sexta-feira, 28 de julho de 2023

.: Espetáculo “Gaivota Disparate” estreia na Oficina Cultural Oswald de Andrade


Escrito e dirigido por Weslley Nascimento, o espetáculo tem atuações de Daniela Carinhanha e Santiago Acosta Cis, e performance sonora de Henrique Berrocal. “Gaivota Disparate” reflete sobre como o atual modo de organização de vida impacta na arte e criatividade 


Nesta sexta-feira, dia 28, às 19h30, e sábado, dia 29 de julho, às 15h e às 18h, com entrada gratuita, acontece a estreia do espetáculo “Gaivota Disparate”, na Oficina Cultural Oswald de Andrade. Propondo uma reflexão sobre como o modo de organização de vida atualmente engole as pessoas e as enrijece, o espetáculo narra a história de uma atriz que vê suas qualidades artísticas se perderem em razão de seu trabalho em uma mercearia, que a obriga devido a empilhar diariamente montanhas de enlatados por pura necessidade de sobrevivência. Esse é o seu principal ofício. 

Sua arte, que acaba ficando em segundo plano, acaba sofrendo por seus tiques involuntários, fruto desta dura jornada. “Após um dia inteiro de expediente exaustivo, é possível que ela arranje energia para atuar e ser criativa? Isso trata-se de um disparate?”, explica o diretor Weslley Nascimento. “E quando Elio, seu diretor, desconsidera esses ocorridos e propõe à Elba a criação de coisas fora de sua realidade, tentando silenciar o que a comove somente para reviver clássicos da dramaturgia? Como ter força motiva e dialogar?”, ele complementa. Escrito e dirigido por Weslley Nascimento, o espetáculo tem atuações de Daniela Carinhanha e Santiago Acosta Cis, e performance sonora de Henrique Berrocal.

Na junção entre teatro, artes plásticas e performance sonora, se explora a intersecção entre afetos, som e movimento, através de objetos táteis, sintetizador, pedais de efeito e diferentes materiais. O espetáculo “Gaivota Disparate” é inspirado em personagens das obras de Anton Tchekhov e adaptados para o cotidiano latino-americano. Dessa forma, “Gaivota Disparate” é paulistana, de ritmo frenético e de impotência histérica, onde o corpo trabalhador, cansado e enrijecido da protagonista soma-se à sua existência sem perspectiva e passa a refletir um exército de corpos brasileiros vencidos pelo cansaço e impedidos de exercer suas reais vocações.  


Ficha técnica
Espetáculo "Gaivota Disparate". Concepção, dramaturgia e direção: Weslley Nascimento. Elenco: Daniela Carinhanha e Santiago Acosta Cis. Performance Sonora e Sonoplastia: Henrique Berrocal. Cenário e Figurino: Bruna Vilaça. Costureira: Luci Yizima. Desenho de luz: Weslley Nascimento. Operação de luz: Otávio Sarti. Produção: Weslley Nascimento. Foto Still: Rayssa Zago. Assessoria de Imprensa: Luciana Gandelini. Assistente de Produção: Jean Salustiano. Realização: Pronome Oblíquo


Serviço:
Espetáculo “Gaivota Disparate”. Duração: 65 minutos. Classificação: 10 anos. Sexta-feira, dia 28 de julho, às 19h30, e 29 de julho, às 15h e às 18h. Na Oficina Cultural Oswald de Andrade. Endereço: Rua Três Rios, 363 - Bom Retiro, São Paulo. Gratuito. Retirar os ingressos com uma hora de antecedência. Capacidade: 50 pessoas.


Próximas apresentações - curta temporada
Dias 26 e 27 de agosto, 2 e 3 de setembro de 2023 (sábados às 20h, domingos às 18h). Espaço Cultural A Próxima Companhia. Endereço: R. Barão de Campinas, 529 - Campos Elíseos, São Paulo. Ingressos pagos: R$ 20,00 (meia) R$ 40,00 (inteira). Onde comprar o ingresso: plataforma sympla.com

.: MIS realiza feira de adoção de animais em parceria com o Cabana Burger


Feira de adoção realizada no MIS em 2015. Foto: Leticia Godoy

Neste sábado, dia 29 de julho, o MIS (Museu da Imagem e do Som) de São Paulo promove uma feira de adoção em parceria com o Cabana Burger. O Cabana Pet Festival acontece no dia 29 de julho na área externa do Museu. Evento totalmente gratuito, será realizado em prol da ONG Amigos de São Francisco para o incentivo à adoção consciente e o combate aos maus tratos e abandono animal. A programação da feira, destinada aos animais de estimação,  contará com um pet place, distribuição de brindes e pontos de venda de hambúrguer e cerveja.

Sobre a ONG Amigos de São Francisco
A Amigos de São Francisco nasceu em março de 2012, ainda sem muita ideia de onde chegaria, nem de quantos animais teria a oportunidade de salvar. Hoje, são mais de 2.000 finais felizes e milhares de sorrisos acumulados, promovendo a adoção de animais abandonados e a luta pelo combate aos maus tratos e a crueldade animal. Todos os protegidos são castrados, vacinados, vermifugados e saudáveis. Mais do que a nobre missão de levar alegria para a casa das pessoas, é poder fazer amigos com isso, e assim espalhar a rede da família do bem – composta por adotantes, voluntários, padrinhos e parceiros. Saiba mais: https://amigosdesaofrancisco.com.br/ong.php


Serviço | Cabana Pet Festival no MIS
Estacionamento e área externa. Sábado, dia 29 de julho, 10h às 18h. Ingresso: gratuito, sem necessidade de retirada antecipada.Classificação: livre. Museu da Imagem e do Som - MIS. Avenida Europa, 158, Jardim Europa, São Paulo| Telefone: (11) 2117 4777 | www.mis-sp.org.br.

.: Monna lança trabalho autoral e o videoclipe da canção "Metade Inteira"


Monna na capa do EP "Meu Norte Latino". Foto: Thiago Cunha

Por Milena Zimbres, jornalista.

A concretização de um projeto tão acalentado marca a carreira da cantora, compositora e instrumentista Monna neste sábado, dia 29. A data traz o lançamento oficial do EP "Meu Norte Latino" com chegada às principais plataformas de streaming e o lançamento do videoclipe da canção Metade Inteira. Monna reservou para o palco do maior festival de música da Baixada Santista, o Santos Jazz Festival, o show de estreia. O line-up tem Monna e a banda Quizumba Latina no palco principal, montado no Valongo - Centro Histórico, às 18h. Toda programação é gratuita.

Gravado de janeiro a junho de 2023, em Santos, no litoral de São Paulo, o EP foi masterizado por Carlos Freitas, da Classic Master, estúdio responsável pela master de grandes álbuns da música brasileira como “O Grande Circo Místico” de Edu Lobo e o clássico “Elis e Tom”. O álbum traz seis canções inéditas da cantora e foi produzido pelos músicos Theo Cancello e Ugo Castro Alves - que também assina os arranjos das faixas.

A banda Quizumba Latina que acompanha a cantora nas gravações do álbum é formada pelos renomados músicos da cidade: Evan Júnior na bateria, Theo Cancello no teclado e Ugo Castro Alves no contrabaixo. Participam ainda do projeto o trompetista Ítalo Simão, o trombonista Túlio Mendes e o saxofonista Maurício Fernandes. A percussão é de Edison Santos, pesquisador de ritmos latinos e também o renomado acordeonista Lulinha Alencar nas faixas "Gato e Sapato", "Pouco" e “Baião Dobrado”.

Em sua busca artística neste álbum Monna ultrapassou as fronteiras musicais, com o cuidado de nunca perder a raiz. “De repente, eu comecei a reparar que a salsa e o baião estavam muito mais ligados ritmicamente do que eu pudesse conceber. Devagar, fomos entendendo a influência tropicalista nessas nuances. É um movimento muito forte ainda na música que vem sendo produzida na nova geração da MPB”, explica.

