quinta-feira, 1 de setembro de 2016

.: Catfish Brasil: Primeiro episódio traz mentiroso de carteirinha

Por: Mary Ellen Farias dos Santos
Em setembro de 2016



Como lidar com lindas mentiras pregadas de modo compulsório? Sem se importar com os sentimentos alheios, o outro brinca com quem, ingenuamente, acredita em tudo que lhe é dirigido como sendo verdade absoluta. Essa também é a tônica da versão brazuca de "Catfish", ou melhor, do "Catfish Brasil".

Seguindo, exatamente o formato e edição do programa original da MTv gringa, apresentado por Yaniv "Nev" Schulman e Max Joseph, a versão verde e amarela não deixa muito a desejar ao investigar o primeiro caso: o de Laís e Arthur. Em tempo, a trilha sonora do programa é muito boa!

Qual é a história inaugural? Laís, que nunca namorou antes de conhecer e se apaixonar por Arthur Schnyder, seu amado da internet, decide, finalmente, encontrá-lo, após um anoConversas por telefone? Muitas. Contudo, quando o papo era para um encontro, tudo mudava de figura. O que ele fazia para ganhá-la ainda mais? Mandava presentes, mas nunca a encontrava pessoalmente. Desculpas? Das mais variadas.

Apesar dos pesares, a moça foi enrolada, mantendo a relação virtual, embora os dois morassem em Brasília. Aos poucos, as farsas são desvendadas pela dupla brasileira: Ciro e Ricardo. Fotos montadas, nome inventado e por aí vai. A atitude do "enganador" é habitual? Sim! Seguir fervorosamente na mentira, mesmo diante das lágrimas de Laís. Eis que o papel de toda boa mãe, entra em cena. Mãe companheira que tudo vê, alerta e confirma a mentira na cara de Rodrigo, o verdadeiro "catfish". "Ele quer te deixar na dúvida, para ter você", sentencia a super mãe de modo arrepiante. Mãe é mãe!

História triste? Demais! Com a postura do jovem, fica evidente que ele apenas brincou com os sentimentos de Laís. No dia seguinte, com os ânimos mais calmos, Rodrigo Garbo assume as presepadas que fez. Contudo, na tentativa de arrumar as porcalhadas feitas pelo príncipe que virou um completo sapo, a jovem acaba deixando claro ainda ter interesse nele. Puro apego da parte dela, o que é compreensível. O mentiroso? Não demonstra qualquer ressentimento. O dano emocional causado? Fica marcado apenas nela. 

Se toda a situação foi de fato verdadeira? Não é possível afirmar com todas as letras. Há falhas na história? Muitas -e das boas- que tornam a história sem sentido. Vamos combinar... Quem, em viagem internacional, ficaria presa no hotel, esperando por seu amado que nunca apareceu, nem mesmo em Brasília? Em tempo, o espaço da trama foi uma escolha bem apropriada para o tempo atual. Pelo sim, pelo não... Há diversão! Que venha o próximo episódio, pois muitos enganadores de carteirinhas precisam ser desvendados. Veremos!!


Programa: Catfish Brasil
Exibido em: 31 de agosto, às 22h, na MTV
Episódios inéditos: toda quarta-feira, às 22h, na MTV
"Catfish Brasil" também estará disponível no aplicativo MTV Play, disponível para as versões Android e iOS.

Ficha Técnica
Idealizador: MTV / Viacom International Media Networks
Direção de Produção Viacom Brasil: Elisa Chalfon
Co-direção do programa: Damaris Valero e Humberto Giancristofaro
Produção: Animus em associação com a Panorâmica



*Editora do site cultural www.resenhando.com. É jornalista, professora e roteirista. Twitter: @maryellenfsm




Sobre "Catfish Brasil"


quarta-feira, 31 de agosto de 2016

.: “Drag Pop Show” estreia nesta quarta-feira no "Superpop"


Nesta quarta-feira, 31 de agosto, Luciana Gimenez trará novidades para os telespectadores do “SuperPop”. Trata-se da estreia do quadro “Drag Pop Show”, um desafio de famosos “montados” de Drag Queen, assistidos por um time de treinadores.

