quinta-feira, 27 de janeiro de 2022

.: Tudo sobre "Além da Ilusão", nova novela das seis que promete emocionar

Rafael VittiLarissa Manoela protagonistas de "Além da Ilusão". Foto: Divulgação Globo


Quando o verdadeiro amor acontece, tem o poder de transformar vidas e tornar possível o impossível, como nos melhores passes de mágica. Na trama romântica que o público acompanhará em "Além da Ilusão", próxima novela das seis, por trás de muitas ilusões está a força de um sentimento sublime capaz de reparar injustiças e aproximar um casal improvável: o mágico Davi (Rafael Vitti) e a aspirante a modista Isadora (Sofia Budke/Larissa Manoela). Ele faz do ilusionismo sua arte e seu meio de sobreviver. Ela tem os pés no chão e mira horizontes mais promissores, principalmente, no mundo do trabalho. De forma surpreendente, seus destinos se cruzarão e, unidos por um trauma do passado, terão um no outro uma chance de ressignificar suas trajetórias.

Para ficar juntos, precisarão enfrentar inúmeros obstáculos, como as diferenças sociais. Em uma viagem ao Brasil de profundas mudanças das décadas de 1930 e 1940, a trama promete encantar e despertar a torcida do público. “Espero que a novela emocione e faça as pessoas suspirarem de amor e se apaixonarem junto com os personagens. O objetivo é alegrar, dar esperança e lembrar que a vida também é isso”, ressalta a autora Alessandra Poggi. “Esta é uma história de redenção diferente, com uma grande mensagem: Davi é um personagem que busca justiça e redenção através do amor, e não da vingança”, destaca o diretor artístico Luiz Henrique Rios.

Ambientada em Campos dos Goytacazes, Rio de Janeiro, a novela é dividida em duas fases, entre 1934 e 1944, sendo a primeira em Poços de Caldas, Minas Gerais, e a segunda em Campos. Na trama, marcada por histórias de amor, traição, amizade e muito humor, os personagens têm seus valores afetados pelo progresso e pela modernização que o Brasil passou na época. “É uma história passada há tempos, mas que, na verdade, é muito próxima do nosso presente. A época é pano de fundo, mas a trama traz questões atuais sobre a grande força do feminino e uma discussão profunda sobre verdade e mentira. Quero que o público tenha, pela imagem, a sensação de encantamento e romantismo. Vamos apresentar um ambiente de alegria e magia na tela. Desejo que as pessoas sintam tudo isso”, complementa Luiz Henrique.

"Além da Ilusão" é criada e escrita por Alessandra Poggi com direção artística de Luiz Henrique Rios. A obra é escrita com Adriana Chevalier, Letícia Mey, Flávio Marinho e Rita Lemgruber. A direção geral é de Luís Felipe Sá e direção de Tande Bressane, Jeferson De e Joana Clark. A produção é de Mauricio Quaresma e a direção de gênero é de José Luiz Villamarim.

No início de tudo: uma paixão que acaba em tragédia e injustiça

O primeiro encontro entre Davi (Rafael Vitti) e Isadora (Sofia Budke/Larissa Manoela) ocorre em Poços de Caldas (MG), em 1934. Na época, Dora é apenas uma menina que se fascina com os truques que o mágico apresenta na cidade. Davi, na verdade, é apaixonado por sua irmã mais velha, a jovem Elisa (Larissa Manoela) - um sentimento que nasce com apenas uma troca de olhar entre os dois no baile de aniversário de 18 anos da moça, em que ele foi contratado para entreter os convidados com seus truques. Ali surge uma paixão que desperta a ira do juiz Matias Tapajós (Antonio Calloni), pai das meninas, que não aceita o relacionamento por achar que o mágico não está à altura de sua filha. Mesmo com todos os obstáculos, o casal não desiste e resolve viver esse amor, contando, inclusive, com a ajuda de Isadora. Só que essa história acaba em tragédia, quando Elisa é assassinada acidentalmente e Davi acaba sendo responsabilizado injustamente pelo crime.

Com a morte da filha, Matias fica desequilibrado e perde as condições de trabalhar e cuidar da família. Sua esposa, a forte e corajosa Violeta (Malu Galli), assume então a responsabilidade de cuidar de todos e se muda para a fazenda de seu pai, Afonso Camargo (Lima Duarte), em Campos dos Goytacazes (RJ). Nessas terras que um dia foram um produtivo engenho de cana-de-açúcar será erguida uma fábrica de tecelagem, gerida por Violeta e Eugênio (Marcello Novaes), um empresário carioca atento às novas necessidades do país que se muda para a região. É nesse universo que Isadora cresce, enquanto Davi cumpre a pena por um crime que não cometeu. 

Dez anos depois: a fuga de Davi, o reencontro com Isadora e o despertar de um novo amor

Em 1944, Isadora (Sofia Budke/Larissa Manoela) agora é uma linda jovem, fisicamente muito semelhante à irmã. Apesar das lembranças, o trauma da morte de Elisa (Larissa Manoela) no passado a fez esquecer o rosto dela e do próprio Davi (Rafael Vitti). Determinada e forte, ela se aperfeiçoou na costura com os ensinamentos da tia Heloísa (Paloma Duarte), com quem tem uma relação muito carinhosa. Isadora é noiva de Joaquim (Thiago Voltolini/Danilo Mesquita), que conheceu ainda na infância, quando se mudou para Campos, mas seu perfil independente e pouco romântico faz com que ela sonhe muito mais com a carreira de modista do que com o casamento. Já Joaquim, que é filho da ambiciosa e manipuladora Úrsula (Bárbara Paz), quer se casar o quanto antes para herdar os bens da família. Ele tem a própria mãe como principal incentivadora de suas ações.

Enquanto isso, depois de 10 anos na cadeia, Davi consegue fugir usando um de seus truques de mágica. Só que seus planos saem do controle, e um acidente pelo caminho faz com que ele, para escapar da polícia, assuma a identidade de outra pessoa, Rafael Antunes (Fabrício Belsoff). O que o mágico não fazia ideia era que Rafael seguia para seu novo emprego na fábrica de tecelagem, propriedade da família de seu antigo amor.

Davi (Rafael Vitti), ainda se recuperando do acidente, é levado para a fazenda da família de Violeta (Malu Galli). Lá, ele se depara com Isadora e se assusta com a sua semelhança com Elisa. O encanto é imediato, e o mágico se vê atraído pela jovem, que não lembra dos momentos que tiveram ainda na infância, em função do trauma sofrido com a morte de sua irmã.

Por temer que descubram sua verdadeira identidade, Davi evita ficar próximo de Matias (Antonio Calloni), mas resgata a confiança da governanta Augusta (Olivia Araújo), que, ao reconhecê-lo, afirma ainda acreditar na sua inocência. Com o tempo, ele percebe que terá outros obstáculos para enfrentar. Com a notícia de que Isadora é noiva de Joaquim (Thiago Voltolini/Danilo Mesquita), um jovem ambicioso e interesseiro, o novo amor vai fazer com que Davi faça de tudo para proteger e mostrar a verdade à amada, adiando os planos de provar sua inocência.

Davi (Rafael Vitti) e Isadora (Larissa Manoela) caracterizados para a segunda fase da novela. Foto: Globo/João Cotta

A Tecelagem Tropical e a face de um Brasil fabril e moderno

Ao longo desses 10 anos, Violeta (Malu Galli) e Eugênio (Marcello Novaes) firmam sociedade, e, juntos, constroem a Tecelagem Tropical. O antigo engenho de cana-de-açúcar agora abriga também uma vila operária, em que moram os funcionários da fábrica e os antigos moradores do local. Benê (Cláudio Jaborandy), mestre-de-açúcar e administrador da fazenda, é quem ajuda Violeta a reerguer os negócios da família, afinal, é quem melhor conhece as terras.

A vila operária reúne famílias formadas, em sua maioria, por trabalhadores da fazenda que migraram para a fábrica. Depois de um dia intenso de trabalho na tecelagem, é no bar de Lorenzo (Vinicius Pieri/Guilherme Prates), filho da italiana Giovanna Martinelli (Roberta Gualda), que os operários vão se divertir. À frente de outro pequeno negócio está a sempre alegre Fátima Souza (Patrícia Pinho), esposa de Benê (Cláudio Jaborandy), que é a responsável pela mercearia da vila. De personalidade forte e decidida, a filha do casal, Olívia (Letícia Pedro/Débora Ozório), que trabalha na fábrica como tecelã, está sempre disposta a ajudar seus colegas e vai se tornar uma liderança na defesa dos direitos dos operários. Isso vai aproximá-la do novo vigário da igrejinha da vila, Tenório Marques (Jayme Matarazzo), que também se preocupa com o bem estar da comunidade.

