terça-feira, 29 de abril de 2025

.: Crítica: "Sobreviventes", de José Barahona, retrata a sede pelo poder

Por: Mary Ellen Farias dos Santos, editora do Resenhando.com

Em abril de 2025


A beira do mar e um horizonte. Um grupo de sobreviventes, brancos e negros, de um naufrágio são levados a uma ilha deserta para começarem a esticar o cabo da tensão pela luta da sobrevivência e saciar a sede de poder. "Sobreviventes", dirigido por José Barahona e co-escrito por José Eduardo Agualusa, retrata a disputa sedenta pelo domínio mesmo quando se está num grupo pequeno.

A produção luso-brasileira ambientada em meados do século 19 que começa numa ilha deserta no Oceano Atlântico, exibe na tela em preto e branco o retrato da sociedade que, por mais que evolua, ao trancos e barrancos, não consegue, de fato, mudar para o bem de todos, uma vez que o objetivo maior é da dominância. Assim, concentra-se nos personagens Gregório (Roberto Bomtempo), Mendes (Miguel Damião), Angelim (Hugo Azevedo) e Inês (Kim Ostras), às vezes, ambíguos, e outras transparentes. 

"Sobreviventes", em cartaz nos cinemas, é um filme que não entrega puro entretenimento, mas lança provocações reflexivas necessárias sobre como as raças se veem e veem as outras, esbarrando nos valores da identidade, memória e justiça. O longa com Miguel Damião, Alex Miranda, Anabela Moreira, Roberto Bomtempo, Paulo Azevedo, Kim Ostrowskij no elenco é o último trabalho de José Barahona, que faleceu em novembro de 2024.



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