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quarta-feira, 1 de agosto de 2018

.: #ResenhandoExplica: O que é gênero textual?


O que é gênero textual? #ResenhandoExplica

Por: 
Mary Ellen Farias dos Santos*


Ao escrever um texto, é preciso ter em mente qual objetivo a ser atingido. Um texto pode emocionar, convencer o outro, despertar medo, curiosidade. Logo, gênero textual é o nome dado às diferentes formas de linguagens utilizadas pelo escritor nos textos formais ou informais. 


Embora sejam muitos os gêneros textuais, as características facilitam a identificação. É por meio de particularidades comuns de linguagem e conteúdo que os textos são classificados, além das estruturas textuais bem definidas. Um único texto pode mesclar mais de um gênero textual, porém será nomeado pelo gênero que prevalecer.


Um bom exemplo é o bilhete, pela estrutura da escrita, ainda que não esteja em um pedaço de papel, seguro por imã, na geladeira, é facilmente classificado como bilhete. 


Entre os gêneros textuais estão:

 Artigo;

 Bilhete;
 Biografia;
 Carta de opinião;
 Conferência;
 Conto;
 Crônica;
✔ Currículo;
 Diário;
 Ensaio;
 Fábula;
✔ Lenda;
 Monografia.
✔ Palestra;
✔ Receita; 
 Regulamento;
 Relato;
 Relatório;
 Reportagem;
 Resenha;
 Resumo;
✔ Seminário;


*Mary Ellen Farias dos Santos é criadora e editora do portal cultural Resenhando.com. É formada em Comunicação Social - Jornalismo, pós-graduada em Literatura e licenciada em Letras pela UniSantos - Universidade Católica de Santos. Twitter: @maryellenfsm

domingo, 22 de julho de 2018

.: 5 brincadeiras da sua infância que desenvolvem o seu filho

O ato de brincar tem um papel fundamental para o crescimento biopsicossocial das crianças. É nesse momento que elas se desenvolvem, exploram características de personalidade, fantasias, medos, desejos, criatividade e elaboram o mundo exterior a partir de seu campo de visão. Para Ana Regina Caminha Braga, psicopedagoga especialista em educação e educação especial, a criança precisa experimentar, ousar, tentar e conviver com as mais diversas situações. Brincar com outras crianças, com adultos, com objetos e com o meio. E para te ajudar nessa tarefa, a especialista separou cinco brincadeiras bem tradicionais que podem ajudar no desenvolvimento dos pequenos.

Stop – Separem canetas e folhas de papel. Agora escolham as categorias, por exemplo, nome, animal, cor e frutas. Façam uma tabela com colunas e coloquem uma categoria em cada uma delas. Todos reunidos é vez de falar “o stop” e cada um coloca a mão com quantos dedos quiser (um, dois, cinco). O número total é a letra do alfabeto da jogada (13 equivale a letra M). Todos escrevem em suas tabelas, o mais rápido possível, palavras que comecem com a letra escolhida e se encaixem naquela categoria. Quem terminar de preencher primeiro diz “stop” e todos param. Feito isso, é só contabilizar 5 pontos para palavras repetidas e 10 pontos para palavras diferentes. Vence quem tiver o maior número de pontos ao final da tabela. Palavra da especialista: Stop é um clássico. Brincando você trabalha a interação e a comunicação. Você ajuda a criança a desenvolver habilidades como raciocínio, memória, agilidade, espírito de competição e liderança.

Amarelinha – Joga, pula, agacha e pega a pedrinha! Tudo isso sem pisar na linha, é claro. Para brincar de amarelinha, desenhe um caminho no chão e divida-o em casas numeradas de 1 a 10. Jogue a pedrinha em ordem numérica, primeiro o 1, depois o 2 e assim por diante – vale lembrar que a criança não pode pisar na casinha que estiver com a pedrinha – ela deve pular, sem pisar nas linhas, até o final do trajeto. Ao chegar, deve retornar, apanhar a pedrinha e recomeçar, dessa vez, atirando a pedra na segunda casa e depois nas seguintes até passar por todas. O participante não pode pisar, perder o equilíbrio ou jogar a pedra na risca nem atirá-la fora da risca. Se isso acontecer, ele volta para o início. Vence quem completar o caminho primeiro. Palavra da especialista: Com a amarelinha, a criança trabalhada a questão de lateralidade, seu equilíbrio, a matemática, a lógica e a compreensão do que deve ser feito.

Passa Anel – Tudo que você vai precisar aqui é de um anel e um espaço para sentar com os pequenos. Para começar o jogo, uma criança fica com o anel, enquanto as outras do grupo se sentam uma ao lado da outra com os braços apoiados no colo e com a palma das mãos unidas. A criança com o anel, deve passa-lo entre a palma das mãos dos amiguinhos. Quando resolve parar, abre as mãos mostrando que estão vazias e pergunta para um dos participantes: "Com quem está o anel?". Se ele acertar, será o próximo a passar. Se errar, quem recebeu o anel é quem passa. Palavra da especialista: Com essa brincadeira as crianças desenvolvem o trabalho em equipe, além do respeito ao próximo, já que ele tem que esperar a resposta e a participação de cada colega.

Bolinha de gude – Para brincar de bolinhas de gude, primeiro, cava-se um buraquinho, conhecido como poça. Ao acertar a bolinha dentro do buraco, o participante ganha o direito de lançar sua bolinha contra as dos adversários. As bolinhas atingidas são conquistadas. Se errar, a vez passa para o próximo. O jogo acaba quando um participante conseguir pegar todas as bolinhas do adversário. Palavra da especialista: Aqui a criança aborda questões de lateralidade já que o objetivo do jogo é acertar as bolinhas no buraquinho cavado, envolve um pouco das habilidades matemáticas para somar ou subtrair as bolas. Conhecer o momento em que ganhou e perdeu no jogo.

Pular elástico – Essa brincadeira é clássica, e vai ficando mais difícil com a altura, que começa nos calcanhares e vai até o pescoço. O ideal é que duas crianças fiquem 2 metros afastadas uma da outra, enquanto a outra se posiciona no centro do elástico para fazer todos os movimentos da cantiga. Pode pular com os dois pés em cima do elástico, com os dois pés fora dele, saltar com um pé só e depois com o outro. Se errar, o participante troca de posição com um dos colegas que estão segurando o elástico, vence que conseguir pular mais alto. Palavra da especialista: Essa brincadeira ajuda os pequenos a trabalhar com os movimentos do corpo, mobilidade e flexibilidade, além de servir como um exercício.

sábado, 21 de julho de 2018

.: Entrevista de emprego em inglês: como se preparar?

