sexta-feira, 28 de abril de 2023

.: "Muito mimizenta", fala Marcos Veras sobre a internet, no "Provoca"


"A internet deu essa voz pra todo mundo, é muito democrática, mas ao mesmo tempo é muito invasiva, muito mimizenta", afirma o artista, que está em cartaz no Rio de Janeiro com o solo de humor "Vocês Foram Maravilhosos". Foto: Margareth Dias

Nesta terça-feira, dia 2 de maio, Marcelo Tas recebe o ator, humorista e apresentador Marcos Veras. Na edição, ele fala sobre o ano em que perdeu seu pai e sua irmã, as encruzilhadas da vida, o espetáculo “Vocês Foram Maravilhosos” e a comédia nos dias de hoje. Inédito, o "Provoca" vai ao ar às 22h, na TV Cultura.

Sobre o ano em que perdeu seu pai e, após nove meses, sua irmã, Veras conta o que aprendeu: “A gente é fraco pra caceta, né? (...) E ao mesmo tempo a gente é forte pra caceta”. O ator também diz que é uma pessoa de muita fé e que o que o conforta é acreditar que seu pai e sua irmã estão bem.

Como forma de homenageá-los, Veras montou o solo de humor “Vocês Foram Maravilhosos”, em cartaz no Rio de Janeiro. E conta: “Então, 14 anos depois, eu consigo falar sobre isso, transformar em arte, colocar numa peça, dividir isso com a plateia. (...) Detalhe, com humor”. Em tom emocionado, acrescenta: “O humor deixa a gente mais frágil, mas o humor é mais bonito do que a tristeza”.

Ao ser provocado por Tas sobre as encruzilhadas da vida, relembra do momento em que se separou da atriz e comediante Júlia Rabello. (Foram) doze anos, casei na Igreja, e o menino bonzinho que habita em mim, pensou: ‘Ah, pra vida toda. Por que não?’”, diz. E também conta que foi um processo muito dolorido e demorado, mas que hoje ambos estão curados e felizes em novos relacionamentos. “Mais uma vez a vida mostrando como se refaz, se renova”, afirma ao falar sobre a atual união com Rosanne Mulholland, da qual nasceu o flho do casal, Davi.

Na conversa, Veras ainda comenta sobre os comediantes mimizentos de hoje. E declara: "eu acho que tem a ver com rede social, né?" e expõe o fato de como uma piada pode virar uma bola de neve na internet. "A internet deu essa voz pra todo mundo, é muito democrática, mas ao mesmo tempo é muito invasiva, muito mimizenta", finaliza.



.: Teatro: "Identidade X - Max e Eva" convida a pensar sobre diversidade


Com direção de Ricardo Grasson e Ando Camargo, espetáculo nasceu para desmistificar a sigla LGBTQIAPN+. Foto: Lyvia Gamerc e Andrea Menegon


Em um dos países que mais mata a população LGBTQIAPN+ (Lésbicas, Gays, Bi, Trans, Queer/Questionando, Intersexo, Assexuais/Arromânticas/Agênero, Pan/Poli, Não-binárias e mais) no mundo, discutir gênero e identidade é fundamental para a criação de uma sociedade melhor. E a peça "Identidade X - Max e Eva" vem falar justamente para a juventude sobre essas questões em sua nova temporada, que acontece de 3 de maio a 1º de junho, no Teatro Sérgio Cardoso, com sessões às quartas e quintas, às 19h.

A montagem tem texto de Marcelo Gomes e Ellen Bueno e direção de Ricardo Grasson e Ando Camargo. Já o elenco traz Glamour Garcia, Thiago Mendonça, Marcelo Gomes, e Fábio Barreto. Inspirado em histórias reais, o trabalho aborda a luta e os desafios das pessoas em processos de descoberta de sua identidade, estejam elas dentro ou fora das siglas de expressão da diversidade. A trama acompanha uma história de amor entre Max, um homem em descoberta de sua identidade, e Eva, uma garota de programa cisgênero

Eva se apaixona e se aproveita da condição de Max levando-o para o mundo da prostituição. Eles afundam no submundo, onde as reais identidades e valores são revelados. A situação quebra os limites e a convivência entre eles se torna frágil e insustentável.

Ao nascer, as pessoas são automaticamente classificadas pela sociedade em dois gêneros de acordo com seus órgãos genitais. A peça vem justamente para ajudar o público - que também está em processo de construção de sua identidade - a questionar: Será que apenas essas duas categorias servem para retratar a realidade de toda raça humana? Por que as siglas de expressão da diversidade existem? Por que elas crescem? Como obtemos informações e/ou apoio? Como lidar com a nossa singularidade e a das outras pessoas?

A história tem um final de esperança para os protagonistas Max e Eva, para mostrar aos jovens que todas as pessoas, independentemente da identidade de gênero, merecem ser felizes, amadas, respeitadas e ter uma vida digna. "Identidade X - Max e Eva" é resultado de um projeto aprovado pelo ProAC 30/2021. A peça estreou em 2022 e teve uma série de apresentações em vários teatros, direcionadas a comunidade e a escolas. A iniciativa também contou com a exposição fotográfica áudio-descritiva “Frente a Frente”, retratando histórias de pessoas LGBTQIAPN+, e a série “Velas e Siglas”, com oito encontros gravados em vídeo entre especialistas em diversidade.


Max e Eva
O espetáculo conta a história de Max, um habitante de São Paulo, cidade recheada de nuances e complexidades. Max é um homem em descoberta de sua identidade, atormentado por seus conflitos, e por não compreender seu lugar na sociedade, opta por viver nas ruas. Surge em sua vida, Eva, uma prostituta que sonha ser atriz, sedutora e comunicativa, ela gera um grande impacto na vida de Max. Didi, drag queen e melhor amigo de Eva tenta impedi-la de se entregar a essa relação. Eva se apaixona por Max e o conduz para a descoberta da sua identidade de gênero, até que a situação quebra os limites e as reais identidades são reveladas. 


Ficha técnica
"Identidade X - Max e Eva". Texto: Marcelo Gomes e Ellen Bueno. Elenco: Glamour Garcia, Thiago Mendonça, Marcelo Gomes, e Fábio Barreto. Direção: Ricardo Grasson e Ando Camargo. Contribuição cênica: Cássio Scapin. Desenho de luz: César Pivetti e Rodrigo Pivetti. Figurino e cenário: Kleber Montanheiro. Direção musical: Marcus Veríssimo. Produção: Marcelo Gomes, Augusto Oliveira e Gregory Pena. Assistência de produção: Wellyda Lyra. Coordenadora de inclusão da pessoa com deficiência e audiodescrição: Jessica Marchetti. Libra: Libas Rosemeire Santos. Foto: Lyvia Gamerc e Andrea Menegon. 


Serviço
"
Identidade X - Max e Eva". Temporada: 3 de maio a 1º de junho, às quartas e quintas-feiras, às 19h. Teatro Sérgio Cardoso - Rua Rui Barbosa, 153, Bela Vista. Ingressos: R$ 40 (inteira) e R$20 (meia-entrada). Pessoas trans e com deficiência pagam meia entrada. Vendas on-line em https://www.teatrosergiocardoso.org.br/pt-br/agenda-cultural/identidade-x-max-e-eva/. Duração: 70 minutos. Classificação: 14 anos. Acessibilidade: Teatro acessível a cadeirantes e pessoas com deficiência. A peça tem tradução em Libras todas as quartas-feiras e áudio descrição em todas as sessões.

.: Crítica musical: Claudya canta a Jovem Guarda cheia de Bossa Nova


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural.

Claudya é aquele tipo raro de intérprete que pode se dar ao luxo de cantar o que quiser. Até mesmo os antigos hits da Jovem Guarda em ritmo de bossa nova ficariam bem em sua voz afinada e de rara beleza. E foi exatamente isso que ela fez com a maestria de sempre, contando com o apoio de músicos talentosos.

