste ano) e o palestino Tel Aviv em Chamas, de Sameh Zoabi. Para o público infantil, foram oferecidas 12 opções de títulos, entre eles Laços, da Turma da Mônica, e a animação A Noiva Cadáver, de Tim Burton.
O presidente do Memorial da América Latina, Jorge Damião, avalia que o Cine Drive-in tem sido uma experiência bem-sucedida. A continuidade do programa depende da demanda a partir da reabertura completa dos espaços culturais. "Torço pra que seja um projeto permanente e se perpetue como mais uma opção de lazer de qualidade para a cidade", afirma.
Além de exibições do É Tudo Verdade, principal festival de documentários da América Latina, a programação do Belas Artes Drive-in traz em outubro e novembro filmes da 43ª Mostra Internacional de Cinema.
Cinema seguro: Sob orientação da área de saúde e do Centro de Contingência do Coronavírus do Governo do Estado de São Paulo, o Belas Artes Drive-in segue protocolos rigorosos de saúde, com regras de distanciamento social, higiene, limpeza de ambientes, comunicação e monitoramento. Entre os cuidados obrigatórios, estão a distância mínima de 1,5 metro entre pessoas e carros em todos os ambientes, máximo de quatro ocupantes por carro, compra via internet e exigência do uso de máscaras.
Para manter o distanciamento, o acesso ao áudio dos filmes é obtido por meio do rádio do carro, sintonizado via FM - o método de transmissão é um dos diferenciais do projeto. A posição dos carros em fila é organizada pela equipe do evento, que posiciona veículos maiores, do tipo utilitários, na lateral do espaço, para melhor visibilidade dos demais. Os banheiros disponibilizados durante a exibição possuem álcool gel e são higienizados a cada uso. A equipe é responsável pela organização dos espaços para que não haja nenhum tipo de aglomeração.
Serviço
Memorial da América Latina - Av. Auro Soares de Moura Andrade, 664 - Barra Funda
Sessões de terça a domingo
Horários definidos de acordo com a duração dos filmes
Ingressos e combos deverão ser adquiridos antecipadamente através do site do Petra Belas Artes
Capacidade para 100 carros
Para mais informações, programação completa e classificação indicativa dos filmes consulte o site: cinebelasartes.com.br
O relato de uma das maiores jornalistas da atualidade sobre as ameaças à liberdade de imprensa no Brasil e no mundo.
Em "A Máquina do Ódio", Patrícia Campos Mello discute como as campanhas de difamação podem ser consideradas uma nova forma de censura, terceirizada e difundida pelos exércitos de trolls patrióticos repercutidos por robôs no Twitter, Facebook, Instagram e WhatsApp ― cujas principais vítimas são jornalistas mulheres.
Dias antes do segundo turno da eleição de 2018, ela publicou a primeira de uma série de matérias sobre o financiamento de disparos em massa no WhatsApp e de redes de disseminação de notícias falsas, na maioria em benefício do então candidato Jair Bolsonaro. Desde então, a repórter se tornou alvo de violentos ataques intimidatórios por parte do chamado gabinete do ódio e de suas milícias digitais.
No livro "A Máquina do Ódio", Patrícia também acompanhou a utilização crescente das redes sociais nas eleições internacionais que cobriu: nos Estados Unidos, em 2008, 2012 e 2016; na Índia, em 2014 e 2019. À experiência de observadora do avanço dos tecnopopulistas e seu “manual para acabar com a mídia crítica”, somou-se a de protagonista involuntária no front de uma guerra contra a verdade.
Em meio à ascensão de governos exímios em manipular os fatos e no contexto da terrível pandemia de Covid-19, a imprensa tem uma oportunidade única de renascer. Relato envolvente de um dos capítulos mais turbulentos de nossa história recente, A máquina do ódio é também um manifesto em defesa da informação.
“Graças ao trabalho desbravador de algumas jornalistas, nós pudemos descobrir e entender como a internet contribuiu para propagar movimentos contrários à democracia. Dentre elas, destacam-se a indiana Rana Ayyub, a britânica Carole Cadwalladr e a brasileira Patrícia Campos Mello. É simples: se você quer entender os desafios atuais para a democracia no mundo, você precisa ler este livro”, afirmou Jason Stanley, professor de filosofia na Universidade Yale e autor de "Como Funciona o Fascismo".
“Para entender a natureza dos riscos que ameaçam a democracia brasileira hoje, é preciso seguir o rastro da conspiração digital que simula movimentos de apoio popular e fabrica ódio contra pessoas e instituições. O livro de Patrícia Campos Mello desvenda esse mundo das sombras com um texto envolvente e esclarecedor. Recomendo fortemente a leitura. E quanto antes, melhor”, completa a jornalista Miriam Leitão. Você pode comprar o livro neste link.
Criada pelo casal Nicole Marangoni (dramaturga, roteirista, diretora e atriz) e Eramir Neto (saxofonista e produtor musical), a primeira temporada com 10 episódios está disponível em todas as plataformas digitais. Segundo o portal Chartable, é o segundo podcast mais ouvido no gênero Kids & Family no Spotify
A personagem Dori, uma cachorra vira-lata, conduz o podcast para crianças "Meu Humano Saiu" no formato de programa de auditório. Dori aproveita que seus humanos saíram para comandar a atração que conta com interações, brincadeiras e entrevistas com insetos e animais diversos. A segunda temporada será lançada a partir do dia 4 de outubro, aos domingos e as entrevistas serão com os animais da região do Pantanal. A primeira temporada completa está disponível em todas as plataformas digitais.
