quinta-feira, 30 de setembro de 2021

.: 1x1: "The Big Leap" estreia com "I Want You Back" e lembra "Glee"


Por: Mary Ellen Farias dos Santos 

Em setembro de 2021

"The Big Leap" é o tipo de série para se apegar e criar carinho por ela, seja pelo elenco ou pela trama que vai ao pé da letra, quando precisamos dar o grande salto na vida. No episódio de estreia intitulado "I Want You Back" a trama começa há sete anos, quando Gabby Lewis (Simone Recasner) era a estrela promissora da dança escolar e parceira de requebrado de Justin Reyes (Raymond Cham Jr.), mas como uma adolescente afoita, não se cuida na primeira vez e ganha um menininho.

Na sequência surge a mãe e instagrammer Julia Perkins (Teri Polo, a noiva de Ben Stiller em "Entrando Numa Fria"). Com exposição máxima da família, grava vídeos em casa reforçando ter se formado em balé e deixa a mensagem de que "envelhecer é uma maravilhosa jornada". Numa academia, Mike Devries (Jon Rudnitsky) tenta dar palavras de incentivo para que os alunos se exercitem, mas somente se desabafa. Demissão na certa, o que lamenta com os amigos. Assim, passa a fazer corridas até levar a equipe do reality show "The Big Leap" até o Opera House.

No trabalho, Gabby Lewis é promovida a gerente de projeto, mas o que a anima é uma propaganda que salta na tela do computador: audição para o reality show de dança. Assim, surge a soma de três interessados em participar da seletiva Gabby, Julia e Mike. Com o objetivo de arrasar, Gabby decide convencer Justin, seu parceiro de remelexo nos tempos da escola. Em mais de 12 minutos de episódio a dupla faz um lindo número de dança numa pista de boliche.

Na sequência, os personagens apresentados misturam-se a outros na seletiva. Assim, diante de Monica Suillvan (Mallory Jansen) e Wayne Fontaine (Kevin Daniels) surgem os mais variados números de dança, alguns engraçados, outros sérios ou até excessivamente sensuais, ainda mais sendo feito entre irmãos. Até o Homem-Aranha aparece por lá e não somente uma vez. Nesse meio tempo também conhecemos o diretor do reality show com ética bastante questionável: Nick Blackburn (Scott Foley, queridinho no seriado "Felicity"). 

O texto de "The Big Leap" é divertido de acompanhar, pois é sério, frisando a necessidade de se levantar sempre que cair, mas também tem sua pitada de graça quando todos sabem que Justin é gay, menos a apaixonada Gabby, por exemplo. São histórias comuns que permitem uma conexão rápida com o público, o que não se restringe a um personagem, mas a vários. Além das carinhas conhecidas citadas anteriormente, está Piper Perabo (a mocinha do clássico "Show Bar") na pele de Paula Clark, quem promete ser dupla de Mike além da dança -talvez até o momento em que descobrir que a parceira foi quem o demitiu do emprego e causou seu divórcio.


Na trama surge Reggie Sadler (Ser'Darius Blain) que treina com Gabby, ou seja, conforme a trama se desenvolve, novos competidores entram para a competição. O novo seriado da FOX é focado em um grupo diverso de desfavorecidos. Lembra de outra série assim que fez sucesso, né?! Pois é. Há muito em "The Big Leap" do que foi incrível em "Glee" -tirando os números musicais que aqui são de dança. 

"The Big Leap" é sobre segundas oportunidades e seguir em busca de sonhos ao competir por um lugar num reality show moderno, um remake de Swan Lake. A comédia dramática americana de Liz Heldens é baseada em "Big Ballet", documentário britânico. Imperdível!!


Seriado: The Big Leap
Temporada: 1
Episódio 1: "I Want You Back"
Exibido em: 20 de setembro de 2021, EUA.
Elenco: Piper Perabo (Paula Clark), Scott Foley (Nick Blackburn), Teri Polo (Julia Perkins), Mallory Jansen (Monica Suillvan), Ser'Darius Blain (Reggie Sadler), Kevin Daniels (Wayne Fontaine), Simone Recasner (Gabby Lewis), Anna Grace Barlow (Brittney Lovewell), Jon Rudnitsky (Mike Devries), Raymond Cham Jr. (Justin Reyes), Adam Kaplan (Simon Lovewell), Tom Lennon (Zach Peterman), Robert Wisdom (Earl), Fabrice Calmels (Claude)

* Mary Ellen é editora do site cultural www.resenhando.com, jornalista, professora e roteirista, além de criadora do www.photonovelas.com.br. Twitter:@maryellenfsm

.: Entrevista: Sérgio Loroza, o astronauta desmascarado do "The Masked Singer"


“É como se eu estivesse realizando um sonho de criança de poder me transformar em um astronauta”,  afirma o cantor e ator. Foto: Globo / Kelly Fuzaro.