O disco "A Nossa Bossa Sempre Jovem" e o EP "Além da Jovem Guarda", ambos disponibilizados nas plataformas de streaming, recriam uma série de canções que marcaram os anos 60 em arranjos produzidos por Alexandre Viana, com quem Claudya já havia trabalhado anteriormente. "O Caderninho", "Ternura", "Meu Bem", "Devolva-me", "Nossa Canção", "Aquele Beijo que Te Dei" e "Ritmo da Chuva" são algumas das canções escolhidas para o repertório desse trabalho.

A balada "Eu Daria Minha Vida", de Martinha, e a canção "Alguém na Multidão", hit dos Golden Boys, ganharam um animado arranjo que mescla a bossa nova com a salsa. Já as baladas "Nossa Canção" e "Devolva-me" se integram com perfeição ao ambiente bossanovístico do arranjo de Alexandre Viana.

Trazer canções de essência pop para o ambiente sofisticado e jazzístico da bossa nova parece até uma tarefa simples. Mas não é. O intérprete corre sempre o risco de soar piegas ao cantar os inocentes versos contidos nessas canções. Mas no caso de Claudya, isso dificilmente acontece. Basta ouvi-la para perceber isso.

Sua voz forte e afinada e um incrível feeling para interpretar os mais variados estilos musicais colocam Claudya em um patamar diferenciado de intérprete. Tudo o que ela canta soa convincente para o ouvinte. Até mesmo a jovem guarda em ritmo de bossa nova.

"Aquele Beijo que Te Dei"

"Eu Daria a Minha Vida"

"Ritmo da Chuva"


quinta-feira, 27 de abril de 2023

.: "Último Olhar": Miguel Sousa Tavares lança romance sobre a pandemia


Em 17 de maio, a Companhia das Letras lança "Último Olhar", o novo livro de Miguel Sousa Tavares, um dos autores mais lidos em Portugal. O livro conta a história de Pablo, um homem de 93 anos que sobreviveu a diversos conflitos ao longo da vida e agora enfrenta a pandemia de Covid-19 em um lar de idosos na Espanha.

O autor explora temas como solidão, envelhecimento e dilemas éticos enfrentados pelos profissionais de saúde durante a pandemia. O título é lançado após hiato de dez anos, quando Tavares publicou "Equador", um dos maiores best-sellers da literatura portuguesa contemporânea.


Por que ler "Último Olhar"?
Do autor de "Equador", o romance "Último Olhar" é uma provocação sagaz sobre como nos relacionamos uns com os outros e como nossas sociedades, que parecem tão civilizadas e altruístas, podem ser tomadas pela barbárie e pela luta animalesca pela sobrevivência.

Pablo tem 93 anos e uma vida imensa. Lutou na Guerra Civil Espanhola, fugiu da morte na França, sobreviveu a um campo de extermínio nazista na Áustria e depois viveu 75 anos tão feliz quanto possível - até que uma pandemia de proporções imagináveis se alastrou pelo mundo e ele se viu abandonado em um lar de idosos na Espanha. É nesse mesmo local que trabalha Inez, uma médica espanhola que deixa seu marido e sua casa para trás para enfrentar a nova realidade que confronta não apenas sua profissão, mas tudo o que está à sua volta.

Ao conhecer Paolo, um médico intensivista italiano que está na linha de frente do combate à covid-19, ela pouco a pouco toma dimensão de que essa nova doença é sinônimo de solidão e vai virar a vida de todos eles de cabeça para baixo. É um vírus desconhecido, que convoca cada indivíduo a enfrentar dilemas éticos a que se julgavam imunes. "Último Olhar" é uma história sem tréguas nem contemplações, um convite para o leitor refletir sobre um passado próximo e vislumbrar as possibilidades de um futuro novo, em reconstrução. Compre o livro "Ultimo Olhar" neste link.


Sobre o autor
Miguel Sousa Tavares nasceu no Porto, em 1952. É formado em direito, mas renunciou à carreira de advogado para se dedicar exclusivamente ao jornalismo, uma paixão que lhe concedeu diversos prêmios. Hoje se volta sobretudo à escrita literária e é um dos autores portugueses mais lidos em seu país. Escreveu livros de reportagens e crônicas, obras infantis e juvenis, como "O Segredo do Rio" e "Ismael e Chopin", e os romances "Rio das Flores", "Equador", "No Teu Deserto" e "Madrugada Suja", esses últimos publicados pela Companhia das Letras. Garanta o seu exemplar de "Ultimo Olhar" neste link.

.: Terror doméstico e memória dão o tom do espetáculo "Aleito"


Após temporada no Rio de Janeiro espetáculo chega ao Centro Cultural São Paulo com apresentações gratuitas. 
Foto: Anne Godoneo


“Aleito” é um monólogo teatral interpretado por Paula Furtado, com dramaturgia de Lane Lopes e dirigido por Helena Panno. Em “Aleito” acompanhamos uma mulher esquecida pelos outros e esquecida de si mesma após décadas de vida dedicadas à família e ao trabalho doméstico. A partir de lembranças fragmentadas, ela vai contando a sua história e, pela primeira vez, tomando as rédeas do seu destino. A peça estará em cartaz de 20 de abril a 7 de maio de 2023, no Centro Cultural São Paulo.

Com grande força e lirismo, Aleito propõe uma reflexão sobre o feminino, memória e envelhecimento. O espetáculo, que já esteve em cartaz no último ano no Rio de Janeiro, chega em São Paulo em 2023 com novidades, como uma exposição que recebe o público nos minutos iniciais da peça. Para chegar à plateia, o público passa por obras suspensas que remetem a temática do espetáculo: a memória e o feminino Cada obra é feita por mulheres que têm como principal ferramenta de trabalho as mãos, e o intuito é homenagear e divulgar o ofício daquelas que vivem de trabalhos manuais, por necessidade ou escolha. 

A diretora Helena Panno explica que Aleito vem para a segunda temporada salientado uma estética freaky, poética, singela e bordada à mão. “Quando penso na história dessa mulher - que simboliza tantas outras - a escolha é de expor o terror doméstico que foi historicamente banalizado.  Aqui o terror não é banal - buscamos provocar, também, no público a sensação de medo e de abandono, a partir de elementos cênicos e de uma linguagem física vertiginosa.”

Para Paula, revisitar a dramaturgia é revisitar um longo processo de pesquisa feito em conjunto, pelo Coletivo Uma Película, nos últimos três anos - “Encontro as mulheres que vieram antes de mim naquelas palavras. Buscamos homenagear as mulheres de outras gerações com nosso trabalho. Reverenciamos o passado e ousamos pensar diferentes futuros para corpos antes marginalizados.”

O espetáculo trabalha no âmbito das narrativas secretas de mulheres que perderam a memória, o sobrenome, a autonomia e a liberdade: mulheres dadas como loucas, matrimônios forçados, agressões acobertadas. “O espetáculo desloca as contradições do âmbito doméstico para o palco e para o espaço público. É uma inspiração para repensarmos os papéis de gênero e as heranças culturais”, explica Lane Lopes.


Chamamento Artistas  - Aleito em Instalação: o ofício da memória
Produção da peça Aleito convoca artistas que queiram participar da instalação ‘o ofício da memória’ que faz parte do espetáculo em cartaz no CCSP, na sala Ademar Guerra,  entre os dias 20/04 a 07/05. Serão selecionadas obras que dialoguem com as temáticas do feminino, da memória e de ofícios manuais: artistas plásticas, colagistas, fotógrafas, bordadeiras, pintoras, costureiras, etc são bem vindas para compor a nossa instalação.


