quinta-feira, 2 de abril de 2009

.: Resenha crítica de "Hairspray - Em Busca da Fama"

Muitas cores, bom humor e canções animadíssimas e cheias de consciência
Por: Mary Ellen Farias dos Santos
Em abril de 2009


Um musical da melhor qualidade que fala sobre preconceito. Saiba mais de Hairspray - Em Busca da Fama!


Em um tom engraçado, Hairspray - Em Busca da Fama, consegue trilhar com total maestria no gênero musical sem desencantar ou decepcionar o espectador. Com um elenco talentoso, o longa dirigido por Adam Shankman usa e abusa do colorido. Ambientado nos anos 60, o musical faz com que todos entrem no ritmo alucinante da época, e de fato, "possam escutar os sinos". Ok. Esta é a minha licença de parodiar a canção "I can hear the bells".

O musical inspirado na peça da Broadway, retrata o grande sonho dos jovens moradores de Baltimore: aparecer no "The Corny Collins Show" (Corny, interpretado pelo talentosíssimo James Marsden), o programa de dança mais famoso da TV. No entanto, há uma jovem em especial que nos mostra sua história de perseverança. É caminhando entre um bêbado e um exibicionista, que conhecemos a protagonista do filme, a gordinha Tracy Turnblad (Nikki Blonsky).

Já na primeira música, "Good Morning Baltimore", Tracy dá o seu recado: "Os ratos nas ruas/ Todos dançam em volta dos meus pés/ Eles parecem dizer:/ "Tracy, é com você!"/ Então, oh, oh/ Não me segure/ Porque hoje todos os meus sonhos virarão realidade". Não há o que comentar. A apresentação da mocinha da história já é uma prévia da beleza em roupas, cenários e canções (com uma pitadinha de bom humor, sem ser escrachado) que encontraremos no decorrer do filme.

Embora não siga o padrão de beleza das garotas da época Tracy ensina a enfrentar e a dar fim a todo e qualquer preconceito. Com firmeza em seu objetivos, ela impressiona os juízes com seu estilo e ganha espaço na atração. Transbordando carisma em suas danças, ela vira um sucesso. Também pudera todo o seu charme só pode estar na genética, sua mãe (John Travolta, travesitdo e cheio de gordurinhas) e seu pai (Christopher Walken). Resultado: este "par" é infinitamente imbatível. Não há como deixar de reparar nos trejeitos de Travolta e sua incrível habilidade na dança, mesmo dentro de tanto enchimento, enquanto que Walken é um louco e apaixonado por todas estas dobras.

No entanto, há um problema. Tracy ameaça a hegemonia de Amber von Tussle (Brittney Snow), filha da gerente do canal e ex-miss Baltimore, Velma Von Tussle (Michelle Pfeiffer). Dominando o amor do público a gordinha cheia de ritmo entra em uma guerra contra a "Miss Hairspray". Contudo, a disputa entre Amber e Tracy fica ainda mais acirrada quando as duas passam a lutar pelo amor do jovem Link (Zac Efron). 

Além de abordar o preconceito contra os gordinhos, o longa trata da dificuldade dos negros estarem entre os brancos. Na divisão de raças, o programa "The Corny Collins Show" conta com o Dia Negro, este dedicado às danças e músicas negras, co-apresentado por Motormouth Maybell (Queen Latifah). Após derrubar as barreiras do preconceito com gordinhos, Tracy entra na marcha contra a separação de brancos e negros no programa, e acaba envolvendo-se em mais confusões.

É a cada superação de Tracy e seus amigos que não é possível sentir os 117 minutos do longa. Sem dúvida, Hairspray - Em Busca da Fama, é um filme imperdível. Também pudera a produção foi baseada no filme de John Waters (1988) e na premiada peça musical da Broadway (2002), esta tndicada a três prêmios Globo de Ouro 2008 e eleito pela Veja SP como "o melhor filme de 2007". Não deixe de conferir!

DVD: Distribuído no Brasil pela Playarte, o DVD do longa, lançado em 2008, é colorido. Com recomendação livre, o produto de Região 4 conta com legendas: Português, Inglês, Idiomas e Sistema de som: Inglês - Dolby Digital 5.1, Português - Dolby Digital 2.0, além do formato de tela Widescreen.

CONTINUAÇÃO: A New Line Cinema pretende produzir o longa Hairspray 2. "Nós recebemos uma premissa e algumas idéias de John Waters (criador do filme de 1988 que deu origem ao musical da Broadway e ao remake) e agora vamos atrás de roteiristas. Aquele período foi superpolítico. Era tempo de mudança. Estamos tentando resgatar inclusive elementos da história, de forma humorística", disse Shankman à Entertainment Weekly. Ele adiantou que a trama acompanhará Tracy Turnblad (Nikki Blonsky), a inusitada estrela gordinha do primeiro filme, e seus amigos pela música do fim dos anos 60.

O diretor adiantou aos fãs que Link, personagem de Zac Efron, vai cair de cabeça na chamada Invasão Britânica - quando os Beatles atravessaram o Atlântico e fizeram sucesso arrebatador nos EUA. A Warner Bros. (que incorporou a New Line este ano) quer reunir todo o elenco e lançar Hairspray 2 em julho de 2010. Vencedores do Tony, o Oscar da Broadway, pelas canções do musical, os compositores Marc Shaiman e Scott Wittman também voltarão com músicas inéditas. 

Trilha Sonora:
1. Good Morning Baltimore - Nikki Blonsky 
2. The Nicest Kids In Town 
3. It Takes Two 
4. (The Legend Of) Miss Baltimore Crabs 
5. I Can Hear The Bells 
6. Ladies´ Choice 
7. The New Girl In Town 
8. Welcome To The 60´s 
9. Run And Tell That 
10. Big, Blonde And Beautiful 
11. Big, Blonde And Beautiful (Reprise) 
12. (You´re) Timeless To Me 
13. I Know Where I´ve Been 
14. Without Love 
15. (It´s) Hairspray 
16. You Can´t Stop The Beat 
17. Come So Far (Got So Far To Go) 
18. Cooties 
19. Mama, I´m A Big Girl Now

Filme: Hairspray - Em Busca da Fama (Hairspray, EUA)
Ano: 2007
Gênero: Musical
Duração: 117 minutos
Direção: Adam Shankman
Roteiro: Leslie Dixon (baseado no musical/peça de John Waters)
Elenco: John Travolta, Michelle Pfeiffer, Christopher Walken, Brittney Snow, Amanda Bynes, James Marsden, Queen Latifah, Zac Efron, Elijah Kelley, Allison Janney, Terry Parks, Jerry Stiller, and Nikki Blonsky

.: Resenha de "Os Delírios de Consumo de Becky Bloom"

Insanidades da maior consumista de todos os tempos
Por: Mary Ellen Farias dos Santos
Em abril de 2009


Uma recém-formada em busca de emprego e cartões de crédito para estourar. Saiba mais de Os Delírios de Consumo de Becky Bloom!


