sexta-feira, 5 de novembro de 2021

.: "Extra!Ordinárias" estreia no Clube Barbixas de Comédia


Um time de mulheres roteiristas formado por Luiza Yabrudi, Nathalia Cruz, Paula Rocha, Renata Corrêa, Helen Ramos e Tatá Lopes vão tratar de temas do cotidiano no show de humor "Extra!Ordinárias".  Helen Ramos (conhecida pelo canal Hel Mother) e Tatá Lopes estão no elenco ao lado das atrizes Carla Zanini, Cecília Villar, Fafá Rennó e Jamile Godoy. 


Toda a sagacidade feminina ao olhar para as pautas do nosso cotidiano é empregue no show de humor "Extra!Ordinárias", idealizado por Juliana Mesquita, que estreia em apresentação única no Clube Barbixas de Comédia  no dia 10 de novembro, às 21h, e passa a integrar a programação da casa nas noites de quarta-feira, a partir do dia 9 de março de 2022.

O espetáculo reúne um time de roteiristas formado por Luiza Yabrudi, Nathalia Cruz, Paula Rocha, Renata Corrêa, Helen Ramos e Tatá Lopes, que assina a redação final dos textos. As duas últimas também estão no elenco ao lado das atrizes Carla Zanini, Cecília Villar, Fafá Rennó e Jamile Godoy.

“Sou muito criativa, tenho mil ideias por minuto e, às vezes, a ideia nasce totalmente fluída e combina com um momento propício. O Joca Paciello, um dos sócios do Clube Barbixas de Comédia, me propôs uma noite lá e eu tinha este desejo de ver um show só de mulheres, de humor, que não fosse nem improviso, nem stand up. Logo chamei as roteiristas e começamos a trabalhar”, revela Juliana Mesquisa sobre o surgimento do espetáculo.

Composto por dez esquetes de, no máximo, dez minutos, que não é improviso e nem stand up, "Extra!Ordinárias" se propõe a tratar de temas universais do cotidiano a partir do olhar feminino. Embora todas as personagens sejam mulheres, as situações também falam sobre homens. E as atrizes se dividem em cena em várias configurações – às vezes, sobem todas juntas ao palco. E, quando o espetáculo passar a ocupar as noites de quarta-feira da casa, todas as cenas cômicas serão renovadas a cada semana. Além disso, sempre contará com roteiristas, atrizes e diretoras convidadas. E toda a equipe é composta por mulheres.

O título do espetáculo surgiu coletivamente. “Nome é sempre difícil, né? Ficamos semanas experimentando nomes, então, um dia uma das roteiristas falou Ordinárias e a outra já respondeu de pronto Extra!Ordinárias. Esse nome destaca toda a potência feminina e humor. Para mim, uma 'Extra!Ordinária' é uma mulher que atravessa o seu tempo com coragem, que tem a escuta e o coração abertos para as mudanças e que entende que juntas somos mais fortes”, acrescenta Mesquita. 

Ficha técnica de "Extra!Ordinárias":
Idealização: Juliana Mesquita. Roteiristas: Helen Ramos (@ahelenramos), Luiza Yabrudi (@luyabrudi), Nathalia Cruz (@nathaliapontocruz), Paula Rocha (@paularochaeu), Renata Corrêa (@recorrea) e Tata Lopes (@a_tata_lopes). Atrizes:  Carla Zanini (@carlamzanini), Cecília Villar (@ceciliasvillar), Fafá Rennó (@fafarenno), Helen Ramos (@ahelenramos), Jamile Godoy (@eijamile) e Tata Lopes (@a_tata_lopes). Luz: Lica Barros. Som: Lays Somogyi. Direção de arte: Maria Carolina Marchi. Mídias sociais: Ana Luísa de Oliveira. Fotografia: Amanda Mirella. Maquiagem: Kalinka Esteves. Apoio: Converse via Agência Lema. Realização: Extra!Ordinárias (@extraextraordinarias).


Serviço de "Extra!Ordinárias":
Quarta-feira, dia 10 de novembro, às 21h.

Clube Barbixas de Comédias – Rua Augusta, 1129, Cerqueira César, São Paulo.
Ingressos: entre R$20 e R$50 (couvert artístico), vendas pelo site https://bileto.sympla.com.br/event/69562/d/112811
Classificação etária:
16 anos.
Duração: 80 minutos.
Bilheteria: segunda a Sábado, das 19h às 21h; Domingos e feriados, das 17h às 21h

quinta-feira, 4 de novembro de 2021

.: Crítica: "Eternos" é a continuação de um universo com novos super-heróis

Por: Mary Ellen Farias dos Santos 

Em novembro de 2021


"Eternos" chega ao Universo Cinematográfico da Marvel com uma nova roupagem dada pelas mãos mágicas e mente brilhante da diretora Chloé Zhao. Inicialmente, letreiros num fundo preto contextualizam a história que apresenta a quarta fase dos heróis Marvel. Nos primeiros minutos, o longa segue a receita de introduzir os personagens para depois, impactar com uma sequência de muita ação e efeitos especiais. 

Com Sersi (Gemma Chan), Ikaris (Richard Madden), Ajak (Salma Hayek), Thena (Angelina Jolie), Kingo (Kumail Nanjiani), Duende (Lia McHugh), Phastos (Brian Tyree Henry), Druig (Barry Keoghan), Makkari (Lauren Ridloff) e Gilgamesh (Don Lee) reunidos, conhecemos os inimigos Deviantes e, ao público, cabe ficar com os olhos grudados na tela do cinema. Sim! Esse é o tipo de longa para se ver bem grande.

Os Eternos, raça de seres imortais que viveram durante a antiguidade da Terra, é um grupo de defensores secretos, aqui presente desde o início da humanidade -o que é retratado, detalhadamente, até de modo didático. Seguindo essa linha do tempo do Planeta Terra, há espaço para uma fotografia de muita beleza ao longo de 2h37min de filme.