No lançamento do novo quadro, a atriz Luiza Ambiel e o cantor Nahim serão submetidos a diversas provas com perfomances incríveis, todas ao vivo. Com a votação do público e de convidados do “SuperPop”, a melhor apresentação será premiada com um troféu ao final do programa. As drag queens Salete Campari e Tchaka comandarão os times, também com a ajuda de outros profissionais especializados em moda e maquiagem, por exemplo. Com apresentação de Luciana Gimenez, o lançamento do novo quadro vai ao ar nesta quarta-feira, às 22h30, pela RedeTV!

.: Biografia: "A História da Hello Kitty" finalmente é revelada em livro

As curiosidades e todos os detalhes sobre a personagem mais fofa do mundo são contadas nas páginas do novo livro “A História da Hello Kitty”, lançamento da Editora Fundamento em parceria com a Sanrio.

De forma lúdica e educativa, o livro encanta os leitores com a vida da Hello Kitty, mostrando alguns de seus amigos, a sua família, além de detalhes curiosos sobre essa personagem sempre feliz e divertida, que mora em Londres, ama tortas de maçã, adora espalhar alegria e fazer amigos por onde passa.

Em formato 15x15cm, é repleto de atividades divertidas, como labirinto, oficina de desenho e até uma deliciosa receita para levar a criançada para dentro da cozinha, "A História da Hello Kitty" traz ainda mais de 30 adesivos fofinhos para espalhar a personagem por todos os cantos.

Lançamento

Para tornar ainda mais divertida a chegada de "A História da Hello Kitty" às livrarias de todo o Brasil, no sábado, dia 3 de setembro, a Sanrio, a Editora Fundamento e a Saraiva convidam a todos para uma ação especial, que terá a presença da personagem para uma sessão de fotos com seus fãs e contação de histórias para as crianças. O evento acontece na loja Saraiva do Morumbi Shopping, a partir das 14h.

Lançamento do livro "A História de Hello Kitty"
Data: sábado, 3 de setembro
Horário: a partir das 14h
Local: Livraria Saraiva - Morumbi Shopping
Endereço: avenida Roque Petroni Júnior, 1089 – Morumbi – São Paulo



.: Exposição "Transurbanidades", de C. Finócchio, na AF Santos

Desde 2009, Carlos Eduardo Finochio, ou simplesmente C. Finócchio (como assina seus quadros), mantém suas atividades voltadas para a pintura em seu ateliê, Arte na Roça, em São Francisco Xavier, na Serra da Mantiqueira. 

O artista, radicado em Santos, iniciou sua arte em 1975. Para essa exposição de obras em acrílico sobre tela, é possível perceber a mais recente fase de sua pintura, visitando o universo urbano e suas conexões com a realidade e leitura pessoal do autor. Quadros que apresentam elementos que partem do mono ao policromático. Não ficam de fora, nesta coleção, as referências ao mundo rural que cercam seu local de trabalho na serra. 

Certa tradução, pictórica, entre o público e o privado com inspiração na linguagem cubista e nas cores "fauvistas", onde o gestual marca o forte grafismo através das pinceladas livres e da estética figurativa (muitas vezes quase abstrata). O registro de elementos da arquitetura, da flora carregada de verde e a vibração de tons quentes em diálogo com o negro e gama azuis, são resultados da estética registrada na tela a partir da arquitetura e paisagens da cidade de Santos, de imaginários espaços metropolitanos com certa atmosfera melódica. É nesse contexto que aparece o bar como um espaço de abrigo das divagações criativas, ao mesmo tempo aglutinador e, por outro lado, divulgador de produtos de tramas, conjunturas, trocas, confidências e inventividades inspiradas. 