Ela está enrolada (financeiramente) até a ponta de seu último fio de cabelo. Em contraponto, as insanidades de Rebecca Bloomwood (Isla Fisher) conseguem fazer rir (e muito). O longa dirigido por P.J. Hogan traz somente a essência de ser Becky. Na telona, Os Delírios de Consumo de Becky Bloom segue novos caminhos, entre tais mudanças está a posição profissional de Lucky Brandon, sendo que Tarquin não é apaixonado por ela, mas namorado de sua amiga, Suze.

Algo que faz falta, por criar um pseudo "trio" de apaixonados pela protagonista (Luke, Tarquin e o filho dos vizinhos) é o casal de vizinhos dos pais de Becky, grandes colaboradores para a ascensão da personagem (no livro). No longa eles nem se quer existem. No entanto, Os Delírios de Consumo de Becky Bloom é tão engraçado quanto o livro. As alterações na história deixam, a todo momento, expectativas (até para os que já leram o livro) a respeito do rumo da história.

O filme que esperou oito anos para ser produzido provoca muitas e muitas gargalhadas. Também pudera, a atuação de Isla Fisher está simplesmente impecável. Talvez, nem a nossa imaginação fértil pudesse criar alguém tão Becky Bloom quanto ela. Outro ponto que contribui para o público gostar deste conto de fadas moderno é a delicadeza e a semelhança de Isla com Amy Adams em Encantada.

Na produção de P.J. Hogan nossa descontrolada por compras precisa urgentemente arrumar um emprego para pagar as suas muuuuitas faturas de cartão de crédito. Na tentativa de alcançar o seu sonho, a recém-formada na universidade arruma emprego como jornalista da área financeira em New York. Contudo, um pouco antes desta entrevista ela se apaixona por um rico empresário. Eis a garota da echarpe verde. De fato, este não é o filme do ano, mas é interessante e vale a pena conferir!

COLEÇÃO BECKY BLOOM (todos publicados pela Editora Record):

OS DELÍRIOS DE CONSUMO DE BECKY BLOOM: A história da consumista mais querida de todos os tempos tem um misto de comédia, drama e até suspense com direito a uma "perseguição" de arrepiar. Rebecca Bloom é uma jornalista especializada no mercado financeiro, porém o que faz com maestria é gastar tudo o que tem e o que não tem, e, somente usa a sabedoria para copiar trechos de impacto de releases (textos de divulgação sobre produtos que são enviados para jornalistas). De economia ela entende? Talvez sim, talvez não, talvez mais ou menos. Afinal, para Becky tudo parece ser uma piada, o que ela leva a sério são as promoções imperdíveis das lojas de grife.

BECKY BLOOM- DELÍRIOS DE CONSUMO NA 5ª AVENIDA: Becky e seu inseparável cartão de crédito cruzam o Atlântico nesse divertido romance rumo a Meca mundial do consumo: Nova York.

AS LISTAS DE CASAMENTO DE BECKY BLOOM: OBecky está feliz com seu namorado até que ele a pede em casamento e as duas famílias começam a planejar duas festas, uma nos Estados Unidos e outra na Inglaterra.

A IRMÃ DE BECKY BLOM: Nossa protagonista anda de mal com a vida: sem grana, brigada com o marido, desempregada... até que de uma hora a outra, descobre uma irmã. Sim, uma nova companheira para ir às compras. Será?

O CHÁ DE BEBÊ DE BECKY BLOM: Becky finalmente arrumou um bom motivo para fazer compras por dois, ela está grávida! Ao descobrir que a mais famosa obstetra da cidade é ex-namorada de seu marido seu mundo vem abaixo. Ao que parece, esta gravidez não vai ser assim tão tranquila.

FILME: A adaptação do livro "Os Delírios de Consumo de Becky Bloom", de Sophie Kinsella, e conta a história de uma garota que acaba de se formar na faculdade, arruma emprego num jornal de economia de Nova York e nutri um vício insano por compras. O longa que tem uma pitadinha de romance estreia dia 10 de abril nos cinemas.


Filme: Os Delírios de Consumo de Becky Bloom (Confessions of a Shopaholic, EUA)
Ano: 2009
Gênero: Romance / Comédia
Duração: 104 minutos
Direção: P.J. Hogan
Roteiro: Tracey Jackson, Tim Firth, Kayla Alpert, Sophie Kinsella
Elenco: Isla Fisher, Hugh Dancy, Krysten Ritter, Joan Cusack, John Goodman, John Lithgow, Kristin Scott Thomas, Leslie Bibb, Fred Armisen

.: Resenha crítica de "Amor e inocência" com Anne Hathaway e James McAvoy

O amor em questão
Por: Mary Ellen Farias dos Santos
Em abril de 2009


A história de amor entre a escritora Jane Austen e o pobre advogado Tom Lefroy. Saiba mais de Amor e inocência!


Embora seja apaixonante e sensível, o cartaz de "Amor e Inocência" alerta: "A história de amor deles foi a grande inspiração dela (Jane Austen)". De fato, o longa de Julian Jarrold reúne todas as qualidades de um filme de amor, tendo uma pitada de veracidade por se tratar da "biografia" da escritora inglesa Jane Austen. 

Para quem já leu o livro ou assistiu ao filme "Orgulho e Preconceito" fica fácil identificar as semelhanças na verdadeira história de amor entre Jane e Lefroy e os encontros e desencontros amorosos de Elizabeth e Mr. Darcy (criados divinamente por Austen).

Neste drama, ambientado em 1795, conhecemos uma Jane jovem, cheia de sonhos e ainda desconhecida como escritora. É no desenrolar da história que descobrimos nela ("Jane Austen") as características de suas personagens, principalmente de suas protagonistas, sempre fortes, idealizadoras do casamento por amor e sempre a frente dos padrões da época.

O controle da vida de Jane foge-lhe das mãos quando conhece o jovem irlandês Tom Lefroy e apaixona-se perdidamente. Da mesma forma, o estudante de direito, que está de passagem pelo campo, encanta-se com a aspirante à escritora. Contudo, na vida tudo sempre é mais difícil de se conquistar. E claro, Jane precisa se casar sem amor, com o sobrinho de uma nobre senhora da região, o qual a ama sem medidas e, sempre, desconsidera todas as suas desfeitas. 

Em meio aos obstáculos de um amor impossível o espectador ri e chora diante da perfeita atuação de Anne Hathaway e James McAvoy. Outro ponto positivo do longa está na recorrente provocação ao espectador quanto ao desfecho da história, o qual é sem dúvida, surpreendente. Não deixe de viver e encantar-se com Amor e Inocência!