No entanto, a luta dos Eternos não está restrita a aparição de seres também capazes de evoluírem, os malignos Deviantes. Por trás de tudo há "deuses" chamados de modo divino: os Celestiais. Eles são os primeiros seres vivos do universo, extraterrestres poderosos, sendo que alguns chegaram ao ponto de criarem outras raças ou experimentos com as já existentes.

No entanto, é sempre bom lembrar que se trata de uma adaptação de personagens de HQs para os cinemas em pleno 2021, quando a humanidade se julga altamente moderna, mas age de modo tão retrógrado e, às vezes, como primatas. Assim, em "Eternos", o lado humano e falho ganha foco na narrativa para, então, explodir a força dos super poderes dos Eternos, que também se passam por seres mortais -até a página 2, pois os Deviantes voltam a atacar. Assim, cabem características diversas como o fato de um dos Eternos ser gay -Phastos (Brian Tyree Henry)- e outra ser surda-muda -Makkari (Lauren Ridloff). Há representatividade em "Eternos"!

Não há como negar que a leveza na trama é trazida por Kingo (Kumail Nanjiani, de "Goosebumps"), de traços árabes. Ao longo dos séculos decidiu incorporar um ator de Bollywood -uma família, na verdade-, o que garante uma linda sequência bastante colorida e coreografada com muitas pessoas em cena, capaz de fazer as produções do gênero se orgulharem da homenagem. 

A necessidade de Kingo registrar o que viverá com os Eternos, o faz levar um humano junto da missão. Assim, o amo tem registros hilários com câmeras filmadoras que simplesmente brotam do estoque de seu criado. Tal registro faz lembrar e muito o filme que, atualmente, é uma série de sucesso: "What We Do In The Shadows". Seja pela forma em que as filmagens são exibidas ou pela situação de amo e criado. Aqui não temos o humano Guillermo de la Cruz e o vampiro Nandor, embora, Kingo revele que seu criado tenha pensado que ele fosse um. Essa dupla em cena garante boas risadas. Outro personagem que torna a trama leve é Gilgamesh (Don Lee, "Invasão Zumbi"), quem cuida da dupla personalidade de Thena, mas é capaz de trazer piadas que suavizam a trama de embates.

Contudo, é muito gratificante reencontrar Angelina Jolie no posto de heróina, aqui ela é Thena. Poderosíssima e de movimentos precisos, faz o queixo do público cair durante confronto final. É inevitável, mesmo após anos, deixar de observar as poses dela após os duelos e não recordar sua atuação em "Tomb Raider". Outra figura da velha guarda do meio cinematográfico que integra os Eternos é a atriz de traços latinos: Salma Hayek. Como Ajak ela é a cabeça do grupo e quem fala diretamente com deus. Apesar de certo desfecho, a presença da personagem é constante na película.

Druig (Barry Keoghan, da série "Chernobyl") é um herói que tem consciencia de sua responsabilidade, porém tem bom coração e quer interferir na ação do homem impedindo brigas e, claro, assassinatos. Entre ele e Makkari rola um afeto maior do que de amizade, mas não evolui, nesse longa. É Phastos (Brian Tyree Henry), o cérebro do grupo, que em sua humanidade consegue formar uma família ao lado de outro homem tendo um filhinho para criar. 


Aos corações apaixonados da plateia, cabe o reencontro com o príncipe da "Cinderella", Richard Madden, que interpreta Ikaris. Em "Eternos" ele é um dos membros de destaque, com os poderes do "Super-Homem", seja por voar e ter visão de calor. Em tempo, por vezes, a Marvel brinca com a DC seja fazendo uma comparação entre Ikaris e "Superman" ou por mencionar o Batman.

E não é que Ikaris é desenhado no próprio "Eternos" como que um Peter Pan?! Tendo o amor de Sersi, que seria a Wendy e da Sininho/Tinkerbell, no caso, Duende/Sprite -quem mostra devoção a ele até o fim da história?! Ao declarar ciúmes, Duende traz para a tela o seu lado Claudia de "Entrevista com o Vampiro", ao menos ela tem o desejo de se tornar mulher realizado.

A relação de amor entre Ikaris e Sersi (Gemma Chan, de "Capitã Marvel") tem encontros que, por vezes, lembram a relação conturbada de Aragorn e Arwen, de "O Senhor dos Anéis". E não se surpreenda, há tempo até para uma cena de amorzinho do casal. Essa mulher de coração partido é quem irá salvar a humanidade. Ela é capaz de transformar lava, acredite!

O longa com orçamento de 200 milhões tem uma apresentação estética belíssima, embora, por vezes, escura. Algo bem diferente do visto recentemente em "Shang Chi e a Lenda dos Dez Anéis", mas há traços dessa última produção do UCM em "Eternos". Não somente por retratar um herói longe da sua essência que precisa ser resgatada diante do perigo, mas pela estética de como os poderes ganham força em cena quando colocados em ação. 

"Eternos" é uma produção mais madura com heróis passíveis de erros, ainda que sejam robôs. Aos fãs, fica só a expectativa do que está por vir com essa nova fase! Afinal, as duas cenas pós-créditos prometem. Não somente com a inserção do irmão de Thanos, Eros (Harry Styles), mas um papel de maior peso para Kit Harington, quem revela ter um árvore genealógica complicada de explicar!

Em parceria com o Cineflix Cinemas, o Resenhando.com assiste aos filmes em Santos, no primeiro andar do Miramar Shopping. O Cineclube do Cineflix traz uma série de vantagens, entre elas ir ao cinema com acompanhante quantas vezes quiser - um sonho para qualquer cinéfilo. Além disso, o Cinema traz uma série de projetos, que você pode conferir neste link.

* Mary Ellen é editora do site cultural www.resenhando.com, jornalista, professora e roteirista, além de criadora do photonovelas.blogspot.com. Twitter:@maryellenfsm


.: Reedição especial da série Ripley em dois livros é festa para a literatura


A editora Intrínseca relançou dois livros da série estrelada por Tom Ripley com acabamentos de luxo e nova tradução. O primeiro deles é "O Talentoso Ripley", de Patricia Highsmith, com tradução de José Francisco Botelho. 