Na última terça-feira, dia 28, foi desvendado mais um mascarado do "The Masked Singer Brasil". Sérgio Loroza é o Astronauta. O personagem foi revelado após perder o combate para o Jacaré, mas agradou muito o público com seu repertório durante toda a competição. “Eu sempre curti essa onda meio espacial e futurista, isso me chamava a atenção. É como se eu estivesse realizando um sonho de criança de poder me transformar em um astronauta. A música que mais me emocionou por representar a mim mesmo e a minha galera foi ‘Gueto’ da cantora Iza”, conta Sérgio. 

 "The Masked Singer Brasil" é uma coprodução TV Globo e Endemol Shine Brasil e tem supervisão artística de Adriano Ricco (TV Globo) e direção artística de Marcelo Amiky (Endemol Shine Brasil). Com apresentação de Ivete Sangalo, com Camilla de Lucas nos bastidores, o reality vai ao ar às terças-feiras na TV Globo, após Império, e também é exibido no Multishow, às quartas-feiras.  


Como foi a experiência de participar do "The Masked Singer Brasil"?
Sérgio Loroza - Foi um experiência incrível! Principalmente por conta deste momento que estamos vivendo, de repensar a sociedade e poder voltar a fazer o que eu gosto. Isso é muito importante!


Como foi vestir a fantasia pela primeira vez? A fantasia foi o maior desafio para você? 
Sérgio Loroza - Eu sempre curti essa onda meio espacial e futurista, isso me chamava a atenção. A questão da ancestralidade vem muito lá de trás. É como se eu estivesse realizando um sonho de criança de poder me transformar em um astronauta, um brasileiro preto no espaço. Isso importa bastante.  


Você foi muito elogiado pela escolha do repertório. Como foi feita a seleção? 
Sérgio Loroza - Eu fiz as escolhas junto com a direção musical do programa e foram selecionadas músicas que tinham um pouco desse universo espacial, que tinham a ver com a figura do Astronauta. Foi muito maneiro! Cantei músicas que nunca tinha pensado em cantar. A que mais me emocionou por representar a mim mesmo e a minha galera foi "Gueto", da cantora Iza. 


E entrando no bolão, tem suspeita de quem sejam os outros participantes? 
Sérgio Loroza - Eu fiquei chocado quando vi que a Renata Ceribelli era o Brigadeiro. Eu tenho algumas suspeitas dos outros participantes, mas tem gente que eu não consegui descobrir ainda.

.: "Desolações do Recanto do Demônio": último livro das "Crianças Peculiares"


Livro é a conclusão da série best-seller que já vendeu 700 mil exemplares no Brasil.

Após cinco livros que combinam mistério, romance, aventura, viagem no tempo e uma sombria seleção de fotografias antigas, a série "O Lar da Srta. Peregrine Para Crianças Peculiares" ganha uma conclusão eletrizante com "As Desolações do Recanto do Demônio", novo livro de Ransom Riggs

Após escaparem da fenda de V., Jacob e Noor retornam à casa de seu avô, onde tudo começou. Eles não sabem como foram parar na Flórida, mas têm uma certeza: Caul ressuscitou do mundo dos mortos. Os dois vão ao encontro da srta. Peregrine e dos amigos no Recanto do Demônio, que tem sido assolado por pragas inimagináveis, desolações em forma de chuva de cinzas e sangue, além de outros distúrbios assustadores. Isso só confirma que Caul está mais perigoso do que nunca e que vem reunindo um exército maldito para destruir de vez os peculiares. 

Os únicos que podem impedir que isso aconteça são os sete escolhidos citados na profecia, mas até agora apenas a identidade de Noor é conhecida. Com a ajuda da srta. Peregrine e das outras ymbrynes, Jacob e seus amigos correm contra o tempo e decifram pistas enigmáticas para reunir os predestinados em um lugar misterioso. Com seu futuro em risco, os peculiares precisarão se unir para atravessar uma das fendas temporais mais sombrias da história e enfrentar o poder avassalador de seu maior inimigo. 

As desolações do Recanto do Demônio encerra de forma épica e emocionante a jornada de Jacob e seus amigos na série que conquistou leitores no mundo todo e já vendeu 700 mil exemplares no Brasil.

Sobre o autor
Ransom Riggs
 estudou literatura e cinema e é autor da série best-seller "O Lar da Srta. Peregrine Para Crianças Peculiares", que foi adaptada para o cinema por Tim Burton. Nascido numa fazenda no estado de Maryland, cresceu no sul da Flórida e hoje mora em Los Angeles com a esposa, a escritora Tahereh Mafi, e a família deles. Foto: Tahereh Mafi.