Inscrições em:  https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSfRToVNW4ajlF9HCxS5g6hrVMNqcHhQNhIdl-IJdvKyyyCg1g/viewform

Ficha técnica:
Dramaturgia: Lane Lopes. Direção: Helena Panno. Atuação: Paula Furtado. Voz em off: Dida Camero. Direção de arte: Padu Cecconello. Trilha sonora original: Caru. Iluminação: Gabriel Prieto. Designer: Brenda Spinosa. Fotos cartaz: Larissa Brujin e Anne Godoneo. Produção: Helena Panno, Luciana Duque e Yago Marçall. Assistência de direção e produção executiva: Yago Marçall. Assistência de produção: Lane Lopes. Assistência de arte: Julia Danesi. Caracterização: Greta Rincon. Técnico de som: Vicente Barroso. Técnico de luz: Guilherme Soares. Equipe de foto e filmagem: André Voulgaris Audiovisual. Filmagem: André Voulgaris e Luisa Nico. Fotos: Anne Godoneo. Assessoria de imprensa: Gabriela Anastácia (Gamarc Comunicação). Idealização: Coletivo Uma Película. Realização: Coletivo Uma Película e Helena Panno através do ProAc Editais, da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo. Apoio: Centro Cultural São Paulo, Os Satyros, Cine Satyros Bijou e MIL Vergueiros

Serviço:
Espetáculo "Aleito". Temporada até dia 7 de maio. Quartas a sábados às 21h, domingos às 20h. Domingos 30 de abril e 7 de maio às 17h. Local: Sala Ademar Guerra no Centro Cultural São Paulo. Endereço: Rua Vergueiro 1000. Ao lado da estação Vergueiro do metrô. Ingressos: gratuito, disponível on-line e na bilheteria do teatro. Link para ingressos on-line: https://rvsservicosccsp.byinti.com/#/event/aleito. Duração: 60 minutos. Classificação etária: 12 anos.

.: "A Nova Era do Império", de Kehinde Andrews, mostra o racismo


O recrudescimento do racismo em suas formas mais brutas é um fenômeno global e tem acompanhado a consolidação da extrema-direita como força política hegemônica nas democracias ocidentais. Por isso, "A Nova Era do Império", de Kehinde Andrews, é um livro imprescindível para entender o racismo estrutural em escala global. O lançamento da Companhia das Letras tem tradução de Cecília Rosas.

“Precisamos urgentemente destruir o mito de que o Ocidente foi fundado com base nas três grandes revoluções científica, industrial e política. Em vez disso, precisamos identificar como genocídio, escravidão e colonialismo são as pedras fundadoras sobre as quais o Ocidente foi construído”, afirma o autor.

Neste livro, o sociólogo britânico Kehinde Andrews reconstrói a história do ocidente para demonstrar que racismo, xenofobia e afetos correlatos não são fenômenos regressivos ou anacrônicos. Pelo contrário, longe de significarem o retorno a um passado que a modernidade teria há tempos enterrado, eles seguem presentes, como substrato da sensibilidade cotidiana e cimento de nossa estrutura social.

Assolada por uma crise de representatividade sem precedentes, desprovida de utopias que possam conter o avanço predatório do capitalismo e sob a ameaça iminente da emergência climática, a civilização ocidental procura uma saída que não pode mais ser oferecida por nenhuma de suas (des)ilusões de progresso. “É a chance de recusar a próxima atualização de sistema do imperialismo, destruir o hard drive e criar uma estrutura inteiramente nova para o sistema político e econômico mundial”, afirma. Compre o livro "A Nova Era do Império" neste link.

O que disseram sobre o livro

“Um relato intransigente sobre as raízes do racismo contemporâneo.” — Kimberlé Crenshaw


Sobre o autor
Kehinde Andrews é professor de Estudos Negros na Birmingham City University, no Reino Unido. Escreve regularmente para The Guardian, The Independent, Ebony Magazine e CNN. Garanta o seu exemplar de "A Nova Era do Império" neste link.

.: Exposição “Diversidade” na Academia Brasileira de Arte será neste sábado

No próximo sábado, dia 29 de abril, o Coletivo Let´s traz para a Academia Brasileira de Arte, em Moema, performances de artes plásticas, teatro, música e dança. A exposição #Diversidade contará com a mostra de obras dos artistas participantes, oficina, música ao vivo e live painting, onde o público poderá prestigiar artistas visuais produzindo seus trabalhos ao vivo.

“O objetivo do evento é apresentar o universo criativo de múltiplos artistas como inspiração empreendedora. Misturando diversas linguagens é possível expandir a criatividade”, explica o fotógrafo Bruno Okubo, um dos organizadores do Coletivo Let´s, que desde 2015 realiza vivências criativas. 

O artista Naoki Takada se inspira em seu estilo de vida surfista e  sua origem oriental. Foto: Daniel Bonozati


A performance visual vai reunir pinturas ao vivo de dois artistas cuja a ancestralidade africana e oriental são fontes de inspiração. Morando em São Paulo desde o final de 1990,  o artista plástico baiano Ógbá é conhecido por grafitar  diversos muros com motivos africanos. Já a inspiração do artista plástico Naoki Takada vem de seu estilo de vida surfista,  sua origem oriental e o fascínio pela obra "A grande onda de kanagawa", a mais famosa xilogravura do mestre japonês Katsushika Hokusai e a primeira pintura na série Trinta e seis vistas do Monte Fuji. 


Morando em São Paulo desde o final de 1990,  o artista plástico baiano Ógbá é conhecido por grafitar  diversos muros com motivos africanos. Foto: Ógbá

Customização de objetos
Além de presenciar a pintura ao vivo, o público também poderá ter peças customizadas pela fusão da arte desses artistas. Após inúmeros diálogos sobre a cultura africana e oriental presentes em suas pesquisas, os artistas Ógbá e Takada iniciaram um trabalho em parceria. Nasceu assim uma união de composições orgânicas que mesclam as culturas distintas através das obras de arte. 


Oficina Refazendo arte
Durante o evento, quem quiser aprender mais sobre arte, poderá participar de uma oficina ministrada pela artista plástica Silvia Borini, ganhadora, entre outros, do Prêmio Internacional de Artes Plásticas – Brasil-Extremo Oriente (1986).


“A Saga de Otello”
O evento contará ainda com uma performance do artista Alberto Garcia com trechos da peça teatral “A Saga de Otello”, além de música ao vivo com os músicos Raphael Badessa e Dudu Sales, Flash Tattoo, Music Painting, bate-papo sobre processos criativos e apresentação de documentários sobre artistas envolvidos desde 2015 no Coletivo Let´s. Os presentes também contarão com um coquetel.


Serviço:
Exposição “Diversidade”
Data: 29 de abril
A partir das 18h
Local: Academia Brasileira de Arte (ABRA)
Avenida Macuco, 684, Moema, São Paulo, SP
https://abra.com.br/
Ingressos: https://www.sympla.com.br/evento/exposicao-diversidade-coletivo-lets/1952626
R$ 67

.: Entrevista com Bruna Griphao: "Fui muito verdadeira, até demais"


Destemida e ousada, a atriz e cantora Bruna Griphao entrou no "Big Brother Brasil" para ser lembrada. Foto: Globo/João Cotta

Já conhecida pela carreira de atriz, Bruna Griphao topou entrar no "BBB 23" e se mostrar em sua totalidade. No confinamento, ela se comprometeu a ser 100% verdadeira e se jogar na experiência. Como resultado, colheu os bônus e ônus de aparecer sem máscaras diante de tantos brasileiros, e o terceiro lugar do reality show, que lhe garantiu o prêmio de R$ 50 mil. 

Foi a recordista de lideranças da edição, posto conquistado quatro vezes durante o programa, e uma das participantes com mais embates com os concorrentes. Deixou seu lado amoroso e seu jeito explosivo às claras. Defendeu aliados, foi presença cativa no “after dos crias”, além de ser a jogadora que ficou por mais tempo sem receber nenhum voto em formações de paredão. 