Desde a primeira publicação de "O Talentoso Ripley", em 1955, e as posteriores adaptações para o cinema, como a estrelada por Matt Damon, Jude Law e Gwyneth Paltrow, de 1999, o personagem conquista fãs ao redor do mundo, sendo reconhecido como um dos maiores sociopatas da literatura. 

Neste primeiro volume da série de cinco livros, Ripley tenta se estabelecer em Manhattan após fugir de seu lar mais do que disfuncional. Bom de lábia, exímio imitador e piadista, praticante de furtos e pequenos golpes, Tom vê sua sorte mudar ao receber uma proposta inusitada. Ele deve ir a uma aldeia na Itália e convencer Dickie Greenleaf, o filho de um rico industrial, a voltar para casa e assumir os negócios da família. O problema é que o vigarista é seduzido pelo estilo de vida refinado do playboy.

A relação de amizade entre os dois se complica com a interferência de Marge, a típica boa menina americana, rica e apaixonada por Dickie. Não demora para que o fascínio de Tom pela vida de Dickie assuma contornos de obsessão. Quando este percebe o perigo e tenta se afastar, já é tarde demais: Tom vê na rejeição a motivação que faltava para dar vazão aos seus desejos mais sombrios e rouba não só o dinheiro do amigo, mas também sua vida e personalidade.

Com "O Talentoso Ripley", a escritora Patricia Highsmith faz a introdução sangrenta e repleta de adrenalina dos percalços desse jovem capaz de tudo para manter seu estilo de vida. Matar ou se reinventar em diversas personalidades não serão empecilhos. Você pode comprar "O Talentoso Ripley" neste link.


Segundo volume da série confirma vocação para crimes
"Ripley Subterrâneo", o segundo volume da série, já foi lançado. Nesta história envolvente de Patricia Highsmith, Tom Ripley está morando em uma confortável propriedade no Sul da França ao lado da esposa, Heloise, a jovem herdeira de uma fortuna. Além de circular pelo jet set europeu e colher os frutos do roubo da identidade de Dickie Greenleaf, ele administra um esquema de falsificação de quadros.

Tudo começa com a súbita valorização das obras do recluso pintor Phillip Derwatt, graças ao trabalho de divulgação dos amigos Jeff Constant e Ed Banbury. O que os compradores não sabem é que Derwatt está morto. Quando os quadros originais são quase todos vendidos, Tom propõe à dupla que, com a ajuda do pintor Bernard Tufts, passem a criar obras inéditas atribuídas ao falecido.

O esquema parece perfeito, até que um dos compradores desconfia da falsificação e ameaça ir à polícia. Como sempre, Tom cria um plano: ele simplesmente assume a identidade de Derwatt e tenta convencer o comprador da legitimidade da peça. Um plano infalível, não fossem o descontrole emocional e a culpa de Tufts, que forçam Tom a mais uma vez adotar medidas surpreendentes e embarcar em uma trama marcada por sangue e reviravoltas. Você pode comprar "Ripley Subterrâneo" neste link.


.: Figurino e caracterização de "Verdades Secretas II" mexem com imaginário


Novela mostra a moda em seu universo. Em cena, uma imagen do desfile de Betty (Deborah Evelyn) - importante personagem da trama. Foto: João Miguel Júnior

O visual ousado da novela Original Globoplay "Verdades Secretas II", escrita por Walcyr Carrasco,  apresenta-se em diversos elementos que compõem a obra. Com uma forte linguagem de moda e uma grande liberdade estética, os personagens usam looks que carregam sensualidade, atemporalidade e que, por vezes, não fazem distinção de gênero.


A monocromia está presente em boa parte das composições do figurino que criam a identidade de cada um – algumas mais realistas, outras nem tanto. Na paleta de cores escolhida pela direção de arte, cinza e preto predominam, mas também aparecem tons de marrom, vermelho e metálico. “De modo geral, a novela possui uma estética mais dark, sexual e atemporal. Nós usamos a expressão ‘neon noir’ para definir esse caminho que tomamos”, explica a figurinista Mariana Sued.

A passagem de tempo na narrativa – seis anos após a primeira temporada – introduz mudanças marcantes tanto na caracterização, quanto no figurino de alguns personagens, como Giovanna (Agatha Moreira) e Visky (Rainer Cadete), que tiveram transformações impactantes. A filha de Pia (Guilhermina Guinle) e Alex (Rodrigo Lombardi) chega com um novo corte de cabelo, bem curto e platinado. “A Giovanna vem quase como uma personagem de desenho japonês. Ela traz essa proposta moderna, irreverente e agressiva. Isso até complementa a personalidade contestadora, que gostar de causar”, comenta Marcelo Dias, que assina a caracterização junto com Carla Biriba. 

Já Rainer volta a dar vida ao booker, agora com cabelos azuis – mais modernos e atuais – e investe em itens de maquiagem como gloss, batom e glitter nos olhos. Apesar de contemporânea, a beleza dos personagens tem um aspecto fantasioso e lúdico, bastante inspirada na noite, com muito brilho e cor. Esse traço se manifesta, principalmente, nos núcleos da agência e da casa noturna. 

Na nova temporada, Angel (Camila Queiroz) ganha um visual moderno e clássico, que não entrega sua sensualidade à primeira vista. Porém, em determinados momentos da trama, a protagonista vai despertar surpresas em relação à sua imagem. De volta ao "book rosa", as perucas serão um diferencial que ajudarão a compor looks ousados para essas ocasiões, como se sua própria atitude se transformasse, dando vida a uma outra mulher.

Carla Biriba aposta na incorporação do brilho e das cores intensas no dia a dia. “Eu acho que vamos sair desse lugar de que só nos é permitido usar brilho e cores mais diferentes no carnaval e trazer essa coisa lúdica, que é uma delícia, para o nosso dia a dia, até para trabalhar. Quando a gente traz isso para o cotidiano numa cor, numa forma, acabamos alegrando o olhar do próximo. E quando vamos ver, já está todo mundo mais colorido, mais brilhoso. Eu acho que isso pode ser uma grande tendência de ‘Verdades Secretas II’”, pontua.