O podcast cria um universo rico e lúdico, conduzido inteiramente pela personagem, estimulando a curiosidade, espontaneidade, imaginação e a expressividade infantil. Criado pelo casal Nicole Marangoni (que assina a dramaturgia, roteiro, direção e atuação) e Eramir Neto (saxofonista e produtor musical), Meu Humano Saiu é o primeiro podcast no formato de programa de auditório para crianças. Com situações engraçadas e desafios, o programa é um estímulo auditivo de interação e diversão que também ilumina a presença e graça dos cachorros “sem raça definida”.
Segundo Nicole, “o roteiro dialoga com as crianças com respeito e sabedoria valorizando a sua autonomia cognitiva”. Dori, a protagonista, conta também com a presença da maestrina pulga Sarah, que a cada episódio apresenta o som de um instrumento diferente e comanda a trilha original do programa - assinada por Eramir.
O casal se inspira em sua cachorra Dori, que foi adotada em 2013 e desde então acompanha Nicole e Eramir. “Grandes amizades e amor brotam a partir da nossa disponibilidade de receber e trocar e queremos através da personagem estimular mais pessoas e crianças a adotarem seus animais de estimação. A Dori é uma cachorra muito dócil e alegre e esperamos que o podcast transmita isso para quem ouvir”, justifica o casal que garante que a adoção foi a melhor coisa que fizeram.
Sinopse: “Meu Humano Saiu” é uma atração conduzida pela cadelinha Dori, que aproveita as saídas de seus humanos para utilizar os equipamentos eletrônicos e “cãmandar” um programa repleto de interações, brincadeiras e entrevistas com insetos e outros animais, além de contar com a “presença” ilustre da maestrina Sarah, a pulga, que a cada episódio apresenta o som de um instrumento diferente.
Na segunda temporada Dori entrevistará os animais do Pantanal.
Meu Humano Saiu
Duração: entre 12 e 15 minutos
Classificação livre: recomendado a partir dos 3 anos de idade
O charme especial do espetáculo "Uma Mulher Só", texto denso de 1977 escrito pelo casal Dario Fo e Franca Rame, é a alegria esfuziante de Martha Meola. O espetáculo pode ser assistido até este domingo, dia 27, às 17h, na plataforma Sympla. É um respiro para o Brasil e o mundo, que sofrem com a pandemia. No espetáculo e na vida, o contexto é o isolamento social obrigatório. Para muitos, o lar é um refúgio, mas para parte de algumas mulheres, ficar em casa pode representar também dores físicas, morais e risco de morte.
No monólogo "Uma Mulher Só", o lar de uma mulher isolada contra a vontade se torna palco para falar de um assunto tão contundente quanto a violência doméstica. A condição das mulheres, que parece não ter evoluído até hoje, também está em pauta. O que poderia ser um espetáculo extremamente pesado torna-se, inacreditavelmente, muito leve. A direção competente é de Marco Antônio Pâmio, que joga luz sobre um tema espinhoso e, aliado à graça de Martha Meola, trata tudo com certo otimismo. A protagonista está sem saída, mas leva o espectador a acreditar que, de uma hora para outra, tudo terminará bem, como uma metáfora para os que sobreviverem à pandemia.
A atualidade do texto não se dá apenas pelos assuntos serem o machismo e violência doméstica, o que por si só tornaria o espetáculo relevante, mas porque em 2020 a sociedade parece retroceder e o teatro é uma das respostas que podem fazer a diferença e trazer acalanto para quem discorda dos absurdos do mundo contemporâneo. Tratar de temas pesados com otimismo em uma peça que remete justamente o contrário não é apenas questão de talento e energia. Uma personagem que encara os desafios com pragmatismo e, até certo ponto, com bom humor, é um dos desafios de agora. Martha Meola se apresenta durante quase uma hora e o público não vê o tempo passar.
Na peça, a personagem está trancada em casa pelo próprio marido. Ela se alegra com a chegada de uma nova vizinha, de quem se torna amiga e confidente. Quer falar porque precisa de alguém que a ouça. Atarefada e relacionada à "Amélia", da música de Mário Lago que já simbolizou a mulher ideal na MPB, ela sente fome de viver. Esta personagem, com a necessidade urgente de falar, representa o que todos os que estão com o nó na garganta pensam. Pela plataforma Zoom (com acesso e ingressos à venda no Sympla), o espetáculo amplifica pensamentos e coisas que passariam despercebidos no dia a dia. Se pensarmos bem, ninguém está só. Basta um olhar atento e, se for preciso, gritar tão alto até que alguém ouça e estenda a mão.
Uma Mulher Só| 40 minutos (+15 minutos de debate após o espetáculo) | Drama| Apresentação em formato digital (como o som do espetáculo foi feito num esquema binaural, recomenda-se o uso de fones ao assistir para um melhor aproveitamento da experiência)| Até dia 27|Domingo, às 17h |Sinopse:trancada em sua casa pelo marido, uma mulher se alegra com a chegada de uma nova vizinha, de quem se torna amiga e confidente | Texto: Dario Fo e Franca Rame|Elenco:Martha Meola|Direção:Marco Antônio Pâmio|Ingressos:de R﹩ 10 a R﹩ 250 (vendas pelo Sympla)|Classificação:16 anos| Vendas online no site:https://www.sympla.com.br/uma-mulher-so--comedia-de-dario-fo__970505.