quarta-feira, 16 de novembro de 2022

.: #ResenhandoTeatro em SP: agenda de 16 a 23 de novembro

 


Por Mary Ellen Farias dos Santos, editora do Resenhando


Programe-se pelo #ResenhandoTeatro que apresenta uma seleção especial de espetáculos em cartaz na cidade de São Paulo. Divirta-se!


O humor como caminho para encontrar esperança é o que guia o espetáculo escrito e estrelado pelo ator e palhaço Rodrigo Bella Dona, com direção de Esio Magalhães, a apresentação que mistura teatro e circo. O espetáculo conta a história do Palhaço Belinha que, depois de uma longa viagem, chega a um lugar desconhecido com uma mala cheia de segredos. Ele perde o único transporte que poderia tirá-lo daquele lugar ermo e precisa enfrentar o tédio, a fome e a solidão enquanto espera a chegada do próximo. Para isso, vai buscar forças na imaginação e no bom humor que carrega dentro de si. Cansado e entediado, ele começa a jogar com as situações que aparecem e se diverte usando malabares, equilibrismo, magia e muita cara de pau.

Local: Teatro Arthur Azevedo - Av. Paes de Barros, 955 - Alto da Mooca | De 15 a 30 de outubro, sessões aos sábados e domingos às 16h | Teatro Cacilda Becker - R. Tito, 295 - Lapa | Dias 12 e 13 de novembro, às 16h. Dia 16 de novembro, às 11h e às 14h30 (reservado para escolas) | Classificação: livre | Duração: 50 minutos  | Ingressos: grátis, retirada com 1 hora de antecedência. | Até 16 de novembro | Leia +  Espetáculo circense de Rodrigo Bella Dona traz humor e magia para o teatro


Engolindo Mágoas em Doses Homeopáticas

Sinopse: Três mulheres, três tempos e três histórias. O que há em comum entre mulheres que vivem em 1949, 1989 e 2019? Gravidez, abuso, assédio, relacionamento, violência. 

Local: CCSA Centro Cultural Santo Amaro, apresentações nos dias 8, 9, 16 e 21 | Sexta-feira, às 20h30; Sábado, às 10h; Domingo, às 19h | CEU Cidade Dutra, apresentação dia 4 de novembro | Av. Interlagos, 7350 - Interlagos | Sexta, às 20h30 CEU Casa Blanca, apresentação dia 10 de novembro | R. João Damasceno, 85 - Vila das Belezas | Quinta, às 20h30 | Casa de Cultura Butantã apresentação nos dias 17 e 18 de novembro | Av. Junta Mizumoto, 13 - Jardim Peri Peri | Quinta e sexta-feira, às 20h30 | Classificação etária indicativa: 14 anos | Duração: 60 minutos | Ingressos: Grátis | Até 18 de novembro | Leia+ Peça "Engolindo Mágoas em Doses Homeopáticas" estreia em São Paulo


Bosque dos Sonâmbulos

Na trama, uma misteriosa companhia de teatro vai se apresentar em um antigo hotel nas montanhas, despertando desejos ocultos de alguns hóspedes. Os irmãos Thomas e Oliver, cultivam um amor pelo macabro. Um sonha em ser vampiro, o outro, um caçador de vampiros. Oliver acredita que os atores são vampiros, como nas histórias que seu irmão mais velho conta. Mas quando o próprio Thomas cai sob o feitiço de um belo violinista da trupe, Oliver mergulha numa estranha jornada bosque adentro, para resgatar seu irmão antes que seja tarde demais.

Local: Pequeno Ato - Rua Doutor Teodoro Baima, 78, Vila Buarque  | Terças e quintas, às 21h | Duração: 90 m | Ingressos: R$ 80 e R$ 40 | Até 24 de novembro | Leia + Musical "Bosque dos Sonâmbulos" é inspirado por filmes de terror e fantasia


O Pior de Mim

Em cena, Maitê Proença revisita momentos marcantes de sua vida. Numa interlocução direta com a plateia, a atriz reflete sobre como sua conturbada história familiar repercutiu na vida profissional, os eventuais bloqueios desenvolvidos e tudo que precisou fazer para se libertar. Ela fala ainda da mulher de 60 anos no Brasil, de machismo, misoginia, dos preconceitos enfrentados. 

Local: Teatro Uol, Shopping Pátio Higienópolis, Piso Terraço - Avenida Higienópolis, 618  | Sextas-feiras, às 21h. Sábados, às 20h. | Duração: 60 m | Ingressos: sexta R$ 90 (setor A) e R$ 60 (setor B); sábado R$ 120 (setor A) e R$ 80 (setor B) | Até 27 de novembro | Leia + Crítica teatral: "O Pior de Mim" mostra o melhor de Maitê Proença


Inferno

A comédia de Spregelburd é uma espécie de labirinto. Na trama, uma confusão causada por um funcionário do Vaticano faz com que o inferno bíblico deixe de existir no subterrâneo e passe a ficar escondido nos detalhes mais minuciosos da existência humana, até na linguagem ou principalmente nela. 

Local: Teatro Uol, Shopping Pátio Higienópolis, Piso Terraço - Avenida Higienópolis, 618  | Sábados, às 22h; Domingos, às 20h. Segundas, às 21h | Classificação etária indicativa: 14 anos | Duração: 100 m | Ingressos: R$ 40 a R$ 100) | Até 28 de novembro | Leia + "Inferno" no Teatro Uol: comédia do argentino Rafael Spregelburd estreia


Escola de Mulheres

Tudo se passa numa praça e, ao fundo, um painel com o sol nos remete a Luís XIV, patrono das artes e da trupe de Molière. Por conta da polêmica que seu texto gerou, Molière escreveu logo, depois da estreia, uma outra peça para responder a seus detratores, A Crítica à Escola de Mulheres.

Local: Teatro Aliança Francesa - Rua General Jardim, 182 - Vila Buarque | Quinta a sábado, às 20h; e domingo, às 18h | Classificação etária indicativa: 12 anos | Duração: 85 minutos | Ingressos: quinta e sexta-feira: R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia-entrada). Sábados e domingos, R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia)  | Até 4 de dezembro | Leia + "Escola de Mulheres" no Teatro Aliança Francesa celebra 400 anos de Molière


A Moscou! Um Palimpsesto

É um retrato questionador sobre a busca da felicidade. Ela parte do clássico As Três Irmãs, do dramaturgo russo Anton Tchekhov, que usava o momento de transformação da Rússia czarista, no começo de 1900, para falar do desejo humano de realização pessoal e a dificuldade de resistir. 

Local: Galeria Dandi -Rua Barão de Tatuí, 17 - Sobreloja, Vila Buarque | Quintas e sexta às 20h; sábados às 17h30 e 20h; domingos às 17h30. Na sexta-feira, dia 2 de dezembro, não haverá sessão devido ao jogo do Brasil na Copa do Mundo | Classificação etária indicativa: 14 anos | Duração: 90 minutos | Ingressos: gratuitos, retirada pelo site do Sympla  | Até 4 de dezembro | Leia + Setor de Áreas Isoladas apresenta espetáculo "A Moscou! Um Palimpsesto"


O Amor e Seus Fins

O casamento como uma instituição capitalista e a concepção romântica do amor são colocados em xeque em O Amor e Seus Fins, escrito e protagonizado por Cris Wersom e Rodrigo Scarpelli. A dramaturgia surgiu de um desejo que Wersom e Scarpelli tinham de montar uma peça juntos desde que se formaram na EAD-USP. 

Local: Galpão do Folias - Rua Ana Cintra, 213, Santa Cecília | Sexta e sábado, às 20h. Domingo, 19h   *não haverá espetáculo dia 30/10 | Classificação etária indicativa: 14 anos | Duração: 60 minutos | Ingressos: R$ 40 e R$ 20  | Até 4 de dezembro | Leia + "O Amor e Seus Fins", de Cris Wersom, trata relações e divórcio


Os Encantados do Sossego

O espetáculo explora lendas e mitos amazônicos ao acompanhar a história de Joana, uma mulher que vive na “Casa do Sossego”, na Ilha do Marajó, foz do Rio Amazonas. Ela embarca em suas lembranças mais antigas para desvendar os mistérios que rondam sua família e se depara com eventos extraordinários – ora trágicos, ora fantásticos – que pairaram sobre aquele núcleo, depois que a família decidiu morar em terras Marajoaras.

Local: Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo - Rua Álvares Penteado, 112 - Centro Histórico | Sextas e segundas-feiras, às 19h | Sábados e domingos, às 17h | Classificação etária indicativa: livre | Duração: 60 minutos | Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia)  | Até 5 de dezembro | Leia + "O Amor e Seus Fins", de Cris Wersom, trata relações e divórcio


(A) DOR (A)

A peça tem como objetivo traçar uma reflexão sobre o momento político brasileiro atual a partir do retratado no espetáculo dentro do período do Regime Militar. Mais precisamente, sobre a participação dos jovens na vida política do país de uma forma ativa e utópica. Em paralelo a isso, também se busca questionar a violência que sofrem aqueles que se opõem francamente à ordem capitalista estabelecida, em especial o grupo de militantes que entraram para a luta armada no momento de linha dura da ditadura e foram vítimas de tortura, e, no caso de Dora, posterior exílio. Um mergulho não só racional mas também emocional e sentimental nos subterrâneos da história do país.