Como não poderiam faltar, os desfiles são eventos à parte na história. Nesses momentos de destaque na trama, a liberdade criativa alcança voos ainda mais altos. Estilistas brasileiros foram convidados a colaborar no processo de produção das roupas e sapatos para as apresentações. Entre eles, estão Rober Dognani, Koia, Mayara Bozzatto, Jal Vieira, Leandro Benites e a marca Bold Strap. Na ficção, é a estilista Betty quem assina as coleções, mas os designers convidados, responsáveis pelas peças, não vão deixar de estar presentes nas telas: eles podem aparecer nos bastidores dos eventos, como parte da equipe da personagem interpretada por Deborah Evelyn.

O primeiro desfile da trama, já disponível na plataforma, aposta no “peladismo”, um estilo em que há mais exposição do corpo nos looks, imprimindo o lado sexy que a obra propõe. Numa mistura de vinil com tule e náilon esportivo, as peças ganham transparência e volumes extremos. 

A aparência inesperada do visual é construída também pelos cabelos, que vêm com uma textura molhada, e nas maquiagens, todas pretas com destaques em roxo, azul e prateado. “Há uma evolução de onde a gente começou – no primeiro desfile – até o último. É lógico que nós estamos respeitando o DNA da Betty, que é quem faz os desfiles na trama, mas ao mesmo tempo, acrescentando coisas novas a cada evento. Está sendo legal ver essa transformação, de degrau a degrau”, analisa Dani Ueda, que assina o conceito de moda.

Na cenografia do evento, o que chama atenção é a neve (projetada em um fundo de LED) e as árvores secas, que combinam com a coleção mágica do figurino. A inspiração para o cenário partiu do Pavilhão da Bienal, no Parque Ibirapuera, localizado na cidade de São Paulo. Seguindo a linha conceitual, outros desfiles da trama terão formato de performance, distanciando-se das apresentações convencionais.

Os shootings também são momentos que fazem parte do dia a dia da agência de Blanche (Maria de Medeiros) e, na história, vários modelos do casting participam de ensaios fotográficos usando peças que, em sua maioria, foram produzidas exclusivamente para a obra, assim como acontece nos desfiles. Os figurinos mostram uma quebra de padrões ao sair do tradicional com a liberdade de se encaixar em diferentes corpos. “Hoje estamos falando muito da moda no gender (sem gênero), algo que está acontecendo de verdade: uma roupa que é tanto para homem, quanto para mulher. Vamos falar bastante disso na nossa moda. Você olha e não distingue o que é de homem e o que é de mulher. Estamos fazendo peças que podem transitar”, destaca Ueda.

"Verdades Secretas 2" é uma novela original Globoplay, desenvolvida pelos Estúdios Globo, criada e escrita por Walcyr Carrasco, com Nelson Nadotti, Márcio Haiduck e Vinicius Vianna. A direção artística é de Amora Mautner, com direção de Isabella Gabaglia, Bruno Safadi, Fellipe Barbosa e Gabriela Amaral. A produção é de Barbara Monteiro e Isabel Ribeiro, e a direção de Gênero é de José Luiz Villamarim.


.: Grazi Massafera: "A desconstrução fez com que ela brilhasse"


Atriz relembra as dores e alegrias de interpretar a Larissa de "Verdades Secretas": "Acreditar que eu era capaz de fazer alguma coisa de diferente do que já tinha feito. Sempre creditavam a mim um personagem de acordo com o meu estereótipo. A Larissa não é diferente, o meu estereótipo ajudou a construção dela". Foto: Globo/João Miguel Júnior

A oportunidade de interpretar uma modelo que se afunda no mundo das drogas na primeira temporada de "Verdades Secretas", novela de Walcyr Carrasco, foi determinante para a carreira de Grazi Massafera. Indicada ao Emmy Internacional de Melhor Atriz pela atuação no papel, ela conta que passou a perceber seu ofício de outra forma depois desse trabalho. "A Larissa foi um divisor na carreira e de profissão até. Com ela eu entendi muita coisa da profissão. É um trabalho e uma personagem com uma grande função social e eu acho que as pessoas também receberam dessa forma. Eu me orgulho disso", revela. 

Grazi diz que só sentiu a repercussão de seu trabalho tempos depois das gravações e que na época da indicação ao prêmio a ficha custou a cair. "A ficha só caiu quando eu estava lá, no dia da cerimônia. Foi muito louco isso. Hoje eu tenho essa indicação como um dos maiores orgulhos da minha carreira. Na época eu estava meio anestesiada, as pessoas falavam e parecia que não era eu, era tão grande que eu não percebia", explica. 

O resultado do trabalho foi fruto de muito esforço. A preparação para a personagem repleta de complexidades exigiu um intenso trabalho físico e mental. "Li sobre cada processo químico, de cada droga. Primeiro fui estudando, conversei com especialistas, fiz um amplo estudo de imagens de filmes já consagrados, clássicos do tema. Fui até a cracolândia, conversei com os dependentes químicos. Depois fui para o processo corporal, estudei sobre como era a sensação de cada droga no corpo e aí fui explorando o meu corpo, um processo bem exaustivo. Quando me aproximava do resultado, criava a memória corporal. Depois disso é que eu parti para o texto. Foi um processo bem interessante, bem esmiuçado", relembra Grazi, que credita o sucesso desse trabalho especialmente à disponibilidade em desconstruir sua imagem.

"O maior desafio foi acreditar que eu era capaz de fazer alguma coisa de diferente do que já tinha feito. Sempre creditavam a mim um personagem de acordo com o meu estereótipo. A Larissa não é diferente, o meu estereótipo ajudou na construção dela, mas foi a desconstrução que fez com que ela brilhasse". Em entrevista, a atriz conta um pouco mais sobre a experiência na novela e os bastidores. 


