quinta-feira, 9 de setembro de 2021

.: Os Satyros estreiam "Cabaret Dada": dadaísmo x os dias de hoje


O espetáculo parte do estudo do Dadaísmo, movimento vanguardista do início do século XX, de protesto contra valores burgueses, nacionalistas e capitalistas, com espírito anárquico e caráter irônico, que surgiu motivado pelo panorama de destruição da Primeira Guerra Mundial  e da epidemia da gripe espanhola, que matou milhões de pessoas.  

O Cabaré Voltaire, berço dos Dadaístas, foi um espaço de resistência de artistas em Zurique, Suíça, onde escritores, poetas e artistas plásticos se encontravam para criar eprotestar. Hoje, 100 anos depois, os artistas se defrontam com uma pandemia e graves crises políticas, e  os Satyros investigam a conexão entre a vida dos artistas hoje e no tempo dos dadaístas, e quais os desafios atuais de se fazer arte.

"Cabaret Dada" é a terceira parte da "Trilogia Cabaret", iniciada por "Cabaret Stravaganza", em 2011, e continuada em 2016, com "Cabaret Fucô". Desde o início da pandemia, a cia Os Satyros já estreou 14 espetáculos de forma online, além do Festival Satyrianas, com mais de 400 atrações, se tornando uma das companhias mais ativas do momento, e referência em teatro digital. Por estes trabalhos digitais, já recebeu 6 prêmios e 14 indicações nacionais e internacionais. É  também uma das mais antigas e importantes em São Paulo - em 32 anos já são mais de 100 espetáculos em 27 países e mais de 100 prêmios, incluindo APCA, Shell, Mambembe, APETESP e Governador do Estado de São Paulo.

O espetáculo "Cabaret Dada", 15ª criação  da cia desde o início da pandemia, com dramaturgia  de Ivam Cabral e Rodolfo García Vázquez, e direção de Rodolfo García Vázquez, estreia online e ao vivo no dia 11 de setembro. No elenco,  dezenove artistas: Alessandra Nassi, Alex de Felix, Andre Lu, Anna Kuller, Beatriz Medina, Bruno de Paula, Cristian Silva, Dominique  Brand, Elisa Barboza, Felipe Estevão, Guilherme Andrade, Heyde Sayama, Ícaro Gimenes, Ingrid Soares, Julia Francez, Karina Bastos, Luis Holiver e  Vitor Lins. Há ainda a participação em vídeo  do ator Roberto Francisco, que ensaiava o espetáculo antes de falecer, ao final do mês de julho. 

Durante o processo, a equipe se debruçou sobre o Dadaísmo e suas relações na sociedade atual. Em cena nesse cabaré, obras de arte ganham vida própria, marionetes controlam e são controladas, cabeças se revoltam, corpo e palavra se ressignificam. 


Palavra do diretor
“Cabaré Voltaire foi um espaço de resistência de artistas em Zurique, na Suíça, no começo do século XX, há cem anos atrás, quando tinham enfrentado a primeira guerra mundial, e estavam enfrentando a epidemia da gripe espanhola, que matou milhões e milhões de pessoas pelo mundo todo, e tentavam dar algum sentido ao futuro e às próprias vidas.

Cem anos depois, os artistas se defrontam com graves crises políticas, revoluções sociais, enfrentamentos e uma grande pandemia que também está isolando e matando muito. Nós decidimos fazer uma correlação entre a vida que estamos levando hoje, como artistas, e a vida que os artistas levavam há cem anos atrás. O principio básico do espetáculo é esse - o que nos une aos dadaístas e o que nos separa deles, e quais são os desafios de fazer a arte no momento tão difícil.”, explica Rodolfo García Vázquez.


O dadaísmo
O dadaísmo é considerado a mais radical das vanguardas artísticas do século XX. O movimento dadaísta - ou dadá - tinha a ruptura como meta e “a destruição também é criação” como lema. A proposta dadaísta relaciona-se ao fim da estética, ou seja, à desvinculação da produção artística com aquilo que até então se entendia como arte. A proposta era a negação de todas as regras e de todas as tradições. A palavra “Dadá” significa nada – e, portanto, pode também significar tudo. 

A destruição causada pela Primeira Guerra Mundial  foi o motor principal para o movimento. Os artistas dadaístas franceses e alemães exilaram-se na Suíça, por não concordarem com o posicionamento de seus países de origem durante a guerra, e levaram para a arte esse protesto contra uma cultura e uma civilização incapazes de evitar o aniquilamento massivo, a desgraça e a ruína. A arte, portanto, deveria negar os valores vigentes, levantar a bandeira do absurdo e chocar, escandalizar, já que a ruína da guerra não parecia chocante o suficiente para que os governantes europeus cessassem fogo.


O Cabaré Voltaire
Clube noturno criado em fevereiro de 1916 em Zurique (Suíça), era dirigido pelo filósofo, poeta e romancista Hugo Ball e pela sua companheira, a cantora e poeta Emmy Hennings. Com o Cabaret Voltaire, surgia também, oficialmente, o Dadaísmo, movimento de vanguarda modernista. O grupo fundador desse movimento ficou conhecido pelo nome do clube. O espaço dava a escritores, poetas e artistas plásticos condições de liberdade artística e experimentação.  


Os Satyros na Pandemia
Desde o início do período de isolamento, com o advento da pandemia do covid-19, Os Satyros mergulharam no teatro digital, se tornando uma das companhias mais ativas durante esse momento. Já estreou 14 espetáculos de forma on-line, além de realizar o Festival Satyrianas no mesmo formato, reunindo mais de 400 atrações, das mais variadas expressões artísticas. Por estes trabalhos digitais, já recebeu 6 prêmios e 14 indicações nacionais e internacionais.