Supervisora de três unidades da Wizard separa dicas importantes para mandar bem no próximo teste


No momento da entrevista de emprego em inglês, o nervosismo pode prejudicar o desempenho do candidato no teste e criar um certo bloqueio.
A fim de contribuir nessa etapa importante para quem busca uma colocação no mercado de trabalho, a Supervisora Geral das unidades Vila Carrão, Shopping Aricanduva e Vila Matilde da Wizard, Giovana Morais, separou dicas super importantes para se sair melhor na próxima entrevista de emprego em inglês.
Além das dicas listadas abaixo, Giovana alerta que para “não dar branco”, é necessário estudar em casa e se preparar para os diálogos com o recrutador. É recomendado, ainda, ler a versão em inglês do site da empresa e se familiarizar com as expressões utilizadas na página. “Hoje uma entrevista de emprego em inglês é algo bem amplo, já que  as empresas querem testar o candidato de forma natural, com situações do cotidiano e não mais com frases prontas”, ressalta.

1.Estudar
​Como sabemos da importância dessas entrevistas e desejamos aos nossos alunos muito sucesso profissional, em todas as nossas aulas​, proporcionamos aos alunos um aprendizado de forma que eles aprimorem as suas habilidades para uma excelente conversação e​, na medida ​em que as aulas vão evoluindo, seu domínio do idioma fica cada vez melhor. “Utilizamos os recursos da Wizard como o Wiz.Me e Wiz.manager que auxiliam ainda mais na evolução do idioma”.

2.Filmes e séries
​A​ssistir a filmes e séries em inglês SEM legenda! Sim! Não se deve colocar legenda em português se o candidato deseja aprimorar o inglês, pois essa prática apenas vai retardar o aprendizado e minar a atenção para a língua falada. “Quando assistimos filmes em inglês ou em qualquer outro idioma que não seja o nosso​,​ com a legenda em português, havendo raríssimas exceções, a tendência é olharmos o tempo todo para a legenda, esquecendo-se completamente de voltar nossa atenção para o áudio do filme. É muito importante, para quem deseja adquirir fluência no inglês, ter conhecimento da língua falada.”

3.Músicas:
C​om as músicas, já é um processo diferente em relação aos filmes e séries, pois, para melhor aprender com as canções, o melhor mesmo é ouvi-las seguindo suas respectivas letras. Por que isso é importante? Porque ajuda a adquirir maior vocabulário e, ao mesmo tempo, proporciona familiaridade com as palavras que já conhecemos! Ouvir músicas em inglês com a letra permite que cantemos juntos, melhorando a pronúncia, e percebamos melhor as palavras, conhecendo sua escrita e pronúncia ao mesmo tempo. Muitas vezes, se canta sem a letra e nem percebe-se o que está sendo dito, apenas se deixa levar pela melodia e, quando percebe, passou o dia todo ouvindo música, mas não se lembra da letra.

4. Rádio
O​uvir as rádios das cidades de países que falam a língua inglesa pode ser uma enorme ajuda para quem está aprendendo inglês! Com o rádio, tudo flui de maneira real e espontânea. Assim, na rádio, encontramos o idioma livre de qualquer edição, aquele inglês vivido pelas pessoas que o usam naturalmente todos os dias.

5. A palavra de ordem é:
​D​isposição! Não permita que a preguiça de aprender uma nova língua bata na porta; e se ela bater, não abra! O que todo estudante deve ter em mente é que ele é o maior responsável pelo seu sucesso. Logo, não dá para ficar parado!

Interaja sempre com pessoas que possuem o mesmo interesse pela língua, pois isso o ajudará a não perder a vontade de concluir os planos no aprendizado. Busque, estude, concentre-se e permita que todo seu potencial seja liberado para o aprendizado e fluência na língua!

quarta-feira, 18 de julho de 2018

.: Inglês para viagem: escola de idiomas promove evento


Na próxima sexta-feira, dia 20 de julho, às 19h, a Raise Mentoria Educacional irá promover um evento gratuito para quem está com uma viagem internacional programada, ou sonha em viajar pelo mundo.

A ação irá transportar os participantes para situações como: entrevista de visto, imigração, aeroporto, avião, hotel e restaurante.  São apenas 20 vagas, para participar é preciso fazer a inscrição pelo link: bit.ly/travel-simulation-2018.

Durante as atividades serão reproduzidas situações onde é necessário estar com a resposta na ponta da língua, como em uma entrevista de imigração e check in do hotel. Além de saber pedir a opção certa no restaurante.

A simulação de viagem faz parte do projeto Fun Days, o objetivo das programações é promover o inglês na prática, através de atividades divertidas que fazem parte da rotina dos interessados, proporcionando o aprendizado de uma forma leve e descontraída.  Os encontros serão realizados nos dias 20 e 27 de julho, na Rua Marcílio Dias, 16 – Sala 14, Gonzaga, em Santos.

quinta-feira, 28 de junho de 2018

.: Introdução à Filosofia de Jean-Jacques Rosseau (1712-1778), por Marcio Costa


Por Marcio Costa*, em junho de 2018.

Rousseau foi um dos principais autores do Iluminismo, possuía uma forte influência enciclopédica, das ciências naturais e históricas, definido por Kant como “o Newton da moral”.

Foi um filósofo que viveu a filosofia da forma mais platônica possível, Platão dizia que as crianças deveriam ser educadas pelo Estado, desta forma, Rousseau entregou seus cinco filhos à adoção. Foi perseguido na França, pois suas obras foram consideradas uma afronta aos costumes morais e religiosos. Amante da natureza, morreu próximo a ela. Defensor da liberdade humana, um dos principais autores da Revolução Francesa.

Ele alegava que o homem nascia bom e a propriedade que o corrompia, o inverso do pensamento de Hobbes, o homem é o lobo do homem. 

Ferrenho defensor da “renaturalização do homem”, o homem deve voltar ao seu estado natural. Para Rousseau. o fundador da sociedade civil foi o indivíduo que cercou um terreno e disse: isto é meu, e mais errados foram seus semelhantes que não arrancaram as estacas e disseram: não, isto é nosso, a terra é de todos e seus frutos também. Para ele foi nesse ponto onde iniciaram as mazelas da sociedade, coisas que poderiam ter sido evitadas.

Enquanto os homens se contentaram com as suas cabanas rústicas, enquanto se limitaram a coser suas roupas de peles com espinhos ou arestas de pau, [...], enquanto se aplicaram exclusivamente a obras que um só podia fazer, e a artes que não necessitavam o concurso de muitas mãos, viveram livres, sãos, bons e felizes, [...] Mas, desde o instante que um homem teve necessidade do socorro de outro; desde que perceberam que era útil a um só ter provisões para dois, a igualdade desapareceu, a propriedade se introduziu, o trabalho tornou-se necessário e as vastas florestas se transformaram em campos risonhos que foi preciso regar com o suor dos homens, e nos quais, em breve, se viram germinar a escravidão e a miséria, a crescer com as colheitas. ROUSSEAU. 2002. pág, 33 e 34)

Em seu “Contrato Social” defende a liberdade humana, mesmo entendendo que o homem perdeu a sua liberdade natural em troca da sua liberdade civil. “O homem nasceu livre, e em toda parte se encontra sob ferros. De tal modo acredita-se o senhor dos outros, que não deixa de ser mais escravo que eles” (ROUSSEAU. 2004. pág, 5). Entende que o homem deve retomar a sua liberdade natural e diz ainda que o povo é constrangido a obedecer e obedece. 