Olhando para trás, acredita que a história que escreveu dentro do "Big Brother Brasil" aconteceu como deveria. “O 'BBB' é muito além do que eu esperava. É um jogo de pessoas, sim, mas também é um jogo jogado. É muito doido quando você entende que os participantes são peças também. Tudo tem uma proporção maior do que a gente imagina. As pessoas vêm assistir as nossas trocas no jogo que são, também, as nossas trocas na vida. Além disso, eu não imaginava encontrar pessoas de quem gostasse tanto, tantas amizades e afetos”, descreve em retrospectiva. A seguir, Bruna também fala sobre o jogo em grupo, avalia os impactos da volta de sua maior aliada ao game em uma dinâmica de repescagem, comenta erros e revela que seu próximo lançamento na música já tem data marcada. 

Participar do "BBB" era como você imaginava?
Bruna Griphao - Não era nada do que eu imaginava! Demora a cair a ficha de que estamos sendo gravados. Só conseguimos perceber quando assistimos a algumas coisas de lá de dentro. Por exemplo, lembro que caiu a minha ficha quando eu assisti ao vídeo do Fred indo para o quarto branco, exibido na festa dele do líder. Ali eu fiquei: “Caramba, estamos realmente sendo filmados”. Porque a gente esquece, só vive a vida. Viver o "Big Brother Brasil" é muito diferente de assistir. Eu, pelo menos, quando assistia, não tinha noção das dinâmicas. Lá dentro você entende cada uma delas com perfeição, é o que você sabe viver, o que você sabe fazer, o que você espera. Ficamos imaginando: “Fulano vai ter um contragolpe, mas que pode ser do mais votado do líder ou da casa, etc”. É muito louco, eu não esperava que fosse ficar tão imersa nessa atmosfera. O "BBB" é muito além do que eu esperava. É um jogo de pessoas, sim, mas também é um jogo jogado. É muito doido quando você entende que os participantes são peças também. Tudo tem uma proporção maior do que a gente imagina. Quando vemos a dimensão de uma prova, a dimensão do jogo da discórdia, etc, falamos: “Tá rolando e é real”. As pessoas vêm assistir as nossas trocas no jogo que são, também, as nossas trocas na vida. Além disso, eu não imaginava encontrar pessoas de quem gostasse tanto, tantas amizades e afetos. Foi tudo muito além do que eu esperava em vários quesitos.
 

Como foi chegar à reta final do programa ao lado de três grandes amigas?
Bruna Griphao Foi muito legal! Nossa união lá dentro foi muito importante para a gente se fortalecer mesmo. A gente foi se enxergando uma na outra, vendo força uma na outra, e foi dando certo, fomos ficando. Foi muito emocionante. O que eu via nelas era o que elas viam em mim; a gente ia se impulsionando. Foi uma história linda a que vivi com elas. Já estou morrendo de saudade das “desérticas”, juro! (risos)
 

O que achou do resultado da final?
Bruna Griphao Eu já esperava! Depois que eu vi o VT da Amanda, eu pensei: “Hum, a Amanda vai ganhar”. Ali eu chutei Amanda em primeiro lugar, Aline em segundo e eu no terceiro. A Aline achava o inverso nas nossas posições, mas eu acertei. Agora a Amanda me deve um carro porque ela tem três. Fora os milhões que ela ganhou... Podia deixar um carro doado para a gente (risos). Foi muito legal!
 

Você foi a participante que passou mais tempo sem receber nenhum voto nesta temporada. A que se deveu esse fato, na sua visão?
Bruna Griphao Eu falei brincando no bate-papo da #RedeBBB que foi porque eu era lisa, mas na verdade não era uma estratégia de game, era porque eu ia me dando bem com as pessoas. Eu construí muitos afetos no Fundo do Mar e acho que, por isso, eu deixei de ser uma opção de voto para o grupo. Se esse "BBB" não estivesse dividido em dois grupos, acho que eu receberia voto muito antes. Como nos grupos os integrantes votavam juntos em uma mesma pessoa e eu tinha pessoas que gostavam muito de mim e preferiam não me votar, ninguém votava, até as que não gostavam, para não desperdiçar voto. Foi muito sobre esse lugar de ter construído relações muito verdadeiras e muito firmes.


Aconteceram diversos embates entre você e Domitila Barros durante o confinamento, assim como diversas reconciliações. O que te incomodava ou atrapalhava na Domitila?
Bruna Griphao Não era bem isso de atrapalhar. A nossa história começou a dar errado quando eu a vetei da primeira prova. Depois disso, começamos a trocar farpas. E ela ia muito para cima: acontecia uma coisinha, virava indireta, brincadeira. Na verdade, ela foi quem se fechou mais para mim, ficou chateada, e fomos construindo uma relação meio ruim a partir dali. Mas a gente aprendeu a se gostar. A Domitila me divertia muito! Acho que também tem muito a ver com a gente ter seguido caminhos diferentes no "BBB", quartos diferentes. Talvez se eu estivesse no mesmo quarto que ela, teríamos construído uma amizade maior, eu não teria vetado ela de prova e nada disso teria acontecido. Não tem como saber. Ela falou uma vez: “Eu poderia indicar a Bruna, mas a gente se ama” (risos). E é real. A gente se dava bem, o que era engraçado.
 

Você e Ricardo também tiveram desentendimentos durante o programa, no entanto quando ele deixou o quarto Deserto você classificou como uma atitude traíra. Como enxerga a parceria com ele no confinamento? Gostaria que ele continuasse sendo um aliado seu? 
Bruna Griphao O Facinho (Ricardo Camargo, o Alface) se tornou um irmão. Quando brigamos e ele saiu do quarto teve a mágoa pela amizade. Era uma pessoa de que eu gostava muito. Nós dois somos muito explosivos e fomos nos magoando. Lá dentro as coisas tomam uma outra proporção, mas a gente conseguiu conversar e zeramos tudo porque a gente é bobo, nosso coração é mole (risos). Eu amava muito ele, ainda amo, é meu irmão. Liso toda vida (risos)! Criamos uma amizade muito maneira, a gente ria muito, trocava muita ideia. É uma pessoa que eu vou levar para a minha vida, se tudo der certo. Quanto a seguir como aliado, sinto que a história da forma como foi construída foi muito perfeita, sabe? Eu não mudaria nada. Acho que foi interessante para o Facinho sair do grupo, e depois era nítido que ele amava a gente (risos). Ele não saía de perto da gente! A gente entrava no quarto Deserto e estava ele lá, deitado. E eu falava: “O que você está fazendo aqui? Você não é mais daqui” (risos). Ele queria voltar para o Deserto, no final das contas, tanto que ele falava sempre “nós é nós”. Mas acho que a história foi como ela tinha que ser. Essa movimentação dele foi importante para ele e para a gente também, para a gente se reorganizar, se reavaliar. Por incrível que pareça, ele era a pessoa com quem mais eu trocava ideia, mesmo depois de tudo isso. A gente ficava muito junto, conversava demais. E apesar de a gente começar a jogar separado, ele estava no meu Top 5. Foi tudo como tinha que ser. 

O Cezar também foi seu alvo no jogo e, depois que ele decidiu ir para quarto Deserto, a relação de vocês se estremeceu ainda mais. Essa mudança chegou a atrapalhar alguma movimentação do seu grupo ou era um incômodo apenas de convivência? 
Bruna Griphao Quando o Cezar foi para o nosso quarto a gente tinha acabado de brigar. Mas, eu olhei para ele e disse: “Pode ficar com a minha cama”. A gente o abraçou. Com ele, foi uma questão de quebra de expectativa. Ele falou que preferia estar ali do que com pessoas que eram falsas com ele. No dia seguinte, quando ele teve que dar o monstro que levava ao paredão, ele indicou duas pessoas do nosso quarto. Eu fiquei bolada, mas entendendo. Só que ele é muito cabeça dura. Chegou no quarto falando que estava ali para incomodar mesmo. Aí, de novo, era briga. Depois chegamos a conversar, nos desculpamos. A Larissa até disse que isso de eu sempre querer resolver as coisas estava sendo criticado aqui fora. Mas era real, eu não conseguia fazer diferente. Quando o Cezar saiu, fiquei com uma sensação muito ruim. Ontem, quando o reencontrei na final, pedi desculpas. O Black é uma pessoa muito boa e tenho muito carinho por ele. Infelizmente as questões do jogo foram falando mais alto, acabei passando do ponto, mas é isso, acontece.