A primeira peça a ser pensada para a plataforma do Zoom, "A Arte de Encarar o Medo”, criada e apresentada em 2020, recebeu três montagens: as versões brasileira, afro-europeia e norte-americana, todas dirigidas e ensaiadas remotamente pelo diretor brasileiro Rodolfo García Vázquez, e vistas por mais de 30 mil pessoas pelo mundo. 

A cia. de teatro Os Satyros é também uma das mais antigas e importantes em São Paulo, já produziu em 32 anos mais de 100 espetáculos, se apresentou em 27 países e ganhou mais de 100 prêmios – incluindo os maiores do teatro brasileiro, como APCA, Shell, Mambembe, Apetesp e Governador do Estado de São Paulo.


Ficha técnica
Espetáculo: 
"Cabaret Dada" | Dramaturgia: Ivam Cabral e Rodolfo García Vázquez | Direção: Rodolfo García Vázquez | Atuantes: Alessandra Nassi, Alex de Felix, Andre Lu, Anna Kuller, Beatriz Medina, Bruno de Paula, Cristian Silva, Dominique Brand, Elisa Barboza, Felipe Estevão, Guilherme Andrade, Heyde Sayama, Ícaro Gimenes, Ingrid Soares, Julia Francez, Karina Bastos, Luis Holiver, Vitor Lins | Participação em vídeo: Roberto Francisco | Assistência de direção: Elisa Barboza | 
Diretora de arte: Adriana Vaz | Assistência de direção de arte: Letícia Gomide | Produção de vídeos: Maiara Cicutt | Fotografia: André Stefano | Designer: Diego Ribeiro | Produção geral: Silvio Eduardo | Produção executiva: Maiara Cicutt | Social media: Isabella Garcia | Assessoria de imprensa: JSPontes Comunicação - João Pontes e Stella Stephany.


Serviço
Espetáculo:
"Cabaret Dada" | Estreia: sábado, dia 11 de setembro, às 18h | Ingressos gratuitos | Onde retirar e assistir: Espaço Satyros Digital – Sympla/Zoom | www.sympla.com.br/espacodigitaldossatyros | Horários: sábados e domingos, às 18h e segundas às 21h | Gênero: comédia | Classificação indicativa: 12 anos | Duração: 70 minutos | Temporada: até 31 de outubro.


.: Inacreditável: "MasterChef" comemora 500 temporadas no ar


Formato original da Banijay, fenômeno da culinária global atinge marco histórico. Já participaram do programa Dalai Lama, Michelle Obama e alguns dos melhores chefs do mundo, como Massimo Bottura, Heston Blumenthal, Marco Pierre White, Gordon Ramsay, Rick Stein e Nigella Lawson.


Por meio da Endemol Shine Brasil, a Banijay anuncia hoje que um de seus maiores formatos de sucesso ultrapassou a marca de 500 temporadas no ar desde seu relançamento em 2005. Programa de culinária icônico, vencedor de vários prêmios e criado por Franc Roddam, o "MasterChef" tem impressionado o público há mais de 30 anos.

Considerado o formato de televisão de culinária de maior sucesso pelo World Guinness Record, em 2017, houve até hoje 64 versões locais e mais de 10 mil episódios foram ao ar em todo o mundo. E, agora, o programa chega ao marco das 500 edições. Somente no ano passado, apesar das restrições de filmagem por conta da pandemia, houve 43 produções em 30 mercados.

Lucas Green, Chefe Global de Operações de Conteúdo da Banijay, diz: "Atingir este marco é uma conquista fantástica para a família 'MasterChef'. Embora ele permaneça fiel aos valores centrais do formato, cada versão é única, adaptando-se para celebrar as culturas individuais de cada região. As incríveis equipes em todas as 500 produções criaram oportunidades de mudança de vida para os participantes e proporcionaram entretenimento e momentos icônicos para milhões de telespectadores ao redor do mundo".

Nani Freitas, COO da Endemol Shine Brasil, complementa: 'MasterChef' é um fenômeno global na televisão e nas plataformas digitais. Só aqui no Brasil já produzimos mais de dez edições, entre as temporadas de amadores, profissionais e junior. É um orgulho imenso representar esse formato no país e fazer parte dessa história de sucesso”.

A série original do "MasterChef" foi vista pela primeira vez na BBC em 1990, sendo exibida por 11 anos. Em 2005 Franc Roddam, em parceria com a Shine TV, redesenhou o formato da BBC Two, que depois passou para a BBC One em 2009. No mesmo ano, a Austrália tornou-se o primeiro território a adaptar o formato, sendo o final da temporada o programa de televisão mais assistido do ano no país. Mais de uma década depois, o remake do programa ainda desfruta de enorme sucesso, sendo o reality mais procurado de 2020 (Parrot Analytics).

Franc Roddam, criador do "MasterChef", acrescenta: "Estou imensamente orgulhoso de 'MasterChef', programa que tem entretido milhões e transformado a vida de milhares de pessoas. Sou muito grato a todos que contribuíram para seu sucesso global e ajudaram a manter sua popularidade e frescor ao longo dos anos".

"MasterChef" é um formato versátil, que continua evoluindo ano após ano, com versões que incluem "MasterChef Junior," "MasterChef Profissionais", "MasterChef All Stars", "MasterChef Celebrity" e, mais recentemente, "MasterChef Sênior", provando ser incrivelmente popular. Além disso, seu alcance de mercado está em constante expansão, com novos territórios e incluindo quatro versões na Índia.