Você pode comprar "As Desolações do Recanto do Demônio", de Ransom Riggs, publicado pela editora Intrínseca, neste link

Ficha técnica
"As Desolações do Recanto do Demônio".
Autor: Ransom Riggs.
Tradução: Giu Alonso e Rayssa Galvão.
Páginas: 480.
Editora: Intrínseca.
Link do livro na Amazon: https://amzn.to/3AUhvYJ.


.: "Rainhas da Noite", nova obra de Chico Felitti, já está disponível na Storytel

O autor Chico Felitti (de "Ricardo e Vânia"; "A Casa: a História da Seita de João de Deus") lança o audiobook "Rainhas da Noite", exclusivamente pela Storytel. A obra faz um levantamento inédito do cenário da comunidade LGBTQIA+ do centro de São Paulo entre os anos 1970 e 2000 - com destaque para as pouco conhecidas trajetórias de três travestis que comandaram a prostituição na região: Jacqueline Blábláblá, Andrea de Mayo e Cris Negão.

O audiobook conta um lado da história que sofreu o que os pesquisadores chamam de "violência arquival", um apagamento que marginalizou por anos travestis, transexuais, transformistas e drag queens. 

"Essa investigação, que começou junto com a pandemia, conta uma história oral que se está esvaindo. Miss Biá, por exemplo, foi uma das primeiras pessoas que entrevistei para o audiobook e não viveu para ver o trabalho final, pois a perdemos para a COVID-19. A maior parte das informações não está em páginas de jornais da época ou em arquivos oficiais. Está na lembrança de quem conviveu com as rainhas da noite. O trabalho só foi possível pois contei com a generosidade de cem pessoas entrevistadas. Ter sua história contada é ter direito a um passado, no qual a gente se apoia para erigir um futuro de aceitação", conta Chico Felitti.

Dividido em sete capítulos, o audiobook conta um lado da história que sofreu o que os pesquisadores chamam de "violência arquival", um apagamento que marginalizou por anos travestis, transexuais, transformistas e drag queens. Sem registros formais, somente inquéritos e boletins de ocorrência, o que restou de escrito sobre esta comunidade e as Rainhas da Noite são apenas notícias de assassinatos, assédios e prisões.

Tudo o que os registros burocráticos deixaram de fora, de exploração sexual a feitos artísticos e riqueza financeira, é resgatado no áudio por meio das memórias afetivas de mais de cem pessoas que conheceram as três controversas personagens. Além da ligação das "rainhas" com a criminalidade e, mais para o fim do período, o mundo das drogas, a obra traça um retrato da brilhante e espalhafatosa noite do centro paulistano desde os anos 70. Um mundo que chegou ao fim com a chegada de traficantes na área e a difusão do consumo do crack, depois dos anos 2000.

Quem dá voz à história de Felitti no audiobook é a atriz transexual Renata Carvalho, conhecida por ter encenado o papel de Jesus Cristo na peça teatral "O Evangelho Segundo Jesus Cristo, Rainha do Céu". "É uma alegria emprestar minha voz para o audiobook. Histórias de travestis narradas por uma travesti. O livro de Chico Felitti traz luz à vida de travestis desamparadas pelo Estado, e que encontraram nas próprias travestis a força para resistir ao travesticídio e ao encarceramento em massa de nossas existências. O livro resgata nossa memória. É uma ode à nossa Transcestralidade. Evoé Traviarcado", diz Renata Carvalho.




quarta-feira, 29 de setembro de 2021

.: 3x4: A hora da ligação de "American Crime Story: Impeachment"

Por: Mary Ellen Farias dos Santos 

Em setembro de 2021


"The Telephone Hour", o quarto episódio de "American Crime Story: Impeachment", leva o público para o mês de agosto de 1977. Assim, Monica (Beanie Feldstein) é convidada a entrar numa sala por outra mulher, quem se identifica como alguém próxima ao presidente, que aliás, o conhece desde a adolescência. O que a jovem foi tentar ali? Resgatar a vaga de trabalho na Casa Branca. 

De volta ao ambiente de trabalho, Linda Tripp (Sarah Paulson), já tendo uma lista de nomes, demonstra toda indignação a respeito da tentativa de Monica e deixa muito claro que dedicou anos da vida e, no fim, foi tratada igual a lixo. Em casa, diante da TV, uma ligação para Linda. É Monica pedindo desculpas pelo desentendimento com a amiga de trabalho. E assim começa o que o título do episódio promete.