Antigos sonhos e frustrações afetam especialmente a vida de alguns personagens da vila, como Onofre Carvalho (Guilherme Silva). Com perfil duro, severo e controlador, teve que abandonar o sonho de ser um grande jogador de futebol quando sua esposa, a faxineira Felicidade (Carla Cristina Cardoso), engravidou de sua primeira filha, Letícia (Maria Luiza Galhano/Larissa Nunes). É na bebida que o antigo lavrador da fazenda tenta lidar com a revolta que carrega. Outra que vive sonhando com uma vida melhor é a copeira da casa de Violeta (Malu Galli) e Matias (Antonio Calloni), Emília Pereira (Gaby Amarantos), uma verdadeira devota das radionovelas, que deseja viajar o mundo e frequentar as festas mais deslumbrantes. Casada com o operário Cipriano (Cláudio Gabriel), a mãe de João (Nicolas Parente) encontrará no cassino de Constantino (Paulo Betti) a oportunidade para mudar de vida.

Com a inauguração da tecelagem, novos funcionários da fábrica e da fazenda se apresentam para trabalhar e, nesse movimento, Davi (Rafael Vitti), já no cargo destinado a Rafael (Fabrício Belsoff), começa a atuar para ajudar a melhorar a vida de todos que vivem na vila, sem perder o foco do que se torna seu principal objetivo: conquistar Isadora e protegê-la de Joaquim. Outro personagem que chega para trabalhar na fábrica é o tecelão Leônidas Lobato (Eriberto Leão), que vai se tornar amigo e cuidador de Matias (Antonio Calloni) e que, de imediato, se apaixona pela amargurada Heloísa (Paloma Duarte). O motivo da grande mágoa de Heloísa é o pai, o velho Afonso Camargo (Lima Duarte), que a obrigou, no passado, a entregar sua filha recém-nascida para adoção.

A dinâmica na vila operária vai conter tramas sobre temas importantes como o protagonismo feminino, o machismo, a igualdade e o direito dos trabalhadores. A chegada das máquinas e a instalação da tecelagem revelam as mudanças de um país que transitava para um modelo de produção fabril. No contexto internacional, a Segunda Guerra também vai impactar a produção da fábrica e a vida, principalmente, dos jovens moradores da vila, como Bento (Pedro Guilherme Rodrigues/Matheus Dias) e Lorenzo (Vinicius Pieri/Guilherme Prates), que acabam voluntariamente se alistando na Força Expedicionária Brasileira, deixando, respectivamente, seu pai Abílio (Luciano Quirino) e sua mãe Giovanna (Roberta Gualda) muito aflitos. Amigos desde a infância, Bento e Lorenzo são apaixonados pela mesma mulher, Letícia (Maria Luiza Galhano/Larissa Nunes), que é professora na escola da vila.

De trem, saindo da vila operária e indo até a região central de Campos dos Goytacazes, a movimentação de uma tecelagem a todo vapor é substituída pela agitação de uma cidade que desejava ser, acima de tudo, moderna. Nas ruas, o vai e vem de pedestres divide a paisagem com o ir e vir de carros particulares e de aluguel, e também de carroças. A lida diária de jornaleiros, chapeleiros, floristas e lavadeiras compõe esse cenário um tanto iluminado e multicolorido. Construções requintadas abrigam espaços de convivência em polvorosa no Brasil dos anos 40, como confeitaria, cinema, teatro e o cassino. É no Oásis Cassino que a simpática e divertida Julinha (Alexandra Richter), mãe de Arminda (Caroline Dallarosa), ama tentar a sorte no carteado. Apesar de ser o proprietário do lugar, seu marido, o boa praça Constantino Andrade (Paulo Betti), a proíbe de frequentar o espaço porque sofre com o vício da esposa em jogos. Mesmo com as restrições, Julinha sempre consegue dar suas escapadas, colocando Geraldo (Marcello Escorel), o crupiê do cassino, em maus lençóis com o patrão.

Estilos e referências de diferentes períodos marcam o figurino

Os traços realistas e carregados de cor do artista norte-americano Edward Hopper (1882-1967) estão entre as inspirações de Paula Carneiro, figurinista de "Além da Ilusão", que há 15 anos trabalha na TV Globo. Cada personagem da trama tem sua personalidade revelada em seus figurinos, com um trabalho que explora estilos de diferentes épocas. Na novela, que se passa nas décadas de 1930 e 40, serão encontradas referências desse período, mas também dos anos 50 e, até mesmo, contemporâneas, com inspiração em modelos que marcaram e marcam a vida de personalidades, como Grace Kelly, Coco Chanel, Elizabeth II e Johnny Depp, por exemplo. A passagem de tempo entre as duas décadas também foi, cuidadosamente, trabalhada nas roupas dos personagens, destacando-se o colorido e a criatividade das peças.

As irmãs Elisa e Isadora, interpretadas em diferentes fases pela atriz Larissa Manoela, terão figurinos com características que vão marcar as diferenças em suas personalidades. “Elisa é uma menina muito romântica, uma princesa, ela voa. A roupa dela é toda vaporosa, esvoaçante. Já Isadora está em um lugar que não tem data e é o oposto da irmã. É a nossa Dorinha, moderna, com muita personalidade, que costura a própria roupa, é criativa, estilista, quer trabalhar, quer a liberdade e não acredita no amor”, explica Paula.

Entre as preciosidades do figurino de "Além da Ilusão", desponta o vestido usado por Elisa em seu baile de aniversário de 18 anos, na primeira fase da trama. Em um primoroso trabalho realizado na fábrica de costura dos Estúdios Globo, o vestido foi produzido e pintado a 200 mãos, revela Paula. “Produzimos quase mil flores de tecido para aplicar no vestido inteiro. Ele é meio 3D, com as flores saltadas. A equipe pintou o vestido à mão. Foi surperconfeccionado, superestudado. Temos um time muito bacana de criação, que nos apoia na execução e faz preciosidades”, orgulha-se.

Buscando referências em artistas dos anos 1930, Paula destaca ainda que uma capa de veludo tirada de uma passarela foi adaptada para a construção do figurino do mágico Davi (Rafael Vitti). Na segunda fase, quando o personagem assume outra identidade, a equipe trabalhou a ideia de um administrador mais moderno, com o uso de ternos descasados, colete de lã, gravata de tricô, numa mistura de padrões tendo em vista um modo diferenciado de vestir dos homens.

As particularidades de cada década presentes também na caracterização

Gilvete Santos, caracterizadora que dividiu as ideias e propostas com Paula Carneiro, destaca que os desafios da caracterização da novela "Além da Ilusão" estão em ressaltar as particularidades de cada década. Nos anos 30, por exemplo, as ondas nos cabelos femininos eram mais marcadas. Com o passar dos anos, isso foi variando, assim como os volumes. Em relação aos homens, os cortes eram bem definidos, alinhados e elegantes.

A caracterização é fundamental também para marcar a passagem de tempo na trama. Para isso, foram trabalhados nos personagens diferenças nos penteados e técnicas de envelhecimento. “Muitos personagens estarão com os cabelos mais escuros na primeira fase e, na segunda, mais naturais. Também serão aplicadas técnicas simples e sutis de envelhecimento, com sombra e luz, com cabelos e barbas grisalhas e marcas de expressões na pele. Perucas e apliques serão mais utilizados na primeira fase”, destaca Gilvete, que trabalha na TV Globo há 20 anos.

Para as personagens Elisa (Larissa Manoela) e Isadora (Sofia Budke/Larissa Manoela), as marcações entre as duas estão na cor do cabelo, revelando seus estilos mais romântico e moderno, respectivamente. Em relação a Davi (Rafael Vitti), a inspiração foram os mágicos da época e filmes como "O Ilusionista". A barba do personagem é um capítulo à parte. “Ele terá momentos com a própria barba e outros em que acrescentaremos fio a fio. Um trabalho bem minucioso, pois, como gravamos com a tecnologia 4K, em que os detalhes saltam aos olhos, precisamos que fique o mais natural possível”, acrescenta.

Máquinas de tecelagem da época e até um vagão de trem: o universo encantador da cenografia e arte

A cidade mineira de Poços de Caldas foi palco para as gravações das cenas da primeira fase. Com um patrimônio arquitetônico bastante preservado, alguns pontos turísticos da cidade foram utilizados como locações, a exemplo do Palace Hotel, a Thermas Antônio Carlos, a Cascata das Antas, o Mirante e o Parque José Affonso Junqueira. Rafael VittiLarissa Manoela, Olivia Araújo, Malu Galli e Antonio Calloni foram alguns dos atores que estiveram na cidade. Foram necessários três caminhões para levar os objetos de arte, figurinos, cenografia, sem contar com o aluguel dos carros de época, que foram uma atração à parte.