Não há dúvidas de que o "MasterChef" é um show que transforma vidas, com mais de 100 ex-participantes que tornaram-se chefs profissionais. Entre os ex-alunos notáveis estão Thomasina Meirs, co-fundadora do grupo de restaurantes Wahaca e a premiada chef com deficiência visual, Christine Ha, que venceu a 3ª temporada nos Estados Unidos e abriu recentemente o restaurante "The Blind Goat" em Houston, Texas. Além delas, os chefs premiados com estrelas Michelin, Marko Gajski ("MasterChef Croácia"), Elizabeth Haigh ("MasterChef Reino Unido") e Carlos Maldonado (Espanha).

O programa também contou com vários rostos conhecidos, dentre eles, Dalai Lama, Michelle Obama, Príncipe Charles e sua mulher, Camilla Rosemary Shand (Duquesa da Cornualha), e alguns dos melhores chefs do mundo, incluindo Massimo Bottura, Heston Blumenthal, Marco Pierre White, Gordon Ramsay, Rick Stein e Nigella Lawson.

Além disso, as produções de "MasterChef" em todo o mundo estão com foco na sustentabilidade, com mais de 75% de reaproveitamento de alimentos sendo doados. Na temporada 12 do "MasterChef Austrália", um total de 95% de resíduos alimentares e mais de 39.000 pedaços de papel foram poupados. A versão mais recente na Alemanha construiu seu estúdio inteiramente a partir de materiais reciclados e/ou ecologicamente corretos, economizando pelo menos 3,7 toneladas de plástico.

Finalmente, com mais de 90 licenciados em todo o mundo, a marca "MasterChef" também se estende a uma enorme gama de atividades comerciais de sucesso. Milhões de produtos de consumo têm sido vendidos globalmente, a extensa linha editorial tem se mostrado lucrativa, e o público em todo o mundo pode se envolver com "MasterChef" por meio de experiências ao vivo, desde restaurantes a cruzeiros e passeios.


Sobre a Banijay
Banijay é a maior produtora e distribuidora internacional de conteúdo; lar de mais de 120 empresas de produção em 22 territórios, e um catálogo multi-gênero com mais de 100.000 horas de programação original.

Um coletivo de empreendedores criativos, o grupo representa algumas das maiores marcas globais incluindo Survivor, Big Brother, Peaky Blinders, Temptation Island, MasterChef, Wallander, The Kardashians, Mr Bean, The Wall, Hunted, Black Mirror, Extreme Makeover: Home Edition e Deal or No Deal entre outros. Imaginando e fornecendo IP multi-gênero de alta qualidade que nasceu localmente e viaja globalmente, a empresa oferece as melhores histórias contadas da melhor maneira.

Construída sobre independência, liberdade criativa, empreendedorismo e perspicácia comercial, a empresa, lançada em 2008, opera sob a direção do Diretor Geral, Marco Bassetti.


Sobre a Endemol Shine Brasil
Além de criar, produzir e desenvolver produções originais, a Endemol Shine Brasil traz para o país formatos internacionais, adaptando-os ao mercado local. A empresa também é especializada em licenciamento de marcas, projetos de Branded Content e digital, criando estratégias e conteúdos multiplataforma dinâmicos para marcas e canais. 

A Endemol Shine Brasil, uma divisão da Endemol Shine North America, faz parte da potência global Banijay, a maior produtora e distribuidora de conteúdo internacional do mundo, presente em 22 territórios com mais de 120 empresas de produção, além de apresentar um vasto catálogo com diversos gêneros e inventário com mais de 100 mil horas de conteúdos originais de excelência.

A empresa cria conteúdo para todas as plataformas e tem em seu catálogo sucessos mundiais, incluindo títulos variados de ficção e não ficção como "MasterChef"', "The Masked Singer", "The Bridge", "Queen Stars Brasil", "Big Brother", "Canta Comigo", "Casamento às Cegas", "Survivor", "The Kardashians", "Wife Swap", 'Extreme Makeover", "Peaky Blinders", "Versailles" e "Mr. Bean".


quarta-feira, 8 de setembro de 2021

.: "American Crime Story: Impeachment" na raiz do assédio sexual de Clinton


Por: Mary Ellen Farias dos Santos 

Em setembro de 2021


A terceira temporada de ACS, "American Crime Story: Impeachment ", apresenta o maior escândalo dos anos 90. Para tanto, volta em 1998. Tal qual um grande e envolvente drama, "Exiles" começa com chuva escorrendo na janela e lágrimas da personagem que está no olho do furacão: Monica Lewinsky (Beanie Feldstein, de "What We Do In The Shadows"). 

Simpática e atlética, enquanto a jovem sai da malhação, Ryan Murphy consegue inserir uma música do fim dos anos 90: Ace of Base, "Beautiful Life". Com a adrenalina dos exercícios físicos, Monica atende o chamado de um bip e é Linda Tripp (Sarah Paulson). Como é bom reconhecer a voz da dona de um talento gigante para versatilidade! 

E é num encontro perturbado que a trama ganha ritmo de suspense policial com tensão pura em um corredor de hotel. Mas o que levou todos para aquele momento? Uma volta ao passado em mais cinco anos. Em 1993, outros personagens surgem com sua histórias, inclusive uma grave denúncia de assédio sexual cometido pelo presidente dos Estados Unidos. Com o caso de Paula Jones (Annaleigh Ashford) nas mãos, um advogado leva o fato a conhecimento público. Que nervoso a coletiva!


Nessa volta do tempo, fica claro o quanto Linda não é florzinha que se cheire. Assim, a astúcia em pessoa avança a ponto de ganhar, inclusive, uma sala própria -apesar dos pesares- enquanto descobre a ponta do iceberg da história que pauta a série. Para tanto, Linda inicia amizade com a jovem Monica. Enquanto Beanie consegue imprimir a inocência de uma adolescente que solta seus segredos a desconhecidos, com direito a voz de mocinha, Sarah traz a firmeza no falar.