Como você descreve a personagem e qual a importância da Larissa para sua carreira?
Grazi Massafera - É uma personagem muito complexa para descrever. A Larissa é uma modelo em momento de decadência, vazia, sem apoio familiar, sem estrutura emocional nenhuma. A história dela não tem nenhum paralelo com a minha, eu tenho uma estrutura familiar bem forte. Foi realmente um desafio muito grande passar por todo esse processo e eu não esperava que isso fosse acontecer de forma tão bonita. A Larissa foi um divisor na carreira e de profissão até. Com ela eu entendi muita coisa da profissão. É um trabalho e uma personagem com uma grande função social e eu acho que as pessoas também receberam dessa forma. Eu me orgulho disso.

Como foi o trabalho de composição da personagem? Você chegou a conversar com dependentes químicos e terapeutas?
Grazi Massafera - Essa personagem me levou primeiramente para um processo mais mental, com leituras, li sobre cada processo químico, de cada droga. Primeiro fui estudando, conversei com especialistas, fiz um amplo estudo de imagens de filmes já consagrados, clássicos do tema. Fui até a cracolândia, conversei com os dependentes químicos. Depois fui para o processo corporal, estudar como era a sensação de cada droga no corpo e aí fui explorando o meu corpo, um processo bem exaustivo. Quando me aproximava do resultado, criava a memória corporal. Depois disso é que eu parti para o texto. Foi um processo bem interessante, bem esmiuçado.


Qual é a principal lembrança que você tem do período de gravação?
Grazi Massafera - De uma coisa que as pessoas não acreditam: do processo de gravação em si, que era leve e prazeroso. Todo mundo acha que foi pesado, mas pelo contrário, eu já passei por personagens, especialmente as protagonistas, muito mais pesadas. A Larissa não tinha o peso da protagonista, eu gravava menos, tinha mais tempo para organizar as cenas, para me concentrar. Os bastidores eram muito bons, os atores eram muito legais. Eu adoro a Marieta (Severo)! A minha caracterizadora, a Dayse Teixeira, é maravilhosa, toda a equipe de direção também, e eu tinha muito contato com os câmeras. Tem um câmera que se chama Marconi e lembro que na época tiveram cenas em que a gente respirava ao mesmo tempo, sabe? Foi incrível demais.


Como foi receber a indicação ao Emmy como Melhor Atriz?
Grazi Massafera - Quando me disseram fiquei meio aérea. Não caiu a ficha, só caiu quando eu estava lá, no dia da cerimônia. Foi muito louco isso. Hoje eu tenho essa indicação como um dos maiores orgulhos da minha carreira. Na época eu estava meio anestesiada, as pessoas falavam e parecia que não era eu, era tão grande que eu não percebia.


Qual foi o grande desafio desse trabalho como um todo?
Grazi Massafera - 
Acreditar que eu era capaz de fazer alguma coisa de diferente do que já tinha feito. Sempre creditavam a mim um personagem de acordo com o meu estereótipo. A Larissa não é diferente, o meu estereótipo ajudou a construção dela, mas foi a desconstrução que fez com que ela brilhasse.


O público a abordava muito nas ruas por conta da trama quando ela foi exibida originalmente?
Grazi Massafera - 
Acredita que não? Eu ficava tão concentrada nas gravações na época que não saía muito, quase não tive contato com o público. Agora estou tendo essa chance! (Risos)


É muito autocrítica ao rever um trabalho antigo? Como está sendo a experiência agora?
Grazi Massafera - 
Sim, eu sempre fui assim, vejo uma cena minha e é difícil dizer que está bom, eu sempre vejo algo que eu poderia melhorar. Mas não me martirizo. Eu tenho um pensamento, uma estratégia de atleta: assisto a minha performance e vejo o que posso melhorar para as próximas. Já fui de ficar me martirizando, hoje não mais.


"Verdades Secretas" é escrita por Walcyr Carrasco, com direção de núcleo de Mauro Mendonça Filho e direção geral de André Felipe Binder, Natália Grimberg e Mauro Mendonça Filho, direção de Allan Fiterman, Mariana Richard e André Barros. A obra vai ao ar às segundas após "Império", às terças e quintas depois de "The Voice Brasil" e às sextas após o "Globo Repórter".


.: Entrevista com Irene Ravache: “A alegria nos uniu até hoje"


Irene Ravache revisita a vilã Sabine na edição especial de "Pega Pega". Foto: Globo/João Miguel Júnior

Se em "Pega Pega" a Sabine, personagem de Irene Ravache, é arrogante, como a própria veterana descreve, na vida real esse comportamento ficou de lado durante as gravações da novela. Em papo sobre a edição especial, a atriz relembra a trama e destaca o clima de amizade e descontração entre o elenco: “A alegria com que gravávamos marcou a todos, nos uniu até hoje. A prova é que, mesmo à distância, não nos largamos. Somos os ‘Peguenses’”, comemora Irene, referindo-se ao grupo que os artistas mantêm ativo desde a primeira exibição da novela.  

Ravache também revela que guardou uma recordação do Carioca Palace (hotel da trama), conta como se inspirou para viver Sabine e comenta a personalidade da personagem, desde sua relação com o filho adotivo, Dom (David Junior). "Pega Pega" é escrita por Claudia Souto, com direção artística de Luiz Henrique Rios, direção de Ana Paula Guimarães, Dayse Amaral Dias, Luis Felipe Sá, Noa Bressane, e direção geral de Marcus Figueiredo. 


Você gosta de revisitar e rever seus trabalhos?
Irene Ravache - É a oportunidade que o profissional tem de reavaliar seu desempenho, ver se alguma cena faria diferente. As coisas mudam e a visão do ator sobre seus personagens, também.  


