terça-feira, 3 de junho de 2025

.:Sucesso, "Aluga-se Um Namorado" faz temporada no teatro paulistano


O espetáculo é uma nova montagem da peça que estreou em 1992, com o próprio Eri Johnson no elenco. Entre 2004 e 2008, a comédia percorreu o Brasil com temporadas de sucesso. Foto: divulgação


Sucesso de público nas décadas de 1990 e 2000, com sessões lotadas em diversas cidades brasileiras, a comédia "Aluga-se Um Namorado", escrita originalmente pelo inglês James Scherman e adaptada por Gustavo Klein, chega ao Teatro Multiplan MorumbiShopping para temporada a partir de 13 de junho, sexta-feira, às 20h00. A direção é de Eri Johnson, que também integra o elenco ao lado de Ju Knust, Myrian Rios, Raymundo de Souza, João Lima Junior e Marcondes Oliveira.

"Aluga-se Um Namorado" é uma comédia que explora com humor e leveza as relações familiares, estabelecendo uma forte conexão entre o público e o personagem interpretado por Eri Johnson. Para o ator, a peça é uma de suas preferidas. O espetáculo aborda os vínculos familiares de forma divertida e respeitosa, destacando a importância da convivência e da valorização da família.

Há 33 anos em circulação pelos palcos brasileiros, "Aluga-se Um Namorado" já foi assistida por mais de 3,5 milhões de espectadores. A estreia aconteceu em 1992, no Teatro Princesa Isabel, no Rio de Janeiro. Desde então, Eri Johnson permanece no elenco, dando vida ao mesmo personagem em uma das montagens mais longevas do teatro nacional com o mesmo ator protagonista.

O espetáculo conta a história de Alex Schneider (Eri Johnson), um ator bem-humorado contratado por Sara (Ju Knust) para interpretar o papel de seu namorado, judeu e médico, diante de sua família, que segue rigorosamente as tradições judaicas. A farsa é armada porque, na verdade, o verdadeiro namorado de Sara não é judeu. A partir daí, desenrola-se uma comédia marcada por mal-entendidos e situações inesperadas. Será que os pais de Sara (Myrian Rios e Raymundo de Souza) e seu irmão Joel (João Lima Junior), um psicanalista atento, vão descobrir a verdade? E o verdadeiro namorado (Marcondes Oliveira), será revelado? Sara acabará se apaixonando pelo ator? O enredo gira em torno dessas perguntas, com doses de humor e reviravoltas.

Segundo Eri Johnson, "Aluga-se Um Namorado" é sua comédia predileta entre todas as que já atuou. “Além de provocar muitas risadas, a peça leva o público a refletir sobre um valor fundamental do ser humano: a família”, afirma o ator. “É uma comédia muito querida pelo público. É comum encontrarmos na plateia pessoas que já assistiram mais de uma vez.”


Ficha técnica
Espetáculo "Aluga-se Um Namorado"
Texto: James Scherman
Adaptação: Gustavo Klein
Direção: Eri Johnson
Assistente de direção: Thati Manzan
Elenco: Eri Johnson, Ju Knust, Myrian Rios, Raymundo de Souza, João Lima Junior e Marcondes Oliveira
Produção executiva: Thati Manzan
Realização: Chaim Produções e Eri Johnson Associados
Assessoria de imprensa: Angelina Colicchio e Diogo Locci - Pevi 56 


Serviço
Espetáculo "Aluga-se Um Namorado"
De 13 de junho a 9 de novembro de 2025 | Sextas, às 20h; sábados, às 18h e 20h; e domingos, às 17h30 e 19h30.
Local: Teatro Multiplan MorumbiShopping
Endereço: Avenida Roque Petroni Júnior, 1089 Piso G2 do MorumbiShopping - Jardim das Acacias, São Paulo - SP, 04707-900
Ingressos:  R$ 160,00 / R$ 80,00 (setor 1) | R$ 120,00 / R$ 60,00 (setor 2)
Vendas: Sympla
Duração: 90 minutos
Classificação indicativa: 12 anos

domingo, 1 de junho de 2025

.: "Sanduíche de Anzóis" reúne 25 anos de produção poética de Paulo Scott


A poesia de Paulo Scott é única na literatura brasileira. O ritmo, a respiração e a permanente colisão dos versos do autor enquanto poeta compõem uma dicção inconfundível, imagética e original, ainda mais singular do que a encontrada na prosa dele. Do mesmo autor do premiado romance "Marrom e Amarelo", a coletânea "Sanduíche de Anzóis", lançada pela editora Alfagura, reúne a produção poética de Scott nos últimos 25 anos, mas não apenas isso: ao revisitar textos, ele reescreve, corta, repensa, reorganiza, criando uma nova obra, totalmente reinventada, e independente dos livros anteriores escritos por ele. A linguagem, trabalhada ao longo de décadas, é combativa e desafia o esperado.

Para celebrar o lançamento do livro, o Sesc Paulista recebe, no dia 3 de maio, às 19h30, um encontro com leituras de poemas feitas por Paulo Scott, uma roda de conversa mediada pela escritora Andrea Del Fuego e acompanhamento musical de Mauro Dahmer na guitarra elétrica. O autor também estará disponível para uma sessão de autógrafos, e exemplares do livro estarão à venda no local. Girando em torno do amor, da revolta e da loucura - há também um breve e potente manifesto contra o novo fascismo -, esta inédita coleção marca sua sólida trajetória como um dos poetas mais singulares da atualidade. Apoie o Resenhando.com e compre a coletânea "Sanduíche de Anzóis", de Paulo Scott, neste link.