A verdade é que Sarah Paulson, mesmo debaixo de uma aparência irreconhecível e com todo o jeitão de tiazona, fazendo caretas, ainda consegue dar um show de interpretação na pele de Linda. Seja no postural e até no modo de andar totalmente diferente do que ela apresentou em temporadas anteriores de "American Crime Story", por exemplo. Em tempo, é uma atriz completíssima. Impecável! 


E o final do episódio de estreia?! Tem ligação do próprio Bill Clinton (Clive Owen, de "Sin City", ator que também está irreconhecível) querendo saber como foi o primeiro dia da estagiária. Tomo a liberdade de responder, que esse foi incrível. A terceira temporada de "ACS" está aprovada. Que venha o próximo o episódio, por favor!!



Seriado: American Crime Story: Impeachment
Temporada: 3
Episódio 1: "Exiles"
Exibido em: 7 de setembro de 2021, EUA.
Elenco: Sarah Paulson (Linda Tripp), Beanie Feldstein (Monica Lewinsky), Annaleigh Ashford (Paula Jones), Margo Martindale (Lucianne Goldberg), Edie Falco (Hillary Clinton), Clive Owen (Bill Clinton), Billy Eichner (Matt Drudge), Elizabeth Reaser, Judith Light (Susan Carpenter-McMillan), Anthony Green (Al Gore), Cobie Smulders (Ann Coulter), Colin Hanks, Taran Killam (Steve Jones), Mira Sorvino (Marcia Lewis), Kathleen Turner (Susan Webber Wright), Dan Bakkedahl (Kenneth Starr), Joseph Mazzello (Paul Begala), Blair Underwood (Vernon Jordan), Kevin Pollak (Bernie Nussbaum), Patrick Fischler (Sidney Blumenthal)

* Mary Ellen é editora do site cultural www.resenhando.com, jornalista, professora e roteirista, além de criadora do www.photonovelas.com.br. Twitter:@maryellenfsm





.: "Conatus": Eduardo Ramos parte em viagem para curar a depressão

À beira do suicídio, autor enfrenta a doença com autoconhecimento e filosofia 


“A viagem fora programada há seis meses e nela havia uma convicção: ou voltaria um novo homem, ou não voltaria ninguém". Em Conatus e as conotações do deserto que há em mim, da Editora Autografia, o escritor Eduardo Ramos conta de forma corajosa sua luta para vencer a depressão. A obra de estreia do brasiliense traz um momento crucial vivido no deserto do Atacama quando o autor esteve a um passo de cometer suicídio e foi salvo por uma desconhecida. O fato desencadeia uma busca desenfreada para encontrar a mulher misteriosa.

Com uma narrativa envolvente, que mistura autobiografia e ficção, Eduardo Ramos coloca o leitor no cenário árido e enigmático do deserto, ao mesmo tempo em que discute os males da construção social que, muitas vezes, colabora com estatísticas negativas impactantes. De acordo com o relatório Suicide worldwide, da Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2019, 700 mil pessoas tiraram a própria vida. Uma em cada 100 mortes no mundo ocorre por suicídio. É uma das principais causas de morte entre jovens de 15 a 29 anos.

Porém, é da filosofia do holandês Baruch Spinoza que o autor traz o conceito de "conatus" que, entre outras interpretações, significa a força empregada por qualquer ser para preservar e aprimorar a própria existência. É por meio do conatus e da ideia do Deus de Spinoza, que é a própria natureza, que o autor reflete sobre a possibilidade do ser humano se adaptar e conviver melhor com os obstáculos da vida.

Compartilhando experiências pessoais, Eduardo Ramos desmistifica a depressão e mostra que por trás de uma rotina comum, podem estar indivíduos doentes. "A pessoa com depressão também sorri. A depressão não é só estar triste. É estar em sofrimento", afirma.

Entender isso, conforme ele, colabora com o combate ao preconceito que ainda gira em torno da doença, ajuda familiares enlutados a não se culparem, além de servir de alerta para que as pessoas olhem para o outro com mais atenção.

Alguém como eu e você: A obra é dividida em duas partes. A primeira é essencialmente autobiográfica. Conta a trajetória de vida dele. “A ideia no livro era mostrar que mesmo pessoas bem-sucedidas, como eu, podem desenvolver, através de uma sociedade doente, uma lógica distorcida da sua própria realidade”, descreve o autor. A segunda parte é ficcional: por meio de uma misteriosa mulher, ele tem contato com diversos pensadores da história humana e com as ciências, onde foi apresentado ao Deus de Spinoza.

O autor faz uma crítica contundente ao sistema de recompensas que rege a vida das pessoas, falando inclusive do uso exacerbado das redes sociais e de como isso, por exemplo, pode levar à ansiedade, depressão e, em último caso, ao suicídio. “Estava vendo um show do David Gilmour, porque eu gosto muito do Pink Floyd, e as pessoas da plateia estavam com as mãos levantadas e assistindo ao mesmo show pela telinha do celular. Você tem a chance de estar ali, assistindo àquela apresentação incrível, e você fica limitado à telinha do seu celular, porque você precisa registrar, mostrar que estava lá. Isso é tão doentio, porque você deixa de aproveitar o momento ao vivo, sendo que, quando você estiver em casa, poderá assistir ao show novamente com amigos, desta vez sem a aura presencial”, reclama.

