sexta-feira, 25 de julho de 2025

.: António Jorge Gonçalves e Ondjaki lançam “O Tempo do Cão”


Dupla homenageia J. Borges em sequência gráfica do livro. Foto: divulgação

Dentro das comemorações de seus 50 anos, a Pallas Editora lança “O Tempo do Cão”, mais uma obra feita a quatro mãos do ilustrador lisboeta António Jorge Gonçalves com o escritor angolano Ondjaki, reafirmando uma parceria que já rendeu “A Bicicleta que Tinha Bigodes” (2012), “Uma Escuridão Bonita" (2013) e “O Convidador de Pirilampos” (2018), todos premiados e lançados pela Pallas no Brasil. O livro nasceu a partir dos desenhos de Gonçalves e ele convidou Ondjaki para criar a narrativa verbal. Aliás, Ondjaki é muito celebrado pela sua prosa inventiva, já publicada em mais de dez idiomas.

A noite de autógrafos será na terça, 29 de julho, das 19h às 22h, no Cinema José Wilker em parceria com a Casa 11, em Laranjeiras, Rio de Janeiro. Um espetáculo de imagens e poesia será apresentado antes de os autores receberem o público. Livremente inspirado em uma viagem de Che Guevara feita ao Congo, em 1965, o livro é atravessado por imagens silenciosas que falam alto quando as palavras titubeiam. “O Tempo do Cão” evoca o imaginário de um cão que sonha com um guerrilheiro - ou será de guerrilheiro que está de olhos bem abertos ao lado de um cão? Nessa travessia visual e poética, o tempo se curva, suspenso, entre a memória coletiva e a amizade sem palavras entre as espécies. Guerra, liberdade e infância - temas recorrentes ao universo da dupla - costuram as entrelinhas da trama.

“A guerra civil do Congo, causa que moveu o Che na luta pela emancipação deste país, não endureceu o seu coração. E nem o do cão, protagonista deste conto. A luta e o amor são paixões adjacentes que movem os seres a seguir adiante, acreditando na solidariedade e num mundo melhor”, observa a editora Mariana Warth, leitora de primeira hora do autor angolano. Mariana representa a terceira geração da família no comando da Pallas Editora, que começou com o avô dela, em sociedade com amigos, publicando livros populares de simpatia.

Em branco sobre fundo lilás, as ilustrações de Gonçalves pegam o leitor no colo e o embalam até uma madrugada onírica, em que o real e o fantástico se confundem. Ninguém sabe bem se está dormindo ou bem desperto. A sequência gráfica que narra o sonho do cão e dos guerrilheiros é uma homenagem ao legado do gravurista pernambucano J. Borges (1935-2024).

“Eu queria tanto saber falar… Falar trazia riso aos guerrilheiros. Sorrir diminui o medo de todas as pessoas que já atravessaram um medo”, diz uma das passagens mais bonitas dessa delicadeza de obra. “O Tempo do Cão” não entrega respostas, mas revolve o solo para que as perguntas venham à tona, como um osso escondido pelo próprio cão no terreno de casa. É um livro para ser lido com tempo - o tempo que também é da arte: aquele capaz de nos transformar significativamente.

O ilustrador português António Jorge Gonçalves é cartunista, performer visual, ilustrador, cenógrafo e professor português. Produziu diversas novelas gráficas, e tem colaborado com diversos escritores, entre eles Ondjaki, Nuno Artur Silva e Mário de Carvalho, na criação de livros onde texto e imagem se relacionam. Criou o projeto “Subway Life”, desenhando pessoas sentadas nos trens do Metrô em dez cidades do mundo. Desde 2003, faz semanalmente cartoons políticos para o Inimigo Público, suplemento do jornal português Público). Estas criações são replicadas no jornal Le Monde e na revista e Courrier Internacional, ambos franceses. 

Já o angolano Ondjaki escreve romances, contos, poemas e livros para crianças. Recebeu diversos prêmios, incluindo o Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, e o Prêmio FNLIJ, da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil. Pela Pallas Editora, lançou e relançou um total de 13 livros, contando com os três supracitados e este novíssimo: “Há Prendisajens com o Xão” (2011), Ombela (2014), “Os Vivos, o Morto e o Peixe-frito” (2015), “O Assobiador” (2017), “Os da Minha Rua” (2021), "Materiais para Confecção de Um Espanador de Tristezas” (2021), “A Estória do Sol e do Rinoceronte” (2021), “Verbetes para Um Dicionário Amoroso” (2021, coautor), “O Livro do Deslembramento” (2022), “Coisas Desalinhadas” (2023) e “Vou Mudar a Cozinha” (2023). Compre o livro “O Tempo do Cão” neste link.

.: "Eu Escreve: dilemas das Escritas de Si": limites das narrativas centradas no "eu"


Quando o "eu" fala em um texto, quem escreve? O mistério da voz narrativa e a relação que traça junto ao público leitor é um antigo debate teórico. A cumplicidade entre autor e leitor é, afinal, o fundamento de qualquer pacto literário, mas hoje, ao que parece, sua estabilidade se encontra em disputa. Essa inquietação levou Gabriela Aguerre e Natalia Timerman, escritoras e pesquisadoras, a organizar a coletânea "Eu Escreve: dilemas das Escritas de Si", publicado pela editora Record, que reúne, de forma inédita, textos de 23 autores e críticos contemporâneos sobre as narrativas em primeira pessoa, que estão por toda parte: de diários a teses, de autobiografias a postagens em redes sociais. O lançamento do livro será no dia 31 de julho, às 16h00, na Casa Record na Flip, com parte dos autores reunidos na mesa "Os Dilemas da Autoficção", seguida de sessão de autógrafos

Escrever a partir da primeira pessoa, as chamadas “escritas de si”, enseja paixões de especialistas e do público em geral. O debate, no entanto, usualmente se estabelece na dimensão afetiva, dos gostos pessoais. Para fugir da banalização do termo, que desponta como a marca da escrita do início do século, as organizadoras compilam alguns pontos para uma discussão mais proveitosa. No livro, estão reunidos grandes nomes que despontam no cenário literário brasileiro, escritoras e escritores, críticas e críticos interessados nos temas da autoficção, do relato, da escrevivência, da memória, entre outros. Na primeira parte desta coletânea, “Eu e Nós: gêneros Instáveis”, estão reunidos ensaios que revisam e testam a instabilidade das classificações. A segunda, “Eu Disputa: conceitos em Debate”, apresenta textos que tensionam a calcificação dos termos críticos. E, por fim, “Eu Escrevo: a Própria Voz” aproxima sujeito e verbo no enunciado para narrar à luz da própria experiência.