O que disseram sobre o livro
“Paulo Scott joga a isca, ou antes, lança ao leitor esse Sanduíche de anzóis celebrando seus 25 anos de trajetória no cenário da poesia contemporânea brasileira. Um pequeno spoiler: esta é uma poesia que se desdobra e salta, que captura. Talvez um origami ou um tecido vivo, seguramente algo em movimento. Profundamente contemporânea e, por isso mesmo, em direção ao futuro, a poética de Scott, pungente e insubmissa, move, comove, incita. Fisga. E não é possível entrar no seu território e sair incólume.” — Micheliny Verunschk

“Sua dicção é muito própria. Se fosse para apontar o mais diferente entre os diferentes, eu diria que é o Paulo Scott.” — Cíntia Moscovich


Sobre o autor
Paulo Scott nasceu em Porto Alegre em 1966. Publicou 16 livros: cinco romances — entre eles "Marrom e Amarelo" e "Habitante Irreal" —, um livro de contos, oito de poesia, uma dramaturgia e o romance gráfico "Meu Mundo Versus Marta", em parceria com Rafael Sica. Recebeu os prêmios Machado de Assis, da Fundação Biblioteca Nacional, APCA de poesia, Jabuti de melhor livro brasileiro publicado no exterior e Açorianos de romance. Vive atualmente em São Paulo. Apoie o Resenhando.com e compre a coletânea "Sanduíche de Anzóis", de Paulo Scott, neste link.


Serviço
Lançamento da coletânea de poemas "Sanduíche de Anzóis", de Paulo Scott
Mediação: Andrea Del Fuego. Acompanhamento musical: Mauro Dahmer
Terça-feira, dia 3 de junho de 2025, das 19h30 às 21h00
Sesc Paulista - Av. Paulista, 119 - Bela Vista / São Paulo

.: "Os jovens estão esperando escritores", diz Rodrigo Lacerda no "Provoca"


No programa, ele fala o que pensa sobre o desinteresse dos jovens pela leitura, relembra histórias de seu avô Carlos Lacerda e muito mais. Foto: Marina Buozzi

Na próxima terça-feira, dia 3 de junho, Marcelo Tas recebe no "Provoca" o editor, escritor e historiador Rodrigo Lacerda. No programa, ele fala o que pensa sobre o desinteresse dos jovens pela leitura, relembra histórias de seu avô Carlos Lacerda e muito mais. Vai ao ar a partir das 22h00, na TV Cultura. Como um grande conhecedor do meio editorial, Rodrigo se posiciona no programa sobre a atual crise de interessados pela literatura no país: “a gente está perdendo leitores. Como já há muito tempo, o que acontece é que as crianças leem até 12, 13 anos. E aí tem um abismo, e uma pequena parcela volta a ler depois”.

Sobre a razão desse afastamento, que ele destaca acontecer durante a adolescência, ele explica: “a minha sensação é que os jovens estão esperando escritores que falem com eles de igual para igual. Que não subestimem a capacidade deles de processar histórias; que mexam com valores, que mexam com crenças, que mexam com a emoção profunda, com as situações que eles vivem na vida”.

Tas também conversa com Rodrigo sobre uma figura importante de sua família, seu avô Carlos Lacerda, conhecido como um dos políticos brasileiros mais influentes do século XX. Entre outros feitos, Lacerda é lembrado pela sua reação ao Regime Militar instituído em 1964, o qual apoiou num primeiro momento, mas posteriormente se opôs. Rodrigo conta que, de acordo com os militares, seu avô “não participou da conspiração, por um motivo muito simples. Porque quando o Jânio (Quadros) tentou dar o golpe, em 1961, antes de renunciar, o meu avô foi às rádios e denunciou a tentativa de golpe. Então os militares falaram: ‘não, com esse aí a gente só fala depois que já tiver acontecido, porque ele vai dar com a língua nos dentes’”Apoie o Resenhando.com e compre os livros de Rodrigo Lacerda neste link.


Sobre Rodrigo Lacerda
Rodrigo Lacerda, nascido no Rio de Janeiro em 1969, é escritor, editor, tradutor e historiador brasileiro. Ingressou no universo literário como revisor na editora Nova Fronteira, fundada pelo avô, Carlos Lacerda, e comandada pelo pai, Sebastião Lacerda. Após estudar História na USP, estreou na literatura em 1995 com "O Mistério do Leão Rampante", livro que lhe rendeu seu primeiro Jabuti. Rodrigo voltou a vencer o prêmio em 2008, por "O Fazedor de Velhos”, e em 2013, publicou "República das Abelhas”. O romance narra a história de sua própria família e suas conexões com a política brasileira. Além da escrita, atuou como editor-executivo da editora Record de 2021 até fevereiro de 2025. Apoie o Resenhando.com e compre os livros de Rodrigo Lacerda neste link.

.: Mulheres brasileiras inspiram a peça infantil “Conta a Minha História?”


Com estreia no dia 4 de junho na zona sul de São Paulo, espetáculo aborda ancestralidade por meio de fábulas inspiradas na trajetória de grandes artistas do país


Inspirar novas possibilidades de existência, recriar imaginários, plantar sementes para o futuro. Baseado na trajetória de oito notáveis mulheres brasileiras nas artes, o espetáculo para crianças “Conta a Minha História?” estreia na quarta-feira, dia 4 de junho, no Centro Cultural Grajaú, na zona sul de São Paulo, e fará apresentações em escolas públicas e centros culturais até o final de julho deste ano.

As histórias de Elza Soares, Ruth de Souza, Fernanda Montenegro, Ingrid Silva, Carolina Maria de Jesus, Tarsila do Amaral, Cora Coralina e Rita Lee permeiam fábulas encenadas e cantadas ao vivo pelas multiartistas Jhonnã Báo, Lê Nor e Mel Duarte. “A ideia do espetáculo é trazer o tema da ancestralidade enquanto uma voz que não se cala, justamente porque é ouvida", explica a diretora e poeta Luz Ribeiro, vencedora de diversas competições de slams.