Propõe um conjunto de “convenções” para resolver esses problemas, o “Contrato Social”, que nada mais é que uma legislação para defender o direito de todos, já que ele acredita que a partir do momento em que vivemos em sociedade, não somos mais indivíduos, mas sim, cidadãos.

Mas para esse “contrato” ser eficiente, todos devem renunciar aos direitos individuais (privados) a favor de um bem comum (público), e, todos precisam obedecer às leis.

Enfim, cada qual, dando-se a todos, não se dá a ninguém, e, como não existe um associado sobre quem não se adquira o mesmo direito que lhe foi cedido, ganha-se o equivalente de tudo o que se perde e maior força para conservar o que se tem. (ROUSSEAU. 2004. pág, 10)

É um autor controverso, pois sua obra se encaixe no “Socialismo Contemporâneo”, onde prega-se a igualdade para todos, e é um modelo combatido pela sociedade atual, por mais que a desigualdade social seja facilmente identificada em países capitalistas, o modelo Socialista (comunista no senso comum) é visto como o causador das maiores mazelas.

A controvérsia também vem à tona no contexto do seu contrato social, pois se realmente o homem nasce bom, por mais que a propriedade o corrompa, facilmente ele voltaria a seu estado de origem e abriria mão de sua propriedade a outro cidadão. Penso que esse modelo de contrato pode sim levar a um regime absolutista, pois quem possui três imóveis por exemplo, não abrirá mão de dois para pessoas em situação de rua.

Mas para sanar essa lacuna, Rousseau propõe que o homem deve ser educado para desenvolver a “vontade geral”, ou seja, as condições de igualdade na sociedade e para isso, ele escreve a obra “Emílio, ou da Educação”.

Nascemos fracos, precisamos de força; nascemos carentes de tudo, precisamos de assistência; nascemos estúpidos, precisamos de juízo. Tudo o que não temos ao nascer e do que precisamos quando grandes nos é dado pela educação. (ROUSSEAU. 2010. pág, 34)

Apesar de ser tratada de forma individual, o objetivo de sua obra educacional é a formação do homem para o convívio em sociedade, como dito antes, é uma lacuna em seu contrato que ele preenche com essa obra. Por mais que tenha “aberto mão” dos filhos, ele é considerado um pilar também para a pedagogia, pois possui obras estudadas e analisadas até hoje nessa disciplina.

Rousseau também faz críticas à religião, inclusive foi preso por causa do contexto geral de sua obra, para ele a religião deveria deixar de lado o sobrenatural, ao que ele chama de a religião do cidadão.

[…] A religião nos ordena a crer que o próprio Deus, tendo tirado os homens do estado de natureza imediatamente depois da criação, eles são desiguais porque ele quis que o fossem; proíbe nos, porém, de formar conjecturas, tiradas somente da natureza do homem e dos seres que o rodeiam, sobre o que poderia ter acontecido ao gênero humano se tivesse ficado abandonado a si mesmo [...]. (ROUSSEAU. 2002. pág, 13)

E no contrato social, propõe a criação da religião civil, religião essa que seria uma mistura com a religião do cidadão, ele não propõe o fim da crença na divindade, mas elenca pontos que na sua visão, são importantes.

Os dogmas da religião civil devem ser simples, em pequeno número, enunciados com precisão, sem explicações nem comentários. A existência da Divindade poderosa, inteligente, benfazeja, previdente e providente, a vida futura, a felicidade dos justos, o castigo dos perversos, a santidade do contrato social e das leis: eis os dogmas positivos. Quanto aos dogmas negativos, reduzo-os a um único: é a intolerância, implícita nos cultos que excluímos. (ROUSSEAU. 2004. pág, 66)

Por fim, Rousseau foi um dos pilares para o Iluminismo, a Revolução Francesa e a Pedagogia, foi uma fonte de inspiração para o Direito e “possivelmente” para o Socialismo de Karl Marx, enfim, existiram pensadores com conceitos importantes e seguidos até a atualidade, e, um desses é Jean-Jacques Rousseau.

*Marcio Costa é ex-publicitário, dono de um canal de gastronomia no YouTube (AntiGourmet TV). Está cursando Licenciatura em Filosofia pela UniSantos - Universidade Católica de Santos. Apaixonado por Filosofia, Biologia, Sociologia, Política, Astrofísica e Gastronomia.

Referências Bibliográficas
ROUSSEAU, Jean-Jacques. Discurso Sobre a Origem da Desigualdade. Tradução, Rolando Roque da Silva. Edição Eletrônica, 2002. Editora Ridendo Castigat Mores.
__________. O Contrato Social. Tradução, Rolando Roque da Silva. Edição Eletrônica 2004. Editora Ridendo Castigat Mores.


__________. Coleção Educadores. Tradução: Verone Lane Rodrigues Doliveira. Recife: Fundação Joaquim Nabuco, Editora Massangana, 2010.

terça-feira, 26 de junho de 2018

.: A grama do vizinho é mais verde... e faz milagres!

*Por Daniel Toledo


Quero fomentar uma reflexão em relação à estrutura e solidez de mercado, valorização, desvalorização de moeda e a segurança onde é feito o investimento ou a origem do recebimento de ativos, fazendo um comparativo entre Brasil e Estados Unidos.

Projetar a empresa no mercado americano significa que o empresário está atuando em várias frentes, o que é excelente porque além da margem de lucro maior, ele não sofre com a oscilação da economia como ocorre hoje com quem atua somente no Brasil. E quando passam a internacionalizar os produtos as instituições crescem, prosperam e passam a ganhar mais lá fora... e o resultado? Deixam o Brasil fechando vagas de emprego e isso é apenas um dos muitos impactos negativos.

A busca da internacionalização também é uma forma de tentar escapar das altas taxas praticadas pelo governo brasileiro que impede o crescimento. Infelizmente, há um certo momento que o empresário sabe que se aumentar a estrutura e consequentemente os ganhos, será ainda mais taxado. Estamos falando de um ambiente completamente desmotivador para quem empreende. Há uma estagnação porque o país não injeta dinheiro e não deposita segurança (crédito) para quem está aquecendo a economia.

E quem fica segue massacrando o consumidor com juros altíssimos, afinal, impossível se manter no mercado se não for desta forma. Separei um exemplo para ilustrar parte deste caos para qual evoluiu o Brasil. Em 1996, um Santana modelo 97, completo considerado então um modelo de luxo e preferido pelos executivos, custava em torno de 18 mil reais. Na época, o dólar estava em torno de 1,04 a 1,03, praticamente um por um. Se pegarmos um veículo com o mesmo perfil, como o Corolla, também do mesmo ano de fabricação só que vendido nos Estados Unidos, nos deparamos com o preço de 12.728 dólares, ou seja, o veiculo da Volkswagen custava 6 mil dólares a mais.