O livro apresenta uma diversidade de escritas, com ensaios mais acadêmicos, outros mais poéticos, outros mais jornalísticos, todos contundentes, sobre os limites entre ficção e realidade, explorando os vários jeitos e conceitos de narrar centrados no "eu". Além das organizadoras, "Eu Escreve" traz ensaios de Adriano Schwartz, Amara Moira, Andrea Saad Hossne, Anna Faedrich, Bianca Santana, Bruna Mitrano, Camilo Gomide, Diana Klinger, Felipe Charbel, Ieda Magri, Isabela C. Lopes, Joselia Aguiar, Julián Fuks, Julio Pimentel Pinto, Lubi Prates, Luciene Azevedo, Mariana Delfini, Samara Lima, Tatiana Salem Levy, Trudruá Dorrico e Yasmin Santos. 

"Eu Escreve: dilemas das Escritas de Si" não traz respostas absolutas; em troca, oferece possibilidades para a compreensão de uma questão antiga, mas que, com especificidades contemporâneas, exige novas abordagens. Este é um convite para expandir as fronteiras da nossa observação e esgarçar os limites entre fato e ficção, para então refletir sobre quem, como, onde, por que e o que se escreve neste início de século. Compre o livro "Eu Escreve: dilemas das Escritas de Si" neste link.


Sobre as organizadoras
Gabriela Aguerre
é escritora, jornalista e professora de escrita criativa. Graduou-se em comunicação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, cursou linguística na Universidade de São Paulo, trabalhou por duas décadas na Editora Abril (foi diretora da revista Viagem e Turismo) e fez a pós-graduação de formação de escritores no Instituto Vera Cruz, onde atua como professora desde 2018. Em 2019 publicou seu primeiro romance, "O Quarto Branco" (Todavia), finalista do Prêmio Jabuti na categoria Romance Literário e do Prêmio São Paulo de Literatura na categoria Romance de Ficção de Estreia, ambos em 2020.

Natalia Timerman é médica psiquiatra pela Universidade Federal de São Paulo, mestra em psicologia pela Universidade de São Paulo e doutoranda em teoria literária e literatura comparada da mesma universidade. É autora da não ficção "Desterros: histórias de Um Hospital-prisão" (Elefante, 2017; Todavia, 2025), da coletânea de contos "Rachaduras" (Quelônio, 2019), indicada ao Prêmio Jabuti, e dos romances "Copo Vazio" (Todavia, 2021) e "As Pequenas Chances" (Todavia, 2023). Foi selecionada para a Art Omi: Writers, residência literária em Ghent, Nova York, em 2025. Compre o livro "Eu Escreve: dilemas das Escritas de Si" neste link.


.: "Madman" e "Príncipe das Trevas": Ozzy Osbourne, o legado permanece


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural. Foto: divulgação 

É impossível dimensionar a importância de Ozzy Osbourne na história do rock, que faleceu aos 76 anos no dia 22. Ele não só ajudou a moldar as bases do que se convencionaria chamar de heavy metal, como ainda se tornou um dos vocalistas mais emblemáticos do mundo do rock.

Como integrante fundador do Black Sabbath, Ozzy ajudou a produzir discos antológicos que até hoje influenciam roqueiros iniciantes. Após sair da banda, em 1979, iniciou um bem sucedida carreira solo, que também emplacou momentos antológicos, como o seminal álbum de estreia, "Blizzard Of Ozz".

É certo que sua saída do Black Sabbath não ocorreu de forma normal. Seus excessos no uso de entorpecentes e bebida alcoólica não podiam mais ser tolerados e por isso os demais integrantes decidiram demitir Ozzy. Mesmo na carreira solo, Ozzy dava sinais de que não havia abandonado a fama de maluco. Era chamado de "Madman".

Colecionou várias lendas e fatos verídicos, como a mordida acidental em um morcego, que ele pensou ser de mentira durante um show ao vivo. Esteve em 1985 na primeira edição do Rock In Rio e contribuiu para a solidificação do estilo heavy metal. Mas é preciso ressaltar a performance dele ao vivo. Tinha um incrível poder de interpretação vocal, que justificava a sua fama de "Príncipe das Trevas".

Nos últimos anos enfrentava sérios problemas de saúde, agravados pelo mal de Parkinson. No recente concerto "Back to The Begininng", que se tornou a última performance dele ao vivo, ele se apresentou sentado em uma poltrona.

Mas engana-se quem imaginou uma performance abaixo da expectativa neste show. O "Madman" foi simplesmente magnífico na sua performance, inclusive com os integrantes originais do Black Sabbath. Se era para ser uma despedida, ela foi feita com louvor. Ozzy deixa um legado importante e insuperável para as futuras gerações de músicos e admiradores do rock em geral.

"Crazy Train"

"Mr. Crowley"

"Mama I´m Coming Home"

quinta-feira, 24 de julho de 2025

.: Crítica: "Quarteto Fantástico: Primeiros Passos" faz juz ao nome e impressiona


Por: Mary Ellen Farias dos Santos, editora do Resenhando.com

Em julho de 2025


"Quarteto Fantástico: Primeiros Passos" faz juz ao adjetivo substantivo masculino de seu nome, entrega trama ágil, sem largar pontas soltas ou se atropelar. A produção Marvel, em cartaz na "Cineflix Cinemas", fascina do início ao fim, sem levar o público mais uma vez para reviver, no espaço, as distintas mutações sofridas pelos quatro cientistas, Reed/Senhor Fantástico (Pedro Pascal), Johnny/Tocha Humana (Joseph Quinn, de "Stranger Things"), Susan/Mulher Invisível (Vanessa Kirby, de "Napoleão") e Ben/Coisa (Ebon Moss-Bachrach, de "A Casa do Lago"), e assumem o nome "Quarteto Fantástico". 