Encenado para crianças e jovens, “Conta a Minha História?” pretende fomentar nesse público um olhar mais atento a temas como igualdade de gênero, inclusão, empatia, e, principalmente, encorajar a autonomia e a autoconfiança para que essas meninas e meninos acreditem em seus sonhos. “Nós lembramos que essas mulheres que cantam, dançam, pintam, atuam são nomes que ajudam a construir a estrutura do país, independentemente da cor, de suas idades, do território em que nasceram. Elas são vozes-sementes que frutificam gerações", fala Luz Ribeiro. “É importante trazer para o imaginário da menina preta periférica que é possível ser uma bailarina como a Ingrid Silva, hoje um grande nome da dança mundial", completa a diretora.

Oito canções compostas por ela e pelo diretor musical Felipe Parra norteiam o espetáculo e tornam a experiência da plateia envolvente e divertida. “A gente consegue dizer com a música coisas que nem sempre conseguimos com palavras. Mesmo que nem todas essas mulheres sejam cantoras, a própria história delas inspira essa musicalidade", afirma Parra. Após a estreia no Centro Cultural Grajaú , “Conta a Minha História?” ainda irá passar pelos centros culturais Tiradentes (5 de julho) e Olido (12 de julho) e pelo Museu Catavento (27 de julho), sempre com apresentações gratuitas.


Ficha técnica
Espetáculo “Conta a Minha História?”
Direção e dramaturgia: Luz Ribeiro
Direção musical: Felipe Parra
Elenco: Jhonña Báo, Lê Nor, Mel Duarte
Produção executiva: Camila De Castro
Coordenação de produção: Arlete Cardoso e Ive Caceres
Patrocínio: Grupo GPS
Realização: Nós, Arte Cultura (@nosartecultura)
Assessoria de imprensa: Katia Calsavara
Apoio: Secretaria Municipal de Cultura e Economia Criativa de São Paulo, por meio do Programa Municipal de Apoio a Projetos Culturais (PROMAC).

Serviço (apresentações gratuitas):
Espetáculo “Conta a Minha História?”

4 de junho
14h00 - Centro Cultural Grajaú - sessão com audiodescrição e LIBRAS
R. Prof. Oscar Barreto Filho, 252

5 de julho
14h00 - Centro de Formação Cultural Cidade Tiradentes - sessão com audiodescrição e LIBRAS
R. Inácio Monteiro, 6900 

12 de julho
15h00- Centro Cultural Olido - sessão com audiodescrição e LIBRAS
Av. São João, 473 

27 de julho
14h00- Museu Catavento -  sessão com audiodescrição e LIBRAS
15h00- Museu Catavento
Avenida Mercúrio, Parque Dom Pedro II, s/n.°

.: Musical "Janis", com Carol Fazu, estreia no Teatro J. Safra em curta temporada


Monólogo musical que celebra a alma de Janis Joplin chega à capital após turnê premiada pelo Brasil. Foto: Lúcio Luna.


Após conquistar plateias pelo Brasil e ser consagrado com o Prêmio Cesgranrio de Melhor Atriz de Musical, o espetáculo "Janis" chega à capital paulista para temporada especial no Teatro J. Safra. No palco, Carol Fazu entrega uma das interpretações mais intensas e comoventes de sua trajetória, dando vida à alma indomável de Janis Joplin - não como uma imitação, mas como uma evocação poderosa de sua essência. A curta temporada acontece de 30 de maio a 8 de junho, com sessões às sextas e sábados, às 21h00, e aos domingos, às 19h00, no Teatro J. Safra. Os ingressos custam a partir de R$ 35,00.

Janis é um monólogo musical que transborda música, poesia e emoção, com texto de Diogo Liberano, direção de Sergio Módena e direção musical de Ricco Viana. A montagem propõe um encontro íntimo com o universo sensível, instável, explosivo e profundamente humano da artista texana que marcou os anos 60 com sua voz rasgada e sua entrega absoluta. No palco, acompanhada por uma banda ao vivo, Carol Fazu encarna uma Janis que não está interessada em ser mitificada, mas em ser ouvida como mulher, como artista, como ser vulnerável e potente.

A trilha sonora passeia por clássicos como Cry Baby, Piece of My Heart, Mercedes Benz, Me and Bobby McGee e Try (Just a Little Bit Harder, entre outras canções que fizeram de Janis Joplin um ícone eterno do rock, da contracultura e da liberdade feminina. A dramaturgia costura reflexões sobre arte, fama, solidão, rejeição e desejo, revelando uma Janis introspectiva, ácida, engraçada e trágica, em um fluxo de consciência que flerta com o delírio e a epifania.

Carol Fazu, atriz, cantora e roteirista, transita com naturalidade entre a televisão, o teatro e o cinema. Atuou em novelas e séries da TV Globo como Segundo Sol, Insensato Coração, Tapas e Beijos, A Grande Família e Cidade Proibida, além de estrelar filmes como Gonzaga: De Pai pra Filho e O Vendedor de Passados. No teatro, construiu uma carreira sólida em espetáculos como Mulheres de Caio e Dançando no Escuro. Em Janis, entrega uma performance visceral que já lhe rendeu, além do prêmio Cesgranrio, indicações ao Prêmio Shell de Teatro, ao Prêmio Botequim Cultural e o reconhecimento da crítica especializada. Apoie o Resenhando.com e compre "Janis", o livro da peça, neste link.