Além deles, Key Alves, Fred Nicácio e Cristian também apareceram como desafetos seus em diferentes momentos do "BBB". Quem você via como maior rival no reality?
Bruna Griphao Não sei se eu via alguém como rival. Eu tive embates, questões no game com essas pessoas. Mas rivalidade acho que não.

Jogar em grupo foi bom ou ruim para o seu game, na sua visão?
Bruna Griphao Eu queria fazer diferente, e acho que todo mundo também teve essa sensação. A gente até tentou desfazer o grupo, mas não dava porque o outro lado jogava em grupo. Virou uma questão de sobrevivência e para proteger as pessoas que a gente gostava. Ninguém ia desfazer, todo mundo já tinha entendido que ia ser assim. Do contrário, não iria funcionar. No meu caso, no Deserto, eu tinha pessoas que gostava muito. A gente sempre se afinou muito e só discordou lá na frente, quando eles queriam colocar a Marvvila no paredão. Não era difícil jogar com eles, a minha opinião geralmente era a mesma da maioria do quarto. Se algo muito doido acontecesse e não pudesse mais combinar voto, tudo bem. Mas, na dinâmica em que a gente estava, era o que dava para fazer.

Antes de entrar no programa, você tinha dito que o público conheceria uma outra Bruna que não via pelas suas redes sociais. Que Bruna você acredita que foi no "BBB 23"?
Bruna Griphao Louca, completamente caótica (risos). Meu Deus! Mas, é isso: fui muito verdadeira, até demais.
 

O seu temperamento explosivo ficou bastante evidente na casa. Acha que essa característica impactou no seu desempenho? Teria se segurado mais ou feito algo diferente nesse aspecto?
Bruna Griphao Com certeza impactou. O fato de eu ter sido muito verdadeira, 100% eu, e ter me jogado tanto, tem o lado positivo e o negativo porque você mostra o seu melhor e o seu pior. Era um pior que eu não via mais há muito tempo em mim, só que no confinamento do "BBB" as coisas tomam outra proporção, é tudo muito intenso, maior. Os gatilhos vêm, coisas de que você achava que estava curada vê que não está, e acaba caindo nos mesmos padrões, no mesmo ciclo. Com certeza se eu pudesse voltar atrás teria respirado mais, teria pensado: “Calma, não é isso que você veio fazer, pelo amor de Deus; para”. Mas, na hora, só não dava e eu era explosiva. Na mesma hora eu me arrependia, não era uma coisa que me orgulhava. Eu sabia que era um defeito meu, que eu achava que estava adormecido, mas vi que nem tanto.

Você viveu um relacionamento breve no "BBB" e, depois, preferiu não se envolver com mais ninguém, mesmo tendo recebido declarações. Acha que foi a melhor decisão?
Bruna Griphao Acho que sim. Menos problemas! (risos).
 

Você tinha dito que não gostaria que ninguém voltasse ao game, nem se fosse um aliado seu. Sendo a Larissa, o que mudou na sua perspectiva? 
Bruna Griphao Foi muito especial a Larissa voltar, muito importante. E já que alguém teria que voltar, que voltasse a Larissa, né? (risos). Mas foi muito, muito, muito legal quando ela voltou. Estávamos muito abaladas com as sequências de eliminações de pessoas do nosso quarto e o retorno dela foi uma força, um impulsionamento. Quando ela voltou, eu consegui respirar, olhar e falar: “Bora, vamos que vamos, estamos juntas”. Minha maior aliada, melhor amiga no jogo e a pessoa mais importante para mim na casa voltou. Então, querendo ou não, foi muito bom tê-la de volta.
 

Com a volta da Larissa ao jogo, você, Aline e Amanda se uniram ainda mais no "BBB". Que diferenças você vê na estratégia que planejavam seguir antes e depois do retorno dela?
Bruna Griphao Eu, pelo menos, estava com dificuldade de separar meus afetos do game. Porque, de fato, eu tinha muito afeto pelas pessoas do outro quarto. Só que eu não entendia que não dava para ter afeto por todo mundo também, era preciso fazer o jogo rolar. Tentei muito tempo preservar quem eu gostava e votar apenas nas pessoas com quem eu tive algum atrito, alguma rusga. Só que em determinado momento do jogo não dá mais para priorizar muito isso. Quando a Lari voltou, ela trouxe muito isso do “afeto é afeto, game é game”. Essa volta da Larissa, somada a minha indicação pela Sarah Aline ao paredão, foi uma virada de chave. Larissa trouxe para a gente muita sede de jogo.


Seu single “Bandida” não só foi lançado durante o "BBB" como atingiu mais de um milhão de streams enquanto você estava no reality. O que isso representa para você?
Bruna Griphao Eu nem sabia se isso era muito, mas cheguei aqui fora e me falaram que era (risos). Foi muito importante. Quando a música tocou pela primeira vez no "BBB" eu nem acreditei. Lá parece que você está vivendo um metaverso, e quando vem alguma coisa de fora, ainda mais sendo uma coisa tão pessoal e importante, é muito legal. Gostei muito de ouvir, de ver as pessoas de dentro da casa mesmo gostando, cantando, se divertindo, enquanto aqui fora isso estava acontecendo. Foi muito especial, muito maravilhoso.
 

Quais são seus próximos planos para na música e para a carreira como atriz? Há outros lançamentos planejados para os próximos meses?
Bruna Griphao Espero e quero trabalhar muito, agora, com as duas coisas. Estou com saudade de atuar, estou com saudade do começo dessa carreira de cantora, que ainda nem começou (risos). Quero voltar, me dedicar, estudar, fazer tudo certinho. Fazer arte, que para mim era o que eu mais estava sentindo falta de fazer no "BBB". Arte, para mim, sempre foi terapia, cura. E já posso adiantar: meu próximo lançamento na música é no dia 3 de maio!

.: "Elogio da Loucura": o clássico de Erasmo de Rotterdam e a intolerância


Originalmente publicado em 1511, em Paris, o livro "Elogio da Loucura", de Erasmo de Rotterdam, foi capaz de abalar as estruturas do racionalismo secular e da escolástica cristã do século XVI. Até os dias atuais o livro mantém seu frescor, principalmente pelos apreciadores das ciências políticas e sociais. A obra, que formou uma das bases intelectuais da filosofia humanista do Renascimento, ganha uma nova edição pelo Grupo Editorial Edipro.

No ensaio satírico, o filósofo e teólogo holandês faz uma homenagem à "Utopia", de seu grande amigo Thomas More. Erasmo de Rotterdam critica os costumes dos homens daquela época, sem se direcionar a alguém específico. Quem fala em nome do autor é a própria “Loucura”.

As ideias de Erasmo abriram espaço para que intelectuais como Lutero ficassem contra o Papa e lançassem as bases da Reforma Protestante, que aconteceria anos depois. Ao longo das páginas, a “Loucura” elogia a si mesma como a verdadeira imperatriz da humanidade. Desta forma, o autor enaltece a natureza humana e oferece um espelho para que a sociedade possa se divertir e até mesmo rir de si própria.

Segundo aponta Fabrina Magalhães Pinto, Doutora em História Social da Cultura e quem assina a apresentação desta edição de "Elogio da Loucura", os adversários do autor “não o entenderam ou não admitiram a pilhéria erasmiana sobre temas religiosos tão controversos. Este passatempo de viagem, no entanto, teve imensa difusão, agitando as multidões, abalando a Igreja, e contribuindo para incitar vários estados alemães a ouvir os reformadores. A carta que recebera de Martin Dorpius, em 1515, é um bom exemplo da recepção negativa do texto entre os teólogos”.