Local: Teatro Itália Bandeirantes – Avenida Ipiranga, 344 – República, São Paulo | Terças, às 21h | Duração: 90 minutos | Ingressos: R$ 40 e R$ 20  | Até 6 de dezembro | Leia + Espetáculo "(A) DOR(A)" estreia nesta terça-feira no Teatro Itália Bandeirantes


A Hora da Estrela ou o Canto de Macabéa

Laila Garin é Macabéa, a mítica protagonista do aclamado romance, ao lado de Claudia Ventura e Leonardo Miggiorin. Também estão em cena os músicos Fabio Luna (bateria, percussão, flauta e voz), Pedro Franco (guitarra, violão, bandolim, violino e voz) e Pedro Aune (baixo acústico, baixo elétrico, tuba e voz).

Local: Teatro Vivo: Av. Dr. Chucri Zaidan, 2460 | 3 de novembro a 11 de dezembro (exceto no dia 17/11), de quinta a sábado, às 20h; e aos domingos, às 18h  | Classificação etária indicativa: 16 anos | Duração: 90 minutos | Ingressos: de R$ 30 a R$ 100 | Até 11 de dezembro | Leia+ "A Hora da Estrela" com Laila Garin e Leonardo Miggiorin no Teatro Vivo


Comédia.com

Na peça, uma companhia de teatro chamada Dramática Popular, formada por dois canastrões, preparara uma masterclass apresentando para o público o seu método de interpretação. Os atores Ana Andreatta e Nilton Bicudo, exploraram cenas relevantes da dramaturgia universal, formando um casal que brinca de amar, odiar, ter ciúmes, sentir solidão, e esperar os dias melhores que virão, com paciência e bom humor.

Local: Teatro Vivo: Av. Dr. Chucri Zaidan, 2460 | Sábados às 19h e domingos às 18h  | Classificação etária indicativa: 10 anos | Duração: 60 minutos | Ingressos: R$ 60 (meia entrada) R$ 30 | Até 11 de dezembro | Leia+ Espetáculo "Comédia.com" inaugura sala no Teatro União Cultural


O que nos mantém vivos?

Local: Teatro Anchieta, Sesc Consolação - Rua Doutor Vila Nova, 245, São Paulo – SP | Sextas e sábados, às 20h, domingos, às 18h. Sessão extra em 8 de dezembro, às 20h, quinta-feira. De 8 a 11 de dezembro, as sessões contam com interpretação em Libras | Classificação etária indicativa: 14 anos | Duração: 180 minutos com intervalo| Ingressos: R$ 40 (inteira) | R$ 20 (meia entrada) | R$ 12 (credencial plena)  | Até 17 de dezembro | Leia+ "O Que Nos Mantém Vivos?" em cartaz no Sesc Consolação


Sidney Magal: Muito Mais Que Um Amante Latino - O Musical

Baseado na biografia oficial do cantor, traz no papel principal, os atores Juan Alba, que interpreta Sidney Magal na fase adulta, e o ator paulistano Luís Vasconcelos, que vive o ídolo latino na fase jovem. Além de relembrar os diversos sucessos do ícone da música popular brasileira, o musical fará um recorte da trajetória do artista revelando os bastidores de sua vida.

Local: Teatro Porto - Al. Barão de Piracicaba, 740, Campos Elíseos | Sextas e sábados, às 20h e domingos, às 17h | Classificação etária indicativa: 12 anos | Duração: 120 minutos | Ingressos: de R$ 90 a R$ 35 | Até 11 de dezembro | Leia + Juan Alba e Luís Vasconcelos interpretam Sidney Magal em musical


Três Mulheres Altas

Em cena, as atrizes interpretam três mulheres, batizadas pelo autor apenas pelas letras A, B e C. A mais velha (Suely Franco), que já passou dos 90, está doente e embaralha memórias e acontecimentos, enquanto repassa a sua vida para a personagem B (Deborah Evelyn), apresentada como uma espécie de cuidadora ou dama de companhia. A mais jovem, C (Nathalia Dill), é uma advogada responsável por administrar os bens e recursos da idosa, que não consegue mais lidar com as questões financeiras e burocráticas.

Local: Teatro Tuca, Rua Monte Alegre, 1024 - Perdizes | De 4 de novembro a 18 de dezembro de 2022 e de 13 a 29 de janeiro de 2023) | De quarta a sábado das 14h às 20h e Domingos das 14h às 18h | Classificação etária indicativa: 12 anos | Duração: 100 minutos | Ingressos: de R$ 70 a R$ 140 | Até 29 de janeiro | Leia+ "Três Mulheres Altas" com Suely Franco, Deborah Evelyn e Nathalia Dill


Os atores Juan Alba e Luís Vasconcelos interpretam Sidney Magal em diferentes momentos da carreira. Foto: Priscila Prade

.: As "Ideologias" de Gabriela Prioli em livro inédito da Companhia das Letras

Autora do best-seller Política é para todos, Gabriela Prioli explica quem são e o que pensam os liberais, os conservadores e os socialistas.


Após o sucesso do best-seller "Política É Para Todos", chega às livrarias o segundo livro de Gabriela Prioli: "Ideologias". Trata-se de uma obra únia no mercado por abordar as três ideologias de maneira acessível, clara e concisa, além de extremamente atual.

Em seu segundo livro lançado pela Companhia das Letras, a advogada e apresentadora Gabriela Prioli apresenta as três principais ideologias que ajudam a pensar a política e a sociedade de hoje: liberalismo, conservadorismo e socialismo. Esses termos abarcam uma variedade de pensamentos e ganharam novos significados com o passar do tempo, de modo que reduzir determinada posição a um rótulo é uma estratégia superficial e que pouco contribui para o debate de qualidade.

Com a linguagem acessível que caracteriza seu trabalho, a autora contextualiza a origem de cada uma das ideologias e seus principais autores, demonstrando como muitas vezes esses conceitos surgem para tentar responder às mesmas perguntas. Mais do que um panorama de ideias, Ideologias é um convite à reflexão e ao diálogo respeitoso entre opiniões divergentes. Você pode comprar o livro "Ideologias", de Gabriela Prioli, neste link.


Sobre a autora
Gabriela Prioli nasceu em 1986, em São Paulo. É advogada, mestre em direito penal pela USP, doutoranda na FADISP e autora de "Política É Para Todos", publicado pela Companhia das Letras. Tornou-se uma das maiores e mais relevantes criadoras de conteúdo do país, comentando política e outros assuntos do cotidiano em suas redes sociais. Atualmente, apresenta o programa "À Prioli", na CNN.


.: Documentário "Kobra Autorretrato" estreia nos cinemas nesta quinta-feira

Documentário que retrata a trajetória do artista tem direção de Lina Chamie e fotografia de Lauro Escorel. "Kobra Autorretrato" foi selecionado para o 13º Festival de Documentários de Nova York e participou do Festival do Rio e da 46ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo.

Sem dormir a noite toda, angustiado, Eduardo Kobra pensa em sua vida, da periferia de São Paulo à fama mundial, os acontecimentos se desenrolam entre a realidade e o sonho. Kobra é um dos artistas de rua mais famosos do mundo. Possui pinturas nas ruas de mais de 30 países. "Kobra Autorretrato" conta a sua história, desde sua infância difícil na periferia de São Paulo fazendo grafiti nas ruas ilegalmente, até pintar mais de 50 murais em Nova York, um artista de sucesso internacional.

Ao explorar sua vida e intimidade, o documentário levanta as questões da violência nas ruas e do preconceito no Brasil. Ao revelar a luta de Kobra como um artista singular, representando tantos artistas, passamos a entender a arte de rua como uma voz política democrática e poderosa.


Nota da diretora
"Kobra Autorretrato" é um retrato arrojado de um artista de rua, sua história e sua intimidade. Eduardo Kobra não é uma pessoa fácil, por isso não foi tarefa fácil fazer um filme sobre ele. Quando damos uma primeira olhada em seu trabalho, ele pode não parecer o artista mais intrigante. Por ser um tanto tímido, como ele mesmo diz, resiste a se revelar.

Foi exatamente isso que exploramos como principal material para contar sua história e arte. "Kobra Autorretrato" propõe uma viagem na noite, na alma do artista, pois é na relutância em se expor que ele se revela do avesso. Demorou um pouco para ganharmos sua confiança e trabalhamos juntos o máximo que pudemos.

O filme é um híbrido entre documentário e ficção, entre realidade e sonho, acontece no reino sombrio da insônia. Ao mesmo tempo, pode-se dizer, é um filme “urgente” pelas questões que seu trabalho levanta, desde as preocupações ambientais e a destruição da Floresta Amazônica, o racismo, os maus-tratos aos animais, o extermínio da população indígena e a indústria e a política das armas.

"Kobra Autorretrato" é um filme que mostra as lutas e a emancipação de um artista. Vemos como ele supera as dificuldades e ganha força e voz própria através do conhecimento do privilégio e da responsabilidade de estar nas ruas levando uma mensagem ascendente de esperança em tempos sombrios.