A sonoridade do repertório acompanha a sinergia dos shows cada vez mais lotados da cantora na cidade de Santos e em São Paulo, com fãs fiéis e apaixonados, pelos quais foi possível a realização do EP através de um financiamento coletivo. O trabalho tem ainda a relevância de marcar a estreia de Monna também como compositora instrumental, inspiração que traz em mais de uma década de estudo clássico no Conservatório, quando criança. Fã declarada de Chiquinha Gonzaga, ela compôs “Baião Dobrado” especialmente para o EP, abrindo cena numa área ainda majoritariamente masculina.


Serviço
"Monna" no show de lançamento oficial do EP "Meu Norte Latino". No palco principal do 11º Santos Jazz Festival, no Largo Marquês de Monte Alegre, Centro Histórico de Santos (em frente à igreja do Valongo). Sábado, dia 29 de julho, às 18h. Entrada gratuita.

quinta-feira, 27 de julho de 2023

.: Graziella Moretto em temporada com "A Reclamação da República"


Espetáculo volta em curtíssima temporada após receber o prêmio PRIO do Humor 2023. O solo questiona com humor o apagamento das mulheres na história brasileira. Foto: Tiago Costa.

O espetáculo “A Reclamação da República”, comédia escrita e protagonizada por Graziella Moretto, retorna aos palcos para uma curtíssima temporada, até 3 de agosto, no Teatro MorumbiShoping. As sessões são as quartas e quintas, às 20h. Os ingressos estão à venda na plataforma Sympla e custam de R$ 30,00 (meia-entrada) a R$ 60,00 (inteira). 

A peça teatral estreou em 2 de setembro de 2022, exatos 200 anos após o dia em que a Imperatriz Leopoldina assinara interinamente a Independência do Brasil. Em março de 2023, o espetáculo venceu o Prêmio PRIO do Humor, na categoria Melhor Texto.

Impedida de chegar ao seu local de trabalho, uma atriz reflete sobre o fardo dos afazeres domésticos e a ausência de mulheres nos lugares de poder. Ao rememorar um trabalho de escola sobre a Independência do Brasil, a atriz resgata figuras femininas apagadas dos livros de história como a Imperatriz Leopoldina e a Marquesa de Santos, e ao investigar essas personagens históricas, tenta recompor o quebra-cabeças da organização social promovida pelo sistema patriarcal para uma melhor visão do panorama atual da nossa alquebrada República.

Sobre a construção do espetáculo, Graziella reflete como foi o processo. “Movida por um desejo pessoal de partilhar uma visão decolonial da história do Brasil com minhas filhas, me interessei pela trajetória da Independência à Proclamação da República, sob o ponto de vista da História das Mulheres. Ou da ausência delas nos livros didáticos, apesar da forte presença nas fontes e registros históricos. Precisamos de muitas vozes femininas para reconstruir essa bibliografia do zero. A minha é apenas uma delas. Precisamos de muitas, de todas. Passada a efeméride dos 200 anos da Independência, o que nos resta é continuar ‘reclamando’ uma República mais justa e igualitária, em que todas as pessoas tenham suas participações e contribuições reconhecidas”, destaca.

Na maioria dos livros escolares tradicionais, a presença das mulheres nos processos históricos do Brasil é mínima, ou até inexistente. Será que elas não tiveram mesmo participação alguma nesses eventos épicos? Com muito humor, uma mulher revisita seu passado escolar para tentar entender a relação entre o apagamento das mulheres na História recente do Brasil e a dificuldade que ela própria encontra para administrar sua vida doméstica e permanecer no mercado de trabalho.

Ficha técnica
Espetáculo “A Reclamação da República”. Dramaturgia e atuação: Graziella Moretto. Figurino: Giovanna Moretto. Cenografia: Casa Amarela. Consultoria Histórica: Patrícia Santos Hansen. Mentoria texto-cena: Juliana Jardim. Iluminação: Lica Barros. Som: Randal Juliano. Operação de vídeo: Lelê Siqueira. Produção de vídeo: Hernane Cardoso. Participação especial (vídeo): Estela Porto e Cecília Porto. Assessoria de Imprensa: Afeto Comunicação.

Serviço
Espetáculo “A Reclamação da República”. Local: Teatro Morumbi Shopping – Avenida Roque Petroni Júnior, 1089 - Jardim das Acácias – São Paulo. Temporada: até 3 de agosto. Quartas e quintas, às 20h.
Classificação: 14 anos. Ingressos: R$60,00 (inteira) e R$30,00 (meia-entrada). Link para compra: https://bileto.sympla.com.br/event/83429/d/197159/s/1329626?_gl=1*1kry7cr*_ga*MTkyMzA0OTkzMC4xNjY2MzY3NDQ5*_ga_KXH10SQTZF*MTY4NzI2NjUzNC4yOS4xLjE2ODcyNjY1MzkuMC4wLjA. Duração: 80 minutos. Classificação: 14 anos. Outras informações: (11) 5183-2800.

.: No espetáculo "O País que Perdeu as Cores", o povo é o protagonista


A peça narra a história de um país, comandado por um governo autoritário, que vai perdendo suas cores. Com a ajuda do público, uma trupe de teatro, com seus atores e atrizes, músicos e intérpretes de libras, tenta imaginar diferentes possibilidades para o futuro deste lugar. Foto: Giovana Pasquini


Concebido para ser apresentado em lugares abertos, para diferentes faixas etárias, "O País que Perdeu as Cores" traz para cena 15 artistas entre atores e atrizes, músicos e intérpretes de libras para contar a história de um povo surpreendido na Feira de Solstício de Verão pelo desaparecimento da Velha Presidenta e a ascensão ao poder d´Ele, um governante que ninguém conhece e se mostra autoritário. Aos poucos, esse governo vai tirando a vida - e as cores - do país. O espetáculo será apresentado até este domingo, dia 30,no Vale do Anhangabaú, centro da capital paulistana, e segue em temporada até o fim de agosto. Veja a programação completa abaixo.

A montagem foi criada coletivamente a partir do conto infantojuvenil "Quando as Cores Foram Proibidas", da autora alemã Monika Feth, e aborda assuntos como democracia, coletividade e respeito à diversidade de pensamento. Ao trazer essas discussões para a cena, a peça se propõe a dialogar com o público: qual é o projeto político de país que queremos para nós? Que mundo estamos construindo juntos? 

“Ao longo do processo de criação, que aconteceu entre 2019 e 2021, vivíamos sob o governo Bolsonaro. No conto original, uma Bruxa chega para consertar o país. No nosso caso, imaginamos que a solução precisava vir do próprio povo, para trazer as complexidades das questões enfrentadas e não recorrer a resoluções imediatas e milagrosas”, diz Lucas Leite, ator do grupo. A partir dessa perspectiva, o grupo decidiu que o protagonista de O País que perdeu as cores seria o próprio povo. Representado pela trupe de artistas, ele (o povo) precisa decidir qual final deseja dar para sua própria história. “O público é convidado a imaginar junto um possível final. Mas, antes, precisa estabelecer um compromisso com a memória”, completa o ator.

Na história, a trupe de artistas viaja por diferentes lugares e convida o público a imaginar diferentes possibilidades de futuro para este povo ao lado dos personagens: o Pintor, a Padeira, o Florista, o Cachorro, o Catador de Sonhos, o Pescador, a Poeta, o Mensageiro, a Narradora e a Bruxa. Para a companhia, essa discussão sobre o desfecho da peça é fundamental para pensar alternativas de futuro diante de um contexto histórico de crises sociais e humanitárias. Antes de chegar aos palcos, em 2021, a peça O país que perdeu as cores foi transformada em audiopeça, lançada nas plataformas de streamingCompre o livro "Quando as Cores Foram Proibidas", da autora alemã Monika Feth, neste link.


Acessibilidade integrada
A ideia de uma imaginação coletiva para pensar o futuro de um povo e de um país foi fundamental para a construção do espetáculo. Nesse sentido, outro ponto importante para o grupo foi trazer a acessibilidade integrada à pesquisa estética central. O artista e a artista responsáveis pela interpretação de Libras estão em cena, como parte do espetáculo: ora são responsáveis pela cena, ora traduzem as falas e ações de outros atores e outras atrizes. 