Mesmo assim, a narrativa de Erasmo, armado com a zombaria, consegue atacar questões sérias de sua época. Temas morais como a intolerância e a ingratidão não escapam ao tom humorístico da “Loucura”. Dos reformistas protestantes liderados por Lutero aos ortodoxos cristãos seguidores do Papa, todos são alvos da ironia desta obra.

"Elogio da Loucura", regado com piadas de Erasmo de Rotterdam, vai contra as morais católica e protestante e mesmo em desfavor do racionalismo exacerbado. Uma defesa aberta à tolerância, à liberdade de pensamento, ao mesmo tempo em que o autor constrói uma das maiores expressões do humanismo, base ideológica do Renascimento. Compre o livro "Elogio da Loucura" neste link.


Trecho do livro
A principal ocupação dos mundanos é acumular sempre riquezas e contentar em tudo e por tudo o próprio corpo, pouco ou nada se importando com a alma, cuja existência, por ser ela invisível, muitos chegam mesmo a pôr em dúvida. Já as pessoas inflamadas pelo fogo da religião seguem um caminho totalmente oposto e depositam toda a sua confiança em Deus, que é o mais simples de todos os seres: depois dele e dependendo dele, pensam na alma, sendo a coisa que mais próxima está da divindade. É assim que não pensam no corpo e não só desprezam os bens da fortuna como até os recusam. E quando, por dever, são obrigados, como pais de família, a pensar nos interesses temporais, por aí enveredam contra a vontade e experimentam um vivo pesar, porque têm como se não tivessem e possuem como se não possuíssem ("Elogio da Loucura", páginas. 155 e 156)

Sobre o autor:
Erasmo de Rotterdam (1466-1536) foi um teólogo e filósofo holandês. Seminarista agostiniano, realizou seus monásticos aos 25 anos, mas tornou-se, com o passar do tempo, um grande crítico da Igreja Católica. Apesar de ter frequentado a Universidade de Paris e lecionado Teologia na Universidade de Cambridge, optou por tornar-se um acadêmico independente. Seu livro mais famoso até hoje é o ensaio satírico "Elogio da Loucura", escrito em homenagem ao seu amigo Thomas More. Garanta o seu exemplar de "Elogio da Loucura" neste link.

.: "Sonhos Roubados" resgata identidade feminina na Casa Teatro de Utopias

Mariana Loureiro estrela solo "Sonhos Roubados" em maio na Casa Teatro de Utopias. Com direção de Zé Pereira e Luiza Magalhães, solo retrata uma mulher que procura resgatar sua identidade. Trancada em seu apartamento à espera de um homem que nunca chega, ela passa a observar os vizinhos pela janela, roubando suas histórias. Crédito: Mia Shimon


Uma reflexão sobre o papel da mulher na sociedade é o que propõe o solo Sonhos Roubados, protagonizado pela atriz Mariana Loureiro, que estreia no dia 6 de maio na Casa Teatro de Utopias. A peça, com direção de Zé Pereira e Luiza Magalhães, segue em cartaz até o dia 21 do mesmo mês, com apresentações aos sábados, às 20h, e aos domingos, às 18h. 

A trama acompanha a longa espera de uma mulher por seu amante. Enquanto aguarda trancada em seu apartamento, ela observa seus vizinhos pela janela - e passa a inventar e encenar suas histórias no espaço do seu confinamento, vivenciando situações de solidão e violência, mas também de erotismo, sarcasmo e humor ácido, em um jogo que a seduz e a absorve. 

Nesse jogo de espelhos com os vizinhos, ela começa também a refletir sobre os papéis da mulher em nossa sociedade, percebendo que não é só o relacionamento que a aprisiona, mas também as estruturas, as expectativas, as culpas e os medos que a acompanham. Afinal, o que é ser mulher?

A partir dessas histórias, a personagem busca se desvencilhar das máscaras que veste como defesa ou fuga, abrindo mão dos modelos copiados, dos sonhos roubados como se fossem dela própria. Mas quem é ela sem esses sonhos? Em sua jornada de descoberta, ela irá antes se perder nesse caldeirão que mistura realidade e fantasia, desconstruindo tudo que ela é, ou pensa que é. Essa viagem será também curiosa, bem-humorada, excitante, reflexiva e, por fim, catártica.

O foco da encenação é explorar o trabalho da atriz e a atmosfera lúdica na composição desses diversos “personagens dentro da personagem” e a relação com o público, que se torna uma espécie de voyeur, como se também ele estivesse observando essa mulher sem ser notado. A peça propõe ao público questões como: quem está observando quem? Não estaríamos todos nós vivendo sonhos roubados?

Sobre a encenação: Apesar da simplicidade aparente (apenas uma atriz, um único cenário), Sonhos Roubados é uma peça de muitas vozes e muitas camadas. Sem uma marcação clara de onde começa ou termina cada camada, o espetáculo nos convida a experimentar a confusão mental da personagem e a embarcar em uma atmosfera de sonho e delírio.

Existe uma primeira camada, mais imediata, que mostra a rotina da personagem em seu isolamento. A esta se sobrepõe uma segunda, da história desse romance abusivo; e a esta uma terceira, com as histórias dos vizinhos, espiadas ou inventadas. E sobre estas se revela uma outra, quase imperceptível, com os comentários e reflexões da própria atriz Mariana Loureiro. 

Luz, som e projeções serão usadas para evocar lembranças e delimitar mudanças e passagens, mas o foco da encenação está na interpretação e nas transformações corporais da atriz, às vezes recorrendo ao naturalismo, às vezes flertando com o grotesco e o surreal. Ainda que o tom principal da peça seja dramático, a encenação irá explorar a riqueza do jogo proposto pelo texto, permitindo momentos de humor, erotismo e absurdo.

Os elementos cenográficos e figurinos são minimalistas, servindo de suporte para a interpretação, mas acrescentando detalhes sutis que contribuem para a atmosfera de sonho. A ideia é distribuir o público de forma que a atriz caminhe entre os espectadores, favorecendo uma comunicação mais direta e intimista. 

Sobre Mariana Loureiro: Formada em Artes Cênicas pela ECA-USP. Foi integrante do CPT, dirigido por Antunes Filho, realizando temporada do espetáculo “Drácula e outros Vampiros”, no Brasil e Espanha. Em Londres, atuou em três espetáculos junto com a companhia teatral do Riverside Studios. Também, atuou na peça “Rua do Medo”, de Leonardo Cortez (texto indicado ao prêmio Shell), com direção de Marcelo Lazzaratto e, entre outros espetáculos, protagonizou “Bem-Vindo, Estranho”, da autora britânica Angela Clerkin, realizando turnê no Brasil e Portugal.

No cinema e na TV, trabalhou com os diretores Fernando Meirelles (Felizes Para Sempre – Rede Globo), Walter Salles (Abril Despedaçado), Carlos Reinchenbach, Ricardo Elias, entre outros. Protagonizou "Carmo – Hit The Road", longa-metragem de Murilo Pasta, vencedor do prêmio de público da Mostra Internacional de Cinema de SP e presente na seleção oficial do Festival de Sundance. Participou de séries de TV na BBC de Londres (Casualty), na Fox Brasil (9mm) e na MTV (Copa do Caos). Atualmente, pode ser vista no filme “Chorar de Rir” (HBO) de Toniko Melo. 