Do outro lado da linha telefôncia, a ideia é plantada na mente de Linda por Lucianne Goldberg (Margo Martindale): fazer um livro sobre a relação de Monica e Clinton. Assim, ela tem todas as dicas de como gravar as conversas e ter material para o livro. Enquanto Monica solta tintin por tintin aos prantos, com direito a cabelos molhados de chuva, do outro lado, Linda é puro deboche da situação.

Resultado: a amiga ursa decide fazer um livro e começa a gravar as conversas. Assim, chega em quem pode escrever: um jornalista. Ele reluta, uma vez que as gravações foram feitas sem o consentimento de Monica e ainda se trata de sexo oral. Sem alguém para escrever a história, numa nova conversa via telefone, Linda traz a verdadeira situação de Monica que fica revoltada. Monica não voltará a trabalhar na Casa Branca. Assim, a moça mete os pés pelas mãos a ponto de Clinton reforçar se eles ainda podem ser amigos.

Linda segue se fazendo de amiga até acumular material suficiente quando estoura com Monica. Sem entender, a moça deixa diversas mensagens para Linda na secretária eletrônica. Até que Linda, preparada, liga para Monica, explica ausência no trabalho e ainda faz uma confissão: perdeu três quilos.

Num encontro de amigas, Monica solta mais histórias sobre as relações anteriores que teve antes do presidente, mas é no closet que Linda se depara com um vestido da marca GAP sem lavar. Por quê?! Lembrança de quando fez sexo com Clinton.

Embora tudo pareça ser um prato cheio de diversão para Linda ela cai em si e se dá conta de não conseguir manter mais a farsa. Eis que Paula Jones (Annaleigh Ashford) aparece no televisor para mais uma vez costurar o escândalo de Monica e Clinton. Para a alegria da futriqueira da história, ela recebe uma intimação, enquanto que o presidente, na Casa Branca, percebe que seu casamento está por um fio.


Seriado: American Crime Story: Impeachment
Temporada: 3
Episódio 4: "
The Telephone Hour"
Exibido em: 28 de setembro de 2021, EUA.
Elenco: Sarah Paulson (Linda Tripp), Beanie Feldstein (Monica Lewinsky), Annaleigh Ashford (Paula Jones), Margo Martindale (Lucianne Goldberg), Edie Falco (Hillary Clinton), Clive Owen (Bill Clinton), Billy Eichner (Matt Drudge), Elizabeth Reaser, Judith Light (Susan Carpenter-McMillan), Anthony Green (Al Gore), Cobie Smulders (Ann Coulter), Colin Hanks, Taran Killam (Steve Jones), Mira Sorvino (Marcia Lewis), Kathleen Turner (Susan Webber Wright), Dan Bakkedahl (Kenneth Starr), Joseph Mazzello (Paul Begala), Blair Underwood (Vernon Jordan), Kevin Pollak (Bernie Nussbaum), Patrick Fischler (Sidney Blumenthal)

* Mary Ellen é editora do site cultural www.resenhando.com, jornalista, professora e roteirista, além de criadora do www.photonovelas.com.br. Twitter:@maryellenfsm

.: Entrevista: Tony Ramos fala sobre "Pai Herói", que chega ao Globoplay


Trama protagonizada por Tony Ramos e  Elizabeth Savalla, novela foi escrita por Janete Clair e exibida originalmente em 1979 está disponível na plataforma. Foto: TV Globo / Nelson Di Rago


Um homem em busca da verdade sobre o seu pai é o mote principal de "Pai Herói". Escrita por Janete Clair, a trama que foi exibida originalmente em 1979 passa a integrar o projeto de resgate dos clássicos da dramaturgia do Globoplay a partir desta segunda-feira, dia 27. Dirigida por Walter Avancini, Roberto Talma e Gonzaga Blota, a história conta com Tony Ramos, Elizabeth Savalla, Lima Duarte, Glória Menezes, Carlos Zara, Beatriz Segall, Paulo Autran, Isabela Garcia, Jorge Fernando, Emiliano Queiroz, entre outros, no elenco. 

André Cajarana (Tony Ramos) foi criado no interior de Minas Gerais pelo avô paterno. O jovem cresceu acreditando que seu pai era um grande homem. Com a morte do avô, André parte para o Rio de Janeiro com o objetivo de esclarecer as circunstâncias da morte de seu pai, Malta Cajarana (Lima Duarte). Ao chegar à cidade, ele descobre que o pai é acusado de roubo e assassinato. 

Tudo que ele quer então é provar que seu pai não é o que o acusam. André acredita que Malta foi um herói e não um bandido, como dizem. Ao longo da história, ele se envolve com duas mulheres. Catarina (Elizabeth Savalla) é bailarina profissional de sucesso e faz parte de uma rica família do Rio de Janeiro. Já Ana Preta (Glória Menezes) é uma mulher do subúrbio, dona de uma casa de samba. Os três formam o principal triângulo amoroso da história. Nesta entrevista, Tony Ramos fala sobre "Pai Herói".