Responsável pela cenografia, Cris Bisaglia explica que o desafio desse trabalho é retratar a época em que se passa a trama de uma forma diferente da qual o público está acostumado a ver nas produções. Para isso, a equipe de cenografia tem ousado bastante no uso das cores, explorando diversos recursos, como papeis de parede coloridos e ricos em detalhes.

Na cidade cenográfica nos Estúdios Globo, além da sede da fazenda e da vila operária, ganha destaque a fábrica de tecelagem que conta com seis máquinas têxteis datadas de 1940, a mesma época em que se passa a novela, todas em pleno funcionamento. Para encontrar esses equipamentos, a cenógrafa fez uma intensa busca. “Cheguei a ligar para o Museu Têxtil de Portugal para descobrir onde poderia conseguir mais de uma máquina. Liguei para a antiga Tecelagem Saliba, que fechou em 2016, falei com o Museu Têxtil da Bahia, o de Minas Gerais, até que cheguei em um segurança da Saliba, que me passou o contato de uma pessoa que tinha comprado as máquinas de lá e trabalhava com confecção. Viajei para Carmo do Rio Claro, em Minas, e consegui alugá-las. Foi um alívio”, conta Cris. Outro destaque é a estação de trem da fazenda, que tem o interior de um vagão construído especialmente para a novela. “Optamos por fazer o vagão um pouco menor do que o real, com 11 metros de largura (o real tem 15 metros) e mantivemos a altura igual. Será o trem que faz a viagem de Campos dos Goytacazes para a fazenda e para o Rio de Janeiro”, explica.

Para a segunda fase da trama, ambientada em Campos dos Goytacazes, a equipe de produção de arte, liderada pelo diretor de arte Moa Batsow, levou em conta uma cidade que já era bastante desenvolvida na década de 40, mais moderna, colorida e agitada, reunindo alguns estilos como o art noveau e o art décó. “O público vai ver a cidade de Campos supermoderna, colorida, cheia de elementos, carros, confeitaria, cinema, teatro, cassino, luzes, elementos divertidos, jornaleiro, chapeleiro, táxis, floristas, carroças, lavadeiras”, explica a produtora de arte Eugenia Maakaroun.

Durante o trabalho de pesquisa, Eugenia também concluiu que a arte gráfica poderia ser um diferencial para marcar as décadas de 30 e 40. “O design dos objetos de cena, desde a forma de escrever até a gramática, é diferente dos dias atuais. Propus ao Luiz (diretor artístico) uma coisa bem divertida e simpática, já que o design está presente em tudo. Antigamente, um rótulo era bem trabalhado, tinha um pensamento, uma criação, as fontes eram diferenciadas. Vamos trazer isso para agregar à nossa arte. Levei a arte gráfica para todos os cenários. O Davi (Rafael Vitti), por exemplo, vai ter um baralho original, feito por nós, e o visual é muito sedutor para os nossos olhos. As artes gráficas também estarão presentes nos rótulos das cachaças, ainda nos anos 30, escritos à mão, no alambique de Giovanna (Roberta Gualda)”, conta a produtora.

.: A história da vida de Miguel de Cervantes contada por ele mesmo


Fatos da vida do autor de Dom Quixote são relatados em obra que mistura literatura com pesquisa biográfica.

Um projeto de pesquisa intensa e audaciosa que levou 12 anos para ser publicado. Este é "Eu, Miguel de Cervantes: Memórias", que mistura investigação biográfica com a literatura refinada da escritora e roteirista Maria Gessy Sales. Esta bioficção parte de verdades históricas, possíveis e poéticas contadas em primeira pessoa, que cumprem ao mesmo tempo o papel de divertir e informar.

A escritora criou a narrativa fictícia a partir dos achados dos restos mortais de Cervantes no subsolo do Convento das Trinitárias Descalças, em Madri. O enredo, então, foi construído como se as memórias recentes do romancista tivessem sido encontradas na escavação. É considerado um dos mais importantes escritores do Ocidente, ao lado de Dante, Shakespeare e Goethe.

Gessy revela que o célebre autor de "Dom Quixote" nasceu em uma família de fidalgos e se sentia privilegiado por fazer parte de um país poderoso. Porém, o curso normal da vida foi bruscamente interrompido quando ele se viu forçado a fugir da Espanha. A narrativa recria a juventude e o começo da vida adulta do espanhol. Em "Eu, Miguel de Cervantes: Memórias", o leitor percebe que a vida do escritor é muito mais rica de aventuras, desenganos e superações do que a do próprio personagem que o consagrou: Dom Quixote.

Além de escritora, Maria Gessy Sales é roteirista premiada de cinema e teatro. A convite do escritor e amigo Ziraldo, roteirizou com ele os filmes “O Menino Maluquinho” e “Uma Professora Muito Maluquinha”. Ela revela que por toda a vida dedicou-se à literatura e à escrita e, por causa de uma pesquisa sobre Dom Quixote, passou a se interessar por Cervantes, desejo agora refletido na obra. 

“Fiquei deslumbrada com sua vida de perigos e aventuras e quis dividir com um maior número de pessoas meu encantamento”, confessa Gessy. Mais do que entender a obra de Cervantes, este romance com fundo histórico aproxima o leitor da vida do escritor. Você pode comprar o livro neste link.


Sobre a autora:
Maria Gessy Sales formou-se em línguas neo-latinas pela PUC/RJ.  É roteirista, junto com o amigo Ziraldo, do premiado filme “O Menino Maluquinho” e “Uma Professora Muito Maluquinha”. Autora do libreto da Ópera "O Menino Maluquinho", Teatro Municipal do Rio de Janeiro, temporada de 2015.

É roteirista premiada de séries de documentários literários e culturais durante mais de três décadas em que atuou com roteirista da TVE/RJ. Atuou como freelance escrevendo documentários para FBL Produções. A série Artistas Plásticos Brasileiros foi transmitida pelo canal Arte 1 e ainda hoje pode ser vista pelo Curta. Nas décadas de 1970 e 1980, escreveu duas coleções de livros didáticos de Língua e Literatura Portuguesa, pelas editoras Brasil e Ática.


Ficha Técnica:
Título: "Eu, Miguel de Cervantes: Memórias"
Autora: Maria Gessy de Sales
Formato: eBook
Páginas:  233



quarta-feira, 26 de janeiro de 2022

.: Entrevista: Luciano Estevan, o primeiro eliminado do "BBB 22"


“Eu estou me sentindo mega famoso! (...) Esse objetivo da fama foi atingido, sim. Não com os dez milhões de seguidores que eu tinha pensado que sairia da casa. Mas eu sempre carrego comigo uma metáfora que diz: ‘Mira na estrela para acertar a lua’. Com toda certeza, eu acertei pelo menos a saída da Terra. Não cheguei à lua, mas no meio do caminho, talvez. De fato, eu consegui uma fração absurda da fama que eu queria”, afirma Luciano Estevan, o primeiro eliminado do "BBB 22". Foto: Globo/João Cotta


Ele não escondeu as intenções ao entrar no "Big Brother Brasil". Pelo contrário, deixou claro seu desejo por fama - palavra que aprendera com a mãe ainda na infância. Agora fora da casa, o ator e bailarino diz saber o que o tirou da disputa tão cedo - Luciano foi o primeiro eliminado da 22ª edição do "BBB", com 49,31% dos votos, em um paredão disputado com Naiara Azevedo e Natália Deodato.

Apesar disso, afirma ter alcançado seu objetivo ao entrar no reality: “Eu estou me sentindo mega famoso! (...) Esse objetivo da fama foi atingido, sim. Não com os dez milhões de seguidores que eu tinha pensado que sairia da casa. Mas eu sempre carrego comigo uma metáfora que diz: ‘Mira na estrela para acertar a lua’. Com toda certeza, eu acertei pelo menos a saída da Terra. Não cheguei à lua, mas no meio do caminho, talvez. De fato, eu consegui uma fração absurda da fama que eu queria”. Na entrevista a seguir, Luciano avalia erros e acertos no jogo, fala sobre os melhores momentos da experiência de estar no "Big Brother Brasil" e revela seus planos para esta nova fase de sua vida.