Sobre o artista 

Eduardo Kobra, 47 anos, é um expoente da neo-vanguarda paulistana. Começou como pichador, tornou-se grafiteiro e hoje se define como muralista. Seu talento brota por volta de 1987, no bairro do Campo Limpo com o pixo e o graffiti, caros ao movimento Hip Hop, e se espalha pela cidade e pelo mundo. Com os desdobramentos que a arte urbana ganhou em São Paulo, ele derivou - com o Studio Kobra, criado em 95 - para um muralismo original - inspirado em muitos artistas, especialmente os pintores mexicanos e norte-americanos, beneficiando-se das características de artista experimentador, bom desenhista e hábil pintor realista. Suas criações são ricas em detalhes, que mesclam realidade e um certo "transformismo" grafiteiro.

Muitos críticos afirmam que a característica mais marcante de Kobra é o domínio do desenho e das cores. Mas o que é fundamental para o artista é o olhar. Kobra foi desde cedo apresentado às adversidades da vida. Viu amigos sucumbirem às drogas e à criminalidade. Alguns foram presos. Outros perderam a vida. Foi o olhar que o salvou.

Kobra é autor de projetos como "Muro das Memórias", em que busca transformar a paisagem urbana através da arte e resgatar a memória da cidade; Greenpincel, onde mostra (ou denuncia) imagens fortes de matança de animais e destruição da natureza; e “Olhares da Paz”, onde pinta figuras icônicas que se destacaram na temática da paz e na produção artística, como Nelson Mandela, Anne Frank, Madre Teresa de Calcutá, Dalai Lama, Mahatma Gandhi, Martin Luther King, John Lennon, Malala Yousafzai, Maya Plisetskaya, Salvador Dali e Frida Kahlo. Em meio ao caos urbano, buscou resgatar o patrimônio histórico que se perdeu. Em um contexto repleto de desigualdade social e injustiças, buscou se inspirar em personagens e cenas que servem de exemplo para um mundo melhor.

Hoje, Kobra tem três mil murais, em cerca de 35 países e em diversas cidades e estados brasileiros - como “Etnias - Todos Somos Um”, no Rio de Janeiro, “Oscar Niemeyer”, em São Paulo; “The Times They Are A-Changin” (sobre Bob Dylan), em Minneapolis; “Let me be Myself” (sobre Anne Frank), em Amsterdã; “A Bailarina” (Maya Plisetskaia), em Moscou; “Fight For Street Art” Basquiat e Andy Warhol), em Nova York; e “David”, nas montanhas de Carrara. Em todos os trabalhos, o artista busca democratizar a arte e transformar as ruas, avenidas, estradas e até montanhas em galerias a céu aberto. Dois desses murais entraram no Guinness Word Record como o “maior mural do mundo”. Primeiro “Etnias -- Todos Somos Um”, no Rio de Janeiro, com cerca de 3.000 metros quadrados e, depois, o “Mural do Chocolate”, localizado na rodovia Castelo Branco, em Itapevi, em São Paulo, com 5.742 metros quadrados.

Inquieto, estudioso e autodidata, também faz pesquisas com materiais reciclados e novas tecnologias, como a pintura em 3D sobre pavimentos. Em 2018, pintou 20 murais nos Estados Unidos, 18 deles em Nova York. Cada vez mais conhecido, Kobra fica orgulhoso quando vê uma multidão que observa um de seus murais, mas costuma dizer que o que o comove de verdade é descobrir alguém que para no meio da correria da cidade para observar, mesmo que por um minuto, os detalhes dessa obra. Apesar dos murais monumentais, Eduardo Kobra faz sua arte para despertar a consciência e a sensibilidade de cada um de nós.


"Kobra Autorretrato"
Brasil | 2022 | 84 minutos | colorido | documentário
Roteiro e direção:
Lina Chamie
Produção: Lina Chamie e Vinícius Pardinho
Produção executiva: Vinícius Pardinho e Jefferson Pedace
Direção de fotografia: Lauro Escorel, ABC
Montagem: Lina Chamie
Direção de produção: Jefferson Pedace
Som direto: Juliano Zoppi
Desenho de som: Lina Chamie
Edição de Som e mixagem: Pedro Noizyman
Trilha sonora: Claude Debussy, Racionais MC's, Felix Barreira (a.k.a. Gordão), György Ligeti, Steve Reich, Gustav Mahler, O Grivo, César Franck, Bodes & Elefantes, Piotr I. Tchaikovsky, Iannis Xenakis, DJ Lean Rock, Demigodz
Produção: Girafa Filmes
Produtora associada: Vixi Maria Produções Culturais
Coprodução: Spcine
Distribuição: Imovision


.: Prestes a se apresentar com o Rouge, Lu Andrade lança EP com remixes


Lu Andrade apresenta o novo EP "Elo Remixes", com produção do DJ Davis Reimberg. "Elo" é a música que dá nome ao primeiro trabalho solo da cantora e compositora e ganha novas versões eletrônicas.

“É uma honra trabalhar nos Remixes desta musica tão linda, para essa Artista que sempre fui fã. Fiz versões dançantes, focada nas pistas de danças e lounges, para o público LGBTQIA+. Pensando nos fãs da Lu que amam Pop, criei uma versão acústica com pegada romântica, onde deixo os sintetizadores de lado e foco no piano e violinos, que combinam perfeitamente com a composição e a voz da Lu. Estou muito feliz com o resultado”, afirma o DJ Davis Reimberg, 

Lu Andrade aproveita a parceria para fechar o ano com chave de ouro, enquanto se prepara para novas apresentações com o grupo Rouge em dezembro, no Rio de Janeiro e São Paulo. “Um momento de celebração”, comemora. "Elo Remixes" já está disponível em todas as plataformas digitais.

.: "Engolindo Mágoas em Doses Homeopáticas": novas apresentações

Três mulheres, três tempos, três histórias. O que há em comum entre mulheres que vivem em 1949, 1989 e 2019? Foto: Gunnar Vargas


"Engolindo Mágoas em Doses Homeopáticas" é o novo trabalho do Coletivo Pedra Rubra, com criação, dramaturgia, encenação e direção das atrizes Beliza Trindade, Juliana Aguiar e Lilian Menezes. O espetáculo foi criado com o projeto "Mulheres, nas Margens da Sul" no qual foi contemplado pelo Edital de Múltiplas Linguagens da Secretaria de Cultura. 

Três mulheres, três tempos, três histórias. O que há em comum entre mulheres que vivem em 1949, 1989 e 2019? Gravidez, abuso, assédio, relacionamento, violência. Não é loucura, insanidade, doença. É como um vírus da nossa sociedade, ver a mulher como menos, como objeto, como posse. E seguimos carregando essa marca, a marca do sangue que escorre, "Engolindo em Doses Homeopáticas" toda a dor que carrega uma mulher. 


Ficha técnica
Criação, encenação, direção e dramaturgia:
Beliza Trindade, Juliana Aguiar e Lilian Menezes
Elenco: Beliza Trindade, Juliana Aguiar e Lilian Menezes
Assessoria de imprensa: Pombo Correio
Fotos: Gunnar Vargas
Criação de trilha sonora: Yuri Christofor
Figurinista: Laura Alves
Técnico de luz: Rodrigo Pivetti
Registro audiovisual: Daniel Carvalho
Arte gráfica: Bartira Trindade
Produção: Simone Carvalho
14 anos
60 minutos
Grátis 


Serviço                                                                                                                                                           
Dias 16 e 17 de novembro, às 19h30
CEU Casa Blanca
R. João Damasceno, 85 - Vila das Belezas, São Paulo - SP

Dia 16 de dezembro, às 18h
Centro Cultural da Diversidade
R. Lopes Neto, 206 - Itaim Bibi - São Paulo - SP

Dia 17 de dezembro, às 18h
Centro Cultural da Vila Formosa
Avenida Renata, 163 - Vila Formosa - São Paulo - SP

terça-feira, 15 de novembro de 2022

.: Espetáculo "(A) DOR(A)" estreia nesta terça-feira no Teatro Itália Bandeirantes

Finalizando o Projeto “Cia. Provisório-Definitivo 20 anos” contemplado pelo Proac Lab Prêmio por Histórico de Realização em Teatro da Lei Aldir Blanc em 2020, a Cia. estreia décimo sexto trabalho no Teatro Itália Bandeirantes. No elenco, Ana Tardivo, Flavia Couto, Pedro Guilherme, Sofia Botelho e Thiago Andreuccetti. Foto: Gabriela Bernd


Livremente inspirado na vida de Maria Auxiliadora Lara Barcellos (Dora), militante da Vanguarda Armada Revolucionária (VAR-Palmares) que se suicidou na Alemanha, "(A) DOR (A)" é um texto que mistura dados biográficos dessa mineira natural de Antônio Dias, com recriações ficcionais baseadas em fatos colhidos por meio de relatos históricos de outros guerrilheiros na literatura e em filmes documentais. 