A exposição intitulada “Transurbanidades” passa por registros de tudo aquilo que transgride, transcende, transpassa, transita e transforma a cidade. Uma leitura da urbes, feita pelo artista com suas paixões, aflições, caminhos e descaminhos. Em 2005, expôs seus quadros na Galeria Renoir da Aliança Francesa de Santos, onde retorna com essa nova fase, a convite da diretora da  escola. 

A exposição “Transurbanidades” poderá ser vista de 17 a 30 de setembro, de segunda a quinta-feira, das 9h às 12h e das 14h às 21h,  sexta-feira e sábado, das 9h às 12h e das 14h30 às 18h. Dia 16 de setembro acontecerá o vernissage. A Aliança Francesa fica na  rua Rio Grande do Norte, 98. Informações pelo telefone (13) 3237-2403 ou pelo site www.afsantos.com.br

Um pouco mais sobre o artista
Arquiteto, professor universitário, mestre em História Social, atuando como professor de História na Universidade Metropolitana de Santos – Unimes e Universidade Católica de Santos – UniSantos, onde ministra aulas de História da Arte, História do Brasil, História Antiga, Arqueologia e História e Linguagens. Pintor catalogado no Artes Plásticas Brasil, de Júlio Louzada. Como artista plástico, participou de salões, mostras, várias exposições individuais e coletivas no Brasil. 

No exterior, teve destaque na mostra Brasil-Holanda, em Rotterdam, e na exposição de obras brasileiras de Amsterdam. Nos anos 1970 – 1980, frequentou ateliês de vários artistas da cidade de Santos como o de Romeo de Graça, seu primeiro professor, Omar Pelegatta e José Manoel de Souza Neto. Proferiu palestras, comunicações e participou de seminários, congressos e encontros de História, Literatura, Artes e Cultura em várias regiões do Brasil. Ilustrou livro de poesias e tem seu trabalho de pintura como capa de livro do poeta, roteirista e historiador Victor Leonardi. Atualmente, divide seu trabalho com aulas em Santos e a pintura em ateliê particular na cidade de São Francisco Xavier (SP), na Serra da Mantiqueira, quase divisa com Minas Gerais.

.: “Paisagem Urbana”, parceria com universidade do Peru, em Santos


A mostra “Paisagem Urbana”, resultado de um projeto desenvolvido pelas professoras Márcia Santtos (Unisanta) e Olga Flores (PUCP), apresenta trabalhos de estudantes dos cursos de Arquitetura e Design da Universidade Santa Cecília (Unisanta) e da Faculdade de Arte e Desenho da Pontifícia Universidade Católica do Perú (PUCP). 

A exposição também será apresentada em Lima, no Peru, por meio da parceria. A mostra permanecerá aberta ao público até 6 de setembro, de segunda a sexta-feira, das 19h às 21h30, no Espaço Cultural Unisanta, Rua Oswaldo Cruz, 277, em Santos, no litoral de São Paulo.

.: A beleza de ser criança, por Mary Ellen Farias dos Santos

Por: Mary Ellen Farias dos Santos
Em agosto de 2016



Ele entrou pela porta como um furacão, pura euforia. Olhou para a mesa na entrada, lotada de doces e perguntou:

- Todos esses doces são para vender, é?

Rapidamente, respondi:

- Sim! Toooooodos os doces daqui!

Então, levantou a mãozinha e me mostrou a moeda de R$ 1,00, com os olhos brilhantes, enquanto saltitava, recebi uma nova pergunta: O que eu posso comprar com ela?


Mostrei várias delícias, mas a compra seria reduzida a apenas um item. Não! Ele queria mais. Contudo, foi diante de outras miudezas que ele se encontrou. Estava decidido a gastar tudo em pirulitos, mas ele viu bolinhas de chocolate e a dúvida bateu.

- Posso tirar dois pirulitos? - perguntou.