O que te levou a ser eliminado na primeira semana?
Luciano Estevan -
Eu acho que o fato de eu me afastar das pessoas. Primeiro porque eu comecei a falar desse ponto da fama, que para mim, era uma coisa tão querida e tão fofa, que veio da minha mãe. Só que acabou saindo do contexto, as pessoas entenderam errado e começaram a me julgar. Nesse julgamento, eu acabei me afastando e, no "Big Brother Brasil", você não pode se afastar das pessoas; você tem que se aproximar das pessoas. Esse foi o principal ponto. Há também coisas que eu já vi e o próprio discurso do Tadeu deixou bem claro: “você veio e não jogou; acabou se afastando, ficou de lado”.
 

O que faltou para ir mais longe na disputa?
Luciano Estevan - 
Exatamente o oposto do que eu falei. Faltou me introduzir mais no jogo, nas conversas; forçar de repente uma aproximação. Ser mais participativo e ativo na casa. E deixar esse lado da fama para lá, não tocar mais nesse assunto - que virou meme. Mas eu, como sou uma pessoa teimosa, tocava muito nesse assunto lá dentro porque eu queria provar o meu ponto para o pessoal. E acabou que me deixou frustrado. Mas se fosse o contrário disso, com toda certeza, eu ainda estaria lá no jogo.
 

Você acredita que sua sede pela fama te atrapalhou no jogo de alguma forma?
Luciano Estevan - 
Com toda certeza. Acabou sendo mal interpretada, malvista e fui até tido como o chato ali na casa.


O que te atrai na fama?
Luciano Estevan - 
É o afeto dos fãs. Eu tive uma fração muito pequena disso, de os fãs chegarem com os vídeos no YouTube que eu fiz e com as peças de teatro que eu acabava protagonizando. Eu descia do palco e a galera vinha tirar foto comigo, me abraçava, me pedia autógrafo... então foi um gostinho. Eu só queria aquilo ampliado. O que sempre me atraiu foi o calor dos fãs e ter fãs, uma galera fiel, engajada, acompanhando e reconhecendo o seu trabalho. No meu caso, são os trabalhos na internet, meu trabalho como ator, como modelo.
 

Acha que seu desejo conseguiu ser atingido ao entrar no "BBB"?
Luciano Estevan - 
Com toda certeza. Eu estou me sentindo mega famoso! Ex-BBB’s estão falando comigo, humoristas de quem eu sou fã há anos também. Tem muita gente me apoiando, dizendo para eu erguer a cabeça, que a vida continua. E eu estou felizão que estão vindo falar comigo. Não estou triste, não. Esse objetivo da fama foi atingido, sim. Não com os dez milhões de seguidores que eu tinha pensado que sairia da casa. Mas eu sempre carrego comigo uma metáfora que diz: "Mira na estrela para acertar a lua". Com toda certeza, eu acertei pelo menos a saída da Terra. Não cheguei à lua, mas no meio do caminho, talvez. De fato, eu consegui uma fração absurda da fama que eu queria.


Nos primeiros dias de confinamento, o grupo Pipoca selou uma aliança e prometeu que iria se proteger. Logo depois, esse laço começou a se desfazer. Na sua opinião, o que gerou essa rachadura no grupo?
Luciano Estevan - 
Na verdade, a gente sabia que essa aliança não iria durar. Eu dizia desde o começo: Pipoca é legal, mas o Camarote é demais. Por quê? Ia vir ídolo, e veio; pessoas a quem a gente assistia. Essas pessoas sabem lidar com o público, cativar, sabem lidar com pessoas e convencê-las. Querendo ou não, a gente ia gostar deles de qualquer jeito. E não deu outra: eles entraram na casa e a gente acabou os abraçando. Eles chegaram numa vibe “ah, não estou aqui para jogar, quero me conhecer”. E nós estávamos muito bitolados em jogo. Quando eles entraram, acabou sendo muito bom, para alguns, e para outros nem tanto. Ali já começou a dividir.


Você acredita que em uma semana de "BBB" deu para fazer amigos? 
Luciano Estevan - 
Deu, bastante. Quase todos eu quero levar no meu coração. Mas alguns especificamente, Douglas, Lucas, Rodrigo. O Rodrigo tem os seus defeitos, mas é um cara muito massa, muito legal. O Scooby é um cara muito brincalhão, mas tem um coração absurdo de grande. E olha que para eu chamar alguém de amigo é difícil. Mas esses já são amigos.


Qual foi seu momento mais feliz e especial na casa?
Luciano Estevan - 
O show do Alok. O momento da entrada na casa foi extraordinário. Falei “Uau, que sensacional!”. Mas feliz mesmo foi a apresentação do Alok, porque muitas vezes eu vi aquilo pela TV e naquele momento eu estava lá. Que doido! O Alok, para mim, foi fora do comum. 


Se pudesse fazer algo diferente no jogo, você faria?
Luciano Estevan - 
Não faria nada diferente, mas, se tivesse que fazer, com certeza seria em relação à questão da fama. Falei a primeira vez e a galera achou ruim? Deixaria quieto, mudaria a tática, tentaria me aproximar das pessoas que ficaram mexidas com isso e não tocaria mais no assunto. Eu acho que isso me manteria no jogo por mais algumas semanas.


Quem você acha que tem mais chances de ganhar o programa?
Luciano Estevan - 
O Douglas tem muita chance. O próprio Scooby, por falar tanto que não quer, vai acabar sendo um dos finalistas e ou, até ganhando o jogo. Outra pessoa é a Eslovênia, que eu acho uma candidata fortíssima ao prêmio.


Está torcendo por alguém?
Luciano Estevan - 
Eu ainda não consegui ver nada do programa, nem os meus vídeos. Não consigo dizer muito bem, mas, baseado no que eu vi lá dentro, torço muito pelo Douglas Silva.


Resuma a sua experiência no "BBB" em uma palavra e justifique.
Luciano Estevan - 
Fama. Foi o que eu queria e consegui.


Quais são seus planos para daqui para frente, depois de passar pelo "BBB"?
Luciano Estevan - 
Simplesmente quadruplicar isso que eu alcancei - em números, em reconhecimento, em alcance. Mostrar o meu trabalho, o meu dom de ser um baita ator, tanto de novela, quanto de filme e comercial. Mas também vender produtos e pegar os jobs que aparecerem. Eu quero usar as minhas redes sociais, o meu alcance para me ajudar e ajudar outras pessoas que também estão começando.


O "BBB 22" tem direção artística de Rodrigo Dourado, direção de gênero de Boninho e apresentação de Tadeu Schmidt. O programa vai ao ar de segunda a sábado, após a novela "Um Lugar ao Sol", e domingos, após o "Fantástico".


.: Entrevista: Solange Sólon Borges, uma poeta à espera dos girassóis


"Alguns leitores reportaram que foram tocados por algo que nem sabem explicar - será a nossa humanidade em comum? -, que há frases que dão arrepio, que a alma se revela. Tentei nomear aquilo que todo mundo sente, independente de gênero, mas que tem dificuldade de explicitar", afirma a artista em entrevista exclusiva. Foto: Everton Amaro.

Por 
Helder Moraes Miranda, editor do Resenhando.


Solange Sólon Borges 
-  é pura poesia. O livro que ela lançou recentemente, "À Espera dos Girassóis", é só um reflexo da profundidade desta mulher gigante, que alinha nos textos a força do feminino. Além de poeta, Solange Sólon Borges é paulistana, jornalista, especialista em comunicação, mestra em Estudos Culturais (Filosofia/USP Leste). 

Também publicou o livro de poemas "Jardins Irregulares", transitou pelo conto com "Janelas Abertas para Uma Canção Desesperada", escreveu um romance "Todos os Homens são Girassóis", e ainda encantou crianças com os títulos infantis "A História do Cachorro Cheirudo", "Meninas Também Crescem" e "A História do Bichinho Gordão". Solange Sólon Borges  é mais que uma mulher de textos profundos, é um ser cujo olhar diante da vida precisa ser levado a sério. Nesta entrevista exclusiva, você pode conhecer um pouco mais a respeito desta grande artista.


Resenhando.com - Por que o título "À Espera dos Girassóis"?
Solange Sólon Borges - O título remete à ideia de que todo ser humano almeja a luz - representação da paz, tranquilidade, felicidade conquistada. Para que se alcance esse estado, é necessário semear, cuidar das sementes e esperar que brotem e devolvam esse cuidado em forma de beleza. É essa a analogia que quis fazer ao brincar com o título.  