Desta vez, os defensores da humanidade diante dos perigosos, travam inicialmente uma batalha contra o malvado Harvey Elder, conhecido como Toupeira (Paul Walter Hauser, de "Cobra Kai"). Do alto de sua torre equipada com a mais alta tecnologia, os heróis mantém a Terra em perfeita segurança e vivem em harmonia com seus desejos pessoais. Até o dia em que uma visitante traz um recado nada agradável.

O longa de 1 hora e 55  minutos de duração, enche os olhos de quem testemunha a tudo -e garante uma experiência inesquecível. Assim, "Quarteto Fantástico: Primeiros Passos" acontece na Terra 828 (numeral escolhido por um motivo explicado antes da segunda e última cena pós-créditos), quando o esfomeado vilão Galactus (Ralph Ineson, de "Nosferatu"), assessorado pela Surfista Prateada (Julia Garner, de "A Hora do Mal" ameaça a vida de todos. Contudo, o interesse do insaciável muda quando percebe que a Mulher Invisível carrega um bebê.

Em meio a embates de tirarem o fôlego e empolgar a todos na sala de cinema, o longa entrega recortes de cenas estilo história em quadrinhos, remetendo, um pouco ao filme "Hulk" (2003). Contudo, a estética requintada da nova produção vai além, sempre apoiada predominantemente no azul em meio a outras cores, sempre pálidas, unindo o clássico e o moderno -inclusive no visual do quarteto de heróis.

Sem nitidamente anular a produção de 2005 e de 2007, "Quarteto Fantástico: Primeiros Passos" entrega uma novidade, com toque de reboot respeitoso que resulta na junção da transformação dos cientistas e a nova forma de vida deles na Terra, assim como o enfrentamento com o Surfista Prateado, que, na Terra 828, é uma mulher. O filme dois em um é impecável, ainda que deixe a desejar nos efeitos especiais, quando o Coisa carrega o pequeno Franklin no colo. Todavia, supera completamente o visual do recente "Superman" quando os heróis também estão diante de um buraco negro.

Em "Quarteto Fantástico: Primeiros Passos", dirigido por Matt Shakman ("WandaVision") com roteiro de Eric Pearson, Josh Friedman, Ian Springer e Jeff Kaplan, nada sobra ou falta. Tudo o que acontece faz sentido e se complementa, seja nas motivações do vilão ou a postura leoa da mamãe, Susan arrancando forças de onde não tem em nome de salvar seu filho -garantindo uma cena linda perto do fim. E, como não poderia deixar de ter, o filme apresenta a primeira cena pós-créditos, que conecta o grupo ao vilão Doutor Destino, sendo que a última cena é uma linda e emocionante homenagem ao artista Jack Kirby. Filmaço imperdível que faz valer cada centavo do ingresso de cinema! 


O Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021. Para acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica no Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SAN


"Quarteto Fantástico: Primeiros Passos" ("The Fantastic Four: First Steps"). Ingressos on-line neste linkGênero: ação, ficção científicaClassificação: 12 anos. Duração: 1h55. Direção: Matt Shakman. Roteiro: Eric Pearson, Josh Friedman, Ian Springer e Jeff Kaplan. Elenco: Pedro Pascal, Joseph Quinn, Vanessa Kirby, Ebon Moss-Bachrach, Paul Walter Hauser, Ralph Ineson, Julia GarnerSinopse: Um grupo de astronautas passa por uma tempestade cósmica durante seu voo experimental. Ao retornar à Terra, os tripulantes descobrem que possuem novas e bizarras habilidades. Reed Richards pode esticar seu corpo. Sua noiva, Susan Storm, ganha a habilidade de se tornar invisível. Seu irmão mais novo, Johnny Storm, adquiriu o poder de controlar o fogo e voar. Já o piloto Ben Grimm foi transformado em um monstro rochoso. Ao tentar compreender seus poderes, eles têm que lidar com novas ameaças. Confira os horários: neste link

Trailer "Quarteto Fantástico: Primeiros Passos"



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.: Entrevista: Claudio Lacerda fala sobre cantar a roça em tempos de algoritmo


Por 
Helder Moraes Miranda, especial para o portal Resenhando.com. Foto: Aline Grego

Em uma era em que os algoritmos decidem o que vale a pena ouvir, um show que se propõe a reviver a música de raiz soa como um manifesto. No próximo dia 14 de agosto, no Centro Cultural São Paulo, Cláudio Lacerda se une a Rodrigo Zanc para lançar o EP "Tributo a Pena Branca e Xavantinho" - um projeto que surgiu do afeto, atravessou o luto e chegou ao palco como resistência.

A apresentação celebra uma dupla que marcou a história da música brasileira com voz, viola e verdade. Mas por trás do repertório que passeia por Patativa do Assaré, Rolando Boldrin e Chico Buarque, há um gesto político e poético: o de lembrar que o Brasil ainda pulsa no interior, nos causos, nos bois de chifre e nas janelas sem vidro que abrem para a paisagem da memória.

Em entrevista exclusiva para o Resenhando.com Cláudio Lacerda - cantor, compositor e defensor incansável da cultura caipira - fala sobre o espetáculo, o peso simbólico de homenagear Pena Branca, e os dilemas de cantar o campo em um país que insiste em asfaltar a própria história.