Qual a principal lembrança que você tem da novela "Pai Herói"?
Tony Ramos - 
São várias lembranças! A turma com quem eu contracenava, a possibilidade das conversas de alta qualidade que tínhamos nos bastidores, a direção inspirada... Eu lembro claramente dessa direção inspirada. As conversas criativas que eu tinha com o Paulo Autran, com a Maria Fernanda, que fazia a mãe do André, com a Savalla, com a Gloria Menezes, minha querida Gloria no Cabaré da Ana Preta, que era um lugar que quando aparecia na novela as pessoas ficavam encantadas com a espontaneidade de todo aquele elenco. Gravávamos às vezes algumas externas lá na Beija-flor de Nilópolis. São várias lembranças. 


Como era trabalhar em uma novela de Janete Clair?
Tony Ramos - 
Dona Janete era uma pessoa muito espontânea, muito clara. Ela mandava recados pelos diretores, às vezes telefonava para contar de uma cena que tinha visto e tinha gostado. Sempre muito generosa, era uma doçura de pessoa. E, ao mesmo tempo, uma criadora. Ela não fazia nenhum tipo de juízo de valor de uma telenovela. Ela apenas queria sempre passar, através do folhetim, quadros da vida real. Claro que, quando fala de telenovela, você diz “ah... isso é coisa de novela” ou “isso é coisa de cinema”. Mas, na verdade, o folhetim, a dramaturgia, espia, olha para a realidade que nos cerca. Claro que é importante colocar um pouco de fantasia no meio disso, como é até hoje. Se você assistir a qualquer série, você vai perceber que tudo é folhetim: quem matou quem, quem vai ficar com quem, como vai ser o próximo episódio, como vai acabar, e assim por diante. Folhetim, dramaturgia pura. Dona Janete respeitava muito essa imaginação, esse sonhar, esse folhetim da própria vida que o espectador tem. Espectador que sonhava e sonha. Era uma alegria poder trabalhar com Dona Janete, com sua determinação e espontaneidade. 

 
A novela traz diversos nomes importantes da dramaturgia brasileira. Como eram os bastidores das gravações?
Tony Ramos - Os bastidores eram fantásticos. Na hora do almoço, você sentava-se à mesa com Maria Fernanda, com Paulo Autran e falava sobre teatro, vida, sociologia, filosofia. Aí chegava nossa querida Gloria Menezes para almoçar e o papo continuava. Falava-se de música, porque Gloria é uma excelente pianista também. Poucos sabem ou lembram disso. Também contávamos piada, falávamos de esporte, de tudo um pouco... Cada um com seu projeto teatral e com planos para depois da novela. Como foi meu caso. Acabou "Pai Herói" e eu fui fazer “O Pagador de Promessas” no teatro. Paulo Autran foi fazer outra peça e assim por diante. 


Você lembra como era a abordagem do público nas ruas em relação ao André?
Tony Ramos - 
Se eu ia ao teatro, ao cinema ou se eu arriscasse passear com meus filhos, àquela altura com seus oito, nove aninhos, sempre era isso: “Você tem que limpar o nome do seu pai”. “Estou gostando". “Você tem que ver o que está acontecendo”. “Aquele Baldaracci guarda o segredo”. “O teu pai sempre foi um homem bom”. Eu sempre ouvia isso nas ruas e eu dizia “Mas André Cajarana está atrás disso” (risos). Uma relação muito bonita numa época em que ninguém poderia imaginar que um dia teríamos internet. 

 
Depois de tantos personagens, cerca de 138 pelo que você já comentou em entrevistas, o André tem um lugar especial em sua trajetória? 
Tony Ramos - 
Claro que o André tem um lugar especial. Grandes novelas foram importantes na minha vida, como “Ídolo de Pano”, que depois a Globo refez. “A Viagem”, que fiz com a Eva Wilma, e que a Globo refez também. Novelas importantes na minha vida profissional. Como “Nino, o Italianinho”, com Juca de Oliveira de Geraldo Vietri, uma novela muito importante. Aí venho para a Globo onde estou há 45 anos seguidos. Fiz muitas coisas que foram importantes. Agora imaginem fazer uma novela como “O Astro” e, em seguida, estrear uma como "Pai Herói". Fiz ambas de Janete Clair seguidamente e com sucesso maciço em todo território nacional, tramas vendidas para o mundo inteiro. Claro que isso tudo muda a relação com a profissão. Mas "Pai Herói" entra naquele lugar especial onde solidifica-se o meu nome junto ao grande público. Assim como vieram outras, como os gêmeos de “Baila Comigo”, o Juca de “A Próxima Vítima”. Aí, enfim, a carreira caminhou. Mas sem dúvida o André Cajarana está ali como está também, em 1985, a minha personagem Riobaldo de “Grande Sertão Veredas”, seis anos depois de "Pai Herói". Um outro marco divisório na minha carreira. É bonito olhar para a carreira, é bonito olhar para o tempo e ser feliz com os desafios que topei e, ao mesmo tempo, pensar na gratidão que tenho por essa caminhada. 