Com tantos personagens marcantes na carreira, o que destacaria de diferente em Sabine? 
Irene Ravache - Sabine é uma vilã de novela que, graças à competência da autora, Claudia Souto, tem leveza e humor. Mas não se enganem com ela! Sabine é arrogante, o espectador pode sentir isso desde a primeira cena. Compensa com um ferino senso de humor e como ama o seu filho adotivo! Pelo Dom, faz qualquer coisa, até loucuras! 


Você se inspirou em alguém? 
Irene Ravache - Fazer a Sabine foi uma delícia, gravar essa novela foi uma experiência muito boa para todos nós, tanto que nos tornamos amigos. Eu não me inspirei em ninguém em particular, porém, já vi muitas pessoas com o nariz empinado, com atitudes arrogantes do gênero “sabe com quem você está falando?”. Essas pessoas quase sempre são muito complexadas, porque quem reconhece seu próprio valor não tem esse tipo de atitude, não precisa demonstrar. É cafona essa demonstração. É lamentável, mas ainda existe bastante gente a nossa volta com essa atitude de menosprezo.  


Como você descreve a relação dela com o filho, Dom? 
Irene Ravache - É uma relação muito doente por parte dela, começa porque ela roubou essa criança de uma família. Ela causou essa infelicidade. É uma atitude de amor? Não. É uma atitude de um extremo egoísmo, pensando apenas nela, e sem levar em conta o sofrimento que causou. Esse tipo de gente até diz que agiu por amor, mas é um amor que absolutamente não interessa, porque é um amor doentio. Ela comete loucuras, mas isso revela a personalidade desequilibrada dela. 


Qual a principal lembrança que ficou da época das gravações?
Irene Ravache - A alegria com que gravávamos marcou a todos, nos uniu até hoje. A prova é que, mesmo à distância, não nos largamos. Somos os "Peguenses"! "Pega Pega" marcou seu elenco; estamos juntos, nos curtimos.  


Guarda alguma recordação da personagem, como peça de roupa ou objeto? 
Irene Ravache - O guarda-roupa da Sabine era muito elegante, mas fiquei com uma almofada com a marca do Carioca Palace. Inesquecível para todos nós!



quarta-feira, 3 de novembro de 2021

.: 3x9: "ACS: Impeachment" deixa machismo gritar em "The Grand Jury"


Por: Mary Ellen Farias dos Santos 

Em novembro de 2021

"The Grand Jury", o nono episódio de "American Crime Story: Impeachment"começa e logo reencontramos Linda Tripp (Sarah Paulson) sem perder a chance de ser uma mulher de postura inspuportável. Fica a pergunta: Quantas vezes ela passou na fila da chatice?! Ao menos sem bom humor faz uma boa ação a uma estranha, também hóspede do hotel em que está morando. Para a sorte dela, a filha se importa. E numa conversa entre mãe e filha sabemos de um discurso que será feito publicamente para que Linda conte a história na própria visão.


Monica Lewinsky (Beanie Feldstein) chega ao julgamento e segue o procedimento de jurar dizer a verdade somente a verdade erguendo a mão e tudo. E após algumas perguntas, a ex-amante do presidente dos Estados Unidos precisa explicar como começou o primeiro contato: um beijo até ela fazer sexo oral nele. Apesar da extrema vergonha, Monica descreve a relação de modo carinhoso, a ponto de atribuir o adjetivo de gentil a Bill Clinton (Clive Owen). 

Falas de Monica são repassadas para os presentes, de quando ela disse a Linda Tripp que iria negar tudo, mesmo que precisasse mentir. Diante do grande júri, ela revela, inclusive que ninguém pediu para que mentisse. Eis que uma senhora pergunta se a mãe de Monica alguma vez a incentivou a terminar o relacionamento com ele, por ser o presidente, um homem casado e ter uma família. E claro, para todos do júri, assim como Monica, a relação dos dois era errada. No entanto, a culpa é sempre atribuída a ela, não a ele. Pensamentos machistas que levarão décadas para serem trabalhados. Imagine como não era nos anos 90?

Quando questionada pelo júri, sobre o dia em que foi mantida num quarto de hotel pelo F.B.I., sem chamar um advogado, embora tenha desejado fazê-lo, apenas sendo informada de que estava com problemas e que até a mãe dela poderia ser punida. Monica conta a verdade, implicando na saída da sala do agente ali presente. Monica conta como foi detida com a ajuda de Linda Tripp por agentes do F.B.I.. 

E como ela está proibida de mentir ali, confessa: "Eu odeio Linda Tripp". E quem não odiaria, né?! Antes do fim do episódio, descobrimos exatamente que a  relação deles começou com uma atração física até se tornar uma relação sexual -e todos os detalhes são expostos. 

Reencontramos Paula Jones (Annaleigh Ashford) numa cama de hospital e seguimos sem saber o que, de fato, ela faz ali. Entretanto, é Linda Tripp quem chega de mala e cuia em casa. Antes de comer, abre uma correspondência maior, dentro há uma revista, folheia as páginas e encontra um texto com uma caricatura dela bem assustadora: uma bruxa. 

Hillary Clinton (Edie Falco) comparece a eventos ao lado do marido, Bill Clinton (Clive Owen), mas a relação dos dois não é mais a mesma. Tudo se resume a aparências. Até que ele a chama na sala da Casa Branca, fala e fala sobre como se sentia em relações aos acontecimentos e diz não saber quem é sem ela. Com direito a lágrimas escorrendo dos olhos dele, mas Hillary apenas pergunta se é tudo, ele nega e se declara para a senhora Clinton que, simplesmente, sai da sala.

Linda volta ao trabalho na marra e a situação dela é colocada às claras. Eis que agentes vão ao encontro de uma testemunha que esteve em "American Crime Story: Impeachment" anteriormente. Ela não diz uma palavra, permanece com a cara de assustada e entendemos que precisam da assinatura dela num documento -que na verdade é para criar um documento a favor do presidente.

Eis que Paula Jones volta para casa, mas com marcas no rosto e um curativo cobrindo as narinas. No hospital, ela fez uma cirurgia para afinar o nariz. Então, uma discussão entre marido e mulher de lavar roupa suja, pois o dinheiro que receberiam foi perdido. Paula não receberá mais nada. Em meio a xingamentos por parte de Paula, Steve, o marido, sai de casa. 