Resenhando.com - Depois de cantar ao lado de Pena Branca em sua última apresentação em vida, vocês se tornaram guardiões involuntários de um legado. Quando é que a homenagem deixa de ser reverência e começa a virar responsabilidade sufocante?
Cláudio Lacerda - Entendemos que de certa forma a responsabilidade seja grande, mas não chega a ser sufocante pois além da gente, muitos outros artistas trabalham para preservar e valorizar a obra de Pena Branca e Xavantinho. Somos apenas mais dois artistas que têm consciência da importância do legado deles.


Resenhando.com - Em tempos de algoritmos que premiam o descartável, lançar um EP com “Triste Berrante” e “Chuá Chuá” é quase um ato subversivo. Vocês acham que a música de raiz ainda tem chance de furar a bolha digital - ou está condenada ao rodapé da memória nacional?
Cláudio Lacerda - Adorei o subversivo! É improvável furar a bolha digital. O consumo de música, de cultura, está muito condicionado ao mainstream. Infelizmente é a realidade. Mas ainda são muitos os festivais de viola, são muitas as orquestras de viola e artistas queridos pela população nas cidades pequenas. Podemos ser rodapé, mas um rodapé que nunca vai sair de moda.


Resenhando.com - Pena Branca e Xavantinho sempre falaram do Brasil profundo. Como é lidar com esse Brasil hoje, onde o campo virou sinônimo de disputa política e o sertão, de esquecimento?
Cláudio Lacerda - Sim, sempre. Tanto que em todos os discos da dupla havia sempre ao menos uma Folia de Reis. Nos grandes centros é raro, mas as folias, congadas, jongos, as expressões populares têm sido vistas mais frequentemente nos rincões do Brasil. Pesquisadores como o Professor Ivan Vilela da USP também confirmam isso, o que nos enche de esperança.


Resenhando.com - Quando vocês sobem ao palco e tocam “Cálix Bento”, estão em busca de quê: fé, redenção ou apenas silêncio respeitoso da plateia?
Cláudio Lacerda - Acredito que estamos em busca da união da gente com o público, no sentido de comemorarmos a nossa cultura, que é rica, que é linda, e nos enche de orgulho e pertencimento. Andar com fé...sempre!


Resenhando.com - “Cio da Terra” e “Vide, Vida Marvada” são músicas que choram por dentro. Que dor do Brasil vocês ainda não conseguiram cantar?
Cláudio Lacerda - A dor mais “dilurida” hoje em nosso país é a desunião e polarização política. A música de Pena e Xavantinho suaviza e ajuda a mitigar essa segregação. A arte cura!


Resenhando.com - Já que o show nasce de uma despedida abrupta, me digam com franqueza: o que ficou engasgado naquele último encontro com Pena Branca?
Cláudio Lacerda - Pena Branca era um ser humano extremamente simples e gentil. Aquela noite fluiu docemente com sua presença. O que lamentamos foi não podermos ter realizado outras apresentações com ele. Foi tudo lindo.


Resenhando.com - Se Xavantinho estivesse vivo, o que ele detestaria no projeto de vocês — e o que, talvez, elogiasse com um meio sorriso?
Cláudio Lacerda - Não acredito que ele detestaria nada não. Provavelmente ele ficaria muito feliz em ver seus antigos companheiros com a gente. Falo dos músicos incríveis que o acompanhavam, e de quem somos muito amigos: Ricardo Zoyo, Priscila Brigante, Ana Rodrigues e Ed Graballos. E acho que ele elogiaria a inclusão da canção “Bandeira do Divino” do Ivan Lins e Victor Martins, que eles não cantavam. É uma folia mais moderna digamos, sabemos, mas eles eram mestres em fazer adaptações de canções da MPB para uma versão regionalista.


Resenhando.com - Vocês são músicos que resistem à pasteurização do sertanejo universitário. Como é manter a dignidade artística em um país onde o som do berrante foi trocado por um beat de TikTok?
Cláudio Lacerda - A dignidade é fácil de manter, pois a gente ama a cultura popular. Não é oportunismo ou estratégia. A gente gosta de verdade. Cada um com sua consciência!


Resenhando.com - Existe espaço para melodia sem maquiagem em um mundo que venera a estética autotune? Vocês já se sentiram tentados a trair a simplicidade por uns likes a mais?
Cláudio Lacerda - Somos totalmente contra o uso de VS (playback) em shows. Para ouvir músicos tocando de verdade, sem maquiagem, vão lá assistir a gente dia 14 de agosto no CCSP!


Resenhando.com - E se a alma caipira fosse, de fato, um espírito: onde ela ainda habita neste país rachado entre o concreto e o agronegócio?
Cláudio Lacerda - A alma caipira é um espírito sim, e muito presente por sinal na Paulistânia (área de aculturamento bandeirante). E esse espírito jamais será extinto. Se depender da gente e de um mundão de artistas, há de imperar.


Dia 14 de agosto, no Centro Cultural São Paulo, Cláudio Lacerda se une a Rodrigo Zanc para lançar o EP "Tributo a Pena Branca e Xavantinho". Foto: Adriano Rosa


Serviço
Tributo a Pena Branca e Xavantinho - com Cláudio Lacerda e Rodrigo Zanc
Centro Cultural São Paulo - Sala Adoniran Barbosa
Quinta-feira, dia 14 de agosto de 2025
Às 19h00 (duração: 90 minutos)
Rua Vergueiro, 1000 - Paraíso / São Paulo
Ao lado da Estação Vergueiro do Metrô
Entrada gratuita | Classificação: livre
Capacidade: 400 lugares (chegue cedo, sujeito à lotação)
Saiba mais: @claudiolacerdaoficial | @rodrigozanc

.: Gloria Groove em sessões especiais de “Wicked” no Teatro Renault

Artista retorna aos palcos dos musicais em papel icônico e conecta sua trajetória à poderosa mensagem da história das bruxas de Oz: ser quem se é. Foto: Carolina Demper


Gloria Groove recebeu o ticket esmeralda! A artista viverá Madame Morrible, em sessões limitadas do espetáculo "Wicked - A História Não Contada das Bruxas de Oz", no Teatro Renault, em São Paulo, sendo a primeira drag queen no mundo a interpretar o papel. As sessões com a artista ocorrem de 23 a 27 de agosto e de 30 de agosto a 3 de setembro, de sábado a quarta-feira, e marcam o reencontro da cantora com o universo dos musicais.