 
Qual cena você lembra com mais carinho?
Tony Ramos - 
São várias. Uma é a perseguição no início da novela. André Cajarana é envolvido num assalto inadvertidamente. Ele não está sabendo que a personagem do Osmar Prado está envolvida nisso. Ele fala “corre, corre, corre”. Eles saem correndo. A polícia perseguindo, aquilo é um momento muito bonito com esse grande ator que é o Osmar. Houve outros momentos líricos, românticos com a Ana Preta. Outros momentos que, ao fugir da polícia, ele se esconde na cobertura onde mora quem? Carina, personagem da Elizabeth Savala. Há vários momentos... O final da novela, que não vou dizer aqui, é surpreendente pela forma que o Roberto Talma marcou, como os diretores criaram aquele final, como foi dirigido e o local escolhido. É um final surpreendente.

 
Muitas novelas estão sendo revisitadas no momento. Mas "Pai Herói" foi exibida há mais de 40 anos. É uma oportunidade de os noveleiros conhecerem esse trabalho, que fez muito sucesso à época, estando agora no streaming?
Tony Ramos - 
Sem dúvida é muito bom para mim, principalmente no caso de "Pai Herói", que foi exibida de janeiro a agosto de 79, um sucesso estrondoso. É uma história linda que se um dia a Globo resolver fazer um remake, não tenha dúvida que dará certo. E os noveleiros que viram esse trabalho, vão poder rever cenas importantes. E a molecada que não faz nem ideia do que é "Pai Herói", talvez tenha ouvido falar, vai poder constatar que grande novela é.


O que você destacaria em "Pai Herói" como um atrativo?
Tony Ramos - 
O atrativo de "Pai Herói" é esse: suspense, amor e, ao mesmo tempo, aquela velha pergunta “como será que vai terminar?”. Valeu a pena demais para mim. Sou grato a todos os trabalhos que fiz, mas tem alguns que são pontos de virada, pontos que saem da curva. "Pai Herói" é um deles, sem dúvida alguma.

.: "As Princesas Encaracoladas": mãe cria história para empoderar as filhas


Empoderamento na primeira infância: o que pais e mães têm feito para promover a aceitação de seus filhos? Claudia Kalhoefer usou a literatura como estratégia para promover a inclusão. Ela escreveu a obra "Princesas Encaracoladas" com o objetivo de ajudar todos os pequenos que passam por bullying por causa da forma do cabelo e da cor da pele. A pauta também pode contar com a participação de mães leitoras que usam os livros para preparar os filhos para serem antirracistas.

Agatha, de seis anos, e Alice, de quatro, são duas meninas que amam contos de princesas. Um dia, Agatha voltou da escola triste e pensativa. Lá, ela escutou que não poderia ser uma princesa, já que não tinha o cabelo liso e loiro. Esperta e curiosa, a pequena perguntou para a mãe: “Por que ela tinha os cabelos cacheados e por que não poderia ser como as personagens dos contos?". Claudia Kalhoefer não se contentou em apenas explicar o motivo também escreveu o livro infantil "As Princesas Encaracoladas", para empoderar várias outras crianças a se amarem do jeito que são e respeitarem umas as outras.

Claudia Kalhoefer sentiu a necessidade de empoderar suas meninas porque não queria que elas passassem pelo que passou na infância. Ela sofreu bullying na idade escolar por causa do cabelo e pediu para a mãe que alisasse as madeixas. Durante mais de 30 anos, utilizou vários métodos para deixar os cabelos lisos.  Ao se deparar com o drama semelhante das filhas resolveu que era a hora de educar pelo exemplo e iniciou sua transição capilar.

"Acho que você também deve se amar do jeitinho que é. Com sua cor de pele, os traços do seu rosto e do seu corpo e com a beleza que seu cabelo tem. Não existe cabelo mais feio ou mais bonito. Muito menos cabelo bom ou ruim." ("As Princesas Encaracoladas", p. 19)

O propósito da autora foi para além do livro. Ela utiliza outras formas de interagir com meninas de cabelos crespos e cacheados. Seja por meio do Instagram @asprincesasencaracoladas ou da música. A canção "Toda Cacheada", escrita pelo compositor Flávio Augusto da Silva e com participação especial de Agatha e Alice, é uma das formas que Claudia encontrou para tornar sua obra ainda mais interativa.

