quarta-feira, 1 de abril de 2009

.: Entrevista Marian Keyes, escritora irlandesa e mundialmente famosa

"Não me preocupo em ser famosa, o melhor de tudo é ter contato com as pessoas ao redor do mundo". -  Marian Keyes

Por: Mary Ellen Farias dos Santos
Colaboração: Helder Miranda

Em abril de 2009


Ela é um fenômeno na lista dos mais vendidos e seus livros sempre estão em destaque nas livrarias. Confira a entrevista EXCLUSIVA com a escritora Marian Keyes!



Já não é novidade que a escritora irlandesa Marian Keyes deu a volta por cima ao lutar contra o vício do alcoolismo. Ela, que atualmente, tem seu lugar garantido no meio literário e grande destaque nas prateleiras das livrarias, conversou com a equipe do Resenhando.com e falou sobre suas alegrias, suas personagens e como é ser uma escritora irlandesa, país com uma história cheia de tradições.

HISTÓRIA: Marian Keyes, a mundialmente famosa autora de Melancia, Casório?!, Férias!, É Agora ou Nunca, Sushi, Los Angeles e o novíssimo Um Bestseller pra Chamar de Meu, nasceu em Limerick, na Irlanda, em 1963. Após ter problemas com álcool e tentar suicidar-se, entrou para a reabilitação. Após vencer o vício, começou a escrever contos. Hoje, com livros publicados em 30 idiomas, Marian mora em Dublin com o marido, Tony. 

Graduada em Direito, sem exercer a profissão, a autora de bestsellers, mergulha no universo feminino e retrata seus detalhes com muito humor e leveza. Perfis realistas que podem ser reconhecidos em Jojo, Lily e Gemma de Um Bestseller pra Chamar de Meu.
Neste, Gemma é apresentada por um e-mail que escreve para Susan:

"PARA: Susan_inseatlle@yahoo.com
DE: Gemma 343@hotmail.com
ASSUNTO: papai fujão

Susan, você pediu novidades. Pois bem, eu lhe trago novidades. Apesar de achar que você vai se arrepender de ter pedido. Parece que meu pai abandonou a minha mãe. Não tenho certeza de o quanto isso é sério. Mando mais notícias assim que as tiver, e quando as tiver.

Gemma xxx

Assim que atendi a ligação, achei que ele tinha morrido. Por duas razões. Primeira: participei de um número preocupante de funerais, nos últimos tempos - amigos dos meus pais e, o que é pior, pais dos meus amigos. Segunda: mamãe ligou para o meu celular; foi a primeira vez que ela fez isso em toda a minha vida, pois ela sempre acreditou piamente que só se pode ligar para um celular de outro celular, como se fossem aparelhos de radioamador, ou algo do tipo. Portanto, quando coloquei o telefone no ouvido e ouvi a voz embargada de mamãe dizendo "Ele se foi!", quem pode me culpar por eu achar que papai tinha batido as botas e agora seríamos apenas nós duas, eu e mamãe?". 

Simplesmente imperdível! Seja a leitura do livro ou da entrevista EXCLUSIVA. Confira!



RESENHANDO – Quando começou a escrever? Quando e como aconteceu?
MARIAN KEYES – Eu não escrevia até os meus trinta anos e eu não tinha idéia de que escrever era algo que eu gostaria de fazer. Minhas bases não estavam na escrita. Vim de uma casa onde muitas histórias eram contadas e era agradável faz isso no tempo livre. Tudo foi focado na publicação e baseou-se em conseguir um bom trabalho. Então, em uma tarde, logo após o meu trigésimo aniversário, em um raro dia de trabalho, li uma pequena história em uma revista. Esta havia vencido algum tipo de prêmio e algo nela falou comigo (foi divertido): 'Você poderia fazer algo assim ".  Então, eu escrevi o meu primeiro conto. Ele foi muito poderoso, até porque eu nunca tinha feito nada com que eu me sentisse útil e me orgulhasse de alguma forma.


RESENHANDO – Depois de tudo, você acha que tudo na sua vida foi importante para torná-la em uma grande e famosa escritora?
MARIAN KEYES – Eu tenho orgulho de ser uma boa escritora. Trabalhei muito duro para fazer de meus livros o melhor que podem ser. Não me preocupo em ser famosa, o melhor de tudo é ter contato com as pessoas ao redor do mundo. 


RESENHANDO – Qual é seu maior obstáculo na hora de escrever? 
MARIAN KEYES – Falta de tempo.


RESENHANDO – O que mais te dá alegria?
MARIAN KEYES – Meus sobrinhos e minhas sobrinhas.


RESENHANDO – Fale um pouco sobre a sua nacionalidade. Como é ser uma escritora irlandesa?
MARIAN KEYES – É magnífico que haja muitas escritoras irlandesas. Nós temos a tradição em contar histórias, com o colonialismo tudo isso foi deixado para nós. Mas os irlandeses ainda formam uma sociedade patriarcal, então temos muito trabalho a fazer. 