- Claro! Você pode pegar duas bolinhas, então. Escolha que cor prefere. - respondi.

Como toda criança com alegria de viver e sem extrapolar os limites alheios, ele olhou bem nos meus olhos disse:

- Eu prefiro azul. E você?

- Bem, eu adoro rosa.

Tornou a afixar os olhos nos meus e completou: 

- Eu não. Só gosto de azul.

Sem qualquer chance de responder a última fala do garoto, apenas gargalhei, peguei no cabelinho dele e disse, ao lhe entregar o pacotinho: Que Deus o abençoe! 

Com a mesma empolgação que entrou, correu com o saquinho de doces e uma balinha de brinde. Parecia levar uma grande preciosidade nas mãos, enquanto gritava:

- Nossa! Olha quantas coisas eu comprei!


*Editora do site cultural www.resenhando.com. É jornalista, professora e roteirista. Twitter: @maryellenfsm

terça-feira, 30 de agosto de 2016

.: Documentário “Os Outros” é exibido pela primeira vez

Nesta quinta-feira, 1o de setembro, às 23h, o GNT exibe pela primeira vez na TV o documentário “Os Outros”. 

Caminhando sobre temáticas como o desejo e a projeção, o longa-metragem vai apresentar histórias de pessoas que vivem pela arte: os covers oficiais de Roberto Carlos (Carlos Evanney), Cazuza (Pepê Moraes) e Ivete Sangalo (Scarleth Sangalo). Com direção de Sandra Werneck e produção da Cineluz Produções, “Os Outros” reflete sobre as barreiras entre o original e a cópia e o sonho e a realidade, revelando as sutilezas que permeiam a escolha de ser outra pessoa.

.: #ResenhandoIndica livro infantil em realidade aumentada

Por: Mary Ellen Farias dos Santos
Em agosto de 2016



Ler é um exercício prazeroso. Seja no formato de livro impresso ou digital. Pensando nisso, a Editora Digital do Brasil já tem disponível a primeira publicação intitulada "O presente" da série de livros "Laurinha: A menina lobinha". Com uma história infantil enaltecendo os escoteiros, apresenta um diferencial na capa que proporciona os recursos de realidade aumentada por meio do aplicativo eBooksKids R.A. disponível para Android.

Aos visitantes da 24ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, que acontece no Anhembi, em São Paulo, é possível vivenciar a nova experiência de interatividade em livros infantis no estande da Editora Digital do Brasil e conhecer o autor Luiz, até dia 4 de setembro, Travessa Literária na rua K. 

Site oficial: ebookskidsra.com.br
Fanpage: facebook.com/ebookskidsra


24ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo
Informações: www.bienaldolivrosp.com.br


*Editora do site cultural www.resenhando.com. É jornalista, professora e roteirista. Twitter: @maryellenfsm

.: Museu do Festival de Cinema é a nova atração de Gramado

Com a presença do Secretário da Cultura, Victor Hugo da Silva – representando o Governador José Ivo Sartori, e do prefeito Nestor Tissot, foi inaugurado na última sexta-feira, 26 de agosto, o Museu do Festival de Cinema de Gramado – MFCG. O empreendimento está localizado ao lado do Palácio dos Festivais e possui uma privilegiada área de 584 metros quadrados. 

O Museu é a grande atração da 44ª edição do Festival de Cinema de Gramado, que ocorre até o dia 3 de setembro. Trata-se de um espaço único, digno da importância do maior e mais tradicional festival de cinema brasileiro, projetado para registrar a história e trajetória de mais de quatro décadas da sétima arte no nosso país, buscando aliar o interesse pelo cinema com mais uma ótima opção de turismo cultural na serra gaúcha. 