Filme: Amor e inocência (Becoming Jane, Inglaterra, EUA, Irlanda)
Ano: 2007
Gênero: Biografia/ Drama/ Romance
Duração: 120 minutos
Direção: Julian Jarrold
Roteiro: Kevin Hood, Sarah Williams 
Elenco: Anne Hathaway, James McAvoy, Julie Walters, James Cromwell, Maggie Smith, Joe Anderson, Lucy Cohu, Laurence Fox, Ian Richardson, Anna Maxwell Martin, Leo Bill, Jessica Ashworth, Eleanor Methven, Michael James Ford, Tom Vaughan-Lawlor
Site Oficial: http://www.amoreinocencia.com.br/

quarta-feira, 1 de abril de 2009

.: Entrevista Marian Keyes, escritora irlandesa e mundialmente famosa

"Não me preocupo em ser famosa, o melhor de tudo é ter contato com as pessoas ao redor do mundo". -  Marian Keyes

Por: Mary Ellen Farias dos Santos
Colaboração: Helder Miranda

Em abril de 2009


Ela é um fenômeno na lista dos mais vendidos e seus livros sempre estão em destaque nas livrarias. Confira a entrevista EXCLUSIVA com a escritora Marian Keyes!



Já não é novidade que a escritora irlandesa Marian Keyes deu a volta por cima ao lutar contra o vício do alcoolismo. Ela, que atualmente, tem seu lugar garantido no meio literário e grande destaque nas prateleiras das livrarias, conversou com a equipe do Resenhando.com e falou sobre suas alegrias, suas personagens e como é ser uma escritora irlandesa, país com uma história cheia de tradições.

HISTÓRIA: Marian Keyes, a mundialmente famosa autora de Melancia, Casório?!, Férias!, É Agora ou Nunca, Sushi, Los Angeles e o novíssimo Um Bestseller pra Chamar de Meu, nasceu em Limerick, na Irlanda, em 1963. Após ter problemas com álcool e tentar suicidar-se, entrou para a reabilitação. Após vencer o vício, começou a escrever contos. Hoje, com livros publicados em 30 idiomas, Marian mora em Dublin com o marido, Tony. 

Graduada em Direito, sem exercer a profissão, a autora de bestsellers, mergulha no universo feminino e retrata seus detalhes com muito humor e leveza. Perfis realistas que podem ser reconhecidos em Jojo, Lily e Gemma de Um Bestseller pra Chamar de Meu.
Neste, Gemma é apresentada por um e-mail que escreve para Susan:

"PARA: Susan_inseatlle@yahoo.com
DE: Gemma 343@hotmail.com
ASSUNTO: papai fujão

Susan, você pediu novidades. Pois bem, eu lhe trago novidades. Apesar de achar que você vai se arrepender de ter pedido. Parece que meu pai abandonou a minha mãe. Não tenho certeza de o quanto isso é sério. Mando mais notícias assim que as tiver, e quando as tiver.

Gemma xxx

Assim que atendi a ligação, achei que ele tinha morrido. Por duas razões. Primeira: participei de um número preocupante de funerais, nos últimos tempos - amigos dos meus pais e, o que é pior, pais dos meus amigos. Segunda: mamãe ligou para o meu celular; foi a primeira vez que ela fez isso em toda a minha vida, pois ela sempre acreditou piamente que só se pode ligar para um celular de outro celular, como se fossem aparelhos de radioamador, ou algo do tipo. Portanto, quando coloquei o telefone no ouvido e ouvi a voz embargada de mamãe dizendo "Ele se foi!", quem pode me culpar por eu achar que papai tinha batido as botas e agora seríamos apenas nós duas, eu e mamãe?". 

Simplesmente imperdível! Seja a leitura do livro ou da entrevista EXCLUSIVA. Confira!



RESENHANDO – Quando começou a escrever? Quando e como aconteceu?
MARIAN KEYES – Eu não escrevia até os meus trinta anos e eu não tinha idéia de que escrever era algo que eu gostaria de fazer. Minhas bases não estavam na escrita. Vim de uma casa onde muitas histórias eram contadas e era agradável faz isso no tempo livre. Tudo foi focado na publicação e baseou-se em conseguir um bom trabalho. Então, em uma tarde, logo após o meu trigésimo aniversário, em um raro dia de trabalho, li uma pequena história em uma revista. Esta havia vencido algum tipo de prêmio e algo nela falou comigo (foi divertido): 'Você poderia fazer algo assim ".  Então, eu escrevi o meu primeiro conto. Ele foi muito poderoso, até porque eu nunca tinha feito nada com que eu me sentisse útil e me orgulhasse de alguma forma.


RESENHANDO – Depois de tudo, você acha que tudo na sua vida foi importante para torná-la em uma grande e famosa escritora?
MARIAN KEYES – Eu tenho orgulho de ser uma boa escritora. Trabalhei muito duro para fazer de meus livros o melhor que podem ser. Não me preocupo em ser famosa, o melhor de tudo é ter contato com as pessoas ao redor do mundo. 


RESENHANDO – Qual é seu maior obstáculo na hora de escrever? 
MARIAN KEYES – Falta de tempo.


RESENHANDO – O que mais te dá alegria?
MARIAN KEYES – Meus sobrinhos e minhas sobrinhas.


RESENHANDO – Fale um pouco sobre a sua nacionalidade. Como é ser uma escritora irlandesa?
MARIAN KEYES – É magnífico que haja muitas escritoras irlandesas. Nós temos a tradição em contar histórias, com o colonialismo tudo isso foi deixado para nós. Mas os irlandeses ainda formam uma sociedade patriarcal, então temos muito trabalho a fazer. 



RESENHANDO – O que gostava de ler na infância? 
MARIAN KEYES – Enid Blyton


RESENHANDO – Hoje, quais são seus escritores favoritos?
MARIAN KEYES – Kate Atkinson, Sebastian Barry, Alexander McCall Smith, Christopher Brookmyre, Michael Connolly.


RESENHANDO – Você imaginou que "Melancia" seria um grande sucesso? O que pensa sobre este fenômeno de vendas?
MARIAN KEYES – Eu não pensei que (Melancia) seria um grande sucesso. Eu não sabia o que esperar. Eu pensei que as pessoas de fora da minha família não iriam recebê-lo bem e que os britânicos não iriam entendê-lo. No final, o traduzi e o sucesso ao redor do mundo foi surpreendente. Contudo, eu não desisto de meu trabalho até três anos de publicado. 