Sobre Zé Pereira: Zé Pereira é dramaturgo, escritor, diretor de teatro e curta-metragens e crítico musical. Seu último texto teatral, “Construção”, foi vencedor do 9o. Prêmio Nacional de Dramaturgia Carlos Carvalho (Porto Alegre, 2022), Foi diretor do curta-metragem “São Paulo nos pertence”, premiado em diversos festivais nacionais. É também autor das peças teatrais “A Diferença Que Um Dia Faz”, “Sonhos Roubados” e “Pulp Love”, e dirigiu as encenações de “O Colecionador” (adaptado por ele mesmo do romance de John Fowles), “Kathie e o Hipopótamo” (Mario Vargas Llosa) e “Jacques e seu Amo” (Milan Kundera). Como escritor, integrou a antologia de contos “Da substância dos sonhos e outras periferias”. Foi fundador e editor do site de música Lineup Brasil, parte da rede de conteúdo da MTV, no qual fazia a cobertura de shows e festivais musicais no Brasil e exterior. Foi também colunista musical da revista Follow. Cursou a Faculdade de Artes Cênicas da ECA/ USP e a Escola Superior de Propaganda e Marketing. 

Sobre Luiza Magalhães: Atriz, bailarina e diretora de movimento. Atriz formada  pelo Centro de Artes e Educação Célia Helena e bacharel em Letras pela FFLCH-USP. Foi atriz integrante do Núcleo Experimental de Artes Cênicas do SESI e é co-fundadora do grupo teatral trupe à grega. Foi aluna da Escola de Dança do Theatro Municipal de SP. Bailarina do projeto “Ateliê de solos”, orientado pela bailarina Beth Bastos, criando o solo de dança-teatro Cecília (Oficinas Culturais Oswald Andrade) contemplado pelo Fomento a Dança.

Como atriz, participou de diversas montagens como a ópera AIDA (2022), direção de Bia Lessa e coreografia de Lili De Grammond, no Theatro Municipal de São Paulo, O Dragão Dourado (2017-2019), de Roland Schimmelpfennig, direção de Dagoberto Feliz, A Dama (Sesc Campinas), de Thiago Richter, Barba Azul (Galpão do Folias), direção de Luciana Schwinden.  Diretora de movimento de projetos como Dora, com direção e atuação Sara Antunes, na Cúpula do Theatro Municipal de São Paulo, composto no projeto Teatro no Theatro, e em clipes como de Jaloo, Francisco el Homebre, Sebastianismo, Ju Strassacapa (Lazuli). 

Atualmente está como atriz na nova montagem da peça O Dragão Dourado, de Roland Schimmelpfennig, com direção de Dagoberto Feliz, idealizado pelo seu grupo trupe à grega, contemplados pelo edital Múltiplas Linguagens da Secretaria de Cultura de São Paulo (2023).

Sinopse: “Sonhos Roubados” é a história de uma mulher que espera seu amante, trancada em seu apartamento por muito tempo. Enquanto espera, ela observa seus vizinhos pela janela - e passa a inventar e encenar suas histórias no espaço do seu confinamento, vivenciando situações de solidão e violência, mas também de erotismo, sarcasmo e humor ácido, em um jogo que a seduz e a absorve. Nessas histórias ela vai encontrar fragmentos de si própria, iluminando também territórios ocultos do relacionamento abusivo em que ela se descobre.


Ficha Técnica

Idealização: Zé Pereira e Mariana Loureiro

Direção: Zé Pereira e Luiza Magalhães

Elenco: Mariana Loureiro

Dramaturgia: Zé Pereira com colaboração de Mariana Loureiro

Direção de movimento: Luiza Magalhães

Figurino: Camila Bueno

Cenografia: Bruno Fernandes

Design de luz: Felipe Stucchi

Design de som: Bruno Fernandes

Vídeo e fotos: Mia Shimon

Arte gráfica: Claudia Furnari

Produção: Cotiara Produtora - Ana Elisa Mello e Samya Enes

Assistência de Produção: Letícia Rodrigues

Assessoria de Imprensa: Pombo Correio


Serviço

Espetáculo "Sonhos Roubados"

Temporada: 6 a 21 de maio, aos sábados às 20h, e aos domingos às 18h

Casa Teatro de Utopias – Rua Duílio, 46, Lapa*

Ingressos: R$80 (apoiador) R$40 (inteira) e R$20 (meia-entrada)

Vendas online pelo site Sympla

Classificação: 18 anos

Duração: 75 min

Capacidade: 60 lugares

Acessibilidade: Sim

Informações e reservas: (11) 941093191 | casateatrodeutopias.com.br

*A casa abre uma hora antes do início do espetáculo.


.: "Macunaíma, Um Brinquedo": trechos intocados do livro de Mário Andrade

"Macunaíma, um Brinquedo" adapta obra clássica da literatura brasileira para espetáculo que mescla teatro e contação de histórias. Sob direção e realização de Cristiane Paoli Quito,  o espetáculo do grupo Favas de Paricá é um mergulho nas palavras e na escuta de uma das obras centrais do modernismo brasileiro: "Macunaíma, um Herói Sem Nenhum Caráter", escrito em 1928 por Mário de Andrade. Crédito: Caio Oviedo


Transposição de uma das obras literárias mais emblemáticas do modernismo brasileiro para a cena, o espetáculo "Macunaíma, um Brinquedo" traz trechos intocados do livro de Mário Andrade reinterpretados pelo grupo Favas de Paricá. Em cena, estão Marisa Bezerra e Arce Correia. O trabalho, que vem sendo apresentado e remodelado desde 2016, tem direção de Cristiane Paoli Quito e circula por bibliotecas da capital paulista e do interior. As primeiras confirmações são no dia 29 de abril, sábado, às 16h, com apresentação na Biblioteca Municipal Batista Cepelos, em Cotia; e na Biblioteca Municipal Mário de Andrade, em Araraquara, dias 2 de maio, terça-feira, às 18h; e 3 de maio, quarta-feira, às 16h. Após cada sessão, há uma roda de conversa entre os atores e o público  - toda a programação é gratuita.

Ao optar por apresentar a obra em espaços não convencionais da cena, Macunaíma, um Brinquedo explora os limites da contação de histórias e do teatro, fazendo das sessões um momento de partilha com o público que retoma tradições da oralidade enquanto busca, nos termos da companhia, levantar a palavra do livro. "Apresentar em bibliotecas traz para um lugar de vida a própria palavra do Mário de Andrade. Nas bibliotecas é onde moram as palavras deitadas, então nossa ideia é propor uma ação que dinamize essa obra tão importante", conta Marisa Bezerra.

Para facilitar a circulação do espetáculo, o cenário é composto por elementos simples, como um tapete e uma luminária que sugere ao público sentar-se em torno desses  objetos cênicos, propondo uma encenação em arena. Durante o espetáculo, são utilizadas passagens originais do texto de Mário de Andrade em um caráter rapsódico, com resumos de cada capítulo. "Resgatamos as partes do livro que decidimos recontar mantendo uma linha de raciocínio de cada capítulo e também mantendo as palavras de Mário de Andrade", reforça Bezerra.

O trabalho realizado pelo grupo foi conduzido a partir da pesquisa de mestrado da diretora Cristiane Paoli Quito, denominada O corpo da voz, que integra o conhecimento profundo da história literária, recursos físicos e vocais, improviso de onde começa e termina a narração, dependendo das  reações e respostas do público.

A companhia reforça que a escolha das edições dos capítulos também conversa com os públicos para quem as sessões serão apresentadas. "Em apresentações para idosos, por exemplo, percebemos um encantamento ao selecionar trechos específicos da obra sobre a cidade de São Paulo, pois muitas pessoas ali vivenciaram o que está descrito", diz Bezerra. A artista complementa que, com professores, é possível notar uma cumplicidade em pensar maneiras alternativas de apresentar a obra aos alunos. Já para crianças e adolescentes, a encenação apoia a pensar os termos da escrita por meio de figuras acessíveis.