“O intérprete e a intérprete de Libras são parte do elenco, não estão isolados. A proposta foi de capacitar também os atores para que se comunicassem diretamente com o público com deficiência auditiva. Além disso, o texto foi construído em parceria com uma dupla de consultores de acessibilidade para pessoas com deficiência visual, de forma que a peça possa ser experienciada por todos os públicos. Ou seja, a dramaturgia da peça é acessível em todas as apresentações”, diz a atriz Beatriz Porto. 


Atividade de mediação
O projeto conta com atividade de mediação após alguns espetáculos. A ideia é que as crianças assistam à peça e possam elaborar entre elas mesmas noções de participação política, cidadania e luta por direitos. A brincadeira é: estamos fundando o País das Crianças, que precisa decidir o seu primeiro governo. Quais as demandas da população de crianças para o governo de seu país? Quais bandeiras serão levantadas? Como será o processo de escolha de governo? Essas perguntas serão norteadoras para propostas de jogos teatrais e criação de cenas trazidas pelos artistas-educadores da Companhia Barco.


Sobre a Companhia Barco
A companhia Barco é um grupo teatral paulistano, fundado em 2019 a partir do encontro de artistas do teatro e da música movidos pelo desejo de pesquisa e criação continuada. Desde o início trabalha com materiais literários para a criação teatral: em 2019, a partir da obra da escritora brasileira Hilda Hilst, concebeu e realizou o espetáculo Ensaio da fantasia e o Festival Arena Hilda Hilst, encenado no histórico Teatro de Arena e que contou com a participação de mais de 60 artistas. 

O segundo espetáculo, este atual, nasceu do encontro com a obra infantojuvenil da autora alemã Monika Feth. Antes deu origem à audiopeça homônima, que estreou no festival FarOFFa, em 2022. Em processo de pesquisa desde 2022, a próxima encenação da companhia tem como base a obra Cem anos de solidão, do escritor colombiano Gabriel García Márquez


Ficha técnica
Espetáculo "O País que Perdeu as Cores". Idealização e realização: Companhia Barco. Direção: Rodrigo Mercadante. Elenco: Beatriz Porto, danni vianna, Eliete Faria, Emilie Becker, Fernanda Carvalho (atriz substituta), Flora Furlan, Krol Borges, Lucas Leite, Miriam Madi e Renato Mendes. Elenco intérprete de libras: Thalita Passos, Ricieri Palha. Direção Musical: André Leite. Músicos: André Leite, Diego Chilio, Guilherme Fiorentini, Lincoln Grosso e Vinicios Borges. Projeto e técnico de som: Guilherme Fiorentini. Figurinista: Samantha Macedo. Assistência de figurino: Amanda Pilla. Aderecista de figurino: Laura da Mata. Costureiras: Samantha Macedo e Amanda Pilla. Cenografia e adereços: Nathalia Campos. Assistência de cenografia: Luiza Saad. Cenotécnico: Zé da Hora. Direção de movimento: Gabriel Küster. Consultoria em acessibilidade visual: Fernanda Brahemcha e Lucas Borba. Consultoria em acessibilidade de Libras:  Yanna Porcino. Direção de produção e administração de projeto: Quica Produções | Thaís Venitt | Thais Cris. Assistente de produção: Beatriz Scarcelli. Design gráfico: Renan Suto. Fotógrafa: Giovana Pasquini. Assessoria de imprensa: Canal Aberto | Márcia Marques. Dramaturgia elaborada a partir do texto "O País que perdeu as cores" escrito por Ana Paula Lopez em colaboração com a Companhia Barco e Cristiane Urbinatti. Este projeto foi contemplado pela 16ª edição do Prêmio Zé Renato - Secretaria Municipal de Cultural.


Serviço
Temporada Novo Anhangabaú
Vale do Anhangabaú, Centro Histórico de São Paulo. Até dia 30 de julho de 2023. Sexta-feira, dia 28, às 15h + mediação após apresentação. Sábados, dia 29, às 15h + mediação após apresentação. Domingos, dia 30, sessão dupla às 11h e às 15h
 

Temporada Cacilda Becker
Rua Tito, 295, Lapa, São Paulo. De 5 a 27 de agosto de 2023. Sábados e domingos, às 16h + mediação aos sábados após apresentação.
 

Apresentações Ceu Caminho do Mar
Av. Engenheiro Armando de Arruda Pereira, 5.241, Jabaquara, São Paulo. Dia 28 de agosto de 2023. Segunda-feira, sessões 10h e 15h + mediação.

.: Teatro Sérgio Cardoso recebe sessão gratuita de "O Menino e a Cerejeira"


A apresentação tem  ingressos gratuitos e a mensagem é de esperança em meio ao caos, resiliência e o poder da coragem diante das adversidades


Domingo, dia 30 de julho, às 11h, o Teatro Sérgio Cardoso recebe em única apresentação o espetáculo "O Menino e a Cerejeira", a partir da obra do filósofo, escritor, humanista e pacifista japonês Daisaku Ikeda. Sua mensagem é de esperança em meio ao caos, resiliência e o poder da coragem diante das adversidades. O espetáculo tem direção e dramaturgia de Stella Tobar.

“Há seis anos, quando estreamos, jamais imaginaríamos o cenário desafiador que a humanidade vivencia hoje. Uma crise mundial de saúde, e guerras tirando o direito à vida e dignidade das pessoas. Estamos enfrentando um rigoroso inverno social, e agora é a esperança que tem que falar mais alto. Por dias melhores”, reflete Stella.

A realização é da Borbolina Cia, por meio da ONG Amigos da Arte e Governo do Estado de São Paulo. A Borbolina Cia celebrou sete anos de existência em 2022, seis dos quais leva à cena o enredo lúdico e envolvente de O menino e a Cerejeira, visto por cerca de 50 mil pessoas em todo o Brasil. Primeiro, antes da chegada da Covid-19, e engatando temporada online em 2021, por meio da Lei Aldir Blanc. Uma trajetória de sucesso sempre comemorada a cada vez que se apresenta.

A circulação de "O Menino e a Cerejeira" foi contemplada no Edital Proac de Circulação de Espetáculo Infanto-Juvenil, Governo do Estado de São Paulo. Dez espetáculos em cinco cidades, sendo cinco abertos ao público espontâneo e cinco para estudantes.de escolas públicas; cinco workshops, um por cidade e doação de livros originais O menino e a Cerejeira às escolas participantes, integram o projeto "O Menino e a Cerejeira" - #voamenino.


Sinopse do espetáculo
Em um cenário pós Segunda Guerra Mundial, as pessoas buscam alternativas para viver melhor. De um lado, um senhor já idoso cuida da única cerejeira sobrevivente aos bombardeios. Do outro, o garoto Taiti tenta superar a perda do pai na guerra. A mãe trabalha fora para garantir sustento. Assim, o bondoso senhor se une a Taiti numa amizade marcante, que levará o menino a encontrar sua força e coragem para trazer a luz da esperança para todos da aldeia. 

Em "O Menino e a Cerejeira" são utilizados elementos da cultura oriental para conversar diretamente com o público por meio da arte. O cenário é composto por taikôs (tambores do Japão), painéis e bonsai, que ajudam a compor o enredo de forma lúdica e vibrante. Com diálogos sinceros e uma trilha sonora original, o espetáculo é uma inspiração sobre esperança e amizade, deixando a expectativa de um mundo mais justo e humano. Para todos.


Ficha técnica
Espetáculo "O Menino e a Cerejeira"
Autor: Daisaku Ikeda. Idealização, dramaturgia e direção: Stella Tobar. Elenco: Alle Paixão, Cleber Tolini, Giuliano Caratori e João Bourbonnais. Trilha original: Sérvulo Augusto. Preparação de tambor japonês: Gustavo Nogueira. Música Hajime: Yuzo Akahori. Cenário e figurinos: Paula de Paoli. Adereços: Clau Carmo. Visagismo: Gil Prando. Cenotecnia: Wagner Almeida. Iluminação: Giuliano Caratori. Fotos: Eduardo Petrini e Gui Assano. Operador de luz: Fernando Maffia. Operadora de som: Stella Tobar. Assistente de produção: Fernando Maffia. Comunicação e divulgação: Gleice Carvalho. Assistente de comunicação: Flavio Petins. Produção: Borbolina Companhia. Realização: Borbolina Produções Artísticas. Este projeto foi contemplado no Edital Proac de Circulação de Espetáculo para público infanto-juvenil, Secretaria de Cultura e Economia Criativa, Governo do Estado de São Paulo.