Para ele, essa necessidade de aceitação faz parte, cada vez mais, da vida em sociedade. “Eu falo muito disso: para uma sociedade formatada em recompensas, tem sempre uma “cenoura” na frente da boca, sabe? Então a gente fica ali à espera de uma retribuição, mesmo sendo migalha, para que haja o sentimento de pertencimento e aceitação. Isso é o suficiente para que se renuncie a todo e qualquer senso crítico. Satisfaz o ego quando se ganha o like do dia, por exemplo, mas se ninguém o der, você fica péssimo, porque fica frustrado”, pondera. 

Na parte final, o diálogo com a mulher misteriosa ajuda a racionalizar as coisas. Tanto que agora, o próprio autor consegue falar de maneira aberta sobre o seu sofrimento. “Ele é único, pessoal e intransferível. Então, por mais que você tenha empatia, você não vai conseguir sentir a dor que a pessoa está sentindo. Uma pessoa que tem depressão, não necessariamente está triste, ela está sofrendo”

No caso de Eduardo, o próprio livro foi um pouco remédio. “Escrever pra mim é um ato terapêutico, porque escrever é mais ou menos você colocar pra fora tudo isso”. Em um mundo onde a depressão chama cada vez mais atenção, é importante notar como cada um consegue lidar com as suas dores. Você pode comprar "Conatus e as conotações do deserto que há em mim", de Eduardo Ramos, aqui: 


Serviço

Livro: Conatus e as conotações do deserto que há em mim

Autor: Eduardo Ramos

Editora Autografia 

182 páginas 

Amazon: amzn.to/3tmwo36


.: Playlist "As Winsherburgs" apresenta história com toque sobrenatural


Os Winsherburgs vivem na pacata cidade de São Francisco de Assis. Bernardo é um pai dedicado ao trabalho que encontra as três filhas, geralmente no período noturmo, para o jantar, logo é Ellen quem controla a casa. Como nem sempre é possível manter uma família de comercial de margarina, Ellen, que também é professora no Colégio Santa Helena, faz de tudo para equilibrar as relações no lar doce lar. 

No entanto, algo de outro mundo passa a rondar as gêmeas Lolita e Samantha com direito a comunicação via aparelho de som fora da tomada. Numa visita a agência de roteiros das irmãs mais velhas, Mary passa a ser, secretamente, devota de uma pedra misteriosa que encontra no lixo. Em meio a eventos sobrenaturais, problemas passam a envolver a família.

Acompanhe a trama em vídeo, como história ilustrada na playlist "As Winsherburgs", publicada quinzenalmente, às segunda-feiras. Divirta-se aqui: https://www.youtube.com/watch?v=ovXJmyVLlx8&list=PLtSeMrWLhSNXdH4q8sGSCP_wsffe064BS

Prefere ler? Todo texto também é publicado aqui no Resenhando, aqui: resenhando.com/search/label/AsWinsherburgs. Caso ainda não conheça, comece por aqui: Capítulo 1: "As Winsherburgs" em "A cidadezinha de São Franciso de Assis"resenhando.com/2021/06/as-winsherburgs-em-cidadezinha-de-sao.html

História ilustrada


.: Faxina boa: a história de uma mulher passada a limpo


Os seguidores da página do Instagram @FaxinaBoa não imaginam que, antes do sucesso, Veronica Oliveira tentou tirar a própria vida durante um quadro de depressão profunda. Ela precisou se sujeitar a condições precárias com os dois filhos em um cortiço. Hoje, a vida da primeira faxineira doméstica a criar conteúdo para as redes socias é outra. E todos os detalhes desta história de superação está no livro "Minha Vida Passada a Limpo: Eu Não Terminei como Faxineira, Eu Comecei", publicado pela VR Editora, selo Latitude.

Veronica Oliveira foi a primeira faxineira a criar conteúdo nas redes sociais, abre diálogo sobre valorização da atividade doméstica e prestação de serviço em livro prefaciado pela jornalista Astrid Fontenelle. “Eu não terminei como faxineira, eu comecei”. A frase marcante é da inspiradora digital Veronica Oliveira e subtítulo da obra "Minha Vida Passada a Limpo". 

Entre a própria história de vida e o relato de superação, a escritora abre um diálogo necessário sobre a valorização da atividade doméstica e da prestação de serviços nas 216 páginas do lançamento. Mãe de três filhos, negra e com origem na periferia de São Paulo, Veronica narra como decidiu que a porta para uma nova vida seria por meio da faxina: o start veio após um profundo quadro de depressão e tentativa de tirar a própria vida. Ao fazer divertidas postagens para divulgar seu trabalho na internet, ela criou o Faxina Boa.

A página conquistou os internautas e tornou-se um lugar de resistência que permitiu a autora de ressignificar a profissão e o modo como via a si mesma. "Fiz o post no final do dia. Quando eu acordei... Sei lá o que aconteceu: eu queria que meus trezentos amigos do Facebook soubessem da minha empreitada e me chamassem para faxinar a casa deles enquanto eu estava afastada do trabalho, só isso. Mas tinha quase 10 mil likes e 6 mil compartilhamentos na postagem! De onde tinha saído toda aquela gente?", diz ela no livro.

Prefaciada pela jornalista e apresentadora Astrid Fontenelle, e pela Dona Jacira, mãe dos músicos Emicida e Fióti, "Minha Vida Passada a Limpo" é uma reflexão sobre diferentes aspectos de um trabalho ainda subestimado. Ao ser tratada como “tia da limpeza”, Veronica sentiu na pele como a empregada doméstica é geralmente estereotipada, uma herança do passado que continua a colocar barreiras na vida de mulheres que, sem opções e perspectivas, recorrem ao trabalho como única alternativa de sobrevivência.