Ficha Técnica

Baseado no livro de Mário de Andrade

Direção - Cristiane Paoli Quito

Elenco - Marisa Bezerra e Arce Correia

Preparação Vocal - Rodrigo Mercadante

Confecção de Figurino - Silvana Carvalho

Cenário - Cristiane Paoli Quito, Marisa Bezerra e Arce Correia

Garimpo Musical - Sílvia Bittencourt

Direção de Produção - Marina Merlino

Assistência de Produção - Marisa Bezerra


Sobre Marisa Bezerra: Atriz, produtora, diretora artística e apresentadora desde 2002. Formada pela Escola de Arte Dramática (ECA-USP), é paraense, criada no Ceará, e radicada em São Paulo desde 2008. Membro fundadora do Cabauêba, grupo de Fortaleza com o qual migrou para São Paulo e realizou obras como "Sobre o fim" (2010); "As formigas" (2006); "O jardim Selvagem" (2007), dirigidas por Lucas Sancho. Integrou o elenco da peça teatral "Planeta água", com turnês pelo país inteiro. Integrou o elenco de "Coisas que você pode dizer em voz alta" (2019), dir. Ricardo Henriques; "Idiotxs Magnificxs" (2018), "Macunaíma, o herói sem nenhum caráter, um brinquedo" (2016), ambos dirigidos por Cristiane Paoli Quito, "De Passagem ou que ano louco 2020", dir. Juracy de Oliveira; "Em Análise", dir. Bruno Sperança (2020); "Love Live show", dir. Elisa Porto e Juracy de Oliveira (2020).

Trabalhou também com diretores e grupos como Bete Dorgam, Lucienne Guedes Fahrer, Eco Teatral , Coletivo Garoa, entre outros. Como produtora, atualmente integra a equipe de Johnny Hooker (desde 2015) e Josyara (entre 2019 e 2023). Em 2014 passa a integrar o grupo “Pronto Sorrir” que promove atividades artísticas semanais para crianças hospitalizadas, seus acompanhantes e funcionários em diversos hospitais de São Paulo.

Sobre Arce Correia: Arce Correia DRT-130/MS. Multiartista Sul-Mato-Grossense e que vive em São Paulo desde 2011, formado pela Escola de Arte Dramática ECA/USP com licenciatura e bacharelado em teatro pela Universidade Anhembi Morumbi. Tem mais de 24 anos de atuação em teatro, dança, música, cinema, televisão e mais recentemente na literatura lançando seu primeiro livro de contos, poemas e letras de música “Alinhavo deLírios e açoCenas” Atuou como ator, bailarino, diretor e coreógrafo nos grupos: Teatral Grupo de Risco, Teatro Vento Forte, Circo do Mato e Ginga Cia de dança. É preparador de expressividade vocal e corporal para atores e pessoas interessadas em comunicação. Criou e atua com a personagem humorística Maria Quitéria desde 2000. 

Esteve sob algumas direções como Cristiane Paoli Quito, João Lima, Roma Roman, Ilo Krugli, Silvana Garcia, Mônica Montenegro, Bel Teixeira e Carla Candiotto. Trabalhos de relevância como: Macunaíma um brinquedo, Apareceu a Margarida, Itinerâncias de Graciliano e Baleia, História de lenços e ventos, O mistério do fundo do pote, Tá tudo treta e a poesia rege, Dias rasgados um bordado inacabado, O cortiço, Quarto de despejo (onde também compôs músicas e letras), Vorazcidade, Eleutheria, e Cimbeline. Prêmios: Festival Sul Matogrossense de teatro, Festival nacional Veiga de Almeida, Festival nacional de teatro de Duque de caxias. Seu mais recente trabalho é o show autoral “Alinhavo” onde apresenta textos e músicas de seu livro.

Sobre Cristiane Paoli Quito: Diretora-criadora-realizadora, atriz e produtora. Sócia-fundadora da Pimba Produções Artísticas e diretora da Cia. Nova Dança 4. Projeta-se na cena teatral paulista nos anos 90, através de seus espetáculos recheados de técnicas e referências da commedia dell'arte. Na segunda metade da década, volta-se para a dança, e desenvolve linguagem própria, fundada na pesquisa sobre a dramaturgia do intérprete em improvisação. A partir de 1996 une- se a Tica Lemos e cria a Cia. Nova Dança 4.

Inicia suas atividades teatrais pelas mãos de Antonio Januzelli, em 1977. Sua formação é resultante de encontros com profissionais como Philippe Gaulier, Maria Helena Lopes, Francesco Zigrino, Tica Lemos, Neide Neves, Lu Favoretto, Rose Akras, Steve Paxton, Lisa Nelson, Janô, entre outros. Foi responsável pela direção da Escola de Arte Dramática da Universidade de São Paulo - EAD/ECA-USP de 2005 a março de 2009, onde leciona e monta espetáculos desde 1996. Foi professora do curso de Comunicação das Artes do Corpo da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo de 2001 a 2004. Entre 1996 e 2007, foi Diretora e Professora do Projeto Estúdio Nova Dança, espaço/conceito de ensino, pesquisa, criação, produção e realização artística.


Serviço

Espetáculo "Macunaíma, um Brinquedo"

Temporadas: 

Cotia

Data: 29 de abril, sábado, às 16 horas 

Local: Biblioteca Municipal Batista Cepelos - Av. Prof. Manoel José Pedroso, 1147 - Parque Bahia, Cotia - SP, 06717-100


Araraquara 

Data: 02 de maio, terça-feira, às 18 horas 

Local: Biblioteca Municipal Mário de Andrade -  R. Carlos Gomes, 1729 - Centro, Araraquara - SP, 14801-340

Data: 03 de maio, quarta-feira, às 16 horas 

Local: Biblioteca Municipal Mário de Andrade -  Biblioteca Municipal Mário de Andrade -  R. Carlos Gomes, 1729 - Centro, Araraquara - SP, 14801-340


Classificação: Livre. Recomendação etária: a partir de 12 anos

Duração dos espetáculos: 80 min

Ingressos: Toda a programação é integralmente gratuita e aberta a todos os públicos


quarta-feira, 26 de abril de 2023

.: Crítica: "Aterrorizante 2" rivaliza com She-Ra sensual e é mais nojento

Por: Mary Ellen Farias dos Santos 

Em abril de 2023


"Aterrorizante 2" (Terrifier 2), com direção e roteiro de Damien Leone, consegue  ultrapassar os limites avançados em 2016 com "Aterrorizante" (Terrifier). A continuação da história do palhaço Art, que é ressuscitado -no fim do filme anterior- por um ser maligno, apresenta na tela mortes ainda mais escabrosas e impactantes das vistas em filmes do gênero terror, slasher (com assassino psicopata) e gore (cenas de pura violência e sangue jorrando). 

Há também outros acréscimos em "Aterrorizante 2", seja pela qualidade da gravação que diminui a impressão de ser um filme caseiro, além de a trama do palhaço sanguinário em macacão branco e preto ganhar mais embasamento -o que torna aceitável a "ressurreição" dele. Assim, a quase morte do assassino serial abriu precedentes para uma continuação. Esperto, Damien Leone conseguiu resgatar Art e criar novas mortes assombrosas.

Na continuação, o ser com sede de sangue, que também se alimenta de partes das vítimas, ganha uma forte combatente para rivalizar: Siena (Lauren LaVera). A jovem que, em pleno Halloween, inspirada numa heroína criada pelo pai, desenhista falecido, sai para a festa num modelito "She-Ra" enxuto -e extremamente sensual. Sem panos, afinal, a entidade que dá vida ao palhaço "queima" as partes em tecido. 


Sem um olho e sem dizer uma palavra, com sorrisos demoníacos, Art choca ainda mais com os requintes de crueldade ao matar as novas vítimas. "Aterrorizante 2" não é para todos os públicos acima de 18 anos. Não é um filme fácil de se assistir, logo segue sendo recomendado para os fortes de estômago. Aos fãs do filmes do gênero, "Aterrorizante 2" é um prato feito com mais capricho do que o primeiro. 



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