É a vez de Linda ser interrogada pelo grande júri tendo uma das conversas entre ela e Monica lida para todos os presentes. E o depoimento vai para um caminho mais interessante quando os jurados começam a fazer as perguntas diretamente a ela. Linda age tal qual Clinton, torce e retorce os fatos a seu favor. 

Linda é sabatinada e diz ter sentido medo por saber o que acontecia entre Clinton e Monica. A ex-amiga de Monica revela ter ficado apavorada não só por perder o emprego, mas de até ser assassinada. Em outra sala, Monica ouve uma fita com conversa entre as duas, assina nela e sai. Enquanto que longe dali, Linda permanece sendo esmagada com perguntas desconfortáveis. Fica a ideia de que ela, de fato, acreditava estar agindo muito bem ao trazer todo o assunto a público.

Fora da sala dos jurados, diante de jornalistas equipados, num púlpito, fora da sala do grande júri, Linda lê um discurso que escreveu a seu modo sobre a situação em que se envolveu por ser amiga de Monica. Declara amor à patria e reforça a necessidade de dizer a verdade. Pois é!

Na Casa Branca, Clinton está à mesa da famosa sala da presidência quando Hillary se aproxima dele, mantendo uma certa distância até que se mostra aliada a ele. E como a história de Clinton é cheia de passagens nebulosas, perto do fim do episódio descobrimos que a outra mulher, a da assinatura é Juanita Broaddrick. Procurada anteriormente confessa ter mentido, pois não queria se envolver com o caso, porém, no passado, foi estuprada por Clinton. Quando a situação de Clinton parece estar entrando nos eixos, sempre um novo escândalo escabroso surge. 

No entanto, "The Grand Jury" deixa uma provocação maravilhosa para refletirmos sobre a figura feminina ser sempre massacrada. Seja Monica, uma mulher solteira, envolvendo-se com o presidente, um homem casado, Linda sendo ridicularizada pela imagem, assim como Paula Jones, levando a segunda a fazer uma cirurgia plástica. É assustador perceber que estamos em 2021 e nem tanta coisa mudou na sociedade, seja americana ou brasileira. Que venha o episódio final de "American Crime Story: Impeachment": "The Wilderness"!


Seriado: American Crime Story: Impeachment
Temporada: 3
Episódio 9: "
The Grand Jury"
Exibido em: 2 de novembro de 2021, EUA.
Elenco: Sarah Paulson (Linda Tripp), Beanie Feldstein (Monica Lewinsky), Annaleigh Ashford (Paula Jones), Margo Martindale (Lucianne Goldberg), Edie Falco (Hillary Clinton), Clive Owen (Bill Clinton), Billy Eichner (Matt Drudge), Elizabeth Reaser, Judith Light (Susan Carpenter-McMillan), Anthony Green (Al Gore), Cobie Smulders (Ann Coulter), Colin Hanks, Taran Killam (Steve Jones), Mira Sorvino (Marcia Lewis), Kathleen Turner (Susan Webber Wright), Dan Bakkedahl (Kenneth Starr), Joseph Mazzello (Paul Begala), Blair Underwood (Vernon Jordan), Kevin Pollak (Bernie Nussbaum), Patrick Fischler (Sidney Blumenthal)

* Mary Ellen é editora do site cultural www.resenhando.com, jornalista, professora e roteirista, além de criadora do photonovelas.blogspot.com. Twitter:@maryellenfsm

.: Continuação de "A Família Addams" grita: "Esqueçam o primeiro filme!"


Por 
Helder Moraes Miranda, editor do Resenhando.

Em cartaz no Cineflix Santos, "A Família Addams 2 - Pé na Estrada" é tudo o que um adulto quer ver em uma animação que se preze. Ao contrário do primeiro filme, que é bem arrastado, este se supera. A começar pela qualidade das imagens e dos cenários - é tudo lindo e faz com que você queira morar no desenho. Mas também é uma animação esperta, sacaninha e clássica ao mesmo tempo. 

Clássica porque é impossível ver este desenho e não se lembrar do seriado de TV de 1964 produzido por David Levy, do desenho animado e até dos filmes da década de 1990 com Anjelica Houston, Raúl Júlia, Christopher Lloyd, Christina Ricci e companhia limitada sem sentir um pingo de nostalgia. 

A animação de 2021 é "esperta" porque não camufla os defeitos dos personagens, pelo contrário, utiliza traços da personalidade para humanizá-los. Além de "sacaninha" porque o filme utiliza muitos trocadilhos - que as crianças podem não perceber. 

Esta continuação de "A Família Addams" é infinitamente melhor que a primeira e, mais uma vez, gira em torno de Wandinha. Há, nesta personagem, uma espécie de vulnerabilidade que a aproxima do público. Wandinha é detestável, mas todos a adoram porque ela é peculiar.

Os outros personagens, embora bem desenhados, só servem de contorno para um quadro que será pintado a partir dos anseios e dos passos que Wandinha dará - e isto se repetirá em todas as continuações. Parece que esta animação, de tão superior à primeira, grita: "Esqueçam o primeiro filme!". É um belo recomeço.


Em parceria com o Cineflix Cinemas, o Resenhando.com assiste aos filmes em 
Santos, no primeiro andar do Miramar Shopping. O Cineclube do Cineflix traz uma série de vantagens, entre elas ir ao cinema com acompanhante quantas vezes quiser - um sonho para qualquer cinéfilo. Além disso, o Cinema traz uma série de projetos, que você pode conferir neste link.




.: DarkSide® Books lança "Cinema Panopticum" pela primeira vez no Brasil


DarkSide® Books apresenta pela primeira vez no Brasil o universo de sombras e histórias silenciosas do mestre Thomas Ott. Em "Cinema Panopticum", os leitores são conduzido por uma jovem menina e sua curiosidade até uma cabine escura repleta de caixas com pequenos filmes. Thomas se apropria da mágica dos cinetoscópios, considerado o primeiro equipamento a conseguir capturar imagens em movimento e nos leva as origens do seu cinema ilustrado. Uma narrativa gráfica cativante, bela e aterradora.