Uma atmosfera poética não linear permeia essa colcha de retalhos da vida dessa estudante de medicina que entrou para a clandestinidade, onde três atrizes representando Dora em algumas de suas facetas (a mulher, a guerrilheira e a torturada) dialogam entre si e convivem com os fantasmas da tortura ao mesmo tempo em que se relacionam com a atmosfera política do Brasil e dos países percorridos por ela.

Um texto de um ato, com duração de 90 minutos. Mesclam-se elementos épicos e dramáticos de forma não-linear. A pesquisa e escrita do texto foi inicialmente encomendada por Henrique Stroeter e também ocorreu no âmbito do Programa de Ação Cultural Proac nº 40, de 2014, e aprovado no Edital do “Concurso para Bolsa de Incentivo à Criação Literária no Estado de São Paulo - Texto de Dramaturgia”.  Texto Vencedor do 2o. Concurso Nacional FETAERJ de dramaturgia - Prêmio João Siqueira em 2015 no Rio de Janeiro.

No mês de dezembro, completando o projeto “Cia. Provisório-Definitivo 20 anos” foram realizados seis ensaios abertos em diferentes teatros da cidade (ver histórico das apresentações), todos gratuitos. Em janeiro a peça teria sua estreia em temporada no Teatro de Contêiner da Cia. Mungunzá, mas teve a temporada cancelada devido ao surto da Ômicron e por parte da equipe ter ficado doente. Agora, o projeto tem a sua temporada de estreia no Teatro Itália Bandeirantes no dia 15 de novembro, às 21h, e fica em cartaz às terças-feiras até o dia 6 de dezembro de 2022.

A peça tem como objetivo traçar uma reflexão sobre o momento político brasileiro atual a partir do retratado no espetáculo dentro do período do Regime Militar. Mais precisamente, sobre a participação dos jovens na vida política do país de uma forma ativa e utópica. Em paralelo a isso, também se busca questionar a violência que sofrem aqueles que se opõem francamente à ordem capitalista estabelecida, em especial o grupo de militantes que entraram para a luta armada no momento de linha dura da ditadura e foram vítimas de tortura, e, no caso de Dora, posterior exílio. Um mergulho não só racional mas também emocional e sentimental nos subterrâneos da história do país.

De acordo com Jacob Gorender no livro "Combate nas Trevas - A Esquerda Brasileira: Das Ilusões Perdidas à Luta Armada", sem o exercício do poder coercitivo não existiria o Estado burguês. O golpe direitista de 1964 arrancou os véus que disfarçavam a violência do Estado burguês no Brasil”. Descobrir assim os limites democráticos da sociedade atual através do olhar voltado pro passado, tudo isso sem necessariamente trazer respostas, mas até perguntar profundamente ao espectador/leitor da obra se é possível a caminhada humana na Terra sem a existência de utopias transformadoras parece ser fundamental numa sociedade cada vez mais normativa e mercadológica. 

As “transgressões” da juventude de 68, são, talvez, a primeira busca de resposta mais clara a essas questões dentro da modernidade e da contemporaneidade. Revisitá-las, ressignificando-as, sem um forçoso olhar maniqueísta para os fatos, ainda que esses nos levem às mais altas transgressões aos mais básicos direitos humanos no caso das torturas, poderá nos levar a entender como se dá a interação social da nossa juventude atual. Hoje em dia, tem-se um contingente assustador de pessoas anestesiadas de um lado e de rebeldes sem causa do outro, tornando necessário analisar os processos históricos como mais profundos do que se pensa. Talvez a ditadura tenha deixado heranças políticas e sociais maiores dentro do cenário atual do que pode imaginar nossa vã filosofia.

Assim, o estudo e a colocação da história na dramaturgia analisando todos os pontos de vista dos envolvidos no conflito, aliado à fruição estética da obra em si, pode ser um importante instrumento para pensarmos o sistema político, educacional e cultural do país livre das estruturas que se arraigaram a estes. Em outras palavras, mais do que eleições diretas e liberdade de expressão, a revisão dos fatos nos mostra que a democracia é um processo de atualização e de constante revogação dos modos de funcionamento do passado.

Alguns exemplos que sempre devem ser transformados e que possivelmente tem a sua estruturação influenciada pelo período militar: uma polícia que não oprima e sim proteja o cidadão, alianças políticas não pautadas em governabilidade somente, a busca de sistemas educacionais preocupados em formar cidadãos pensantes e não somente mão de obra para o mercado de trabalho.

Dora, mulher, militante, realmente preocupada em fazer diferença no quadro político e social, ao ter sua vida massacrada pelo exílio e pela tortura, nos faz ver que ter o pensamento voltado para o ser humano no mundo de hoje, pode ser um ato de extrema ingenuidade. Mas talvez seja o único necessário.

Todo ser humano tem várias características e exerce diversos papéis. Um político ou um artista, por exemplo, tem uma espécie de personalidade como homem público que pode muitas vezes ser diferente da personalidade que este mesmo homem tem com sua família, que, por sua vez, pode ser diferente ainda de quando ele está com os amigos e, assim por diante.

As pessoas que lutaram contra o Regime Militar e entraram para a clandestinidade, muitas vezes, ou, na maioria das vezes, abriram mão de suas vidas e passaram a adotar outras identidades para sobreviverem fora do sistema que combatiam, já que a ausência de nomes reais protegia não só a pessoa, mas a organização da qual faziam parte como um todo.  Essas pessoas literalmente quase que tinham uma versão delas mesmas como guerrilheiras. Mais do que uma personalidade ou um papel, era quase como se vivessem outra vida além da vida civil a qual estavam acostumadas.

Ainda por cima, psicologicamente, mesmo que aos olhos do mundo cada um tenha uma só personalidade, internamente, têm-se várias forças se manifestando, como se fossem diferentes pessoas dentro da mesma pessoa para formar aquela personalidade. Cada linha psicológica explica isso com seus termos e teorias. Uma pessoa numa crise de depressão, por sua vez, tem uma espécie de núcleo interno desses que age sobre sua personalidade contaminando de certa forma outros traços saudáveis do mesmo indivíduo. 

Mais do que afirmar conceitos psicológicos ou sociológicos sobre o modo de agir do homem moderno, essas percepções acima que podem ou não serem abalizadas cientificamente ou contestadas são o ponto de partida do argumento de "(A)DOR(A)". Assim, Maria Auxiliadora Lara Barcellos, a Dora, aparece em cena no conjunto de três atrizes que, juntas, formam a personagem Dora como um todo. (Dora) Maria é a pessoa física de Dora. 

Mais precisamente a mulher. A mulher que sente, ama e tem a apreensão do mundo ligada à sua existência primordial de viver experiências sobretudo afetivas e emocionais. Ela encontra uma primeira subdivisão de si mesma ao entrar em contato com a realidade brasileira e suas misérias. Desse contato, aparece Auxilia (Dora). Essa é a nossa militante guerrilheira que se arrisca pela causa da luta armada e muda de nome. 

Idealista, pretende mudar o mundo. Essa ambição desmedida tudo poderia se não fosse barrada pelo aparato repressor dos militares. Quando presa, entra em contato com os limites da sua força, com sua impotência. Mas mais do que isso, sente na carne a violência do sistema que combatia. A tortura possivelmente deixa sequelas na forma de (Dor)A. Uma espécie de sombra das outras Doras dentro de si mesma, ela vai contaminando a pureza e a beleza que existia das outras duas.

Durante a peça vai se mostrando de forma não linear a história dessa mulher, com o contraponto do próprio diálogo dessas personalidades diferentes de si mesma, até que a dor da tortura e privação trazidas por (Dor)A chegam a tal grau na encenação que elas fazem com que Dora se atire no metrô de Berlim em 1º de junho de 1976. A ideia é que as cenas de tortura entrem como rompantes invadindo o fluxo da narrativa, até que elas adquiram tal proporção que inviabilizem a continuidade da história. Não se trata de descobrir causas para tal ato, nem de julgar, mas de entender que essa alternativa poderia ser possível dentro do contexto vivido por essa mulher.

Nas palavras de Fernando Gabeira no livro "O que é Isso, Companheiro?" sobre o seu companheiro de prisão, Frei Tito de Alencar, que também se suicidou : “Uma civilização que tratava dessa forma seus prisioneiros de guerra precisaria ser repensada de alto a baixo. Também eu era um produto dessa civilização. O inimigo num certo sentido, dava a dimensão de minha estatura. Se ele estava afundado na pré-história, não era possível que eu tivesse os dois pés plantados na história; ainda mais eu que não acredito numa divisão assim tão cristalina entre bem e mal. Nunca mais poderia pensar em ser brasileiro, sem levar em conta essa realidade. (...) todos nós, inocentes ou não, ficamos horrorizados com o Brasil e com o ser humano. Creio que começava a entender a tentativa de suicídio de Frei Tito de Alencar... Mas não estou autorizado a especular sobre a tentativa de suicídio de ninguém. Apenas digo: compreendi a possibilidade de suicídio.”