Trazendo este cenário para 2018, um Corolla 0km nos Estados Unidos, modelo já do próximo ano, custa 14.900 dólares, apresentando uma valorização em torno de 2 mil dólares. O que era em 1996 sofreu pouca alteração em relação aos valores atuais.

Agora vamos viajar até o Brasil. O mesmo carro, em 1996, era vendido por 18.990 dólares e hoje é comercializado nas concessionárias por 115 mil reais, praticamente dez vezes mais. Uns podem falar que agora o dólar está 4 para 1, resultando então em 25 mil dólares, então qual seria o motivo? Mesmo que seja considerado a desvalorização da moeda, o que houve de lá pra cá? Para que houvesse essa explosão do preço?

Por tudo o que citei, e além de uma série de motivos, dolarizar traz muitos benefícios e segurança e esse exemplo do carro serve para ilustrar. Colocar um produto no exterior significa conquistar uma certa estabilidade que não existe no Brasil.

Internacionalizar o seu currículo, seu serviço, produto, empresa, é possível conseguir fugir de uma variação muito grande, se estruturar de forma homogênea e estruturada.

E mesmo que haja uma crise, ou uma supervalorização, a sua moeda de recebível é estável. Você vai estar em equilibro independente da situação
*Daniel Toledo é advogado, sócio fundador da Loyalty Miami e consultor de negócios. O profissional foi indicado pelo segundo ano consecutivo ao prêmio "Lawyers of Distintion Top 10% In The USA". Toledo também é dono de outros títulos, como "Empresário Destaque 2017" e "Melhor Projeto 2017", além de ser apontado como um dos melhores especialistas em direito internacional do mercado.

Acesse: http://www.loyalty.miami ou entre em contato por e-mail contato@loyalty.miami ou pelo +1 (305) 988.2283. Toledo também possui um canal no youtube com mais de 55 mil seguidores youtube.com/watch com dicas para quem deseja morar, trabalhar ou empreender nos Estados Unidos. A empresa agora possui sede em Portugal e na Espanha.

quinta-feira, 21 de junho de 2018

.: Descubra: Você conhece todos os tipos de vegetarianos?

As pessoas adotam uma alimentação vegetariana por diversas razões: ética, saúde e muitas outras. Mas mudar a alimentação da noite para o dia, não é fácil. Assim como toda novidade, permitir-se um período de transição aumenta as chances de conseguir fazer uma mudança duradoura.

No livro "Quase Vegetariano", publicado pela Editora Alaúde, é apresentado todos os tipos de vegetarianos, que podem ser considerados como fases para chegar até o tão desejado vegetarianismo. Além disso, a obra passa por todo esse passo a passo, desde cortar carne nas segundas-feiras, até não consumir mais nenhum ingrediente de origem animal.

Dentro do grupo dos vegetarianos, há vários subgrupos, como:

Ovolactovegetarianos: consomem derivados do leite e ovos

Lactovegetarianos: consomem derivados do leite, mas se abstêm de ovos

Ovovegetarianos: não consoem derivados do leite, mas comem ovos

Veganos: não consomem nada de origem animal, incluindo leite, ovos e até mel

Flexitarianos: consomem carnes brancas e peixes

Pescetarianos: consomem peixes

A dieta vegetariana oferece diversos benefícios para a saúde. Seguir uma alimentação sem carne também apela para a questão dos direitos dos animais. Não importa em que ponto deste vasto universo de consumidores você se encontra: o importante é se sentir bem.

terça-feira, 12 de junho de 2018

.: A importância da saúde mental dos estudantes

Em época de preparação para os vestibulares de inverno e ENEM poucos lembram do equilíbrio entre mente, corpo, e estudos


Os números são assustadores 56% dos alunos brasileiros estão entre os que ficam mais estressados pela alta carga horária de estudos. Além disso, o país ocupa o segundo lugar no ranking de 180 países pesquisados, no quesito ansiedade. A pesquisa foi apresentada pelo Programa de Avaliação Internacional de Estudantes da Organização para Cooperação Desenvolvimento Econômico (OCDE). O pior desse cenário é que esses transtornos continuam com a entrada dos jovens nas universidades.

De acordo com a pesquisa divulgada pela Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), 30% dos alunos das Universidades federais do Brasil procuram atendimento psicológico e 10% fazem uso de medicamento psiquiátrico. Além disso, as tentativas de suicídio aumentaram, segundo a Lei de Acesso à informação.

Assim, fica a pergunta como equilibrar vida pessoal, estudantil e profissional dos nossos jovens? O período da infância para o Ensino Médio passa muito rápido e esse estudante tem a pressão de escolher a sua carreira com 17 anos de idade. É fato que é preciso "correr atrás", estudar, e etc, mas o lazer e ter bons relacionamentos nessa transição é o que fará esse jovem ser feliz antes de tudo e conseguir optar por uma profissão que realmente faça sentido para ele.

Logo, pais, professores, dirigentes estudantis, e os próprios alunos(a) podem adotar algumas ações para tornar mais benéfico o convívio entre responsabilidades e qualidade de vida.

O psicólogo da rede Minds Idiomas, Augusto Jimenez, e gestor educacional aponta 5 dicas que utiliza na Minds Idiomas com os mais de 10.000 estudantes:

1) É importante fazer "nada" e não se sentir culpado(a)
Na era tecnológica em que tudo é para agora e ganha "likes" quem está fazendo algo, fazer "nada" é um ato revolucionário e bom para o seu cérebro. É claro que é preciso prudência nas horas\períodos dedicados ao descanso. Recomenda-se após um dia de trabalho e estudos tirar pelo menos uma hora para relaxar e não se cobrar por isso. Lembre-se que a criatividade é fruto do descanso mental e não do excesso de ações.

2) Organize as horas que dedicará para os estudos e monte uma grade das disciplinas com essas horas estipuladas em um local visível
Isso pode ser feito em uma cartolina ou qualquer outro material. Quando você organiza a sua semana e a quantidade de tempo que despenderá com os estudos e trabalho fica mais fácil cumprir com o combinado. Além disso, você enxergará quais as "janelas" que tem, ou seja quais os períodos que pode incluir uma atividade de lazer ou mesmo o descanso que mencionei na primeira dica.

3) Participe dos grupos de apoio nas redes sociais
Há alguns grupos organizados pelos próprios alunos de várias universidades para debaterem como se sentem no período do vestibular e enquanto cursam a faculdade. É aberto ao público e caso o seu tempo esteja "apertado" há vários relatos e debates nas próprias redes que podem te ajudar. Lembre-se que ansiedade e depressão são assuntos sérios e buscar ajuda com quem está vivendo a mesma situação pode te ajudar. Um desses grupos que faz ciclo de palestras periodicamente é a Frente Universitária de Saúde Mental. Foi criado em 2017 por alunos de faculdades públicas e privada. Acesse a página do Facebook deles e fique antenado(a) aos dias dos eventos.