RESENHANDO – O que você pensa sobre suas personagens? Acredita que elas são heroínas?
MARIAN KEYES – Sim, eu sou muito carinhosa com minhas personagens. E eu acho que elas são heroínas porque elas passam por momentos difíceis, e elas sobrevivem e emergem, fortes e sábias.


RESENHANDO – Atualmente, com tantos livros publicados, conte-nos, qual deles prefere? Por quê?
MARIAN KEYES – Eu não tenho um livro favorito; É como uma mãe tendo que escolher seu filho favorito! Mas eu sempre fico entusiasmada em relação ao que estou trabalhando, então, no momento, “The Brightest Star in the Sky” é meu favorito. Depois, quando ele for publicado, ele será igual aos outros.



RESENHANDO – Caso pudesse escolher, qual talento gostaria de ter?
MARIAN KEYES – Eu gostaria de voar, não só em meus sonhos.


PING-PONG:
Eu amo: Viajar
Eu odeio: Aeroportos
Um livro: "Behind the Scenes at the Museum", de Kate Atkinson
Um(a) escritor(a) : Sarah Waters
Uma mensagem para seus fãs: Olá, espero conhecê-los no Brasil, um dia. 



Obras publicadas no Brasil

2003 - Melancia (Watermelon)
2004 - Férias (Rachel's Holiday)
2004 - Sushi (Sushi for Beginners)
2005 - Casório (Lucy Sullivan is getting married)
2006 - É Agora... ou Nunca (Last Chance Saloon)
2007 - Los Angeles (Los Angeles) 
2008 - Um Best Seller Pra Chamar De Meu (The Other Side Of The Story)


Um pouco sobre Melancia, Férias! e Sushi: 


Melancia - Conta o drama da garçonete Claire, abandonada pelo marido após dar à luz uma menina, logo depois que ele confessa ter um caso com uma vizinha também casada. Com a auto-estima em baixa, 29 anos e a forma física aparentando a de uma melancia, Claire resolve voltar para a casa da família: o pai à beira de um ataque de nervos, a mãe com fobia de cozinha e viciada em telenovelas e duas irmãs. Uma, destruidora de corações; outra, fanática pelo ocultismo. Em meio a muitas lágrimas, depressão e bebedeiras, Claire refaz a vida e se interessa pelo sensível Adam. O problema é que ela acha que Helen - a irmã demolidora de corações - está apaixonada, pela primeira vez, pelo rapaz e não quer magoá-la. Para complicar a situação, James, o marido, volta e acusa Claire de tê-lo induzido a procurar uma amante. Editora: Bertrand Brasil.


Férias! - O enredo gira em torno de Rachel Walsh que perde o emprego, é abandonada pelo namorado, pela amiga, e é obrigada pelo pai a se internar em uma clínica para dependentes químicos na Irlanda. Pensando que se tratar e tirar férias em um spa, com saunas, academias e banheiras de hidromassagem, Rachel se decepciona ao perceber que o lugar não oferece nada do que esperava. Para piorar a situação, ela, disposta a se vingar do ex-namorado - o brega Luke Costello -, se envolve com um dos pacientes da clínica, Chris, que tem um passado duvidoso. Editora: Bertrand Brasil.


Sushi - Mostra uma Marian Keyes que não se prende a satirizar o cotidiano de seus personagens e dá alfinetadas políticas na Irlanda, seu país de origem. A vida de três mulheres é matéria-prima do romance: a editora de revistas Lisa Edwards, a editora assistente da revista Garota, Ashling Kennedy e a dona-de-casa Clodagh. Lisa é uma ambiciosa editora de revista que, por esperar ser transferida para Nova York, fica decepcionada quando é enviada para Dublin. Ashling foi namorada de um humorista, mas sofre de depressão. Clodagh tem a vida que muitas mulheres sonhariam: é casada com um homem bonito, tem dois encantadores e uma casa no melhor bairro da cidade, mas anda insatisfeita. Editora: Bertrand Brasil.

quarta-feira, 4 de março de 2009

.: Resenha crítica de "Encurralados" com Gerard Butler

Suspense de tirar o fôlego
Por: Mary Ellen Farias dos Santos
Em março de 2009


História bem elaborada e cheia de reviravoltas consegue tirar o fôlego. Saiba mais de Encurralados!


No longa "Encurralados" tudo começa com uma belíssima família (perfeita, encantadora, amável, realizada, unida...) em um dia normal. Em contraponto, nem tudo é tão normal assim, pois é aniversário da mãe e esposa Abby (Maria Bello). Nas primeiras cenas nota-se que a família "de comercial de margarina" caminha na maior perfeição e harmonia.

É claro que por tratar-se de um filme de suspense, tentamos imaginar o que poderá haver de errado neste trio tão unido: Neil, o pai (Gerard Butler), Abby, a mãe e a filha, Sophie. No entanto, é no ambiente de trabalho que Neil mostra a sua verdadeira face, e assim, o espectador descobre que ele é a maçã podre da família. Logo, qualquer problema que surgir na história, ele será o culpado.

Com aniversário comemorado, é no dia seguinte que o inesperado acontece. Após deixarem a filha em casa, com uma babá, Abby e Neil são surpreendidos por um homem (Pierce Brosnan) que já estava dentro de seu automóvel. Diante deste homem ensandecido e armado os dois fazem de tudo, chegam no limite para proteger a integridade de sua filha, que está em perigo nas mãos de uma mulher, que supostamente não era uma babá. 

Quando toda a agitação do longa começa? Exatamente em 15 minutos de película. Toda a correria segue até o final? Exatamente. Muitas cenas de arrepiar explodem na tela, o que aumenta a expectativa em relação ao desfecho deste thriller. Sem contar que há uma pergunta que atormenta a todo tempo: Porque este homem "desconhecido" está fazendo todo este "circo"?

De fato, a resposta para esta pergunta é dada no melhor dos momentos deste suspense. Até porque quando tudo parece ter sido resolvido à moda de Neil, ou seja, à base de mentiras cabeludas, a maior de todas as revelações cai como uma bomba para o espectador. Vale a pena conferir!

DVD Duplo: Este contém uma versão do título no formato MP4. Esse formato permite ao consumidor assistir ao filme não só no aparelho comum do DVD, mas também reproduzi-lo em aparelhos MP4. Ex.: Ipod, Iphone, Walkman ou outros aparelhos com suporte ao formato. Para utilizar essa função, é preciso transferir o arquivo com extensão ".mp4" do DVD para seu computador e então transferir o arquivo para seu aparelho MP4, da mesma maneira como executa a transferência de uma música, por exemplo. Aproveite essa nova forma de levar a "Magia do Cinema" com você.