Sinopse
Três mulheres acham dentro de si um passado que preferiam ter esquecido. O vivido no Período de Ditadura Militar no Brasil. Essas mulheres são três facetas da mesma mulher. A partir daí, a narrativa cênica começa a contar a história de Dora. (Dora) Maria, Auxilia (Dora) e (Dor) A compõem essa mulher dilacerada em mil pedaços. Memórias a partir do ponto de vista de cada uma dessas personas começam a vir à tona num jogo de metalinguagem, que aproximam e distanciam o espectador de acordo com a crueza dessa história inspirada na vida de Maria Auxiliadora Lara Barcellos.

Sem a obrigatoriedade de ser linear vão sendo mostradas ao público passagens da vida de Dora. A infância viajando com a família. A adolescência ajudando seus avós a organizar uma escolinha num bairro pobre.  Os estudos de Medicina na UFMG, e a entrada na militância ao trabalhar num hospital precário. A vida na militância. O romance com Antônio Espinosa. A prisão. A tortura. A vida no Chile. O exílio na Europa. O suicídio.

Durante a cena, uma ou mais Doras vivem a mesma situação, ou contracenam entre si vivenciando outras personagens da memória. Na cena com Espinosa, por exemplo, em que ela, como militante se vê com a função de morar na mesma casa com ele, fingindo serem um casal, o romance com ele se dá num plano, ao mesmo tempo em que em outro plano a (Dora) Maria conversa com a Axilia(Dora) sobre a dicotomia da situação. A guerrilheira conversa com a mulher sobre levar o romance adiante ou não. (Dor)A vai entremeando as cenas, aparentemente distantes dos momentos de tortura, com relatos cruéis sobre o vivenciado por ela na prisão. 

Ficha técnica
Livremente inspirada na vida de Maria Auxiliadora Lara Barcellos e na idealização de Henrique Stroeter
Texto e direção: Pedro Guilherme
Elenco:
Ana Tardivo, Flavia Couto, Pedro Guilherme, Thiago Andreuccetti, Sofia Botelho
Figurino: Maria D’Cajas
Cenário: Pedro Guilherme
Cenotécnico: Mateus Fiorentino Nanci
Trilha sonora: Barbara Frazão
Iluminação: Vinícius Andrade
Edição de vídeos: Gabriela Bernd
Operação de vídeo: Júnior Docini
Fotografia: Bob Sousa
Arte gráfica: Flavia Couto
Assessoria de imprensa: Pombo Correio
Produção: Pedro Guilherme
Idealização inicial: Henrique Stroeter
Realização: Cia. Provisório-Definitivo

Serviço:
Estreia:
dia 15 de novembro, terça-feira, às 21h
Temporada: de 15 de novembro a 06 de dezembro de 2022
Horário: terças, às 21h
Local: Teatro Itália Bandeirantes – Avenida Ipiranga, 344 – República, São Paulo
Horário da blheteria: quarta a sábado, das 16h às 20h, aos domingos, das 16h às 19h
Lotação: 276 lugares
Ingressos: R$ 40 e R$ 20

.: Entrevista: Fátima Bernardes reinventa carreira no "The Voice Brasil"

Com nova apresentadora, 11ª temporada do reality musical estreia nesta terça-feira, dia 15 de novembro. Foto: Globo/João Cotta

Pela primeira vez em dez anos, o "The Voice Brasil" passa a ser conduzido por uma mulher. A nova apresentadora do reality show é ninguém menos que Fátima Bernardes. Começando um novo ciclo de história na TV, Fátima, que já era fã do programa, poderá ser vista no palco da atração musical a partir desta terça-feira, dia 15 de novembro.

“Eu acho que é uma mistura, porque o que me encanta é o artista que está ali no palco, e a história por trás dele. Por que só agora? Ou por que tão já? Uns chegam com 17, 18 anos; outros chegam com 40; e a paixão de todos eles pela música. Isso nos toca como artistas e como pessoas – acho que tem um crescimento dos dois lados, pessoal e profissional”, revela Fátima depois das primeiras experiências no programa. A seguir, Fátima Bernardes conta mais detalhes sobre sua chegada ao "The Voice Brasil".

Você já comentou que a sua vida é feita de ciclos de dez anos, e a sua chegada ao "The Voice"inaugura uma dessas etapas. O que poderia dizer a respeito?
Fátima Bernardes - Eu achei muita sintonia o "Encontro" ter estreado no mesmo ano do "The Voice"; os dois são de 2012. E estar em um período de renovação que, para mim, era super importante, e para o "The Voice", também. É momento de iniciar uma nova década. E é impressionante como o programa, mesmo depois de dez edições, tem frescor, continuamos vendo muita gente talentosa chegando. Isso impressiona muito, porque a gente imagina que todo mundo que canta bem nesse país já se inscreveu. Mas sempre tem muita gente maravilhosa inscrita, e com histórias incríveis.

É isso que mais te encanta no programa?
Fátima Bernardes - Eu acho que é uma mistura, porque o que me encanta é o artista que está ali no palco, e a história por trás dele. Por que só agora? Ou por que tão já? Uns chegam com 17, 18 anos, outros chegam com 40; e a paixão de todos eles pela música. Isso nos toca como artistas e como pessoas – acho que tem um crescimento dos dois lados, pessoal e profissional.

 
O "The Voice Brasil" já tem dez anos e está em sua décima primeira edição, se renovando a cada temporada. O que você acha que o programa pode trazer de novo desta vez?
Fátima Bernardes - A novidade que há no programa é que esta é a primeira vez que ele será apresentado por uma mulher - estou muito feliz com isso. Também tem a chegada da Gaby Amarantos e da Thais Fersoza, isso tudo ajuda a mexer com a dinâmica. É claro que cada um que faz o programa imprime a sua personalidade, o seu jeito; aos poucos, creio que cada vez mais ele será o "The Voice" apresentado por mim. Eu fico muito feliz de estar num projeto em que tudo funciona muito bem, que dá tudo muito certo. O que tem de melhor é a qualidade do trabalho das pessoas que estarão naquele palco. Com a minha chegada, a chegada da Gaby e da Thais, acredito que teremos uma nova dinâmica entre os que já estavam e nós.

Você já era fã do "The Voice" antes de se tornar apresentadora da atração. Como é ocupar esses dois lugares diferentes?
Fátima Bernardes - Eu tinha o interesse profissional, porque recebia os vencedores no "Encontro", e o programa me pegou logo de cara, desde a primeira edição. Eu gostava de assistir, comentava no Twitter... E a gente chora em casa e chora aqui também, é impressionante. Eu nem gosto de colocar máscara (de cílios) à prova d’água, mas a gente optou, porque eu vi que iria me emocionar algumas vezes. Rolou essa emoção, e é muito bacana sentir isso.   

Tem alguma curiosidade que você possa contar dos primeiros dias de gravação?
Fátima Bernardes - A primeira é que eu fui muito bem recebida, fiquei muito feliz; todos me visitaram diversas vezes no "Encontro", então foi um reencontro com essas pessoas. Estou muito emocionada e acho que será muito bonito de ver.

 
"The Voice Brasil" tem direção artística de Creso Eduardo Macedo, e apresentação de Fátima Bernardes, com Thais Fersoza nos bastidores. A produção é de Valesca Campos, e a direção de gênero é de Boninho. O reality show irá ao ar às terças e quintas após a novela "Travessia".

.: Mariana Ferrão revela experiências profundas no livro "Estar Bem Aqui"


Sem filtros, Mariana Ferrão revela experiências profundas e compartilha no livro "Estar Bem Aqui" lançado pela editora Planeta, os caminhos que criou para lidar com as transformações que escolheu e com as que foram  impostas pela vida. Na obra, a jornalista especialista em bem-estar e saúde e fundadora da Soul.Me revisita vivências e conduz leitoras e leitores a uma jornada de autoconhecimento. Mariana expõe medos, fracassos e alegrias e lança perguntas inquietantes fazendo um convite para que cada um de nós revisite as próprias memórias.

O resultado é um livro que faz com que quem lê também acabe contando para si um pouco da própria história, enquanto conhece detalhes da história de Mariana. Duas biografias vão se cruzando ao longo da leitura, criando um encontro improvável entre duas vidas diferentes, a de quem lê e a da autora. A autora enfrentou momentos de depressão, luto e divórcio.

Na obra "Estar Bem Aqui", a jornalista faz revelações cruas e corajosas, admitindo que já teve pensamentos suicidas e abordando os problemas com os quais teve de lidar nos bastidores das emissoras onde trabalhou. A partir das próprias vivências, a jornalista se propõe exercícios e reflexões para inspirar outras pessoas a iniciarem uma jornada de conexão consigo mesmas. “Se ali, numa sala com três pessoas, minhas poucas palavras já tinham ajudado a mudar uma história, quantas outras poderiam ser modificadas? Mesmo que fosse só uma, já valeria a pena", escreve Ferrão.

Em "Estar Bem Aqui", a autora Mariana Ferrão traz um relato vulnerável da própria jornada de autoconhecimento e descreve adversidades que todos enfrentam no decorrer da vida. Com um texto honesto e sensível, a autora cria um espaço de acolhimento e se torna uma acompanhante durante o percurso de transformação daqueles que se propõem a encontrar o próprio caminho por meio da coragem de olhar para dentro, amparados pelos ensinamentos da obra. Você pode comprar o livro "Estar Bem Aqui", de Mariana Ferrão, neste link. 