O cinema que conhecemos não se aplica aqui. Em "Cinema Panopticum" o observador se torna o grande espetáculo e sob os olhos da eterna vigilância alheia aplaudimos o grotesco. É diante dessa dicotomia entre entretenimento e paranoia que se desenvolve a narrativa peculiar desta graphic novel.

O artista é um grande narrador visual acostumado à publicação de histórias curtas, domina o universo das sombras em um preto e branco único e fantasmagórico onde a ausência intencional de balões e recordatórios cria vozes em nossa mente capazes de manifestar no silêncio o verdadeiro espanto diante do horror.

No texto que acompanha a edição da DarkSide® Books, a pesquisadora Maria Clara Carneiro comenta a técnica de trabalho de Ott: “Seus desenhos parecem gravuras, em que as ranhuras pretas contribuem para esse ambiente lúgubre de suas histórias. Ele usa a técnica do scratchboard (ou carte à gratter): primeiro, faz o desenho em uma folha, o copia sobre o papel de riscar e, enfim, talha o papel escuro com um estilete, criando esse efeito rasgado, das pequenas linhas sobre a superfície”. Um verdadeiro assombro visual. Prontos para começar a sessão?

A DarkSide® Graphic Novel é uma expansão do universo sombrio e fantástico da editora, lar de Charles Burns, autor de "Black Hole" e "Big Baby", e de quadrinistas de renome como Dave McKean, Nagabe, Junji Ito, Kate Evans, Emily Carroll, Danilo Beyruth, Bernie Wrightson, Joe Hill, Derf Backderf (de "Meu Amigo Dahmer"), entre outros. Se você é fanático pela arte sequencial, prepare-se para se surpreender novamente com sua velha paixão. Os que não têm o hábito de ler HQs, não vão se arrepender. Quem aposta no escuro com a DarkSide® costuma virar fã. Você pode comprar o livro neste link.


.: Grátis: "Em Casa a Gente Conversa", teatro com Cássio Reis e Juliana Knust


Em tempo de pandemia muitos relacionamentos chegaram ao fim. Os guerreiros que mantiveram os seus relacionamentos tiveram que conversar muito em casa para suportar o processo de convivência. Após circular por 13 cidades brasileiras, a montagem fará uma temporada online e gratuita pelo Sympla entre os dias 5 de novembro e 10 de dezembro. Foto: Paulo Reis


Após várias turnês de sucesso, a comédia romântica "Em Casa a Gente Conversa", estrelada por Juliana Knust e Cássio Reis, faz temporada online e gratuita, de 5 de novembro a 10 de dezembro. Os ingressos devem ser reservados pela plataforma Sympla. “E viveram felizes para sempre”. O que ninguém sabe é o que aconteceu no dia seguinte. Como será que os casais dos contos de fadas encararam a rotina nos palácios da vida?

Com patrocínio do grupo JSL, o espetáculo apresenta  as aventuras e desencontros de um casal, já em processo de separação, que revê a sua própria história durante os encontros para definir detalhes do divórcio, criando sequências hilárias. Com direção de Fernando Philbert, texto de Fernando Duarte e Tatá Lopes, a montagem estreou em setembro de 2018, no histórico teatro Amazonas, Manaus, e circulou por por treze cidades brasileiras.

Entre os dias 5 de novembro e 10 de dezembro a peça estará disponível na plataforma Sympla - sympla.com.br – de quinta a sábado às 21h e aos domingos, 19h. Os ingressos deverão ser reservados para assistir ao espetáculo de forma gratuita. Em cena, Malu e Carlos Alberto, aos olhos de muitas pessoas, formam um casal perfeito, daqueles de comercial de margarina. Mas eles vivem na vida real e enfrentam todas as alegrias e agruras de um jovem casal. Com a maior sinceridade abrem suas vidas com humor, contrapontos e riqueza de detalhes.

Carlos Alberto é um homem dividido entre o desejo de ascender profissionalmente, a vontade de manter um casamento e o sonho de se manter eternamente livre. Já Malu é uma mulher que se desdobra entre carreira, casamento e a maternidade. No decorrer do espetáculo, eles falam com muito bom humor sobre assuntos pertinentes a qualquer casal: almoço em família, dia dos namorados, a vida sexual, TPM, o cotidiano da casa, a divisão de tarefas, as brigas, o balanço da relação e de amor.

Fernando é autor dos espetáculos, “Callas” e “Depois do Amor”, ambos com direção de Marília Pêra, “Além do que os nossos olhos registram”, protagonizado por Priscila Fantin, Luiza Tomé e Silvia Pfeifer, “Parabéns sr. Presidente in concert”, com Claudia Ohana e Juliana Knust. A direção artística é de Fernando Philbert que assinou a direção dos espetáculos “Em nome do jogo” e “O escândalo de Philipe Dussaert”, ambos com Marcos Caruso, “O topo da montanha” com Lazaro Ramos e Taís Araújo, entre outros.

"Em Casa a Gente Conversa" se vale do humor para mostrar o abismo que separa o universo feminino do universo masculino, como os sonhos se constroem e se desfazem ao longo da vida e aborda questões universais no amor. O casal expõe suas questões com transparência. A identificação do público com a história é imediata.


Serviço / Ficha técnica
"Em Casa a Gente Conversa"
Plataforma Sympla:
sympla.com.br
Temporada online: de 5 de novembro a 10 de dezembro
Horários: de quinta a sábado às 21h e aos domingos, 19h.
Texto: Fernando Duarte e Tatá Lopes
Direção: Fernando Philbert
Elenco: Juliana Knust e Cássio Reis
Participação em vídeo: Grace Gianoukas
Gratuito
Duração: 60 minutos
Classificação: 14 anos



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