O Museu do Festival de Cinema é o resultado de uma parceria entre a Prefeitura de Gramado e a Gramado Parks, que foi representada por Mauro Silva na prestigiada cerimônia de inauguração. Mauro revelou que a empresa fez um investimento de R$ 2,5 milhões no MFCG, e que ele irá gerar 20 novos empregos diretos. “É o primeiro investimento destinado à manutenção do cinema brasileiro e latino, e com certeza vai manter vivo o espírito do Festival o ano inteiro”, afirmou Mauro.

Curador do Festival de Cinema de Gramado, o jornalista Marcos Santuário disse que o novo museu possui padrão internacional. “Quem conhece museus mundo a fora, sabe da importância mundial deste museu”, afirmou Santuário.

Depois de afirmar que o Festival de Gramado é um dos mais importantes do mundo, Marcos Santuário disse que agora, com o museu, “a história fica muito mais forte”.

Com capacidade para recepcionar 2,8 mil pessoas diariamente, o MFCG conta com Curadoria da museóloga Daniela Schmitt, do diretor de criação e artístico Walther Neto e direção de arte de André Luís Carvalho. 

Durante pronunciamento na inauguração do Museu do Festival de Cinema de Gramado (MFCG), o promotor de Justiça Max Roberto Guazzelli relatou como surgiu a oportunidade para que o Município recebesse a área sem ônus. Guazzelli relatou o Termo de Acordo de Conduta (TAC) feito entre o Paróquia São Pedro e os proprietários da galeria onde está o museu, destacando o esforço feito pela historiadora Marília Daros.

A secretária de Turismo de Gramado, Rosa Helena Volk, não escondeu o seu entusiasmo pela inauguração do Museu do Festival de Cinema. Disse que era um sonho que se realizava, lembrando que fazia parte do plano de governo do prefeito Nestor Tissot quando ele foi candidato à reeleição em 2012.

O prefeito Nestor Tissot ressaltou a importância do museu não só para a manutenção da história do Festival, mas para a comunidade gramadense, que terá acesso gratuito ao empreendimento. Tissot destacou, ainda, o esforço de todos aqueles que lutaram pela realização do Festival de Cinema ao longo de 44 anos, e que materializa agora através do museu.

“Quem for convidado para assumir um cargo no Governo do Estado deveria ao menos cumprir seis meses de estágio em Gramado”. Assim o secretário estadual de Cultura, Victor Hugo Silva, resumiu o espírito empreendedor do povo gramadense.

O MFCG terá espaços dedicados as atrizes Zezé Motta, Maitê Proença e o ator Lima Duarte.  Ele serão homenageados com estátuas de cera que estão em produção para serem apresentadas em uma nova fase, no início do ano que vem.

Crédito da foto: Edison Vara

.: “X Factor” estreia com poucas novidades e mais do mesmo



Por Helder Miranda
Em agosto de 2016

“Mãe, eu tô na Band”, anunciou Luan Lacerda, o primeiro participante que se apresentou para os jurados e foi aprovado na versão brasileira do “X Factor”, programa que estreou segunda-feira, 29 de agosto, na Band. A trilha sonora, toda internacional, deu a impressão de que estava assistindo um “X Factor” de qualquer país, menos o do Brasil, a não ser pelo nome e por algumas canções em português defendidas pelos participantes.

Excesso de autoconfiança ou acreditar em falsos elogios, o que se viu foi um desfile de egos de gente que se acha mais do que é e um pouco mais da conta de coitadismo exacerbado. O próprio Luan, que enfrentou 19 horas de viagem, e que se apresentou diante de uma família chorosa, é um exemplo disso. Canta melhor do que se esperava, é verdade, e arrepiou até quem estava em casa, mas apenas isso é necessário ou ele será engolido na próxima fase?

V. Killer, a gatinha de boca azul e timbre irritante, segunda participante a ser mostrada, também foi aprovada, mais pelo visual do que pelo talento vocal. Fabi Cantinelli, que se saiu melhor e foi mostrada apenas um pouquinho, foi melhor, assim como uma série de outros que não passaram. De tão reality, faltou o que foi exaustivamente divulgado pela imprensa: a confusão nas audições e a desumanidade com que foram tratados os calouros da vez, apenas a parte bonita foi mostrada.