Resenhando.com - Que características você tem de um girassol?
Solange Sólon Borges - O girassol, além de solar, é lindíssimo, com suas pétalas muito vivas, e não é uma planta tímida; seu caule se destaca no meio das outras. Dela tudo se aproveita, óleo, sementes, fruto comestível, um ciclo completo. Os incas faziam referência ao girassol em homenagem ao seu deus do Sol. Um girassol jovem se vira em busca do sol, o mais velho fica fixo, refletindo a sua maturidade. O girassol por si só guarda a sua poesia. Além do mais, um campo de girassóis é a coisa mais linda de se ver, um tapete para deitar a alma. Como amo Vincent van Gogh, ele retratou girassóis pela sua exuberância e colorido, por refletir a vida e a alegria.

Resenhando.com - O que os leitores podem esperar deste livro?
Solange Sólon Borges - A proposta do livro é proporcionar uma viagem pelo universo feminino, um mergulho, com as expectativas que se pode guardar diante da família, de si mesma, das estações que muda a perspectiva e o humor. Por isso, construí o texto dividido em partes, como os "Jardins Regulares", que revela o desejo de harmonia, de beleza e permanência, em contraponto ao meu primeiro livro Jardins irregulares, que considero mais hermético. Passeio pelos cômodos de uma casa - porto seguro de cada um de nós - ao tratar da hora do banho a dois, de cozinhar juntos, do quarto como campo sagrado, daquele que sai, de quem fica, de quem retorna. Alguns leitores reportaram que foram tocados por algo que nem sabem explicar - será a nossa humanidade em comum? -, que há frases que dão arrepio, que a alma se revela. Tentei nomear aquilo que todo mundo sente, independente de gênero, mas que tem dificuldade de explicitar.

Resenhando.com - A exposição de uma jornalista em escrever e publicar poemas é maior?
Solange Sólon Borges - Apesar de o ofício de escrever ser o mesmo, no jornalismo o exercício é dar objetividade ao texto, no literário, trabalhar com o eu lírico. Muitas vezes, as pessoas se surpreendem ao olhar para o meu texto poético e não reconhecer a jornalista acostumada a ter um texto direto, porque o texto literário é um voltar-se para dentro, nem sempre compreensível à primeira leitura. Creio que há exposição maior, sim, pois traz muito da intimidade, mas o retorno também é gratificante.

Resenhando.com - Em que você se expõe mais, e por outro lado, em que você mais se preserva, em seus textos?
Solange Sólon Borges - Penso que exponho muito a expectativa feminina frente à vida, ao outro, seus ideais e como tenta conciliar os diversos aspectos de sua vida e os rumos possíveis a serem tomados. Creio que são pontos em comum a todas as mulheres, apesar dos caminhos serem diversos. Exponho muito a minha alma e talvez me permita preservar os que estão à minha volta, meus amores, não os nomeio para que sejam universais... ao deixar no ar se o que foi retratado realmente ocorreu, um mistério a ser desvendado. Aquela mulher existe de fato? Aquele homem é real? Aquela casa poderia existir? 

Resenhando.com - O que une a Solange de antes, aquela que começou a escrever poemas, e a de agora - uma reconhecida jornalista e escritora independente? 
Solange Sólon Borges - O elemento unificador é a maturidade conquistada a duras penas, diga-se. São 36 anos de atividade jornalística e mais de 40 na literária. Desde jovem me aventurei a escrever, mas confesso que tenho uma pasta "secreta" (opa, contei um segredo) de impublicáveis, pois são meros exercícios. É preciso ter discernimento onde se erra e se acerta, o que pode ser melhorado ou destruído. E, para isso, é preciso ter distanciamento afetivo do texto - para ser crítico - e deixar o tempo fazer o seu trabalho: possibilitar vivências necessárias para que as experiências ganhem contorno e expressão, para que se siga em frente e se olhe o passado com outros olhos. Creio que a jornalista hoje é menos idealista.


Resenhando.com - O que mais iguala e o que mais difere essas duas mulheres de épocas diferentes?
Solange Sólon Borges - No começo da carreira a gente sempre pensa que pode influenciar tanto a sociedade que as mudanças serão inevitáveis. O jornalismo - em sua forma clássica - vive uma crise: hoje todos são geradores de conteúdo e o sistema é o mesmo com seus mecanismos de pressão. Um salto poderá ser dado rumo a uma sociedade mais organizada e igualitária, mas trata-se mais de uma alteração interior, e penso que a poesia pode auxiliar nesse entendimento: é preciso ter um olhar amoroso para com o outro; é necessário cultivar amor, compaixão, fidelidade aos seus princípios, parceria, respeito. Hoje acho que sou mais uma profissional das letras do que do jornalismo e voltei-me à prosa poética e o ritmo interior de uma frase, sua musicalidade própria. Foi uma evolução, creio.


Resenhando.com - Qual foi o critério de escolha das poesias para o livro?
Solange Sólon Borges - Neste livro, especificamente, dividi o livro em duas partes. "Chão de Serpentes & Equilíbrio" traz poemas soltos, escritos em diversos momentos, mais duros, nem sempre sentimentais. Já a primeira parte foi feita em um fluxo contínuo, praticamente. Imaginei que poesia haveria no dia a dia em um lar e fiz um passeio pela casa - a sólida, onde habitamos, mas que leva à estrutura interior, a que nos habita, repleta de sonhos e expectativas, chegadas e partidas, emoções e naufrágios. Como, por exemplo: “Há dias de sol tão forte que me abro inteira - feito cortinas -, assim as perdas queimam e secam as cicatrizes. Quero violetas com flores porque o trabalho de cura é só meu”, um exemplo de comparação do jardim exterior e interno, com os quais brinco, ao trazer também "Motivos de Chegadas", "A Casa dos Sabores", "A Linguagem das Águas", "As Estações do Amor (Temporais, Verão, Primavera, Outono, Inverno)".


Resenhando.com - Que conselhos você dá para as pessoas que pretendem enveredar pelos caminhos da escrita?
Solange Sólon Borges - Leiam muito bons autores. É preciso ter repertório, além de imaginação. Já ouvi autores jovens afirmarem que não gostam de ler para não serem influenciados ou que nunca muda um texto porque ele nasceu assim. Bobagem, todos somos influenciados uns pelos outros. Essa é a grande troca da vida e do labor literário. Uma coisa é ter a lista de autores que o influenciaram, outra, é cometer plágio. A linguagem com a qual trabalhamos é a mesma, reinventá-la como Graciliano Ramos e Manoel de Barros [“o mundo não foi feito em alfabeto”, como diz ele] é um ato genial, um serviço de carpintaria que nem sempre se alcança. Mas o importante é encontrar a própria voz, o estilo, o jeito que se escreve, o que demanda exercício, espírito crítico, editar um texto quantas vezes for necessário. Não há texto que nasça pronto e não possa ser melhorado. Ao se olhar para como os grandes escrevem, apontam para a disciplina e às vezes chegam ao fim do dia e jogam fora tudo o que foi escrito para, no dia seguinte, retornar ao ponto inicial. Esse desapego é maturidade e espírito crítico, essencial para se desenvolver no campo das letras.


Resenhando.com - Quais livros foram fundamentais para a sua formação enquanto escritora e leitora?
Solange Sólon Borges - Desde jovem leio muito, contando com o incentivo dos meus pais, que nunca me negaram um livro. Na infância, fui fisgada pelos gibis e pulei rapidamente para Monteiro Lobato e seu sítio, "Meu Pé de Laranja Lima", de José Mauro de Vasconcelos, "Éramos Seis", de Maria José Dupré, "Pollyana", livros que, de modo geral, influenciaram a minha geração. Saltei para Machado de Assis (que estrutura de texto!), e li muito dos nossos brasileiros, pegando livros em bibliotecas: Guimarães Rosa, Graciliano Ramos, José J. Veiga, Gibran Khalil Gibran, a poetisa Orides Fontela, a romancista Letícia Wierzchowski, de "A Casa das Sete Mulheres", "Sal", "Uma Ponte para Terebin". Mas também leio muitos livros de história e de filosofia. E adoro um bom mistério: já li tudo de Conan Doyle, sou fã de Sherlock Holmes. Também me agrada a ficção científica, nada como Ray Bradbury, H. G. Wells, Aldoux Huxley, Anthony Burgess, os distópicos, como "1984", "A Revolução dos Bichos" e "Laranja Mecânica". Leio muito os latino-americanos e os espanhóis, Isabel Allende, Gabriel Garcia Marques, Julio Cortázar, Jorge Luis Borges no topo, mas também um escritor espanhol que conheci recentemente e pelo qual me apaixonei Ildefonso Falcones. Tenho uma mania: quando vou a outro país, quero conhecer primeiro as livrarias e peço indicações. Assim, conheço gente nova e sempre me surpreendo. Na viagem que fiz a Cartagena de las Índias, na Colômbia, trouxe livros do Gabo, claro, mas conheci uma poetisa maravilhosa, Piedad Bonnett, de uma sensibilidade ímpar: “Las cicatrizes son las costuras de la memória...”. Há tanta gente boa para se conhecer, tantos livros incríveis nos esperando... essa conversa entre culturas é uma dádiva.