Sobre a autora:
Veronica Oliveira é uma inspiradora digital, palestrante, estudante e mãe de dois filhos. Com mais de 300 mil seguidores no Instagram @FaxinaBoa, Veronica traz de forma divertida e leve temas difíceis e reflexões necessárias sobre a valorização da atividade doméstica e da prestação de serviços. Com presença relevante em todas as redes sociais, seu propósito é promover em cada profissional o orgulho pelo trabalho que realiza, pois todos são importantes.


Ficha técnica
Título:
 "Minha Vida Passada a Limpo: Eu Não Terminei como Faxineira, Eu Comecei" | Autora: Veronica Oliveira | Editora: VR Editora - Selo Latitudeº | Páginas: 216 páginas | Formato: 16 x 23 cm | Link do livro na Amazon: https://amzn.to/3zSdzr5


.: "O Prazer É Todo Nosso", com Juliana Martins, estreia no Teatro Prudential


No palco, Juliana Martins representa uma mulher sozinha que revela, com naturalidade e humor, as experiências sexuais.  Foto: Léo Aversa

Neste sábado, dia 11 de setembro, a atriz Juliana Martins estreia o monólogo "O Prazer É Todo Nosso" no Teatro Prudential. Dirigido por Bel Kutner, espetáculo sobre sexo e liberdade fica em cartaz aos sábados às 20h e domingos às 19h. Depois de estrear em formato digital, Juliana Martins apresenta pela primeira vez ao público presencial a comédia, escrita por Beto Brown,  inspirada na vida real da atriz. 

O monólogo sobre prazer sexual e liberdade da mulher fará curtíssima temporada até 26 de setembro. "Subir no palco é sempre forte e emocionante. Nesse momento, tudo isso se potencializada com a sensação de resistência e retomada. Fiz teatro online e foi difícil, mas tinha que ser da maneira que foi. No online, mesmo com ar condicionado do teatro no mínimo, eu sentia muito frio nas apresentações, achava estranho. Hoje entendo que esse frio era a falta do calor do público", diz Juliana.

A peça mostra uma mulher sozinha em cena contando, com naturalidade e humor, suas experiências sexuais. São confissões pessoais intercaladas com experiências de outras mulheres, relacionando com as conquistas da liberdade e emancipação feminina. Casada por 19 anos, dos 20 aos 39 anos, Juliana conta que depois que se separou, buscou viver intensamente sua liberdade sexual.

"Entre namoros e solteirices conheci muitos homens, me diverti e me apaixonei por quase todos eles, nem que fosse por apenas um dia. Ou por uma noite. E eu contava as peripécias para os amigos, que além de se divertirem, se surpreendiam tanto quanto eu com essa minha nova liberdade", conta Juliana. 

As histórias são entremeadas por reflexões sobre o papel feminino na sociedade, o machismo presente em diversas esferas, histórias de abuso, e sobre o direito da mulher de ter relacionamentos focados na descoberta do prazer sexual. "Está sendo divertido e importante poder falar de assuntos femininos de uma maneira leve e despretensiosa. Partimos de uma história pessoal para homenagear várias mulheres que construíram o caminho para essa liberdade", conclui Bel Kutner.


Ficha técnica
Espetáculo:
"O Prazer É Todo Nosso" | Texto: Beto Brown | Direção: Bel Kutner | Atuação: Juliana Martins | Direção de produção: Jorge Elali | Argumento e idealização: Juliana Martins | Cenário e figurino: Domingos de Alcântara | Design de luz: Lara Cunha e Paulo Denizot | Trilha sonora: Rodrigo Penna | Fotos: Léo Aversa | Projeto gráfico: Chris Lima | Assessoria de imprensa: Minas de Ideias | Produtores associados: Juliana Martins e Jorge Elali | Realização: Bubu Produções e Jorge Elali Produções.


Serviço:
Espetáculo:
"O Prazer É Todo Nosso" | Local: Teatro Prudential - R. do Russel, 804 - Glória, Rio de Janeiro | Telefone: (21) 35542934 | Temporada: 11 a 26 de setembro de 2021 | Horário: sábado às 20h, e domingo, às 19h | Ingresso: de R$ 25 (meia) a R$ 40 (meia) | Vendas: https://bileto.sympla.com.br/event/68473 | Duração: 60 minutos | Gênero: comédia | Classificação: 14 anos | Capacidade: 147 pessoas (40% da capacidade total de público do teatro) | Protocolos: elaborado pelo Dr. Rodrigo Lins, vice-presidente da sociedade de infectologia do Rio de Janeiro. Uso obrigatório de máscaras em todos os espaços do teatro; Aferição de temperatura na entrada; Dispense de álcool 70% em gel nas áreas comuns; Capacidade reduzida de público com distanciamento mínimo obrigatório; Desinfecção e limpeza de todas as áreas intensificas.


.: Bia Brumatti integra o elenco de “O Coro” nova série musical da Disney+


Após sucesso como Reduana em "Gênesis", a atriz Bia Brumatti se prepara para dar vida a personagem Flor em "O Coro", nova série da Disney+, como direção de Miguel Falabella.

Após atuar em “Gênesis”, Bia Brumatti integra o elenco de “O Coro”, série produzida por Miguel Falabella para o Disney+. Bia foi escalada para a nova série da Disney +, “O Coro”, onde dará vida a personagem Flor. O roteiro da produção musical é assinado por Miguel Falabella e dirigido por Cininha de Paula, a história acompanha um grupo de jovens em busca do seu espaço no Teatro Musical.