“Essa história me puxa de volta para um lugar que sempre sonhei. É como receber um ticket esmeralda, como a Elphaba, para viver algo que parecia impossível”, diz GG. A entrada de Gloria Groove em "Wicked" é carregada de simbolismo. Muito além do brilho e da imponência da Cidade das Esmeraldas, o musical traz uma mensagem central, que atravessa a vida e a arte de Gloria: a liberdade de ser quem se é.

No enredo, Madame Morrible é a diretora da Universidade de Shiz - a escola onde Elphaba e Glinda se conhecem. Figura imponente, articuladora e ambígua, a personagem é decisiva nos rumos da história, representando as estruturas de poder e influência. A força simbólica da personagem dialoga com o lugar de potência de Gloria Groove, que desafiou padrões e consolidou novos espaços de expressão na arte brasileira. Com trajetória nos palcos desde os sete anos de idade, Gloria Groove iniciou sua carreira como dublador e ator de musicais, antes de se consolidar como uma das principais vozes da música pop contemporânea.

Agora, aos 30 anos, ela celebra o retorno ao teatro musical com um papel de relevância na trama e significado pessoal. “Estou representando no palco os fãs de Wicked que estão na plateia. É como se tivessem puxado alguém da poltrona para viver essa oportunidade única”, afirma. Para a produção brasileira de "Wicked", a presença de Gloria Groove reafirma a potência da história que celebra a individualidade, a resistência e os sonhos que desafiam expectativas. Em cena, Madame Morrible (que na temporada regular é interpretada por Karin Hils) ganha novos contornos com a construção cênica da artista, que mergulhou em referências da Broadway para a composição do papel. Os ingressos para as sessões especiais de Wicked com Gloria Groove já estão à venda.

Serviço
Musical "Wicked - A História Não Contada das Bruxas de Oz” – com Gloria Groove como Madame Morrible
De 23 de agosto a 27 de agosto (de sábado a quarta-feira) e 30 de agosto a 03 de setembro (de sábado a quarta-feira).

Sessões
23 de agosto às 15h00; 24 de agosto às 14h00; 25 de agosto às 20h00; 26 de agosto às 20h00; 27 de agosto às 20h00; 30 de agosto às 15h00; 31 de agosto às 14h00; 1° de setembro às 20h00; 2 de setembro às 20h00; 3 de setembro às 20h00.

Teatro Renault (Av. Brigadeiro Luís Antônio, 411 - Bela Vista/São Paulo)
Ingressos: bilheteria Oficial no Teatro Renault (sem taxa de conveniência): de terça-feira a domingo, das 12h00 às 20h00, exceto feriados; site da Ticket for Fun.

.: Cinema: Lindsay Lohan e Jamie Lee Curtis trocam de corpo de novo na sexta


Por Helder Moraes Miranda, especial para o portal Resenhando.com. Foto: divulgação

Prepare-se: no dia 7 de agosto, o caos volta aos cinemas com “Uma Sexta-Feira Mais Louca Ainda” ("Freaky Friday 2", a aguardada continuação de "Sexta-Feira Muito Louca" (2003), sucesso da Disney que marcou uma geração. Vinte e dois anos depois, Jamie Lee Curtis e Lindsay Lohan retornam aos papéis de Tess e Anna Coleman - mãe e filha que, mais uma vez, trocam de corpos. Só que agora o feitiço vem recarregado: duas adolescentes também entram na dança, tornando o enrosco familiar ainda mais insano.

Dirigido por Nisha Ganatra, com roteiro de Jordan Weiss, o filme é baseado no livro "Que Sexta-feira Mais Pirada!", de Mary Rodgers, e amplia a fórmula consagrada do original com um elenco que reúne passado e presente. Além de Curtis e Lohan, estão de volta nomes queridos dos fãs, como Chad Michael Murray, novamente no papel de Jake, o ex-namorado de Anna, Mark Harmon, como Ryan, marido de Tess, e Rosalind Chao, que revive a gerente do restaurante chinês onde tudo começou.

Mas agora a magia ancestral não se limita a Tess e Anna. As trocas corporais também atingem Harper (Julia Butters), filha de Anna, e Lily (Sophia Hammons), filha de Eric (interpretado por Manny Jacinto), noivo de Anna. O elenco ainda conta com Vanessa Bayer, Maitreyi Ramakrishnan e outros nomes que ajudam a atualizar o universo para uma nova geração.

E por falar em nostalgia: a banda fictícia Pink Slip, que embalou o primeiro filme com o hino “Take Me Away”, também está de volta - com direito a uma versão nova da música disponível no Spotify, Apple Music e outras plataformas. Segundo Jamie Lee Curtis, em entrevista à People Magazine, foi ideia dela trazer a banda de volta, como uma forma de celebrar a relação das personagens e a devoção dos fãs, que pedem uma sequência há quase duas décadas.

As filmagens de "Uma Sexta-Feira Mais Louca Ainda" aconteceram em Los Angeles, entre junho e agosto de 2024, e a première oficial aconteceu no El Capitan Theatre, em Hollywood, no dia 22 de julho deste ano. O filme integra as comemorações de 70 anos da Disney, que celebrou a estreia com um evento especial nos parques da Califórnia, reunindo parte do elenco e fãs fantasiados como suas versões favoritas das personagens.

Este é o primeiro grande lançamento nos cinemas protagonizado por Lindsay Lohan desde 2007 - após anos afastada dos holofotes, ela vem retomando a carreira e, segundo entrevistas recentes, aceitou o papel assim que leu o roteiro, por considerar Tess e Anna “eternamente relevantes”. No novo enredo, Anna está prestes a se casar e tenta equilibrar maternidade, carreira e uma enteada cheia de atitude. Ao visitar o mesmo restaurante chinês da juventude, ela e a mãe voltam a viver um fenômeno sobrenatural que, dessa vez, se espalha para a geração seguinte. 