Ficha técnica
Musical "Janis"
Autor: Diogo Liberano.
Direção: Sergio Módena.
Elenco: Carol Fazu.
Direção musical: Ricco Viana.
Músicos: Ciro Visconti (guitarra), Edson Barreto (baixo elétrico), Rorato (bateria) e Guilherme Gila (piano).
Figurino: Marcelo Marques.
Luz: Fernada Mantovani e Tiago Mantovani
Designer de som: Branco Ferreira
Operadora de som: Anna Vis
Operador de luz: Gabriel Borelli
Preparação vocal - Patrícia Maia
Direção de produção: Sandro Rabello
Realização: Diga Sim Produções


Serviço
Musical "Janis", com Carol Fazu
Local: Teatro J. Safra – Rua Josef Kryss, 318 – Barra Funda – São Paulo/SP
Temporada: 30 de maio a 8 de junho. Sextas e sábados, 21h00. Domingos, 19h00.
Classificação: 12 anos.
Duração: 80 minutos.
Ingressos: R$ 80,00 (Plateia Premium), R$ 70,00 (Plateia VIP), R$ 50,00 (Mezanino), R$ 35,00 (Mezz. Visão Parcial).
Link para compra: https://www.eventim.com.br/artist/teatro-j-safra/carol-fazu-em-janis-musical-sobre-janis-joplin-3795218/?affiliate=JSA

.: "Encontro com os Escritores" recebe Zukiswa Wanner em São Paulo


A Universidade do Livro anuncia uma edição especial e de caráter internacional da série "Encontro com os Escritores", que recebe a renomada autora sul-africana Zukiswa Wanner. Reconhecida globalmente como uma das vozes mais influentes e inovadoras da literatura contemporânea africana, ela vem ao Brasil para a palestra e bate-papo (com sessão de autógrafos), sobre "Vozes Africanas Contemporâneas: desafios, Resistência e o Futuro da narrativa Global", bem como para lançar seu mais novo romance aos brasileiros "Amar, Casar ou Matar". O encontro com a escritora será na segunda-feira, dia 16 de junho, das 19h00 às 21h00, na Biblioteca Mário de Andrade. Inscrições gratuitas neste link. A mediação será feita pela professora Maria Valéria Barbosa.

Com uma linguagem que transborda autenticidade, profundidade e uma perspicácia ímpar, Zukiswa Wanner convida o público a uma imersão profunda nas complexas dinâmicas de gênero, classe e identidade. Sua obra é um espelho da experiência da mulher africana moderna, explorando as nuances de um continente em constante transformação e desafiando as perspectivas coloniais que por muito tempo moldaram a narrativa global. Este encontro é uma oportunidade ímpar para mergulhar em histórias que celebram a diversidade cultural, a resiliência e a força das vozes africanas.

Zukiswa Wanner é uma figura proeminente no cenário literário mundial, com uma trajetória marcada não apenas por sua prolífica produção literária, mas também por seu ativismo incansável em prol da literatura africana e da descolonização do pensamento. Com uma trajetória marcada pela defesa da diversidade narrativa e pelo questionamento das perspectivas coloniais, sua obra ˗ que abrange romances, contos e ensaios ˗ é um retrato vívido das realidades sociais e políticas da África do Sul pós-apartheid, abordando temas cruciais como racismo, machismo e as complexas heranças coloniais.

Série "Encontro com os Escritores"
Promovida pela Universidade do Livro, vinculada à Fundação Editora da Unesp, em parceria com a Assessoria de Comunicação e Imprensa da Unesp e a Biblioteca Mário de Andrade, esta série tem como objetivo aproximar leitores e autores em um diálogo direto e enriquecedor.

Cada encontro oferece ao público a oportunidade de:
• Conhecer de perto escritores de destaque, em uma conversa intimista e reveladora.
• Explorar seu percurso criativo e editorial – desde suas influências literárias até o processo de escrita.
• Debater temas relevantes do cenário cultural, como tendências editoriais, desafios do mercado livreiro e o papel da literatura na sociedade,
• Interagir com o autor, tirando dúvidas e compartilhando percepções.


Serviço
"Encontro com os Escritores": Zukiswa Wanner
Segunda-feira, dia 16 de junho de 2025, das 19h00 às 21h00
Biblioteca Mário de Andrade
Rua da Consolação, 94, ao lado da Praça Dom José Gaspar
Estação Anhangabaú do Metrô | Centro de São Paulo (SP)
Inscrições gratuitas neste link. 

sexta-feira, 30 de maio de 2025

.: A voz contra a fome: Manolo Rey e a missão mais impossível de todas


Por Helder Moraes Miranda, editor do portal Resenhando.com. Foto: divulgação.

Com mais de 40 anos de carreira, Manolo Rey é uma das vozes mais reconhecíveis do audiovisual brasileiro. Diretor de dublagem e dublador de personagens icônicos como Sonic, Will Smith em "Um Maluco no Pedaço", Tobey Maguire em "Homem-Aranha" e Robin nas animações da DC, ele coleciona trabalhos que marcaram gerações. Atualmente, ele assina novamente a direção de dublagem da superprodução "Missão: Impossível - O Acerto Final", estrelada por Tom Cruise e em cartaz na rede Cineflix e nos cinemas brasileiros. "Produções dessa magnitude exigem um alto nível de atenção aos detalhes e comprometimento com a qualidade", afirma o diretor, que também destaca a importância da fidelidade emocional na adaptação brasileira.

Além do profissional técnico e versátil, Manolo Rey revela um lado sensível, divertido e engajado. Quando questionado sobre qual vilão derrotaria com sua voz, respondeu sem hesitar: “A fome, com certeza, é o maior vilão do mundo real. E se minha voz fosse tão poderosa, eu a usaria para acabar com a fome”. Nesta entrevista exclusiva, ele compartilha bastidores emocionantes da dublagem, fala sobre os aprendizados que cada personagem lhe trouxe e até confessa em qual universo fictício gostaria de viver. Um mergulho na voz por trás de tantos heróis, comediantes e figuras inesquecíveis.