Filme: Encurralados (Butterfly on a Wheel/Shattered, Inglaterra/Canadá)
Ano: 2006
Gênero: Suspense
Duração: 95 minutos
Direção: Mike Barker
Roteiro: William Morrissey
Elenco: Pierce Brosnan, Maria Bello, Gerard Butler, Emma Karwandy, Claudette Mink, Desiree Zurowski


.: Resenha crítica do filme "Vida de Casado"

A questão do amor para os casados
Por: Mary Ellen Farias dos Santos
Em março de 2009


A comédia da vida privada no passado. Saiba mais de Vida de Casado!


"Vida de Casado" é introduzido por meio de uma animação no estilo do seriado Donas de Casa Desesperadas, seja pelo colorido dos desenhos ou pela música de fundo. Sob a ótica de um narrador personagem, Richard Langley, (Pierce Brosnan) que pensa que o casamento é uma virose passageira, (como catapora ou gripe, a qual era inume), embarcamos na vida (bastante agitada) do casal Harry (Chris Cooper) e Pat (Patricia Clarkson).

No entanto, Harry está apaixonado por Kay Nesbitt (Rachel McAdams), uma jovem viúva, que perdeu o marido na 2ª Guerra Mundial. Mantendo esse relacionamento às escondidas, Harry decide abrir o jogo com seu amigo Richard. Eis que o solteirão metido à garanhão também cai de amores pela bela loira, porém nada revela ao amigo.

Enquanto isso, Harry busca formas de separar-se da esposa. Até porque, para ele, Kay é a mulher que sempre sonhou em ter ao seu lado, isto é, Kay é a mulher que o ama de verdade, não é somente sexo, como é o amor de Pat, sua esposa, por ele. Após pensar em tantos meios de encerrar o casamento sem machucá-la, ele decide agir de modo direto: matá-la.

Cômico e dramático. Vida de Casado tem todo o cenário dos Estados Unidos no pós-2ª Guerra Mundial. No longa dirigido por Ira Sachs, os protagonistas e antagonistas estão esbanjando comicidade e drama. A disputa entre Richard e Harry, mesmo que às escuras, torna-se engraçada e intrigante, embora não deixe dúvidas sobre quem será o escolhido pela bela moça, Kay.

É inevitável cair nas graças neste retrato do cotidiano tão comum à sociedade moderna. Afinal, é curioso ver em cena um casal nada feliz com o enlace matrimonial, embora já sejam avós, um mulherengo nato e (quase) irremediável e uma viúva triste e solitária. Não deixe de conferir o sarcástico "Ricardão" em ação e com toda irreverência, em Vida de Casado!

Filme: Vida de Casado (Married Life, EUA/Canadá)
Ano: 2007
Gênero: Drama/Comédia
Duração: 90 minutos
Direção: Ira Sachs 
Roteiro: Oren Moverman e Ira Sachs, baseado em livro de John Bingham
Elenco: Chris Cooper (Harry Allen), Pierce Brosnan (Richard Langley), Patricia Clarkson (Pat Allen), Rachel McAdams (Kay), David Richmond-Peck (Tom), Erin Boyes (Becky), Timothy Webber (Alvin), Pauline Crawford (Enfermeira)

.: A responsabilidade ambiental e as novas produções

Em março de 2009


O envolvimento com o meio ambiente da empresa Disney para diminuir a agressão à natureza e as novas produções dos estúdios Disney e Pixar



MEIO AMBIENTE - Parece que a ideia (e medo) de vivermos em um universo no estilo da animação Wall-E, entranhou na empresa Disney. Neste mês (09/03/2009), a Walt Disney anunciou seus planos para reduzir pela metade suas emissões de carbono provenientes de combustíveis. Contudo, a Disney pretende chegar ao índice zero de emissões diretas de gases causadores do efeito estufa, como os seus complexos de escritórios e varejo, parques temáticos e linhas de cruzeiros.

Outra meta é zerar as quase 300 mil toneladas de dejetos sólidos que envia aos lixões, boa parte oriunda de construções. Para isso, parte desse lixo será enviado a centros de reciclagem e serão comprados mais materiais reciclados. Embarcando na preservação ambiental, a empresa assumiu o compromisso de reduzir o consumo de água, as emissões de gases e o lixo associados com a manufatura, transporte, uso e descarte de seus produtos dentro do relatório de "responsabilidade corporativa".

A Walt Disney disse ter trabalhado com a organização Conservation International para medir seu consumo de eletricidade e suas emissões de carbono reais em 2006. O plano para até 2013  pretende reduzir seu consumo de eletricidade em 10%. "As conclusões científicas atuais indicam que são necessárias reduções urgentes nas emissões de gases causadores do efeito estufa para evitar as mudanças climáticas aceleradas", disse o relatório da empresa. 

NOVIDADES - Os estúdios Disney e a Pixar estão produzindo animações para até 2012, desde cinema à DVD, incluindo o relançamento em 3-D dos primeiros Toy Story. A continuação de Carros, irá somar aos clássicos Disney.  Confira abaixo a lista completa, com datas de lançamento nos EUA e elenco de dubladores em inglês.

Up (29/05/2009)
Pixar
Direção: Pete Docter
Co-direção: Bob Peterson
Roteiro: Bob Peterson
Dubladores: Ed Asner, Christopher Plummer, John Ratzenberger, Jordan Nagai

Toy Story em 3-D (02/10/2009)
Pixar
Direção: John Lasseter
Dubladores: Tom Hanks, Tim Allen, Don Rickles, Jim Varney, Wallace Shawn, John Ratzenberger

The Princess and the Frog (Natal de 2009)
Disney
Direção: John Musker, Ron Clements
Producer: Peter Del Vecho
Composer: Randy Newman
Dubladores: Anika Noni Rose, Keith David, Jenifer Lewis, John Goodman

Tinker Bell North of Neverland - título provisório (DVD e Blu-ray, 2009)
DisneyToon Studios
Direção: Klay Hall
Producer: Sean Lurie

Toy Story 2 em 3-D (12/02/2010)
Pixar
Direção: John Lasseter
Co-direção: Lee Unkrich, Ash Brannon
Dubladores: Tom Hanks, Tim Allen, Joan Cusack, Kelsey Grammer, Don Rickles, Estelle Harris, Jim Varney, Wallace Shawn, John Ratzenberger

Toy Story 3 (18/06/2010)
Pixar
Direção: Lee Unkrich
Roteiro: Michael Arndt
Dubladores: Tom Hanks, Tim Allen, Joan Cusack, Don Rickles, Wallace Shawn, Estelle Harris, John Ratzenberger, Ned Beatty

Rapunzel (Natal de 2010)
Disney
Direção: Glen Keane, Dean Wellins

Tinker Bell A Midsummer Storm - título provisório (DVD e Blu-ray, 2010)
DisneyToon Studios
Direção: Carolyn Gair

Tinker Bell A Winter Story - título provisório (DVD e Blu-ray, 2011)
DisneyToon Studios

Newt (Metade de 2011)
Pixar
Direção: Gary Rydstrom
Roteiro: Gary Rydstrom, Leslie Caveny
Sinopse: O que acontece quando o último lagartixa-de-pé-azul macho e a última lagartixa-de-pé-azul fêmea do planeta, que se odeiam, são forçados a reproduzir para salvar todas as espécies do planeta? Newt e Brooke, o conflituoso casal, embarcam em uma aventura imprevisível e descobrem que encontrar um parceiro nem sempre é algo que se planeja - mesmo quando a opção é uma só.