A música pode ser conferida no link: https://youtu.be/qnXPKpbv8OU. Claudia também é mãe de Noah, de oito anos e mora em Springfield, nos Estados Unidos, com os filhos e o marido, Eric.


Ficha técnica:
Livro: 
"As Princesas Encaracoladas"
Autora: 
Claudia Kalhoefer
ISBN/ASIN:
978-65-00-10426
Formato: 16x16
Páginas: 20
Link de venda no Amazon: https://amzn.to/3zSTgsJ

"Toda Cacheada" - Lyric video

.: Últimos dias da exposição "A Terceira" da artista Marcia de Moraes no CCBB


Últimos dias para visitar a exposição A Terceira, da artista visual Marcia de Moraes, que encerra na próxima segunda-feira, dia 4 de outubro. "O Êxtase" - 2021. Foto de Filipe Berndt.


Em “A Terceira”, a artista Marcia de Moraes conjuga questões da arte e da psicanálise. Através do desenho, a artista encontra destino ao que transborda: para o vazio e para o excesso, para o que é radicalmente seu e para aquilo que é pura alteridade. As perguntas que seus desenhos e colagens sustentam encontram-se nas entranhas e nas vísceras, no dentro e no fora, na superfície e na espessura das coisas.

No traçado das primeiras formas, Marcia de Moraes  abriga o espaço em branco. O intervalo revelado pelo traço do grafite e a cor como preenchimento desfiguram o figurativo, fazendo com que as coisas possam se imiscuir e perder seu contorno fixo. 

O nome da exposição é uma referência à conferência feita por Jacques Lacan no VII Congresso da Escola Freudiana de Paris, no dia 1º de novembro de 1974. Na conferência que também recebeu o nome “A Terceira”, Jacques Lacan trata de um ponto central para a psicanálise: a maneira singular como cada sujeito escreve um corpo.  “Dentro da minha interpretação, ele falou sobre o aquilo que não cabe dentro das pessoas. Provavelmente ele está falando de pulsões emocionais, mas no meu caso, eu transponho isso para o desenho, quando eu digo que o que eu desenho é aquilo que não cabe dentro de mim”, comenta a artista.

A exposição acontece no subsolo do CCBB-SP, ocupando inclusive o antigo cofre da agência, que hoje se tornou um dos espaços expositivos mais desafiadores da cidade. O subsolo tem área útil de 133 metros quadrados e o espaço interno do cofre possui 33 metros quadrados. Toda essa área do prédio construído em 1901 será ocupada pelas obras inéditas de Marcia, desenhos e colagens criados especialmente para a exposição.

“O cofre é um lugar que sempre me chamou muito a atenção, ele tem um formato quase octogonal que me interessa muito, ele permite que o público tenha uma proximidade muito intensa com o desenho, assim como eu tenho no ateliê. Isso acontece pela própria geografia do espaço”.

Desde 2010, Marcia direciona sua arte na pesquisa do desenho. "Já ouvi muito que o desenho não poderia ir além do que um determinado tamanho do papel, ou de uma determinada situação de esboço, de planejamento, e eu insisti de uma forma muito teimosa, e continuo insistindo até hoje, e essa exposição mostra o quanto isso é possível, acho que ela é o lugar mais longe que já cheguei no meu trabalho com o desenho”, completa. “A Terceira” até dia 4 de outubro, todos os dias, das 9h às 18h, exceto às terças, e contará com um catálogo virtual completo. 

.: Bomba: o livro de Solange Gomes, a participante polêmica de "A Fazenda 13"

Antes de entrar na 13ª edição de "A Fazenda", a modelo Solange Gomes lançou uma polêmica autobiografia: "Sem Arrependimentos"

Com a personalidade forte que pode ser assistida todas as noites no reality show da Record, Solange é, hoje, considerada uma das participantes favoritas ao prêmio de R$ 1,5 milhão. O livro tem prefácio de Gugu Liberato e conta histórias interessantes, como a que ela ficou desidratada.

Espontânea e divertida, a veterana carioca criada no bairro de Botafogo conta tudo nesta autobiografia cativante. Desde muito nova, a vida de Solange Gomes se tornou um caldeirão de paixões explosivas, polêmicas e decisões tomadas sempre com emoções à flor da pele. 

Neste livro, a modelo da banheira do Gugu do programa "Domingo Legal" relata, com a sincera que lhe é peculiar, os fatos capitais da vida que foram expostos pela mídia, agora sem filtros da própria mídia ou de terceiros. O principal deles, responsável pela grande reviravolta de sua vida, entre muitas histórias, foi a escolha pela maternidade durante o auge de sua carreira e fama.