A mensagem continua clara: só conseguimos realmente entender o outro quando nos colocamos - literalmente - no lugar dele. E poucas fórmulas são tão eficazes em transmitir isso com humor, caos e empatia como a dessa comédia familiar. Se em 2003 o público aprendeu a rir (e chorar) com duas mulheres tentando sobreviver à troca de corpos, agora o desafio é multiplicado por quatro. 

Prepare-se para um festival de mal-entendidos, referências aos anos 2000, conflitos geracionais, reencontros emocionantes e uma trilha sonora que promete bater forte no coração de quem cresceu com o filme original. "Uma Sexta-Feira Mais Louca Ainda" estreia em 7 de agosto nos cinemas brasileiros com distribuição da Disney. E, se depender do entusiasmo do público, essa sexta-feira vai entrar para a história - de novo. Em Portugal, o filme se chama "Mais Uma Sexta-feira Muito Louca".


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.: Mais de 3 milhões de brasileiros já assistiram "Superman" nos cinemas


Primeiro longa da DC Studios dirigido por James Gunn se mantém como o filme número 1 no país desde a estreia, e já arrecadou R$ 66.6 milhões em bilheteria

"Superman" segue conquistando o coração do público brasileiro. Desde a estreia no dia 10 de julho, o filme se mantém como a produção número 1 nos cinemas do país, ultrapassando a marca de 3 milhões de espectadores. O longa já arrecadou R$ 66.6 milhões em bilheteria, considerando as sessões antecipadas que aconteceram nos dias 8 e 9 de julho. Primeiro longa da DC Studios dirigido por James Gunn a chegar às telonas, "Superman" leva ao público uma aventura emocionante com cenas de ação de tirar o fôlego, combinação perfeita para as férias de julho. 

“O filme é aspiracional, e acho que James (Gunn) criou não tanto uma adaptação cinematográfica de um personagem de gibi, mas a sensação de um ótimo gibi ganhar vida na tela grande, com atores reais e ótimos efeitos”, conta David Corenswet, que dá vida a Superman/Clark Kent no novo filme. “E você pode ver isso nas maiores telas que existem, em vez de só numa página pequena na sua frente”, completa. 

Dirigido por Gunn, que produz o longa ao lado de Peter Safran, "Superman" também é estrelado Rachel Brosnahan (Lois Lane) e Nicholas Hoult (Lex Luthor).  O filme está em cartaz nos cinemas de todo o país, também em IMAX e com versões acessíveis. Para mais informações, consulte a programação do cinema de sua cidade. 


Sobre o filme 
"Superman" é o primeiro longa-metragem da DC Studios a chegar às telonas, com sua estreia marcada para 10 julho nos cinemas de todo o mundo. Distribuído pela Warner Bros. Pictures, James Gunn, em seu estilo característico, assume a nova história do super-herói original, no recém-imaginado universo DC, com uma combinação singular de ação épica, humor e coração, um Superman movido pela compaixão e por uma crença inerente na bondade da humanidade. Os CEOs da DC Studios, Peter Safran e Gunn, produziram o longa-metragem, com direção e roteiro de Gunn, baseado nos personagens da DC. Superman foi criado por Jerry Siegel e Joe Shuster.  

O filme é estrelado por David Corenswet (“Twisters”, série “Hollywood”) no papel duplo de Superman/Clark Kent; Rachel Brosnahan (série “The Marvelous Mrs. Maisel”) como Lois Lane, e Nicholas Hoult (os filmes “X-Men”, “Jurado Nº 2”) como Lex Luthor. Coestrelam Superman os atores Edi Gathegi (série “For All Mankind”); Anthony Carrigan (séries “Barry”, “Gotham”); Nathan Fillion (os filmes “Guardiões da Galáxia”, “O Esquadrão Suicida”); Isabela Merced (“Alien: Romulus”); Skyler Gisondo (“Licorice Pizza”, “Fora de Série”); Sara Sampaio (“At Midnight”); María Gabriela de Faría (série “The Moodys”); Wendell Pierce (“Selma: Uma Luta pela Igualdade”; série “Jack Ryan”); Alan Tudyk (série “Andor”); Pruitt Taylor Vince (“Bird Box”); e Neva Howell (“Greedy People: Pessoas Gananciosas”). 

Os produtores executivos de Superman são Nikolas Korda, Chantal Nong Vo e Lars Winther. A equipe de produção criativa de James Gunn nos bastidores inclui seus colaboradores frequentes como o diretor de fotografia Henry Braham, a designer de produção Beth Mickle, a figurinista Judianna Makovsky, e o compositor John Murphy, ao lado dos editores William Hoy (“Batman”), Jason Ballantine (filmes “IT”, “The Flash”) e Craig Alpert (“Deadpool 2”, “Besouro Azul”).


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Programação do 
Cineflix Santos

“Superman” | Sala 3
Classificação:
 PG13. Ano de produção: 2025. Idioma: inglês. Direção: James Gunn. Elenco: David Corenswet, Rachel Brosnahan, Nicholas Hoult e outros. Duração: 2h09. Cenas pós-créditos: sim. Cineflix Santos | Miramar Shopping | Rua Euclides da Cunha, 21 - Gonzaga - Santos/SP.