4) Busque um psicólogo
A boa saúde mental é bem mais do que a ausência de alguma doença psíquica\ neurológica. Ela também está associada ao seu bem- estar e serenidade. Assim, se você está tendo picos de ansiedade, está travando uma batalha diária para se sentir feliz, e\ou encontrar significado no dia a dia procure um psicólogo. E caso a grana esteja "curta" opte pelos atendimentos psicológicos das Universidades. É gratuito.

5) Docentes: façam a sua parte
Uma das principais queixas dos estudantes é a falta de compreensão dos professores. Muitos não sabem o porquê do aluno(a) estar com faltas, muitas vezes frequentes, e não compartilham a ausência e\ou mudança de comportamento do jovem com os dirigentes e colegas da escola. Observem os seus estudantes e qualquer indício de mudança de atitudes deles converse na escola para tomar as atitudes necessárias. Entre elas conversar com o aluno e caso seja necessário envolver os pais. Na Minds temos essa roda de conversa semanalmente. É importante outras escolas, de idiomas ou não, adotarem essa medida.

Sobre a Minds Idiomas: Com 10 anos de existência o segredo da rede de idiomas Minds é a tecnologia alinhada ao olho no olho. Com mais de 70 escolas em todo país, a Minds foi à primeira rede a implantar o ensino do inglês em tablets mantendo os livros físicos. Com professores especialistas na captação de conteúdo, a CEO Leiza Oliveira, tem a consciência que a forma de aprendizado de cada criança e adulto é individual. Por isso, utiliza de psicologia no ensino com técnicas como Meditação e Mindfulness, além de Gameficação, Quadrinhos, Board Games e muito mais. O tempo de duração do curso da Minds é de 18 meses.

sexta-feira, 8 de junho de 2018

.: Realidade: professor não é lixo, mas é tratado como

Por: Mary Ellen Farias dos Santos
Em junho de 2018




Analisando bem toda a situação, a única sentença que não deixa de martelar a minha mente é a de uma antiga campanha publicitária da Fiat: "Xi! Está na hora de você rever os seus conceitos". De fato, em plena modernidade e com o Brasil afundado numa crise medonha, tudo está de pernas para o ar, completamente sem sentido.

O fato é que estou à procura de mais aulas. Portanto, do final de 2017 ao primeiro mês de 2018, entreguei meu currículo -eu e meu marido, também professor-, em escolas de Santos e São Vicente. Para dar mais sorte, na nossa mente, deixávamos os dois documentos juntinhos, alternando a ordem.

Eis que 2018, considerando tal busca, está sendo um ano surpreendente, no pior sentido do imprevisto. Por quê? Simplesmente fiz entrevistas de emprego lamentáveis, provavelmente para cumprir cota. Uma foi da escola que fica pertinho de casa, em São Vicente. Após ser recepcionada pela coordenadora e outra professora, um quiproquó para ligar o ar-condicionado do lugar, a coordenadora que, visivelmente, deu uma "passada de olhos" em meu currículo, pouco perguntou. Apenas demonstrou grande apreço em saber o endereço de duas escolas em Santos, das quais trabalhei. Ainda não entendi!

Na vez da professora fazer perguntas básicas em inglês, não pude falar a verdade sobre o que eu fazia para exercitar o meu inglês. Respondi que dava aula e assistia muitas séries. E parei por ali. Ok! Quantas e quantas vezes ligo o computador e coloco em algum canal gringo? Entretanto, não pude citar, de fato, o que acompanho, por streaming gringo. Como eu poderia dizer que madrugo para assistir "American Horror Story", "American Crime Story" e que as minhas noites de quintas-feiras são de "RuPaul´s Drag Race"?

A primeira é sanguinolenta, a outra, que estava na segunda temporada, era sobre Versace e estabelece certa relação com RPDR: homossexualidade. "Educadores" adoram encher a boca sobre ter a mente aberta, mas quem convive nas salas dos professores, sabe que não é bem assim. O julgamento ao outro é o que impera. Imagine uma coordenadora? Eis que a própria trouxe a cereja do bolo e pediu que eu apresentasse a aula teste. Fiquei sem reação, pois a secretária que marcou a entrevista comigo não mencionou qualquer teste. Escola organizada, não é mesmo?

É vida que segue e a entrega de currículo em dupla, continuou. Fomos até a Avenida Presidente Wilson, no colégio localizado ao final. Dessa vez, deixamos o currículo de meu marido em cima do meu. Antes mesmo que saíssemos da escola, o porteiro nos chamou. Voltamos. Era preciso retornar às 15 horas para uma entrevista. Contudo, a secretária nem mesmo se deu ao trabalho de folhear o que lhe foi entregue. Apenas viu o documento que estava acima. Informamos que o meu estava logo abaixo, assim, a entrevista terminou por me incluir.

Chegamos no horário, sendo que logo em seguida iríamos à minha dentista para extrair um siso. A coordenadora se apresentou de um modo efusivo e nos mandou subir as escadas até a sala dela. Mantive certa distância, para que meu marido fosse entrevistado e permaneci fora. Ela mandou que eu entrasse e me sentasse ao lado dele. Fiquei incrédula! Fiz uma mini "entrevista" ao lado do marido. Não se tratava de uma dinâmica em grupo. 

No fim, aquela presepada de nos fazer retornar no horário da tarde, foi resumida em dizermos os dias disponíveis e nada mais. A coordenadora comentou que a diretora estava em férias e que a professora já estava para deixar o colégio por ter sido chamada na escola pública. No entanto, após uma semana, o chamamento para preencher a vaga foi mantido na fanpage da escola. Encorajei meu marido, para que ligasse. Mantendo a falta de educação e tato, após saber que ele não era o amigo do professor de quem ela esperava ligação, disse separando sílabas: "A vaga não foi preenchida".

Algum tempo depois, fui até Santos, na Benjamin Constant. Fiz uma excelente entrevista, a coordenadora me explicou o método de ensino e a tecnologia de ponta usada em sala de aula, além de me deixar com os olhos cheios pelo excelente salário. No entanto, após toda a conversa, comentou que aquela conversa seria repassada ao diretor e aconteceria uma nova entrevista, além de um período de adaptação, tudo isso, somente no caso de os professores da casa não conseguirem conciliar o afastamento da professora de português. Pois é!

Entretanto, a melhor de todas foi a que aconteceu exatamente dia 4 de junho, meu aniversário. O telefone de casa tocou, não reconheci o número. Não! Não era alguém para me dar os parabéns, mas o Verde (!?). Conclui qual escola era, mas convenhamos que excesso de confiança é tudo. Do outro lado da linha alguém queria saber se eu estava interessada em participar do processo seletivo. Disse que sim e quis saber seria. O melhor veio muito antes de eu saber os horários das aulas: "Olha a gente faz uma entrevista por telefone mesmo, dependendo do nível, a gente nem continua!", finalizando com uma risada debochada.

Então, amiguinhos, o professor não é tratado como lixo? Em um Brasil gigante como o nosso, os formadores dos diversos profissionais são mal remunerados, quando o são. Muitos mendigam por seus pagamentos que são atrasados, normalmente por serem desconsiderados. Sem deixar de citar membros escolares que humilham os professores, o que endossa ainda mais o desrespeito dos alunos. 