Resenhando.com - Como e quando começou a escrever?
Solange Sólon Borges - Fui alfabetizada muito cedo: mamãe era professora e comecei a ler precocemente. Eu me lembro de uma composição (na minha época se chamava assim!), no segundo ano primário, que deu vazão à minha imaginação: o escritório, fechado à noite, estava uma bagunça na manhã seguinte, pois os objetos ganhavam vida... o lápis dançava com a caneta, o furador usava as bolinhas de papel como confete e rolava uma baita festa! Minha professora, Maria Judith Cassoli, ficou encantada e falou que, no futuro, eu seria escritora ou jornalista. Ela acertou. Nunca mais parei de escrever desde então, coisas ruins, medianas, sofríveis, até encontrar o meu próprio tom.  


Resenhando.com - Quais escritores mais influenciaram a sua trajetória artística e pessoal?
Solange Sólon Borges - No jornalismo, a linguagem fluente de Machado de Assis e João do Rio e seu ritmo flaneur. Clarice Lispector, especialmente, Cecília MeirelesFernando Pessoa, Mario de Sá Carneiro, Florbela Espanca, Cora Coralina, Tagore e Carlos Drummond, para citar alguns. A lista é longa... citaria mais uns 30, entre os expoentes do new journalism, o jornalismo literário.


Resenhando.com - É difícil ser escritora no Brasil?
Solange Sólon Borges - E como! De acordo com a última pesquisa Retratos da Leitura, a venda de livros de poesia representa 1,2% das vendas e se vende mais literatura estrangeira do que brasileira. mas, como sabem, viver de literatura, no Brasil, é um risco e um ato mágico. Eu arrisco.    


Resenhando.com - O quanto para você escrever é disciplina? 
Solange Sólon Borges - Escrever é ato que exige disciplina, pois é necessário autocrítica constante e o fato de se escrever com constância aprimora o estilo e o repertório e é preciso comprometimento com o texto. Claro está que, em alguns momentos, o texto surge numa explosão espontânea, mas nem sempre é assim. 


Resenhando.com - É mais inspiração ou transpiração? 
Solange Sólon Borges - Há mais transpiração mesmo, não adianta ficar só contando com uma ‘musa’ que desce para o nosso plano. Eu escrevo todos os dias, como jornalista, por dever de ofício, ou escritora, mas também me dou o direito de ter os períodos de pausa e ampla vagabundagem. Escrever deve ser algo prazeroso e não doloroso, mas às vezes o ato de escrever é algo tão profundo, que remexe memórias íntimas e causa certa aflição mesmo.


Resenhando.com - Quanto tempo por dia você reserva para escrever?
Solange Sólon Borges - Deve-se estar apto a aproveitar esse momento sensível ou prontificar-se a escrever sobre determinado tema, que eu começo e nem sei onde irá parar. Muitas vezes acordei com uma imagem na cabeça que se transformou em um texto literário e até com uma frase completa e é necessário dar vida a isso. Muitas vezes, um texto em pouco tempo mostra o seu esqueleto, mas devo me debruçar sobre ele para levá-lo ao término, e aí não é possível definir o tempo empregado. Já escrevi contos em duas horas e outros que mexi durante anos na estrutura até entender que estava pronto diante do proposto.


Resenhando.com - Você tem um ritual para escrever?
Solange Sólon Borges - Já escrevi de tantas formas que nem sei se posso dizer que há um ritual. Às vezes, na rua, algo vem à mente e então preciso procurar um café para sentar-me e escrever. Sempre tenho papel e caneta comigo e o bloco de notas do celular é hoje um poderoso aliado. Também rabisquei alguns trechos durante um trabalho jornalístico e os guardei depois para o literário. Gosto de escrever durante viagens, mas também de estar em um ambiente silencioso, de preferência com uma boa taça de vinho, o que ajuda a relaxar e dar fluxo ao texto. Tenho hábitos noturnos e fico na minha escrivaninha disponível para perceber se algum texto irá brotar ou não. Já aconteceu de saírem vários, na sequência, e, em outros dias, nada surge. O mais importante é estar à disposição para entender que algo foi maturado no subconsciente e está vindo à tona. Por preguiça ou sono, algumas vezes deixei esse momento passar, anotei frases que surgiram, mas perdi a completude do poema. É difícil explicar como acontece esse processo, do subconsciente para o papel, mas quando ele vem eu tento parar tudo e dar atenção a esse instante que nunca mais voltará.


Resenhando.com - Qual o mote que faz você ficar mais confortável para escrever? Uma frase? Uma imagem? Um incômodo?
Solange Sólon Borges - Um pouco de tudo, como disse, já acordei no meio da noite com uma imagem, uma frase pronta na cabeça, que acabou virando um poema ou um conto. Mas, muitas vezes, é esse incômodo mesmo de colocar para fora algo que está no inconsciente, eu nem sei como nomear exatamente isso que fica ali martelando. Então, quando surge esse incômodo que é mais forte do que eu, paro tudo e vou escrever, colocá-lo para fora, pois é como se tivesse vida própria e eu não tenho controle sobre isso. É preciso respeitar esses mecanismos e trabalhar com eles a seu favor.

Resenhando.com - Em um processo de criação, o silêncio e isolamento sao primordiais para produzir conteúdo ou o barulho não te atrapalha? 
Solange Sólon Borges - Já escrevi em lugares extremamente ruidosos, como um café, por exemplo. A atmosfera ali é propícia à escritura e me isolo tanto, em uma bolha, que sequer percebo o que está acontecendo à volta, mas é um momento de anotar ideias, fazer rascunhos. Em outros momentos, gosto de ficar quieta no meu canto, em pleno silêncio, para me dedicar totalmente a um texto intimista, que exige mais reflexão. Só não consigo escrever ouvindo música, que geralmente me distrai completamente. Na finalização de um texto, necessito do silêncio mesmo, pois fico lendo em voz alta para perceber o ritmo, a musicalidade, se tudo está no lugar certo, para encontrar o tom e a voz. Cada um tem um processo.

Resenhando.com - Como conciliar a rotina de uma jornalista com o ato de ser escritora e escrever os textos autorais?
Solange Sólon Borges - Eu trabalhei por muitos anos na Rádio Bandeirantes, em São Paulo, e o querido José Paulo de Andrade, que volta e meia me pedia algum texto específico, para o Dia das Mães, das Crianças, da Poesia, por exemplo, que ele lia geralmente no jornal "Pulo do Gato", sempre me perguntava como eu conseguia "virar o botão" da jornalista para a escritora e fazer textos tão diversos. Eu sempre respondi que não sabia mesmo. Nesse caso, era até a confluência do jornalismo com a literatura, que se transformava numa crônica radiofônica. Fiz isso também na Rádio Gazeta AM, onde meus textos eram lidos pelo saudoso Moraes Sarmento. Acho que a grande diferença é que a construção jornalística, especialmente a de rádio, é a construção de um texto bem mais direto e objetivo em sua estrutura. O texto literário permite subverter a ordem, apesar de também necessitar de lógica para o seu entendimento e permitir uma cadência rítmica que dá vazão à lírica e à musicalidade própria de um texto poético. É possível conciliar esses dois lados, como muitos escritores fizeram, atuando como jornalistas e se dedicando à vida literária ao mesmo tempo ou em momentos distintos de suas carreiras.