Dublado
24/7/2025 - Quinta-feira: 15h20
25/7/2025 - Sexta-feira: 15h20
26/7/2025 - Sábado: 15h20
27/7/2025 - Domingo: 15h20
28/7/2025 - Segunda-feira: 15h20
29/7/2025 - Terça-feira: 15h20
30/7/2025 - Quarta-feira: 15h20


Legendado
24/7/2025 - Quinta-feira: 18h10 e 20h50
25/7/2025 - Sexta-feira: 18h10 e 20h50
26/7/2025 - Sábado: 18h10 e 20h50
27/7/2025 - Domingo: 18h10 e 20h50
28/7/2025 - Segunda-feira: 18h10 e 20h50
29/7/2025 - Terça-feira: 18h10 e 20h50
30/7/2025 - Quarta-feira: 18h10 e 20h50

.: "Três Graças", próxima novela das nove, tem primeiras cenas gravadas em SP


Equipe e parte do elenco estão em filmagens em diversos bairros da capital paulista. Na imagem, Joélly (Alana Cabral), Gerluce (Sophie Charlotte) e Lígia (Dira Paes). Foto: Globo/ Estevam Avellar


Uma mulher, filha e mãe, inconformada com a injustiça diante das maldades que assolam sua comunidade e sua família, numa São Paulo que abriga milhões de brasileiras como ela. Corruptos que prejudicam uma multidão de doentes em benefício próprio. A luta do bem contra o mal e a dúvida sobre até onde ir quando se precisa batalhar pela sobrevivência. Esses são os dilemas que movem a protagonista da próxima novela das nove da TV Globo, "Três Graças", de Aguinaldo Silva, que mistura drama, tragédia, romance, mistério e toques de humor, cujas gravações ocorrem neste mês na capital paulista. 

Criador de histórias marcantes e personagens icônicos, como as vilãs Perpétua, de "Tieta", Nazaré Tedesco, de "Senhora do Destino", e Maria Regina, de "Suave Veneno", e de mulheres fortes, como Tieta, da novela homônima, e Maria do Carmo, também de "Senhora do Destino", e dos carismáticos Crô de "Fina Estampa" e o comendador Zé Alfredo, de "Império", entre muitos outros, Aguinaldo está de volta ao horário nobre da TV Globo após seis anos. O autor, vencedor de dois Emmys, traz nesta obra toda as suas vivências, referências e sua assinatura única na teledramaturgia. Desta vez, divide a escrita com Virgílio Silva e Zé Dassilva, e trabalha em parceria com Luiz Henrique Rios, que comanda pela primeira vez a direção artística de uma novela de sua autoria.

“Durante a pandemia, houve a reprise de ‘Fina Estampa’ e de ‘Império’ e agora, a de ‘Tieta’ no 'Vale a Pena Ver de Novo'. Fiquei muito satisfeito com o sucesso delas novamente. A minha ideia, em ‘Três Graças’, é fazer uma novela popular e abrangente, que fala do dia a dia das pessoas, de quem sai às 5h da manhã e pega três ônibus para ir trabalhar. E aí você vai penetrando nesse dia a dia e vendo que dentro dele tem histórias edificantes, maravilhosas, e ao mesmo tempo histórias terríveis de pessoas que supostamente são a elite do país. Eu acho que a novela é uma tentativa de retratar o Brasil que está acontecendo nesse momento. É uma novela da atualidade, do ônibus, do metrô, do trem”, adianta Aguinaldo Silva. 

 Em "Três Graças", o público será convidado a embarcar na jornada de Gerluce Maria das Graças (Sophie Charlotte). Moradora de uma favela fictícia na capital paulista, ela integra uma família de mães solo: é filha de Lígia Maria das Graças (Dira Paes) e mãe de Joélly Maria das Graças (Alana Cabral). Criada pela mãe, que engravidou na adolescência e foi abandonada pelo seu pai, Gerluce enfrentou destino parecido com a chegada da filha na fase em que se preparava para entrar na faculdade. Abdicou dos seus sonhos para dar a Joélly uma vida diferente, que tivesse um futuro promissor. Mas, quando a gravidez precoce da terceira geração se confirma, Gerluce fará de tudo para impedir que a filha abra mão de seus projetos e ambições, assim como ela e a mãe foram obrigadas a fazer.

“Gerluce é uma mulher que luta para não perder a esperança. Ela tem tudo para se conformar com a vida, mas não se conforma, e essa esperança não é apenas a dela, mas das pessoas que a rodeiam. Ela acha que todos têm direito a viver melhor e precisam lutar por isso. Ela quer uma vida melhor para a filha, não sabe como vai conseguir isso, mas é seu principal objetivo”, define Aguinaldo.

Forte e de pensamento positivo, Gerluce vive uma rotina intensa, que se resume ao trabalho, aos cuidados com a mãe doente e a proteger a filha. Até que se vê em uma situação que vai mudar o rumo de sua vida. Na casa da perversa Arminda (Grazi Massafera), para quem trabalha como cuidadora da mãe idosa, Josefa (Arlete Salles), ela descobre que a patroa e seu amante Santiago Ferette (Murilo Benício) lideram um esquema de falsificação de remédios que impacta não apenas a saúde de sua mãe Lígia, mas a de muitas pessoas da comunidade onde vive. Também lá, na mansão da patroa, ela encontra uma grande quantia de dinheiro guardada dentro de uma estátua escondida, o que a coloca diante de um conflito ético: até onde cabe uma atitude drástica em nome de um bem maior?  

Embora a trama seja baseada na realidade brasileira, com temas profundos, mistério, suspense e personagens muito ativos, o diretor artístico de 'Três Graças" busca trazer para a novela um tom de tragicomédia. "Esse é o jogo que pretendemos construir a partir de uma interpretação que não será totalmente naturalista. Na estética, vamos trabalhar com um tom um pouco acima da realidade. A novela tem muita cor e muita vibração, é uma história intensa, à flor da pele. Com isso queremos trazer para o público uma emoção diferente”, explica Luiz Henrique Rios.  

Com estreia prevista para outubro, "Três Graças" é uma novela criada por Aguinaldo Silva, escrita com Virgílio Silva e Zé Dassilva, tem direção artística de Luiz Henrique Rios, produção de Gustavo Rebelo e Silvana Feu. O elenco conta ainda com grandes nomes como Romulo Estrela, Marcos Palmeira, Paulo Mendes, Luiza Rosa, Andréia Horta, Pedro Novaes, Gabriela Loran, Miguel Falabella, Enrique Diaz, Juliano Cazarré, Belo, Xamã, Alanis Guillen, Mell Muzzillo, Samuel de Assis, Daphne Bozaski, Barbara Reis, Leandro Lima, Fernanda Vasconcellos, Carla Marins, Túlio Starling, Amaury Lorenzo, Gabriela Medvedovisky, Augusto Madeira, Juliana Alves, Otávio Muller, Rejane Faria, Julio Rocha, Guthierry Sotero, Vinicius Teixeira, Lorrana Mousinho, Lucas Righi, André Mattos, entre outros. 