Serviço
Espetáculo "O Menino e a Cerejeira", com a Borbolina Cia. Dia 30 de julho, domingo, às 11h. Teatro Sérgio Cardoso - R. Rui Barbosa, 153 - Bela Vista, São Paulo. Duração: 50 minutos. Classificação indicativa: Livre. Indicação da produção: a partir de 4 anos. Ingressos gratuitos. Sugestão de doação de 1 kg de alimento não-perecível | Sympla.

.: "Coluna Prestes", do Coletivo de Galochas, em últimas apresentações


Em julho, o grupo de teatro Coletivo de Galochas apresenta o espetáculo musicado "Coluna Prestes: Encruzilhadas da Marcha da Esperança" no Teatro do Contêiner Mungunzá, até dia 30 de julho, de sexta e sábado,  às 21h, e domingo, às 19h, com ingressos gratuitos. Todas as sessões de sextas-feiras contam com intérpretes de Libras e as de domingo com recursos de audiodescrição. Em agosto, a montagem histórico-poética segue para os teatros Flávio Império e Cacilda Becker.

Dirigida por Rafael Presto, que também assina a dramaturgia junto de Antonio Herci, a montagem busca reconstruir cenicamente uma das passagens mais icônicas e importantes da história do Brasil do século XX, a marcha da "Coluna Prestes", que tinha por objetivo libertar o povo da exploração e da ignorância, evento que marca o fim da Primeira República.

O enredo se passa no década de 1920, quando a "Coluna Prestes" rasga o país. Durante a marcha, um grupo de oito pessoas, dos mais diferentes lugares, formam uma inusitada família, entrelaçando e mudando suas vidas. É com essa gente simples que Luiz Carlos Prestes aprende, forjando seu espírito revolucionário.

"Coluna Prestes: Encruzilhadas da Marcha da Esperança" faz uma imersão na cultura brasileira pelo ponto de vista das pessoas simples, da base do movimento, que fizeram a coluna caminhar. As personagens da peça foram extraídas dos registros oficiais, com a devida licença teatral. “Não se trata da história de grandes autoridades, mas de figuras singulares com as quais Prestes se relaciona. São mulheres, pessoas pretas e oficiais de baixa graduação que protagonizam a jornada”, comenta o diretor Rafael Presto.

Na montagem, o primeiro plano não pertence ao Comandante Prestes (Kleber Palmeira), líder da revolução, mas sim aos diversos núcleos que combatem ao seu lado durante a Marcha. Isabel Pisca-Pisca (Benedita Maria de Jesus Bueno Dias) e Onça (Silvia Lys) são artistas de cabaré que seguem com os revolucionários. Onça desenvolve uma relação com Cabo Firmino (Eder dos Anjos), um aguerrido revolucionário saído dos cortiços paulistanos. 

Santa Rosa (Wendy Villalobos) carrega o fuzil que herdou do marido morto e um filho na barriga, que nasce durante a marcha. O Soldado Ângelo (Daniel Lopes), rapaz sensível e analfabeto, aprende a ler e escrever com Sargento Garcia (Diego Henrique), numa relação que pode ocultar um amor não permitido. Todas essas relações são amarradas por Tia Maria (Mona Rikumbi), com suas ervas, conselhos, rituais e giras, que também representa a Majestade Encruzilhada, abrindo os caminhos e marcando essa saga.

A encenação do Coletivo de Galochas tem como pilares duas linguagens: os núcleos dentro da "Coluna Prestes" e o coro cênico. Os núcleos trazem as histórias das personagens, a humanização dentro da precariedade do ambiente da revolução e também vislumbram 100 anos à frente, questionando e fazendo o elo com o presente. A trilha das personagens negras, apoiada em uma perspectiva afro-centrada de religiosidade e filosofia, é central na narrativa. 

Já o coro representa a própria revolução. Coreografado e musicado, ele interage com as cenas e faz atravessamentos poéticos enfatizando os grandes acontecimentos, mas também participando como personagem coletivo da trama. Os atores e atrizes que formam o coro são oriundos das oficinas profissionalizantes, realizadas pelo Galochas, durante o processo criativo.

A música está presente o tempo todo no espetáculo; uma ferramenta cênica recorrente nas montagens do Coletivo de Galochas. A trilha sonora é original e executada ao vivo, sob direção de Antonio Herci, com arranjos contemporâneos e cinco músicos em cena (piano, contrabaixo acústico, sanfona, violão de 7 cordas e percussão). Nove canções integram a dramaturgia em formatos de solos e coros, compostas durante o processo, a partir de poemas criados pelos próprios atores. Apenas uma, o samba “Ai, Seu Mé” (Freire Júnior e Careca), foi garimpada do referido período histórico.

Kleber Montanheiro assina o figurino não naturalista de "Coluna Prestes: Encruzilhadas da Marcha da Esperança". As referências da década de 1920 estão presentes, de forma estilizada, em elementos como couro e peças de indumentária militar. O cenário, também de Montanheiro, busca inserir as personagens e os espectadores nas paisagens desse Brasil profundo que a "Coluna Prestes" atravessa. A poética do movimento está em elementos que se movem em um palco misterioso, diante das incertezas dos passos a seguir.

"Coluna Prestes: Encruzilhadas da Marcha da Esperança" é resultado do projeto de mesmo nome contemplado na 39ª edição do Programa de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo, da Secretaria Municipal de Cultura. No processo de criação, o Coletivo de Galochas realizou oficinas profissionalizantes, ciclos temáticos de palestras sobre a prática e a fundamentação teórica do teatro historicista e intervenções artísticas em locais que foram bombardeados ou que têm relação com a Revolução Paulista de 1924.

Nascida durante Tenentismo, a Coluna Prestes iniciou, em abril de 1925, a marcha pelo interior do Brasil que atravessou mais de 25 mil quilômetros, passando por 17 estados e atingindo cerca de 3 mil membros. Tendo como bandeira derrubar o mandato de Arthur Bernardes, exigia voto secreto universal, educação para todos, moralização da política, fim da miséria e direto à terra.


Ficha técnica
Espetáculo "Coluna Prestes: Encruzilhadas da Marcha da Esperança". Dramaturgia: Antonio Herci e Rafael Presto. Direção: Rafael Presto. Codireção: Eder dos Anjos. Direção musical, arranjos, regência e sonoplastia: Antonio Herci. Assistência de direção: Daniel Lopes. Elenco / personagens: Benedita Maria de Jesus Bueno Dias (Isabel Pisca-Pisca), Daniel Lopes (Soldado Ângelo), Diego Henrique (Sargento Garcia), Eder dos Anjos (Cabo Firmino), Kleber Palmeira (Comandante Prestes), Mona Rikumbi (Tia Maria), Silvia Lys (Onça) e Wendy Villalobos (Santa Rosa). Coro Cênico: Luísa Borsari, Maria Kowales Aguirre, Matheus Kawa, Giovana Carneiro, Jota Silva, Leandro Duarte, Mateus Vicente, Nayra Priscila, Priscila Ribeiro, Tércio Moura e Victor Carriel. Musicistas/músicos: Antonio Herci (piano), Jéssica Nunes e Camila Borges (sanfona), Lula Gama (violão de 7 cordas), Miguel D’Antar (contrabaixo acústico) e Maicon de Moura (percussão). Cenografia: Kleber Montanheiro. Figurino: Kleber Montanheiro e Thaís Boneville. Adereços: Jéssica Freitas. Iluminação: Robson Lima. Coreografiae direção de movimento: Letícia Doretto. Cenotécnica: Nilton Araújo. Técnica de som: Gustavo Trivela e Jotape Hecht. Operação de som:  Jotape Hecht. Provocação cênica: Júlio Silvério. Colaboração na criação: Ivone Dias Gomes, Nicolle Puzzi e Verônica Valentino. Audiovisual: Diogo Gomes. Direção de produção: Gabriela Morato. Produção: Maura Cardoso. Gestão de redes sociais: Dora Scobar. Fotos: Camila Rios, Diogo Gomes e Lucas Salazar. Designer gráfico: Gustavo Oliveira. Assessoria de imprensa: Verbena Comunicação. Idealização e realização: Coletivo de Galochas.