The Bear and the Bow (Natal de 2011)
Pixar
Direção: Brenda Chapman
Dubladores: Reese Witherspoon, Billy Connolly, Emma Thompson
Sinopse: A mítica Escócia é o cenário da aventura de ação. A impetuosa Merida, embora filha da nobreza, preferiria entrar para a história como uma arqueira de sucesso. Confrontando os desejos de sua mãe, a princesa toma uma atitude impensada, que coloca em perigo o reino e a vida de sua família. Agora ela precisa lutar contra as forças da natureza, da magia e de uma maldição sombria para consertar seu erro.

Carros 2 (Metade de 2012)
Pixar
Direção: Brad Lewis
Sinopse: Lightning McQueen retorna à ação com seu melhor amigo Mater a reboque - e desta vez precisam levar seus passaportes, em um mundo de intrigas, ação e comédia ao redor do mundo

King of the Elves (Natal de 2012)
Disney
Direção: Aaron Blaise, Robert Walker
Sinopse: O conto de Phillip K. Dick serve de base para esta fábula sobre um homem normal do delta do Mississippi que ajuda um grupo de elfos desesperados e acaba nomeado rei dos seres fantásticos. Ao lado dos elfos, contra um malvado e ameaçador troll, o inusitado líder entra numa jornada por inimagináveis perigos - que podem dar sentido à sua vida.

terça-feira, 3 de março de 2009

.: Resenha crítica de "Quem quer ser um Milionário?"

A busca incansável pelo verdadeiro amor
Por: Mary Ellen Farias dos Santos
Em março de 2009


Uma história de amor que tem como pano de fundo a miséria e a violência na Índia. Saiba mais de Quem quer ser um Milionário?!


O título -aqui no Brasil- não é convidativo e parece não combinar muito com um drama. No entanto, "Quem quer ser um milionário?" (Slumdog milionaire) é um filme perfeito, do início ao fim. Tudo acontece de modo tão ágil que, já nas primeiras cenas, fisga o público com total propriedade (incluindo os mais sonolentos que por ventura estejam na sala de cinema). 

No estilo do brasileiro Cidade de Deus o longa de Danny Boyle é forte e arrebatador ao retratar a cruel realidade dos indianos. Tudo é a favor do longa, seja a edição encadeada, a trilha sonora 100% adequada (que de tão perfeita, faz o coração acelerar e/ou a pele arrepiar), o enredo fascinante e um elenco de qualidade inquestionável. Não há como negar. Todos estes pontos positivos explicam as sete estatuetas abocanhadas no Oscar 2009.

Com muito dinamismo, o longa mostra Jamal (Dev Patel) no palco (como protagonista) do programa Quem quer ser um milionário?. É então que o apresentador com toda a sua prepotência e soberba questiona como um menino da favela, assistente de call center, ou seja, serve chá, conseguiu chegar ao topo do jogo. Porque, até então, nem as pessoas com formação superior conseguiram tal feito, ou pelo menos passaram das 16 mil rúpias. 

A pergunta é lançada, mas quando as quatro alternativas saltam na tela, vemos Jamal sendo torturado. Além de buscar a resposta para a pergunta do programa, o público quer saber o que de fato, está acontecendo com o protagonista. No decorrer da história, descobrimos a cabeça doentia do apresentador do programa: ele pensa que o rapaz estava trapaceando no jogo.

É então que descobrimos: não é atrás do dinheiro que o rapaz está. Ora, se Jamal não está interessado no prêmio, por que ele está participando deste programa? É assim, buscando as respostas das várias perguntas que o público não tem outra chance a não ser torcer pela felicidade de Jamal. Mesmo porque, enquanto o moço explica aos policiais, como sabia as respostas, conhecemos, em detalhes, a outra a realidade das crianças indianas. 

Enquanto que Jamal está em busca de Latika, seu grande amor, acompanhamos o crescimento daquele que também viveu na violência e miséria, o irmão do protagonista, Salim. Este personagem ajudante e vilão, é quem faz a história tomar rumos inesperados. No entanto, é aos 18 anos que a felicidade chega até Jamal, enquanto participa de um jogo televisivo. Inevitável! Não dá para perder uma história de amor que tem como pano de fundo a miséria e a violência da Índia. Não deixe de conferir!

Filme: Quem Quer Ser Um Milionário? (Slumdog Millionaire, Reino Unido / EUA)
Ano: 2008
Gênero: Drama
Duração: 120 minutos
Direção: Danny Boyle
Roteiro: Simon Beaufoy
Elenco: Dev Patel, Irrfan Khan, Anil Kapoor, Madhur Mittal, Freida Pinto

segunda-feira, 2 de março de 2009

.: Resenha crítica de "Entre a Vida e a Morte", com Paul Walker

Uma segunda chance para acertar a vida
Por: Mary Ellen Farias dos Santos
Em março de 2009


Outra chance na vida de um ex-condenado. Saiba mais de Entre a Vida e a Morte!


Uma família linda e feliz. Para denotar tal harmonia, a primeira fala é de Katie, uma garotinha: "Papai, qual foi a melhor coisa que já viu?". Bom, é claro que por tratar-se de um filme de drama e suspense, não há muito com o que se surpreender, principalmente quando os problemas desta família começam a "pipocar" na tela. 

No entanto, "Entre a Vida e Morte", tem o seu mérito, não só por trazer Paul Walker na pele do protagonista Ben, mas por ser envolvente a tal ponto de mexer com os nervos e as emoções do espectador. O longa desenrola-se igual a um novelo de lã enquanto é laçado, perfeitamente, por uma agulha de crochê. O filme de John Glenn não perde a laçada e muito menos o ritmo.

Nesta família composta, por pai, mãe (Lisa) e filha, é após uma visita do irmão de Ben, Ricky que toda a calmaria do trio vai por água abaixo. Ao ajudar o irmão em um assalto Ben passa de um ex-condenado, atual homem livre para um sentenciado à morte. Contudo, após tomar uma injeção letal, Ben começa a trabalhar numa pequena cidade do interior. 