Não bastando tal massacre no meio de trabalho, governantes engravatados e seus entendidos de educação mexem e remexem nas regras para anular as conquistas dessa classe desrespeitada. Alguns lançam lindos livros, pelo único fato de nunca ter pisado numa sala de aula. Outros até conhecem o ambiente escolar, mas de uma época em que o professor chegava na porta e todos os alunos se levantavam, em silêncio, para recebê-lo e os pais eram presentes nas vidas dos filhos. 

O professor não quer louros, apenas respeito, dignidade ao desempenhar tamanha profissão desgastante. Consideração dentro da sala de aula, com outros docentes e o salário decente. Diante dos "milenials", pais que largam os filhos nas escolas e a completa inversão de "conceitos", ser professor não é fácil, antes de tudo é preciso estar com a autoestima em dia. Do contrário, a depressão é certeira. 

Você que sonha com a profissão que só é bela nos filmes da "Sessão da Tarde"ainda quer ser professor? 


*Mary Ellen Farias dos Santos é criadora e editora do portal cultural Resenhando.com. É formada em Comunicação Social - Jornalismo, pós-graduada em Literatura e licenciada em Letras pela UniSantos - Universidade Católica de Santos. Twitter: @maryellenfsm


Abaixo a carta de um professor, divulgada há mais de 10 anos, que traduz a desvalorização de quem leciona.


Aos meus alunos, aos Pais dos meus alunos, aos professores e a todos os meus concidadãos, incluindo os nossos governantes e o Senhor Presidente da República

Tenho cinquenta e tal anos de idade, trinta e muitos dos quais como docente no ensino secundário e no ensino superior. 

Fiz a Licenciatura com 16 valores, o Estágio Pedagógico com 18 e um mestrado em Ciências da Educação com Muito Bom. 

Dediquei a minha vida à Escola Pública. Fui Presidente do Conselho Executivo (dois mandatos) orientador de estágio pedagógico (3 anos), delegado de grupo/coordenador de departamento (dois mandatos), Presidente do Conselho Pedagógico (um mandato) e director de turma durante vários anos. 

Nos últimos tempos leccionei no ensino superior, com ligação permanente à formação de professores. Desempenhei vários cargos pedagógicos, participei em múltiplos projectos e desenvolvi dois trabalhos de elevado valor científico. 

Entretanto, regressei ao ensino secundário e à minha escola de origem. 

Alguns dos antigos colegas, embora mais novos do que eu e com menos tempo de serviço (compraram o tempo, explicaram-me depois) já se tinham reformado. Eu também já tinha idade, mas faltavam-me alguns meses para o tempo necessário quando mudaram as regras do jogo.

E como se não bastasse a alteração dessas regras, é aprovado, entretanto, um novo estatuto para a carreira docente. E logo de seguida é aberto o concurso para professores titulares. Um concurso para uma nova categoria onde eu não tinha lugar!

Não reunia condições. Mesmo com um Mestrado em Ciências da Educação e sem ter dado uma única falta nos últimos sete anos, o meu curriculum valia, apenas, 93 pontos! Faltavam 2 pontos para o mínimo exigido a quem estivesse no 10º escalão. 

Com as novas regras, o meu departamento passou a ser coordenado, a partir do presente ano lectivo, por um professor titular. Um professor que está posicionado no 8º escalão. Tem menos 15 anos de serviço do que eu. Foi meu aluno no ensino secundário e, mais tarde, meu estagiário. Fez um bacharelato com média de 10 valores e no estágio pedagógico obteve a classificação de 11 valores. Recentemente concluiu a licenciatura numa estabelecimento de ensino privado, desconhecendo a classificação obtida.

É um professor que nunca exerceu qualquer cargo pedagógico, à excepção de director de turma. Nos últimos sete anos deu 84 faltas, algumas das quais para fazer 15 dias de férias na República Dominicana (o atestado médico que utilizou está arquivado na secretaria da escola, enquanto os bilhetes do avião e a factura do hotel constam de um outro processo localizável). 

O seu curriculum vale 84 pontos, menos 9 pontos do que o meu. Contudo, este docente foi nome a do professor titular. 

De acordo com o Senhor Primeiro Ministro e demais membros do seu Governo, com o apoio do Senhor Presidente da República e, agora, com o apoio dos dirigentes sindicais, este professor está em melhores condições do que eu para integrar “(…) um corpo de docentes altamente qualificado, com mais experiência, mais formação e mais autoridade, que assegure em permanência as funções de organização das escolas, para a promoção do sucesso educativo, a prevenção do abandono escolar e a melhoria da qualidade das aprendizagens.

A conclusão, embora absurda, é clara: se eu estivesse apenas no 9º escalão, e com os mesmos pontos, seria considerado um docente altamente qualificado, com mais experiência, mais formação e mais autoridade. Como estou no 10º escalão, e não atingindo os 95 pontos, eu já não sou nada.

Isto é o resultado de uma selecção feita com base na “(…) aplicação de uma grelha de critérios objectivos, observáveis e quantificáveis, com ponderações que permitam distinguir as experiências profissionais mais relevantes (…) [onde se procurou] reduzir ao mínimo as margens de subjectividade e de discricionariedade na apreciação do currículo dos candidatos, reafirmando-se o objectivo de valorizar e dar prioridade na classificação aos professores que têm dado provas de maior disponibilidade para assumir funções de responsabilidade.” É assim que “reza” o DL 200/2007, de 22 de Maio. Admirável!

Agora consta-se por aí (e por aqui) que aquele professor (coordenador do meu departamento) me irá avaliar… 

Não, isso não será verdade. Esse professor irá, provavelmente, fazer de conta que avalia, porque só pode avaliar quem sabe, quem for mais competente do que aquele que se pretende avaliar. 

O título de “titular” não é, só por si, suficiente. Mesmo que isto seja só para fazer de conta…

Conhecidos que são os meus interesses, passo ao principal objectivo desta carta, que é, simplesmente, pedir perdão!

Pedir perdão, em primeiro lugar, aos meus alunos. Pedir perdão a todos os Pais dos meus alunos. Pedir perdão porque estou de professor, mas sem me sentir professor. Tal como milhares de colegas, humilhado se desencorajados, sinto-me transformado num funcionário inútil, à espera da aposentação.

Ninguém consegue ser bom professor sem um mínimo de dignidade. Ninguém consegue ser bom professor sem um mínimo de paixão. 

As minhas aulas eram, outrora, coloridas, vivas e muito participadas. Com acetatos, diaporamas, vídeos, power point, etc. Hoje é, apenas, o giz e o quadro. Só a preto e branco, com alguns cinzentos à mistura. Sinto-me desmotivado, incapaz de me empenhar e de estimular. Receio vir a odiar a sala de aulas e a própria escola. Receio começar a faltar para imitar o professor titular e coordenador do meu departamento (só não irei passar férias para a República Dominicana porque tenho outras prioridades…). Receio que os professores deste País comecem a fingir que ensinam e a fingir que avaliam. Sim, porque neste país já tudo me parece a fingir.