Resenhando.com - Se a sua voz fosse um superpoder, qual vilão você derrotaria com ela - e como?
Manolo Rey -
A fome, com certeza, é o maior vilão do mundo real.  E se minha voz pudesse fosse tão poderosa, eu a usaria para acabar com a fome.


Resenhando.com - Existe alguma cena ou fala que, ao dublar, você teve que parar tudo porque se emocionou ou riu demais? Pode nos contar essa história?
Manolo Rey - Várias.  “Anjos da Vida: mas Bravos que o Mar” (Ashton Kutcher), chorei muito. “Spin City”(Michael J. Fox), chorei quando ele apareceu com (a doença de) Parkinson.  “Um Maluco no Pedaço”(Will Smith), chorei muito na cena com o pai e o tio Phil.


Resenhando.com - Entre tantos personagens que você já dublou, qual é o que lembra com mais carinho?
Manolo Rey - Todos.  Tive a sorte de, ao longo da carreira, dublar muitos personagens icônicos, e que atravessaram gerações.  Citar apenas um ou dois, seria desonesto e injusto de minha parte.

Resenhando.com - Algum desses personagens influenciou suas escolhas pessoais ou até seu jeito de ver a vida?
Manolo Rey - Acho que em cada um deles tive aprendizados importantes.  Seja em situações engraçadas, em situações sérias, sempre há um aprendizado.


Resenhando.com - Você viveu muitas vidas através de vozes diferentes. Em qual cotidiano desses personagens você gostaria de viver?
Manolo Rey - Com certeza no Mundo dos Looney Tunes.  É tudo muito simples, divertido, e sempre tem solução para tudo.


Resenhando.com - Nos bastidores da dublagem, há silêncio, fones de ouvido e precisão técnica. Mas qual foi o momento mais "rock'n'roll" que você já vivenciou em estúdio?
Manolo Rey - Engana-se quem pensa que há calmaria.  Quando dirijo, atormento os atores, propondo loucuras e fazendo algazarra, e quando dublo entro nas loucuras e algazarras dos diretores.


Resenhando.com - Que ator é muito difícil de dublar e, por outro lado, qual é o mais fácil de realizar a dublagem?
Manolo Rey - Não há essa medida específica.  A meta de toda dublagem é passar verdade com a voz, fazer o público esquecer que é uma produção dublada, acreditar que a voz é do personagem realmente.


Resenhando.com - Você é um dos poucos que já deu voz a heróis, comediantes, românticos e rebeldes. Mas e o Manolo? Que personagem você ainda não teve coragem de ser - nem no microfone, nem fora dele?
Manolo Rey - Jamais seria desonesto e covarde.  Não combina com a minha pessoa.

.: “Essa injustiça tem que ser reparada!”: Anna Toledo e a revolução do palco


Por Helder Moraes Miranda, editor do portal Resenhando.com. Foto: Ale Catan.

Anna Toledo é muito mais do que a dramaturga por trás do espetáculo “Cenas da Menopausa” - ela é uma artista multifacetada, cujo talento transborda dos palcos para as letras e das canções para as emoções humanas. Com uma carreira que atravessa três décadas, ela construiu uma trajetória rara, que une a força do teatro, a delicadeza da música e o olhar sensível sobre temas muitas vezes negligenciados, como a maturidade feminina. Com únicas apresentações em Curitiba, nos dias 6, 7 e 8 de junho no Teatro Guaíra, “Cenas da Menopausa” segue para São Paulo, onde fica em cartaz de 12 de junho a 17 de agosto no Teatro Claro.

Nascida em Curitiba, Anna já brilhou como atriz, cantora lírica, compositora e como autora que tem o dom de transformar experiências pessoais e sociais em narrativas que comovem. O trabalho dela é marcado por um compromisso honesto e humor inteligente, capaz de confrontar tabus sem perder a leveza.

“A menopausa - essa fase tão pouco falada - não é um fim, mas um renascimento”, costuma dizer Anna, cuja parceria com Claudia Raia, com quem já trabalhou no musical sobre Tarsila do Amaral, já rendeu peças que desafiam estigmas e celebram a vida. Em “Cenas da Menopausa”, ela não apenas escreve. Também convida o público a rir, refletir e, acima de tudo, a se reconhecer. Anna Toledo é uma voz essencial do teatro contemporâneo brasileiro, que utiliza sua arte para abrir diálogos necessários e provocar transformações reais, dentro e fora dos palcos.


Resenhando.com - Anna, se a menopausa fosse uma personagem de teatro, que arquétipo ela representaria?
Anna Toledo -
Até hoje, a menopausa foi representada no nosso imaginário pela figura das bruxas e madrastas, mulheres amarguradas pela perda da juventude, que descontam sua frustração em jovens princesas ou pobres filhotinhos de dálmatas (risos) - ou então por aquela figura da mulher surtada se abanando freneticamente. Só que na vida real, quando a menopausa acontece, a gente se sente o próprio cachorrinho perdido e indefeso, sem saber o que está acontecendo! Essa injustiça tem que ser reparada! (Risos)


Resenhando.com - Como você, enquanto autora de "Cenas da Menopausa", percebeu que o humor poderia ser uma arma poderosa contra o estigma social?
Anna Toledo - 
A menopausa pode ser um momento muito solitário. Por sentir vergonha e confusão sobre os sintomas, muitas mulheres afastam as pessoas próximas de si. Mas quando essas dores são compartilhadas, elas se tornam mais leves e podem, inclusive, virar algo para rir junto. É aquilo que o Suassuna já dizia: “o que é ruim de viver é bom de contar”.