Solange Gomes foi convencida a escrever este livro pelos amigos e colegas de profissão que a veem como uma guerreira, que busca seus objetivos com muita determinação e fé, e que sua inspiradora capacidade de dar a volta por cima tem o potencial para animar e motivar leitores e leitoras nos momentos mais difíceis. No mínimo, uma leitura divertida. Você pode comprar e se divertir com o livro "Sem Arrependimentos", que conta as histórias de Solange Gomes, neste link.


terça-feira, 28 de setembro de 2021

.: 5x2: "9-1-1" faz horas desesperadas de Athena com animais à solta


Por: Mary Ellen Farias dos Santos

Em setembro de 2021

O segundo episódio da quinta temporada de "9-1-1", que leva o nome de "Desperate Times", começa com o helicóptero pendurado no telhado do hospital, quando a equipe do 118 corre em socorro. Dentro? Alguém precisa de atendimento. Para tornar tudo ainda mais arrepiante, a porta do helicóptero se abre e Bobby Nash (Peter Krause) banca o herói. Antes do grande feito, faz o público roer as unhas com direito a ouvir que aquilo foi "surpreendente". Afinal, Bobby, a coragem em forma de homem, se sai bem e ainda salva o órgão para transplante que estava à espera.



O episódio tem espaço para o drama familiar de Athena, uma vez que certa atitudade de Harry (Marcanthonee Reis), filho de Athena está em pauta pelo pai Michael Grant (Rochmond Dunbar). Contudo, mesmo que em período de trabalho, a diva Athena não brinca em serviço e descobre que seu parceiro de trabalho está internado após ser atacado por Jeffrey Hudson (Noah Bean). 

Impressionante, uma vez que o finalzinho do episódio de estreia da quinta temporada foi bem assustador. Não é mesmo? Sendo assim, o estuprador está livre. Logo, numa cena de invasão estilo cinematográfico, tal qual o clássico "S.W.A.T", um crime de mansão. Pois é justamente a casa da advogada de Jeffrey Hudson. Sim! 

Numa discussão encabeçada por Buck (Oliver Stark) e Bobby, a equipe do 118 conclui com um sorriso, sugerido por Henrietta "Hen" Wilson (Aisha Hinds). Com o grupo de volta para a Boulevard, o cenário de destruição e o som alto da trilha sonora é de "Welcome to the jungle", Guns N´Roses, e um revival do que foi apresentado no primeiro episódio.

Contudo, a equipe está em busca de algum humano para socorrer em meio a tantos animais livres e soltos. Surge o primeiro que diz ter sido envenenado a ponto de não ver nada. Barulhos e outra vítima é encontrada. O causador? Uma alpaca. Ok. Ela não estava sozinha.

O segundo episódio não deixa a crise pós-parto de Maddie (Jennifer Love Hewitt) de fora, mas o foco é nitidamente a história de Athena. Também pudera, ela é a protagonista da série. Enquanto ela faz ronda na casa de uma groupie fã do estuprador, encontra um tempinho para papear com seu amado Bobby. Eis que Catherine aparece por lá, dizer se sentir responsável por Jefrey estar livre e avisa que Athena tem um novo chamado no hospital.

E numa convera por troca de olhares, anotações e sussurros, Athena liga toda a história, percebendo que a família dela está em perigo. Sim, ela se preocupou com as vítimas a ponto de se esquecer de que era uma vítima também. Ao chegar em casa, escuridão e sem mais convidados da festa. Assim, Athena se dá conta de que Jeffrey raptou Harry. Ufa! Que venha o próximo episódio, pois já está claro que Jeffrey Hudson será o demônio da história de Athena, enquanto que a equipe do 118 terá um cenário apocalíptico para remediar!


Seriado: 9-1-1
Temporada: 5
Episódio: 2, Desperate Times
Exibição: 27 de setembro de 2021
Emissora original: Fox Broadcasting Company
Criadores: Ryan Murphy, Brad Falchuk, Tim Minear
Produtores executivos: Ryan Murphy, Brad Falchuk, Tim Minear, Alexis Martin Woodall, Bradley Buecker
Elenco: 
Angela Bassett (Athena Grant), Peter Krause (Bobby Nash), Jennifer Love Hewitt (Maddie Buckley), Oliver Stark (Evan "Buck" Buckley), Aisha Hinds (Henrietta "Hen" Wilson), Kenneth Choi (Howie "Chimney" Han), Noah Bean (Jeffrey Hudson) Marcanthonee Reis (Harry Grant), Ryan Guzman, Rockmond Dunbar.


*Editora do site cultural www.resenhando.com. É jornalista, professora e roteirista. Twitter: @maryellenfsm

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