Serviço
Espetáculo "Coluna Prestes: Encruzilhadas da Marcha da Esperança". Ingressos: gratuitos, retirar na bilheteria uma hora antes das sessões. Duração: 90 minutos. Gênero: Drama musicado. Classificação: 14 anos. Intérpretes de Libras: sessões às sextas-feiras. Audiodescrição: sessões de domingos.

Dias 28, 29 e 30 de julho
Sexta, sábado e domingo, às 19h.
Local: Teatro de Contêiner Mungunzá.
Rua dos Gusmões, 43, Santa Ifigênia - São Paulo.
Telefone: (11) 97632-7852. 99 lugares.

Dias 4, 5, 6, 11, 12, 13 de agosto
Sexta e sábado, às 21h. Domingo, às 19h.
Local: Teatro Flávio Império
Rua Prof. Alves Pedroso, 600, Cangaíba - São Paulo.
Telefone: (11) 2621-2719. 206 lugares.

Dias 18, 19, 20, 25, 26 e 27 de agosto
Sexta e sábado, às 21h. Domingo, às 19h.
Local: Teatro Cacilda Becker
Rua Tito, 295, Lapa - São Paulo.
Telefone: 3864-4513. 350 lugares.

.: Grupo Garagem 21 estreia versão feminista de "Dias Felizes"


O elenco é composto por Lavínia Pannunzio e Helio Cicero, em uma montagem influenciada pela linguagem de HQs e desenhos animados; direção é de Cesar Ribeiro. Foto: Bob Sousa


Inspirado no teatro de Tadeusz Kantor e na linguagem de HQs e desenhos animados, o grupo Garagem 21 segue em cartaz com o espetáculo "Dias Felizes", de Samuel Beckett, até este domingo,  dia 30 de julho, no Teatro Cacilda Beckett. A direção é de Cesar Ribeiro, com atuação de Lavínia Pannunzio e Helio Cicero, respectivamente, vencedores dos prêmios Shell e APCA; e Mambembe e Apetesp.

Uma das obras-primas do escritor irlandês ganhador do Prêmio Nobel de Literatura de 1969, o texto traz a história de Winnie, uma mulher de 50 anos que dialoga de modo otimista sobre um passado glorioso e a esperança de dias melhores. Nessa condição precária, em um cenário desértico, ela se agarra às palavras e a seus últimos pertences para enfrentar a passagem do tempo e comandar seu universo de esperanças contraditórias com a realidade em que está inserida: além da imobilidade ao estar enterrada, a memória é falha, o sol é constante e seu marido permanece indiferente, ao fundo da cena, absorto na leitura de manchetes de velhos jornais.

Por meio dessa narrativa, a montagem aborda a desumanização, que condiciona grandes parcelas da população a uma cidadania de segunda classe: o isolamento, a escassez de recursos, a natureza hostil e a oposição entre os desejos de luta pela vida e desistência diante das adversidades configuram a obra como uma representação do abandono pelo Estado, pela coletividade e por qualquer suposta divindade organizadora. Mas como garantir a vida de milhões de pessoas vulneráveis socialmente sob uma realidade excludente?  

“Estado e coletividade, duas forças que buscam agir de modo complementar para corrigir as distorções sociais, não são entidades apenas falhas em Dias Felizes, e sim ausentes: em um território devastado, em que o sol nunca se põe, nenhum ser humano é visto há tempos e apenas há vida nas formigas que atacam Winnie e na montanha que engole sua carne, resta a ela e seu marido, Willie, a companhia um do outro”, explica Cesar Ribeiro sobre a montagem. 

Em cena, a relação entre os personagens também é de interdição e incompletude: mesmo em situação mais adversa do que seu companheiro, Winnie busca utilizar a linguagem como modo de enganar sua condição e seguir adiante. “Utilizando metateatro, é o estridente despertador que a acorda para o jogo cênico, como se fosse o terceiro sinal antes de iniciar um espetáculo; já o sol é representado pelos refletores, que iluminam a ação. E é nessa ação de ser vista e ouvida que compartilha a consciência de sua tragicomédia, buscando a palavra como modo de construção da única poesia possível, por conta dos impedimentos do corpo, e seu parceiro como um antagonista falho”, pontua o diretor. 

A proposta de montagem segue a investigação dos sistemas de violência característica do grupo Garagem 21: se em "Esperando Godot" é investigada a violência estrutural e em "O Arquiteto e o Imperador da Assíria" o foco está na violência cultural, em "Dias Felizes" o centro está nas imposições relacionadas à construção do feminino e na violência do patriarcado.

“A voz que se ouve na peça é de Winnie, que o tempo inteiro retorna à expectativa de felicidade enquanto narra possibilidades de afeto perdidas no passado e a aridez do estado presente. Ao mesmo tempo, como um quebra-cabeça, o texto vai remontando uma relação afetiva que começa com a ‘conquista’ seguida por imediato silêncio entre o casal, resultado de um marido presente fisicamente, mas sem nenhum grau de escuta e que apenas grunhe palavras incompreensíveis e, às vezes, algumas frase soltas ou pequenas respostas”, afirma Ribeiro. 

Como base teórica, a montagem utiliza obras como "Eichmann em Jerusalém", em que Hannah Arendt propõe que o mal, ao atingir grupos sociais, é político e ocorre onde encontra espaço institucional, gerando a naturalização da violência como processo histórico e sociopolítico; e "Calibã e a Bruxa", em que Silvia Federici investiga a opressão ao feminino a partir da chamada ‘caça às bruxas’ no período da transição para o capitalismo.

Esteticamente, a direção de arte busca a influência de princípios do cyberpunk e do steampunk, animações como "Persépolis" e "Ghost in the Shell", visual da industrial dance e moda futurista para compor um território devastado, representado na cenografia de J. C. Serroni por um vulcão carbonizado, enquanto os figurinos de Telumi Hellen e o visagismo de Louise Helène apontam para o indivíduo-máquina característico de alguns animes e a luz ostensiva de Domingos Quintiliano destaca o impiedoso sol do deserto em que estão os personagens. Já a trilha sonora é composta de alguns efeitos e rock clássico. Compre o livro "Dias Felizes", de Samuel Beckett, neste link.

Sinopse do espetáculo
Com Lavínia Pannunzio e Helio Cicero, a peça dirigida por Cesar Ribeiro é influenciada pela linguagem de HQs e desenhos animados e mostra a história de Winnie, mulher enterrada em um vulcão até a cintura que dialoga de modo otimista sobre um passado glorioso e a esperança de dias melhores enquanto tem ao fundo seu marido, absorto na leitura de velhos jornais.


Ficha técnica
"Dias Felizes" com o Grupo Garagem 21.
Projeto contemplado no Prêmio Funarte de Estímulo ao Teatro 2022. Texto: Samuel Beckett. Direção e trilha sonora: Cesar Ribeiro. Atuação: Lavínia Pannunzio e Helio Cicero. Direção de produção: Edinho Rodrigues. Cenografia: J. C. Serroni. Desenho de luz: Domingos Quintiliano. Figurinos: Telumi Hellen. Visagismo: Louise Helène. Produção executiva: Vanessa Campanari. Fotos: Bob Sousa. Registro em vídeo: Nelson Kao. Assessoria de imprensa: Canal Aberto - Marcia Marques. Realização: Grupo Garagem 21, Mecenato Moderno Produção Cultural, Brancalyone Produções e Prêmio Funarte de Estímulo ao Teatro 2022


Serviço
"Dias Felizes" com o Grupo Garagem 21. Até dia 30 de julho de 2023. Quintas a sábados às 21h e domingos às 19h. Local: Teatro Cacilda Becker (Rua Tito, 295. Lapa – São Paulo). Ingressos: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia). Duração: 120 minutos (incluindo um intervalo de 15 minutos). Classificação: 12 anos | Gênero: tragicomédia. Vendas: https://www.sympla.com.br/produtor/diasfelizes e bilheteria do teatro.