Resenhando.com - Para você, quais as características separam um texto bom de um ruim?
Solange Sólon Borges - Creio que um texto precisa ter coerência, para ser entendido, e certa elegância, para cativar o leitor, sem contar o aspecto gramatical, ou seja escrever respeitando algumas regras, mas sem ser escravo delas, dar outro propósito às palavras, fugir do banal. O texto ruim é quando se percebe que ele não tem uma razão de existir, não tem um propósito concreto, não foi trabalhado, se torna verborrágico e vazio. Já joguei muito texto fora porque percebi que não era o momento daquele texto ter nascido e às vezes a mesma ideia pode aparecer em outro momento de forma mais clara e burilada. Escrever é mais "jogar fora" do que deixar permanecer. É preciso desapego. Para escrever bem, gasta-se horas, em uma poltrona, conhecendo humildemente o texto de outros autores, suas ideias, como usar uma determinada palavra dentro de um contexto, ganhar repertório e criar imagens. E às vezes é o momento mesmo: quando li João Cabral de Melo Neto pela primeira vez, não gostei do texto, não era o meu momento de enfrentar um texto tão dramático e a construção que ele fazia. Ao revisitá-lo, tempos depois, entendi sua profundidade e agora gosto muito e o respeito. Isso vem com a maturidade de leitora também. Há textos que já olhei, para poder avaliar e criticá-los, e não fazem parte do meu universo como leitora. Para mim, são sofríveis, como os romances hot, febre atual, e Paulo Coelho, nada me acrescentam e não gosto do estilo. Mas ler algo é sempre melhor do que não ler nada. E, claro, também estou sujeita ao fato de outras pessoas lerem o que escrevo e simplesmente não gostarem. Por sorte, a literatura pode ser democrática.


Resenhando.com - O que há de autobiográfico nos textos que escreve?
Solange Sólon Borges - Há demais, eu diria. Escrever é se expor, carrega tons autobiográficos, pelo que se leu de outros autores, pelo que se viveu, e que ficou amadurecendo no próprio interior. Trata-se de uma interpretação muito pessoal com uma visão própria do mundo. Quando me exponho em um poema diante da alegria, de um desalento, um rompimento, acaba sendo muito intimista com tons biográficos. No meu romance "Todos os Homens São Girassóis", agraciado tempos atrás com o prêmio Clio da Academia Paulistana da História, há pedaços da minha infância e adolescência que são bem autobiográficos. Porém, misturo outra voz que seria aquela que ressoa em cada ser humano, na qual uma pessoa pode se reconhecer, pois todos nós nascemos com expectativas, não sabemos o que virá pela frente, como se desenrolará nossa história pessoal, o que planejamos para a vida e, na verdade, tomou outro rumo. É uma forma de dizer que nosso controle sobre a vida é ínfimo e usei minha história pessoal para promover essa reflexão que é universal, apesar de biográfica.


Resenhando.com - Hoje, quem é a Solange Sólon Borges por ela mesma? 
Solange Sólon Borges
Essa é a pergunta mais difícil de responder talvez. Eu não sei, me desconstruo e construo como pessoa a cada dia. Sempre fui muito sonhadora e imaginei para mim uma vida que não se concretizou, mas que sob muitos aspectos foi melhor do que o planejado. Ao olhar-me em retrospecto, gostaria de ter mais momentos promissores, mas tudo isso me fez amadurecer como pessoa e ser quem sou: sentimental demais, perceber tudo com forte profundidade, e nem sei se isso é bom ou ruim, mas é assim que sou e faz parte da minha gênese. A vida é uma brisa e procuro vivê-la intensamente com um olhar mais sutil dentro do cosmos que habitamos. Não é tarefa fácil despregar-se da materialidade que nos rodeia para compreender essa sutileza, o que etéreo e está à volta. Vivo em parte nesse mundo e tento vê-lo de forma mais translúcida e tranquila, mas, isso só vem com a maturidade. Penso que estou bem com isso e me sinto feliz e realizada. Há generosidade inclusive na adversidade. Entre tantas lições que precisamos aprender durante a pandemia, atravessei um processo criativo extremamente interessante, quando eu e o amigo Coca Valença escrevemos juntos o livro "Mudei Meu Passado, e Agora?", que se encontra em gráfica. Ou seja, duas cabeças e quatro mãos e foi um exercício interessante aprimorar esse texto e ceder em alguns aspectos diante da opinião do parceiro literário, o trabalho de dar e receber, e especialmente agradecer, nessa nossa humana trajetória.  


"A Vertigem dos Girassóis" - Solange Sólon Borges



.: Documentário "Os Beatles e a Índia" disponível no catálogo da HBO Max


 Produção retrata a conexão dos músicos de Liverpool com a Índia. Foto: George & Patti. Crédito foto: Colin Harrison Avico Ltd

 

A HBO Max tem disponível no catálogo da plataforma "Os Beatles e a Índia" (The Beatles And India), desde 24 de janeiro. Dirigido pelo escritor e jornalista indiano Ajoy Bose, o documentário acompanha a banda The Beatles, na cidade de Rishikesh, na Índia, e explora a imersão de três anos da banda na cultura indiana.

A produção retrata o primeiro encontro do guitarrista George Harrison com o instrumento cítara, enquanto os Beatles estavam filmando o filme de comédia Help! e o uso do instrumento na canção "Norwegian Wood", de John Lennon, em 1965. O documentário também revela o impacto do grupo sobre a juventude indiana. A influência inicial da banda é mostrada por meio do grupo pop contemporâneo The Savages, que nasceu em Mumbai na metade dos anos 1960, e por meio do ator Shammi Kapoor, dançando no filme Janwar, de 1965.

"Os Beatles e a Índia" é uma crônica histórica e única do caso de amor duradouro entre a banda e a Índia, que começou há mais de meio século. Raras filmagens de arquivo, fotografias, relatos de testemunhas oculares e comentários de especialistas, juntamente com filmagens de locais em toda a Índia para dar vida à fascinante jornada de George, John, Paul e Ringo que deixaram suas vidas de celebridades no Ocidente para um remoto local do Himalaia em busca da felicidade espiritual que inspira uma explosão sem precedentes de composições criativas.

É a primeira grande exploração de como a Índia moldou a evolução da banda de rock e seu próprio papel pioneiro, unindo duas culturas vastamente diferentes em todo o universo.

A trilha sonora do documentário foi composta pelo premiado compositor Benji Merrison e gravada no Abbey Road Studio 2, a lendária casa de gravação dos Beatles, além de Budapeste, Hungria e Pune, na Índia. Compositor com formação clássica, engenheiro e produtor musical, Benji compôs músicas para centenas de projetos em filmes, televisão, instalações e eventos.

Trailer



.: ‘Homem-Aranha" mantém sucesso para segundo mês de mais vendido

Lançado na segunda quinzena de dezembro, longa rapidamente tomou a dianteira em comercializações, encerrando mês no topo


"Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa" se mantém em alta e tem tudo para fechar o mês de janeiro como o filme mais vendido na Ingresso.com, assim como foi em dezembro, quando rapidamente tomou a dianteira na procura, mesmo tendo sido lançado apenas na segunda quinzena. O longa foi responsável por 38% de todos os tickets adquiridos pelos fãs de cinema entre os dias 20 e 23 de janeiro.

O icônico filme de terror "Pânico" ficou logo atrás. O nacional "Eduardo e Mônica", "Sing 2" e "Juntos e Enrolados" completaram o ranking dos filmes mais vendidos do fim de semana.

São Paulo foi a cidade com maior volume de vendas. Rio de Janeiro, Campinas, Brasília e Curitiba ficaram na sequência.

O fã de cinema pode curtir seu próximo filme favorito, com uma grande economia na hora de garantir seu lugar. Por meio de uma parceria entre a Ingresso.com e a Kinoplex surgiu o Kinopass, um programa de descontos reduzindo significativamente o custo das entradas. Com o investimento de R$ 65, o passaporte Classe Econômica Plus contempla 5 ingressos para as salas Standard e KinoEvolution, ou seja, o custo de cada ingresso sai por R$13 podendo ser usado como o cliente quiser: seja em cinco idas ao cinema ou ainda distribuídos para curtir filmes ao lado de amigos ou familiares. Já o passaporte Primeira Classe custa R$ 140 para cinco ingressos, com acesso às Salas Platinum.

Saiba mais desse sucesso de bilheteria com a resenha "'Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa' é filmaço de memória afetiva"! Aqui: resenhando.com/2021/12/critica-homem-aranha-sem-volta-para-casa



.: Entrevista: Suely Franco revive o sucesso de "O Cravo e a Rosa"


Em entrevista, a atriz relembra o trabalho na obra e os bastidores. "É um presente de Deus a novela estar indo ao ar neste momento", afirma. Na imagem, ela posa com Pedro Paulo Rangel, par romantico na novela. Foto: Cristiana Isidoro


Ao longo de seus mais de 60 anos de carreira, Suely Franco conclui que o trabalho em "O Cravo e a Rosa" como a sensível Mimosa é um dos que mais lhe trouxeram o reconhecimento do público. E ter a personagem no ar nesse momento caiu como uma luva para a atriz, que está em cartaz no Rio de Janeiro com o espetáculo "Copacabana Palace - O Musical", ao lado de Vanessa Gerbelli, que vive Lindinha na novela.