O que disseram sobre o livro
O filósofo e psicoterapeuta Emanuel Aragão, que assina o prefácio da obra, conta como o livro o tocou: “Nos primeiros quatro dias, não consegui segurar o choro durante a leitura. Nos três dias seguintes, tentei entender a razão do meu choro. Nos últimos três, acho que entendi o que o livro significou para mim (..) O que este livro nos ensina com toda a sinceridade é que é fundamental reconhecer as dores para aprender com elas. As dores, assim como os prazeres (...) e com a exposição dessas dores, senti acolhimento. E é por isso que chorei naqueles primeiros dias.” 

“Estranhamento, entranhamento! Mergulhar-se, às vezes sair de si, desejar o retorno, querer partir sem se partir! Retomar o retorno, abandonar o abandono, recusar o transtorno, ansiar pelo final, procurar o final, desistir do final! Assim, nessas trilhas turbulentas, mas grávidas de alento, Mariana nos conta sobre ela para que possamos saber também sobre nós...” - Mario Sergio Cortella

Sobre a autora
Mariana Ferrão é jornalista especialista em saúde e bem-estar e fundadora da Soul.Me - uma empresa focada em saúde mental e emocional que promove experiências que transformam positivamente pessoas e negócios.  Mariana é professora dos cursos de pós-graduação "Inteligência Espiritual, Carreira e Sentido de Vida" e "Vida saudável, atividade física e bem-estar", da PUC-PR e é formada em yoga pelo método Liquid Sana Vinyasa, da americana Micheline Berry. 

É membro do comitê consultivo do Movimento Mente em Foco, iniciativa realizada no âmbito da estratégia “Ambição 2030” do Pacto Global da ONU no Brasil. Autora da autobiografia “Estar Bem Aqui”, livro que está sendo lançado neste mês de novembro, pela Editora Planeta. Foi repórter e apresentadora de televisão por quase vinte anos na Rede Globo e na Rede Bandeirantes.

.: Tudo sobre "Vai na Fé!", de Rosane Svartman, a próxima novela das sete

Escrita por Rosane Svartman, autora dos êxitos "Totalmente Demais" e "Bom Sucesso", a próxima novela das sete traz uma história contemporânea, repleta de romances, humor e com mensagem de esperança e fé na vida. Produção é protagonizada por Sheron Menezzes. Foto: João Miguel Júnior

“Vai na fé! Vai dar certo!”. E é acreditando nisso que Sol (Sheron Menezzes) levanta todos os dias antes das seis da manhã para trabalhar. Mulher de fé, mãe, guerreira, moradora de Piedade, bairro tradicional da Zona Norte do Rio de Janeiro, vendedora de quentinhas no Centro da cidade. Sol é como milhões de brasileiros que sonham, lutam e correm atrás. Sua trajetória dá o tom do enredo de "Vai na Fé", próxima novela das sete da TV Globo, criada e escrita por Rosane Svartman, com direção artística de Paulo Silvestrini.

 "Temos uma história cheia de conflitos, humor, romance, e que trata de temas contemporâneos que atravessam a vida de todos os personagens: desde os mais jovens aos mais vividos. São dramas que devem entreter, emocionar, fazer a gente torcer e pensar. Nessa novela, temos personagens que acertam e erram, aprendem e erram de novo, mesmo tentando acertar... São personagens humanos, imperfeitos, como nós. E a obra fala da esperança, da fé e de seguir em frente mesmo em meio às adversidades, acreditando num futuro melhor", define a autora Rosane Svartman.

Ao lado de Sol nas batalhas do dia a dia está sua família, formada pela mãe Marlene (Elisa Lucinda), o marido Carlão (Che Moais) e as filhas Duda (Manu Estevão) e Jenifer (Bella Campos), a primeira universitária dessa família multigeracional. Sol canta no coral da igreja desde a infância. Na juventude, sem que os pais soubessem, ela frequentava os bailes funks que marcaram os anos 2000 e era conhecida como a princesa do baile, a gata das gatas! Hoje a família passa por dificuldades financeiras, com Carlão desempregado desde a pandemia. E é nesse momento que o acaso a faz parar nos palcos.

Sol recebe um convite para trabalhar com Lui Lorenzo (José Loreto), um cantor pop e conquistador. Essa reviravolta na vida de Sol faz com que ela reencontre Benjamin (Samuel de Assis), sua paixão na juventude, e Theo (Emilio Dantas), de quem guarda más lembranças. Casado com Clara (Regiane Alves), Théo é um empresário de sucesso que esconde negócios escusos, sem que ninguém desconfie. Ben se casou com Lumiar (Carolina Dieckmann) e juntos construíram uma vida profissional bem-sucedida como advogados criminalistas.

Paulo Silvestrini, diretor artístico da novela, conta que a trama vai apresentar os conflitos de diferentes gerações e camadas socioculturais, dentro da diversidade do Rio de Janeiro. “É uma novela carregada dessa positividade tão característica do povo brasileiro, dessa certeza de que o amanhã será melhor. O ambiente é essa cidade plural e misturada, onde as diferentes gerações, culturas e identidades sociais se confrontam e convivem, adequando expectativas e revendo valores”, conta Paulo Silvestrini.

Com estreia prevista para janeiro, "Vai na Fé", é uma novela criada e escrita por Rosane Svartman e com direção artística de Paulo Silvestrini. A obra é escrita com Mário Viana, Pedro Alvarenga, Renata Corrêa, Renata Sofia e Sabrina Rosa. A produção é de Mariana Pinheiro e a direção de gênero é de José Luiz Villamarim. 

.: Documentário "Colo Vazio": histórias de mulheres que viram bebês partirem


"Colo Vazio"
é um documentário sensível que pretende eternizar a breve vida de bebês para além das marcas que deixaram nas mães. O documentário apresenta seis mulheres que viram seus bebês partirem em diferentes fases da gestação ou após o nascimento. É um registro sensível que cruza histórias e sentimentos destacando a empatia entre as  mães. 

Além das mães, o projeto conta com o depoimento de doulas e psicólogas especialistas em luto parental. Vale destacar que algumas delas também vivenciaram a experiência da perda gestacional. O luto materno é um lugar muito desconhecido e assombrado. Ter o colo vazio é extremamente assustador e não conversa com enxoval de bebê, cicatriz de cesárea, leite teimando em sair do peito, lembrança de um teste de gravidez positivo e toda expectativa de um futuro.

Ao longo do processo de elaboração da perda de seus filhos e filhas, Adriana, Renata, Mina, Fabiana, Estrela e Andressa conheceram o Instituto do Luto Parental e se encontraram nas rodas de apoio ao luto, percebendo que não estavam sozinhas. Esse instituto é uma organização sem fins lucrativos que tem como objetivo a humanização do luto gestacional, perinatal e neonatal para pessoas, famílias e profissionais. Para isso, realiza encontros gratuitos, abertos e on-line

Adriana, idealizadora do projeto, diz: “Eu pensava: Se a Clarice foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida, por que não posso falar dela?”. Assim, o documentário nasce do desejo de abrir espaço para narrar as memórias de bebês de vida breve em uma sociedade pouco disposta a dialogar sobre a morte.

"Colo Vazio" logo foi abraçado por apoiadores incríveis. O documentário traz a voz dessas seis mães que refletem sobre a construção de suas maternidades e o direito de sentir a ausência de suas crianças visto que o luto gestacional, perinatal e neonatal e a identidade das mães de colo vazio tendem a ser invisibilizados. 

Renata é mãe do Luiz que viveu em suas águas por 20 semanas, com seu grande coração batendo forte. Mina, mamãe do Leo que é dono dos seus abraços aqui neste plano e dos anjos amados, Melissa, que nasceu dormindo com 36 semanas de gestação e Max, que a salvou na sua grandeza de 14 semanas. 

Andressa, mãe do Antenor, seu meio quilinho de pura bravura que chegou para ensiná-la a ser uma nova mulher todos os dias. Fabiana, mãe de Noah e Bento ou Pietra e Giulia, Ravi ou Giovanna, Ariel, Hope, Sol e Luna. Embora Fabiana não saiba o sexo de nenhum dos seus bebês, todos foram nomeados para que façam parte da sua árvore genealógica e constelação familiar. 

Estrela Straus, mãe da Alegria. Estrela viveu a dor de se despedir de Alegria com 12 semanas de gestação. Foram 3 meses de alegria imensa com sua amada bebê vivendo dentro dela, por isso o nome da sua filha é Alegria! Adriana Souza, mãe da Clarice que partiu após 15 dias de vida na UTI Neonatal. Adriana chorou a partida de sua filha e aprendeu muito com a breve visita de Clarice. Por isso, escolheu retomar suas atividades movimentando uma onda de amor. Essa onde tem um nome: documentário Colo Vazio. 

Estreia
Dia 
30 de novembro, às 20h – para convidados
Local: Cine Marquise – Av. Paulista, 2073 – Cerqueira César
Após a estreia presencial, o documentário será disponibilizado para todo público no Youtube a partir de 1° de dezembro de 2022.


