Por: Mary Ellen Farias dos Santos
Em julho de 2022
Longa apresenta com toda pompa e estilo a vida do ícone do rock. Eis o novo filme do diretor consagrado Baz Luhrmann ("Romeu e Julieta", "Moulin Rouge: O Amor em Vermelho" e "O Grande Gatsby"), "Elvis". A produção de edição ágil e com transições impecáveis, e pré-estreia no Dia Mundial do Rock, na Rede de Cinemas Cineflix, é definitivamente uma belíssima homenagem ao rei do requebrado que não morreu: Elvis Presley.
Em 2h39 não há uma nova história ou segredos expostos -como no recente "Spencer". Contudo, ainda que romanceado e com passagens floridas, "Elvis" trata-se de uma cinebiografia com uma trilha sonora muito bem usada para complementar falas e até pensamentos dos personagens. No entanto, o modo em que tudo é estampado na telona, consegue trazer um ar de novidade quando associado aos fatos que ocorrem em paralelo, atribuindo veracidade a toda narrativa, incluindo, por exemplo, o assassinato de Martin Luther King Jr. e o impacto causado no rei do rock´n´roll.
A trama apresentada por um narrador, a mente por trás da carreira de Elvis -durante 20 anos-, Coronel Tom Parker (Tom Hanks) começa na infância do garoto que cresceu entre pessoas de pele preta, destacando assim a grande influência tanto no ritmo musical quanto na dança. Entre os pontos fortes da produção estão as batidas e compassos que volta e meia surgem ao fundo, geralmente de modo crescente. "Elvis" é um filme ritmado, seja no visual com recortes diversos de um mesmo momento de um show ou nas canções e efeitos sonoros.
"Elvis" pode ser definido, facilmente, como uma obra-prima cinematográfica. Ao brincar com o sentimento do público, impacta, revolta e emociona com a mesma aligidade. Assim, Depois de se maravilhar com tamanha produção digna de futuras premiações, ao público, fica a vontade de ouvir as interpretações de "Elvis, the pelvis" e também conferir as produções de quando ele se arriscou por tantos filmes como ator, com o intuito de ser um James Dean.
O longa com roteiro de Baz Luhrmann, Jeremy Doner, Craig Pearce, Sam Bromell é um filmaço arrebatador. Quando acontece num parque de diversões itinerantes, o colorido vibrante, puxado para o vermelho, por vezes, remete ao inesquecível "Moulin Rouge: O Amor Em Vermelho", do mesmo diretor. E ali, o trato do Coronel para Elvis, num ambiente mambembe, remete ao seriado de Ryan Murphy, "American Horror Story: Freakshow" e ao recente filme de Guillermo Del Toro "O Beco do Pesadelo".
No enfrentamento entre o antagonista do talentoso Tom Hanks e o mocinho que quer voar para longe de Austin Butler, é o público que ganha. Como passar impune a impostação de voz do ator em cada diálogo? E ele ainda canta. Conforme o compositor Elliott Wheeler e o editor musical Jamieson Shaw, os vocais foram misturados. Na primeira metade, tem-se mais a voz de Butler e quando o longa chega a mais ou menos 1968, escuta-se mais a voz do cantor.
Outro ponto a ser destacado em "Elvis" é a maquiagem do protagonista e antagonista. Muito bem elaborada, principalmente, em Tom Hanks que, representa um homem em idade mais avançada e em três fases da vida, o que o deixou por horas na cadeira de maquiagem. Contudo, Austin Butler também ganha olhos marcados, boca com delineado em degradê, além de penteados dignos do rei do rebolado. O figurino idêntico também é um espetáculo de perfeição, assim como os cenários. Até "Graceland" foi recriada conforme o aspecto da época em que se passa o filme.
Em tempo, o longa de Baz Luhrmann reforça o bom gosto musical da pequena fã do rei do rock, Lilo, da animação Disney "Lilo & Stitch" e desperta, por vezes, a ideia de que tocará "You're the Devil in Disguise", canção de Elvis Presley e The Jordanaires para o Coronel -o que não acontece. "Elvis" é um filmaço para se ver e rever! Sem um pingo de dúvida, imperdível!
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Filme: "Elvis" ("Elvis")
Gênero: Cinebiografia musical
Classificação: 14 anos
Ano de produção: 2022
Diretor: Baz Luhrmann
Roteiro: Baz Luhrmann, Jeremy Doner, Craig Pearce, Sam Bromell
Música composta por: Elliott Wheeler
Duração: 2h39
Elenco: Austin Butler, Tom Hanks, Dacre Montgomery, Olivia DeJonge, Kodi Smit-McPhee, Luke Bracey, Natasha Bassett, Alton Mason, Rufus Sewell, Xavier Samuel, Yola, Helen Thomson, Gary Clark Jr., Richard Roxburgh, David Wenham, Kelvin Harrison, Shonka Dukureh, Kate Mulvany, Anthony LaPaglia, Charles Grounds, Nicholas Bell, Leon Ford, Christopher Sommers, D. J. Fontana, Josh McConville e Adam Dunn.
Mary Ellen Farias dos Santos, editora do portal cultural www.resenhando.com. É jornalista, professora e roteirista. Twitter: @maryellenfsm
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