Bia Brumatti já traz em seu currículo diversas experiências profissionais, como no programa "Humoristinhas" do Multishow (2017), em que atuou ao lado de Eduardo Sterblitch e o espetáculo "A Noviça Rebelde" (2018), quando deu vida à personagem Brigitta, ao lado de Gabriel Braga Nunes, Malu Rodrigues, Marcelo Serrado, Gotsha e sua inspiração, Larissa Manoela. Ainda em 2018, deu vida a personagem July, no musical "Annie", atuando ao lado de Miguel Falabella, Ingrid Guimarães, Cleto Baccic e Sara Sarres. 

Em 2019 esteve de volta ao palco, novamente ao lado de Baccic e Sara, além de outros nomes do teatro musical, como Arthur Berges e Thais Piza, na montagem brasileira de "Escola do Rock - O Musical". Recentemente a atriz esteve em cartaz com o espetáculo "Princesa Falalinda Sem Papas Na Língua", no qual interpretou o papel título. Bia destacou-se dando vida a Reduana na superprodução "Gênesis" da Record TV.


terça-feira, 7 de setembro de 2021

.: Capítulo 7: "As Winsherburgs" em "Não é o fim do mundo"

Por: Mary Ellen Farias dos Santos


- Não peguei nada!, grita Ellen tomada de uma fúria ainda desconhecida pelos Winsherburgs. E como há uma primeira vez para tudo, Bernardo, que se preparava para tomar banho, chega a se assustar, mas cansado do dia de trabalho, prefere esperar a poeira baixar entre Mary e Ellen. Sabia bem que manter a distância ideal da mulherada com os nervos em chamas era a melhor escolha.

Com resmungos indecifráveis, Mary retrucava as sucessivas negativas da mãe sobre ter mexido na mochila dela. Assim, mãe e filha foram se afastando e a altura da discussão diminuiu um pouco de volume. Não o suficiente a ponto de fazer com que Lolita e Samantha que chegavam, não ouvissem.

- Gente! Sem mais B.O.! Passamos por uma agora na agência. Coisa do arco-da-velha. Estou querendo chorar por ter reencontrado uma víbora do passado, falou Samantha em um tom mais alto, enquanto unia as mãos como que pedindo por trégua.

Mas foi Lolita quem amenizou tudo: - Hoje não é o fim do mundo! Trouxemos pizza!!

 

*  *  *

 

Para Mary, tudo ocorreu numa velocidade assustadora. Ela deixou a mochila escolar debaixo da cama, fechada, foi ao encontro das amigas e quando voltou para casa, a pedra misteriosa a que era devota, havia sumido.

Ninguém, além da própria Mary, sabia onde estava o objeto brilhante.

Sem a pedra para idolatrar, a jovem foi invadida por uma sensação de profundo vazio e desamparo. Trancada no quarto, agarrou o ursinho Teddy enquanto deixava lágrimas escorrerem, o que a fez adormecer ao som de “Anytime you need a friend”, de Mariah Carey.

Com uma sede intensa, no meio da noite, acordou e precisou beber um copo e meio d´água com direito ao som de satisfação, igual ao dos comerciais de bebidas e também muito usado numa propaganda de pasta dental.

Ao retornar para o quarto, usando a lanterna do celular como guia, um grande susto. A cama estava com os lençóis esticadinhos e o ursinho posicionado milimetricamente ao centro.

Mary arregalou os olhos e logo os esfregou. Resolveu se esforçar ao máximo para entender o que acontecera ali. Não queria procurar a mãe no quarto com o pai para confirmar se ela havia arrumado a cama. Naquele dia, as duas estavam falando somente o necessário. Não iria procurar socorro para tirar tal dúvida, ainda mais que era madrugada.

Mesmo desconfiada, deitou-se e decidiu manter a lanterna do celular acessa. Na esperança de se aquietar, pesquisou no YouTube vídeos aleatórios para rir um pouco. Foi quando chegou num shorts do ator Tom Holland e o vídeo entrou em modo repetição, seus olhos estavam fechando involuntariamente. Então, Mary sentiu uma mão empurrar o celular para bem longe. Com o coração acelerado, abriu os olhos e viu o aparelho ricochetear na parede, até chegar no chão. Boquiaberta e apavorada, percebeu que a lanterna iluminava o cantinho da cômoda com a parede.

Lá estava a pedra.

 

*  *  *

 

No Colégio Santa Helena, Mary e Tarissa voltavam da biblioteca cinco minutos após a quarta aula começar. E, por puro azar, as duas foram flagradas pela diretora.

Elas trocaram olhares e fizeram cara de anjinhas arrependidas. Bem gatinho do Shrek. Claro! Não queriam que o desvio no horário de aula chegasse aos ouvidos de seus pais.

A duplinha ficou em silêncio e de mãos para atrás, enquanto que a diretora lhes dava um sermão. Tanto Mary quanto Tarissa não prestaram um pingo de atenção no que fora dito. Nana tinha feito sobrancelhas pigmentadas. O procedimento ficara extremamente mal feito e roubava toda a atenção do que ela falava.

 

*  *  *

 

Longe de São Francisco de Assis, a exatos mil quilômetros de distância, a blogueira Melinda relia a lenda muito conhecida pelos moradores do litoral de Santa Bakhita que acabara de transcrever e iria publicar para os seus seguidores. A lenda da musgravite branca.

 

De geração para geração, conta-se que diante da igreja matriz, onde hoje é uma praça, em 1.801, os índios Potimbás encontraram uma pedra branca, do tamanho de um punho masculino que foi mantida sob os cuidados do cacique Anhanguera.

Certa noite, enquanto o pajé Toriba fazia os preparativos para o ritual secreto, tendo a pedra firme nas mãos do cacique Anhanguera, garimpeiros iniciaram um incêndio no povoado a fim de tomar a preciosidade que era única em todo o globo terrestre.