Na tentativa de levar uma vida normal, trabalha como jardineiro em uma instituição para doentes mentais. Com o passar do tempo, flashes de sua "vida passada" (é claro que ele somente lembra da filha e esposa) insistem dominar seus pensamentos, embora tenha que seguir o conselho de Ezra, o responsável por Monte Angel: esquecer tudo o que viveu antes. Até porque, somente desta forma, ele poderá desfrutar desta segunda chance de Deus e aproveitar sua nova vida.

É nesta corrida entre gato e rato que uma dúvida paira no ar: Será que Ben realmente morreu? Em um filme surpreendente, a importância da família é a que vence todo e os mais variados tipos de dificuldades. Não deixe de conferir Entre a Vida e a Morte com o ator que emplacou sucessos como Mergulho Radical, A Morte e a Vida de Bobby Z, No Rastro da Bala e Linha do Tempo!


Filme: Entre a vida e a morte (The Project, EUA)
Ano: 2008
Gênero: Drama/Suspense
Duração: 99 minutos
Direção: John Glenn 
Elenco: Paul Walker

.: Resenha crítica do pretensioso "Watchmen - O Filme"

Longa pretensioso caminha entre o "cabeça" e o "alienado"
Por: Mary Ellen Farias dos Santos
Em março de 2009


Um filme alienado com super-heróis engajados. Saiba mais de Watchmen - O Filme!


Um filme cheio de pretensão que desanda de cena em cena, ao longo das suas quase três horas de duração. Muito alarde, efeitos especiais mil e qualidade baixa. No trailer "Watchmen - O Filme" arrasa e planta a semente da curiosidade no espectador. A história que tem como ponto central a iminência de uma guerra nuclear em larga escala entre os Estados Unidos e a União Soviética não convence, principalmente nas cenas finais. 

No entanto, a longuíssima e maçante duração do filme acaba banalizando todo o contexto (pois tudo parece repetitivo) e prova que suas quase três horas são totalmente desnecessárias. É visível que a equipe de edição (de sequências) não foi inteligente a ponto de conseguir prender o público e deixar aquela vontade de rever o filme. Até porque, convenhamos, Watchmen - O Filme é um longa comercial e tem (sim) como objetivo agradar o público. 

Contudo, o excesso de cenas vazias, o nu frontal do Dr. Manhattan (Billy Crudup) e a cena de sexo (quase explícito) entre Espectral (Malin Akerman) e Coruja (Patrick Wilson) somente aumentam o descrédito da obra de Zack Snyder. Sendo assim, a fala de Alan Moore comprova-se: "Watchmen, como todo quadrinho, tem coisas que só funcionam no papel. Há certos quadros que Dave Gibbons desenhou na revista que ficarão constrangedores numa tela imensa".

O longa não consegue garantir o seu espaço entre as grandes adaptações de HQs (todas adaptações dos X-Men, o primeiro Homem-Aranha ou Homem de Ferro). Ok. De início o filme parece prometer, porém tudo fica somente no excesso de efeitos especiais, nas lutas incríveis e uma história que não se decide entre o "cabeça" e o "alienado". Definitivamente um filme sem noção.

HQ: Publicada em 12 edições entre 1986 e 1987, Watchmen (ou se preferir Vigilantes) mostra um mundo em que Richard Nixon venceu a Guerra do Vietnã e escapou de Watergate, e os super-heróis foram obrigados a se registrar como funcionários públicos. A maioria dos vigilantes mascarados se aposentou do combate. Quem ficou na ativa é controlado pelo governo, exceto o rebelde Rorschach, quem decide investigar a morte de Edward Blake, o herói Comediante. Na busca pela verdade, Rorschach encontra seus "companheiros de trabalho", e assim, descobrem uma conspiração envolvendo o poderoso Dr. Manhattan, o único herói cheio de poderes.


Filme: Watchmen - O Filme (Watchmen, EUA)
Ano: 2009
Gênero: Ação / Drama / Ficção científica
Duração: 156 minutos
Direção: Zack Snyder
Roteiro: Alex Tse, David Hayter
Elenco: Jackie Earle Haley, Patrick Wilson, Billy Crudup, Jeffrey Dean Morgan, Malin Akerman, Matthew Goode, Carla Gugino, Matt Frewer, Stephen McHattie, Laura Mennell, Robert Wisden

.: Resenha crítica de "Spirit - O Filme", de Frank Miller

O tom afinado de Miller na telona
Por: Mary Ellen Farias dos Santos
Em março de 2009


Nem morto. Nem vivo. Ele é Spirit e sente a vibração daquela que sempre será sua companheira: a cidade. Saiba mais de Spirit - O Filme!



Pela segunda vez, o estilo "milleriano" está em cartaz nas telonas em uma apresentação impregnada de sagacidade e ironia. Eis que na película há a predominância do preto, do branco e do vermelho, os responsáveis pela interação com o público. Uma vez envolvidos pelo mistério das poucas cores e o que de fato aconteceu com o policial Denny Colt (Gabriel Macht), o espectador está fisgado e passa a "viver" a intrigante história de Central City.

"The Spirit - O Filme" segue a fórmula de "Sin City - A Cidade do Pecado". Ok. Devo confessar que a nova produção de Frank Miller não é tão avassaladora quanto a sua primeira (e suntuosa) filmagem, porém The Spirit - O Filme tem lá os seus méritos. Diante de trailers e cartazes com tantas personagens sensuais pode-se ter uma ideia do que Miller colocará na telona. Também pudera, Denny Colt/The Spirit, o policial (que partiu dessa para melhor) é um incorrigível garanhão.

E, justamente, neste clima de belos rostos e seios fartos disputando este alguém que é somente um "espírito" (que vaga pela cidade), que conhecemos a história do protagonista. Já de cara temos a "bela morte" tentando agarrá-lo por toda a eternidade. No entanto, a investida de Colt é tão perfeita que consegue enganar a "bela" e retorna ao coração de seu eterna amada: a Central City.

Na sequência, debaixo de uma água (suspeita) temos o vilão Octopus (Samuel L. Jackson) e Sand (Eva Mendes) disputando (numa luta nada aquática) dois baús, cada um com o seu tesouro específico: um baú traz o sangue de Héracles e o outro o tesouro dos Argonautas. Enquanto que Octopus deseja a vida eterna, a bela, gamada em jóias, quer o tesouro milenar.

Para gerar o conflito, cada um tem em mãos o baú desejado pelo outro. E assim, é firmada a rixa entre Octopus, Sand e The Spirit. Por que The Spirit está envolvido nesta confusão? Simples o guardião eterno da cidade tem como inimigo número um o vilão esquizofrênico, Octopus. Onde e quando entra Scarlett Johansson? É a ajudante do vilão, e, sinceramente, está no papel mais inexpressivo de sua carreira. Já a ex-namorada do Motoqueiro Fantasma mergulhou de cabeça na ideia de Miller e conseguiu agradar.