.: Chemical Funk resgata história do Funk e sua chegada ao Brasil


"Funk Ancestralidade e Revolução" traz para a cena influências desde a formação do grupo de dança, em 2006, até o americano James Brown e os brasileiros Tony Tornado e Nelson Triunfo. A obra circula por equipamentos culturais da cidade de São Paulo, em diversas regiões, até dia 12 de agosto. A entrada é gratuita. Foto: Vanessa Duarte 

James Brown (1933-2006), é reconhecido como o papa do Funk, um gênero que nasceu da mistura de R&B (Rhythm and Blues), Blues, Jazz e Rock. Na década de 1960, seu modo de cantar e dançar ajudou a espalhar o estilo nos Estados Unidos e no mundo. Em pouco tempo, o Funk chegou ao Brasil e ganhou um novo suingue ao se misturar com músicas de rituais religiosos de matriz Africana, o samba, o forró, a música popular. O grave do baixo, a bateria polirrítmica se juntou ao som dos atabaques, do pandeiro, da cuíca e de grandes vozes, como a de Tim Maia

Em pouco tempo, bandas e artistas nacionais como Gerson King Combo, Tony Tornado, Cassiano, Hyldon, Sandra de Sá, Lady Zu, Banda Black Rio, Banda União Black, Lincoln Olivetti ampliaram o cenário dessa forma musical. Funk Ancestralidade e Revolução, novo espetáculo Chemical Funk, mergulha nessas histórias e provoca a memória dos integrantes do grupo para tratar de herança cultural, transmitidas entre as gerações. O espetáculo segue em circulação por espaços culturais da cidade até 12 de agosto. A entrada é gratuita. Confira a programação completa abaixo.

O projeto, contemplado pela 32ª edição do Programa Municipal de Fomento à Dança para a Cidade de São Paulo, apresenta as características do Funk em diferentes cenas e usa várias linguagens para apresentá-las ao público: dança, música e teatro. “Desde o primeiro espetáculo, nós usamos diversas técnicas. Para este espetáculo, tivemos preparação vocal também”, contam o diretor Ivo Alcântara e a produtora e dançarina Nathalia Glitz.  

Como em outros processos de criação do grupo, que nasceu em 2006, Funk Ancestralidade e Revolução contou com encontros e parcerias com outros artistas do movimento Funk. Neste projeto, o Chemical Funk promoveu bailes, bate-papos e oficinas. “Nós temos a preocupação de manter a história viva para as próximas gerações. No nosso grupo, temos três gerações de artistas participando. Sempre dizemos que não somos apenas um grupo de dança, mas uma ideia, um modo de entender e disseminar a essência do Funk”, afirmam Alcântara e Glitz. 

O espetáculo usa referências como capas de discos icônicas do movimento, traz histórias pessoais do elenco, os bailes e o estilo de dança que caracterizou o grupo, as Danças Urbanas, o Funk e seus desdobramentos. Além de envolver o público e convidá-lo para se unir ao elenco.


Chemical Funk
O Chemical Funk surgiu em 2006, reunindo um grupo de amigos que já praticavam Danças Urbanas em outros grupos e Cias do Estado de São Paulo, para poder compartilhar mais sobre as danças chamadas de “Funkstyles”, que são as danças vernaculares, atualmente conhecidas como Danças Urbanas que tiveram origem na Califórnia e são descendentes diretas do Soul/Funk. 

Outra característica do grupo é o fato de gerar conexões entre as gerações, algo que ocorre desde de a sua formação até hoje. O grupo sempre criou projetos e iniciativas agregadoras, convidando outros artistas e outros coletivos para participarem de suas propostas, valorizando aqueles que já estavam fazendo antes de o grupo surgir e aqueles que estão começando agora.


Ficha técnica:

"Funk Ancestralidade e Revolução" com Chemical Funk. Direção geral: Ivo Alcântara. Elenco: Diego Henrique (Groove), Diego Oliveira, Evandro Ferreira (Smile), Fernanda Santos (Scherchiley), Ivo Alcântara, Jorge Luiz (Jorge Boog), Nathalia Glitz, Rafael Pinto Coura (RafaFunky), Stefany Alves, Tadeu Santos, Tiago Meira (Begins), Weslley Leite, William Leite. Preparação vocal: Klecio Miranda. Produção: Nathalia Glitz, Carolina Gomes Moreira. Design: Lusca. Vídeo e edição: Lusca. Fotografia: Vanessa Duarte. Iluminação: Renato Lopes. Assessoria de imprensa: Canal Aberto.


Serviço

Tendal da Lapa
Rua Guaicurus, 1100 - Água Branca, São Paulo.
Sexta-feira, dia 28 de julho, às 20h.

Casa de Cultura Raul Seixas
Rua Murmúrios da Tarde, 211 - Jardim Bonifácio, São Paulo.
Sábado, dia 29 de julho, às 15h.

Centro Cultural Monte Azul
Avenida Tomas de Sousa, 552 - Jardim Monte Azul, São Paulo.
Sábado, dia 5 de agosto, às 20h, e domingo, dia 6 de agosto, às 19h.

Centro de Referência da Dança (CRD)
Baixos do Viaduto do Chá s/n, Praça Ramos de Azevedo - Centro Histórico de São Paulo.
Sexta e sábado, dias 11 e 12 de agosto, às 19h.

.: Sesc Belenzinho recebe as últimas apresentações de "Zebra Sem Nome"


Montagem traz a artista Marina Esteves em sua primeira direção e aponta para uma trajetória para além do coletivo O Bonde, em que é cofundadora. A trama da peça conta a história de uma Zebra que quer um nome para chamar de seu. Em seu caminho para encontrar algum que lhe caia bem, percorre o mundo para além da savana e conhece personalidades negras femininas marcantes na história da nossa sociedade. Foto: Ethel Braga


O texto "Zebra Sem Nome" foi escrito pela dramaturga e roteirista Maria Shu ao lado de sua filha Heloísa, na época com sete anos. Curiosa sobre temas como representatividade, gênero e classe social - perguntas motrizes da menina - a dramaturgia aborda esses assuntos de forma lúdica com personagens divertidos e que andam em bando. A peça fica em cartaz até este domingo, dia 30 de julho, que estreia agora no teatro Sesc Belenzinho, também marca o segundo encontro entre as artistas negras e pesquisadoras das narrativas cênicas, Shu e a diretora Marina Esteves. 

O primeiro encontro entre as artistas aconteceu na montagem da peça infanto-juvenil de autoria de Maria Shu "Quando Eu Morrer, Vou Contar Tudo a Deus", pelo coletivo O Bonde, grupo em que Marina Esteves é cofundadora, produtora e atriz. O espetáculo foi visto por mais de oito mil pessoas em São Paulo, Belo Horizonte e Florianópolis. "Zebra Sem Nome" é o primeiro trabalho que Marina assina a direção e concepção geral, depois de sete anos de pesquisa das infâncias e de atuar sete peças para infâncias. “De certa forma, a peça é uma reverberação do meu encontro com a Maria Shu, artistas negras que se propõem a realizar coisas do mundo”, revela Marina Esteves.

No enredo de "Zebra Sem Nome", a personagem Zebra sai da savana africana em busca da sua identidade e de um nome para chamar de seu. No percurso, ao conhecer novos lugares também se depara com figuras importantes para suas descobertas e sua busca por identidade. “A peça tem como recorte a união de mulheres negras. A Zebra, enquanto passa por esses espaços, encontra personalidades negras, como Glória Maria, Lélia Gonzales, Conceição Evaristo, Palhaça Chamego, primeira palhaça negra no Brasil. Essas pessoas a fazem se reconhecer como indivíduo. Ela também aprende que, andando em bando - as zebras sabem disso, elas andam em bandos femininos -, ela consegue encontrar sua própria identidade”, conta a diretora.