Resenhando.com - Você já pensou em transformar as fases do luto, que estruturam a peça, em uma trilha sonora original? Como cada fase poderia soar, se pensássemos nessas fases como estações do ano?
Anna Toledo - Gente, que viagem (risos). Taí uma boa ideia para um spin-off da peça!


Resenhando.com - Seu trabalho transita entre a dramaturgia e a música. Como a sua formação em canto lírico e jazz influencia a forma como você constrói os diálogos e o ritmo das suas peças?
Anna Toledo - 
É uma pergunta interessante. A minha trajetória deu muitas voltas, né? Acredito que a maior influência dessa formação musical na minha dramaturgia se aplica à escrita para musicais, porque eu penso a música sempre como parte da narrativa. Mas o jazz treina a escuta, o que talvez seja bom para a vida, de modo geral.


Resenhando.com - Em uma sociedade que ainda silencia temas como a menopausa, qual você acredita ser o impacto de expor esse tema no palco em termos de transformação social e pessoal?
Anna Toledo - 
Na temporada da peça em Portugal, eu pude ver que as mulheres iam assistir com as amigas e depois voltavam com os maridos. Um destes maridos falou comigo, depois da peça: “agora eu entendi que não era nada pessoal!” A peça tem essa ambição de abrir uma gaveta de assuntos guardados e arejar a comunicação, além de compartilhar informações sobre sintomas que muitas vezes são confundidos com outras doenças, como depressão e ansiedade.


Resenhando.com - Se "Cenas da Menopausa" fosse adaptada para uma linguagem não-verbal, como dança ou pantomima, quais elementos essenciais da experiência feminina você tentaria preservar? Por quê?
Anna Toledo - 
No ano passado tive a oportunidade de roteirizar um espetáculo de teatro-dança (ou dança-teatro) sobre a idade na dança, chamado "A Última das Bailarinas". Eram três bailarinas de diferentes idades dançando a mesma música. Era muito bonito, porque a gente falava de qualidade de movimento como uma metáfora para a qualidade da experiência de vida, em todas as idades. E esta busca pela qualidade da experiência também é o que emerge no "Cenas da Menopausa".


Resenhando.com - Você se vê, como autora, mais como uma cronista do tempo e das transformações sociais, ou como uma provocadora que desafia tabus com sua arte?
Anna Toledo - 
Eu bem que queria ser uma provocadora que desafia tabus, mas minha maior habilidade é enxergar as histórias que surgem na minha frente e imaginar um jeito legal de contá-las.

Resenhando.com - Qual personagem de "Cenas da Menopausa" mais a surpreendeu durante a criação? 
Anna Toledo - 
A Laurinha foi a primeira personagem que escrevi. Ela é uma mulher que está em negação absoluta em relação à menopausa e tudo que envolve o seu próprio envelhecimento e isso pode ser muito engraçado quando você vê de fora. No processo de criação, a personagem foi se revelando e me dando munição para escrever uma cena hilária, que virou uma das minhas favoritas na peça.


Resenhando.com - Na sua trajetória, qual foi o papel mais desafiador que você já interpretou - no palco ou como dramaturga - e como ele dialoga com a maturidade que a menopausa simboliza?
Anna Toledo - 
Tive alguns papéis muito especiais, que guardo com carinho imenso e saudade. A Fraulein Schneider, de "Cabaret", ou a Luzita, de "Vingança", a Mãe de "Lembro Todo Dia de Você", a cantora Alice Rae em "Chet Baker, Apenas Um Sopro"… Mas não sei dizer qual foi o mais desafiador, porque cada um trouxe um desafio diferente. Todas são mulheres maduras, complexas, interessantes, com um lado sombrio tão grande quanto a sua luz. Fui muito feliz vivendo estas personagens.


Se você pudesse escrever um espetáculo sobre um tema inesperado que ainda não explorou, mas sente que tem uma urgência pessoal, qual seria?
Anna Toledo - 
Tenho muita vontade de falar sobre o tempo e as múltiplas percepções a seu respeito. Se o Tempo me permitir, o farei.

.: Crítica musical: The Who, bem próximo do epílogo final da trajetória


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural.

Integrantes da formação original da banda The Who, Pete Townshend e Roger Daltrey anunciaram uma turnê de despedida dos palcos pelos Estados Unidos e Canadá no segundo semestre deste ano. Será provavelmente o epílogo final da trajetória de um dos mais influentes grupos da história do rock. 
Há diversos fatores que podem ter contribuído para essa decisão. O principal deles talvez tenha sido a idade. Os dois integrantes estão próximos da casa dos 80 anos. E a conta pelos anos de excessos nas outras décadas pode ter chegado.

Seja lá qual for a razão, é compreensível a decisão de parar com as turnês. Muitos entendem que a banda deveria ter encerrado as atividades em 1978, após a morte do baterista Keith Moon. Mais tarde, seria a vez do baixista John Entwistle sair de cena em 2002. A ausência desses dois músicos, responsáveis pela cozinha rítmica da banda, acabou fazendo falta seja nos shows ou na gravação de discos de estúdio.

A dupla remanescente (ou seria sobrevivente?) manteve a banda ativa com outros integrantes de apoio. Entretanto, os recentes incidentes que resultaram na demissão do baterista Zak Starkey, filho do ex-beatle Ringo Starr, mostraram que o ambiente interno da banda apresentava problemas de relacionamento. A exposição desse mal-estar interno em um dos shows da banda acabou pegando mal perante o público.