Por trás de uma apresentadora carismática, Fernanda Paes Leme, saída da Globo, demonstra competência no que já fazia com menos destaque no “SuperStar”, e que agora anda chorona – na atração “global”, ela não fazia isso. Passaram por lá grupos fajutos de garotos bonitinhos formados pela internet que não cantam nada, mas que foram aprovados, bandas melodies chaaatas… sertanejos galãs estereotipados que foram barrados e aprovados, e poucas joias a serem lapidadas, como Tamires, a candidata que cumpre a lacuna daqueles calouros “que cantam muito” e escolhem músicas que exigem muito para provar isso. Com ela, eu me senti no Raul Gil, e acredito que eleger alguém que pode ser até talentoso, mas que não traz novidade, é um retrocesso.

Dos jurados, apenas Paulo Miklos, ex-”Titãs”, e Rick Bonadio têm a trajetória suficiente para estar à frente de um programa que tem a ousadia de apontar o “quê a mais” nas outras pessoas. Quem são eles para dizer isso? Quem somos nós para apontar quem tem, ou não, algo tão subjetivo? Di Ferrero, apesar do bom trabalho que desempenha à frente do “NX Zero” não tem a vivência necessária para julgar talentos e Aline Rosa passa a impressão de que só foi escolhida porque as cantoras de sucesso na Bahia não estavam disponíveis, ou outras, com muito mais representatividade, como Paula Fernandes ou Anitta (que deve ter sido convidada), recusaram.

Todos os jurados estão em papéis muito manjados em outros “talent shows”. Não há nada de original neles, presos nos papéis de bonzinhos ou carrascos, dependendo do juízo de valor que fazem de cada candidato. Mas a estreia não trouxe novidade nenhuma e lembrou muito o “Ídolos” na época do SBT. Mauricio Meirelles, por sua vez, parecia estar em uma pauta "levinha" do extinto jornalístico "CQC".

De Campo de Goitacazes, Jéssica Passos foi a participante mais original. Engraçadíssima, muito parecida com a atriz Thalma de Freitas, e com um senso de humor aguçadíssimo, que transcende o propósito deste programa, que é o de revelar talentos rentáveis à indústria fonográfica, mesmo em tempos de tanta pirataria. Por conta dos fracassos dos outros programas em fabricar um novo ídolo, o programa estreou com um pouco de descrédito, como todos os outros nesse segmento. Jéssica, a baianinha carioca que não soube explicar de onde veio o sotaque nordestino, mostrou que estava ali para o que desse e viesse. Poderia render mais.

As irmãs do “Sweet Dreamers” mostraram um dilema interessante, tanto que renderam o primeiro intervalo de um programa que, a exemplo da versão brasileira do “MasterChef”, parece ser infinito. Havia duas, uma desafinada, outra, não. Propuseram avaliar individualmente. Se eu fosse o irmão que havia ido mal, eu teria aberto mão sem pestanejar. Mas no programa, isso não aconteceu sem um drama, claro, eles querem histórias para contar, porque todo reality precisa de uma dose de folhetim. Se a que foi mal teve uma atitude altruísta e abriu mão para o sucesso da outra, nada sabemos. É claro que deixaram isso para o próximo capítulo.


Sobre o autor
Helder Miranda é editor do Resenhando.com há 12 anos. É formado em Comunicação Social - Jornalismo e licenciado em Letras pela UniSantos-Universidade Católica de Santos, e pós-graduado em Mídia, Informação e Cultura pela USP. Atuou como repórter em vários veículos de comunicação. Lançou, aos 17 anos, o livro independente de poemas "Fuga", que teve duas tiragens esgotadas.
← Postagens mais recentes Postagens mais antigas → Página inicial
Tecnologia do Blogger.