Embora o enredo não seja forte e convincente, as imagens contrastantes, os poucos elementos ao redor das personagens que criam um ambiente perturbador e provocante são suficientes para agarrar o espectador. The Spirit - O Filme pode não ser tão brilhante e inovador, mas dá conta do recado. Vale a pena conferir!

Filme: The Spirit - O Filme (The Spirit, EUA)
Ano: 2008
Gênero: Ação
Duração: 103 minutos
Direção: Frank Miller
Roteiro: Frank Miller
Elenco: Gabriel Macht, Eva Mendes, Scarlett Johansson, Samuel L. Jackson

.: Entrevista com Pedro Vieira, escritor, autor de "Nerdquest"

"...eu tomei a pílula vermelha (na verdade não tive muita escolha), e a literatura é um hobby de luxo". -  Pedro Vieira

Por: Mary Ellen Farias dos Santos
Em março de 2009


Um autor moderno que retrata a geração da era digital. Confira a entrevista de Pedro Vieira!



Pedro Vieira, o jovem autor de Nerdquest e dono de uma escrita impregnada de cultura pop é o entrevistado do mês de março do R.G.. Conheça um pouco mais deste carioca que é irrecuperavelmente viciado em jogos de RPG, histórias em quadrinhos e ficção científica. Confira!


RESENHANDO – Comente um pouco sobre “Nerdquest”. Como surgiu a idéia de escrever algo tão criativo e bem elaborado?
PEDRO VIEIRA - Na verdade, a “inspiração” surgiu de um período crítico (não por coincidência, exatamente como o que passam os personagens do livro), no qual eu me encontrava recém-formado, desempregado e, consequentemente, vegetando em casa. Como eu já havia feito inúmeras tentativas (frustradas) de escrever algo, pensei “por que não?”. Tudo no livro é completamente espontâneo, não planejado e, às vezes, inconsequente (risos). Eu até planejei começar a escrever no formato de roteiro (de cinema, HQ, qualquer coisa), mas nada que eu planejo dura muito, e logo abandonei a idéia (embora o começo do livro, com mais diálogos e menos texto corrido, tenha ficado com um formato bem parecido com o de roteiro). 


RESENHANDO – Fale sobre as suas influências que geraram o irreverente "Nerdquest"?
PEDRO VIEIRA - Bom, as minhas maiores influências são HQs (e pelo livro isso fica bem claro). risos. Os meus escritores preferidos são Neil Gaiman, Warren Ellis, Grant Morrison e Alan Moore. E, na literatura: Ian McEwan, Sallinger, Bukowski, Paul Auster e vários outros.



RESENHANDO - "Nerdquest" apresenta um retrato bem particular de uma geração nascida e criada em plena era digital. Por que "mergulhar" no univero jovem? 
PEDRO VIEIRA - Não teve exatamente um porquê planejado. Foi bastante natural compor esse “retrato” baseado em um momento pelo qual eu mesmo estava passando. Todas as referências amplamente citadas no livro e que compõe o pano de fundo do dia-a-dia dessa “geração digital” também são minhas referências e também foi natural que estivessem presente.


RESENHANDO – Pode falar sobre sua infância? Lia muito? O que lia quando criança?
P.V. - Sim, sempre gostei muito de ler. Provavelmente mais do que o resto das crianças saudáveis. E sim, eu também era o último a ser escolhido quando sorteavam time no futebol (e em todos os demais esportes, sem preferência especial). risos. Eu lia muito quadrinhos (e ainda leio), especialmente da Marvel: X-Men, Vingadores, Capitão América etc. E, além dos calhamaços de regras de RPG, lia bastante ficção científica e fantasia (que também ainda leio, claro), creio que, além do óbvio O Senhor dos Anéis, entre os livros que marcaram minha infância posso citar Campo de Batalha Terra (do L. Ron Hubbard), Eu Robô (Asimov), As Brumas de Avalon (Zimmer Bradley) e o clássico Viagem a Trevaterra (do Luiz Roberto Mee).


RESENHANDO - Hoje, após ter um livro publicado, o que a literatura representa para você?
P.V. - Caso a gente vivesse em algum mundo ideal, onde fosse possível sobreviver fazendo o que se gosta da vida, eu aproveitaria essa resposta para fazer declarações de amor à literatura (ou algo do gênero, meio afetado, eu sei). Porém, eu tomei a pílula vermelha (na verdade não tive muita escolha), e a literatura é um hobby de luxo. Eu continuo estudando e trabalhando (às vezes demais) e me dedico sempre que posso a escrever, porque é, obviamente, o que eu mais gosto nessa vida (junto com cerveja, dinossauros, zumbis e suicide girls). 


RESENHANDO - Entre tantos livros nacionais publicados e circulando em livrarias, qual é a sua recomendação de leitura? Por que?
P.V. - Dos que eu li recentemente: Putas Assassinas, do chileno Roberto Bolaño, que é definitivamente o melhor livro de contos que eu li em anos.



RESENHANDO - Na hora da leitura, qual o seu estilo preferido? 
P.V. - Depende. Ultimamente quase só tenho lido textos para a faculdade, mas eu tento ler de tudo mesmo. De Machado de Assis a quadrinhos do Conan, sem preconceitos. 


RESENHANDO - Se pudesse escolher em um armário cheio de talentos variados. Qual talento gostaria de ter?
P.V. - O do Dr. Manhattan: ENORME E AZUL. Ok, piadas sobre Watchmen à parte, eu gostaria mesmo era de controlar uma manada de velociraptors psiônicos. Se viessem com raios laser, melhor ainda. 


RESENHANDO - Quais seus planos? Já tem algum projeto literário? Comente. 
P.V. - Tenho um livro de contos ainda em processo de gestação e várias vozes na cabeça me pentelhando com novas idéias, especialmente quando eu menos espero e quando não tenho perspectiva nenhuma de como vou arranjar tempo hábil para executá-las. De qualquer maneira, vamos ver onde isso vai dar.


PING-PONG:
Escrevo por: que não sei desenhar e nem tocar guitarra
Meu(s) escritor(es) favorito(s) é(são): Neil Gaiman, Ian McEwan, Paul Auster, George R. R. Martin etc.
Nerdquest é: uma horda de quinhentos poodles zumbis ensandecidos destroçando um filhote de brontossauro ao som de Def Leppard (Love Bites, claro)
Mensagem para o público: não me levem a sério.


*Mary Ellen Farias dos Santos é criadora e editora do portal cultural Resenhando.com. É formada em Comunicação Social - Jornalismo, pós-graduada em Literatura e licenciada em Letras pela UniSantos - Universidade Católica de Santos. Twitter: @maryellenfsm

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