Creio que nada irá apagar ou diminuir a importância da banda dentro do contexto do rock como movimento musical. Nomes como Noel Gallagher do Oasis e Eddie Vedder do Pearl Jam, já deram declarações enaltecendo as canções de Pete Townshend e mostrando como a força da obra do The Who marcou as suas formações musicais.

A trajetória do The Who ficou marcada pelas operas-rock "Tommy" e "Quadrophenia", ambas com momentos geniais, além do emblemático álbum "Who´s Next", de 1971, que continha as canções "Baba O´Ryley" e "Won´t Get Fooled Again". Mas não ficam de fora de uma relação canções como "My Generation", "The Seeker", "Substitute" e "I Can´t Explain", entre outras que deixaram uma marca indelével dentro do rock.

Não acredito em uma aposentadoria integral da banda. Creio que tanto Townshend como Daltrey ainda têm plenas condições de continuar produzindo músicas novas em estúdio. Mas somente o tempo responderá essa questão.


"Baba O´Ryley"

 "Won´t Get Fooled Again"

"My Generation"

quinta-feira, 29 de maio de 2025

.: O drama da liberdade moderna na democracia da Era do Espetáculo


Por Helder Moraes Miranda, editor do portal Resenhando.com

No célebre discurso de 1819, Benjamin Constant diferenciou a liberdade dos antigos - baseada na participação direta na vida política - da liberdade dos modernos, centrada na proteção dos direitos individuais. Hoje, no entanto, vive-se uma metamorfose desse conceito: a liberdade moderna convive com a passividade eleitoral, o culto à opinião alheia nas redes sociais e atitudes que distorcem o próprio sentido de democracia. Esta reflexão pretende discutir como a noção de liberdade evoluiu, como ela se manifesta nas democracias atuais e como é, por vezes, distorcida por práticas e discursos autoritários travestidos de reivindicações legítimas.

Benjamin Constant argumentava que, nas democracias antigas, como em Atenas, a liberdade significava a participação ativa do cidadão na política, enquanto os modernos, em sociedades complexas e populosas, valorizam a autonomia privada e os direitos civis. Essa distinção se reflete nos regimes democráticos atuais, nos quais poucos cidadãos participam efetivamente além do voto. A democracia moderna pressupõe uma estrutura institucional estável - com divisão de poderes, eleições periódicas e garantias constitucionais -, mas que não impede o crescimento da apatia política e da alienação digital. Ao mesmo tempo, surgem novos desafios: a liberdade de expressão colide com o controle algorítmico e a cultura do like, e a intimidade é negociada em troca de aceitação e visibilidade.

Esse novo tipo de “prisão livre” revela um paradoxo: o indivíduo moderno, embora dotado de direitos civis, parece cada vez mais condicionado pela necessidade de aprovação externa e pela lógica das plataformas digitais. O romance "1984", de George Orwell, retrata uma sociedade dominada pela vigilância total do Estado. Hoje, vivemos uma forma invertida desse cenário: a vigilância é voluntária, e os cidadãos se expõem deliberadamente nas redes. A chamada “sociedade do espetáculo”, como denunciou Guy Debord, transformou a realidade em imagem, e a experiência em performance pública. Os reality shows como o "Big Brother Brasil" são o ápice desse modelo: desconhecidos e até famosos abrem mão da privacidade em troca de fama e entretenimento, e milhões consomem essas intimidades como forma de lazer. Nesse contexto, a liberdade se torna uma moeda de troca no mercado da atenção, e o escândalo, uma estratégia de marketing e visibilidade.

Essa alienação enfraquece a virtude democrática da responsabilidade, permitindo que cidadãos confundam liberdade com impunidade. Exemplo disso são as ações de vandalismo durante os atentados de 8 de janeiro de 2023, em Brasília: os participantes alegaram estar exercendo sua liberdade de expressão, enquanto destruíam instituições que garantem justamente a liberdade de se manifestar a partir do diálogo. A sensação de impunidade e a ausência de culpa - acompanhadas por pedidos absurdos de anistia - revelam como a democracia pode ser corroída por discursos que retalham seus fundamentos. A “sociedade do escândalo” se alimenta da indignação instantânea e da comoção superficial, esvaziando o debate público e normalizando atos extremistas como se fossem manifestações legítimas de liberdade.

Dessa forma, a liberdade dos modernos, se por um lado ampliou direitos individuais e privacidade, por outro exige uma vigilância ética constante. A democracia não se resume ao direito de votar, nem a uma aparência de liberdade digital. Exige consciência crítica, participação ativa e compromisso com o bem coletivo. Em tempos de superficialidade virtual e extremismos travestidos de liberdade, é urgente retomar o sentido profundo da democracia: garantir que sejamos, de fato, livres para viver com dignidade, sem abrir mão da responsabilidade que essa liberdade exige. Porque não há liberdade sem consciência ou consistência - e muito menos não existe democracia sem pessoas dispostas a defendê-la.

.: Cineflix Cinemas Santos estreia "O Esquema Fenício" e "Entre Dois Mundos"


A unidade Cineflix Cinemas Santos, localizada no Miramar Shopping, bairro Gonzaga, estreia no dia 29 dois longas: o suspense, thriller de Wes Anderson "O Esquema Fenício" e o drama com Juliette Binoche "Entre Dois Mundos".

Seguem em cartaz o aguardado live action de comédia e ficção científica da Disney "Lilo & Stitch", o documentário sobre a cantora, poetisa, compositora, instrumentista, escritora e musa Rita Lee, intitulado "Ritas", assim como o longa de ação protagonizada por Tom Cruise, "Missão Impossível - O Acerto Final" 

Estão abertas a pré-venda dos filmes "Bailarina", com pré-estreia para o dia 4 de junho, "Como Treinar o Seu Dragão", com sessões a partir de sábado, dia 7 de junho e "F1", com Brad Pitt e exibições a partir de 26 de junho.