Cumprimentos.

(Um professor anónimo e humilhado, tal como milhares de outros professores)

Fonte da carta: CARTA-DE-UM-PROFESSOR-HUMILHADO

terça-feira, 5 de junho de 2018

.: Casa Aguinaldo Silva de Artes oferece cursos de interpretação

Com matrículas abertas, espaço na Rua Major Sertório oferece cursos de interpretação para Teatro, TV e Cinema, além de dança e roteiro
  

Com a intenção de compartilhar conhecimento, valorizar o mérito e movimentar a cultura paulistana, o autor e dramaturgo Aguinaldo Silva traz para São Paulo a CASA – Casa Aguinaldo Silva de Artes. No espaço são oferecidos cursos livres de interpretação para o Teatro (convencional e musical), TV, Cinema, além de oficinas de Roteiro e Dança.

O corpo de professores é formado por profissionais de larga experiência no teatro de São Paulo e Rio de Janeiro, todos com o aval de Aguinaldo Silva.
As matrículas estão abertas e os cursos e oficinas são destinados a todos os públicos, de todas as idades.

A CASA: Localizada na Rua Major Sertório, 476, Vila Buarque, a Casa Aguinaldo Silva de Artes ocupa uma ampla área, com espaço para as aulas e um teatro com 100 lugares para apresentações de peças encenadas pelos alunos e também espetáculos com renomados atores da cena teatral brasileira.

CURSOS
Módulo Avançado – TV e Teatro: Duração de nove meses, com carga horária semanal de três horas. Para alunos com experiência ou que já passaram pelos cursos da CASA com condições para módulo avançado.

Iniciantes – Livre – Duração de nove meses, com carga horária semanal de três horas. Para qualquer pessoa a partir dos 17 anos que queira exercitar seu potencial criativo e comunicativo, trabalhando a desinibição e a expressividade ou uma vocação explícita para as artes cênicas (teatro, cinema e televisão).

Interpretação Livre – Criança e Juvenil – Duração de nove meses, com carga horária semanal de duas horas. Para crianças de 8 a 12 anos (infantil) e jovens de 13 a 16 anos (juvenil).

Oficina Corpo de Cena – Duração de oito meses, com carga horária semanal de três horas. Indicada para atores, estudantes de teatro e interessados (maiores de 16 anos).

Workshop de Interpretação para Cinema – Duração de dois meses, com carga horária semanal de três horas. Para atores profissionais ou iniciantes que anseiam exercitar a prática da atuação focada no cinema.

Tango Danza – Módulo I – “La Vida es una milonga” – Duração de oito meses, com carga horária semanal de duas horas. Tem como objetivo principal aproximar seus participantes da cultura Tanguera.
  

Serviço:
Casa Aguinaldo Silva de Artes – Cursos de interpretação para Teatro, TV, Cinema, Roteiro e Dança. 
Rua Major Sertório, 476 – Vila Buarque – São Paulo
(11) 32138754/ (11) 95786-7307 (whatsapp)

quarta-feira, 30 de maio de 2018

.: #ResenhandoExplica: O que é gênero textual resenha?

O que é resenha? #ResenhandoExplica

Por: Mary Ellen Farias dos Santos*


Resenha é o registro de um determinado objeto cultural, que por meio de apontamentos é analisado, descrito e enumerado. O objeto a ser resenhado pode ser um álbum, filme, livro, peça de teatro, show ou um jogo de futebol. Assim, a resenha pode ser descritiva ou crítica.

Por meio de uma descrição minuciosa, a resenha precisa esclarecer o assunto, apresentando o maior número de informações sobre a obra em questão, para que o leitor se oriente. É preciso expor as ideias principais e a importância do objeto cultural.

No "Manual da Redação: Folha de S. Paulo", editado pela Publifolha, em 2001, a resenha está enquadrada dentro dos gêneros jornalísticos, elencada em sétimo lugar, da seguinte forma: "faz o resumo crítico de um livro e é sempre assinada".

Segundo o "Dicionário Eletrônico Houaiss da Língua Portuguesa 3.0", resenha é um substantivo feminino, definida como ato ou efeito de resenhar. 1 descrição feita com detalhes, com pormenores; contagem, conferência, verificação; Rubrica: jornalismo. tipo de resumo de texto de extensão maior que a da sinopse; Rubrica: jornalismo. análise crítica ou informativa de um livro; recensão; Rubrica: jornalismo. notícia jornalística que desce a detalhes da ocorrência e a analisa por diversos ângulos; Rubrica: jornalismo. sinopse geral do que de fundamental ocorreu em determinado período, em matéria de noticiário.


Abaixo um exemplo de resenha que trata dois livros: "O Senhor dos Anéis" e "Tolkien: Um Biografia". Confira a publicação em: resenhando.com


A criação de um universo inesquecível
Por: Mary Ellen Farias dos Santos
Em junho de 2004


Hobbits, trolls, anões e orcs dão ritmo a mágica história "O Senhor dos Anéis" ,de J. R. R. Tolkien (John Ronald Reuel Tolkien). Homens e criaturas são os elementos básicos da obra que de início pode assustar, não pela história criada por Tolkien, mas sim pelo grande volume do livro, ou seja, nada mais nada menos que 1202 páginas, além de cinco páginas com mapas. Para os leitores curiosos que desejam saber perfeitamente por onde os hobbits Frodo e Sam se aventuram para destruir o Um Anel, os mapas têm grande importância dentro da obra, pois facilitam a compreensão do mundo fascinante de Tolkien.

No decorrer da história, Tolkien descreve o mundo imaginário dos hobbits de uma maneira que faz lembrar a escrita do mestre brasileiro: Machado de Assis. Não só pela maneira de descrever, mas pela forma de fazer com que a história aconteça em cada parágrafo. Há uma magia que chama o leitor cada vez mais para a narrativa que cresce a cada palavra decodificada. A verdade é que o escritor britânico adaptou ao público uma grande epopeia fantástica, a desmistificação da literatura medieval. Esta saga tem início no livro "O Hobbit". Entretanto, já no Prólogo de "O Senhor dos Anéis" o leitor consegue se inteirar da sombria história do Um Anel.

É difícil falar sobre a qualidade do livro que varia entre misterioso, épico, simples e até engraçado. Tolkien foi e continua sendo "venerado" por muitos escritores. Um exemplo é o biógrafo Michael White que de tanto ler as produções de Tolkien escreveu: "Tolkien: Uma Biografia", publicado pela editora Imago (2002, 306 páginas). "Tolkien era um homem bom, honesto, digno de confiança, mas não se incluía na fila para canonização".

A obra "O Senhor dos Anéis" é dividida em três volumes: A Sociedade do Anel, As Duas Torres e O Retorno do Rei, exatamente a sequência seguida pelos estúdios da New Line. É indiscutível que "O Senhor dos Anéis" virou mania após o lançamento do longa "O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel". Não que o livro fosse desconhecido, mas ganhou força entre jovens e o mundo todo, após a adaptação para a telona.