"Achei um presente de Deus a novela ir ao ar nesse momento, estava prestes a estrear o musical quando soube que 'O Cravo e a Rosa' seria reexibida. Está tudo conspirando bem para mim (risos). A Mimosa é um dos meus papéis que mais marcaram o público, até hoje as pessoas falam muito sobre ela comigo", conta a veterana.

Suely Franco acredita que o sucesso da funcionária da família de Catarina (Adriana Esteves) está ligado à criatividade de Walcyr Carrasco e sua relação em cena com Pedro Paulo Rangel, que vive Calixto, o braço direito de Petruchio (Eduardo Moscovis) na fazenda. "As cenas em que a Mimosa desmaia ficaram marcadas na memória de quem assistiu. Essa ideia do Walcyr de fazer a personagem desmaiar quando estava com o Calixto foi maravilhosa, nunca tinha visto isso numa personagem. As pessoas ficavam esperando pelos desmaios dela", revela Suely, que é só elogios à parceria com Pedro Paulo Rangel, seu amigo há mais de 50 anos.

"Eu e o Pedro Paulo já éramos amigos há muito tempo na época da gravação da novela e somos até hoje. Na década de 60 ele me ensinou a dirigir, já fizemos diversas peças juntos, somos muito próximos. Então foi muito fácil fazer a ligação entre Mimosa e Calixto, tivemos uma química muito boa, e o público sentiu essa ligação", enaltece. Em entrevista, a atriz relembra um pouco mais sua participação na obra e os bastidores das gravações.

   
Como está sendo relembrar "O Cravo e a Rosa"?
Suely Franco - Achei um presente de Deus a novela ir ao ar nesse momento, estava prestes a estrear o espetáculo 'Copacabana Palace - O Musical' quando soube que a novela seria reexibida. Está tudo conspirando bem para mim (risos). A Mimosa é um dos meus papéis que mais marcaram o público, até hoje as pessoas falam muito sobre ela comigo.


Na sua opinião, quais fatores fazem a novela ser sucesso sem todas as exibições?
Suely Franco - Primeiro, o texto do Walcyr Carrasco. Ele é um danado, fico pensando como um autor que escreve "O Cravo e a Rosa" também faz "Verdades Secretas", um trabalho completamente diferente. Além disso, o elenco todo se dava muito bem, e isso passa muito para o público. 


O que recorda da preparação para viver a personagem?
Suely Franco - Eu não sou de fazer preparação para os trabalhos. Quando comecei na carreira não tinha escola de teatro, a gente fazia teatro com o que sentia em relação aos textos e sigo assim até hoje.


Como foi viver o romance da Mimosa com o Calixto, vivido pelo Pedro Paulo Rangel, que era um dos destaques da história?
Suely Franco - Eu e o Pedro Paulo já éramos amigos há muito tempo na época da gravação da novela e somos até hoje. Na década de 60 ele me ensinou a dirigir, já fizemos diversas peças juntos, somos muito próximos. Então foi muito fácil fazer a ligação entre eles, tivemos uma química muito boa, e o público sentiu essa ligação.


Como foi a parceria com o restante do elenco?
Suely Franco - Tive uma relação muito bacana com a Ana Lucia Torre. Ela é um doce de pessoa e, apesar de sermos rivais na história, a gente se dava muito bem. Também construí uma relação ótima com a Leandra Leal.


Teve alguma cena que ficou mais marcada na memória?
Suely Franco - As cenas em que a Mimosa desmaiava. Essa ideia do Walcyr de fazer a personagem desmaiar quando estava com o Calixto foi maravilhosa, nunca tinha visto isso numa personagem. As pessoas ficavam esperando pelos desmaios dela.   


Qual a principal lembrança que você guarda do período de gravação da trama e dos bastidores?
Suely Franco - O que mais me lembro foi o tombo que eu levei em cena, caí no meio da lama...virou uma falha nossa no "Vídeo Show" (risos).


Está assistindo novamente à trama? É muito autocrítica ao rever um trabalho antigo?
Suely Franco - Costumo rever as novelas quando reprisam, quando estou fazendo não consigo assistir nada. Não sei se sou tão autocrítica, penso que poderia ter feito um pouco diferente, ou às vezes penso que gostei de determinada cena, mas não sou muito crítica comigo e nem com os outros. Meu trabalho é uma diversão e não sofrimento. Só sofro um pouco para decorar as cenas, não tenho facilidade. Invejo o Antonio Fagundes (risos).


"O Cravo e a Rosa - Edição Especial", tem autoria de Walcyr Carrasco, coautoria de Mário Teixeira e colaboração de Duca Rachid, direção-geral de Walter Avancini e Mário Márcio Bandarra e direção de Amora Mautner. A direção de núcleo é de Dennis Carvalho.   




.: Escape Time - 2022 começa com sala dedicada aos Mamonas Assassinas

Um marco para toda a geração dos anos 90, a banda Mamonas Assassinas, formada por Dinho, Bento Hinoto, Samuel Reoli, Júlio Rasec e Sérgio Reoli, carrega seu forte legado até os dias de hoje. E em homenagem aos artistas irreverentes e que levavam alegria por onde passavam, a Escape Time, empresa especializada em jogos de fuga imersivos inspirados na cultura geek e pop, junto com a empresa ISPARTNER responsável pelos licenciamentos da marca, e a 89FM A Rádio Rock, anunciam uma sala temática inspirada nos artistas, disponível a partir do dia 20 de janeiro. 

A sala, que foi desenvolvida para resgatar a memória dos Mamonas Assassinas, contará com objetos pessoais, como figurinos - marca registrada utilizados em shows e programas de TV - além de roupas e documentos originais disponibilizados para proporcionar ao público e aos fãs, uma grande imersão na vida e na carreira dos integrantes. Também haverá réplicas do acervo de figurinos, para os jogadores vestirem, e até o dia 02 de fevereiro, os fãs poderão ver a icônica Brasília amarela, exposta no hall de entrada.

Com duração de 60 minutos, desta vez o objetivo final dos jogadores não será a saída, e sim conseguirem encontrar o camarim dos Mamonas, que estará escondido e trancado a sete chaves em algum ambiente da sala. Outro spolier é a parceria com a 89FM em um dos ambientes, proporcionando aos jogadores a experiência de estarem dentro de um estúdio de rádio, trazendo mais brincadeiras e surpresas para o jogo. Será que teremos pistas por aqui?

Mais que uma sala de escape, o jogo traz recordações dos bons tempos e uma oportunidade para os fãs levarem seus filhos e família. Prestes a completar 26 anos do acidente fatal que fez o País parar, esta é mais uma maneira de fortalecer as boas lembranças para quem viveu esse fenômeno que foi Mamonas Assassinas e  conhecer um pouco o universo tão encantador que impactou toda uma geração. Mais informações e reservas sobre a sala mais que very porreta no site: https://escapetime.com.br.

terça-feira, 25 de janeiro de 2022

.: Diário de uma boneca de plástico: 25 de janeiro de 2022

Querido diário,

Nunca menosprezei a forma de ação de um vírus, muito menos o da Covid. Na época da gripe aviária e da suína trabalhei muito substituindo grávidas. Na época, álcool em gel nas mãos era o que bastava para manter você seguro no ambiente de trabalho.

Eis que desde a terceira semana de janeiro de 2022, eu, após entrar na mira do vírus do momento, fui um alvo acertado. Sim! Embora esteja com duas doses da vacina (+ a da gripe), confesso que o mal estar é horrível. 

Boca seca, tosse chata e muita moleza. É um cansaço que derruba. Sinto um sono incontrolável. Nem rever "Harry Potter" é capaz de me segurar em estado de alerta e olhos abertos. 

Contudo, associei esse malfeitor ao Lorde Voldemort. Mesmo precisando do Harry, quando se renasce, ele mantém o objetivo principal de aniquilar o descentende de Lilian e Tiago. Eis que cabe ao nosso organismo ser Harry Potter, usando todas as magias e feitiços oferecidos pelas doses de vacina para se safar desse grande vilão que vive sendo exposto aos brasileiros sem qualquer barreira. 

E sobra vaga para os Comensais da Morte, nessa analogia: o atual desgoverno e sua equipe incompetente. Sempre deixando claro que o propósito deles é de que TODOS sejam infectados, incluindo os alucinados que repetem seu discurso de achismo sem qualquer embasamento científico -esses últimos são os Dementadores. 

Agora, fica a pergunta: Nessa batalha, de que lado você está?

De Harry Potter ou do Lorde das Trevas?

Beijinhos pink cintilantes e até amanhã,

Donatella Fisherburg
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