Ficha técnica
Idealização e direção:
Adriana Souza
Produção executiva: Swan Prado
Mães: Adriana Souza, Fabi Lima, Estrela Straus, Andressa dos Santos, Renata Gibelli  e Mina Isotani.
Psicólogas e doula: Damiana Angrimari, Bruna Martinato, Karin Godoy e Mari Muradas.
Orientação profissional: Instituto do Luto Parental
Assistente de direção: Barbara Dib
Roteiro: Bruno Lima
Direção de fotografia: Fabrício Costa 
Iluminação: Pelé Osvaldo 
Apoio: Velloni Produções Artísticas, Amigos da Arte e Yamani
Criadora de conteúdo para redes sociais: Carolina Ribeiro 
Assessoria de imprensa: Pombo Correio

.: 1ª Exposição Cultural Líbano-Brasileira, dias 19 e 20, na Sielbra

Um pedaço do Líbano desembarca na Avenida Indianópolis. Venha participar e se divertir!

Para celebrar o Dia da Independência do Líbano, comemorado em 22 de novembro, a Sociedade Internacional Líbano-Brasileira (Sielbra), uma sociedade voltada ao aprimoramento profissional e à jornada de atualização constante – promove sua 1ª Exposição Cultural Líbano-Brasileira, uma festa gratuita de dois dias de sabores, música, dança e muita cultura.

Estima-se que cerca de 10 milhões de libaneses e descendentes vivam no Brasil, boa parte deles em São Paulo. A força da imigração árabe, iniciada há 142 anos, se reflete pelas ruas da cidade, com a oferta de comida típica, dança exótica, café diferente, trajes exuberantes, uma língua incompreensível para muitos que refletem um mundo rico culturalmente e milenar. Um pedaço do Líbano quase à parte, mas que existe e resiste aqui.

Na programação, 12 encontros com profissionais das mais diversas áreas e do mundo árabe, além de bazar com roupas típicas e islâmicas, sapatos, tapetes, perfumes, itens religiosos e cutelaria. E, ainda, tendas de comidas típicas, lanches árabes, falafel, doces, a gastronomia árabe, lançamento de livros, encontro com autores e a presença das editoras Bismillah, Memo – Monitor do Oriente e O Artífice. Haverá a participação do conhecido cantor libanês Shaker Akiki ao longo do evento e a apresentação do famoso dançarino Mohamad El Jamal, no domingo, 20/11, às 14h.


Programação:
Sábado, 19 de novembro, das 10h às 19h
10h –
Alimentação do futuro: insetos comestíveis com Casé Oliveira (biogastrólogo, pres. da Asbracia)
11h – Como publicar um livro com Solange Sólon Borges (Publisher da editora O Artífice e Mestra em Estudos Culturais/USP Leste)
12h – A causa palestina na mídia brasileira com Ahmad El Zoobi (diretor do Monitor do Oriente-Brasil)
14h – Ecos da diversidade com sustentabilidade: valores para a empresa com Rose Campos (jornalista e apresentadora da Ecos do Meio)
15h – Potencial do mercado Halal com Omar Chahine (biomédico e da Consultoria Halal do Brasil)
16h – Níveis de consciência na espiritualidade islâmica com o sheik Ragip Barros Al-Jerrahi (dirigente da Ordem Sufi Halveti Jerrahi no Brasil)
17h – Inclusão da pessoa com deficiência física no mercado com Eliana Conquista (psicóloga clínica)
18h – Educação emocional com Mariana Arantes (Doutora da UFPE e diretora do Portal Educação Emocional)


Domingo, 20 de novembro, das 10h às 19h
10h –
Alimentação saudável: vegetarianismo, veganismo e crudivorismo com Davison Borges (pesquisador sobre alimentação e engenheiro)
11h – Conciliação, mediação e cultura de paz com Vânia Mara (bacharel em Direito)
12h – A língua árabe com Najah Hussein (professora de árabe)
13h – Redação eficiente com Solange Sólon Borges (Publisher da editora O Artífice e Mestra em Estudos Culturais/USP Leste).

segunda-feira, 14 de novembro de 2022

.: Mostra "Utopia Brasileira" comemora os cem anos de Darcy Ribeiro

Para celebrar Darcy Ribeiro no ano de seu centenário, o Sesc 24 de Maio abre, no próximo dia 17 de novembro, uma grande exposição sobre o legado do intelectual mineiro, com curadoria de Isa Grinspum Ferraz. Darcy será revisitado a partir de quatro eixos de atuação: o antropólogo, o político, o escritor e o educador. Dentre os componentes da exposição, está uma instalação sonora com duas composições recentes de Tom Zé que dialogam com a obra de Darcy. Na imagem, um Retrato de Darcy Ribeiro, 1995 (Foto: Bob Wolfenson / Fundação Darcy Ribeiro) 


Pioneiro, visionário e atuante em um projeto de nação. Assim era Darcy Ribeiro, um importante personagem da história do país que deixou contribuições em diversas áreas de conhecimento. Para celebrar seu centenário e evocar a atualidade de seu pensamento, o Sesc 24 de Maio recebe a exposição "Utopia Brasileira - Darcy Ribeiro 100 Anos" a partir do dia 17 de novembro. 

Com curadoria de Isa Grinspum Ferraz, colaboradora de Darcy Ribeiro por mais de dez anos, a mostra propõe um diálogo entre uma coleção de objetos e documentos originais da coleção do homenageado, obras de arte contemporânea, fotos e aparatos multimídia, com vídeos diversos e uma grande instalação audiovisual. A exposição integra a ação em rede “Diversos 22: Projetos, Memórias, Conexões”, desenvolvida pelo Sesc São Paulo no contexto do centenário da Semana de Arte Moderna e do bicentenário da independência do país.

No vão central do Sesc 24 de Maio, área com pé direito mais alto, os visitantes adentram uma experiência audiovisual imersiva, projetada em 360 graus, que apresenta o kuarup realizado em homenagem a Darcy Ribeiro em 2012, na reserva indígena do Xingu. Já no perímetro do espaço expositivo, a potência da sua reflexão e de sua obra será apresentada a partir de quatro facetas que traduzem o seu legado: o antropólogo, o educador, o político e o ensaísta e pensador do Brasil. Esses núcleos serão compostos de vídeos, plumárias indígenas coletadas por Darcy, fotografias, objetos, documentos, obras literárias, cartas originais inéditas e linha do tempo.

Em um momento de grande fragilidade social, o pensamento de Darcy Ribeiro se mostra valioso. Por isso, a curadora Isa Grinspum destaca que a contemporaneidade do estudioso é um aspecto importante para a mostra: “Mais do que uma homenagem aos cem anos do Darcy, mais do que algo memorialístico, eu quis trazer a potência e a atualidade de muitas das coisas que ele falou, sobretudo se pensarmos no que estamos vivendo hoje no Brasil. Para mim, ele não está morto. Não é a celebração de um pensador do século XX. Darcy Ribeiro é extremamente atual, e essa é uma exposição sobre o Brasil”

Além da curadoria principal, Utopia brasileira contou com a contribuição do curador assistente Marcelo Macca, do cineasta Eryk Rocha e dos consultores José Miguel Wisnik e Mércio Gomes. O projeto expográfico é de Marcelo Ferraz. A identidade visual, trabalhada a partir do conceito de constelação, explora imagens de intelectuais e artistas que influenciaram a trajetória de Darcy Ribeiro e é assinada por Gustavo Piqueira.

Reconhecido como homem de pensamento e ação, Darcy se destacou na defesa pelos povos indígenas do Xingu; na militância a favor da educação pública e de qualidade, criando universidades inovadoras, como a UNB; foi escritor de romances e ensaios de antropologia e sociologia, entre os quais se destaca O povo brasileiro (1995), e de romances, como Maíra (1976), além de atuar em várias frentes políticas. 


Kuarup multimídia
A instalação audiovisual que promove uma imersão no kuarup de Darcy Ribeiro - cerimônia fúnebre póstuma ocorrida no território indígena do Xingu em 2012 - é um dos destaques da exposição "Utopia Brasileira". O kuarup é um ritual em homenagem aos mortos ilustres organizado por diversos povos indígenas do Alto Xingu em uma celebração de importante função socializante e pacificadora, que culmina em festejos, danças e um torneio de luta entre guerreiros. 

No caso de Darcy Ribeiro, essa celebração simbolizou mais um gesto de reconhecimento da parte dos povos originários em relação à contribuição e ao envolvimento do antropólogo na causa indígena. Na ocasião, o ritual foi documentado em vídeo. O material bruto de registro foi trabalhado pelo cineasta Eryk Rocha, que concebeu a montagem apresentada na exposição.

Além dessa grande oca circular, com projeção do chão ao teto, e dos setores que apresentam as variadas atuações de Darcy, há ainda diálogos artísticos estabelecidos por meio da presença de algumas obras. Duas canções de Tom Zé, desenvolvidas para a peça Língua brasileira, de Felipe Hirsch, e muito conectadas com o pensamento do antropólogo, serão apresentadas em um nicho. Estarão expostas ainda obras de Regina Silveira, Anna Bella Geiger, Bob Wolfenson e do recém-falecido Emanoel Araújo.