Exterminados, os nativos das bordas litorâneas de Santa Bakhita seguiram vivos somente na boca do povo, assim como a tal musgravite branca. Reza a lenda de que o mineral se espatifou em meio à confusão. No entanto, mesmo com o fogo consumindo o povoado, muitas partes da pedra não se perderam, embora ninguém tenha conhecimento de tal raridade.

 

Melinda levantou-se e foi beliscar um docinho na bomboniere que mantinha abastecida no móvel da sala. Nem mesmo se passaram 20 minutos de texto publicado, deu F5 no computador e, dos comentários enviados, um lhe chamou bastante atenção.

 

Linda Melinda, tudo bem?

Sou sua fã, admiradora e conheci o seu blog no início da pandemia. Não preciso dizer, mas, é que eu virei sua fã Nº1. Acho até que vou ser jornalista, igual a você e as minhas irmãs. Fiquei curiosa por essa história, mas sabe me dizer se esse cristal tem algum poder?

Beijinhos mil,

Celeste

 

*  *  *

No céu já se via o crepúsculo quando os primos Lolita, Samantha e Apollo encerraram o expediente e correram de carro até o Cineflix do shopping da cidade para assistir "Free Guy: Assumindo o Controle".

Animados pela sessão pipoca com lanche no fast-food após, Apollo foi levado em casa pelas gêmeas que seguiam a viagem tranquilamente. Faltavam dois quarteirões para chegarem em casa.

- Somos tão diferentes, mas não sei como viveria sem você, comenta Lolita enquanto Samantha estoura a bola de chiclete que mastigava. Com uma troca de olhar, as duas caem na risada.

- Mana, como vamos lidar com a Petra pegando nos nossos pés?!, continuou Lolita.

Samantha que tinha começado a cantar “Livin´ on prayer” a plenos pulmões, parou e disse:

- Mais um obstáculo que enfrentaremos juntos. Foco na história do Guy, lá no filme. Vamos todos nós três correr naquela ponte. Juntos. Temos o Apollo para nos dar um apoio. Então...

Antes que Lolita respondesse, as duas trocaram um novo olhar de cumplicidade. Com o som do carro muito alto, as irmãs não se dão conta de quando uma mulher cruza o meio da rua.

Lolita freia bruscamente, mas o veículo derrapa.

 

*  *  *

It's not the end of the world

No, not the end of the world

Throw on your fancy attire, fears in the fire

Don't lose hope

It's no funeral we're attending

Actually, just the beginning

 

Not the end of the world, Katy Perry



*~~~~ Capítulo 8: "As Winsherburgs" em "Doce Fantasia" ~~~~*


*Mary Ellen Farias dos Santos é criadora e editora do portal cultural Resenhando.com. É formada em Comunicação Social - Jornalismo, pós-graduada em Literatura, licenciada em Letras pela UniSantos - Universidade Católica de Santos e formada em Pedagogia pela Universidade Cruzeiro do Sul. Twitter: @maryellenfsm


Assista em vídeo como história ilustrada



.: O que os astros reservam para Marcos Mion na Globo?


Após estreia de sucesso, Ricardo Muri, o Astro Muri, astrólogo dos famosos, fala sobre o sucesso do apresentador que fez estreia de sucesso no "Caldeirão", mas ressalta que "momentos de tensão" estão por vir. "‘É como se fosse um rei, ele tem uma sorte muito grande pois tem Júpiter em Leão", garante Ricardo Muri, encarregado do mapa astral de diversos famosos, como Juliana Paes, Lore Improta, Leo Santana e Kelly Key. Foto: Globo/João Cotta

Muito aplaudido e rendendo comentários nas redes sociais, Marcos Mion fez sua grande estreia na TV Globo, no comando do “Caldeirão”. Autor dos livros "Pai de Menina: Para Ler ao Lado de sua Filha e Construir Uma Relação para a Vida Toda" e "A Escova de Dentes Azul", Mion rendeu memes e virou assunto em todos os veículos de comunicação durante a estreia.

O que será que os astros dizem sobre esse novo ciclo de Mion? Ricardo Muri, o Astro Muri, astrólogo das celebridades, garante que o momento é bastante favorável para o apresentador. "Ele está encantado com tudo, e essa onda boa vai até o dia 25 de setembro”, diz o místico, que alerta para um pouco de instabilidade na vida de Marcos Mion. “É como se acontecesse uma mudança muito mais de visibilidade do que financeira. É como se o contrato dele ou, talvez, as parcerias possam cobrar, e faça com que ele se sinta pressionado financeiramente”, analisa.

Ciclos novos representam, muitas vezes, adaptações, e Ricardo Muri acredita que até o final do ano, Mion passe por esse período de adequação na carreira. “Em novembro as coisas começam a fluir melhor e a estabilidade acontecerá do dia 10 de dezembro até 5 de janeiro de 2022. Nesse momento o Mion vai pensar: ‘Caramba que surreal!'”, afirma o astrólogo que aproveita para avaliar o mapa do novo dono dos sábados da TV Globo.

“Mion tem o Sol em Gêmeos e a Lua em Touro, ele é inteligente, curioso, comunicativo, tem uma forma de falar amorosa e, emocionalmente, é uma pessoa calma, equilibrada e que busca a transparência em tudo o que executa. É como se ele fosse um rei, ele tem uma sorte muito grande pois tem Júpiter em Leão”, considera Muri. O astrólogo porém, faz uma ressalva: “2022 será muito positivo, principalmente fevereiro e março, mas em junho Marcos Mion volta a ficar muito tenso”

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