No palco, atores e musicistas. A peça é embalada por uma trilha sonora ao vivo que mescla canções originais, a sonoridade e a musicalidade do centro-oeste da África, particularmente na República do Congo. Há também influência do hip hop. Com uma DJ em cena, as músicas sampleadas vão conduzindo o caminho e os encontros das personagens. “Nosso público será surpreendido com a musicalidade altiva, festiva e vibrante que se inicia no espaço”, diz Marina.

Depois de tantas voltas, a "Zebra Sem Nome" volta para a savana cheia de conhecimentos, disposta a ensinar o que aprendeu e a valorizar sua terra e sua ancestralidade. E também encontra um nome e uma profissão especial. 


Sinopse:
Uma jovem e inquieta zebra, moradora da savana africana faz uma jornada mundo afora em busca de autoconhecimento e do direito mais básico de todos: um nome para chamar de seu, um sinal que a caracterize como indivíduo na manada e na sociedade. Para isso, "Zebra Sem Nome" contará com aliados e passará por espaços aprendendo os conceitos de liberdade, empatia, solidariedade e justiça. Esta heroína retornará à savana com sua bagagem cheia de conhecimento para dividir com os seus iguais e com uma descoberta surpreendente: a alcunha mais incrível que poderia ter.


Ficha técnica:
"Zebra Sem Nome". Concepção e Direção geral: Marina Esteves. Dramaturgia: Maria Shu. Reelaboração textual e dramaturgismo: Jhonny Salaberg, Joy Catharina e Marina Esteves. Elenco: Joy Catharina e Jhonny Salaberg. Direção musical e trilha sonora original: Felipe Gomes Moreira. Produção musical: Dani Nega. Musicistas: DJ K-Mina, Jonatah Cardoso e Larissa Oliveira. Preparação corporal, direção de movimento e coreografias: Marina Esteves. Desenho de luz: Matheus Brant. Operação de luz: Juliana Jesus. Figurino: Felipa Damasco. Modelista: Raquel Brandão. Cenografia e adereços: Livia Loureiro. Execução de cenário e mobiliário: Mateus Fiorentino. Desenho e operação de som: André Papi. Videografismo: Gabriela Miranda. Ilustrações e quadrinhos: Gabu Brito. Orientação cômica e circense - cena circo: Filipe Bregantim. Orientação em jogos e encantarias: Vanessa Rosa. Provocação cênica: Filipe Celestino. Estágio: Chidi Portuguez. Cenotécnica: Helen Lucinda. Fotografia: Ethel Braga. Mídias sociais: Isabela Alves. Assessoria de imprensa: Márcia Marques - Canal Aberto. Produção jurídica: Corpo Rastreado. Produção executiva: Thiago Moreira. Produção artística: Katia Manfredi. Idealização: Marina Esteves e Maria Shu. Realização: Sesc SP. Apoio:  Prêmio Zé Renato. Na canção de abertura “Não há mais nada para aprender aqui” fazemos uma citação a canção “Raízes” do compositor José Geraldo Rocha, que cedeu gentilmente sua obra. Para o compositor, nosso carinho e agradecimento. Agradecimentos: Ailton Barros, Circo Guarany, Casa 11, Cristiano Gouveia, Família Gomes Moreira, Gabriela Gonçalves, Gisely Alves, Graciane Diniz, Jessica Turbiani, Kalu Manfredi, Lucas Cardoso, Mariana Gabriel e família, Murilo de Lima Giavarotti, Nara Dias Gugliano, Nouve, "O Bonde", Rosemary Martins, Wagner Antonio e a todas as pessoas que direta ou indiretamente contribuíram para esse sonho se tornar realidade.


Serviço
"Zebra Sem Nome". Até dia 30 de julho de 2023. Quintas, às 15h. Sábados e domingos, às 12h. Local: Teatro (374 lugares). Valores: R$ 8,00 (credencial plena), R$ 12,50 (meia), R$ 25,00 (inteira). Crianças até 12 anos não pagam. Ingressos disponíveis para compra on-line e nas bilheterias das unidades Sesc. Classificação: livre. Duração: 50 minutos. Sesc Belenzinho - Rua Padre Adelino, 1000 - Belenzinho - São Paulo. Telefone: (11) 2076-9700. sescsp.org.br/Belenzinho. Estacionamento: de terça a sábado, das 9h às 21h. Domingos e feriados, das 9h às 18h. Valores: Credenciados plenos do Sesc: R$ 5,50 a primeira hora e R$ 2,00 por hora adicional. Não credenciados no Sesc: R$ 12,00 a primeira hora e R$ 3,00 por hora adicional. Transporte público: Metrô Belém (550m) | Estação Tatuapé (1400m).

.: Grupo Sobrevento faz nova temporada do espetáculo "Pérsia"


Com direção de Sandra Vargas e Luiz André Cherubini, espetáculo foi construído a partir de depoimentos de imigrantes iranianos. Temporada acontece até dia 30 de julho, sextas, às 20h30. Sábados e domingos, às 18h e 20h30. Ingressos são gratuitos. Foto: Marco Aurélio Olimpio


A aproximação do Grupo Sobrevento com a cultura persa aconteceu em 2010, quando foram convidados para um dos maiores Festivais de Teatro do mundo, o Fajr Festival (Festival Liberdade). Sandra Vargas e Luiz André Cherubini, fundadores e diretores, se surpreenderam com a potência da cultura local e as conexões com a cultura brasileira. "Pérsia", trabalho que faz temporada até este domingo, dia 30 de julho, no Espaço Sobrevento, traz para a cena esse olhar para aproximar as duas culturas, especialmente nos campos do Teatro e da Música. Os ingressos são gratuitos e podem ser reservados pelo email: info@sobrevento.com.br ou pelo WhatsApp: (11) 966258215.

“Nessa viagem conhecemos a vitalidade do teatro naquele país, com uma cultura milenar de origem persa, que brilha em cada canto da cidade: no hotel que tem nome de poeta, na poesia que está na boca das pessoas, nos milhares de jovens na praça diante do centro cultural, nas longas filas para os teatros, na produção de conhecimento histórico e artístico dos já antigos cursos de Teatro e de Teatro de Bonecos (e de Música internacional e de Música tradicional iraniana) da Universidade de Teerã, na alma artística, culta, esperançosa e ansiosa por liberdade de todo um povo”, dizem os diretores. 

Para criar esse elo possível entre os dois países, a longa pesquisa do grupo ouviu imigrantes iranianos que chegaram ao Brasil em diferentes épocas. “A dramaturgia surgiu a partir desses depoimentos e também de depoimentos do elenco”, diz Sandra, que assina a dramaturgia. A poesia resultante de relatos muitas vezes dolorosos é um dos grandes méritos da presente encenação do Sobrevento.

Só mais um porque o espetáculo tem muitos: desde os deslumbrantes figurinos do estilista João Pimenta, passando pelo significativo cenário já citado de autoria de Luiz André Cherubini e Mandy, pelos poucos, mas importantíssimos, objetos utilizados em cena (casinhas com significados fundamentais para a trama), pelos sons criados pelos originais instrumentos musicais (direção musical de William Guedes) e pelo harmonioso e talentoso elenco. (Palco Paulistano, José Cetra)

O texto revela anseios comuns de liberdade, de comunhão e de alegria. A música está presente ao longo do espetáculo e a pesquisa também apontou diversas aproximações entre as manifestações dos dois países. “Nós buscamos orientação de músicos iranianos em várias áreas, usamos instrumentos persas e brasileiros. E o espetáculo busca conexões por meio dessas pontes, tanto fazendo música brasileira tocada com esses instrumentos persas, quanto fazendo música persa tocada com instrumentos brasileiros”, diz Luiz André Cherubini. “Às vezes, temos a impressão de que a música persa é muito exótica, mas temos a mesma relação com ela, com a poesia”, completa.

Para os diretores, o Irã, mesmo sob um regime autoritário, preserva uma bagagem cultural enorme que o país tem, ao culto da poesia, da arte. Apesar da tensão, a violência não entrou dentro de casa. “O mote do espetáculo é esse, nós percebemos que a direita avançou muito no Brasil nos últimos anos, amparada pelo fundamentalismo, mas nós também temos a arte, a cultura forte dentro de nós”, diz Sandra.