RESENHANDO – O que gostava de ler na infância? 
MARIAN KEYES – Enid Blyton


RESENHANDO – Hoje, quais são seus escritores favoritos?
MARIAN KEYES – Kate Atkinson, Sebastian Barry, Alexander McCall Smith, Christopher Brookmyre, Michael Connolly.


RESENHANDO – Você imaginou que "Melancia" seria um grande sucesso? O que pensa sobre este fenômeno de vendas?
MARIAN KEYES – Eu não pensei que (Melancia) seria um grande sucesso. Eu não sabia o que esperar. Eu pensei que as pessoas de fora da minha família não iriam recebê-lo bem e que os britânicos não iriam entendê-lo. No final, o traduzi e o sucesso ao redor do mundo foi surpreendente. Contudo, eu não desisto de meu trabalho até três anos de publicado. 


RESENHANDO – O que você pensa sobre suas personagens? Acredita que elas são heroínas?
MARIAN KEYES – Sim, eu sou muito carinhosa com minhas personagens. E eu acho que elas são heroínas porque elas passam por momentos difíceis, e elas sobrevivem e emergem, fortes e sábias.


RESENHANDO – Atualmente, com tantos livros publicados, conte-nos, qual deles prefere? Por quê?
MARIAN KEYES – Eu não tenho um livro favorito; É como uma mãe tendo que escolher seu filho favorito! Mas eu sempre fico entusiasmada em relação ao que estou trabalhando, então, no momento, “The Brightest Star in the Sky” é meu favorito. Depois, quando ele for publicado, ele será igual aos outros.



RESENHANDO – Caso pudesse escolher, qual talento gostaria de ter?
MARIAN KEYES – Eu gostaria de voar, não só em meus sonhos.


PING-PONG:
Eu amo: Viajar
Eu odeio: Aeroportos
Um livro: "Behind the Scenes at the Museum", de Kate Atkinson
Um(a) escritor(a) : Sarah Waters
Uma mensagem para seus fãs: Olá, espero conhecê-los no Brasil, um dia. 



Obras publicadas no Brasil

2003 - Melancia (Watermelon)
2004 - Férias (Rachel's Holiday)
2004 - Sushi (Sushi for Beginners)
2005 - Casório (Lucy Sullivan is getting married)
2006 - É Agora... ou Nunca (Last Chance Saloon)
2007 - Los Angeles (Los Angeles) 
2008 - Um Best Seller Pra Chamar De Meu (The Other Side Of The Story)


Um pouco sobre Melancia, Férias! e Sushi: 


Melancia - Conta o drama da garçonete Claire, abandonada pelo marido após dar à luz uma menina, logo depois que ele confessa ter um caso com uma vizinha também casada. Com a auto-estima em baixa, 29 anos e a forma física aparentando a de uma melancia, Claire resolve voltar para a casa da família: o pai à beira de um ataque de nervos, a mãe com fobia de cozinha e viciada em telenovelas e duas irmãs. Uma, destruidora de corações; outra, fanática pelo ocultismo. Em meio a muitas lágrimas, depressão e bebedeiras, Claire refaz a vida e se interessa pelo sensível Adam. O problema é que ela acha que Helen - a irmã demolidora de corações - está apaixonada, pela primeira vez, pelo rapaz e não quer magoá-la. Para complicar a situação, James, o marido, volta e acusa Claire de tê-lo induzido a procurar uma amante. Editora: Bertrand Brasil.


Férias! - O enredo gira em torno de Rachel Walsh que perde o emprego, é abandonada pelo namorado, pela amiga, e é obrigada pelo pai a se internar em uma clínica para dependentes químicos na Irlanda. Pensando que se tratar e tirar férias em um spa, com saunas, academias e banheiras de hidromassagem, Rachel se decepciona ao perceber que o lugar não oferece nada do que esperava. Para piorar a situação, ela, disposta a se vingar do ex-namorado - o brega Luke Costello -, se envolve com um dos pacientes da clínica, Chris, que tem um passado duvidoso. Editora: Bertrand Brasil.


Sushi - Mostra uma Marian Keyes que não se prende a satirizar o cotidiano de seus personagens e dá alfinetadas políticas na Irlanda, seu país de origem. A vida de três mulheres é matéria-prima do romance: a editora de revistas Lisa Edwards, a editora assistente da revista Garota, Ashling Kennedy e a dona-de-casa Clodagh. Lisa é uma ambiciosa editora de revista que, por esperar ser transferida para Nova York, fica decepcionada quando é enviada para Dublin. Ashling foi namorada de um humorista, mas sofre de depressão. Clodagh tem a vida que muitas mulheres sonhariam: é casada com um homem bonito, tem dois encantadores e uma casa no melhor bairro da cidade, mas anda insatisfeita. Editora: Bertrand Brasil.
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