É certo que poucos escritores podem reivindicar a popularidade e o duradouro apelo do professor John Ronald Reuel Tolkien. O autor de "O Senhor dos Anéis" imaginou as maravilhas da Terra Média durante a correção de dissertações da prova para a obtenção do School Certificate, trabalhos de alunos de 16 anos. Assim, ele pode manter a família: mulher e quatro filhos. Passado algum tempo, Tolkien sentiu-se satisfeito por julgar com criteriosa justiça as provas e põe-se em cima da pilha à direita, antes de pegar outra da esquerda.

"Durante mais alguns minutos, lê as páginas de abertura dessa nova dissertação, e depois, virando a página, surpreende-se ao ver uma folha de papel em branco. Fazendo uma pausa, só por um instante, e sentindo-se como recompensado por suas labutas do dia - menos de uma folha para corrigir -, encosta-se na cadeira e olha o escritório em volta. De repente, seu olhar é atraído para o tapete perto de uma das pernas da mesa. Nota um minúsculo buraco no tecido e fita-o por um longo momento, devaneando. Então, volta-se para o trabalho e começa a escrever: 'Num buraco no chão, morava um Hobbit'...", diz Michael White.

Incomodado, o mestre foi estudar os hobbits. Nesta busca pôs em andamento as obras épicas que hoje em dia conhecemos. O livro foi sucesso imediato, e na década de 60 deslanchou e tornou-se leitura obrigatória. Mesmo após a morte de Tolkien, em 1973, o legado tolkeniano continuou a crescer e ano após ano ele foi tornando-se um dos gigantes de literatura moderna.

Incrível ou não, o que sabe-se é que Tolkien aumenta a cada dia a sua legião de fãs. "O mundo está dividido entre aqueles que já leram 'O Hobbit' e 'O Senhor dos Anéis' e aqueles que ainda não leram", foi desta forma que o The Sunday Times se referiu ao livro que faz sucesso de geração em geração.

Uma nova língua: O processo criativo de Tolkien é imenso e não é necessário ressaltar, mas criar idiomas é algo audacioso. Contudo, ele foi e superou qualquer mente humana. Os detalhes da fala dos elfos, dos humanos, dos hobbits, dos trolls, dos orcs e dos anões o leitor irá encontrar na Apêndice F. A língua representada nesta história pela nossa era o westron ou Língua Geral do oeste da Terra-média na Terceira Era. No decorrer dessa era, tornara-se a língua nativa de quase todos os povos falantes (exceto pelos elfos) que habitavam dentro dos limites dos antigos reinos de Arnor e Gondor, isto é, ao longo de toda a costa, desde Umbar até a Baía da Forochel, ao norte, subindo o Anduin, ocupando as terras a oeste do Rio e a leste das montanhas, até os Campos de Lis. A época da Guerra do Anel, no final da era, esses eram ainda os seus limite como língua nativa, embora grandes extensões de Eriador estivessem então desertas e poucos homens vivessem às margens do Anduin entre o Rio de Liz e Rauros.
* qualquer problema com nomes de terras recorra ao mapa para situar-se no mundo tolkieniano.

A história de O Senhor dos Anéis: Tudo acontece em torno de um anel perigoso, o qual corrompe os seres que o usam com freqüência: este é o Um Anel. Na edição da Martins Fontes, após a apresentação do editor, o leitor é surpreendido com o tamanho do poder deste objeto:


Três Anéis para os Reis-Elfos sob este céu, 
Sete para os Senhores-Anões em seus rochosos corredores, 
Nove para Homens Mortais, fadados ao eterno sono, 
Um Para o Senhor do Escuro em seu escuro trono 
Na Terra de Mordor onde as Sombras se deitam. 
Um Anel para a todos governar, Um Anel para encontrá-los, 
Um Anel para a todos trazer e na escuridão aprisioná-los 
Na Terra de Mordor onde as Sombras se deitam. 


A história começa com uma festa muito esperada. O Sr. Bilbo Bolseiro de Bolsão realiza uma festa especial, pois ele completa onzenta e um anos e o seu querido sobrinho, Frodo, ia torna-se adulto fazendo trinta e três anos. Neste capítulo o leitor conhece um pouco dos costumes dos pequenos hobbits, que são um pouco maiores que anões e vivem em tocas no chão que normalmente eram grandes, mas o número de integrantes da família sempre acompanhava o tamanho da casa. Outra peculiaridade dos hobbits era a hospitalidade, o gostar de festas e presentes, que ofereciam sem reservas e ainda aceitavam com gosto.

A festa dada por Bilbo foi uma fartura e os presentes que o anfitrião deu aos convidados foram inusitadamente bons. "
As crianças hobbit estavam tão excitadas que por um tempo quase se esqueceram de comer. Havia brinquedos que eles nunca tinham visto antes, todos lindos e alguns obviamente mágicos".

Não só os presentes de Bilbo eram mágicos, a escrita de Tolkien conta com um encantamento e faz a leitura acontecer de forma mágica e especial. No entanto, a história ganha ritmo a partir do capítulo dois do primeiro livro: A Sombra do Passado. É neste trecho que o leitor é definitivamente preso no enredo do grande livro. Aqui também aparece o querido (e odiado) Sméagol, ou se preferir, Gollum, que assassina o Déagol para ter o Um Anel de presente de aniversário.

Gollum colocou o anel no dedo e começou a vagar sozinho, chorando e pensou: "Debaixo daquelas montanhas deve ser um lugar fresco e de muita sombra". Foi ali que passou a viver. O anel entrou nas sombras com ele e sua parte má ficou furiosa no fim desejando ter novamente o "precioso" após perdê-lo para Bilbo em uma aposta.

Toda a narrativa de "O Senhor dos Anéis" tem um ritmo com vários clímax que por sua vez envolvem o leitor. Ao fim da leitura do livro é possível montar um quebra-cabeça. No entanto, as peças distribuídas por Tolkien alimentam o leitor aos poucos, sendo que ao final da história o quebra-cabeça completa-se, terminando a saga do anel. Esta é uma história que não acaba em si, tem um poder cíclico. A cada (re)leitura o texto ganha mais vida, é como se a história fosse real e nós fóssemos as personagens principais os guardiões do "precioso": Frodo e Sam que vencem esta batalha com vigor e muita perseverança.

Livro: O Senhor dos Anéis
Título Original: The Lord of The Rings
Autor: J. R. R. Tolkien
1202 páginas
Ano: 2002
Tradução: Lenita Maria Rímoli Esteves
Editora: Martins Fontes

Livro: Tolkien: Uma Biografia
Autor: Michael White
Editora: Imago


*Mary Ellen Farias dos Santos é criadora e editora do portal cultural Resenhando.com. É formada em Comunicação Social - Jornalismo, pós-graduada em Literatura e licenciada em Letras pela UniSantos - Universidade Católica de Santos. Twitter: @maryellenfsm

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