No sábado, dia 31 de maio, serão exibidos o musical "j-hope - Hope On The Stage: Live Viewing" e a "UEFA Champions League 2025", ao vivo. Garanta seus ingressos aqui: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SAN

Programe-se, confira detalhes e compre os ingressos aqui: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SAN. Você pode assistir as estreias com pipoca quentinha, doce ou salgada, tendo em mãos o balde colecionável de "Lilo & Stitch""Thunderbolts*" e "Um Filme Minecraft".

O Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021. Para acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica no Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SAN.


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quarta-feira, 28 de maio de 2025

.: Entrevista: Juliete Vasconcelos e a construção da mente de um assassino


Juliete Vasconcelos subverte convenções do thriller ao revelar desde o início a mente do assassino e mergulhar em suas origens, motivações e perversidades. Foto: divulgação


Em "O Ceifador de Anjos: a Coleção de Fetos", a escritora Juliete Vasconcelos conduz o leitor por um thriller psicológico intenso e perturbador, onde o foco não está na descoberta de um assassino, mas em compreender sua mente. Inspirada por séries como "Dexter" e "You", a autora opta por revelar logo nas primeiras páginas que Vincent Hughes é um assassino em série - o que importa, aqui, é o “porquê” e não o “quem”. A narrativa desafia julgamentos fáceis e propõe uma imersão desconfortável e fascinante na complexidade da psicopatia, da manipulação e das múltiplas faces da maldade. 

Em vez de seguir a fórmula do suspense policial, a trilogia se dedica a acompanhar o Ceifador em três fases distintas: a glória invisível, os gatilhos da infância e o declínio inevitável. Em entrevista, a autora comenta o processo criativo da obra, fala sobre a construção do vilão e o compromisso de sua escrita com a complexidade humana. Apoie o Resenhando.com e compre o livro "O Ceifador de Anjos: a Coleção de Fetos" neste link.


“O Ceifador de Anjos: a Coleção de Fetos” conta a história de Vincent Hughes, um homem aparentemente comum, mas que esconde ser um serial killer meticuloso e cruel. Como foi a construção psicológica do protagonista?  
Juliete Vasconcelos Acredito que por eu consumir conteúdos do gênero há tantos anos, a construção se deu de forma bastante natural. Conseguia ver no Ceifador traços muito similares aos vilões/anti-heróis dos livros e da TV. Inclusive, tive ótimos feedbacks no que se refere à construção psicológica do Ceifador vindos de psicólogos e psiquiatras. Soube por uma leitora, que também é psicóloga, que ela o indicou para o Conselho de Psicologia do qual fazia parte, sob a justificativa de que eu soube, enquanto autora, apresentar um psicopata “tal qual é de verdade”, o que me deixou muito feliz. 

O livro lida com temas como psicopatia, manipulação e assassinatos brutais. Como foi o processo de pesquisa e preparação emocional para escrever cenas tão intensas?  
Juliete Vasconcelos Como consumidora aficionada por conteúdos do gênero (livros, filmes, séries, documentários etc.), no que se refere à preparação emocional, não tive dificuldade para escrever a maior parte das cenas. Para mim, diferentemente do que ocorre quando leio outros gêneros, quando se trata de um thriller/criminal, consigo visualizar as cenas perfeitamente em minha mente, como se estivesse assistindo um filme. 


A escolha de revelar a identidade do assassino logo no início é incomum em thrillers. O que te motivou a subverter essa expectativa clássica do gênero? 
Juliete Vasconcelos Partindo da premissa de que produzimos aquilo que gostamos de consumir, sempre me senti mais instigada quando consigo (como leitora e telespectadora) mergulhar na mente do vilão/anti-herói, porque me permite despir-me de preconceitos e de fazer julgamentos, forçando-me a buscar as razões, obviamente não justificáveis, dos atos cometidos. Escancarar que a mente humana é complexa e que há variadas leituras e interpretações da realidade por “N” motivos, assim como diversas reações a elas - das mais brandas às mais perversas -, é o compromisso que assumi com minha escrita. 


Quais foram as referências para a construção da narrativa?  
Juliete Vasconcelos Documentários que partem da vida do criminoso, seja ele um assassino psicopata ou um serial killer; livros e séries como “Dexter” (Jeff Lindsay), “Perfume: a História de Um Assassino” (Patrick Süskind), “Bates Motel” (Robert Bloch) e “You” (Caroline Kepnes), que assim como na trilogia “O Ceifador de Anjos” acompanhamos o dia a dia do vilão/anti-herói, ficando as investigações sempre em segundo plano. 


O que os leitores podem esperar da trilogia “O Ceifador de Anjos” nos próximos volumes? 
Juliete Vasconcelos Muito sangue, muitas descobertas e reviravoltas. A trilogia está dividida nas três fases da vida do Ceifador. Neste primeiro volume (A coleção de fetos), temos a melhor fase da sua vida: onde ele faz e acontece sem precisar lidar com as consequências, é feliz e invisível no que se refere ao radar dos detetives; no volume 2 (Antes da coleção), retornamos à sua infância e adolescência, além de parte da sua vida adulta, quando dá início à coleção, de forma que o leitor possa “compreender” o que o levou a cometer tamanhas atrocidades; e por fim, no volume 3 (A última ceifa), deparamo-nos com a pior fase da vida do Ceifador, onde ele começa a arcar com as consequências de seus atos. Costumo brincar que no primeiro livro é fácil “amar” e até “torcer” pelo Ceifador, e que no segundo, o leitor é capaz de o entender e até ter alguma empatia pelo protagonista, enquanto, no livro três, quaisquer sentimentos são transformados em ódio.



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