 
Gravações movimentam diversas regiões da capital paulista
A grande São Paulo, com seus prédios imponentes e enorme diversidade populacional é onde se passa a história de "Três Graças". Nas últimas semanas, equipe e parte do elenco viajaram para a capital paulista, dando início às filmagens das primeiras cenas da obra. Durante dias frios e ensolarados, os trabalhos estão sendo realizados, em grande parte, na Brasilândia, na região Norte da cidade, onde será retratada a comunidade fictícia da obra. Foi lá que as protagonistas Sophie Charlotte, Dira Paes e Alana Cabral se encontraram pela primeira vez no set de gravação. 

As atrizes dão vida, respectivamente a Gerluce, Lígia e Joélly. No ar em "Guerreiros do Sol", Alana Cabral se junta às já veteranas Sophie e Dira em sua primeira novela das nove. A atriz, de 18 anos, iniciou a carreira aos seis. Na TV Globo, também esteve nas novelas "Verão 90" (2019), "Nos Tempos do Imperador" (2021), na série "Assédio" (2019) e foi campeã do reality culinário "Super Chefinhos", do "Mais Você" (2022). 

As filmagens devem durar um mês em São Paulo e, depois, seguem para os Estúdios Globo, no Rio de Janeiro. Para o diretor artístico Luiz Henrique Rios, começar os trabalhos no local retratado na história é fundamental. "É muito importante para a narrativa mostrar a cidade, não só como normalmente se mostra São Paulo, com seus grandes prédios, mas o dia a dia das pessoas. Alguns personagens vivem na comunidade da ficção, que estamos ilustrando como uma parte da Brasilândia, um lugar muito diverso. Trazer essa realidade para dentro da nossa comunidade proporciona a ampliação do espaço cenográfico. Teremos uma grande cidade cenográfica, mas queremos misturar com muito do que acontece aqui. Vamos gravar em cinco locações dentro desse grande complexo", conta o diretor. Cerca de 90 pessoas da equipe da novela e 30 figurantes locais participam de cenas na Brasilândia. Ruas, vielas e espaços urbanos da região foram usados nas sequências. A região central da cidade e os bairros Aclimação, Bela Vista, Pinheiros, Pirituba e Freguesia do Ó também estão entre as locações da novela.

Em dias de filmagem na Brasilândia, a atriz Sophie Charlotte conta como a ambientação contribuiu para a composição da personagem. "Achei muito emocionante começar as gravações na Brasilândia, olhando o trânsito das pessoas, todas muito carinhosas com a gente, recebendo a nossa gravação com tanta curiosidade... Observei as pessoas circulando pelas ruas, idosos, crianças jogando bola... Começar vendo a vida do lugar inspira muito. Como atriz, busco aqui, na vida real, a fonte para a história fictícia que vamos contar", declara.

.: Carrossel de Baco celebra 20 anos com show gratuito no Sesc dia 30


Banda Carrossel de Baco se apresenta dia 30 de julho no palco do Sesc Santos. Foto: divulgação

A energia contagiante da cultura caiçara, somada à força da poesia popular e à irreverência da música contemporânea brasileira, vai tomar conta do palco do Sesc Santos, no dia 30 de julho, às 20h00, com o show especial de 20 anos da banda Carrossel de Baco. A apresentação é gratuita e os ingressos estarão disponíveis 1h antes para a retirada na bilheteria local.

Nascida na bacia de Santos e liderada pelo multifacetado Danilo Nunes - cantor, compositor, ator e diretor teatral - a Carrossel de Baco une música, teatro, dança e poesia numa experiência sensorial e coletiva. A sessão é acompanhada pelos músicos: Anderson KB (bateria e backing vocal), Daniel Simonian (Guitarra), Edson Kbeça (Percussão), Paulo Faria (Baixo) e Rei Vieira (Teclado).

Com uma trajetória marcada pela ousadia criativa e pelo compromisso com as raízes culturais brasileiras, o grupo celebra duas décadas de reinvenção e resistência, com um espetáculo que promete encantar o público com sua sonoridade única e performance arrebatadora. No repertório, canções regionais como "Ciranda do Mar", de Zéllus Machado, "Mamão com Açúcar", de Jair de Freitas, e "Esperança", de Danilo Nunes - respectivamente integraram os discos de 2010, 2015 e 2019 da banda.

São composições autorais e parcerias que transitam entre o samba de roda, o maracatu, o xote e referências da Tropicália, tudo permeado por uma estética contemporânea que transforma cada apresentação em uma grande celebração.

Inspirada no Movimento Caiçara Contemporâneo, a banda eletrifica os sons tradicionais do litoral paulista sem perder sua essência, criando uma linguagem própria que ecoa de forma potente por todo o país. Danilo Nunes, à frente da formação, imprime sua marca cênica ao espetáculo — herança de seu trabalho com o grupo Teatro do Pé — em performances que misturam corpo, voz e poesia com intensidade visceral.

A apresentação no Sesc Santos faz parte da turnê comemorativa de 20 anos do grupo, levando sua “esbórnia” sonora e visual aos palcos do Brasil. Mais do que um show, o Carrossel de Baco convida o público a entrar na roda, celebrar, dançar e ser parte viva da festa.


Serviço
Carrossel de Baco - Turnê 20 Anos
Quarta-feira, dia 30 de julho de 2025
Horário: 20h00
Local: Sesc Santos – Rua Conselheiro Ribas, 136 – Santos/SP
Informações: https://www.sescsp.org.br/programacao/carrossel-de-baco-20-anos/

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