Sobre "Pérsia"
Em uma atmosfera mais íntima, o espaço teatral está configurado em uma arena, com um cenário mais árido apenas uma árvore seca - representa um deserto, um sertão. Os figurinos de João Pimenta – premiado estilista que é parceiro do grupo há quase dez anos – carregam elementos de ambas as culturas.

A dramaturgia conta as histórias de iranianos que precisaram deixar seu país, por diferentes motivos, e encontraram no Brasil um novo lar: são personagens que, como aves migratórias, atravessam continentes em busca de novas paisagens, confessam seus medos, seus sonhos, suas aflições, em palavras ditas e cantadas. 

Ao longo do espetáculo, os atores e as atrizes preenchem o deserto de suas memórias com pequenas casas, que lembram casas de passarinhos, e criam pequenos mundos: podem ser um bairro, uma cidade ou um país. É o único objeto em cena e evoca as tantas moradas que deixaram para trás e ainda carregam consigo. 

Grupo Sobrevento
O Grupo Sobrevento nasceu em 1985 e tem mais de 25 peças montadas e apresentadas no Brasil e em diversos países. Nessas décadas de atuação, consolidou-se, nacional e internacionalmente, como um dos mais destacados especialistas em Teatro de Animação e de Objetos. Inquieto, arrisca-se constantemente em pesquisas insuspeitas e pioneiras, que ajudam a criar diversidade no fazer teatral, a valorizar o Teatro de Animação sob diferentes formas, a difundir um Teatro de Bonecos e Objetos para adultos e um Teatro para a primeira Infância e a descentralizar a produção artística no Brasil e no mundo. 

Ficha técnica
Espetáculo "Pérsia". Criação: Grupo Sobrevento. Direção: Sandra Vargas e Luiz André Cherubini. Dramaturgia: Sandra Vargas (a partir de depoimentos recolhidos junto a imigrantes iranianos e aos atores). Canção “Fez-se Água”: Daniel Viana. Elenco: Sandra Vargas, Luiz André Cherubini, Maurício Santana, Thais Pimpão, Liana Yuri e Daniel Viana. Iluminação: Renato Machado. Figurino: João Pimenta (estilista) | Danielle Kina (assistente) | Neide Brito, Noel Alves e Magna Almeida Neto (piloteiros) | Marcia Almeida (contra-mestre). Cenografia: Luiz André Cherubini e Mandy. Cenotecnia: Agnaldo Souza e Mandy. Pintura Foyer: Luiz André Cherubini, Leandro Triviño e Agnaldo Souza. Adereços: Sueli Andrade e Liana Yuri. Letras e adaptação das canções: Luiz André Cherubini. Direção musical: William Guedes. Supervisão música persa: Arash Azadeh. Orientação Tambur: Elnaz Mafakheri. Orientação de Sorna e Dozaleh: Ehsan Abdipour e Kaveh Savarian. Orientação Viola: Márcio de Camillo. Estagiários: Leandro Triviño e Rafael Carmo. Técnico de som: Agnaldo Souza. Técnico de iluminação: Marcelo Amaral. Registro em vídeo dos ensaios: Milena Moura. Assessoria de imprensa: Márcia Marques - Canal Aberto.


Serviço
Espetáculo "Pérsia". Até dia 30 de julho de 2023. Sextas, 20h30; Sábados e domingos, 18h e 20h30. Espaço Sobrevento - Rua Coronel Albino Bairão, 42 – Metrô Bresser, São Paulo. Gratuito | Reservas de ingressos pelo e-mail: info@sobrevento.com.br e no WhatsApp: 11 966258215 - a bilheteria abre com 1h de antecedência. Recomendação: 14 anos | Duração: 60 minutos.

quarta-feira, 26 de julho de 2023

.: Crítica "Oppenheimer" é filmaço que trabalha visual e sonoplastia com louvor

Por: Mary Ellen Farias dos Santos

Em julho de 2023


"Oppenheimer"novo longa de Christopher Nolan, assumindo roteiro e direção, em cartaz no Cineflix Cinemas, aborda a história do físico J. Robert Oppenheimer que, com uma equipe de cientistas durante o Projeto Manhattan, desenvolve a bomba atômica. Em meio a algumas cenas em preto e branco, o filme trata acontecimentos dos EUA em meados do século 20, quando a história de um homem complexo, ambicioso e imperfeito, Oppie (Cillian Murphy), como era chamado pelos amigos e familiares, tem a história de vida conectada com a Grande Depressão, a Segunda Guerra Mundial e a Guerra Fria, tornando-o o pai da bomba atômica.

Ao mesclar o desenvolvimento da bomba atômica, com J. Robert Oppenheimer encabeçando o projeto altamente destrutivo, a excelente contextualização e conexão estabelecida a cada acontecimento da época, garantem as 3 horas de filme. E, de quebra, consegue ainda ser uma excelente aula de história, mesmo que vitimize os norte-americanos diante de um ato extremamente impactante -ainda nos dias de hoje. 

A escolha das cenas em preto e branco, a saturação na telona simulando o reflexo da bomba ou a ausência de som na explosão da química teste entregam a arte de fazer cinema de Nolan. O jogo visual estupendo e a sonoplastia que alterna, são pontos colaborativos para fisgar o público exatamente para dentro da trama, permitindo, que de toda formam sinta o grau de tensão, ou até mesmo uma pontada de agonia e dor. 

A duração do filme pode até causar certa impaciência nos que não se agradam em relação a produções mais extensas. Contudo, a edição de imagens e som de "Oppenheimer" conseguem empolgar, prendendo a atenção e gerando a curiosidade devida no público, principalmente, a respeito do desfecho -o qual entrega um recapitula com conexões bombásticas. 

E, para coroar a criação cinematográfica estão no elenco com Cillian Murphy, outros grandes nomes como Robert Downey Jr. (Lewis Strauss, "Homem de Ferro"), Florence Pugh (Jean Tatlock, "Não Se Preocupe, Querida"), Josh Hartnett (Ernest Lawrence, "Pearl Harbor"), Emily Blunt (Kitty Oppenheimer, "Um Lugar Silencioso"), Matt Damon (Leslie Groves, "Air: A História Por Trás do Logo"), Jack Quaid (Richard Feynman, "Pânico 5"), Tom Conti (Albert Einstein, "Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge"), Rami Malek (David Hill, "Bohemian Rhapsody"), Gary Oldman (Harry S. Truman, "Harry Potter"), Tony Goldwyn (Gordon Gray, "Ghost: Do Outro Lado da Vida") e Casey Affleck (Boris Pash, "Manchester à Beira-Mar"). "Oppenheimer" é, sem dúvida, um filme para ser assistido nas telonas!

Em parceria com o Cineflix Cinemas, o Resenhando.com assiste aos filmes em Santos, no primeiro andar do Miramar Shopping. O Cineclube do Cineflix traz uma série de vantagens, entre elas ir ao cinema com acompanhante quantas vezes quiser - um sonho para qualquer cinéfilo. Além disso, o Cinema traz uma série de projetos, que você pode conferir neste link. Compre seus ingressos no Cineflix Cinemas Santos aqui: vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SAN

* Mary Ellen é editora do site cultural www.resenhando.com, jornalista, professora e roteirista, além de criadora do photonovelas.blogspot.com. Twitter:@maryellenfsm 

"Oppenheimer"Ingressos on-line neste link
Gênero: drama de guerra. Classificação: 16 anos. Duração: 3h00. Ano: 2023. Idioma: inglês. 
Distribuidora: Warner Bros. Pictures. Roteiro e direção: Christopher Nolan. Elenco: Cillian Murphy, Robert Downey Jr., Florence Pugh, Josh Hartnett, Emily Blunt, Matt Damon, Jack Quaid, Devon Bostick, Rami Malek. Sinopse: o físico J. Robert Oppenheimer trabalha com uma equipe de cientistas durante o Projeto Manhattan, levando ao desenvolvimento da bomba atômica.


Trailer de "Oppenheimer"

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