Educativo e acessibilidade
Como parte do compromisso do Sesc São Paulo com a educação e a acessibilidade, Utopia Brasileira – Darcy Ribeiro 100 anos chega com um programa composto de atividades que visam promover a mediação cultural e potencializar a experiência do público com os temas presentes na exposição.

A ação educativa prevê a realização de visitas agendadas para grupos; visitas para públicos espontâneos aos finais de semana; programações educativas; material educativo voltado para profissionais da área de educação, saúde e assistência social; e materiais acessíveis dispostos na exposição para utilização autônoma. Coordenada por Marcio Farias, a equipe é composta por profissionais da área de mediação com formações em Artes Visuais, Artes Cênicas, Ciências Sociais, História, Letras e Pedagogia.

A exposição conta com os seguintes recursos de acessibilidade: mobiliário acessível; audioguia geral e audiodescrição de objetos táteis; videoguia em Libras com Legendagem para Surdos e Ensurdecidos (LSE) e vibroblaster para obras sonoras; réplica, maquete e mapa táteis; piso podotátil e impressão dos textos em dupla leitura (português ampliado e Braile). Há também textos traduzidos para os idiomas: espanhol, francês e inglês. O Sesc 24 de Maio é acessível a cadeiras de rodas por rampas e elevadores. 


Sobre Darcy Ribeiro
Darcy Ribeiro nasceu em Montes Claros, Minas Gerais, em 26 de outubro de 1922. Em 1939, mudou-se para Belo Horizonte e ingressou na Faculdade de Medicina. Adiante, em 1942, abandonou o curso de Medicina e se mudou para São Paulo, onde passou a cursar Ciências Sociais na USP. O intelectual se formou em Antropologia pela Escola Livre de Sociologia e Política de São Paulo em 1946. 

No ano seguinte, iniciou seu trabalho como etnólogo no Serviço de Proteção ao Índio (SPI). Sua colaboração na instituição seguiu até 1956, atuando junto ao Marechal Rondon com indígenas do Pantanal, do Brasil Central e da Amazônia. Foi nesse intervalo que começou a planejar o Museu do Índio, inaugurado em 1953. O museu, localizado no Rio de Janeiro, é reconhecido pela Unesco como o primeiro no mundo a difundir a cultura indígena de forma a combater o preconceito. 

Entre 1955 e 1956, o pioneiro Darcy Ribeiro atuou como professor de etnologia da Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil, no Rio de Janeiro. Na sequência, em 1957, foi nomeado por Anísio Teixeira diretor da Divisão de Estudos Sociais do Centro Brasileiro de Pesquisas Educacionais, órgão do Inep. O trabalho do antropólogo no âmbito das instituições públicas continuaria até o fim de sua vida. Ainda em 1959, Darcy foi encarregado pelo presidente Juscelino Kubitschek de planejar a Universidade de Brasília, onde exerceu a função de primeiro Reitor em 1961.

Passou então, em 1962, ao cargo de Ministro da Educação do Gabinete parlamentarista presidido por Hermes Lima na gestão do Presidente João Goulart; e, em 1963, foi nomeado Chefe do Gabinete Civil da Presidência da República de Jango. Após o golpe militar, no ano seguinte, Darcy Ribeiro se exilou no Uruguai e teve os direitos políticos cassados pelo AI-1. Seus gestos de contribuição social e institucional, nesse momento, se estenderam a outros países da América Latina. No Uruguai, atuou como professor da Universidad de la Republica e participou da reforma e da fundação de universidades locais. 

Após ter sido absolvido pelo STF das condenações militares que pesavam sobre ele, em 1968, Darcy regressou ao Brasil, porém acabou sendo preso e indiciado em processo por infração à Lei de Segurança Nacional após a edição do AI-5 em 13 de dezembro. Desse modo, partiu novamente para o exílio em 1969. Foi convidado pelo presidente Salvador Allende para assessorá-lo, em 1971, e atuou como professor da Universidad de Chile. Mudou-se para o Peru em 1972, onde trabalhou de assistente do presidente Juan Velasco Alvarado na organização do Centro de Participação Social, patrocinado pela Organização das Nações Unidas (ONU). Também elaborou estudos para universidades do México e da Costa Rica.

O reconhecimento mundial da contribuição de Darcy Ribeiro é contínuo, permanente. Em 1978, foi laureado doutor honoris causa na Sorbonne, França. Posteriormente, já em 1979, foi anistiado, retornou ao Brasil e tornou-se professor titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro. No contexto da redemocratização, elegeu-se vice-governador do Estado do Rio de Janeiro na chapa de Leonel Brizola (PDT). Entre 1983 e 1986, como vice-governador, respondeu pela Secretaria de Ciência e Cultura e coordena o Projeto Especial de Educação, responsável pelo programa das escolas de horário integral – os Cieps. Além disso, inaugurou em sua gestão o Sambódromo.

Mais tarde, em 1990, Darcy Ribeiro se elegeu Senador pelo PDT do Rio de Janeiro. No entanto, licenciou-se em 1991 para assumir a Secretaria Extraordinária de Programas Especiais do Estado do Rio de Janeiro, no governo Leonel Brizola. Durante essa década, deu prosseguimento aos seus feitos intelectuais e políticos em diversas ações, como a fundação da Universidade Estadual do Norte Fluminense (1994), a relatoria do Projeto da Lei de Diretrizes Bases da Educação (1995) e a idealização da Universidade Aberta do Brasil e da Escola Normal Superior (1996).

Ingressou na Academia Brasileira de Letras em 1992, autor de diversas publicações como Uirá sai à procura de Deus (1957), obra de ficção baseada na vida indígena, La universidad necessaria (1967), Configurações histórico-culturais dos povos americanos (1962), UnB: invenção e descaminho (1978), Nossa escola é uma calamidade (1984) e O povo brasileiro (1995). Darcy morreu em Brasília no dia 17 de fevereiro de 1997. Seu corpo foi sepultado no Mausoléu da Academia Brasileira de Letras, no cemitério de São João Batista, no Rio de Janeiro.


Sobre o projeto Diversos 22 
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Diversos 22 - Projetos, Memórias, Conexões" é uma ação em rede do Sesc São Paulo, em celebração ao Centenário da Semana de Arte Moderna de 1922 e ao Bicentenário da Independência do Brasil em 1822, com atividades artísticas e socioeducativas, programações virtuais e presenciais em unidades na capital, interior e litoral do estado de São Paulo, com o objetivo de marcar um arco temporal que evoca celebrações e reflexões de naturezas diferentes, mas integradas e em diálogo, acerca dos projetos, memórias e conexões relativos à efeméride, no sentido de discuti-los, aprofundá-los e ressignificá-los, em face dos desafios apresentados no tempo presente. A programação teve início em setembro de 2021, com a realização do Seminário Diversos 22: levantes modernistas, e encerra-se em dezembro de 2022. Para mais informações: diversos22.sescsp.org.br.


Sobre o Sesc São Paulo 
Com 76 anos de atuação, o Sesc - Serviço Social do Comércio - conta com uma rede de 45 unidades operacionais no estado de São Paulo e desenvolve ações com o objetivo de promover bem-estar e qualidade de vida aos trabalhadores do comércio, serviços, turismo e para toda a sociedade. Mantido pelos empresários do setor, o Sesc é uma entidade privada que atua nas dimensões físico-esportiva, meio ambiente, saúde, odontologia, turismo social, artes, alimentação e segurança alimentar, inclusão, diversidade e cidadania.

As iniciativas da instituição partem das perspectivas cultural e educativa voltadas para todas as faixas etárias, com o objetivo de contribuir para experiências mais duradouras e significativas. São atendidas nas unidades do estado de São Paulo até 30 milhões de pessoas por ano. Hoje, aproximadamente 50 organizações nacionais e internacionais do campo das artes, esportes, cultura, saúde, meio ambiente, turismo, serviço social e direitos humanos contam com representantes do Sesc São Paulo em suas instâncias consultivas e deliberativas. Saiba mais em sescsp.org.br/sobreosesc.  


Serviço
"Utopia Brasileira - Darcy Ribeiro 100 Anos"
Local:
Sesc 24 de Maio
Abertura: 17 de novembro, às 19h
Período expositivo: 18 de novembro de 2022 até 25 de junho de 2023
Horário de funcionamento: terça a sábado, das 9h às 21h; domingos e feriados, das 9h às 18h
Acessibilidade: mobiliário acessível; audioguia geral e audiodescrição de objetos táteis; videoguia em Libras com Legendagem para Surdos e Ensurdecidos (LSE) e vibroblaster para obras sonoras; réplica, maquete e mapa táteis; piso podotátil e impressão dos textos em dupla leitura (português ampliado e Braile)
Classificação: livre| Entrada gratuita
Não tem estacionamento

Sesc 24 de Maio
Endereço:
Rua 24 de Maio, 109
República - São Paulo (SP)
Telefone: (11) 3350-6300
sescsp.org.br/24demaio

Transporte Público
Metrô República (350m) 


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